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Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco, Leticia Veloso, Guilherme Cardoso, Bruna Pinotti, Ricardo Razaboni, Rodrigo Gonçalves e Mariela Cardoso Ministério Público do Estado de São Paulo MP-SP Analista Jurídico do Ministério Público Volume I Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998. Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br. www.novaconcursos.com.br sac@novaconcursos.com.br OBRA Ministério Público do Estado de São Paulo - MP-SP Cargos de Agente de Polícia Federal e Escrivão de Polícia Federal (Baseado no Edital de 17/07/2018) AUTORES Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco Atualidades - Profª Leticia Veloso Direito Constitucional e Ministério Público -Prof° Guilherme Cardoso Direito Administrativo - Profª Bruna Pinotti Direito Penal - Prof° Ricardo Razaboni Direito Processual Penal - Prof° Rodrigo Gonçalves Direito Civil -Profª Mariela Cardoso Direito Processual Civil - Profª Bruna Pinotti Direito da Infância e da Juventude - Profª Bruna Pinotti Tutela de Interesses Difusos e Coletivos - Profª Mariela Cardoso Direito Comercial e Empresarial - Profª Mariela Cardoso Direitos Humanos - Profª Bruna Pinotti Direito Eleitoral - Profª Mariela Cardoso PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO Emanuela Amaral DIAGRAMAÇÃO Elaine Cristina Thais Regis Igor de Oliveira CAPA Joel Ferreira dos Santos Publicado em 07/2018 SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA Interpretação de textos. ..................................................................................................................................................... 01 Ortografia ............................................................................................................................................................................ 04 Acentuação. ........................................................................................................................................................................ 04 Crase ................................................................................................................................................................................... 16 pontuação. .......................................................................................................................................................................... 19 Sintaxe de concordância verbal e nominal. ..................................................................................................................... 23 Vícios e figuras de linguagem. ........................................................................................................................................... 32 ATUALIDADES Notícias nacionais e internacionais veiculadas pela imprensa nacional escrita e falada, nos últimos 12 (doze) meses. .................................................................................................................................................................................. 01 DIREITO PENAL A aplicação da lei penal: da lei penal no tempo; da lei penal no espaço; da extraterritorialidade da lei penal; princípios dirimentes dos conflitos aparentes de normas. Do crime. Da imputabilidade penal. Do concurso de pessoas; das causas excludentes de antijuridicidade e culpabilidade. Das penas. Da tentativa. Da medida de segurança. Da extinção da punibilidade.. ................................................................................................................................................. 01 Parte especial do código penal: dos crimes contra a pessoa: dos crimes contra a vida; das lesões corporais; da periclitação da vida e da saúde; dos crimes contra a liberdade pessoal; dos crimes contra a inviolabilidade do domicílio. ............................................................................................................................................................................. 13 Dos crimes contra o patrimônio: do furto; do roubo e da extorsão; da extorsão mediante sequestro. ..................... 20 Dos crimes contra a fé pública: da falsidade documental; falsa identidade. ................................................................ 22 Dos crimes contra a administração pública: peculato; concussão; corrupção passiva; prevaricação. Funcionário público; resistência; desobediência; desacato; corrupção ativa; falso testemunho ou falsa perícia; coação no curso do processo.. ....................................................................................................................................................................... 27 Legislação penal especial: crimes contra a economia popular. Crimes de responsabilidade de prefeitos municipais. Crimes eleitorais. Crimes referentes ao parcelamento do solo urbano. Crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Crimes contra pessoas com deficiência. Crimes relativos à criança e ao adolescente. Crimes hediondos. Crimes contra o consumidor. Crimes contra a ordem tributária e as relações de consumo. Crimes referentes a licitações e contratos administrativos. Crimes de tortura. Crimes de trânsito. Crimes contra o meio ambiente. Crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. Crimes referentes ao idoso. Estatuto do desarmamento. Crimes referentes à falência e à recuperação judicial ou extrajudicial. Crimes referentes a drogas. Crimes referentes ao abuso de autoridade. Crimes relativos à interceptação telefônica. Crime de organização criminosa. Tratamento jurídico do tráfico de pessoas (lei n. 13.344/16). .............................................................................................................. 36 SUMÁRIO DIREITO PROCESSUAL PENAL Princípios que regem o processo penal. ........................................................................................................................... 01 Aplicação e interpretação da lei processual. .................................................................................................................... 03 Inquérito policial, Investigação Criminal e Ação Penal. .................................................................................................. 05 Jurisdição e Competência. ................................................................................................................................................. 10 Reparação do dano ex delicto. Ação civil e execução civil da sentença penal. .............................................................. 13 Questões e processos incidentes. ...................................................................................................................................... 14 Prova. ................................................................................................................................................................................... 15 Sujeitos do processo. .......................................................................................................................................................... 22 Prisão e medidas cautelares pessoais alternativas à prisão. ........................................................................................... 24 Fatos e atos processuais ..................................................................................................................................................... 31 Citação, notificação e intimação. ...................................................................................................................................... 31 Sentença. .............................................................................................................................................................................32 Coisa Julgada. ...................................................................................................................................................................... 34 Interdição de direitos. ........................................................................................................................................................ 34 Medida de segurança. ........................................................................................................................................................ 34 Procedimento comum. ...................................................................................................................................................... 35 Procedimento nos processos de competência do Tribunal do Júri. ............................................................................... 36 Procedimentos especiais. ................................................................................................................................................... 44 Procedimento nos crimes falimentares. ........................................................................................................................... 44 Procedimento nos crimes de responsabilidade de funcionários públicos. ................................................................... 44 Procedimento nos crimes contra a honra. ....................................................................................................................... 45 Procedimento nos crimes contra a propriedade imaterial. ............................................................................................ 45 Lei dos Juizados especiais criminais. ................................................................................................................................ 45 Nulidades............................................................................................................................................................................. 49 Recursos e outros meios de impugnação. ........................................................................................................................ 50 Teoria Geral dos Recursos. ................................................................................................................................................. 50 Apelação. ............................................................................................................................................................................. 51 Recurso em sentido estrito................................................................................................................................................. 52 Embargos. ............................................................................................................................................................................ 53 Carta testemunhável. ......................................................................................................................................................... 53 Correição parcial. ................................................................................................................................................................ 54 Habeas corpus. .................................................................................................................................................................... 54 Mandado de segurança em matéria criminal. ................................................................................................................. 56 Execução Penal. Objeto e aplicação da Lei de Execução Penal. ..................................................................................... 56 O condenado e o internado. .............................................................................................................................................. 57 Classificação. ....................................................................................................................................................................... 57 Assistência ........................................................................................................................................................................... 58 Trabalho. .............................................................................................................................................................................. 58 Direitos e deveres do preso. ............................................................................................................................................... 58 Disciplina. ........................................................................................................................................................................... 59 Faltas e sanções disciplinares. ........................................................................................................................................... 59 Regime disciplinar diferenciado. ....................................................................................................................................... 59 Procedimento disciplinar. .................................................................................................................................................. 59 Órgãos da execução penal. Estabelecimentos penais. .................................................................................................... 60 Execução das penas privativas de liberdade. ................................................................................................................... 60 SUMÁRIO Regimes. .............................................................................................................................................................................. 60 Autorizações de saída. ........................................................................................................................................................ 61 Remição. .............................................................................................................................................................................. 61 Livramento condicional. .................................................................................................................................................... 61 Sursis. ................................................................................................................................................................................... 62 Execução das penas restritivas de direitos. ...................................................................................................................... 62 Suspensão condicional da pena. ....................................................................................................................................... 62 Execução das penas de multa. ........................................................................................................................................... 62 Execução das medidas de segurança. ............................................................................................................................... 63 Incidentes de execução. ..................................................................................................................................................... 63 Conversões. ......................................................................................................................................................................... 63 Excesso ou desvio de execução. ......................................................................................................................................... 63 Anistia. .................................................................................................................................................................................63 Indulto. ................................................................................................................................................................................ 64 Procedimentos judiciais. .................................................................................................................................................... 64 Recursos. ............................................................................................................................................................................. 64 Disposições processuais penais em leis especiais. Prisão temporária. .......................................................................... 64 Crimes hediondos. .............................................................................................................................................................. 65 Repressão aos crimes praticados por organizações criminosas. .................................................................................... 65 Crimes de trânsito............................................................................................................................................................... 68 Crimes contra o meio ambiente. ....................................................................................................................................... 69 Crimes de lavagem de capitais. ......................................................................................................................................... 70 Proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas e a réus colaboradores. ......................................................................... 71 Identificação criminal. ....................................................................................................................................................... 73 Crimes referentes à falência e a recuperação judicial ou extrajudicial. ......................................................................... 73 Violência doméstica e familiar contra a mulher. ............................................................................................................. 75 Crimes de drogas. ............................................................................................................................................................... 77 Interceptação (ou escuta) telefônica. ................................................................................................................................ 79 Abuso de Autoridade. ......................................................................................................................................................... 80 TUTELA DE INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS Interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. Defesa dos interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos em juízo: princípios gerais. Ação Civil Pública, conceito, objeto, legitimação ativa e passiva, competência, liminar e antecipação de tutela, multas, coisa julgada, execução, fundos, recursos. ................................................... 01 Principais categorias e legislação respectiva: Meio Ambiente e Urbanismo. Bem jurídico ambiental. Direito do Ambiente: conceito, princípios, objeto, instrumentos legais. Tutela constitucional do ambiente. ............................ 11 Política Nacional do Meio Ambiente. Espaços ambientalmente protegidos. Sistema Nacional do Meio Ambiente. 20 Tutela administrativa do ambiente: poder de polícia, competência, licenciamento, responsabilidade administrativa. Tutela e responsabilidade civil do ambiente. ................................................................................................................... 30 Participação popular na proteção do ambiente. .............................................................................................................. 36 Patrimônio Público: Controle da Administração Pública. Tribunal de Contas. Mandado de segurança (individual e coletivo). Ação popular. Ação civil pública. Improbidade administrativa. Proteção ao patrimônio público e social. 39 Idoso. Pessoa com deficiência. Inclusão social. Saúde Pública. Serviços de relevância pública. ................................ 43 SUMÁRIO Consumidor. A proteção e defesa do consumidor na Constituição Federal de 1988. Política nacional de relações de consumo. Direitos básicos do consumidor. Prevenção e reparação de danos. Desconsideração da personalidade jurídica. Práticas comerciais. Proteção contratual. Sanções administrativas. Defesa do consumidor em juízo. Ações coletivas. Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. Inquérito civil. Natureza. Finalidade. Princípios. Instauração. Poderes instrutórios. Termo de ajustamento de conduta. Arquivamento e Desarquivamento. Controle. ................. 52 DIREITO ADMINISTRATIVO Conceito e princípios gerais do Direito Administrativo. ................................................................................................. 01 Administração Pública. Administração direta e indireta. Órgãos Públicos, conceito, classificação. .......................... 02 Terceiro Setor. Organizações Sociais e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. .................................. 11 Regime jurídico administrativo. ........................................................................................................................................ 13 Poderes Administrativos. ................................................................................................................................................... 17 Atos administrativos, classificação, requisitos, extinção, espécies. ................................................................................ 22 Licitações e contratos administrativos. ............................................................................................................................ 30 Responsabilidade civil do Estado. ..................................................................................................................................... 79 Agentes Públicos, classificação, regime jurídico, direitos e deveres, responsabilidade civil, criminal e administrativa. .................................................................................................................................................................... 84 Abuso de poder e desvio de finalidade. .......................................................................................................................... 118 Improbidade Administrativa. .......................................................................................................................................... 119 Controle da Administração. ............................................................................................................................................. 133 Bens Públicos. ................................................................................................................................................................... 142 Intervenção do Estado na propriedade. ......................................................................................................................... 148 Serviços Públicos, concessão, permissão e regime das parcerias público-privadas. .................................................. 149 DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO Conceito, classificação, objeto e elementos das Constituições; Princípios constitucionais da República Federativa do Brasil. Estado, Governo e Organização Federal, Estadual e Municipal. .................................................................................................01 Direitos e deveres individuais e coletivos. .....................................................................................................................................08 Direitos Sociais. ...............................................................................................................................................................................20Nacionalidade e Cidadania. ............................................................................................................................................................25 Direitos e Partidos Políticos. ...........................................................................................................................................................31 Repartição de competências no Estado Brasileiro. Administração Federal, Estadual e Municipal. ........................................38 Poder Legislativo. .............................................................................................................................................................................56 Processo Legislativo.........................................................................................................................................................................67 Poder Executivo. Presidente da República, Ministros e Conselhos. ............................................................................................76 Poder Judiciário, Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunais Regionais Federais e Tribunais Estaduais. .........................................................................................................................................................................................82 Ministério Público: fins, princípios, organização, garantias, vedações e funções. Conselho Nacional da Justiça e Conselho Nacional do Ministério Público. .....................................................................................................................................................99 Ordem Social. .................................................................................................................................................................................106 Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei Federal n. 8.625, de 1993) .........................................................................127 Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de São Paulo (Lei Complementar Estadual n. 734, de 1993). .......................146 LÍNGUA PORTUGUESA ÍNDICE Interpretação de textos. ..................................................................................................................................................................01 Ortografia .........................................................................................................................................................................................04 Acentuação. .....................................................................................................................................................................................04 Crase ................................................................................................................................................................................................16 Pontuação. .......................................................................................................................................................................................19 Sintaxe de concordância verbal e nominal. ..................................................................................................................................23 Vícios e figuras de linguagem. ........................................................................................................................................................32 Hora de Praticar ...............................................................................................................................................................................45 1 LÍN GU A PO RT UG UE SA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS. 1. Interpretação Textual Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- nadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma informação que se liga com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a es- truturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto ori- ginal e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. Intertexto - comumente, os textos apresentam referên- cias diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Interpretação de texto - o objetivo da interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fundamentações), as argumentações (ou explicações), que levam ao esclareci- mento das questões apresentadas na prova. Normalmente, em uma prova, o candidato deve: Identificar os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). Comparar as relações de semelhança ou de dife- renças entre as situações do texto. Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade. Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. Parafrasear = reescrever o texto com outras pa- lavras. Condições básicas para interpretar Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática; conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico; capacidade de observação e de síntese; capacidade de raciocínio. Interpretar/Compreender Interpretar significa: Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. Através do texto, infere-se que... É possível deduzir que... O autor permite concluir que... Qual é a intenção do autor ao afirmar que... Compreender significa Entendimento, atenção ao que realmente está escrito. O texto diz que... É sugerido pelo autor que... De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... O narrador afirma... Erros de interpretação Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten- ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o enten- dimento do tema desenvolvido. Contradição = às vezes o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equi- vocadas e, consequentemente, errar a questão. Observação: Muitos pensam que existem a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas em uma prova de con- curso, o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pro- nomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. 2 LÍN GU A PO RT UG UE SA Os pronomes relativos são muito importantes na inter- pretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber: que (neutro) - relaciona-secom qualquer antecedente, mas depende das condições da frase. qual (neutro) idem ao anterior. quem (pessoa) cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o objeto possuído. como (modo) onde (lugar) quando (tempo) quanto (montante) Exemplo: Falou tudo QUANTO queria (correto) Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O). Dicas para melhorar a interpretação de textos Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candida- tos na disputa, portanto, quanto mais informação você absor- ver com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. Se encontrar palavras desconhecidas, não inter- rompa a leitura. Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma conclusão). Volte ao texto quantas vezes precisar. Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as do autor. Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor compreensão. Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão. O autor defende ideias e você deve percebê-las. Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo geralmente mantém com outro uma relação de continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem essas re- lações. Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, a ideia mais importante. Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da res- posta – o que vale não somente para Interpretação de Texto, mas para todas as demais questões! Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi- pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão. Olhe com especial atenção os pronomes relativos, pro- nomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., chamados vo- cábulos relatores, porque remetem a outros vocábulos do texto. SITES http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu- gues/como-interpretar-textos http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-melho- rar-a-interpretacao-de-textos-em-provas http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-para- -voce-interpretar-melhor-um.html http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques- tao-117-portugues.htm EXERCÍCIO COMENTADO 1. (PCJ-MT - Delegado Substituto – Superior- Ces- pe-2017) Texto CG1A1AAA A valorização do direito à vida digna preserva as duas faces do homem: a do indivíduo e a do ser político; a do ser em si e a do ser com o outro. O homem é inteiro em sua di- mensão plural e faz-se único em sua condição social. Igual em sua humanidade, o homem desiguala-se, singulariza- -se em sua individualidade. O direito é o instrumento da fraternização racional e rigorosa. O direito à vida é a substância em torno da qual todos os di- reitos se conjugam, se desdobram, se somam para que o sistema fique mais e mais próximo da ideia concretizável de justiça social. Mais valeria que a vida atravessasse as páginas da Lei Maior a se traduzir em palavras que fossem apenas a revelação da justiça. Quando os descaminhos não conduzirem a isso, competirá ao homem transformar a lei na vida mais digna para que a convivência política seja mais fecunda e hu- mana. 3 LÍN GU A PO RT UG UE SA Cármen Lúcia Antunes Rocha. Comentário ao artigo 3.º. In: 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos 1948-1998: conquistas e desafios. Brasília: OAB, Comissão Nacional de Direitos Humanos, 1998, p. 50-1 (com adap- tações). Compreende-se do texto CG1A1AAA que o ser humano tem direito A. de agir de forma autônoma, em nome da lei da sobrevivên- cia das espécies. B. de ignorar o direito do outro se isso lhe for necessário para defender seus interesses. C. de demandar ao sistema judicial a concretização de seus direitos. D. à institucionalização do seu direito em detrimento dos di- reitos de outros. E. a uma vida plena e adequada, direito esse que está na es- sência de todos os direitos. O ser humano tem direito a uma vida digna, adequada, para que consiga gozar de seus direitos – saúde, educação, seguran- ça – e exercer seus deveres plenamente, como prescrevem todos os direitos: (...) O direito à vida é a substância em torno da qual todos os direitos se conjugam (...). GABARITO OFICIAL: E 2. (PCJ-MT - Delegado Substituto – Superior- Ces- pe-2017) Texto CG1A1BBB Segundo o parágrafo único do art. 1.º da Constituição da República Federativa do Brasil, “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Em virtude desse comando, afirma-se que o poder dos juízes emana do povo e em seu nome é exercido. A forma de sua inves- tidura é legitimada pela compatibilidade com as regras do Estado de direito e eles são, assim, autênticos agentes do poder popular, que o Estado polariza e exerce. Na Itália, isso é constantemente lembrado, porque toda sentença é dedicada (intestata) ao povo italiano, em nome do qual é pronunciada. Cândido Rangel Dinamarco. A instrumentalidade do pro- cesso. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1987, p. 195 (com adaptações). Conforme as ideias do texto CG1A1BBB, A. o Poder Judiciário brasileiro desempenha seu papel com fundamento no princípio da soberania popular. B. os magistrados do Brasil deveriam ser escolhidos pelo voto popular, como ocorre com os representantes dos demais poderes. C. os magistrados italianos, ao contrário dos brasileiros, exercem o poder que lhes é conferido em nome de seus nacionais. D. há incompatibilidade entre o autogoverno da magistratu- ra e o sistema democrático. E. os magistrados brasileiros exercem o poder constitucional que lhes é atribuído em nome do governo federal. A questão deve ser respondida segundo o texto: (...) “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representan- tes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Em virtude desse comando, afirma-se que o poder dos juízes ema- na do povo e em seu nome é exercido (...). GABARITO OFICIAL: A 3. (PCJ-MT - Delegado Substituto – Superior- Ces- pe-2017 - adaptada) No texto CG1A1BBB, o vocábulo ‘emana’ foi empregado com o sentido de A. trata. B. provém. C. manifesta. D. pertence. E. cabe. Dentro do contexto, “emana” tem o sentido de “provém”. GABARITO OFICIAL: B 4 LÍN GU A PO RT UG UE SA 1. Tipologia e Gênero Textual A todo o momento nos deparamos com vários textos, se- jam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um texto escrito. É de fundamental importância sabermos classificar os textos com os quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gêne- ros textuais. Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém que aca- bamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas situações corriqueiras que classificamos os nossos textos naquela tra- dicional tipologia: Narração, Descrição e Dissertação. As tipologias textuais se caracterizam pelos aspectos de ordem linguística Os tipos textuais designam uma sequência definida pela natureza linguística de sua composição. São observados as- pectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações logicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argumentativo/ dissertativo, injuntivo e expositivo. A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação demarcados no tempodo universo narrado, como tam- bém de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. Depois de muita conversa, resolveram... B) Textos descritivos – como o próprio nome indica, des- crevem características tanto físicas quanto psicológicas acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da graúna...” C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um assunto ou uma determinada situação que se almeje de- senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela acontecer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o benefício. D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma modalidade na qual as ações são prescritas de forma sequen- cial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo, infini- tivo ou futuro do presente: Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea. E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demar- cam-se pelo predomínio de operadores argumentativos, re- velados por uma carga ideológica constituída de argumen- tos e contra-argumentos que justificam a posição assumida acerca de um determinado assunto: A mulher do mundo con- temporâneo luta cada vez mais para conquistar seu espaço no mercado de trabalho, o que significa que os gêneros estão em complementação, não em disputa. Gêneros Textuais São os textos materializados que encontramos em nosso cotidiano; tais textos apresentam características sócio-co- municativas definidas por seu estilo, função, composição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, piada, de- bate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc. A escolha de um determinado gênero discursivo depen- de, em grande parte, da situação de produção, ou seja, a fina- lidade do texto a ser produzido, quem são os locutores e os interlocutores, o meio disponível para veicular o texto, etc. Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exemplo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, editoriais, entre- vistas e outros; na esfera de divulgação científica são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Sa- raiva, 2010. Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. SITE http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex- tual.htm ORTOGRAFIA ACENTUAÇÃO. 1. Ortografi a A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são grafados segundo acordos ortográficos. A maneira mais simples, prática e objetiva de aprender ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, fami- liarizando-se com elas. O conhecimento das regras é neces- sário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de etimologia (ori- gem da palavra). 5 LÍN GU A PO RT UG UE SA 1.1 Regras ortográfi cas A) O fonema S São escritas com S e não C/Ç Palavras substantivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir - diver- são / impelir - impulsivo / compelir - compulsório / repelir - re- pulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir – consensual. São escritos com SS e não C e Ç Nomes derivados dos verbos cujos radicais termi- nem em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - per- cussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - compromisso / submeter – submissão. Quando o prefixo termina com vogal que se junta com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assi- métrico / re + surgir – ressurgir. No pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exemplos: ficasse, falasse. São escritos com C ou Ç e não S e SS Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar. Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Juçara, caçula, cachaça, cacique. Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, es- perança, carapuça, dentuço. Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção. Após ditongos: foice, coice, traição. Palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r): marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção. B) O fonema z São escritos com S e não Z Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs- tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês, fre- guesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa. Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, meta- morfose. Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, quiseste. Nomes derivados de verbos com radicais termina- dos em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / difundir – difusão. Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho. Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. Verbos derivados de nomes cujo radical termina com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar. São escritos com Z e não S Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjeti- vo: macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de origem não termine com s): final - finalizar / concreto – concretizar. Consoante de ligação se o radical não terminar com “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal Exceção: lápis + inho – lapisinho. C) O fonema j São escritas com G e não J Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, gesso. Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. Exceção: pajem. Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, litígio, relógio, refúgio. Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, mugir. Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, surgir. Depois da letra “a”, desde que não seja radical termi- nado com j: ágil, agente. 6 LÍN GU A PO RT UG UE SA São escritas com J e não G Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. Palavras de origem árabe, africana ou exótica: ji- boia, manjerona. Palavras terminadas com aje: ultraje. D) O fonema ch São escritas com X e não CH Palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba- caxi, xucro. Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, la- gartixa. Depois de ditongo: frouxo, feixe. Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. Exceção: quando a palavra de origem não derive de ou- tra iniciada com ch - Cheio - (enchente) São escritas com CH e não X Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha. E) As letras “e” e “i” Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com “i”, só o ditongointerno cãibra. Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui, contribui. FIQUE ATENTO! Há palavras que mudam de sentido quando substituímos a grafi a “e” pela grafi a “i”: área (superfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé), pião (brinquedo). Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à ortografi a de uma palavra, há a possibilidade de consultar o Vocabulário Ortográfi co da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de referência até mesmo para a criação de dicionários, pois traz a grafi a atualizada das palavras (sem o signifi cado). Na Internet, o endereço é www. academia.org.br. #FicaDica Informações importantes Formas variantes são as que admitem grafias ou pronún- cias diferentes para palavras com a mesma significação: alu- guel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/quatorze, dependurar/ pendurar, flecha/frecha, germe/gérmen, infarto/enfarte, louro/ loiro, percentagem/porcentagem, relampejar/relampear/re- lampar/relampadar. Os símbolos das unidades de medida são escritos sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km, 120km/h. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e quatro segundos). O símbolo do real antecede o número sem espaço: R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra vertical ($). Alguns Usos Ortográfi cos Especiais Por que / por quê / porquê / porque POR QUE (separado e sem acento) É usado em: 1. interrogações diretas (longe do ponto de interrogação) = Por que você não veio ontem? 2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe por que falta- ra à aula ontem. 3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” = Ig- noro o motivo por que ele se demitiu. 7 LÍN GU A PO RT UG UE SA POR QUÊ (separado e com acento) Usos: 1. como pronome interrogativo, quando colocado no fim da frase (perto do ponto de interrogação) = Você faltou. Por quê? 2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por quê? PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfi co) Usos: 1. como conjunção coordenativa explicativa (equivale a “pois”, “porquanto”), precedida de pausa na escrita (pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até ponto final) = Compre agora, porque há poucas peças. 2. como conjunção subordinativa causal, substituível por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu porque se antecipou. PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfi co) Usos: 1. como substantivo, com o sentido de “causa”, “razão” ou “motivo”, admitindo pluralização (porquês). Geralmente é precedido por artigo = Não sei o porquê da discussão. É uma pessoa cheia de porquês. ONDE / AONDE Onde = empregado com verbos que não expressam a ideia de movimento = Onde você está? Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos que expressam movimento = Aonde você vai? MAU / MAL Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se como qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um mau elemento. Mal = pode ser usado como 1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”, “logo que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu. 2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi mal na prova? 3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou pro- nome = Há males que vêm pra bem! / O mal não compensa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Sa- raiva, 2010. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática. Volume único / Samira You- sseff, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo: Saraiva, 2002. SITE http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or- tografia 1.2 Hífen O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presiden- te, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos (ofe- receram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a transli- neação de palavras, isto é, no fim de uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). A) Uso do hífen que continua depois da Reforma Or- tográfi ca: 1. Em palavras compostas por justaposição que formam uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem para formam um novo significado: tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, azul-escuro. 2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zoo- lógicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-meni- na, erva-doce, feijão-verde. 3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-casado. 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algumas exceções continuam por já estarem consagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- -Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, etc. 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- per- quando associados com outro termo que é iniciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. 8 LÍN GU A PO RT UG UE SA 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré- -natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abraça- -o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. 10. Nas formações em que o prefixo tem como segundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, geo- história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, super-homem. 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro- -ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc. O hífen é suprimido quando para formar outros termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar. Lembrete da Zê! Ao separar palavras na translineação (mudança de linha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti-infl amatório e, ao fi nal, coube apenas “anti-”. Na próxima linha escreverei: “-infl amatório” (hífen em ambas as linhas). Devido à diagramação, pode ser que a repetição do hífen na translineação não ocorra em meus conteúdos, mas saiba que a regra é esta! #FicaDica B) Não se emprega o hífen: 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termi- na em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou “s”. Nes- se caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia, microrra- diografia, etc. 2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola, in- fraestrutura, etc. 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos “dês” e “in” e o segundoelemento perdeu o “h” inicial: desumano, inábil, desabilitar, etc. 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o se- gundo elemento começar com “o”: cooperação, coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc. 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedista, etc. 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfeito, benquerer, benquerido, etc. FIQUE ATENTO! Os prefi xos pós, pré e pró, em suas formas correspondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado, pressuposto, propor. Escreveremos com hífen: anti-horário, anti- infeccioso, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-humano, super-realista, alto-mar. Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma, antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. SITE http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or- tografia EXERCÍCIO COMENTADO 1. (TRE/MS - Estágio – Jornalismo - TRE/MS – 2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que to- das as palavras estão corretas: A. autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. B. supracitado – semi-novo – telesserviço. C. ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. D. contrarregra – autopista – semi-aberto. E. contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. Correção: Em “a”: autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = cor- reta Em “b”: supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo 9 LÍN GU A PO RT UG UE SA Em “c”: ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi- droelétrica, ultrassom Em “d”: contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto Em “e”: contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes- trutura GABARITO OFICIAL: A 2. (TRE/MS - Estágio – Jornalismo - TRE/MS – 2014) O uso correto do porquê está na opção: A. Por quê o homem destrói a natureza? B. Ela chorou por que a humilharam. C. Você continua implicando comigo porque sou pobre? D. Ninguém sabe o por quê daquele gesto. E. Ela me fez isso, porquê? Em “a”: Por quê o homem destrói a natureza? = Por que (é uma pergunta, portanto: separado; está longe do ponto de interro- gação: sem acento) Em “b”: Ela chorou por que a humilharam = porque (conjun- ção causal) Em “c”: Você continua implicando comigo porque sou pobre? = correta Em “d”: Ninguém sabe o por quê daquele gesto = porquê (pre- cedido de artigo) Em “e”: Ela me fez isso, porquê? = por quê (perto do ponto de interrogação) GABARITO OFICIAL: C 3. (LIQUIGÁS – Profissional Júnior – Ciências Contábeis – CESGRANRIO/2014) O grupo em que todas as palavras estão grafadas de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa é A. gorjeta, ogeriza, lojista, ferrujem B. pedágio, ultrage, pagem, angina C. refújio, agiota, rigidez, rabujento D. vigência, jenipapo, fuligem, cafajeste E. sargeta, jengiva, jiló, lambujem Correções à frente: Em “a”: gorjeta, ogeriza / ojeriza, lojista, ferrujem / ferrugem Em “b”: pedágio, ultrage / ultraje, pagem / pajem, angina Em “c”: refújio / refúgio, agiota, rigidez, rabugento / rabujento Em “d”: vigência, jenipapo, fuligem, cafajeste = corretas Em “e”: sargeta / sarjeta, jengiva / gengiva, jiló, lambujem GABARITO OFICIAL: D 4. (Receita Federal - Auditor Fiscal – ESAF/2014) Assina- le a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra inserido na transcrição do texto. No desenho constitucional, os tributos são fonte importan- tíssima dos recursos financeiros de cada ente político, recursos esses indispensáveis para que façam frente ao (1) seu dever social. Consequentemente, o princípio fede- rativo é indissociável das competências tributárias cons- titucionalmente estabelecidas. Isso porque tal princípio prevê (2) a autonomia dos diversos entes integrantes da federação (União, Estados, DF e Municípios). A exigência da autonomia econômico financeira determina que seja outorgado (3) a cada ente político vários tributos de sua específica competência, para, por si próprios, instituírem (4) o tributo e, assim, terem (5) sua própria receita tribu- tária. (Adaptado de: <http://www.ambito-juridico.com.br/site>. Acesso em: 17mar. 2014.) A. (1) B. (2) C. (3) D. (4) E. (5) No item 3, a forma correta do trecho é: “A exigência da autono- mia econômico financeira determina que sejam outorgados a cada ente político vários tributos de sua específica competência”. GABARITO OFICIAL: C 5. (PETROBRAS – Conhecimentos Básicos para todos os Cargos – Nível Superior – CESGRANRIO/2014 - adap- tada) No trecho “Um mundo habitado por seres com habi- lidades sobre-humanas parece ficção científica”, a palavra destacada apresenta hífen porque a natureza das partes que a compõem assim o exige. O grupo em que todas as palavras estão grafadas de acordo com a ortografia oficial é 10 LÍN GU A PO RT UG UE SA A. erva-doce, mal-entendido, sobrenatural B. girassol, bem-humorado, batepapo C. hiper-glicemia, vice-presidente, pontapé D. pan-americano, inter-estadual, vagalume E. subchefe, pós-graduação, inter-municipal Em “a”: erva-doce, mal-entendido, sobrenatural = corretas Em “b”: girassol, bem-humorado, batepapo (bate-papo) Em “c”: hiper-glicemia – (hiperglicemia), vice-presidente, pon- tapé Em “d”: pan-americano, inter-estadual (interestadual) , va- galume Em “e”: subchefe, pós-graduação, inter-municipal (intermu- nicipal) GABARITO OFICIAL: A 1. Letra e Fonema A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Sig- nifica literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da língua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação. Cuida, também, de aspectos relacionados à divisão silábica, à or- tografia, à acentuação, bem como da forma correta de pro- nunciar certas palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala. Particularidades na pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética. Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá- -se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção entre os pares de palavras: amor – ator / morro – corro / vento - cento Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua por- tuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que você - como falante de português - guarda de cada um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este forma os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc. O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê). Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio. Em alguns casos, a mesma letrapode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar: A) o fonema /sê/: texto B) o fonema /zê/: exibir C) o fonema /che/: enxame D) o grupo de sons /ks/: táxi O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas. Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: g a l h o 1 2 3 4 1 2 3 4 5 As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não represen- tam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. Nestas pala- vras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o “n” não é um fo- nema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”. A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema. Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e 1 2 3 1 2 3 4 1.2 Classifi cação dos Fonemas Os fonemas da língua portuguesa são classificados em: 1.2.1 Vogais As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma cor- rente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única vogal. Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser: 11 LÍN GU A PO RT UG UE SA Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/. Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. /ã/: fã, canto, tampa / ẽ /: dente, tempero / ĩ/: lindo, mim /õ/: bonde, tombo / ũ /: nunca, algum Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, bola. Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, bola. Quanto ao timbre, as vogais podem ser: Abertas: pé, lata, pó Fechadas: mês, luta, amor Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das palavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). 1.2.2 Semivogais Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. Apare- cem apoiados em uma vogal, formando com ela uma só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas são chamados de semivogais. A diferença fundamental entre vogais e semivogais está no fato de que estas não desempenham o papel de núcleo silábico. Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, história, série. 1.2.3 Consoantes Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela cavidade bu- cal, fazendo com que as consoantes sejam verdadeiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos. Seu nome provém justamente desse fato, pois, em português, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. 1.3 Encontros Vocálicos Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em sí- labas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o tritongo e o hiato. A) Ditongo É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-ver- sa) numa mesma sílaba. Pode ser: Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal: sé- -rie (i = semivogal, e = vogal) Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal: pai (a = vogal, i = semivogal) Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais: mãe B) Tritongo É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba. Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tritongo nasal. C) Hiato É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia (po-e-si-a). 1.4 Encontros Consonantais O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal. Exis- tem basicamente dois tipos: A) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r” e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no, a-tle-ta, cri-se. B) os que resultam do contato de duas consoantes per- tencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta. Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-có- -lo-go. 1.5 Dígrafos De maneira geral, cada fonema é representado, na escri- ta, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e qua- tro letras. Há, no entanto, fonemas que são representados, na es- crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco letras. 12 LÍN GU A PO RT UG UE SA Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ foram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”. Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema (di = dois + grafo = letra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos: consonantais e vocálicos. A) Dígrafos Consonantais Letras Fonemas Exemplos lh /lhe/ telhado nh /nhe/ marinheiro ch /xe/ chave rr /re/ (no interior da palavra) carro ss /se/ (no interior da palavra) passo qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia sc /se/ crescer sç /se/ desço xc /se/ exceção B) Dígrafos Vocálicos Registram-se na representação das vogais nasais: Fonemas Letras Exemplos /ã/ am tampa an canto /ẽ/ em templo en lenda /ĩ/ im limpo in lindo õ/ om tombo on tonto /ũ/ um chumbo un corcunda Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” representa um fonema - semivo- gal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não há dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo). 13 LÍN GU A PO RT UG UE SA Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/ pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não pronunciamos o “u”, então temos dígrafo (aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”). Portanto: 8 letras e 6 fonemas. #FicaDica 1.6 Dífonos Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos!), exite letra que representa dois fone- mas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” repre- senta o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exemplos de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Sa- raiva, 2010. SITE http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1. php 1. Acentuação Quanto à acentuação, observamos que algumas pala- vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por isso, vamos às regras! Regras básicas A acentuação tônica estárelacionada à intensidade com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tôni- ca. As demais, como são pronunciadas com menos intensi- dade, são denominadas de átonas. De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como: Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju – papel Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima sílaba: útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúltima sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são os chamados monossílabos. Estes são acentuados quando tôni- cos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó - ré. 1.2 Os acentos A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras representam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto: he- rói – céu (ditongos abertos). B) acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs . C) acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles D) trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmen- te abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em pa- lavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülleriano (de Müller) E) til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo- gais nasais: oração – melão – órgão – ímã 1.2.1 Regras fundamentais A) Palavras oxítonas:acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do plu- ral(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém. Esta regra também é aplicada aos seguintes casos: Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, segui- dos ou não de “s”: pá – pé – dó – há Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, segui- das de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo 14 LÍN GU A PO RT UG UE SA B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: i, is: táxi – lápis – júri us, um, uns: vírus – álbuns – fórum l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – fór- ceps ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”: água – pônei – mágoa – memória Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que esta palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim fi cará mais fácil a memorização! #FicaDica C) Proparoxítona: a palavra é proparoxítona quando a sua antepenúltima sílaba é tônica (mais forte). Quanto à re- gra de acentuação: todas as proparoxítonas são acentuadas, independentemente de sua terminação: árvore, paralelepí- pedo, cárcere. 1.2.2 Regras especiais Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos aber- tos), que antes eram acentuados, perderam o acento de acor- do com a nova regra, mas desde que estejam em palavras pa- roxítonas. FIQUE ATENTO! Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são acentuados: dói, escarcéu. Antes Agora assembléia assembleia idéia ideia geléia geleia jibóia jiboia apóia (verbo apoiar) apoia paranóico paranoico 1.2.3 Acento Diferencial Representam os acentos gráficos que, pelas regras de acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para di- ferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras e/ ou tempos verbais. Por exemplo: Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito do Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indicativo do mesmo verbo). Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas: ter- minada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada, mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se, para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição. Os demais casos de acento diferencial não são mais uti- lizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substantivo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramaticais são definidos pelo contexto. Polícia para o trânsito para que se realize a operação pla- nejada. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, conjunção (com relação de finalidade). Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”; nos demais casos, “por” é preposição: Faço isso por você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui? #FicaDica 1.2.4 Regra do Hiato Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, segunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá acento: saída – faísca – baú – país – Luís Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha. Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas): Antes Agora bocaiúva bocaiuva feiúra feiura Sauípe Sauipe 15 LÍN GU A PO RT UG UE SA O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido: Antes Agora crêem creem lêem leem vôo voo enjôo enjoo Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. Repare: O menino crê em você. / Os meninos creem em você. Elza lê bem! / Todas leem bem! Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os garotos deem o recado! Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à tarde! #FicaDica As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não serão mais acentuadas: Antes Depois apazigúe (apaziguar) apazigue averigúe (averiguar) averigue argúi (arguir) argui Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo vir). A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, de- ter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacco- ni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Sa- raiva, 2010. SITE http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao.htm EXERCÍCIO COMENTADO 1. (ANATEL – Técnico Administrativo – CESPE/2012) Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego do acento gráfi- co tem justificativas gramaticais diferentes. ( ) Certo ( ) Errado Análise = proparoxítona / mínimos = proparoxítona. Ambas são acentuadas pela mesma regra (antepenúltima sílaba é tô- nica, “mais forte”). GABARITO OFICIAL: ERRADO 2. (ANCINE – Técnico Administrativo – CESPE/2012) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” recebem acento gráfico com base na mesma regra de acentuação gráfica. ( ) Certo ( ) Errado Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; diária = paro- xítona terminada em ditongo; paciência = paroxítona termi- nada em ditongo. Os três vocábulos são acentuados devido à mesma regra. GABARITO OFICIAL: CERTO
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