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Nome: Bruno Oliveira Rodrigues; turma 2018.2, noturno Fichamento: unidade 25. Conservadorismo e liberalismo na Europa. Edmund Burke e a gênese do conservadorismo Conservador pode ser denominado toda aquele que é contrarrevolucionário seja social ou democrata. Conservadorismo é muitas vezes politicamente confundido com liberalismo, o que em certos casos pode ser até sinônimo. Essa corrente de pensamento fundada na modernidade tem uma trajetória teórica e politica própria, Edmund Burke pode ser considerado o pai do conservadorismo e irracionalismo. O eco de seu grito pode ser visto até hoje em pensadores conservadores ou até mesmo classes sociais inteiras. O livro Reflexões sobre a revolução na França (2014), constitui-se como o ponto de partida do pensamento conservador. O texto original foi publicado em 1790 imediatamente após o processo revolucionário francês, elogiado entre os antirrevolucionários e, criticado entre os revolucionários, entre os críticos encontrava-se Marx com claro desprezo às ideias de Burke. Para o autor inglês uma revolução vinda de baixo é sempre o momento máximo de decadência e degradação de uma sociedade onde as tradições são rebaixadas e, muitas vezes, exterminadas. O conservadorismo clássico e contemporâneo, renuncia aos ideais de democracia e justiça social tomando-os como niveladores sociais, considerados utopias seriam inaceitáveis aos olhos de um conservador, uma vez que a desigualdade social seria natural e positivamente constituída. “aqueles que tentam nivelar nunca igualam. Em todas as sociedades, consistindo em várias categorias de cidadãos, é preciso que alguma delas predomine. Os niveladores, portanto, somente alteram e pervertem a ordem natural das coisas, sobrecarregando o edifício social ao suspender o que a solidez da estrutura requer seja posto no chão, (BURKE 2014, p.70)” O autor de Reflexões, protestante e fundador do conservadorismo foi um parlamentar britânico conhecido por sua defesa de uma monarquia constitucional. Para ele a única revolução que poderia existir é a revolução que vem do “alto” para “baixo” onde, como por exemplo, temos a revolução gloriosa, uma transição de poderes sem sangue via conciliação de interesses, o que seria muito contrario da revolução jacobina que ocorreu na França de 1789. Os cavaleiros agiriam com prudência e clarividência enquanto os cidadãos comuns agiriam por meio da barbárie. Para Burke ideias como igualdade, direito do homem, razão, liberdade individual, soberania popular são identificadas como ideias perigosas à ordem estabelecida, sua posição monarquista evidenciava suas escolhas antirrepublicanas e antidemocráticas. O irracionalismo é outra marca distintiva do pensador contrarrevolução. Com a negação da razão e a entronização de uma concepção pragmática, imediatista, de ação e pensamento, para ele: A ciência entificada, para ele, deveria ter “ficado satisfeita em continuar como instrutora e não aspirasse a ser senhora, pois agora, a ciência será atirada ao lado e pisoteada pelos cascos de uma suína multidão”(2014, p.98). Além do irracionalismo, Burke defendia uma projeção social com bases teológicas defendendo que o Estado e a sociedade constituem uma ordem natural eterna e divinamente estabelecida, com a desigualdade social e a propriedade privada incluídas. “[...] nenhuma designação, poder, função, ou qualquer instituição artificial que seja, é capaz de fazer os homens que compõem algum sistema de autoridade serem algo diferente daquilo que Deus, a natureza, a educação e seus hábitos de vida lhe fizeram” (2014, p. 61). O espirito antirrevolucionário de Burke é tão grande que indivíduos nocivos (dissidentes) deveriam ser extirpados da sociedade e, deveriam ser qualificados como “traidores da nação”. Profundo defensor do direito hereditário, considerava os “direitos dos homens” como os jusnaturalistas denominam, um antro em si, de difusão perigosa de conceitos antinaturais. Defensor do preconceito, era com essas palavras que defendia a pratica do mesmo: O preconceito é de aplicação imediata em casos de emergência; dispõe previamente a mente a um curso constante de sabedoria e de virtude, não permitindo que o homem, no momento da decisão, fique hesitante, cético, confuso e indeciso. (Burke, 2014, p. 106) Além de tudo que já foi citado, o conservadorismo tem como marca o não debate racional sobre a formação social e econômica de determinada sociedade. Além disso, passa a enquadrar indivíduos e grupos em padrões previamente estabelecidos, as “anomalias” devem ser encaradas como desvios que, devem ser repreendidos e reprimidos pois representam ameaças. Assim sendo, as Reflexões, apresentam mais do que tudo o ressentimento de uma aristocracia golpeada, que busca manifestar o seu pesar diante da revolução francesa que teve como estopim a ação popular, é em si um documento mais do que tudo antirrevolucionário que tem como base de sustento os “sentimentos” e “intuições” ao elevar estes como fonte verdadeira de conhecimento, desconsiderando o método cientifico e propagando o irracionalismo. É em si uma coletânea quixotesca de princípios aristocráticos contra qualquer ideal progressista da modernidade, buscando em abstrações moralizantes, substituir a realidade objetiva.
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