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Revisão de Literatura MedveP - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2003, Curitiba; 1(4):289-94 A Sinfisiodese Púbica Juvenil como Alternativa no Tratamento da Displasia Coxofemoral Canina Juvenile Pubic Symphysiodesis as Alternative in Canine Hip Dysplasia Treatment Eduardo Alberto Tudury* Suzana Ramos Nogueira** Tudury EA, Nogueira SR. A sinfisiodese púbica juvenil como alternativa no tratamento da displasia coxofemoral canina. Medvep – Rev Cientif Med Vet Pequenos Anim Anim Estim 2003, Curitiba, out/dez; 1(4):289-94. A displasia coxofemoral canina é uma doença do desenvolvimento, grave e freqüente em cães de raças de grande e gigante porte, cuja complexa etiopatogenia dificulta o controle e exige a aplicação de técnicas diagnósticas precoces e precisas. Vários métodos terapêuticos têm sido desenvolvidos para interromper o progresso da afecção ou aliviar os sintomas de dor e incapa- cidade físico-funcional. Dentre os primeiros, a sinfisiodese púbica juvenil consiste de uma técni- ca cirúrgica, minimamente invasiva, que permite melhorar a cobertura acetabular e evitar o desenvolvimento da doença articular degenerativa em animais predispostos. Através da lesão da porção cranial da cartilagem de crescimento da sínfise púbica, pela utilização da pinça goiva e eletrobisturi, obtém-se correção bilateral das principais malformações articulares que acom- panham a displasia coxofemoral. Esta técnica inovadora deve ser realizada antes dos quatro meses e meio de idade, para que sejam promovidas as modificações articulares necessárias à interrupção do progresso da afecção. Em decorrência disto, torna-se necessário a precisa orien- tação dos proprietários já nas primeiras consultas de aconselhamento e vacinas. PALAVRAS-CHAVE: Sinfisiodese púbica; Displasia coxofemoral; Ortopedia; Cão. * Médico Veterinário; Professor Doutor Adjunto III – Departamento de Medicina Veterinária – UFRPE; Rua Dom Manoel de Medeiros, s/nº, Dois Irmãos – CEP 52.171-900, Recife, PE ** Médica Veterinária – Secretaria de Saúde de Olinda, PE; e-mail: suzana.nogueira@bol.com.br 290 MedveP - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2003, Curitiba; 1(4):289-94 A Sinfisiodese Púbica Juvenil como Alternativa no Tratamento da Displasia Coxofemoral Canina INTRODUÇÃO A importância da displasia coxofemoral ca- nina radica na sua alta freqüência e na gravida- de de seus sintomas. Uma abordagem precoce ao diagnóstico e ao tratamento é demasiada- mente relevante para a definição de seu prog- nóstico. O conhecimento de técnicas inovadoras que aumentem as chances de sucesso terapêutico nos pacientes displásicos deve ser objetivo per- sistente do Clínico Veterinário. Displasia coxofemoral canina A displasia coxofemoral é uma doença or- topédica comum em cães, freqüentemente dolo- rosa e progressivamente incapacitante, especi- almente em raças de grande e gigante porte1. A freqüência da doença em animais da raça rottweiler, medida na região metropolitana do Recife entre 1997 e 2000, foi de 75%2. Outro estudo realizado em Minas Gerais, entre 1995 e 2001, verificou que 72,4% dos cães da raça labrador retriever apresentavam algum grau de displasia coxofemoral no exame radiográfico3. A bilateralidade também é um achado comum, tendo sido demonstrada em 94,7% dos pasto- res alemães displásicos diagnosticados entre 1986 e 1993, em Minas Gerais4. Esta afecção é uma doença do desenvolvi- mento determinada por múltiplos fatores. Com- ponentes genéticos, ambientais, nutricionais e hormonais estão relacionados. Animais geneti- camente predispostos apresentam um distúrbio biomecânico entre a cabeça femoral e o acetábulo que, com o desenvolvimento, resulta na lassidão articular. Em função da lassidão articular, desen- volve-se orteoartrite degenerativa secundária, potencializada pela velocidade do crescimento, a intensidade e carga dos exercícios e a fragilidade dos elementos de sustentação da articulação, so- bretudo a massa muscular adjacente, a cápsula articular, o ligamento redondo e a estabilidade hidrostática do líquido sinovial. Vale ressaltar que, ao nascer, a articulação coxofemoral é normal, tornando-se displásica à medida que os fatores determinantes interferem na biodinâmica das es- truturas envolvidas1,5,6. O diagnóstico da displasia coxofemoral é baseado nos exames clínico, ortopédico e radiográfico1. A precocidade e a sensibilidade dos métodos de diagnóstico suportam a capaci- dade de reduzir a incidência da afecção sobre a população de cães por sua aplicação no pro- cesso de seleção e cruzamento5,7. Dentre os mé- todos de palpação, o de Bardens tem sido apli- cado em animais tão jovens quanto seis sema- nas de idade, porém com eficiência controvertida1,7. É executado sob anestesia pro- funda e permite mensurar a instabilidade lateral da cabeça do fêmur, que reflete a presença de lassidão articular, altamente relacionada com a ocorrência da doença no cão adulto. As obje- ções relacionadas a este método referem-se à dificuldade de se medir precisamente a lassidão articular, à estreita faixa de idade adequada à realização do teste e à falta de confirmação ci- entífica da correlação entre o resultado do teste e o grau de displasia no paciente adulto. Os si- nais de Ortolani e de Barlow também são utiliza- dos para o diagnóstico clínico da displasia coxofemoral canina e indicam a redução e a subluxação da articulação, respectivamente. Os ângulos de redução e subluxação são medidos a partir da posição neutra do fêmur. O teste de compressão trocantérica representa a redução da cabeça femoral através de pressão aplicada sobre o trocânter maior. Podem ser aplicados ainda: o teste do polegar, o teste da subluxação, o teste do iliopsoas, o teste do clunking, o teste da estação bípede, entre outros1,5,6,8,9. As técnicas radiográficas auxiliam na con- clusão do diagnóstico, na avaliação do grau de distensão e da gravidade dos fenômenos osteoartríticos, embora não reflitam a realidade da apresentação clínica1. A Universidade da Pensilvânia desenvolveu um método quantitativo e qualitativo denominado PennHIP (Pennsylvania Hip Improvement Program), que avalia a articulação em três posicionamentos – extensão, distração e compressão. Este método pode ser utilizado em animais de seis semanas a três anos de idade, verificando-se maior precisão a partir de 16 semanas. A projeção de extensão objetiva avaliar a presença de alterações osteoartríticas e utiliza posicionamento semelhante ao método de Norberg5. As projeções de compressão e distração visam ao cálculo dos índices de compressão e distração, respectivamente. Para a projeção de compressão, o animal é posicionado em decúbito dorsal, com os fêmures em posição neutra e os joelhos flexionados, sendo então aplicada com- pressão concêntrica sobre os trocânteres maio- res, suficiente para promover a redução das ca- beças femorais nos acetábulos. Para a projeção de distração, o animal é mantido no mesmo posicionamento e utiliza-se o dispositivo de dis- tração entre os fêmures, que recebem ligeira adução, a partir de compressão medial aplicada aos joelhos, impelindo-se a distração da articula- ção coxofemoral (Figura 1). Pelo índice de com- 291 A Sinfisiodese Púbica Juvenil como Alternativa no Tratamento da Displasia Coxofemoral Canina MedveP - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2003, Curitiba; 1(4):289-94 pressão, verifica-se a presença de preenchimen- to acetabular, que dificultaria a redução da luxação articular (Figura 2), enquanto que pelo índice de distração afere-se diretamente a lassi- dão articular, que reflete a probabilidade de ocor- rência de doença degenerativa articular por displasia coxofemoral no animal quando adulto (Figura 3). Estes índices compõem-se da relaçãoentre a distância medida do centro do acetábulo para o centro da cabeça femoral dividida pelo raio da cabeça femoral (ID ou IC= d/r)5,6,7. No Brasil, o método sugerido pala FCI (Fe- deração Cinófila Internacional), que avalia o ân- gulo de Norberg, tem sido o mais utilizado para a certificação de displasia coxofemoral e é reali- zado conclusivamente em animais a partir de 12 meses de idade, posicionados em decúbito dorsal e com os membros posteriores paralelamente estendidos1,6,8,10. Alternativamente, a aferição do ângulo de Norberg em posicionamento de dis- tração tem sido sugerida para aumentar sua confiabilidade (Figura 4)7. A OFA (Orthopedics Foundation for Animals) utiliza para o diagnóstico da displasia coxofemoral um método subjetivo de avaliação, em animais de 24 meses. Cada radio- grafia é analisada por três especialistas aleatori- amente selecionados, de um grupo de 20 a 25 consultores. As articulações posicionadas em ex- tensão são graduadas em sete classes fenotípicas (de excellent a severe)1,11. Outra técnica atualmente preconizada é o teste radiográfico de subluxação dorsolateral da articulação coxofemoral, realiza- do em animais de oito meses de idade, posicionados em decúbito esternoabdominal e apoiados sobre os joelhos flexionados12. FIGURA 1: Posicionamento do animal para realização do método radiográfico PennHIP de diagnóstico da displasia coxofemoral, para calcular o índice de distração mediante a aplicação do dispositivo de distração, que alavanca excentricamente as cabeças femorais. Observar que não ocorre sobreposição dos joelhos sobre as articulações coxofemorais. FIGURA 2: Imagem radiográfica de um canino rottweiler, quatro meses de idade, evidenciando, através dos índices de compressão (IC) esquerdo e direito, 0/0 (método PennHIP), ausência de preenchimento acetabular. FIGURA 3: Imagem radiográfica de um canino rottweiler, quatro meses de idade, evidenciando, através dos índices de distração (ID) esquerdo e direito, 0,89/0,74 (método PennHIP), a presença de excessiva lassidão articular, característica de cão que, em idade adulta, desenvolverá osteoartrose degenerativa coxofemoral por displasia. FIGURA 4: Imagem radiográfica de um canino rottweiler, três meses de idade, evidenciando, através do índice de distração (ID), 0,78 (método PennHIP), e ângulo de Norberg em distração (ANd), 76 graus na articulação coxofemoral direita, a presença de excessiva lassidão articular, característica de cão que, em idade adulta, desenvolverá osteoartrose degenerativa coxofemoral por displasia. A articulação coxofemoral esquerda apresenta má- formação de cabeça e colo femoral (setas). 292 MedveP - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2003, Curitiba; 1(4):289-94 A Sinfisiodese Púbica Juvenil como Alternativa no Tratamento da Displasia Coxofemoral Canina blastos na camada germinativa, tomando-se cuidado de colocar um dedo enluvado (via abdome ou reto) ou utilizar um material iso- lante abaixo do púbis para evitar que o calor ou a corrente elétrica danifiquem tecidos in- ternos (Figura 8). O procedimento causa um retardo no desenvolvimento do púbis, atuan- do como um “freio” sobre o crescimento late- ral das porções craniais da sínfise, enquanto que o resto da pelve cresce normalmente. O encurtamento do ramo púbico causa tração sobre os acetábulos, que resulta em rotação ventrolateral bilateral e aumento simétrico da cobertura sobre as cabeças femorais. Com isto, a lassidão articular reduz e as alterações osteoartríticas decorrentes dela são evitadas. Os resultados observados são o aumento mé- dio de 25º na cobertura do acetábulo sobre a cabeça femoral (ângulo acetabular), que re- presenta incremento de 40% em relação aos animais não submetidos à SPJ, e lassidão arti- cular 47% menor do que os valores anteriores à cirurgia. Os estudos de longo prazo têm de- monstrado redução média das dimensões pélvicas em 18% de sua amplitude, porém sem implicações clínicas e nenhuma alteração urinária, intestinal, do caminhar ou de qual- quer natureza, em animais acompanhados por até três anos20,21,22,23. A idade ideal para a realização da cirurgia é entre 16 e 20 semanas, quando os animais já podem ser avaliados para a presença de lassidão articular pela técnica de palpação de Bardens, Ortolani, Barlow, compressão trocantérica, pelo método radiográfico de PennHIP ou pela aferição do ângulo de Norberg na posição de distração7,8,20,21. Vale advertir-se que as avaliações OFA e medição do ângulo de Norberg na posição corriqueira de extensão têm pouca confiabilidade nesta faixa etária para o diagnóstico da doença e para predizer sua ocorrência futura (Adams et al , 1998). O método de diagnóstico radiográfico PennHIP requer equipamentos e treinamento específicos, que garantem sua eficiência diagnóstica5,6,7. Animais com excessiva lassidão articular e sem evidências radiográficas de alterações osteoartríticas são candidatos à SPJ. A realiza- ção desta técnica em animais de idade superior a 24 semanas tem demonstrado não ser capaz de produzir rotação acetabular suficiente para evitar a progressão da doença articular em lon- go prazo. Quanto mais jovem o animal vier a ser operado, dentro da faixa de 12 a 22 semanas, As opções terapêuticas para a displasia coxofemoral canina vão desde o manejo conservativo/medicamentoso até o transplante total da articulação1. O manejo conservativo envolve exercícios controlados, redução de peso, administração de agentes antiinflamatórios e analgésicos, assim como o uso de condropro- tetores. Até recentemente, as técnicas cirúrgicas mais freqüentemente utilizadas eram a osteotomia tripla da pelve em cães com idade entre seis e 12 meses sem osteoartrose, e a excisão da cabeça e colo femoral ou a prótese total do quadril em animais da mesma idade ou mais adultos, com luxação articular ou lesões degenerativas, dolorosas e incapacitantes. Ou- tras técnicas referidas na literatura são a denervação da cápsula articular, a osteotomia intertrocantérica, a miotomia/miectomia pectineal, a artroplastia da borda acetabular dorsal, etc.1,13,14,15,16. Visando a interromper o progresso das alterações articulares que leva- rão futuramente à subluxação ou luxação arti- cular e às lesões degenerativas da articulação coxofemoral características da osteoartrose, tem- se proposto o uso de restrição alimentar e admi- nistração de glicosaminoglicanos por via intramuscular durante o crescimento17,18,19, e tam- bém a realização de um procedimento cirúrgico denominado sinfisiodese púbica juvenil (SPJ), que altera o desenvolvimento da pelve20,21. Sinfisiodese púbica juvenil A SPJ é uma técnica inovadora e simples, desenvolvida em 1996, estudada inicialmente em porquinhos-da-índia, que tem recentemen- te demonstrado ser capaz de melhorar a congruência entre a cabeça femoral e o acetábulo, durante o crescimento de cães jo- vens displásicos. A cirurgia consiste na inter- rupção iatrogênica do desenvolvimento dos os- sos púbicos, produzindo com isto, a longo pra- zo, uma rotação acetabular semelhante à obti- da pela osteotomia tripla da pelve, que resulta numa melhor cobertura da cabeça femoral e redução da lassidão articular. A cartilagem de crescimento da sínfise pélvica é abordada por uma incisão mediana de dois a três centímetros de extensão, come- çando a partir do tubérculo púbico. A porção púbica axial fibrocartilaginosa cranial é lesa- da com eletrobisturi ou extraída utilizando-se uma pinça goiva de ponta estreita para, em seguida, ser utilizado um eletrobisturi para cau- terizar as bordas da sínfise (Figuras 5, 6 e 7) e evitar que permaneçam resquícios de condro- 293 A Sinfisiodese Púbica Juvenil como Alternativa no Tratamento da Displasia Coxofemoral Canina MedveP - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação2003, Curitiba; 1(4):289-94 melhor será o resultado da cobertura acetabular a ser obtido20,21. Após a cirurgia, o paciente pode ser leva- do para casa no mesmo dia, com cuidados pós-operatórios mínimos e sem restrição de exercícios. Além do curto tempo cirúrgico e dos reduzidos requerimentos em equipamentos e instrumentação, que conferem à SPJ baixo custo de realização, esta é a única técnica cirúrgica para displasia coxofemoral que permite tratar as duas articulações em um úni- co procedimento. Considerando a freqüência da apresentação bilateral da doença, a possibilidade de uma abordagem única e definitiva, diferentemente das demais técnicas disponíveis, traduz-se em conveniência para o criador e opção aplicável para o Médico Vete- rinário20,21,23. FIGURA 5: Pelve canina. A área colorida (apontada pela seta) representa a localização da cartilagem de crescimento ósseo da sínfise púbica, a ser necrosada ou ressecionada na cirurgia denominada sinfisiodese púbica juvenil. FIGURA 7: Medição com paquímetro da porção ressecionada da cartilagem de crescimento ósseo da sínfise púbica, durante a sinfisiodese púbica juvenil em um cão, verificando correspondência com as medições radiográficas do fragmento a ser removido, feitas no período pré-cirúrgico. FIGURA 8: Eletrocauterização das bordas mediais da cartilagem de crescimento da sínfise púbica, após resseção da porção central com pinça goiva durante a sinfisiodese púbica juvenil em um cão. Observar a utilização do capuz plástico anterior de uma seringa descartável estéril, colocado sob o assoalho do canal pélvico para evitar que tecidos internos sejam danificados. FIGURA 6: Resseção da cartilagem de crescimento da sínfise púbica com a pinça goiva de Ruskin, durante a sinfisiodese púbica juvenil em um cão. CONSIDERAÇÕES FINAIS A SPJ vem complementar o arsenal terapêutico para a displasia coxofemoral canina como opção vantajosa por oferecer a possibili- dade de impedir o desenvolvimento das altera- ções articulares características desta afecção. Além disto, produz aumento da cobertura acetabular sobre as cabeças femorais simulta- neamente, mediante um único e simples proce- dimento cirúrgico, realizado em idade precoce. Esta eficiente opção terapêutica exige dos Médicos Veterinários a orientação de seus clientes, proprietários e criadores de cães das raças mais predispostas à displasia coxofemoral, sobre a fre- qüência e gravidade da doença. Considerando que os melhores resultados têm sido obtidos nas cirur- 294 MedveP - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2003, Curitiba; 1(4):289-94 A Sinfisiodese Púbica Juvenil como Alternativa no Tratamento da Displasia Coxofemoral Canina gias realizadas nos animais mais jovens, a orien- tação deve ser feita já nas primeiras consultas para avaliação geral ou planejamento da vacinação, sobre os benefícios futuros, tanto econômicos como terapêuticos, da realização do diagnóstico preco- ce através do exame radiográfico para reconheci- mento da lassidão articular e o encaminhamento oportuno dos animais para a SPJ. Tudury EA, Nogueira SR. Juvenile pubic symphysiodesis as alternative in canine hip dysplasia treatment. Medvep – Rev Cientif Med Vet Pequenos Anim Anim Estim 2003, Curitiba, Oct/Dec; 1(4):289-94. The canine hip dysplasia is a development disease, serious and highly frequent in dogs of large and giant breeds. Its complex etiopathogeny makes it difficult to control and demands precocious and pre- cise diagnosis techniques. A variety of therapeutic methods has been developed to interrupt the progress of this affection or to alleviate its symptoms of pain and physical-functionary incapacity. Amongst the first ones, the juvenile pubic symphysiodesis consists of a surgical technique, minimally invasive, which allows to improve the acetabular covering and to prevent the development of degenerative joint disease in animals with this predisposition. This innovative technique must be applied before the dog complete four months and half of age, in order to promote the necessary modifications to interrupt the progress of this affection. Due to this, it is necessary to provide a precise orientation to the owner, even in the first consultations and vaccines. KEYWORDS: Pubic symphysiodesis; Hip dysplasia; Orthopedics; Dog. REFERÊNCIAS 1. Brinker WO, Piermattei DL, Flo GL. A articulação coxofemoral. 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