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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINASSAU POLO PETROLINA CURSO: FARMÁCIA. ALUNA: WILLIAMAR SUSY FERNANDES MIRANDA MAT: 01243421 DATA: 17/11/2018 DISCIPLINA: FARMACOLOGIA BÁSICA PROF. EXECUTORA: STEPHANYE CAROLYNE C. CHAGAS TUTORA: ADRIANA FERREIRA CONTEXTUALIZADA DE FARMACOLOGIA BÁSICA Paciente FMS, gênero masculino, 36 anos, agricultor deu entrada em um serviço de urgência de um hospital de pequeno porte apresentando os seguintes sintomas: visão turva, fraqueza, sudorese e salivação intensas, dificuldade de respirar, episódios de vômito, defecação e micção involuntárias. Após exame clínico, foi observada miose acentuada e hipotensão. Devido à falta de informações dadas pelo paciente em virtude do seu estado de saúde debilitado e por adentrar ao serviço desacompanhado, o Centro de Assistência Toxicológica – CEATOX foi acionado para prestar auxílio à equipe no cuidado do paciente. Diante da descrição do caso, o CEATOX direcionou a conduta clínica para o tratamento de intoxicação por organofosforados. Inicialmente a equipe foi instruída quanto aos primeiros-socorros e imediata remoção das vestimentas do paciente. Para o tratamento geral do paciente foi prescrito sulfato de atropina e pralidoxima, além de monitorização respiratória, limpeza de secreções, gasometria e raio X de tórax, monitorização cardíaca, controle hidroeletrolítico, avaliação da função renal e hepática, medidas sintomáticas e de manutenção. A conduta clínica adotada teve sucesso terapêutico e a intoxicação por organofosforados foi posteriormente confirmada por um familiar, relatando que o paciente havia realizado aplicação foliar do organofosforado malationa (classificação toxicológica III) em culturas de alface. A intoxicação por organofosforados apresenta estatísticas relevantes no âmbito da saúde pública mundial, seja por tentativa de suicídio ou por exposição ocupacional. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, em 2012, estima-se que 193.460 pessoas morreram em todo o mundo por envenenamento não intencional. Destas mortes, 84% ocorreram em países de baixa e média renda. Diante da relevância desse tema, tendo como base as informações aqui fornecidas e o seu aprendizado no decorrer da disciplina de Farmacologia Básica, explique qual o mecanismo pelo qual os organofosforados causam intoxicação e relacione esse mecanismo, com detalhes moleculares e cascatas de sinalização envolvidas, com os sinais e sintomas citados no caso clínico. Comente a conduta farmacológica tomada no caso, explicando/justificando o emprego de cada fármaco utilizado. EXPLANAÇÃO DO CASO A partir do momento que o paciente entrou em contato com o centro esterásico da acetilcolinesterase, os organofosforados OF ligaram-se a ele, impossibilitou-os de exercer sua função de hidrolisar o neurotransmissor acetilcolina em colina, responsável pela transmissão do impulso nervoso no SNC, nas fibras pré-ganglionares, simpáticas e parassimpáticas e na placa mioreural. Os organofosforados causam intoxicação por meio do impedimento de enzimas colinesterases assim como também de proteínas e receptores do sistema nervoso. Para tanto, um sinal químico é conduzido por meio de células nervosas através da acetilcolina, então, a sinapse realizada pela colinesterase é repelida, repelindo que essa fique preparada para recepção de um novo sinal, essa inibição da colinesterase ocorre principalmente por meio do processo de fosforilização enzimático, consequentemente culminando na inatividade dessa. (Coutinho 2005) . O paciente em questão, foi intoxicado por um inibidor de organofosforados. Sendo uma intoxicação aguda, pode-se observar que a síndrome colinérgica que o agricultor sofreu, foram manifestações muscarínicas, fazendo com que o mesmo apresentasse sintomas como: visão turva, fraqueza, sudorese e salivação intensas, dificuldades de respirar, vômito, defecação, micção voluntárias, miose e hipotensão. A conduta farmacológica utilizada para resolver o caso em questão, foram os fármacos: Sulfato de atropina e pralidoxina. O sulfato de atropina é um antagonista muscarínico e um reativador das colinesterases e a pralidoxina reverte a ligação do organofosforado com a aceltilcolinesterase. Ambos são utilizados em conjunto e servem para reestabelecer a atividade enzimática periférica. Referências Bibliográficas -UNICAMP/ANDEF/SINDAG. Perfil epidemiológico das intoxicações ocorridas nos Centros de Toxicologia de Belo Horizonte. -COUTINHO, Cláudia FB et al. Pesticidas: mecanismo de ação, degradação e toxidez. Pesticidas: Revista de ecotoxicologia e meio ambiente, v. 15, 2005. -Rev. Med; Minas Gerais 2009; 19(2 Supl 3): S50-S57- Intoxicação por compostos organosfosforados e síndrome Intermediária. -Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia; Efeito do tratamento padrão com atropina e pralidoxima; Brasilia, por: MARQUES, G. L. M. (2016).
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