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Jéssica N. Monte Turma 106 P2 Imunologia REGULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE, TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA E AU- TOIMUNIDADE REGULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE FATORES QUE INFLUENCIAM ENVELHECIMENTO – até os três anos de idade o sistema imune é imaturo e os idosos apresentam imunosenescência, com maior incidência de doenças autoi- munes. FATORES NEUROENDÓCRINOS – é a influência hormonal sobre o sistema imune. Níveis elevados de estresse produzem corticosteroides, que possuem efeito imunossupressor, havendo maior susce- tibilidade a infecções durante esses pe- ríodos. O estrogênio, por sua vez, é responsável pela maior incidência de doenças autoi- munes em mulheres. ESTADO NUTRICIONAL – desnutrição proteico-calórica, deficiência de zinco, de vitamina A e de vitamina D são fato- res que contribuem para a imunossu- pressão. EXPRESSÃO DE MOLÉCULAS DE MHC – é o que faz com que as reações do sistema imune sejam diferentes entre os indivíduos, devido ao HLA. EFEITOS DAS CITOCINAS – algumas possuem efeito imunossupressor. EFEITO DO ANTÍGENO – dose, via de exposição, natureza, forma do antígeno e tempo de contato. Quanto à dose, pequenas doses de antí- genos são mais eficientes para induzir a resposta imune, enquanto doses maio- res podem induzir tolerância imunoló- gica. Quanto à via de exposição, a via oral ge- ralmente predispõe à tolerância imuno- lógica. REGULAÇÃO DE ANTICORPOS – ocorre retroalimentação: à medida que ocorre a produção de anticorpos, eles participam da autorregulação inibindo a produção de novos anticorpos, a fim de manter a homeostase. EFEITO DO GÊNERO – determinadas doenças autoimunes são mais comuns em mulheres. Não se sabe se isso acon- tece somente devido às questões hor- monais ou se existem outros fatores re- lacionados ao gênero que possam inter- ferir nessa regulação. O sistema imune de homens é mais ca- paz de produzir anticorpos, enquanto o das mulheres atua melhor por resposta celular. ANTÍGENOS QUE PODEM INTERFE- RIR UNS COM OS OUTROS – essa re- lação determina se haverá resposta ou tolerância imunológica. MECANISMOS POTENCIAIS DE RE- GULAÇÃO DA FUNÇÃO DOS LINFÓ- CITOS SUPRESSÃO ATIVA VIA CÉLULAS T REGULADORAS – as células T regula- doras tem a capacidade de suprimir o sistema imune por meio de citocinas, TGF-β e interleucina-10. A manutenção das células reguladoras requer interleucina-2 por meio da liga- ção com o receptor CD25. REDE IDIOTÍPICA – são anticorpos que podem ser produzidos contra regiões de outros anticorpos como forma de elimi- nação dos anticorpos quando não são mais necessários. Durante a homeostase, atuam na remis- são da resposta imune. APOTOSE – os mecanismos de ação para morte celular dependem do con- texto. Jéssica N. Monte Turma 106 P2 Imunologia Em situações de exaustão ou estresse, as células aumentam seus receptores de morte FAS e TNF. As células T autorreativas, quando não recebem coestimulação, podem ativar BIM para efetuar a apoptose por via mi- tocondrial. Via intrínseca: é a via mitocondrial ou morte celular por negligência. Atuação da caspase 9. → BCL-2 percebe a lesão celular de- vido à deficiência de fatores de cresci- mento, aos sinais de sobrevivência, aos danos ao DNA e ao dobramento das proteínas. Ocorre a liberação dos efeto- res BAX e BAK e aumento da permeabi- lidade mitocondrial, o que permite a sa- ída do citocromo C e ativação de caspa- ses iniciadoras, como a caspase 9. Via extrínseca: é a via do receptor de morte ou a morte celular induzida por ativação. Atuação da caspase 8. → O ligante FAS se liga ao receptor TNF, ativando as caspases iniciadoras, como a caspase 8. Há a ativação das cas- pases executoras, as quais promovem o colapso do citoesqueleto e a ativação da enzima endonuclease. → A caspase 8 é capaz de ativar a BID, um sensor da família BCL que ativa as proteínas efetoras da via intrínseca, a fim de amplificar a apoptose por meio da ação das duas vias em conjunto. CÉLULAS T REGULADORAS As células T reguladoras são células T di- ferenciadas, CD4 positivas, caracteriza- das pelo fator de transcrição FoxP3 e pela alta expressão de CD25, uma das cadeias de receptor de interleucina-2. Ambas a FoxP3 e a CD25 são essenciais para a geração, manutenção e funciona- mento dessas células. Essas células expressam baixos níveis de receptores para interleucina-7 e usam a interleucina-2 como fator de cresci- mento e sobrevivência. Quando são diferenciadas no timo, são chamadas de células T reguladoras natu- rais. Já quando são diferenciadas nos lin- fonodos, são chamadas de células T re- guladoras induzíveis. As células T reguladoras produzem in- terleucina-10 e TGF-β, as quais inibem as respostas imunológicas. Além disso, am- bas estão envolvidas tanto na geração, quanto no funcionamento dessas célu- las. TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA Tolerância é a não responsividade do or- ganismo a determinados antígenos, cha- mados de tolerógenos. O que determina se um linfócito será ati- vado ou tolerante são as propriedades dos antígenos, o estado de maturação dos linfócitos antígeno-específicos e os tipos de estímulos recebidos quando es- ses linfócitos encontram antígenos pró- prios. Os fatores que promovem a tolerância do sistema imune são altas doses do an- tígeno, persistência do antígeno no hos- pedeiro, ausência de adjuvantes e baixos níveis de coestimuladores. A exposição de antígenos estranhos aos linfócitos durante o seu desenvolvi- mento induz tolerância. Alguns microrganismos e tumores po- dem evadir-se ao ataque imune indu- zindo falta de responsividade em linfóci- tos específicos. Os antígenos próprios estão presentes nos órgãos linfoides primários (medula óssea e timo), onde existem mecanismos que garantem que os linfócitos forma- dos que reagem a esses antígenos não sejam liberados. Ainda que haja a liberação de algum lin- fócito que reaja a antígenos próprios, Jéssica N. Monte Turma 106 P2 Imunologia não haverá coestimulador que dê a ele um segundo sinal de ativação para que ele possa combater o antígeno. TOLERÂNCIA CENTRAL A tolerância central é realizada no local de amadurecimento dos linfócitos. Nos locais onde os linfócitos sofrem ma- turação, ocorre grande apresentação a antígenos próprios. O linfócito que reconhece um antígeno próprio com grande afinidade recebe si- nais para sofrer diferentes processos. APOPTOSE – o linfócito autorreativo pode sofrer apoptose, de forma que não saia do órgão gerador. EDIÇÃO DE RECEPTOR – ele também pode mudar os seus receptores de su- perfície, no caso dos linfócitos B, de forma que não mais reconheça antíge- nos próprios, somente os estranhos, po- dendo então ser liberado. TRANSFORMAÇÃO – O linfócito au- torreativo pode ser transformado em um linfócito T regulador que irá contribuir com a tolerância periférica. Isso acon- tece somente com linfócitos T CD4+. Não se sabe quais são os mecanismos que determinam a escolha entre morte celular e desenvolvimento de células T reguladoras. Apesar desses mecanismos, alguns linfó- citos autorreativos são capazes de ama- durecer e de serem liberados para os te- cidos periféricos. Caso isso aconteça, há a tolerância peri- férica nos órgãos linfoides secundários. TOLERÂNCIA PERIFÉRICA Na tolerância periférica os linfócitos são testados novamente. Caso esse linfócito responda a um antígenopróprio, ele po- derá sofrer os seguintes processos: ANERGIA – é um estado de inativação que ocorre devido à ausência de um co- estímulo para sua ativação. DELEÇÃO – o linfócito autorreativo po- derá sofrer deleção por meio da apop- tose. SUPRESSÃO – o linfócito poderá ser su- primido pela ação de uma célula regula- dora. TOLERÂNCIA EM LINFÓCITOS T Na medula óssea há a formação dos pró-linfócitos T, que são os linfócitos T imaturos, e que são maturados no timo. Quando acontece de um linfócito T não ser reconhecido pelo timo como autor- reativo, este será liberado para os teci- dos periféricos onde sofrerá o processo de testagem da tolerância periférica. Ainda que o linfócito autorreativo en- contre o antígeno pelo qual é específico, a célula tecidual não estará expressando a molécula B7, que se liga ao CD28. Essa ligação formaria o coestímulo necessário para o segundo sinal de ativação do lin- fócito. Assim, a célula se torna anérgica. A anergia ocorre diante da ausência da coestimulação, do bloqueio da transdu- ção de sinal induzido pelo TCR (recepto- res de células T) e do engajamento do linfócito com os receptores inibitórios PD-1 e CTLA-4. O receptor inibitório PD-1 é específico ao linfócito T citotóxico e sua ligação ocorre quando é necessária a anergia de linfócitos T CD8+ autorreativos. Já o CTLA-4 tem afinidade por B7 maior que a afinidade do CD28. Assim, a liga- ção do CTLA-4 ao receptor leva a célula T ao estado de anergia ou de não-res- ponsividade. Além disso, CTLA-4 fornece sinais inibitórios que anulam os sinais disparados por receptores de células t (TCRs) e é mediador da função inibitória de células T reguladoras. Jéssica N. Monte Turma 106 P2 Imunologia Além disso, o linfócito autorreativo tam- bém pode sofrer o processo de supres- são por uma célula reguladora ou o pro- cesso de apoptose, bem como acontece na tolerância periférica. TOLERÂNCIA EM LINFÓCITOS B Os linfócitos B são formados e matura- dos na medula óssea. Uma célula B imatura que reconhece an- tígenos próprios com alta avidez pode sofrer o processo de edição de receptor pela tolerância central. O linfócito recebe um sinal que faz ele expressar um novo receptor que não reconheça antígenos próprios. A partir disso, ele pode ir para os tecidos periféricos, uma vez que não é mais uma célula B autorreativa. O linfócito B precisa de dois sinais para ser ativado. Se ele reconhece antígenos próprios com baixa avidez ou não re- cebe o sinal de uma célula T auxiliar, por exemplo, ele entrará em anergia. Para que exista um segundo sinal para o linfócito B autorreativo, seria necessário, além de uma célula B que reconheça an- tígenos próprios, um linfócito T que te- nha escapado da tolerância central e que reconheça esse mesmo antígeno pró- prio, o que é muito difícil de acontecer. Caso a imunoglobulina de superfície do linfócito reconheça o antígeno próprio tanto com alta, quanto com baixa avidez, a regulação ocorre pelo receptor inibitó- rio CD22. EXCLUSÃO DOS FOLÍCULOS – é outra forma de selecionar os linfócitos B. Nos linfonodos existem os folículos, lo- calizados na região cortical, que são re- giões próprias para os linfócitos B. Os linfócitos B ficam depositados nos fo- lículos por meio de atração a quimioci- nas. Lá ocorre a produção de citocinas que garantem a sobrevivência do linfócito B, mesmo que ele não receba nenhum tipo de sinalização. Quando um linfócito B reconhece um antígeno próprio que está no folículo, ele sofre modificações como a mudança na expressão do receptor que promove a atração à região folicular, fazendo com que vá para a região que não lhe per- tence. Quando ele estiver nessa região, por ser um linfócito autorreativo, ele não rece- berá um segundo sinal para sua ativação e também não conseguirá voltar para o folículo. A partir disso, esse linfócito B autorreativo sofrerá apoptose. AUTOIMUNIDADE A autoimunidade não patogênica facilita a eliminação das células e das moléculas desgastadas ou danificadas. Já autoimunidade que causa problemas acontece quando há uma falha expres- siva dos mecanismos de tolerância. As doenças autoimunes são caracteriza- das por danos teciduais ou alterações funcionais ocasionadas pela reação do sistema imune a antígenos próprios. Alguns fatores são necessários para o desenvolvimento de doenças autoimu- nes: SUSCETIBILIDADE GENÉTICA – exis- tem fatores genéticos que garantem a produção de linfócitos autorreativos em maior quantidade. Entre os genes associados à autoimuni- dade, as associações mais fortes estão relacionadas ao MHC. A suscetibilidade é poligênica na maioria das doenças autoimunes. FALHA NA AUTOTOLERÂNCIA – mesmo que haja suscetibilidade gené- tica, garantindo a produção de linfócitos autorreativos, é preciso que as tolerân- cias central e periférica não consigam Jéssica N. Monte Turma 106 P2 Imunologia impedir a liberação desses linfócitos au- toimunes. COMPONENTE AMBIENTAL – pode ser um trauma, uma infecção ou um dano tecidual que atuam como gatilho para que uma doença autoimune se ins- tale. É esse componente ambiental que ga- rantirá o segundo sinal que leva à ativa- ção do linfócito autoimune, o que não costuma acontecer em condições nor- mais. INFECÇÕES - normalmente um linfó- cito T autorreativo é apresentado ao an- tígeno por uma APC, como uma célula dendrítica. A partir disso, ocorre o reco- nhecimento, mas não há o segundo sinal pelo coestimulador, e o linfócito entra em anergia. Em um processo infeccioso, a célula dendrítica que está apresentando o auto-antígeno fará também a fagocitose do antígeno estranho, passando a ex- pressar um coestimulador. Quando o linfócito autorreativo encon- trar o auto-antígeno, este encontrará também o coestimulador (mesmo que ele não esteja sendo expresso por causa do antígeno próprio, mas sim devido ao antígeno estranho causador da infec- ção). A partir disso, o linfócito T autorre- ativo será ativado, passando a combater o tecido próprio que contém o antígeno, gerando uma reação de autoimunidade. ANTÍGENO ESTRANHO QUE SE AS- SEMELHA A UM ANTÍGENO PRÓ- PRIO – outra forma de autoimunidade é quando microrganismos possuem antí- genos muito semelhantes aos antígenos próprios. O linfócito T que reconhece o antígeno microbiano é ativado sob a presença de um coestimulador. Com isso, devido ao fato de o antígeno estranho ser muito semelhante ao antígeno próprio, esse linfócito T passa a ser autorreativo, com- batendo o tecido próprio devido à pre- sença do auto-antígeno que é muito se- melhante ao antígeno estranho que o ativou. ANTÍGENO SEQUESTRADO – os sítios imunologicamente privilegiados são lo- cais onde a resposta imune é diferenci- ada, como os olhos, o cérebro, os testí- culos e o útero. Nesses órgãos existem barreiras que im- pedem a chegada de linfócitos virgens. Por conta disso, esses locais possuem antígenos inexistentes em outros luga- res do organismo (os chamados antíge- nos sequestrados), e que, portanto, não passam pela testagem da tolerância cen- tral que acontece nos órgãos linfoides primários. Com isso, pode ocorrer a formação de linfócitos autorreativos a antígenos pró- prios que não estão presentes no órgão gerador. Em uma situação de trauma nesses sítios imunologicamente privilegiados, pode ocorrer a liberação dos antígenos que estavam sequestrados.Quando libe- rado, esse antígeno chega a um órgão linfoide secundário, onde pode encon- trar um linfócito autorreativo, que passa a ser ativado. A partir disso, esse linfócito T autorreativo deixa de ser virgem e, consequentemente, deixa de ser bar- rado, conseguindo acessar o sítio imu- nologicamente privilegiado, gerando uma resposta autoimune. DOENÇAS AUTOIMUNES As respostas autoimunes tendem a ser crônicas. A cronicidade ocorre 1) por mecanismos de amplificação da res- posta com liberação de citocinas que causam o aumento de clones autorreati- vos, e 2) por mecanismos de epítopo es- palhado, onde há a apresentação de an- tígenos múltiplos, causando também o Jéssica N. Monte Turma 106 P2 Imunologia aumento no número de clones autorre- ativos. Além disso, ocorre o processo de lesão tecidual, o que causa a liberação de mais antígenos próprios, e gera uma reação em cadeia que causa a cronificação e torna mais grave a doença autoimune. As doenças autoimunes podem ser ór- gãos-específicas, quando combatem an- tígenos que são próprios de determi- nado órgão, ou podem ser sistêmicas. O tratamento das doenças autoimunes é dependente da doença, mas pode ser resumido em: uso de drogas imunossu- pressoras, timectomia (cirurgia de remo- ção do timo), plasmaferese (técnica de transfusão com a retirada do plasma sanguíneo), uso de antagonistas de TNF- α (fator de necrose tumoral), interferon- β e terapia de reposição. ARTRITE REUMATOIDE A artrite reumatoide é uma doença au- toimune crônica com inflamação articu- lar que causa deformidades. O processo inflamatório causa a forma- ção de pannus (espessamento), destrui- ção das cartilagens e erosão óssea. Ocorre a produção de anticorpos e a de- posição de imunocomplexos nas articu- lações. Essa doença está associada ao gene HLA-DR4 e afeta principalmente mulhe- res, sofrendo atenuação durante a ges- tação. LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO O lúpus é uma doença autoimune crô- nica, inflamatória e sistêmica que afeta principalmente mulheres em idade fértil e piora na gestação. A principal marca da doença é uma man- cha eritematosa no rosto em formato de borboleta. Ocorre a produção de anticorpos (anti- dsDNA) e grande consumo de comple- mento. A morte por lúpus geralmente é causada por insuficiência renal ou por infecções provocadas por terapias imunossupres- soras. ESCLEROSE MÚLTIPLA A esclerose múltipla é uma doença au- toimune neuromuscular com períodos de exacerbação e períodos de remissão. Ela é causada por células T autorreativas que causam reações inflamatórias com a formação de placas escleróticas (infiltra- dos de células mononucleares) e com a desmielinização do sistema nervoso central. MIASTENIA GRAVIS A miastenia gravis é uma doença autoi- mune crônica causada por uma trans- missão neuromuscular defeituosa. Ocorre o bloqueio e a depleção dos re- ceptores de acetilcolina na junção mio- neural, processos mediados por anticor- pos bloqueadores. DIABETES MELLITUS DO TIPO 1 O diabetes mellitus do tipo 1 é uma do- ença autoimune causada por uma rea- ção de hipersensibilidade tardia ou do tipo 4 (DTH) e por citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC), onde linfócitos autorreativos atacam as células β-pancreáticas, impedindo a produção da insulina. Está associada a polimorfismos no gene CTLA-4. Os principais sintomas são cansaço fácil, muita sede, aumento do apetite, ema- grecimento e urina aumentada. DOENÇA DE GRAVES Na doença de Graves, existe a produção de anticorpos que se ligam aos Jéssica N. Monte Turma 106 P2 Imunologia receptores de TSH das células da tire- oide. Esses anticorpos não destroem os receptores, mas sim os ativam, causando um estímulo à produção de hormônios pelas célula tireoidianas. Há ativação contínua da tireoide, au- mentando os hormônios T3 e T4 e redu- zindo o TSH. Ao contrário da tireoidite de Hashimoto, a doença de Graves leva a um hipertire- oidismo devido a superprodução de hormônios. Além disso, ocorre oftalmo- patia (inflamação dos fibroblastos orbi- tais), bócio e dermatopatia infiltrativa. TIREOIDITE DE HASHIMOTO Na tireoidite de Hashimoto acontece a produção de auto-anticorpos (anti-TG e anti-TPO) e a sensibilização de células TH1 específicas para antígenos da tire- oide. Ocorre o reconhecimento das células da tireoide que causa uma reação inflama- tória que as leva à morte, fazendo com que a glândula perca suas funções de produção hormonal. A partir disso ocorre um quadro de hi- potireoidismo que pode ser causado tanto por linfócitos autorreativos, quanto por linfócitos T CD8+ que provo- cam a apoptose das células tireoidianas. Essa é uma reação de hipersensibilidade do tipo 2.
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