Buscar

8. Estratificação social e direito

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Lição 9 de SABADELL – Estratificação social e direito
Na sociologia, não se analisam classes do ponto de vista político; a análise é feita do ponto de vista objetivo-descritivo, sob o prisma da estratificação social. 
Questões a serem respondidas com a leitura do texto:
Por que o direito não leva em consideração as classes sociais existentes?
Como incidem os interesses de cada classe para a formação do sistema jurídico?
Qual a influência da classe social para a aplicação do direito?
PERSPECTIVAS SOCIOLÓGICAS DE ANÁLISES DAS CLASSES SOCIAIS
QUALITATIVA: Marx – estuda as características do modo de produção dominante em cada sociedade. Temos duas classes principais: as dos proprietários dos meios de produção e a dos demais, os explorados, também chamados de proletariado. São também chamados de capitalistas e proletários, respectivamente.
QUANTITATIVA: Weber – “multidão de estamentos” ou “grupos de status”. Nessa perspectiva, pode-se classificar os grupos sociais por grau de educação, nível de renda, tipo de profissão, religião, espaço de moradia (rural ou urbano), comportamento, prestígio e mentalidade. O critério que mais prevalece para definir a classe social é o critério da renda, já que os demais, tais como profissão, nível educacional e prestígio social estão estritamente relacionados com a renda.
ABORDAGEM OBJETIVA E SUBJETIVA:
A sociologia deve adotar um critério objetivo para definir a posição de um indivíduo na sociedade ou deve se concentrar na consciência de classe desse indivíduo? Isto é, para classificar alguém como “proletariado”, inclui-se todos aqueles que vendem sua força de trabalho ou somente os membros da classe operária conscientes de sua posição de classe e que lutam contra a exploração? Para a sociologia, a abordagem que interessa é a objetiva.
ELEMENTOS DE DEFINIÇÃO DA CLASSE SOCIAL: desigualdade, mobilidade e legitimação
Na maior parte das sociedades humanas, há desigualdades sociais (constatação). Em algumas, há estratificação fechada, na quais o indivíduo não pode mudar sua posição, e, em outras, há estratificação aberta, nas quais é possível observar o fenômeno da mobilidade social, que possibilita a ocupação de classes não só pela hereditariedade, como em outras épocas. Pode ocorrer, também, o fenômeno da inércia de classe. Segundo a autora, cada sociedade, ainda, legitima o tipo de desigualdade social próprio a ela. “A divisão de classes no capitalismo, com toda a injustiça, exclusão e negação dos direitos e necessidades humanas mais elementares, justifica-se pela “abertura” de classe, pelo “sonho” de ascensão. (...) dizem que as classes são abertas e que cada pessoa sobre ou desce na hierarquia social, segundo seu valor e dedicação ao trabalho, ou seja, segundo seu mérito social. Para justificar a desigualdade social, os desfavorecidos são estigmatizados como preguiçosos.”
RESPONDENDO ÀS TRÊS PERGUNTAS...
Por que o direito não leva em consideração as classes sociais existentes?
Para a sociologia moderna, o direito é um elemento externo em relação às classes, porque ele garante, ou pelo menos pretende garantir, a igualdade formal entre os indivíduos, não definindo classes sociais. Essas serão reproduzidas por outras estruturas sociais que, a partir de uma visão marxista, podem ser sancionadas pelo direito.
Como incidem os interesses de cada classe para a formação do sistema jurídico?
Aqui, o direito não é considerado neutro, na medida em que ratifica os interesses dos grupos de poder. Afirma a autora que “a influência preponderante das classes dominantes sobre a legislação se exprime de duas formas. A primeira está relacionada com a configuração da ordem social e econômica, descrita no ordenamento jurídico. [...] Em segundo lugar, o direito moderno protege os interesses dos mais fortes através da proteção da propriedade privada.”
Qual a influência da classe social para a aplicação do direito?
Pode-se analisar essa influência sob dois aspectos: o do acesso ao sistema jurídico, que tem níveis diferentes de acordo com a classe social ocupada pelo indivíduo, e o do tratamento pelo sistema jurídico, o qual refere que a atuação dos órgãos do Estado favorece, em geral, membros das camadas superiores, contrariando, desse modo, a igualdade prometida pelo sistema jurídico.

Continue navegando