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Proteção do CDP e procedimentos conservadores

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09/02
Proteção do complexo dentino-pulpar e tratamentos conservadores da polpa 
- o tecido pulpar
- o tecido dentinário
A doença cárie é o que mais agride o complexo dentino-pulpar, mais até mesmo que fraturas. Pela carie ser multifatorial, dificulta seu combate. O segundo fator que causa agressão ao complexo dentino-pulpar é o traumatismo.
O próprio preparo cavitário pode causar danos a dentina e polpa, pelo aquecimento da broca durante o preparo. Para levar o tecido pulpar a uma necrose, é necessário somente elevar a temperatura em 5ºC.
Quando se corta dentina > Corta odontoblastos (por conta dos prolongamentos odontoblasticos nos túbulos dentinários).
Os produtos mais tóxicos para o tecido pulpar são:
- Sistema adesivo
- resina composta
Ambos pela presença de Bis-GMA
Proteção do Complexo Dentino-pulpar
- proteger o complexo detino-pulpar de agressão e danos;
- manter a vitalidade da dentina e da polpa;
- inibir o processo carioso;
- estimular a formação de dentina reparadora;
Dentina primaria: depositada durante a formação do dente na odontogenese. 
Dentina secundaria: depositada em resposta a uma serie de estímulos fisiológicos, como forças que ocorrem durante a mastigação (geralmente reduz a câmara pulpar).
Quando a cárie começa a agredir a dentina, indo em direção a polpa, os prolongamentos odontoblasticos recuam e os túbulos dentinarios daquela região são obliterados por cálcio, formando uma dentina mais mineralizada, para impedir a entrada de bactérias. A dentina formada é chamada dentina esclerosada.
A dentina terciária diminui o volume da câmara pulpar de forma desigual. A dentina esclerosada é a pior dentina para adesão, pois as fibrilas colágenas foram praticamente substituídas por cálcio. 
Causas de injuria ao Complexo dentino-pulpar
- lesão de cárie;
- preparo cavitário;
- materiais restauradores;
- traumatismo dentário;
Proteção do Complexo dentino-pulpar
Conjunto de procedimentos operatórios que consistem na aplicação de materiais odontológicos específicos, denominados de agentes protetores, no assoalho cavitario em dentina ou diretamente sobre o tecido pulpar que sofreu exposição a fim de manter a integridade da polpa.
Proteção pulpar indireta: agente protetor é colocado ainda em uma camada de dentina (paredes de fundo e do preparo cavitario), o contato é feito pelos tubulos dentinarios. Visa proteger de injurias, minimizando irritações já instaladas ou que venham a se instalar, manter a vitalidade pulpar, inibir a carie, reduzir microinfiltração e estimular formação de dentina esclerosada, reacional e/ou reparadora. 
- proteção pulpar indireta
- tratamento expectante
Proteção pulpar direta: caracteriza-se pela aplicação de um agente protetor diretamente sobre o tecido pulpar exposto, com a finalidade de manter sua vitalidade. São executadas para promover o restabelecimento da homeostasia do tecido pulpar, estimular o desenvolvimento de dentina terciária e proteger a polpa de irritações posteriores.
- capeamento pulpar
- curetagem 
- pulpotomia
Tratamentos conservadores da polpa
São tratamentos que visam promover a manutenção da homeostasia pulpar, evitando tratamentos mais radicais como a biopulpectomia.
Diretos: capeamento pulpar, curetagem pulpar, pulpotomia.
Indiretos: tratamento expectante proteção pulpar indireta.
Fatores que orientam a escolha do material para proteção pulpar:
1º material restaurador;
2º profundidade da cavidade;
3º idade do paciente;
4º qualidade do tc. Dentinário remanescente;
Idade do paciente:
 % polpa jovem: mais permeável, menos dentina secundaria e terciária;
& polpa idosa: menos permeável, mais dentina secundaria e terciária;
Quanto mais próximo chegamos da polpa, mais permeável é o CDP, pelo diâmetro de seus túbulos.
16/03 
Materiais à base de Hidróxido de Cálcio 
São materiais biocompativeis que protegem o complexo dentino-pulpar contra agressões e danos, proporcionando condições para a manutenção ou recuperação da saúde desses tecidos e consequentemente do órgão dentário.
São considerados os melhores materiais para proteção do complexo dentino-pulpar.
São indicados para cavidades profundas, muito profundas e com exposição pulpar.
São os únicos materiais que induzem a formação de uma barreira de dentina.
Ponte de dentina: formada pelo Ca(OH)2 para proteger a polpa que foi exposta.
Uma vez que as células ectomesenquimais são estimuladas a se diferenciar e produzir uma nova dentina, é formada uma pré-dentina, que será mineralizada para formar a dentina como conhecemos.
Barreira de dentina ou ponte dentinária: 
- fornece proteção tecidual,
- é um sinal de homeostasia (vitalidade e saúde pulpar),
- estimulo à formação de dentina reparadora,
Diferentemente do Ca(OH)2, o sistema adesivo não induz a diferenciação de células ectomesenquimais em odontoblastos, ou seja, não forma barreira de dentina. Mas também não causa dor no paciente, então aparentemente não está causando danos, mas depois de algum tempo, o paciente tem uma necrose do tecido pulpar.
Quando o Bis-GMA entra em contato com a polpa, por osmose as células começam a perder água, para igualar as concentrações, pois o Bis-GMA cria uma zona hiperconcentrada. Essa perda de água acaba causando necrose das células. Após isso, o sistema imune envia macrófagos para a região para fazer a “limpeza”, porem os macrófagos não conseguem fagocitar as moléculas de Bis-GMA, causando apoptose celular, iniciando uma cadeia de morte celular de vários macrófagos,até que haja uma necrose de todo o tecido pulpar.
Hidróxido de cálcio: 
- bactericida,
- bacteriostático,
- altamente alcalino,
O pH alcalino do Ca(OH)2 necrosa as primeiras camadas de células da polpa, ao detectar essa alteração, o sistema imune do individuo envia macrófagos para fazer a limpeza daquela área onde ocorreu alteração, após isso, os macrófagos estimulam os linfócitos para migrar para aquela área e eles estimulam a diferenciação das células ectomesenquimais em odontoblastos, os odontoblastos produzirão uma nova dentina, que protegerá o tecido pulpar.
Lembrando que o Ca(OH)2 é limitado, ou seja, após a necrose das primeiras camadas ele vai perdendo seu efeito, vai sendo eliminado pelo organismo. 
- estimula a produção de dentina reparadora
- isolante térmico
- compatível com todos os materiais restauradores
- atua por contato com o tecido
- efeito hemostático
- neutraliza a acidez da cavidade causada pelos microorganismos
- biocompativel
Desvantagens: 
- solúvel em água,
- não possui adesão,
- deve sempre ser protegido por outro material pois não possui boas propriedades mecânicas,
- baixo tempo de presa
- difícil aplicação
 
Combinações de Ca(OH)2:
Pó de Ca(OH)2 + água destilada ou soro fisiológico
Solução de Ca(OH)2
Suspensão de Ca(OH)2 
Pasta de Ca(OH)2 
Solução de Ca(OH)2
Consiste no pó de hidróxido de cálcio misturado com água destilada ou soro fisiológico. Empregado para limpeza de toda cavidade após o procedimento operatório. Faz a hemostasia do tecido pulpar.
Suspensão de Ca(OH)2
Consiste na porção superior da água de cal. É empregado da mesma forma e para mesma função da solução.
Pasta de Ca(OH)2
Consiste na porção inferior da solução de Ca(OH)2, é usado para curativo inter-seções em endodontia, é usado para proteção pulpar em cavidades profundas e muito profundas com exposição pulpar.
Nessas três formas de utilização, não há reação química entre os componentes que induza a uma reação de presa do material.
Cimento de Ca(OH)2
É um material industrializado, não é hidróxido e cálcio puro e os puros são muito mais efetivos. Não pode ser colocado diretamente sobre a polpa, pois tem vários outros componentes que não são biocompativeis. Proteção pulpar INDIRETA. Apresenta reação de presa.
CIMENTO DE IONOMERO DE VIDRO
Indicado para cavidades médias, diretamente sobre a parede de fundo da cavidade (pulpar ou axial). Indicado para cavidades profundas e muito profundas somente após o uso de hidróxido de cálcio.PROTEÇÃO PULPAR INDIRETA
Caracteriza-se pela aplicação de um agente protetor nas paredes de fundo do preparo cavitário. É executado em uma única sessão, com exceção do tratamento expectante.
É indicado para todo e qualquer procedimento restaurador que não envolva a exposição do tecido pulpar.
QUAL MATERIAL RESTAURADOR VOU EMPREGAR E QUAL A PROFUNDIDADE CAVITARIA?
	
	AMALGAMA
	 RESINA
	SUPERFICIAL
	X.X
	Acid. Fosfórico + sist. Adesivo + RC
	RASA
	Água de cal + verniz cavit + amalgama 
	Acid. Fosfórico + sist. Adesivo + RC
	MEDIA
	Água de cal + CIV + verniz + amalgama
	Água de cal + CIV + acid. Fosfórico + sist. Adesivo + RC
	PROFUNDA
	Água de cal + cimento de Ca(OH)2 + CIV + verniz + amalgama
	Água de cal + cimento de Ca(OH)2 + CIV + acid fosfórico + sist adesivo + RC
	MUITO PROFUNDA 
	Água de cal + cimento de Ca(OH)2 + CIV + verniz + amalgama
	Água de cal + cimento de Ca(OH)2 + CIV + acid fosfórico + sist adesivo + RC
	EXPOSICAO PULPAR
	Água de cal + pó ou pasta de Ca(OH)2 + cimento de Ca(OH)2 + CIV + Verniz cavitario + amalgama
	Água de cal + pó ou pasta de Ca(OH)2 + cimento de Ca(OH)2 + CIV + acid fosfórico + sist adesivo + RC
 TRATAMENTO EXPECTANTE
É indicado em lesões cariosas muito profundas, com risco de exposição pulpar.
Consiste na remoção parcial do tecido cariado de cavidades muito profundas, evitando a exposição do tecido pulpar que aconteceria invariavelmente se fosse realizada a remoção total do tecido cariado.
Indicações e requisitos:
Lesão de carie profunda ou muito profunda sem exposição pulpar, em que a remoção total do tecido pode levar a exposição pulpar;
Ausência de registro de dor espontânea, presente ou passado;
Ausência de sensibilidade a percussão horizontal e vertical atribuível a problema pulpar;
Ausência de sinais radiográficos periapicais indicativos de lesão de origem pulpar;
Ausência de sinais radiográficos como reabsorção dentaria e comunicação do tc cariado com a polpa;
1ª Sessão (procedimento técnico-operacional): 
- Isolamento relativo do campo operatório;
- Remoção parcial do tc cariado sem anestesia;(paredes circundantes, paredes de fundo)
- Analise da sensibilidade dolorosa como guia para cessar a remoção do tecido cariado.
- Limpeza da cavidade com solução de Ca(OH)2
- Proteção do CDP com pasta de de Ca(OH)2
- Selamento provisório da cavidade com CIV
- 45 a 60 dias de espera
2ª sessão:
- Radiografia interproximal para confirmação da formação da barreira de dentina
- Reabertura da cavidade
- Remoção do tecido cariado remanescente
- Restauração definitiva

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