Buscar

Aula 4 - Vigilância sanitária em saúde do trabalhador

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
Vigilância Sanitária em Saúde do Trabalhador
Profº Rodrigo Oliveira
*
*
	Através da Portaria MS/GM n° 3.120 de 1º de julho de 1998, o Ministério da Saúde define a Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) como a ação contínua e sistemática, ao longo do tempo, para detectar, conhecer, pesquisar e analisar fatores tecnológicos, sociais, organizacionais e epidemiológicos relacionados aos processos e ambientes de trabalho, determinando e condicionando os agravos à saúde do trabalhador.
*
*
	A Vigilância em Saúde do Trabalhador tem a finalidade de planejar, executar e avaliar intervenções que eliminem ou controlem seus efeitos deletérios à saúde dos trabalhadores (BRASIL, 1998).
*
*
	A estrutura e organização da Vigilância em Saúde do Trabalhador foram concebidas sob forte influência do modelo operário italiano (ODDONE, 1986), que se distinguiu pela compreensão da vigilância como instrumento de transformação social, pela defesa da descentralização, articulada fortemente com o contexto social e privilegiando a subjetividade e o saber dos trabalhadores (AYRES; NOBRE, 2002; FACCHINI, 1997). 
*
*
	Esta concepção reafirma que, além das condições prévias de vida e saúde, são as cargas de trabalho a que estão submetidos, processos de trabalho insalubres e perigosos, com equipamentos e tecnologias defasadas, altos níveis de ruído, ritmo intenso e movimentos repetitivos, entre tantos fatores, que aumentam os riscos de adoecimento e invalidez dos trabalhadores (FACCHINI, 2005).
*
*
	A utilização de mapas de representação dos riscos ocupacionais foi um importante avanço da legislação trabalhista brasileira em favor da estruturação de planos de prevenção dos danos à saúde dos trabalhadores (FACCHINI, 1993, 1997). 
*
*
	Embora, ajudem a evidenciar as condições perigosas à saúde dos trabalhadores, historicamente escondidas ou dissimuladas pela lógica capitalista da acumulação, os mapas de risco estão limitados ao setor formal privado da economia e principalmente às grandes indústrias.
*
*
	A finalidade indenizatória do sistema de notificação e registro de acidentes e doenças profissionais vigente em nosso país limita sua utilização como sistema de informação em saúde e impede o estabelecimento de sistemas de vigilância e avaliação do estado de saúde dos trabalhadores, dificultando a definição de políticas eficazes de prevenção de riscos ocupacionais.
*
*
A Portaria 2.437 de 7/12/05, que amplia a RENAST (BRASIL, 2005a), define como política prioritária do Ministério da Saúde o desenvolvimento do Sistema de Informação sobre Acidentes e Doenças Ocupacionais. De acordo com a portaria, o sistema tem o objetivo de implementar as ações de atenção integral à saúde dos trabalhadores (promoção, prevenção, assistência e reabilitação), vigilância sanitária para transformação dos ambientes de trabalho e comunicação de massa para a sensibilização dos profissionais do SUS e da sociedade em geral na luta contra a sub-notificação e difusão de informações em saúde do trabalhador.
*
*
	Na mesma perspectiva, a Portaria 777/04 aponta para o desenvolvimento de um sistema de vigilância em saúde do trabalhador, que alcance, através do SUS, uma parcela importante dos trabalhadores excluídos do sistema CAT. 
*
*
	Acidentes de trabalho graves (mortes, mutilações, trabalho infantil e exposição a material biológico); perda auditiva induzida por ruído (PAIR); lesões por esforços repetitivos (LER/DORT); pneumoconioses; dermatoses ocupacionais; intoxicações exógenas (substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados); transtornos mentais relacionados ao trabalho e câncer relacionado ao trabalho foram definidos como eventos sentinela a serem notificados e acompanhados pela rede de serviços do SUS, através de protocolos específicos (BRASIL, 2004).
*
*
	Em setembro de 2002 foi instituída a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador - RENAST, através da Portaria MS 1679/02, que trata de uma rede hierarquizada em três níveis de gestão (Ministério da Saúde, Secretarias de Estado, Distrito Federal e Secretarias Municipais de Saúde) visando romper a fragmentação e marginalidade da Saúde do Trabalhador e criando uma cultura institucional sanitária frente aos problemas decorrentes da relação saúde, trabalho e meio ambiente.
*
*
CENTRO DE REFERÊNCIA ESTADUAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR – CEREST
	Pólos irradiadores, da cultura da produção social das doenças, a partir da explicitação da relação entre processo de produção e processo saúde/doença, assumindo a função de suporte técnico e científico, deste campo do conhecimento, junto aos profissionais de todos os serviços do SUS.
	
*
*
O QUE FAZ 
	Tem seu objeto de trabalho centrado na busca de identificação e eliminação dos riscos existentes nos ambientes de trabalho. Desta forma, pode atuar através da realização de pesquisa, busca e sistematização de informações em saúde, inspeção nos ambientes de trabalho, articulação da assistência à saúde para portadores de agravos e doenças relacionados ao trabalho e na promoção da educação em saúde relacionada às atividades dos trabalhadores. 
*
*
ATRIBUIÇÕES
Programar, coordenar, orientar, propor e elaborar normas, planejar, executar, supervisionar, avaliar e controlar as ações de Vigilância Sanitária relacionada à fiscalização dos ambientes de trabalho e dos agravos à saúde do trabalhador; 
Manter inter-relações com as demais Gerências, objetivando maior integração dos serviços; 
Promover intercâmbio técnico e científico com outros Órgãos; 
Orientar, controlar, avaliar as ações municipalizadas e regionalizadas, relativo a implantação / implementação das ações na área de vigilância em saúde do trabalhador; 
*
*
FISCALIZAÇÃO 
	Contemplam diferentes ramos produtivos tais como: Calçados, Artefatos de fibrocimento, Laminados e Compensados em Madeira, Esquadrias de alumínio, Produtos cerâmicos, têxtil e confecções, reciclagem e Abatedouros/Frigoríficos. 
	Em todas as ações realizadas são apontadas às irregularidades através da lavratura dos autos de intimação e/ou infração sanitária, impetrando prazo para devida regularização. 
*
*
	Desde a criação do Centro de Vigilância Sanitária, Saúde do Trabalhador se constitui em foco de interesse quando, pelo Decreto 26.048 (15out86), estão preconizadas, enquanto atribuições da Divisão Técnica de Vigilância Sanitária de Ações sobre o Meio Ambiente, "o controle dos efeitos na saúde individual ou coletiva decorrentes do processo produtivo, no ambiente de trabalho ou fora dele" e "emissão de pareceres técnicos" (Art.12). 
*
*
	Três anos depois, é criada a Divisão de Vigilância Sanitária do Trabalho pelo Decreto 30517 (2out89), com a transferência para o CVS da Divisão de Higiene e Segurança do Trabalho da Secretaria de Relações do Trabalho. Nessa mesma oportunidade, são criados três grupos técnicos para o desenvolvimento de atividades visando o cumprimento das seguintes atribuições:
*
*
	I - integrar-se aos órgãos de planejamento, administração e de prestação de serviços da Secretaria, na implantação e execução do Programa de Saúde do Trabalhador; II - estudar, planejar, supervisionar e controlar as atividades de Vigilância Sanitária referentes às ações sobre o ambiente de trabalho;
*
*
	Logo a seguir, com o Decreto 32896 (31jan91), os grupos técnicos tiveram sua denominação alterada para: Grupo Técnico de Análise de Risco, Grupo Técnico de Apoio Operacional e Grupo Técnico de Saúde Ocupacional.
*
*
	Posteriormente, na esfera federal, com a Portaria 3120 (1jul98), é aprovada a "Instrução Normativa de Vigilância em Saúde do Trabalhador no SUS", que, além de conceituar Vigilância em Saúde do Trabalhador, explicita seus objetivos, estratégias e metodologia para ação.
*
*
	"Ações destinadas à promoção e proteção à saúde do trabalhador submetido aos riscos e agravos advindos dos processos
e ambientes de trabalho" estão incluídas nas ações de vigilância sanitária, conforme preconizado na Portaria MS/GM 1565 (26ago94) que define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e sua abrangência, esclarece a competência das três esferas de governo e estabelece as bases para a descentralização da execução de serviços e ações de vigilância em saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando