Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ética e Cidadania I Aula 06 As principais teorias éticas e suas implicações: Deontologia e Teleologia Profª. Marineide de Oliveira Aranha Neto Universidade Presbiteriana Mackenzie. 2015 O QUE TORNA UMA AÇÃO MORALMENTE CORRETA? Teorias Ético-normativas – Ética Deontológica e Ética da Virtude Ética Deontológica – (grego) “deon” = “obrigação” Concentra-se nas ações morais certas ou erradas e em leis morais, considerando que essas ações são intrinsicamente certas ou erradas independente de suas consequências. Defende que a ação moral deve ser feita por si mesma. Ética da Virtude – Concentra-se na natureza e na formação de uma boa pessoa e na disposição e traços de caráter que a constituem. Nessa perspectiva, boa pessoa é aquela que age adequadamente, como um ser humano deve agir. Ética Deontológica Considera que o ser humano possui valor intrínseco em si mesmo e portanto, não deve ser considerado como meio para obtenção de um fim. Em toda ação moral podemos distinguir: 1 – Motivação – razão pela qual alguém age. 2 – Intenção – aquilo que realmente executa. 3 – Meio – maneira pela qual o agente propositalmente executa sua intenção. 4. Consequência – situação produzida. Fins não justificam os meios, portanto, é correto avaliar o valor moral do ato, tanto pelos fins como pelos meios, porém, O mais importante é a intenção. A moral • Moral deontológica: A ação que obedece apenas ao dever, porque só a obediência ao dever torna o ser humano livre. • Moral Teleológica: Baseia-se na utilidade das ações para o bem estar e para aliviar o sofrimento das pessoas. Ação moral é aquela que produz maior bem estar ao maior numero de pessoas. Deontologia da Regra Maior defensor: Immanuel Kant. Noção de Imperativo categórico (IC): Regra moral universalizável. Cerne da ética deontológica. • IC1 - Aja apenas de acordo com uma máxima tal (i.e., um princípio) que você possa ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal. • IC2 - Aja de modo que você use a humanidade, quer em sua própria pessoa ou na de outrem, sempre e simultaneamente como um fim e nunca como um meio. • IC3- Aja apenas de modo que a vontade por meio de sua máxima possa considerar a si mesma ao mesmo tempo legisladora universal tal que, ao executar o ato, o agente siga a lei de maneira autônoma. Deontologia da Regra • IC1 - O imperativo categórico expressa o principio da coerência – igualmente imposta sobre todas as pessoas, em todos os tempos e em situações relativamente similares. • IC2 – implica não ser tratado unicamente como meio para o fim – afirmação da dignidade humana. • IC3 – Expressa o principio de autonomia moral – “senso do dever” – ação moral deve ser feita em função da obrigação. • O agente moral age moral age como ser racional ao tratar sua vontade como legisladora da ação moral: ação esta realizada pelo simples respeito à obrigação moral. Boa vontade - Kant • Não é possível conceber coisa alguma no mundo, ou mesmo fora do mundo, que sem restrição possa ser considerada boa, a não ser uma só: uma boa vontade.” (Kant, 1964, p. 53) • Boa vontade é a vontade que age com uma única intenção: cumprir o dever pelo dever. É uma vontade autônoma, livre e racional. Ética Teleológica - da Virtude • A ética da virtude (grego) areté – “virtude”. Enfoca as finalidades (fins) e os objetivos da ação moral. • Linhagens: Aristóteles, Platão, Tomás de Aquino, etc. • Atenta para o que é uma pessoa boa e como uma pessoa boa é desenvolvida, enfatizando a comunidade e os relacionamentos. • Foca o bem viver e alcance de excelência e experiência como ser humano, ou seja, no desenvolvimento da boa pessoa e boa vida, sendo que as virtudes são traços de caráter que capacitam as pessoas a alcançar a felicidade. • Felicidade: Estado de bem estar, excelência e experiência de vida. Ética da Virtude • É teleológica por natureza. • É uma ética prudencial – uma vez que seus critérios básicos são selecionados com o olhar voltado para o futuro. A qualidade boa ou má de uma ação, depende, aqui, do fim bom ou mau que se espera que ela produza. As decisões são avaliadas pelas consequências que podem ser esperadas como resultado. Ética Teleológica - da Virtude A Ênfase está no caráter e no hábito. • Caráter: Soma dos hábitos do individuo. • Hábito: Disposição de pensar, sentir, desejar e agir de certa maneira sem que seja necessário fazer isso conscientemente. • Virtude: É a habilidade que capacita alguém para a excelência na vida. Quatro virtudes cardeais: • Prudência • Justiça • Coragem • Temperança As virtudes Aristotélicas Aristóteles distingue vícios e virtudes pelo critério do excesso, da falta e da moderação. • Vício - um sentimento ou uma conduta excessivos, ou, ao contrário, deficientes; • Virtude - um sentimento ou uma conduta moderados. • As virtudes se referem a traços de caráter que deveriam denotar a boa pessoa. • Critica a essa teoria: não fornece orientação adequada em situações moralmente difíceis. Discussão em grupo • Questões: 1. Dr. Reginaldo é um médico famoso, que pelo seu bom desempenho profissional salvou um grande número de pacientes. De acordo com as perspectivas deontológica e teleológicas, o referido médico praticou uma ação moralmente louvável, quer a intenção fosse ajudar ao próximo, quer fosse alcançar fama e fortuna? Argumentem. 2. A compreensão do grupo acerca da ética aponta para: a Deontologia (intenção - dever), para a Teleologia (fins/ consequência – virtudes do agente moral), ou para uma compreensão integrada de ambas? Justifiquem. Complementariedade das Teorias • As regras morais dão orientação para definir ações morais certas ou erradas. Cada uma tem um foco diferente – a , virtude se concentra no agente; as regras, na ação. • A teoria moral abrangente incluirá elementos de cada teoria, considerando-os elementos básicos. • A Ética Cristã expressa essa complementariedade: Tanto os mandamentos morais quanto as virtudes de caráter possuem valor intrínseco. • Muitos pensadores cristãos ao longo da história têm abraçado essa combinação das teorias deontológica e teleológica da ética da virtude, enfatizando a intenção como mais importante.
Compartilhar