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Análise de poemas

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UFMS/CPAQ – LETRAS/LITERATURA 
TEORIA DA LITERATURA III Profª.Me. ISABEL CRISTINA RATUND
Acadêmicos: Jorge Manoel de Holanda 3° Semestre de 2013
 Vânia Nogueira Ramos
ATIVIDADE: ANÁLISE DE POEMAS
Poema 01) Quarto Soneto De Meditação (Vinícius de Moraes)
Apavorado acordo, em treva. O luar
É como o espectro do meu sonho em mim
E sem destino, e louco, sou o mar
Patético, sonâmbulo e sem fim.
Desço na noite, envolto em sono; e os braços
Como ímãs, atraio o firmamento
Enquanto os bruxos, velhos e devassos
Assoviam de mim na voz do vento.
Sou o mar! sou o mar! meu corpo informe
Sem dimensão e sem razão me leva
Para o silêncio onde o Silêncio dorme
Enorme. E como o mar dentro da treva
Num constante arremesso largo e aflito
Eu me espedaço em vão contra o infinito.
Analise: 
Poema em forma de soneto tradicional, escrito na primeira pessoa do singular com 14 versos composto de dois quartetos e dois tercetos metrificados, decassílabos, esquema ABBA, CDCD,EFE e FGG. Sendo assim, as duas primeiras estrofes compostas de rimas alternadas, a terceira estrofe (terceto) também alternada e a ultima estrofe com rimas misturadas, sendo as duas rimas finais emparelhadas. No poema o Eu poético se compara ao mar, e assim, personifica o mar com características e adjetivos humanos. Na primeira estrofe os adjetivos “louco”, “patético” e “sonâmbulo”, que bem poderiam ser referidos aos homens, são usados para designar o mar revolto, sem “destino” e “sem fim”, sendo isso uma alusão a continuidade do fluxo das águas a percorrer por caminhos incertos. Na segunda estrofe, o Eu poético utiliza a figura da “noite” associada aos “bruxos, velhos e devassos” para dar misticidade ao poema, e, de forma conotativa, propõe ao leitor uma profusão de sentimentos, incertos tais quais o caminho das águas do mar que na “imensidão” do firmamento é açoitado pelo vento”. Na terceira e quarta estrofe deste soneto, a idéia é contínua, e pode bem se associar as palavras “sem destino e louco” 2ª linha da 1ª estrofe, com “Sem dimensão e sem razão” 2ª linha da 3ª estrofe. As orações repetitivas no inicio da terceira estrofe “sou o mar, sou o mar”, 1ª linha da 3ª estrofe,contrasta com a estrofe seguinte onde o Eu poético deixa de “ser” o mar, para se “comparar” ao mar dentro da treva, e se fragmenta na imensidão disforme de seu ser como uma simples onda que se desfaz no infinito.
Aspectos que podem ser realçados nesse soneto: o apelo emocional do poema, o jogo entre o silêncio palpável e o Silêncio (em maiúsculas como que determinando um lugar ou algo), a musicalidade dos versos, o esquema das rimas, as aliterações/assonâncias/gradação (bruxos velhos e devassos), o emprego de ´enjambements´ (e os braços,,,Como ímãs,); antítese (acordo/em/treva); entre outros.
Poema 02) Balada do Rei das sereias ( Manuel Bandeira)
O rei atirou Foram as sereias,
Seu anel ao mar Não tardou, voltaram
E disse às sereias: Com o perdido anel.
– Ide-o lá buscar, Maldito o capricho
Que se o não trouxerdes, De rei tão cruel!
Virareis espuma ...
Das ondas do mar!
O rei atirou Foram as sereias...
Sua filha ao mar Quem as viu voltar?...
E disse às sereias: Não voltaram nunca!
– Ide-a lá buscar, Viraram espuma
Que se a não trouxerdes, Das ondas do mar. 
Virareis espuma
Das ondas do mar!
Analise: 
Poema modernista, com versos curtos e de forte expressão poética pela rima e sonoridade das palavras. Com versos escritos na terceira pessoa do singular, tem a presença de diálogo. Neste poema, voltado para o público infantil o Eu lírico utiliza a repetição sistemática de versos inteiros em cada estrofe, com o propósito claro de deixar marcada a intenção literária. O componente épico não está de todo ausente (a referência ao rei e as sereias). É uma linda narrativa textual que remete ao mundo imaginário da criança e pode ser caracterizado como um conto infantil com componentes discursivo, narrativo e dramático. O rei ao jogar seu anel, zomba das sereias e inconsciente também zomba de seu poder, pois neste contexto o anel é símbolo do seu reinado, portanto do seu poder. Sua arrogância e pretensão, o faz tratar como de pouco valor coisas tão valiosas a tal ponto de jogar sua própria filha ao mar. O texto é profundamente reflexivo no que diz respeito as ações de quem mantém o poder. 
Aspectos que podem ser realçados nesse poema: O texto é rico em sonoridade musical, de linguagem fácil, faz-se uso de frases repetitivas “anáfora” (O rei atirou )-(Foram as sereias) , a fim de dar destaque a ação do rei e marcar a ação das sereias. 
Poema 03) Elegia 1938 (Carlos Drummond de Andrade)
 
Trabalhas sem alegria para um mundo caduco, 
onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais, 
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual. 
Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção. 
À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze 
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas. 
Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra 
e sabes que, dormindo, os problemas de dispensam de morrer. 
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina 
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras. 
Caminhas entre mortos e com eles conversas 
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito. 
A literatura estragou tuas melhores horas de amor. 
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear. 
Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota
e adiar para outro século a felicidade coletiva. 
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição 
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.
Analise: 
No poema, o poeta usa a segunda pessoa do singular para falar de um "mundo caduco", capitalista, sob o domínio da “Grande Máquina” que consome o trabalhador com o frio, falta de dinheiro, a fome e o desejo sexual. É um poema escrito em forma livre, sem preocupação com a rima, a métrica ou mesmo o sentimento poético. O objetivo é unicamente espezinhar a realidade que é injusta, como injusta é ”a guerra, o desemprego e a injusta distribuição”, que do ponto de vista do Eu poético, é apenas aceitável, não restando alternativas. Na segunda estrofe o Eu lírico faz menção da noite como um momento de refúgio contra os problemas sociais que atormentam o ser. O conectivo “Mas”, 3ª linha da 3ª estrofe, salienta que o problema continua, porque existe ainda o “terrível despertar” que torna o homem novamente insignificante ante a Grande Máquina, que simboliza o Sistema Capitalista. O poema termina como começou, melancólico, sem expectativa de mudança, parece haver uma inércia profunda que não permite reação por parte do narrador : "A literatura estragou tuas melhores horas de amor", e sentencia de modo inusitado: "Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição / porque não podes sozinho dinamitar a ilha de Manhattan.". Esta ilha, na cidade de Nova Iorque, é talvez o maior símbolo de capitalismo americano.
 O ano de 1938 é marco de um período de grande desenvolvimento industrial e uma grave crise social e política, que teria como uma das suas decorrências a Segunda Guerra Mundial. A esse quadro o poeta refere-se como um “mundo caduco”.
Aspectos que podem ser realçados nesse poema: Texto de forma culta, linguagem não rebuscada, presença da ironia/antítese (trabalhas/sem/alegria), (sentes calor/e/frio), o uso da hipérbole e metonímia (Heróisenchem os parques da cidade - Coração orgulhoso) metáfora (A literatura estragou tuas melhores horas de amor),entre outros.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CÂMPUS DE AQUIDAUANA
CURSO DE LETRAS
ANÁLISE DE TEXTOS
JORGE MANOEL DE HOLANDA
Aquidauana - MS
JuLho /2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CÂMPUS DE AQUIDAUANA
CURSO DE LETRAS
ANÁNISE DE TEXTOS
JORGE MANOEL DE HOLANDA
ATIVIDADE DE LITERATURA BRASILEIRA III
Trabalho para fins de avaliação referente à disciplina de Teoria da Literatura III, do 3º semestre do curso de Letras pela UFMS – Campus de Aquidauana; sob a orientação da professora ISABEL CRISTINA RATUND.
 
 
Aquidauana
Julho/2013

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