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O design de interiores e a psicologia do ambiente: percepção, signos e transformações 
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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 8, Edição nº 14 Vol. 01 dezembro/2017 
 
 O design de interiores e a psicologia do ambiente: percepção, 
signos e transformações 
 
Suelen Caroline May – suelenmay.arquitetura@gmail.com 
Design de Interiores e Ambientação do Espaço 
Instituto de Pós-Graduação - IPOG 
Belo Horizonte, MG, 15 de Abril de 2017 
 
 
Resumo 
 
O presente artigo expõe a relação entre o projeto de interiores e sua influência no 
comportamento das pessoas, relacionando princípios da psicologia do ambiente com os 
espaços arquitetônicos, por meio da interpretação de seus signos e valores. Para tal, 
inicialmente apresenta-se uma base de argumentação teórica relacionada ao tema seguida de 
um estudo de caso. Como objeto de estudo tem-se uma edificação pública da cidade de Ouro 
Preto, Minas Gerais, onde funciona a Secretaria Municipal de Cultura e Patrimônio (SMCP). 
O local foi escolhido em função do grande número de funcionários e dado o volume e 
complexidade dos serviços executados, além do constante atendimento ao público, contando 
com uma quantidade significativa de usuários temporários; situação característica de 
propensão ao stress. O objetivo é apontar os principais elementos de projeto, e os cuidados a 
serem tomados na elaboração de ambientes mais atrativos e efetivamente produtivos, uma vez 
que, com a materialização de pequenas mudanças físicas é possível atingir uma melhoria 
significativa na qualidade de vida, contribuindo para o bem-estar do usuário. E como 
resultado destaca-se a importância do design de interiores no ambiente, principalmente no 
corporativo, apontando de forma simplificada as consequências de certas escolhas no 
psicológico e reafirmando a necessidade de profissionais adequados e até mesmo da 
multidisciplinaridade. 
Palavras-chave: Psicologia do Ambiente. Interiores Corporativos. Espaços de Trabalho. 
 
 
1. Introdução 
 
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A relação existente entre o homem e o espaço, de um modo geral, é a principal responsável 
pelo comportamento que o primeiro expressa no meio. Isso porque o homem está em 
constante processo de adaptação, e seguindo uma linha Hegeliana, presente também no 
discurso de Okamoto (1996), o ser pensa, sente, age, se relaciona com o espaço; interioriza 
esse ambiente e dialeticamente exterioriza sua interpretação imprimindo personalidade. 
Bestetti (2014, p. 602) diz que “a arquitetura é a arte de construir para atender aos desejos da 
sociedade”, e hoje, mesmo vivendo essencialmente em espaços edificados, a arquitetura, por 
si só não consegue contemplar adequadamente tal temática. É nesse momento que o design de 
interiores aliado a psicologia ambiental se faz essencial, ao ajustar o locus, dando à ambientes 
desejada ambiência. 
A sociedade contemporânea é marcada pela correria do dia-a-dia: o ritmo acelerado das 
atividades, o avanço tecnológico, e a busca incessante pela máxima produtividade. Sendo 
assim, os ambientes de trabalho passam a ser uma espécie de segunda casa, uma vez que, 
gasta-se mais tempo neste local e no deslocamento do que no próprio lar. 
Atualmente, o trabalho está tão arraigado à sociedade que passou a ser considerado parte vital 
do ser. Entretanto, ao projetar uma edificação, principalmente as coorporativas, percebe-se 
que se tornam secundários os sentimentos e as aspirações qualitativas e psicológicas dos 
usuários em detrimento a estética; ou outras vezes opostamente, é feito simplesmente o 
mínimo necessário para o funcionamento físico daquele local. 
De uma maneira geral, o presente estudo mostra resumidamente a importância de alguns dos 
elementos essenciais ao design de interiores na ambientação do espaço construído, tais como 
cor, iluminação, conforto térmico, acústico e ergonomia; que, usados adequadamente, 
extrapolam a estética e aliam-se a melhoria qualitativa dos ambientes. 
Ao apontar como cada elemento influencia na vida das pessoas, gerando sensações e 
percepções diferentes, bem como os cuidados a serem tomados para a elaboração de 
ambientes de trabalho mais atrativos e produtivos efetivamente, se comprova como que com a 
materialização de pequenas mudanças físicas é possível atingir uma melhoria significativa na 
qualidade de vida, contribuindo para o bem-estar do usuário. 
 
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O cotidiano da Arquitetura e, em especial, o de Design de Interiores, envolve 
um incansável aprendizado de relacionar as pessoas ao meio, ou seja, o 
estabelecimento de uma interligação direta entre os princípios conceituais do 
espaço projetado (o que é, qual sua função e a quem se destina), as condições 
plásticas (estéticas) e de conforto, necessárias ao homem para sua 
permanência no lugar. (TAVARES, 2007:1) 
 
2. A inter-relação entre o homem e ambiente corporativo 
 
Hoje, pela intensa compartimentalização das áreas de trabalho e suas múltiplas 
especialidades, muitas vezes é posta de lado a inter-relação entre o homem e o meio. E 
paradoxalmente, elementos que se complementam são trabalhados de forma isolada dentro do 
seu campo de estudo. 
Esse distanciamento de áreas seguido de suas consequências se tornam evidentes nos estudos 
de pós ocupação das edificações, em que, claramente podem ser relacionados o 
comportamento do usuário aos aspectos do ambiente. 
De acordo com Scopel (2015, p. 155) “o ambiente em si e os elementos que o compõem, 
formam um conjunto inseparável que interfere diretamente nas pessoas que nele estão 
inseridas”. Okamoto (2002) ainda diz que o comportamento humano é conduzido por uma 
resposta a percepção do ambiente através de estímulos provocados pelo mesmo. Sendo assim, 
não só o partido arquitetônico, mas também elementos do design de interiores interferem no 
comportamento e nas atividades das pessoas, sendo fatores corresponsáveis também pelo 
conforto, segurança e até mesmo saúde. 
 
2.1. Cor 
Cor é a impressão que a luz refletida ou absorvida pelos corpos produz nos olhos. “A cor 
impressiona a retina, comunica uma ideia e provoca uma reação” (PERRENOUD, 2016) 
Nos primórdios, a cor era restrita aos elementos naturais existentes em cada região. Desde a 
pré-história o homem já coloria seu espaço através dos desenhos das cavernas, com trituração 
de rochas, sementes, sangue, terra, carvão (ossos carbonizados). 
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Na antiguidade, já com outros pigmentos, as cores eram usadas mais por um sentido 
psicológico que estético, em que o simbolismo era de extrema importânciapara aquela 
determinada cultura, raça, ou região geográfica. Para o Egito antigo, por exemplo, o vermelho 
significava sexualidade, poder e energia; o preto: morte e fertilidade; amarelo: a eternidade, 
fazendo referência ao sol e o azul traduzia a verdade, remetendo ao rio Nilo e a abobada 
celeste; enquanto na China, o vermelho era símbolo de espiritualidade positiva e boa sorte, o 
amarelo era a cor mais nobre, e camuflava os maus espíritos e o branco que se relaciona com 
a morte e rituais fúnebres. 
No barroco (final do século XVI), a cor já começa a ser usada com mais intensidade, além de 
luz e sombra. Com a revolução industrial (século XIX) surgem uma variedade maior de cores 
e no modernismo (a partir dos anos 20), graças ao avanço tecnológico, há uma transformação 
no mundo das cores, chegando até os dias de hoje com as múltiplas paletas. 
Quando falamos em cores devemos sempre tem em mente que existem fatores que 
influenciam e definem a escolha das mesmas: fatores fisiológicos (fatores neurais, estado de 
saúde, idade), fatores sociológicos (grupo de referências, estilo de vida, papeis sociais e 
religiosos) e fatores psicológicos (percepção, personalidade). A cor carrega consigo o poder 
de renovação, de gerar bem-estar, refletir um estilo de vida e quando usada com equilíbrio 
transforma ambientes e objetos, além de princípios estéticos, altera a percepção de distância, 
volume e peso. 
As teorias atuais que explicam a percepção das cores estão baseadas em estudos que tem sua 
raiz nas pesquisas de Newton e de Goethe. Isaac Newton trabalhava com a ideia de cor-luz e 
radiação visível, enquanto Johann Wolfgang von Goethe trabalhava com a cor-pigmento 
(tinta). Para Goethe, o estudo da reação humana à cor era a base da psicologia da cor, em que 
ligações eram feitas entre cor, emoção e mente. Exemplo disso, vemos que, quando em 
contato com o vermelho e cores quentes, temos uma atmosfera mais festiva e ativa; em 
contato com o amarelo e seus tons, nos atrai uma atmosfera de aconchego e conforto, 
enquanto em contato com o azul e cores serenas, temos uma atmosfera de tranquilidade. 
Como conclui Farina (1990, p.49) “a cor exerce uma função tríplice: a de impressionar, a de 
expressar e de construir”, e com a compreensão desse princípio, o estudo sobre a aplicação de 
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cores em ambientes de trabalho foi sendo aprimorado e adquirindo relevância, já que, são 
capazes de proporcionar estímulos positivos e satisfação no desenvolvimento das atividades. 
 
2.1. Iluminação e Conforto Térmico 
Os objetos são percebidos pelo homem através da luz, e a luz é também responsável pelo 
desencadeamento de ações biológicas e psicológicas no homem. Segundo Fonseca (2000, p. 
29) “a luz influencia o controle endócrino, o relógio biológico, o desenvolvimento sexual, a 
regulação de estresse e a supressão da melatonina, além de proporcionar um dinamismo no 
ambiente pelas tonalidades diferentes no decorrer do dia.” 
Ambientes de trabalho devem ser planejados aproveitando ao máximo a iluminação natural, 
não só por motivos sustentáveis de economia de energia, mas também porque as pessoas 
apresentam um desempenho melhor com a luz natural. 
Tanto a cor quanto a quantidade de luz, e o local onde ela incide deve estar adequada à 
situação e ao espaço. Estudos comprovam que a deficiência de luz causa cansaço visual e lesa 
o rendimento da equipe, prejudicando mais uma vez a saúde física e mental. 
Um planejamento adequado do uso de cores no ambiente de trabalho, 
aplicando-se cores claras em grandes superfícies, com contrastes adequados 
para identificar os diversos objetos, associado a um planejamento adequado 
de iluminação, tem resultado em economia de até 30% no consumo de 
energia e aumentos de produtividade que chegam a 80 ou 90%. (IIDA, 1992, 
p. 19) 
 
A luz também pode estar atrelada ao conforto térmico, seja pela incidência de luz solar ou 
pelo uso da luz artificial. Todo ambiente deve ser observado antes de ser projetado para que 
use a iluminação a seu favor ao longo do dia e do ano, além de ser pensada qual a função 
daquele local e o que ele deve transmitir. Se a sensação desejada for de relaxamento, 
aconchego e intimidade, a luz em tom amarelo cumpre esse papel perfeitamente, agora, se o 
objetivo é o desempenho de funções que exijam raciocínio e atenção, o ideal é a luz branca, 
que além de despertar a pessoa tem um aspecto mais frio e estimulante. 
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Conforto térmico vai muito além de iluminação; pode se associar a técnica construtiva, 
materiais de revestimento de teto, piso e parede, objetos, texturas e cores, ventilação e 
umidade. Cada caso deve ser analisado para atingir com sucesso o objetivo desejado, e cabe a 
arquitetura oferecer as condições térmicas compatíveis ao conforto térmico humano no 
interior da edificação. 
 
2.3. Ergonomia 
De acordo com Couto (1995) a ergonomia é um conjunto de ciências e tecnologias que tenta 
trazer a adaptação de forma confortável, adequada e produtiva entre o homem e seu trabalho; 
essencialmente, procurando adaptar as condições de trabalho às características do ser. 
Conforme Wisney (1994) os conceitos de ergonomia, inconscientemente, vêm sendo 
aplicados desde a pré-história quando o homem tentava adaptar suas ferramentas às 
necessidades. Com as transformações sócio-econômicas e com o avanço da tecnologia o 
estudo da ergonomia se torna mais frequente, e está diretamente ligado ao trabalho, já que 
desenvolve equipamentos e meios com a finalidade de organizar e facilitar as atividades e o 
dia-a-dia do ser humano. 
Além de contribuir na coordenação positiva do trabalho, a ergonomia “tem como objetivos, as 
intervenções e projetos que visem melhorar de forma integrada, a segurança, o conforto, o 
bem-estar e a eficácia das atividades humanas”. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
ERGONOMIA, 2001). 
Também está associado à salubridade e segurança. Locais inadequados ergonomicamente 
para o trabalho fazem com que o trabalhador produza menos e corra riscos de acidentes. Ao 
estar em um ambiente seguro, bem dimensionado e bem projetado para o exercício daquela 
função, o usuário tende a ficar mais confiante, e por consequência seu desempenho é mais 
bem-sucedido. 
 
2.4. Conforto Acústico 
O conforto acústico é condição essencial para o bom desenvolvimento de qualquer trabalho. 
“A ausência de conforto acústico condiciona fortemente a saúde e a produtividade do ser 
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humano. Condições acústicas desfavoráveis acarretam alguns problemas como: dificuldade de 
comunicação, irritabilidade e efeitos nocivos à audição”. (SCOPEL, 2015, p.165) 
Segundo Jones (1996) o barulho estressante causa irritação e frustração, agrava o mau humor, 
afetaa percepção visual e diminui a capacidade de aprendizado. 
Tanto Scopel quanto Jones discorrem sobre o impacto negativo do som e suas consequências 
no ambiente corporativo. Empresas que percebem isso investem na qualidade acústica 
fazendo com que seus funcionários produzam mais, se mantenham atentos e concentrados, 
evitando assim situações de stress. 
Como analisa Holtz (2010), “edifícios corporativos são grandes aglomerações de pessoas e 
equipamentos, com um fluxo enorme de troca de informações, com situações muitas vezes 
difíceis e estressantes” e cabe ao projeto acústico trazer conforto e permitir a convivência 
dentro destes espaços de forma agradável e eficaz. 
 
3. Estudo de Caso e Contextualização 
Como estudo de caso da inter-relação entre meio e homem foi utilizada uma edificação 
pública da cidade de Ouro Preto – MG que funciona com a sede da Secretaria Municipal de 
Cultura e Patrimônio (SMCP). O objeto foi escolhido em função do grande número de 
usuários do local, compostos pela equipe técnica da Secretaria e o atendimento ao público em 
geral. Além disso, o volume e complexidade dos serviços executados, em meio a essa 
população oscilante, tornam ainda mais relevante a necessidade de um estudo apurado sobre o 
projeto de interiores desta edificação, já que, se trata de um ambiente despreparado para o uso 
que recebe, ocasionando uma situação característica de propensão ao stress. 
O prédio conhecido também por Casarão Rocha Lagoa, é um sobrado setecentista, inserido no 
perímetro de tombamento do Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Ouro Preto, que serviu 
de residência da tradicional família Amaral e Rocha Lagoa perdurando o uso pelos herdeiros 
até o século XX. 
O imóvel foi doado à prefeitura do município em 1977, e a proprietária da época, uma das 
herdeiras do coronel Teixeira Amaral, ainda ressalta que o prédio só poderia ser destinado ao 
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uso relacionado a cultura, caso contrário, a doação seria revogada. Nesse primeiro momento, 
recebeu em suas instalações Biblioteca Pública Municipal e o Liceu Municipal de Música. 
Senhora Marina (...) mostra claro interesse em fazer valer à vontade se seu finado 
marido: transformar a residência de Teixeira Amaral (e depois dos Rocha Lagoa) em 
local de utilidade pública, passando-a para o município. Este intento foi condição 
primeira para doação, caso contrário, a mesma seria revogada. A Senhora Marina 
ainda salienta que o “imóvel só pode receber destinação de finalidade cultural”. 
(PREFEITURA MUNICIPAL DE OURO PRETO, 2012) 
 
A edificação passou por processos de restauração em 1977 e em 2010, neste mesmo ano foi 
construído um anexo para abrigar uma cozinha e dois sanitários para a instalação da 
Secretaria Municipal de Patrimônio e Desenvolvimento Urbano, atual Secretaria Municipal de 
Cultura e Patrimônio (SMCP). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 01: Casarão Rocha Lagoa 
 Fonte: Acervo pessoal do Luiz Fontana. 
 
Como característica comum ao município de Ouro Preto, a edificação está implantada em um 
terreno de topografia acentuada, em aclive, se destacando na paisagem pelo vasto jardim 
escalonado que possui aos fundos. 
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Volumetricamente possui três pavimentos, sendo os dois primeiros em maior parte 
construídos em alvenaria de pau-a-pique e tijolo cerâmico, e o segundo pavimento em tijolo 
cerâmico e tabique. Os dois primeiros pavimentos não possuem afastamento frontal seguindo 
a tipologia de face de quadra existente, já o segundo pavimento apresenta um pequeno recuo 
frontal. As fachadas são na cor branca e esquadrias de madeira pintadas de azul, com janelas 
tipo guilhotina com a caixilharia também em madeira e vedação em vidro translúcido e 
bandeiras treliçadas estilo muxarabiês. O revestimento do piso em grande parte é feito em 
tabuado de madeira e alguns pontos do térreo em piso em seixos de pedra fincada, as paredes 
internas são pintadas na cor branca. Já o teto, possui forro em madeira no modelo saia-e-
camisa pintado na cor branca com pé-direito elevado no primeiro pavimento, e telhado 
colonial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 04: Piso em seixos de pedra 
Figura 02: Casarão Rocha Lagoa Fonte: Acervo pessoal do autor, 
Fonte: Acervo pessoal do autor, Abril. 2017. Fevereiro. 2017 
 
 
 
Figura 03: Janela guilhotina com bandeiras treliçadas 
Fonte: Acervo pessoal do autor, Abril. 2017 
 
 
Internamente, com sua função de prédio público, o edifício se divide basicamente em 
recepção, arquivo, cinco departamentos e a sala do Secretário que funciona como uma espécie 
de diretoria, abrangendo hoje um total de 24 funcionários diretos, ocupando apenas os dois 
pavimentos superiores. 
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Além deste número, diariamente a SMCP recebe um fluxo considerável de pessoas em sua 
recepção, que entram e permanecem por pouco tempo no local, tempo necessário de se 
informarem ou protocolarem documentos, enquanto outros permanecem por um período 
maior estando em reunião em algum dos setores, e estas podem acontecer simultaneamente 
em mais de um departamento, o que gera uma população flutuante grande e que reflete de 
forma direta nas atividades e no desenvolvimento dos funcionários. 
 
4. A transformação dos espaços de trabalho: psicologia versus arquitetura 
4.1. Diagnóstico 
A princípio, foi utilizado como base a avaliação de pós ocupação do Casarão Rocha Lagoa, 
realizada por Paixão (2015), e que visava à análise qualitativa do ambiente de trabalho do 
ponto de vista dos funcionários, relacionados ao conforto térmico, iluminação, ventilação e 
ruído. Os dados confirmam o quão importante para o ambiente é a implantação correta da 
edificação, técnica construtiva e elementos de vedação, entretanto, evidencia também, como o 
design de interiores pode fazer diferença no bem-estar do usuário. 
Em análise qualitativa feita por meio do levantamento da percepção dos usuários em relação 
ao seu ambiente de trabalho, realizada pelo estudo citado e a partir da observação in loco dos 
ambientes, é possível averiguar que mesmo havendo uma tentativa de adaptação da edificação 
para o atual uso (ao transformar uma unidade residencial de tipologia do século XVIII em 
uma edificação institucional), não foi possível alcançar de forma qualitativa o conforto 
almejado do ambiente e de seus usuários. 
Através da implantação do mobiliário de escritório, limitando os Departamentosde trabalho 
aos compartimentos internos já existentes na edificação, o ambiente corporativo foi criando 
forma. Houve a substituição dos lustres originais por pendentes com utilização de lâmpadas 
fluorescentes compactas e canaletas com lâmpada fluorescente tubular. A estrutura física 
construtiva do casarão se manteve conforme original, não havendo nenhuma adaptação para 
os sistemas de vedação, nem alteração de cores internas personalizando o espaço ou de 
materiais. 
De acordo com Paixão (2015) a edificação, em seus ambientes de trabalho, não se mostra 
confortável termicamente. Na percepção dos usuários do primeiro pavimento há relativo 
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conforto em relação à temperatura no período de verão, porém no período de inverno o 
ambiente é muito desconfortável, enquanto que no segundo pavimento, a maior parcela dos 
usuários se sentem desconfortáveis nos dois períodos, como pode ser visto no gráfico a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 05: Gráficos de sensação térmica dos usuários do casarão Rocha Lagoa 
 Fonte: Ana Paula Paixão, nov. 2015. 
 
Quanto ao conforto lumínico, toda a edificação mostra um desempenho insatisfatório com 
relação à iluminação natural, pois, mesmo com tantas aberturas nas fachadas, devido a 
tipologia das esquadrias e da ação do vento com ventilação cruzada excessiva, não é possível 
um grande aproveitamento a luz do sol, se fazendo necessário o uso de luz artificial durante o 
dia e em praticamente todo o ano. 
 
 
 
 
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 Figura 06: Gráficos de conforto lumínico natural, pelos usuários do casarão Rocha Lagoa 
 Fonte: Ana Paula Paixão, nov. 2015 
 
Ao se falar em iluminação artificial, essa também é motivo de estudo e análise. Ainda 
segundo Paixão (2015), a maioria dos usuários sentem-se desconfortáveis com as lâmpadas 
desligadas, sendo necessária sua utilização ao longo do dia a fim de melhorar a qualidade do 
ambiente de trabalho no quesito iluminação. 
Entretanto, com análise in loco, é perceptível que as salas de trabalho do segundo pavimento, 
em que 89% dos entrevistados sentiam maior conforto ao utilizar a iluminação artificial se dá 
pelo fato de estarem em um ambiente de pé direito baixo (2,45m de altura), por terem um 
número maior de lâmpadas instaladas na extensão do teto, e sendo essas de modelo tubular. 
Enquanto no primeiro pavimento, o desconforto ainda existe mesmo com as lâmpadas ligadas 
em função do pé direito elevado (4m de altura), a sala com maior área (32m²) ter um único 
ponto de iluminação artificial centralizado, feito pelo pendente com 4 lâmpadas fluorescente 
compacta, e se tornar difícil a utilização de luminárias articuladas nas mesas, de forma 
individual, por ausência de tomadas próximas e superlotação dos nobreaks de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 07: Iluminação da sala com pé-direito elevado – pendente 
 com fluorescente compacta. 
 Fonte: Acervo pessoal do autor, Abril. 2017. Foto 08: Iluminação das salas com pé- 
 direito baixo – fluorescente tubular 
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 Fonte: Acervo pessoal do autor, 2017. 
 
De acordo com Scopel (2015) grande parte da fadiga relacionada ao trabalho está ligada à má 
iluminação nos ambientes, que causam uma sobrecarga na visão. 
Quanto à acústica a percepção não foi muito diferente, mais de 50% dos usuários acham 
desconfortável a situação de trabalho em função do ruído. Isso acontece, principalmente, 
devido à ausência de setorização física mais eficaz. 
Hoje a SMCP, com seu modelo de escritório aberto e sem possibilidades de expansão do 
espaço físico, não possui sala de reuniões, tão pouco uma recepção que suporte o volume de 
pessoas. Diariamente há a necessidade de se reunir com pessoas externas ao Departamento 
específico de trabalho, e sem haver um local adequado essas reuniões ocorrem no mesmo 
ambiente em que outras pessoas estão trabalhando. Tal situação acaba por gerar um 
desconforto tanto para a pessoa que vem de fora e que se intimida diante outras que estão no 
mesmo ambiente, mas não compartilham da sua necessidade, quanto para os funcionários que 
estão ali e têm a concentração interrompida, e por consequência, o rendimento de trabalho e 
produtividade diminuídos, além de propensão ao stress. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 09: Mobiliário tipo escritório aberto. 
 Fonte: Acervo pessoal do autor, Abril. 2017 
 
Quanto à ergonomia do local, os mobiliários atendem parcialmente às necessidades. As salas 
contam com mesas em madeira revestidas em fórmica de cor clara e tamanho 
consideravelmente adequado ao uso, possibilitando ter o computador e pranchas de projeto 
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relativamente abertas nas mesas; cadeiras com rodízio e ajuste de altura e braços em todos os 
departamentos. Entretanto, a edificação não comporta o volume de material que precisa ser 
arquivado e em uso temporário de forma adequada, sendo assim, caixas são empilhadas ao 
longo das paredes, antes vazias, e nas mesas de cada funcionário. 
Com a ausência de planejamento, tal situação proporciona uma grande poluição visual, 
aparência de caos e desordem no ambiente de trabalho, sem falar no transtorno ocasionado 
pela dificuldade de se localizar determinado material, uma vez que, o mesmo acaba tendo 
diversas possibilidades de destino, acarretando grande perda de tempo ao procurar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 10: Acúmulo de material nas mesas de trabalho. Figura 11: Empilhamento das caixas em local vazio. 
 Fonte: Acervo pessoal do autor, Abril. 2017 Fonte: Acervo pessoal do autor, Abril. 2017 
A circulação entre os ambientes é muito comprometida, ilustrando essa situação temos o 
acesso entre a recepção do prédio público e o interior da edificação, isso acontece pela 
barreira feita por equipamentos de trabalho mal setorizados. O arquivo também possui 
corredores estreitos dificultando sua utilização por mais pessoas simultaneamente, mobiliário 
extremamente comprometido colocando em risco a segurança dos funcionários ao manuseá-
los devidoo sobrepeso e danos físicos ocasionados pelo mesmo. Além do exposto, o ambiente 
é insalubre mesmo possuindo uma janela que se abre para o exterior já que o próprio 
mobiliário se torna uma barreira para ventilação e iluminação, sendo assim, o local retém 
muita umidade consequente de sua implantação no terreno e se torna um acúmulo de ácaros e 
mofo, afetando o bem-estar do usuário. 
 
 
 
 
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 Figura 12: Acesso comprometido entre Departamentos e recepção. Figura 13: Circulação e mobiliário Arquivo 
 Fonte: Acervo pessoal do autor, Abril. 2017 Fonte: Acervo pessoal do autor, Abril. 2017
 
 
Ainda pensando em saúde, é importante ressaltar que o pavimento térreo perdeu sua utilização 
como local de trabalho devida a salubridade comprometida, ocasionada principalmente pela 
elevada umidade causando patologias na edificação, sendo estas, nocivas ao homem no 
contato diário. 
A própria circulação da edificação se faz permeando os departamentos em plano aberto, o que 
também, pode causar distração e comprometimento das atividades, observando a rotina da 
edificação. Acredito que o departamento mais afetado pelo fluxo de pessoas seja o localizado 
no segundo pavimento com as mesas voltadas para a única escada de acesso ao andar, e essa, 
de passagem também estreita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14: Salubridade comprometida Pavimento Térreo . Figura 15: Circulação comprometida 2º pavimento 
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Fonte: Acervo pessoal do autor, Fevereiro. 2017 Fonte: Acervo pessoal do autor, Abril. 2017 
 
Após a utilização da edificação como Secretaria Municipal não houve proposta alguma de 
remodelação dos ambientes para torna-los mais prazerosos, agradáveis e funcionais, talvez, 
em função de se tratar de um espaço destinado a utilização da prefeitura com grande rotação 
de funcionários e gestão. 
 
4.2. Referências para adequação 
Apesar da situação acima citada, percebemos que com algumas mudanças físicas é possível 
atingir uma melhoria significativa na qualidade de vida, contribuindo para o bem-estar do 
usuário. Com um redesenho do layout e por consequência alteração dos fluxos, circulação, e 
proposição de elementos e mobiliários, pode-se ter uma melhoria considerável do espaço e da 
produtividade. 
Mediante minucioso tratamento contra umidade, o pavimento térreo voltaria a ser utilizado, e 
este já poderia ser uma espécie de filtro, uma barreira física e arquitetônica inicial para o 
fluxo de pessoas ao interior dos departamentos que funcionam no primeiro e segundo 
pavimento. 
Com uma melhor setorização das atividades, poderíamos inclusive utilizar das cores como 
forma de identificação dos espaços. Indo além da amplitude proporcionada pelo branco 
uniforme em todo o interior, a cor representa sensações diferentes, desde que respeitando 
cuidadosamente as funções de cada espaço de trabalho, agindo em equilíbrio com a 
arquitetura e a iluminação. 
Como Morton (2000) expõe através de experiências realizadas em indústrias que tiveram um 
planejamento cromático para suas instalações, o uso adequado de cores contribui para a 
segurança, eficiência e bem-estar dos trabalhadores. 
 
A cor branca (...) torna o local mais tranquilo, espaçoso, limpo e moderno, 
porém deve ser usada com outras cores para que não pareça monótono. O 
roxo em apenas uma parede, ele amplia a criatividade e faz com que os níveis 
de ansiedade diminuam, (...) o azul transmite serenidade e calma, serve para 
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locais onde seja necessário o bom astral e a tranquilidade, o amarelo estimula 
a inteligência, o raciocínio e a memória, é uma cor alegre que pode ser usada 
em espaços onde o objetivo é a comunicação, o verde traz a sensação de 
calma e equilíbrio, causa menos fadiga, estimula o silêncio e ameniza o 
estresse. O vermelho, usado em pequena quantidade, fornece calor e energia. 
O uso dessa cor em exagero pode dar a impressão de espaços tensos e hostis 
e estimular reações agressivas e irritantes, o laranja é uma cor quente e 
aconchegante, transmite segurança e confiança. (SCOPEL, 2015) 
 
Ainda, com a simples manutenção das esquadrias possibilitaria o aproveitamento da área 
máxima disponível para iluminação natural através das janelas, bem como diminuiria a 
passagem do vento, no inverno, do exterior da edificação para o interior. Até mesmo a 
instalação de persianas ajudaria como barreira física contra a ação dos ventos e melhoraria o 
conforto térmico no inverno, época mais crítica e sujeita a desconforto na edificação, como 
também, auxiliaria o segundo pavimento no verão, como medida de controlar a incidência 
solar. 
A adoção de mobiliário adequado às atividades e necessidades da edificação também é 
fundamental para o ordenamento do espaço, assim não causaria desconforto visual pelo 
aspecto de caos, a utilização da ergonomia contribuiria para a saúde dos funcionários, e o 
rendimento do trabalho seria maior. A instalação de pontos elétricos fixos às mesas de 
trabalho para utilização de luminárias individuais contribuiria de forma significativa, pois se 
trata de uma medida mais rápida e efetiva para a situação da precária iluminação de alguns 
ambientes do objeto de estudo, e não afetaria o aspecto original do forro e iluminação do 
ambiente caso seja a intenção de se manter pelo patrimônio e historicidade. 
 
5. Conclusão 
Estudos revelam que dependendo da tarefa, os estímulos recebidos pelo ambiente em que 
você está utilizando podem interferir no desempenho da mesma. Todos os fatores apontados 
nesta pesquisa influenciam na forma como a atividade é percebida pelo trabalhador, se a 
mesma é desestimulante, interessante, fatigante, ou propensa ao stress, se afeta o conforto ou 
a motivação do indivíduo como pessoa, indo muito além do “funcionário” 
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Diante o exposto vimos que a utilização criativa de elementos artificiais no espaço, mobiliário 
adequado, cores, o próprio layout e setorização dos ambientes é capaz de alterar 
positivamente a percepção e o comportamento dos usuários. Como coloca Hillman (1926) 
“existe relação entre nossos hábitos e nossas habitações, entre o interior de nossas vidas e o 
dos lugares onde vivemos”. O ambiente afeta o homem não só no expediente de trabalho 
como também transforma o seu psicológico ea forma de exteriorização do pensamento. 
O constante questionamento sobre a qualidade de vida nos ambientes, em especial nos 
espaços de trabalho, vem reafirmando a necessidade de um olhar mais crítico e atento às 
relações pessoa-ambiente. O estudo das percepções, signos e transformações, evidencia a 
necessidade da multidisciplinariedade fazendo com que o as áreas da arquitetura, ergonomia, 
e da psicologia ambiental andem sempre lado-a-lado, comprovando a importância do papel 
desenvolvido pelo design de interiores. 
 
 
6. Referências 
 
BESTETTI, Maria Luisa Trindade. Ambiência: espaço físico e comportamento. Rev. Bras. 
Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2014; 17(3):601-610 
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máquina humana. Belo Horizonte: ERGO Editora, 1995. 
ELALI, Gleice Azanbuja. Psicologia e arquitetura: em busca do locus interdisciplinar. 
Publicado em Estudos de psicologia, 1997; acessado em: 13/02/17 
FONSECA, Ingrid C. L.; PORTO, Maria M.; CLARK, Cynthia. Qualidade da luz e sua 
influ- ência de ânimo no usuário. In: Seminário Internacional de Psicologia e Projeto do 
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Projeto do Ambiente Construído, 2000, Rio de Janeiro. 
FONSECA, Juliane F. Os efeitos do design dos espaços de trabalho, da cor do ambiente e 
do tipo de tarefa sobre o comportamento do trabalhador. Trabalho de mestrado Pontifícia 
Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RJ 
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HILLMAN, James. in CIANCIARD, Glaucus. Revista Mente & Cérebro, 2010. Disponível 
em https://psiqueobjetiva.wordpress.com/category/psicologia-da-decoracao/, acessado em: 
07/03/17. 
HOLTZ, Marcos. Acústica em Escritórios Corporativos. Vibranews, 23 mar. 2010. 
Disponível em http://www.harmoniaacustica.com.br/publicacoes/escritorios-corporativos/. 
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OKAMOTO, Jun. Percepção ambiental e comportamento. São Paulo: Plêiade, 1996 
PAIXÃO, Ana Paula da Silva. Avaliação de pós-ocupação de edifício histórico 
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(Especialização em Sistemas Tecnológicos e Sustentabilidade Aplicados ao Ambiente 
Construído) – Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2015. 
PERRENOUD, Oswaldo. A cor e suas influências. Slides apresentados em aula do curso 
Design de Interiores e Ambientação do Espaço. Belo Horizonte, 2016. 
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SCOPEL, Vanessa Guerini. Percepção do ambiente e a influencia das decisões 
arquitetônicas em espaços de trabalho, 2015

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