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Teoria da oferta e da demanda

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1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Economia e Finanças ECO 151 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila Unidade II: Aspectos Microeconômicos 
 
Professora: Gilca Garcia de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador, dez 2004 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
DEPARTAMENTO DE TEORIA ECONÔMICA 
FACULDADE CIÊNCIAS ECONÔMICAS 
 2
OFERTA/ DEMANDA E ESTRUTURA DE MERCADO 
 
1. Teoria dos Preços 
O sistema econômico deve responder a três questões básicas: o que produzir? 
Como produzir? E para quem produzir? 
Em uma economia de mercado, os bens a serem produzidos dependem do desejo 
e da capacidade dos consumidores de comprá-los (o que produzir). Os recursos escassos 
são alocados para aqueles bens que são desejados e que os consumidores estão dispostos 
a comprá-los (para quem). 
Para examinar como o mercado responde a estas três perguntas nós devemos 
encontrar uma forma de definir como representar o desejo e a capacidade do 
consumidor. A capacidade e habilidade de produtores transformarem os recursos em 
bens que a sociedade é sumarizada no conceito de oferta. 
 
1.1. Demanda 
A demanda é definida como as várias quantidades de um bem ou serviço que os 
consumidores estão dispostos a retirar do mercado a um conjunto de preços alternativos 
ceteris paribus. A noção de demanda observa como os compradores reagem a mudanças 
em preços, e enfoca somente a visão dos compradores, não dos vendedores. 
A quantidade que os consumidores desejam e são capazes de consumir a cada 
preço é denominada quantidade demanda àquele preço. Os compradores determinam 
apenas as quantidades a serem compradas e não o nível de preços. 
 
1.1.2. Tabelas e Curvas de Demanda 
Uma tabela de demanda descreve as diferentes quantidades de bens ou serviços 
que os consumidores adquirirão aos vários preços alternativos. 
A Tabela 1 mostra a demanda de um consumidor individual por frango. Os 
preços são representados por P e a quantidade por Q . Esta tabela mostra, como 
esperado, que o consumidor compra mais frango quando o preço está mais baixo, e 
compra menos a preços mais altos. Esse comportamento do consumidor é consistente 
com a lei da demanda. 
A Lei da Demanda mostra uma relação inversa entre o preço de um bem e a 
quantidade demanda, isto é, quando o preço vai em uma direção a quantidade 
demandada caminha em direção oposta. 
 3
Tabela 1 – Preço e quantidade demandada de carne de frango 
Preço (R$/kg) Quantidade (kg/semana) 
5 1 
4 2 
3 3 
2 4 
1 5 
 
Conforme a Tabela acima se o preço do frango declina de R$5,00 para R$3,00 a 
quantidade a ser consumida passa de 1 para 3 kg de carne de frango por semana. 
No Gráfico 1 estão plotados os dados da tabela da demanda de carne de frango. 
A linha D é chamada de curva de demanda. Os preços do produto são plotados no eixo 
vertical e a quantidade demandada, por unidade de tempo no eixo horizontal. 
A representação gráfica da relação entre a quantidade demandada de um bem, 
num dado período de tempo, e o seu preço é dado pela curva de demanda. A curva de 
demanda é um conceito de máximo. A Curva de Demanda mostra as quantidades 
máximas, por unidade de tempo, que o consumidor está disposto a adquirir a vários 
níveis de preços. 
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3 4 5
Quantidade (kg/semana)
Pr
eç
o 
(R
$/
kg
)
D
 
Gráfico 1 – Curva de demanda de carne de frango 
 
A curva de demanda é negativamente inclinada e indica que a quantidade 
demanda aumenta (cai) quando o preço cai (aumenta), ceteris paribus. 
 
1.1.3. Mudanças na quantidade demandada versus mudança na demandada 
 
 4
1.1.3.1. Mudança na quantidade demandada 
O efeito de uma mudança no preço de um produto, no caso carne de frango, com 
outras coisas permanecendo constantes, pode ser mostrado com um movimento ao 
longo da curva de demanda. 
Supondo que o preço da carne de frango caia de R$4,00 para R$2,00 o 
quilograma. Com a queda no preço, a quantidade de frango que os consumidores 
desejam comprar aumenta (de 2 para 4 kg), isto é, os consumidores passarão do ponto A 
para o ponto B, no Gráfico 2. 
 
0
2
4
6
1 2 3 4 5
Quantidade (kg/semana)
Pr
eç
o 
(R
$/
kg
)
 
Gráfico 2 – Curva de demanda de frango 
 
Variações no preço do bem levam ao movimento ao longo da curva de demanda. 
A demanda não muda, mas a quantidade demandada muda. 
 
1.1.3.2. Mudança na curva de demanda 
Quando alguns dos fatores, que estavam sendo mantidos constantes na definição 
da demanda, sofrem alterações, há mudança na própria curva demanda. 
Os fatores que influenciam a curva de demanda (deslocadores da demanda) são: 
¾ Renda do consumidor; 
¾ Gosto e preferência; 
¾ Preços dos produtos relacionados (substitutos e complementares); 
¾ Expectativa de preço. 
Mudanças nesses fatores levam ao deslocamento da curva de demanda, para 
direita ou para a esquerda, e não movimento dentro da curva de demanda. 
 
A 
B 
 5
¾ Mudança na renda do consumidor 
Esse é um dos principais fatores que afetam a demanda por um bem ou serviço. 
Se a renda aumenta, o consumidor tende a comprar maior quantidade de muitos bens, 
assumindo que os preços desses bens não mudaram. 
Um aumento na renda do consumidor fará com que ele venha a consumir mais 
carne de frango, deslocando a curva de demanda para a direita. 
Gráfico 3 – Variação na curva de demanda – Aumento na renda do consumidor 
 
Seja D a demanda inicial de carne de frango, um aumento na renda do 
consumidor provocará deslocamento da curva de demanda para a direita, de D para D’. 
Gráfico 4: Variação na curva de demanda – Redução na renda do consumidor 
 
0
3
6
9
12
15
18
1 2 3 4 5
Quantidade (kg/semana)
Pr
eç
o 
(R
$/
kg
)
D' 
D
0
3
6
9
12
15
18
1 2 3 4 5
Quantidade (kg/semana)
Pr
eç
o 
(R
$/
kg
)
D
D'
 6
Ao mesmo nível de preços (p. e. R$6,00) o consumidor irá comprar mais 
quantidade de carne de frango, passará de um consumo de 2,5 kg para 4 kg. 
Uma redução na renda do consumidor desloca a curva de demanda para a 
esquerda, ou seja, de D para D’. 
Os bens podem ser classificados em normal e inferior em função da mudança 
nas compras dos consumidores, quando suas rendas alteram. 
Diagrama 1: Bem Normal Diagrama 2: Bem Inferior 
Gráfico 5: Classificação dos bens em função da alteração da renda e do consumo 
 
Bem normal é aquele cujo aumento na renda do consumidor resulta em acréscimos na 
demanda, isto é, aumento na renda desloca a curva de demanda para a direita. 
Bem inferior é aquele cujo aumento na renda do consumidor resulta em decréscimos na 
demanda, isto é, desloca a curva de demanda para a esquerda. 
 
¾ Mudança na preferência ou no gosto do consumidor 
Uma mudança na preferência ou gosto do consumidor por um bem X, poderá 
deslocar a curva de demanda desse bem para a direita ou esquerda, dependendo do 
aumento ou redução do gosto e preferência do consumidor. Ex: hábito alimentar 
(substituição de açúcar por alimentos dietéticos). 
 
¾ Mudança nos preços dos bens relacionados 
Mudança nos preços dos bens relacionados desloca a curva de demanda para 
direita ou esquerda, dependendo do tipo de relação estabelecida com o bem em questão. 
A relação pode ser de complementariedade ou substituibilidade. Os bens podem 
ser definidos como substitutos ou complementares. 
0
3
6
9
12
15
18
1 2 3 4 5
Quantidade (kg/sem ana)
Pr
eç
o 
(R
$/
kg
)
D' 
D
0
3
6
9
12
15
18
1 2 3 4 5
Quantidade (kg/sem ana)
Pr
eç
o 
(R
$/
kg
)
D
D'7
Substitutos: dois bens são substitutos se eles desempenham funções similares para o 
consumidor. O aumento no preço de um bem X desloca a curva de demanda do bem Y 
para a direita, se X e Y são substitutos. 
Ex: carne de frango e carne de boi. 
Complementares: dois bens são complementares se eles são usados em conjunto, um 
com o outro. 
Ex: pão com manteiga. 
Se os bens são complementares, um aumento no preço de um deles desloca a 
curva de demando do outro para a esquerda. Uma queda no preço desloca a curva de 
demanda do outro para a direita. 
 
Ex 1: Um aumento no preço da carne de frango faz com que o consumidor 
consuma menos frango (relação inversa preço e quantidade), e faz com que o 
consumidor aumento o consumo de carne de boi (em substituição à carne de frango), 
deslocando a curva de demanda de carne de boi para direita. Ao mesmo preço, o 
consumidor está disposto a consumir maior quantidade de carne de boi. 
 
Diagrama 1 : Curva de demanda de carne Diagrama 2: Curva de demanda de 
de frango carne bovina, dado aumento no 
preço da carne de frango 
Gráfico 6: Substitutibilidade dos bens 
 
Se o preço da carne de frango cai, a quantidade demanda de frango aumenta, e a 
curva de demanda de carne de boi desloca para esquerda. 
 
 
0
3
6
9
12
15
18
1 2 3 4 5
Quantidade (kg/sem ana)
Pr
eç
o 
(R
$/
kg
)
D' 
D
0
2
4
6
8
10
1 2 3 4 5
Quantidade (kg/semana)
P
re
ço
 (R
$/
kg
)
 8
Exemplo: Um aumento no preço de manteiga reduz a quantidade de manteiga e 
conseqüentemente a quantidade de pão a ser consumida, deslocando a curva de 
demanda por pão para esquerda. 
Diagrama 1 : Curva de demanda de Diagrama 2: Curva de demanda de 
manteiga pão, dado aumento na manteiga. 
Gráfico 7: Complementariedade dos bens 
 
¾ Mudanças nas expectativas de preços 
Se há expectativa de aumento no preço futuro do bem X, poderá ocorrer um 
deslocamento da curva de demanda atual para direita. Se, por outro lado, há uma nova 
expectativa de decréscimo no preço futuro do bem X, a curva de demanda atual se 
desloca para esquerda. 
 
1.1.4. Função de demanda 
A função de demanda, matematicamente, expressa a relação entre a quantidade 
demandada de um bem ou serviço, em dado período de tempo, e os vários fatores que a 
afetam. É expressa da seguinte forma: 
QD = f(Px, R, Pc, Ps), 
 
Em que: 
QD é a quantidade demandada do bem X; 
Px é o preço do bem X; 
R é a renda do consumidor; 
Pc é o preço do bem complementar e 
Ps é o preço do bem substituto. 
A função demanda por manteiga, hipotética, pode ser expressa, explicitamente, por; 
QD = 20 – 15R + 0,8 Ps – 0,3 Pc 
0
2
4
6
8
10
1 2 3 4 5
Quantidade (kg/semana)
P
re
ço
 (R
$/
kg
)
0
3
6
9
12
15
18
1 2 3 4 5
Quantidade (kg/semana)
Pr
eç
o 
(R
$/
kg
)
D
D'
 9
Se o preço da manteiga é de R$10,00 o quilo, a renda de R$300,00 ao mês, o preço 
do bem substituto de R$12,00/kg e o preço do bem complementar de R$8,00 a 
quantidade demandada de manteiga por mês, será de: 
 
QD = 20 – (15*300) + 0,8 * 12 – 0,3 * 8 
QD =27,2 => O consumidor irá consumir 27,2 quilos de manteiga. 
 
1.1.5. Elasticidade da demanda 
É um conceito utilizado para descrever a resposta da quantidade demandada de um 
bem ou serviço, dada a mudança nos vários fatores que a afetam (preço do bem, renda, 
preço do bem substituto, preço do bem complementar, etc). 
 
1.1.5.1.Elasticidade-preço da demanda (Ep) 
A elasticidade-preço da demanda mede a resposta do consumidor a variações 
de preços, ou seja, Ep é definida como a mudança percentual da quantidade demandada 
dividida pela mudança percentual do preço. 
)( qPfQ = => Q
P
P
Q
PP
QQEp ∆
∆=∆
∆=
/
/ 
Em que: 
∆ significa “mudanças em” 
Q é a quantidade demandada; 
P é o preço do bem. 
A elasticidade-preço pode ser calculada de duas maneiras: elasticidade-ponto 
e elasticidade-arco. 
Î Elasticidade arco é utilizada, geralmente, quando não se dispões de uma função 
de demanda devidamente estimada, mas apenas de algumas informações de preços e as 
respectivas quantidades adquiridas. 
 
 
 
 10
 
Gráfico 8: Curva de demanda como instrumental para o cálculo da elasticidade-preço da 
demanda 
Se for calculada a elasticidade de A para B, tem-se: Ep= 4-2 6 = > Ep= -3 
 2-6 2 2 
Se for calculada a elasticidade de B para A, tem-se: Ep= 2-4 2 = > Ep= -1 
 6-2 4 4 
Os valores das elasticidades são diferenciados. Portanto, adota-se uma nova 
fórmula mais precisa. Essa fórmula estima uma elasticidade no ponto médio entre as 
duas observações e envolve o uso de uma média das quantidades e dos preços. 
Algebricamente, a fórmula apresentada é: 
Ep = Q2 - Q1 (P2 + P1)/2 = Q2 – Q1 P2 + P1 
 P2 – P1 (Q2 + Q1)/2 P2 – P1 Q2 + Q1 
 Utilizando os valores anteriores, tem-se: 
Ep = 4 – 2 (2+6)/2 = 2 4 => - 2 = -0,66 
 (2 – 6) (4 + 2)/2 -4 3 3 
 
A elasticidade média entre os pontos A e B é, portanto –0,66, o que significa que 
um acréscimo de 1% no preço do bem deve provocar um decréscimo de 0,66% na 
quantidade demandada. Enquanto que um decréscimo de 1% no preço do bem deve 
provocar um acréscimo de 0,66% na quantidade demandada do mesmo. 
 
Î Elasticidade ponto é a elasticidade em determinado ponto na curva de demanda e 
pode ser calculada matemática e geometricamente. 
 
 
 
6 
2 4 
2 
Preço (R
$/K
g) 
Quantidade (Kg/semana) 
A
B
 11
 
Gráfico 9: As elasticidades-preço da demanda situadas na curva 
 
Ep = ∆Q P 
 ∆P Q 
Geometricamente a inclinação da curva de demanda linear é LM = ∆P, então ∆Q = MT 
 MT ∆Q ∆P LM 
P = LM e Q =OM 
Ep = ∆Q P Ep = MT LM = MT 
 ∆P Q LM OM OM 
Matematicamente, tem-se que 
)( qPfQ = 
Q
P
P
QEp ∂
∂= 
Uma vez que a curva de demanda possui inclinação negativa, na maioria das 
vezes, a mudança na quantidade terá sinal oposto à mudança no preço, o que significa 
Ep tem sinal negativo. Comumente o sinal negativo é ignorado e refere-se apenas ao 
valor absoluto. 
 
No ponto L, Ep = 1 => demanda preço unitário. 
À direita de L, Ep < 1 => demanda preço inelástico. 
À esquerda de L, Ep > 1 => demanda preço elástico. 
 
Se a Ep para carne suína, no Brasil, foi estimada em 2,2, (-2,2), isto significa que 
a porcentagem de mudança na quantidade demandada é maior que a porcentagem de 
3 
3 
E > 1 => elástica 
E = 1 => unitária 
E < 1 => inelástica 
Quantidade (Kg/semana) 
P 
L 
T M 
Preço (R
$/K
g) 
T 
 12
mudança em seu preço. Aumento (ou diminuição) de 1% no preço da carne deve 
resultar na redução (aumento) de 2,2% na quantidade demandada. 
Se a Ep foi estimada em 0,7 (-0,7) isto significa que a porcentagem de mudança 
na quantidade demandada é menor que a porcentagem de mudança em seu preço. 
Se a Ep foi estimada em 1,0 (-1,0), isto significa que a porcentagem de mudança 
na quantidade demandada é igual a porcentagem de mudança em seu preço. 
A elasticidade-preço da demanda pode variar entre 0 (completamente inelástica) 
e ∞ (perfeitamente elástica). 
 
 
Gráfico 10: Tipos básicos de gráficos de elasticidade-preço da demanda 
 
A curva de demanda D é mais inelástica do que a curva D’. Isto pode ser 
verificado ao se comparar a mudança na quantidade adquirida em razão da queda no 
preço. A mudança na quantidade demandada devido a essa queda no preço é maior na 
curva de demanda D’ do que naD, portanto, D’ é mais inelástica que D’. 
 
Gráfico 11: As diferentes elasticidades da curva de demanda 
 
Perfeitamente elástica 
Ep = ∞ 
0
1
2
3
4
5
1 2 3 4 5 6
Quantidade/u.t.
Pr
eç
o
Perfeitamente inelástica 
Ep=0 
0
1
2
3
4
5
1 2 3 4 5 6
Quantidade/u.t.
Pr
eç
o
Ep=constante 
0
1
2
3
4
5
1 2 3 4 5 6
Quantidade/u.t.
Pr
eç
o
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3 4 5 6
Q u a n tid a d e /u . t.
Pr
eç
o
0
1
2
3
4
5
1 2 3 4 5 6
Quantidade/u.t.
Pr
eç
o
D1 
D2 
 13
Importância da elasticidade: O conhecimento da elasticidade preço da procura é 
fundamental para consumidores, produtores e governo. Para o governo, esse 
conhecimento é importante na elaboração de políticas para o setor. A adoção de uma 
política, acreditando ser a demanda do setor preço-elástica, provavelmente será 
desastrosa, se a demanda for inelástica. Para os produtores, é importante em razão de 
sua relação com a receita total. 
Os produtos agrícolas, de modo geral, têm demanda inelástica a preços. Esse 
fato tem trazido problemas para os produtores rurais, através da instabilidade de preços 
(e, conseqüentemente, de renda), principalmente porque a oferta agrícola é de difícil 
previsão (oferta instável). 
 
Fatores que afetam a elasticidade-preço da demanda 
¾ Disponibilidade de produtos substitutos para o bem considerado. Um produto com 
bons substitutos terá uma elasticidade-preço maior que outro que deles não 
disponha. 
¾ Quando o preço de um bem aumenta e ele possui bons substitutos, os consumidores 
passarão a utilizar mais dos substitutos, com o intuito de maximizar a sua renda. Por 
outro lado, quando o preço do bem cai, os consumidores passarão a consumir mais 
deste bem e passarão a demandar menos dos bens substitutos. 
¾ Número de usos que se pode dar ao produto. Quanto maior for o número de usos do 
produto, maior será a elasticidade-preço desse produto. Aumentos ou diminuições 
no preço do bem reduzem ou ampliam a lista de seus usos economicamente 
desejáveis. 
¾ A proporção da renda gasta com o produto. A demanda de produtos, cuja 
participação na renda do consumidor é alta, deve ser mais elástica do que aqueles 
que têm menor participação. 
¾ O grau de essencialidade do produto. Quanto mais essencial for o bem para o 
consumidor, mais preço-inelástico é a sua demanda. Os consumidores serão 
forçados a ser menos sensíveis a variações nos preços. 
¾ O período de tempo. A demanda tende a ser mais elástica para um período mais 
longo de tempo do que no curto prazo. Isto ocorre devido ao fato de que os 
consumidores têm condições de conhecer novas alternativas de produtos e assim 
substituí-los. 
 
 14
Com base nesse cinco pontos podemos dizer que as elasticidades, no Brasil, são: 
¾ Produtos essências (arroz, feijão, leite, açúcar) apresentam demanda relativamente 
inelástica; 
¾ Carne de boi e suína que têm grande participação no orçamento do consumidor, 
portanto, apresentam maior elasticidade; 
¾ Produtos com bons substitutos, como as carnes, são mais elásticos do que aqueles 
que não os possuem, como café e açúcar. 
A elasticidade-preço da demanda para os alimentos, coletivamente, é baixa, 
porque não existem substitutos para os alimentos, em geral. Essa baixa elasticidade é 
que explica porque um aumento relativamente pequeno na produção, em determinado 
ano, tende a reduzir substancialmente os preços para os produtos agrícolas, e, por outro 
lado, pequenas frustrações de safras aumentam os preços dos alimentos drasticamente. 
Resumidamente: quanto mais essencial for um produto para os consumidores, 
quanto menor o número de substitutos, quanto mais baixa a proporção da renda gasta 
com este produto, mais inelástica é a sua demanda, ou seja, menor é a resposta do 
consumidor a variações nos preços. 
 
1.1.5.2. Elasticidade-renda da demanda (Er) 
A elasticidade-renda da demanda é a mudança percentual na quantidade 
demandada dividida ela mudança percentual na renda. Matematicamente é expressa 
como: 
Q
Y
Y
Q
YY
QQEr ∆
∆=∆
∆=
/
/ 
em que: 
Y é a renda; 
Q é a quantidade demandada do bem. 
 
Se: Er> 1 => Bem superior. 
0<= Er <= 1 => Bem normal. 
Er < 0 => Bem inferior. 
A elasticidade-renda para alimentos é muito baixa. Segundo Engel, a 
porcentagem de renda gasta com alimentação por uma nação ou família é um ótimo 
índice para medir o bem-estar da sociedade; quanto mais pobre é a família ou nação, 
tanto maior é o gasto percentual com alimentação. 
 15
Elasticidade-Cruzada da Demanda 
É a variação proporcional na quantidade demandada de um bem dividida pela 
variação proporcional no preço de outro bem. 
x
y
y
x
Q
P
P
QExy ∆
∆= 
Exy> 0 => Bens substitutos (carne de frango e de boi). 
Exy < 0 => Bens complementares (pão e manteiga). 
 
Relação entre Elasticidade-Preço da Demanda e Receita 
 Como dito anteriormente, o conceito de elasticidade-preço da demanda é 
importante por causa de sua relação com a receita total da firma que produz o produto. 
Receita da empresa pode ser considerada como gasto ou despesa dos consumidores. 
 A Receita Total é definida como o produto da quantidade vendida (Q) vezes o 
preço de venda (P). 
 Uma vez que a receita é em função do preço e da quantidade e que a elasticidade 
mede a variação relativa na quantidade e no preço, há, conseqüentemente, uma nítida 
relação entre a elasticidade e preço, conforme pode ser visualizado no gráfico a seguir. 
 
 
 Gráfico 12: Elasticidade-preço da renda 
 
Na porção da curva de demanda inelástica um decréscimo de preço está 
associado a apenas pequeno aumento da quantidade procurada. Em conseqüência, a 
receita total reduz-se com um decréscimo no preço. 
0
1
2
3
4
5
1 2 3 4 5 6
Quantidade/u.t.
Pr
eç
o Receita Total 
Demanda 
Receita Marginal 
E>1 
E=1 
E<1 
 16
Na porção da curva de demanda elástica, um decréscimo de preço está associado 
a um aumento mais que proporcional na quantidade procurada. Em conseqüência, a 
receita total irá aumentar. 
Para redução de preço de um produto, a receita da firma aumenta enquanto a 
curva de demanda for elástica, atinge um valor máximo (quando a elasticidade for igual 
a 1) e diminui quando a curva de demanda for inelástica. 
Para aumento de preço de um produto, a receita da firma cai enquanto a curva de 
demanda for elástica, aumenta quando a demanda da firma é inelástica e permanece 
constante quando a curva é unitária. 
 
 Ep > 1 Ep = 1 Ep < 1 
P aumenta RT decresce RT constante RT aumenta 
P diminui RT aumenta RT constante RT decresce 
 
Os produtos agrícolas possuem demandas relativamente inelásticas. Uma 
política que objetiva aumentar a receita do produtor, reduzindo o preço do produto e 
aumentando a quantidade vendida, será ineficiente, porque o aumento na quantidade 
será menor que a queda no preço, portanto a receita do produtor irá cair. 
 
1.2. Oferta 
A oferta é definida como as várias quantidades de um bem ou serviço que os 
vendedores desejam e são capazes de vender durante dado período de tempo, a todos os 
possíveis preços alternativos, ceteris paribus. 
A curva de oferta mostra as quantidades máximas ofertadas no mercado que o 
vendedor está disposto a vender a diferentes preços. Ela inclina-se, geralmente, para a 
direita, de baixo para cima, já que preço mais alto induz o vendedor a colocar maior 
quantidade do produto no mercado. 
 
1.2.1.Tabelas e Curvas de Oferta 
Uma tabela de oferta descreve as diferentes quantidades de bens ou serviços que 
serão ofertados aosvários preços alternativos. A tabela 2 mostra a oferta de um produtor 
individual de carne de frango. Os preços são representados por P e a quantidade por Q. 
Esta tabela mostra, como esperado, que o produtor oferte mais frango quando o preço 
 17
estiver mais alto, e oferte menos a preços mais baixos. Esse comportamento do produtor 
é consistente com a lei da oferta. 
A Lei da Oferta diz que a quantidade ofertada de um produto cresce se o preço desse 
aumenta, e cai, se o preço cai. Existe relação direta entre preço e quantidade do lado da 
oferta. 
 
Tabela 2 – Preço e quantidade ofertada de carne de frango 
Preço (R$/kg) Quantidade (kg/semana) 
5 5 
4 4 
3 3 
2 2 
1 1 
 
Conforme a Tabela acima se o preço do frango declina de R$5,00 para R$3,00 a 
quantidade a ser ofertada passa de 5 para 3 kg de carne de frango por semana. No 
Gráfico 13 estão plotados os dados da tabela da oferta de carne de frango. A linha S é 
chamada de curva de oferta. Os preços do produto são plotados no eixo vertical e a 
quantidade ofertada, por unidade de tempo no eixo horizontal. A representação gráfica 
da relação entre a quantidade ofertada de um bem, num dado período de tempo, e o seu 
preço é dada pela curva de oferta. A curva de oferta, assim como a de demanda, é um 
conceito de máximo mostrando as quantidades máximas, por unidade de tempo, que o 
produtor está disposto a ofertar a vários níveis de preços. 
Gráfico 13: A curva de oferta de carne de frango 
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3 4 5
Quantidade (kg/semana)
Pr
eç
o 
(R
$/
kg
)
S
 18
1.2.2. Mudança na Quantidade Ofertada versus Mudança na Curva de Oferta 
¾ Mudança na quantidade ofertada 
O único modo de mover-se sobre a curva de oferta é pela mudança de preço. Um 
movimento ao longo da curva de oferta é dado pela mudança na quantidade ofertada em 
razão da mudança no preço do produto. 
 
Gráfico 14: Alteração na quantidade ofertada devido à alteração no preço do produto 
 
¾ Mudança na oferta 
Uma mudança na oferta é um deslocamento da curva de oferta, que ocorre 
quando seus determinantes variam. De modo geral, uma inovação tecnológica reduz o 
custo unitário do produto, fazendo com que maiores quantidades de produto sejam 
colocadas no mercado ao mesmo nível de preço inicial. Há, portanto, um deslocamento 
da curva de oferta para a direita, ou seja, ao mesmo nível de preços, maior quantidade 
de produto é ofertada. 
 
Gráfico 15: Deslocamento da curva de oferta 
 
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3 4 5
Quantidade /u.t.
Pr
eç
o 
S
0
1
2
3
4
5
6
7
8
1 2 3 4 5
Quantidade/u.t.
Pr
eç
o
S 
S’ 
 19
Na presença de aumentos de preços de insumos (aumento de custos de 
produção) ou frustração de safras, a curva de oferta desloca-se para a esquerda, e neste 
caso, a um mesmo nível de preço, menor quantidade de produto é ofertada. 
 
Gráfico 16: Deslocamento da curva de oferta 
 
Os fatores que afetam a oferta são: 
¾ Tecnologia; 
¾ Preço dos insumos (custo de produção); 
¾ Preço dos bens relacionados (competitivos); 
¾ Expectativa de mudança no preço; 
¾ Número de firmas ou produtores; 
¾ Capacidade da planta; 
¾ Mudança na natureza (clima). 
 
1.2.3. Função de oferta 
A função de oferta é a expressão matemática da relação entre a quantidade ofertada 
e os fatores que a afetam, podendo ser especificada como: 
QS = f(PS, I, T), 
Em que: 
QS é a quantidade ofertada do bem X; 
PS é o preço do bem X; 
I são os impostos e/ou subsídios; 
T é a tecnologia adotada. 
 
 
0
1
2
3
4
5
6
7
8
1 2 3 4 5
Quantidade/u.t.
Pr
eç
o S 
S’ 
 20
1.2.4. Elasticidade da Oferta 
A elasticidade da oferta mede a mudança percentual na quantidade ofertada de 
um produto, dada a mudança percentual nos fatores que a determinam. 
Elasticidade-preço da oferta mede a variação proporcional na quantidade 
ofertada do produto dividia pela variação proporcional no preço do produto. 
Matematicamente, é representada por: 
Es = ∆Q P 
 ∆P Q 
A elasticidade-arco média da oferta é dada por: 
ES = Q2 - Q1 (P2 + P1)/2 
 P2 – P1 (Q2 + Q1)/2 
Suponha que o preço da carne de frango, da curva de oferta apresentada 
anteriormente, passe de R$2,00 para R$4,00. Neste caso, a quantidade ofertada passa de 
2Kg para 4 kg semanais. A elasticidade-arco é então de: 
ES = 4 - 2 (4 + 2)/2 = 1 
 4 – 2 (4 + 2)/2 
O valor estimado da elasticidade é igual a um. Isto implica que, se o preço da 
carne de frango aumentar de 1%, a quantidade ofertada aumentará de 1%. 
 
1.2.5. Formas das curvas de oferta e elasticidade 
Semelhante à demanda, a oferta pode ser classificada em relação ao preço como 
elástica, unitária e inelástica. 
Gráfico17: Formas de curvas de oferta e suas elasticidades 
 
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1 2 3 4 5
Quantidade/u.t.
Pr
eç
o
S1 
S2 
S3 
A 
B C E 
 21
Se: ES = 1 => oferta unitária; 
 ES < 1 => oferta inelástica; 
 ES > 1 => oferta elástica. 
Es = ∆Q P 
 ∆P Q 
Curva S1: A inclinação de S1 é: Es = OB AB => Es = 1 
 AB OB 
Toda curva de oferta em forma de linha reta, passando pela origem, terá um 
coeficiente de elasticidade-preço igual a um. 
Curva S2: A inclinação de S2 é: Es = CB AB como CB<OB, então Es < 1 
 AB OB 
Uma curva de oferta em forma de linha reta que corta o eixo das quantidades 
terá um coeficiente de elasticidade-preço menor a um. 
Curva S3: A inclinação de S3 é: Es = EB AB como EB>OB, então Es > 1 
 AB OB 
Toda curva de oferta em forma de linha reta cortando o eixo dos preços terá um 
coeficiente de elasticidade-preço maior que a um. É óbvio que não precisamos 
trabalhar com curvas de oferta em forma de reta; se trabalharmos com uma não 
linear, apenas, teremos de construir tangentes à curva no ponto que se deseja medir 
os coeficientes de elasticidade de oferta e proceder como realizado acima. 
 
 
 ES2 é mais elástica que ES1 
Gráfico 18: Comparações entre curvas 
 
 
 
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1 2 3 4 5
Quantidade/u.t.
Pr
eç
o
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1 2 3 4 5
Quantidade/u.t.
Pr
eç
o
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1 2 3 4 5
Quantidade/u.t.
Pr
eç
o
ES1 
ES2 
ES1 
ES2 
ES1 
ES2 
E<1 E>1 E=1 
 22
1.2.6. Fatores que afetam a elasticidade da oferta 
As curvas de oferta referentes aos produtos exibem diferentes elasticidades, e 
mesmo determinados produtos podem ter coeficientes de elasticidades diferentes entre 
regiões e entre períodos de tempo. Os principais fatores que afetam a magnitude da 
elasticidade da oferta são: 
 
¾ Período de tempo. 
Quanto maior o tempo, a curva de oferta tende a ser mais elástica, porque haverá 
mais tempo para ajustamento na produção. O conceito de tempo, presente na definição 
da oferta (quantidade de produto que os produtores estão dispostos a colocar no 
mercado, por unidade de tempo), terá um impacto sobre a capacidade de resposta dos 
produtores. 
¾ Grau de estabilidade das expectativas dos empresários 
Quanto maior a certeza nos preços esperados (ex. aumento de preços mantido no 
futuro), maior a resposta da produção às mudanças de preço, e mais elástica a curva de 
oferta. 
Ex. se os produtores de arroz têm razão para acreditar que as mudanças nos preços 
são estritamente temporárias, eles estarão menos inclinados a realizar mudanças em sua 
produção do que se eles sentem que as alterações de preços são de caráter permanente. 
¾ Produto armazenável 
Um produtor de produto perecível e sem condições de armazenagem nãotem muita 
escolha pela frente, ele deve vender o produto a qualquer preço. 
Um produto que não é estocável possui uma curva de oferta mais inelástica do que 
aquele que pode ser estocado por um período longo de tempo. 
Os produtos armazenáveis apresentam maiores respostas às mudanças no preço, 
portanto, eles exibem maior elasticidade da oferta. 
¾ Facilidade de recolocação dos recursos. 
Se os fatores utilizados na produção de dado produto não têm uso alternativo, isto é, 
não são empregados em outros produtos, a oferta do produto tenderá a ser inelástica, e 
os produtores não serão capazes de responder muito às mudanças nos preços. 
¾ O formato da curva de custo marginal das firmas 
¾ Diferenças na estrutura de custos entre as firmas existentes e potenciais 
 23
Com base nos fatores que afetam a elasticidade, os resultados mostram que as 
atividades de ciclo mais longo (café, carne bovina e leite) tendem a ser menos elásticas 
do que as culturas de ciclo médio ou curto, como a soja e o tomate. 
Os produtos de subsistência, como o feijão e o milho, são mais inelásticos nos 
preços que a oferta de culturas mais orientadas para o mercado, como café, carne bovina 
e soja. 
 
1.2.7. Importância da elasticidade-preço da oferta 
O conhecimento desses coeficientes é importante, pois pode orientar na tomada de 
decisões de formuladores de políticas. 
Ex. a soja é um produto que possui elasticidade-preço relativamente elevada. Uma 
política que objetiva reduzir a produção de soja pode ser implementada através de uma 
pequena redução no preço mínimo de soja (menor preço da soja => menor quantidade 
de soja). 
O feijão possui uma oferta relativamente preço inelástica. Se o governo deseja 
aumentar a produção desse produto, ele deve adotar uma política de aumento 
substancial no preço mínimo do produto. 
 
1.3. Equilíbrio de mercado 
Até agora examinamos cada lado do mercado, isoladamente – o lado da 
demanda (comprador) e o lado da oferta (vendedor). Agora veremos como a demanda e 
a oferta interagem, para determinar o preço e a quantidade de equilíbrio do mercado. 
O preço de equilíbrio ocorre quando quantidade demandada por compradores é 
igual à quantidade ofertada por vendedores. A correspondente quantidade de produto é 
chamada de quantidade de equilíbrio. As tabelas de oferta e demanda listadas 
anteriormente são combinadas na tabela abaixo. 
 
Tabela 3 – Equilíbrio de mercado no setor de carne de frango 
Quantidade demandada (kg/semana) Preço (R$/kg) Quantidade ofertada (kg/semana) 
1 5 5 
2 4 4 
3 3 3 
4 2 2 
5 1 1 
 24
Um equilíbrio existe quando não há força presente capaz de fazer com que os 
participantes do mercado desejem mudar suas posições (qS e q D) no mercado. 
A representação gráfica dos dados da tabela, apresentada anteriormente, é: 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 19: Equilíbrio de mercado 
 
O ponto A é o ponto de equilíbrio de mercado, em que a quantidade ofertada é 
igual à quantidade demandada (3 kg de frango). É o ponto de interseção entre as duas 
curvas: oferta e demanda. 
Para níveis de preços maiores que R$ 3,00, a quantidade ofertada é maior que a 
demandada, existindo, portanto, um excesso de oferta. Os vendedores desejarão reduzir 
seus preços para se desfazerem do excesso, e o preço cairá até R$ 3,00 por semana, 
preço de equilíbrio. 
Por sua vez, se os preços caírem abaixo de R$ 3,00, a quantidade demandada é 
maior que a ofertada. Há, portanto, uma escassez de oferta. Os preços tenderiam a subir 
até R$ 3,00, preço de equilíbrio. 
Podemos então definir o preço de equilíbrio como aquele que, uma vez atingido, 
tende a se manter. Este equilíbrio deve ser definido como estável, porque qualquer 
movimento de afastamento provoca atuação de forças contrárias que causam o retorno 
ao equilíbrio. 
 
1.3.1. Efeitos da mudança na demanda 
Um dos fatores que pode causar uma mudança no preço e na quantidade de 
equilíbrio de um bem ou serviço é uma mudança na demanda (mudança na curva de 
demanda). 
No gráfico apresentado abaixo, têm-se as curvas de oferta e demanda de carne de 
frango. A demanda original é D e a oferta é S. O preço de equilíbrio inicial é R$ 3,00/kg 
e a quantidade 3 kg de frango por semana. 
Preço (R$/Kg) 
Excedente 
Escassez 
Pe 
Qe 
S 
D 
A 
Q 
 25
Uma mudança no nível de renda dos trabalhadores desloca a curva de demanda 
para a direita de D para D’, o novo preço de equilíbrio é R$ 4,00 por kg e a quantidade é 
4 kg por semana. 
 
 
Gráfico 20: Efeitos da mudança na demanda 
 
Uma vez que a curva de demanda é negativamente inclinada e a de oferta 
positivamente inclinada, um aumento na demanda, com todas as outras coisas 
permanecendo constante resulta em mais alto preço e quantidade de equilíbrio. 
Uma queda no nível de renda desloca a curva de demanda D para D’’, isto é, 
para a esquerda. O novo preço de equilíbrio é de R$ 2,00 e a nova quantidade de 
equilíbrio é 2 kg. Uma redução na demanda, e todas as outras coisas permanecendo 
constante, resulta em preço e quantidade de equilíbrio mais baixos. 
 
1.3.2. Efeitos da mudança na oferta 
Vamos supor agora que o preço dos insumos utilizados na produção de frango 
caiam. As empresas passarão então a produzir mais frango. A curva de oferta deslocar-
se-á para direita, e o novo preço de equilíbrio é de R$ 2,00 e a nova quantidade de 
equilíbrio é de 4 kg. 
Um aumento na oferta, com todas as coisas permanecendo constante, resulta em 
menor preço e maior quantidade de equilíbrio. 
Tomemos agora D e S como a demanda e a oferta inicial, respectivamente. 
Imaginemos agora um aumento no preço dos insumo utilizados na produção do frango. 
A curva de oferta deslocar-se-á de S para S’’. O novo preço de equilíbrio será de R$ 
4,00 e a nova quantidade de equilíbrio 2 kg. Podemos dizer, então, que um decréscimo 
na oferta resultado em maior preço e menor quantidade de equilíbrio. 
 
P 
Q 
S1 
D1 
D2 
D3 
2 
2 3 
3 
4 
4 
 26
 
 
Gráfico 21: Efeitos da mudança na oferta 
 
1.3.3. Efeitos das mudanças na oferta e demanda 
Com melhoria na tecnologia de telecomunicações, podem-se prever menor custo de 
produção e menores preços da chamada telefônica no futuro. O que acontece com o 
preço e a quantidade de equilíbrio? 
O que acontece se há aumento simultâneo na demanda devido a um aumento na 
renda. 
 
 
Gráfico 21: Efeitos da mudança na oferta e na demanda 
 
D e S são curvas de demanda e oferta iniciais. 
Com um aumento na oferta, o preço da chamada telefônica irá cair, passando-se do 
ponto de equilíbrio A para o ponto de equilíbrio B, a quantidade demandada irá 
aumentar e o preço irá cair. 
Se há um aumento simultâneo na demanda, a quantidade de equilíbrio irá aumentar, 
mas o impacto sobre o preço de equilíbrio torna-se indeterminado. Isto é necessário 
conhecer a magnitude do aumento da demanda, para determinar se o preço irá elevar ou 
cair. 
P P 
P0 
P0
Q0 Q0Q1 Q1Q Q
S0 
S0 
S1
S1 
D0
D0
D1
P 
Q 
S1 
D1 
S2 
S3 
2 
2 3 
3 
4 
4 
 27
Se há um aumento na demanda e decréscimo na oferta, o preço de equilíbrio 
aumentará. Entretanto, a mudança na quantidade de equilíbrio depende da magnitude do 
acréscimo na demanda e do decréscimo da oferta. 
Se há um decréscimo na oferta e aumento na demanda, o preço de equilíbrio 
aumentará. Entretanto, a mudança na quantidade de equilíbrio depende da magnitude 
das mudanças na demanda e na oferta. 
Se a demanda e a oferta decrescem e quantidade de equilíbrio decresce, necessita-se 
conhecer a magnitude do aumento da demanda, para determinar se o preçoirá crescer 
ou cair. 
 
Síntese: 
Se a demanda e a oferta mudam em direção oposta, nós podemos predizer a direção 
da mudança no preço de equilíbrio, mas não na quantidade. 
Se a demanda e a oferta mudam na mesma direção, nós podemos predizer a direção 
da mudança na quantidade de equilíbrio, mas não no preço.

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