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Estudo Dirigido - Direito Constitucional I - Parte I

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Estudo Dirigido Direito Constitucional I - Parte I 
1) Disserte acerca do Direito Constitucional atendendo ao que se pede: 
a) Conceito de Direito Constitucional; 
O Direito Constitucional é o ramo do Direito Público, didaticamente autônomo, que estuda a organização e o 
funcionamento do Estado e a defesa dos Direitos e Garantias Fundamentais. 
b) Objeto de estudo; 
Tem por objeto de estudo a constituição política do Estado, no sentido amplo de estabelecer sua estrutura, a 
organização de suas instituições e órgãos, o modo de aquisição e limitação dos poderes através de 
previsão de diversos direitos e garantias fundamentais. 
c) Importância do seu estudo; 
É o núcleo da ciência jurídica. A Constituição é o fundamento de validade de todo o ordenamento jurídico, 
produção, interpretação e aplicação das leis. Nela são baseadas todas as leis, decretos, jurisprudências e 
doutrinas. 
d) Interdiciplinariedade; 
O seu pleno entendimento é necessário para buscar as origens das constituições, os valores e as 
características das sociedades, sendo base para o ordenamento jurídico brasileiro. Tem sua 
interdiciplinariedade com outras áreas do saber, como, história, filosofia, ciências políticas, e outros ramos 
do Direitos, tais como, direito penal, direito administrativo, direito civil, entre outros. 
e) Perfil antigo e contemporâneo do Direito Constitucional; 
O perfil antigo do Direito Constitucional é não vinculativo, visto que o Estado não se obrigava a assegurar os 
direitos e garantias individuais. Já no Direito Constitucional contemporâneo, assegurar e fazer cumprir, tanto 
os deveres, como os direitos, é tarefa vinculada ao Estado, sendo ele responsabilizar por qualquer 
desrespeito a estas garantias, prezando pelo Estado Democrático de Direito. 
f) Assuntos que fazem parte do Direito Constitucional; 
Os conteúdos tratados pelo Direito Constitucional são: Os Direitos e Garantias Fundamentais; a Estrutura e 
Organização dos Estados e seus Órgãos; o modo de aquisição e a forma do exercício do poder; a defesa 
da Constituição, do Estado e das Instituições Democráticas. 
2) Disserte acerca do constitucionalismo atendendo ao que se pede: 
a) Conceito; 
Constitucionalismo é o movimento social, jurídico e político, que tem como principal característica a 
limitação do exercício do poder do Estado por mio do texto Constitucional, com o objetivo de preservar os 
direitos fundamentais do povo. 
b) Importância do seu estudo; 
Seu estudo é importante, pois é uma teoria que ergue o princípio do governo limitado indispensável à 
garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização política-social de um povo. Tendo como 
técnica necessária de limitação do poder com fins garantisticos. 
c) Constitucionalismo x Constituição; 
• Constitucionalismo: é um movimento social, político, jurídico e ideológico, no qual surgiram as 
constituições nacionais. Como termo jurídico diz-se que é um sistema normativo que esta acima do poder, 
servindo assim, para limita-lo e garantir a limitação dos poderes dos Governantes / Estado e os direitos 
fundamentais. 
• Constituição: é o conjunto de leis que regem um determinado país, no qual se regula e organiza o 
funcionamento do Estado. Nos países democráticos, tem-se origem através de uma Assembléia 
Constituinte. 
d) Etapas do constitucionalismo segundo a doutrina e especificamente com base no texto do 
Professor Daniel Sarmento; 
Constitucionalismo Antigo, Medieval, Moderno e Contemporâneo. 
e) Época na qual se identifica o constitucionalismo propriamente dito e o neoconstitucionalismo; 
No século XVIII, com a Constituição Norte Americana de 1787 e a Constituição Francesa de 1971. A 
Revolução Francesa de 1789 reforçou o movimento constitucionalista, por influência dessas duas 
constituições e dos ideias da revolução francesa, o constitucionalismo se espalhou por toda a Europa. O 
Constitucionalismo Contemporâneo ou neoconstitucionalismo surgiu no século XX, após a Segunda Guerra 
Mundial, como fruto do movimento pós-positivista, tendo como marco teórico a Teoria da Força Normativa 
da Constituição, no qual se buscava uma maior eficácia da Constituição, especialmente na garantia dos 
Direitos Fundamentais, limitando o poder do Estado e exigindo dele o cumprimento integral do texto 
constitucional. 
3) Disserte acerca do constitucionalismo antigo atendendo ao que se pede: 
a) A qual período histórico se refere; 
Período dos Estados Antigos, no qual tiveram ideias e formaram instituições consideradas embriões do 
constitucionalismo. No Estado Teocrático Hebreu, os profetas tinham a atribuição de fiscalizar os atos do 
poder público e verificar se esses atos eram compatíveis com o texto bíblico, portanto, limitando a atuação 
do Estado, que é uma característica do constitucionalismo. Na Grécia Antiga, em especial em Atenas e 
Esparta, era possível que o cidadão grego ajuizasse ações para controlar os atos do poder público. E, no 
Estado Romano, houve um prenuncio da separação dos poderes. 
b) A qual modelo de Estado se refere; 
Se refere a Cidades Estados da idade antiga, no qual cada ente possuía autonomia própria, deliberando 
automaticamente sobre sues ordenamentos. 
c) Indicar as contribuições do período do constitucionalismo antigo para o direito constitucional 
atual; 
O Direito Constitucional atual, reaproveita ideias previstas nos primórdios do constitucionalismo político 
como a democracia direta que é exercida hoje em dia com a inativa popular, a limitação dos poderes da 
autoridade a fim de evitar arbítrios, na Grécia. Prenuncio da separação dos poderes, Senado, Consulado e 
Assembléia em Roma. 
4) Disserte acerca do Constitucionalismo Medieval, atendendo ao que se pede; 
a) A qual período histórico se refere; 
Iniciou-se com a queda do Império Romano, na Idade Média, Estado Médio, com amplo pluralismo político, 
produção de normas e prestação jurisdicional por várias fontes: a Igreja, os reis, os senhores feudais. Havia 
uma grande descentralização política. 
b) A qual modelo de Estado se refere; 
Se refere ao Estado Feudal politicamente descentralizado, onde cada região tinha o próprio ordenamento 
jurídico, ditado pelos grandes Senhores Feudais. 
c) Indicar as contribuições do período do constitucionalismo medieval para o direito constitucional 
atual; 
O maior avanço da idade média foi em relação ao prenuncio de ideias constitucionalistas, foram os pactos, 
os reias e as classes superiores, limitando seus poderes e atribuindo privilégios e a Carta Magna. Porém, 
ainda não poderia ser considerada uma constituição, pois não assegurava direitos, nem participação política 
de todos. 
5) Especificamente a respeito do Constitucionalismo moderno, disserte atendendo ao que se pede: 
a) A qual período histórico se refere; 
Refere-se ao período histórico pós idade média, Estado moderno, absoluto ou absolutista, monopólio da 
produção normativa Estatal e o poder imitado dos governantes. 
b) A qual modelo de Estado se refere; 
Se refere ao modelo de Estado Absolutista teorizado por Thomas Hobbes, era o Estado do contrato social, 
no qual a liberdade individual era suprida em benefício do Estado, o direito era ditado pelos governantes. O 
Constitucionalismo moderno tinha como idéia a limitação da atuação do Estado em favor da liberdade 
individual. 
c) Termo sinônimo; 
Constitucionalismo moderno ou propriamente dito. 
d) Anseios principais; 
O Constitucionalismo moderno tinha como idéia a limitação da atuação do Estado em favor da liberdade 
individual. 
e) Fatores históricos que proporcionaram o seu surgimento; 
Ascensão da burguesia como classe hegemônica, fim da unidade religiosa na Europa com a reforma 
protestante e as suas concepções do mundo racionalista e antropocêntricas deu Iluminismo e a falência do 
modelo de Estado absolutista. 
f) Características; 
Tem como características a contençãodos poderes dos governantes através da separação dos poderes, a 
garantia de direitos individuais, concebidos como direitos negativos oponíveis contra o Estado. 
g) Marco filosófico; 
Positivismo. 
h) Conceito de direito neste período; 
Direito como Regra. 
i) Conceito de jurisdição neste período; 
Atividade de resolução de conflitos de interesses pela subsunção do fato à norma. 
j) Versões mais importantes; 
Constitucionalismo moderno Inglês, Francês e Americano. 
l) Características e contribuições do Constitucionalismo moderno Inglês para o estudo do Direito 
Constitucional; 
Tem como característica a supremacia política do parlamento Inglês e o respeito aos direitos individuais, o 
surgimento do poder legislativo, a possibilidade de adição de norma com qualquer conteúdo, não 
invalidação/mudança dos atos normativos por outro órgão. Inexistia o texto constitucional único e de forma 
escrita, a autoridade do direito constitucional vinha de textos esparsos em conjunto com as conversões 
constitucionais e os princípios da Cammon Low (jurisprudências). Deixou para as constituições 
contemporâneas mecanismos como: Petition of Rigths - 1628 (Direito de Petição), Habeas Corpus - 1679 
(Tutela da Liberdade), Bill of Rigths - 1689 (Limite do poder público e direitos individuais). 
m) Características e contribuições do Constitucionalismo moderno Francês para o estudo do Direito 
Constitucional; 
O poder constituinte funda em nova ordem jurídica, criando novos órgãos e novos poderes; a constituição 
deveria ser um documento escrito, documento este que deveria inspirar a atuação legislativa francesa. 
Suas características ou protagonismo se dá através do Poder Legislativo, pela desconfiança dos franceses 
do poder judiciário, uma instituição corrompida e associada ao regime antigo. Uma valorização da lei como 
sendo a vontade geral do povo, a constituição era meramente ilustrativa. 
O modelo francês, influenciou nas Constituições contemporâneas, trazendo sua forma escrita e a unicidade 
do documento. 
n) Características e contribuições do Constitucionalismo norte americano para o estudo do Direito 
Constitucional; 
Tem como característica um texto sintético, de difícil alteração, com uma plasticidade das cláusulas 
constitucionais, e a valorização era feita pela via interpretativa, adotando a constituição às novas demandas 
e valores que emergiam na sociedade americana. Assim como a francesa, adota a teoria do poder 
constituinte, e a cada nova constituição faz-se a ruptura com a constituição passada, “como se nascesse 
outro país”. Sendo assim, a constituição ganha força jurídica (Herança deixada as constituições 
contemporâneas), se transformando em norma jurídica invocada pelo poder judiciário. 
o) Influência e contribuições dos constitucionalismo inglês, francês e americano em relação ao 
constitucionalismo brasileiro. 
Influenciou nas normas de organização e funcionamento do Estado, distribuição e competências, e, portanto 
limitando o poder do Estado e normas que declaram e posteriormente protegem e garantem os direitos 
fundamentais da pessoa humana. Estas são algumas heranças que constitucionalismo moderno das 
constituições francesa, americana e inglesa trouxeram para o constitucionalismo brasileiro. 
Ex: A constituição de 1988, no qual o Superior Tribunal de Justiça passou a ser a corte responsável pela 
uniformização da interpretação da lei federal, e o Supremo Tribunal Federal passou a cuidar de temas 
predominantemente constitucionais. Conforme Pedro Lenza (2011, p. 125) “pela primeira vez se 
estabeleceu o controle das omissões legislativas, seja pelo mandado de injunção (controle difuso), seja pela 
ADI por omissão (controle centrado)”a mesma ainda dispõe sobre os direitos e garantias fundamentais. 
6) No que tange ao princípio da separação dos poderes, frutos do constitucionalismo moderno 
francês, disserte da forma mais completa possível atendendo ao que se pede: 
a) Conceito; 
Pressupões a separação ou divisão das funções ou competências do Estado, para evitar a concentração 
absoluta de poder nas mãos de uma só pessoa, sendo dividido em Executivo, Legislativo e Judiciário. 
b) Autor; 
Os percursores foram Patão “Não se deve estabelecer jamais uma autoridade demasiadamente poderosa e 
sem freio nem paliativos”(Diálogo das Leis); Aristoteles considerava ser injusto e perigoso atribuir a um só 
indivíduo o exercício do poder (A Política). Porém, foi no século XVII com Montesquieu que recebeu o 
sentido mais clássico e difundido. 
c) Sentido clássico; 
Prevê a autonomia dos poderes como um pressuposto de validade para o Estado Democrático, sendo ele 
dividido em três: Legislativo, Executivo e Judiciário.Montesquieu acreditava que, para afastar governos 
absolutistas seria fundamental estabelecer autonomia e limites a cada poder. Criou-se assim, o sistema de 
Freios e Contrapesos, o qual consiste na contenção do poder pelo poder, ou seja, cada um exercer 
determinada função, sendo controlado pelos demais, mas ambos estando em igualdade. 
d) Sentido contemporâneo: ideia americana - sistema de freios e contrapesos; 
Cada um dos poderes atua em seu polo, porém, entram no âmbito um do outro em algumas questões: O 
Executivo, legisla por medidas provisórias e funciona como judiciário em processos administrativos; O 
Legislativo, administra seu próprio recurso e julga por comissões parlamentares de inquérito; O Judiciário, 
administra seus próprios recursos e legisla por jurisprudência. 
e) Concepção adotada atualmente pelo direito brasileiro; 
Atualmente o direito brasileiro adota o sentindo contemporâneo, fala-se ainda da existência de um quarto 
poder, o Ministério Público, a quem compete zelar pela defesa dos direitos fundamentais e fiscalizar os 
poderes públicos, garantindo assim, a eficiência do sistema de freios e contrapesos. Porém, há uma 
divergência quanto a este pensamento. 
7) Especificamente a respeito do constitucionalismo contemporâneo, disserte atendendo ao que se 
pede; 
a) A qual período histórico se refere; 
Refere-se ao século XX, pós segunda guerra mundial, iniciando-se a Idade contemporânea e o Estado 
Democrático de Direito. 
b) A qual modelo de Estado se refere; 
Refere-se ao Estado Democrático de Direito, onde houve uma aproximação de constitucionalismo e 
democracia. 
c) Termo sinônimo; 
Neoconstitucionalismo ou Constitucionalismo Cidadão. 
d) Anseios principais; 
Busca pela efetiva eficácia da constituição e pela concretização dos direitos fundamentais, necessidade de 
criação de mecanismos de garantias de direito que limitem abusos que tinham sido subtraídos da maioria. 
e) Fatores históricos para o surgimento; 
O direito deixou de se preocupar meramente com o fator positivista e começou a se preocupar mais com a 
dignidade da pessoa humana. Sendo assim, deve-se interpretar o texto constitucional, não se lavando em 
conta apenas o que nele esta escrito, mas, ir além disso. A constituição é uma lei, um documento com forma 
normativa, para modificar a realidade social em prol da defesa dos direitos fundamentais. 
f) Conceito de direito neste período; 
O direito deixou de se preocupar com o fator positivista e começou a se preocupar mais com a dignidade da 
pessoa humana. Nesse sentido não leva-se em conta apenas o que esta escrito no texto constitucional, 
mas sim além disso. A constituição é uma lei, um documento com força normativa, visando modificar a 
realidade social em prol da defesa dos direitos fundamentais. 
g) Conceito de jurisdição neste sentido; 
A jurisdição é ampliada, uma norma jurídica equivalente a regra e princípios, irradiação de norma e valores 
para todos os ramos do ordenamento, o poder judiciário é protagonista no Estado de direito democrático. 
h) Características; 
Suas características são: Jurisdição ampliada, protagonismo do poder judiciário, maior eficácia dos direitos 
fundamentais, constituiçãocom força normativa, constituição como elemento fundamental da concretização 
de direitos e não como mero documento informativo, importância dos princípios como normas jurídicas 
atuando ao lado das regras. 
i) Marco filosófico; 
Pós-positivismo: houve uma união entre o jusnaturalismo e o positivismo, aproximação entre a ética, os 
valores e o Direito, evoluindo para além da legalidade estrita, adicionando uma maior liberdade de decisão a 
figura do juiz. 
j) Marcos teóricos; 
Reconhecimento da força normativa da constituição, expansão da jurisdição constitucional, 
desenvolvimento de uma nova forma de interpretação constitucional (incluindo os princípios e a técnica da 
ponderação para a aplicação dos vereditos), desenvolvimento de uma teoria dos direitos fundamentais. 
l) Polêmicas/Controvérsias geradas; 
Atuação do judiciário, mais especificamente do STF como legislador positivo, suprindo a inércia do poder 
legislativo. As decisões mais polêmicas foram sobre a permissão do aborto do feto anêncefalo, onde o STF 
se utilizou da ponderação entre os direitos a vida e a liberdade, concedendo a mãe o direito da interrupção 
da gravidez, retirando a titilação de crime, e também a decisão reconhecendo os direitos a união 
homoafetiva, onde o STF, gozando de seu protagonismo no constitucionalismo contemporâneo, faz uma 
interpretação ampliaria da constituição, levando em consideração os direitos e garantias fundamentais do 
que atualmente seria o matrimônio. 
m) Influência e contribuições do constitucionalismo contemporâneo no constitucionalismo brasileiro 
atual; 
A Constituição brasileira de 1988 absorveu os alicerces fundamentais da teoria contemporânea 
constitucionalista, como por exemplo, a teoria dos direitos e garantias fundamentais, a dignidade da pessoa 
humana, a soberania do povo, a autonomia e a independência do poder judiciário , a nova dogmática de 
interpretação jurídica, e a constituição com força normativa concretizando efetivamente os direitos 
fundamentais. 
n) Poder normativo da Constituição Federal Brasileira de 1988; 
A constituição de 1988, destaca-se por assegurar os direitos sociais e fundamentais do cidadão brasileiro, 
onde até mesmo em seu preâmbulo inicia-se e pode-se visualizar este efeito diz “Nós, representantes do 
povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, 
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança…”. Podendo 
ser invocada a qualquer momento em que o Estado falhar no seu cumprimento, pois a constituição goza de 
força normativa e não é apenas um mero mecanismo de instrução. 
o) Sentido da expressão “constitucionalismo do direito”. 
É o acolhimento pelas constituições de instituto e regras antes relegadas ao campo infraconstitucional e a 
releitura dos institutos previstos na legislação sob a ótica dos princípios e garantias fundamentais. É a 
proteção da parcela mais relevante do Direito diretamente pela Carta Magna. 
8) Disserte acerca da constituição atendendo ao que se pede: 
a) Conceito; 
Na concepção de Niklas Luhmann, a constituição é acoplamento estrutural entre direito e a política, 
considerada como a lei máxima da sociedade. Para Hans Kelsen, a constituição é a leu mais importante de 
todo o ordenamento jurídico. O ordenamento jurídico é um sistema hierárquico de normas, no qual a norma 
principal é a constituição. Segundo Luis Roberto Barroso, a constituição é um documento escrito que cria ou 
reconstrói o Estado, organiza e limita o poder político dispondo acerca de direitos fundamentais, valores e 
fins públicos. 
b) Analise o conceito sob os pontos de vista político e jurídico; 
Do ponto de vista político, segundo Carl Schmitt a constituição é um instrumento fruto d uma decisão 
política fundamental, ou seja, a decisão política é quem dá a existência a constituição. Exemplo: decisões 
políticas, tais como a forma de Estado e de governo, o sistema de governo a estrutura do Estado e direitos 
fundamentais, etc. Do ponto de vista jurídico, segundo Kelsen, a constituição seria uma norma pura, 
suprema e positivada de cumprimento obrigatório e no sentido jurídico político regula a criação de todas as 
outras e limita o seu conteúdo. 
c) Sentido antigo e atual da constituição; 
A constituição antiga, forma de organização e funcionamento das instituições essenciais, de caráter 
meramente informativo. Constituição moderna: limitação dos poderes do Estado. Ex: Constituições 
Americana e Francesa. Constituição contemporânea: força normativa da constituição, sendo a base de todo 
o ordenamento jurídico, parâmetro para a criação e interpretação das leis. 
d) Concepções ou teorias acerca do conceito de constituição; 
São três as concepções acerca da constituição, sociológica, jurídica e política. 
• Concepção Sociológica: Proposta por Ferdinand Lassalle no livro "A essência da Constituição ". 
Enxerga a Constituição sob o aspecto da relação entre os fatos sociais dentro do Estado. Para Lassalle 
havia uma Constituição real (ou efetiva - definição clássica - é a soma dos fatores reais de poder que 
regem uma determinada nação) e umaConstituiçãoo escrita (CF/88 - para Lassalle, uma constituição 
escrita não passa de uma folha de papel). Esta soma poderia ou não coincidir com a Constituição escrita, 
que sucumbirá se contrária à Constituição real ou efetiva, devendo se coadunar com a Constituição real 
ou efetiva. 
• Concepção Política: Prisma que se dá nesta concepção é o político. Defendida por Carl Schmitt no livro 
"Teoria da Constituição ". Busca-se o fundamento da Constituição na decisão política fundamental que 
antecede a elaboração da Constituição - aquela decisão sem a qual não se organiza ou funda um Estado. 
Ex: Estado unitário ou federação, Estado Democrático ou não, parlamentarismo ou presidencialismo, 
quais serão os direitos fundamentais etc. - podem estar ou não no texto escrito. O autor diferencia 
Constituição de Lei Constitucional. A 1ª traz as normas que decorrem da decisão política fundamental, 
normas estruturantes do Estado, que nunca poderão ser reformadas. A 2ª será que estiver no texto 
escrito, mas não for decisão política fundamental, ex: art. 242, §§ 1º e 2º, CF - é matéria adstrita à lei, mas 
que está na Constituição, podendo ser reformadas por processo de reforma constitucional. 
• Concepção Jurídica ou concepção puramente normativa da Constituição: Hans Kelsen - "Teoria 
Pura do Direito ". A Constituição é puro dever-ser, norma pura, não devendo buscar seu fundamento na 
filosofia, na sociologia ou na política, mas na própria ciência jurídica. Logo, é puro"dever-ser". Constituição 
deve poder ser entendida no sentido: a) lógico-jurídico: norma fundamental hipotética: fundamental porque 
é ela que nos dá o fundamento da Constituição; hipotética porque essa norma não é posta pelo Estado é 
apenas pressuposta. Não está a sua base no direito positivo ou posto, já que ela própria está no topo do 
ordenamento; e b) jurídico-positivo: é aquela feita pelo poder constituinte, constituição escrita, é a norma 
que fundamenta todo o ordenamento jurídico. No nosso caso seria a CF/88. É algo que está no direito 
positivo, no topo na pirâmide. A norma infraconstitucional deve observar a norma superior e a 
Constituição, por conseqüência. Dessa concepção nasce a idéia de supremacia formal constitucional e 
controle de constitucionalidade, e de rigidez constitucional, ou seja, necessidade de proteger a norma que 
dá validade a todo o ordenamento. Para ele nunca se pode entender o direito como fato social, mas sim 
como norma, um sistema escalonado de normas estruturas e dispostas hierarquicamente, onde a norma 
fundamental fecha o ordenamento jurídico dando unidade ao direito. 
e) Classificação das constituições quanto à forma; 
Posem ser classificadas como escritas e não escritas. 
• Escritas: são aquelas materializadasem um documento escrito, afim de instrumentalizar e garantir a 
obediência de suas determinações. Todas as constituições brasileiras são escritas, outro exemplo seria a 
constituição americana. 
• Não escritas: são formadas por textos esparsos, sem que haja uma unidade de documento, contendo os 
costumes e convenções sedimentadas ao longo da história, não se materializam especificamente como 
uma constituição. Um exemplo é a constituição inglesa, que é composta parte por costumes, e parte 
escrita. 
f) Classificação das constituições quanto à origem; 
As constituições podem ser classificadas de três formas. 
• Promulgada, democrática ou popular: Quando para sua elaboração exige-se a participação do povo, 
que irá ordenar por meio democracia direta ou da democracia representativa, com a eleição direta de uma 
assembleia nacional constituinte. Como as constituições do Brasil de 1891, 1934, 1946 e 1988. 
• Outorgada ou imposta: São elaboradas sem a participação popular, sendo imposta pelos governantes 
ao povo. Como as constituições do Brasil de 1824, 1937, 1967 e a emenda constitucional de 1969. 
• Cesaristas: São elaboradas de forma autoritária pelo Estado, mas posteriormente passam por aprovação 
popular através de um plebiscito. Um exemplo seria a Constituição do Chile de 1980, durante a fase da 
ditadura de Agosto Pinochet. 
g) Classificação das constituições quanto à estabilidade do seu texto; 
Levando em conta o grau de facilidade que se encontra para modificar o texto constitucional de um Estado, 
entende-se que por ser uma norma suprema, se faz necessário uma proteção especial para ser alterada. 
São classificadas de quatro formas. 
• Imutáveis: não é popular, visto a dificuldade de atualização. 
• Rígidas: admite modificação em seu texto, mas somente após um processo legislativo rigoroso do que o 
utilizado para a elaboração das leis ordinárias. 
• Semi-rígidas: possui dificuldade de modificação apenas para parte do texto constitucional, sendo as 
demais normas contidas em seu texto fazendo o uso do mesmo critério de elaboração das leis ordinárias. 
Um exemplo seria a Constituição Brasileira de 1824. 
• Flexíveis: permite que a mudança no texto constitucional seja feito da mesma forma que a de elaboração 
e modificação das leis ordinárias. 
Em suma, a Constituição Brasileira de 1988 é tida como rígida, para a maioria dos doutrinadores, pois 
exige-se um processo legislativo rigoroso pra a sua modificação. Entretanto, Alexandre de Moraes a 
classifica como super rígida, pois além do processo rigoroso para as modificações, existem artigos 
imutáveis, onde não se podem fazer alterações, como por exemplo as cláusulas pétreas. Ex. Art. 60, § 4º da 
CFRB de 1988. 
h) Classificação das constituições quanto à extensão; 
Podem ser classificadas de duas formas. 
• Prolixas ou Analíticas: são as que além de versar sobre o conteúdo básico de uma constituição, optam 
por abordar outros assuntos dentro do texto constitucional, ficando muito extensas. Um exemplo seria a 
Constituição Brasileira de 1988, pois como o país saia de uma ditadura, o constituinte entendeu ser mais 
seguro defender e determinar tini seria as relações estatais no direito democrático no texto constitucional. 
O problema destas constituições é que tendem a ser menos estáveis, visto que tratam de assuntos 
diversos, precisam de que sejam feitas adaptações legislativas em seu texto por conta da evolução 
humana com uma frequência maior. 
• Concisas ou Sintéticas: possuem um conteúdo restrito ao que é estritamente necessário de ser tratado 
pela constituição. Um exemplo seria a Constituição dos Estados Unidos da América, onde seu texto 
constituinte possui apenas sete artigos e de vinte e sete emendas constitucionais. 
i) Classificação das constituições quanto à essência; 
Existem três classificações quanto à essência das constituições. 
• Constituição Normativa: as relações políticas e os agentes do poder, subordinam-se às determinações 
de seu conteúdo e de seu controle procedimental, adaptando-se perfeitamente ao fato social. Ex. 
Constituição Americana de 1787. 
• Constituição Nominalista: possui disposições de limitação e controle de dominação política, sem 
ressonância no sistema de processo real do poder, com insuficiente concretização constitucional. 
j) Classificação das constituições quanto à sistematização; 
Podem ser classificadas como Codificadas e Não-Codificadas. 
• Constituição Codificada: suas normas encontram-se contidas inteiramente em um único texto, formando 
um único corpo de lei. Ex. Todas as Constituições Brasileiras. 
• Constituição Não-Codificada: suas normas encontra-se esparsas ou fragmentadas em diversos textos. 
Ex. Cartas da Bélgica de 1830 e a da França de 1975. 
l) Classificação das constituições quanto à ideologia; 
Podem ser classificadas como ortodoxas ou ecléticas. 
• Constituição Ortodoxa: adota uma só ideologia política. Ex. Constituições Soviéticas de 1923, 1936 e 
1977 (comunista). 
• Constituição Eclética: conciliam várias ideologias politicas diferentes. Ex. Constituição Portuguesa de 
1976 e a Constituição Brasileira de 1988. 
m) Estrutura das constituições; 
Não há um padrão ditado para se estruturar, é o esqueleto das partes que compõem as constituições. A 
Constituição Brasileira de 1988 se estrita da seguinte forma: 
• Preâmbulo: é a parte introdutória, possui natureza política e não jurídica segundo o entendimento do STF. 
• Normas centrais: Versam desde os princípios fundamentais, como por exemplo o art. 1º da CF/88, ate a 
ordem social, como por exemplo o artigo 232. Possui natureza jurídica, podendo ser invocada a qualquer 
momento. 
• Disposições constitucionais gerais: são as normas impessoais, abstratas, imperativas, aplicadas em 
determinadas situações, são mutuais, mas também passageiras, de caráter generalista. Ex. Previsão de 
assuntos típicos de lei ordinária, como o art. 239, 2º, 3º, 4º da CF/88. 
• Disposições constitucionais transitórias: normas jurídicas temporárias, efêmeras, que possibilitam a 
passagem de uma norma constitucional para outra, contém normas que tratam de providencias a serem 
tomadas no período de transição entre a norma constitucional anterior e a vigente, possuindo o mesmo 
grau de positividade jurídica das normas centrais. 
9) Disserte acerca do poder constituinte atendendo ao que se pede; 
a) Conceito de poder constituinte; 
O Poder Constituinte é responsável pela criação, reforma, revisão e mutação das constituições. Segundo 
Canotilho “O poder constituinte se revela sempre como uma questão de ‘poder’, de ‘força’ ou de ‘autoridade’ 
política que se está em condições de, numa determinada situação concreta, criar, garantir ou eliminar uma 
Constituição entendida como a lei fundamental da comunidade política.” 
b) Autor do Poder Constituinte; 
Emmanuel Joseph Sieyès. 
c) Razões da idealização da Teoria do Poder Constituinte; 
Substituição do teocentrismo pelo antropocentrismo. Essa mudança de paradigma desenvolve o ideal de 
“racionalismo” decorrência da visão iluminista que trás uma concepção racionalizada da humanidade. Foi 
pela ideia de que o próprio ser humano deveria definir as formas de organização e relações estatais, e não 
uma divindade. Para Sieyès o terceiro Estado, povo, deveria exercer o poder. 
d) Processos constituintes no mundo; 
Vários são os atos que encadeiam no propósito de superação do status quo vigente. O processo 
constituinte é desde os atos de ruptura com a ordem anterior, convocação e eleição dos constituintes, os 
trabalhos desenvolvidos, a aprovação final e a entrada em vigor da nova constituição, que será promulgada 
ou outorgada. 
e) Hipóteses que deflagram a manifestação do poder constituinte; 
As hipóteses que deflagram o poder constituinte, na maior parte dos casos conhecidos se deu após findas 
as guerrasou revoluções internas, como no caso da Constituição Francesa, após a Revolução Francesa. 
Podemos citar, como processo pós guerra, a Constituição Alemã de Weimar, após a Primeira Guerra 
Mundial em 1918 e a Constituição pós Segunda Guerra Mundial, que foi criada para os países vencidos, 
que ficaram sob a tutela dos aliados. Apesar dos exemplos pós guerra, também pode ser dar de modo 
pacifico. 
f) Titularidade e exercício do poder constituinte; 
A titularidade do poder constituinte é do povo, que exerce por meio de representantes eleitos ou 
diretamente. Por exemplo o art. 1º da CF/88. 
g) Natureza jurídica do poder constituinte; 
Sua natureza é fática, pois não se baseia no direito, mas em fatores políticos, sociais e econômicos, tem 
consequência jurídica, pois materializa-se na forma da constituição. 
h) Procedimento; 
i) Espécies de poder constituinte; 
Originário, derivado, difuso e supranacional. 
10) Especificamente acerca do poder constituinte originário, disserte acerca do se pede: 
a) Conceito; 
O poder constituinte originário tem a capacidade de criar uma constituição, documento que organiza 
juridicamente o Estado. 
b) Natureza jurídica; 
Natureza fática ou extrajuridica, pois não deriva de uma norma jurídica, mas sim de um fato social que exige 
a elaboração de uma constituinte. 
c) Características; 
Suas características são: 
• Inicial: é o ponto de partida do regramento do Estado, ou seja, inaugura a existência do ordenamento 
jurídico e o Estado do ponto de vista jurídico-formal; 
• Soberano: não há nenhuma força maior que ele, seja no âmbito interno ou externo; 
• Autônomo: pode estruturar a constituição como bem entender, ou seja, de forma autônoma; 
• Incondicionado: não se vincula a ordem jurídica anterior, por ser um poder político e não jurídico, não se 
limita por lei; 
• Ilimitado juridicamente: não encontra limite temático, pode tratar dos temas que desejar. 
d) Titularidade; 
Sua titularidade é o Povo. 
e) Exercício; 
Através de eleição de representantes populares, que integram uma assembléia constituinte ou pela 
revolução. 
f) Limites; 
Para a corrente jusnaturalista, contrária à ideia de um poder constituinte ilimitado, o fato de não se vincular 
a qualquer regra ou norma jurídica pré-existente não dá ao poder constituinte o caráter de ilimitado, mas tão 
somente de autônomo, no sentido de independente de não sujeito às influências jurídicas anteriores do 
Estado que buscou recriar. Sinteticamente, em razão da anterioridade e da superioridade do direito natural, 
o poder constituinte estaria a ele submetido, já que não se trata de regras de direito positivo. Alguns 
pensadores acreditam que o limite seria a própria sociedade, pois dela emana o poder, ou seja, quando são 
violados a moral, os valores, os bons costumes e os direitos fundamentais, não há validade no poder 
constituinte. Para a corrente positivista é ilimitado. 
11) Especificamente acerca do poder constituinte derivado, disserte atendendo ao que se pede: 
a) Conceito 
É um poder constituído, ou seja, no momento da elaboração da constituição o legislador irá determinar 
judicialmente como ele deverá ser exercido, têm a função de modificar a constituição e dar poder ao Estado 
membro de elaborar à sua própria constituição. 
b) Natureza jurídica; 
Poder de direito - instituído pelo poder constituinte originário. Manifesta-se de acordo com as limitações 
previstas na Constituição. 
c) Características; 
Suas características são: 
• Subordinado: sujeita-se a uma ordem jurídica implementada na constituição, pois é instituído 
juridicamente pelo poder originário; 
• Limitado: a constituição impõe limites para que se modifique a constituição, que são os limites de seu 
exercício. Ex. as cláusulas pétreas; 
• Condicionado: esta vinculado a condições para fins de seu exercício, sendo este limitado e que possui 
condições pré-estabelecidas; 
• Contínuo: 
d) Espécies; 
Decorrente, reformado e revisor. 
12) Especificamente a respeito do poder constituinte derivado reformador, disserte atendendo ao 
que se pede: 
a) Conceito; 
O poder constituinte derivado reformador, também denominado Poder Constituído, Instituído ou de Segundo 
Grau, consiste em um meio oriundo do Poder Constituinte Originário para reformular os dispositivos 
constitucionais sempre que for conveniente e necessário, mediante emendas constitucionais, haja vista a 
necessidade de tais dispositivos se adequarem à realidade social. 
b) Características; 
O Poder Constituinte Derivado Reformador, possui como principais características ser condicionado, 
secundário e limitado, sendo que tais limitações se subdividem em limitações formais ou procedimentais, 
limitações circunstanciais e materiais ou substanciais. 
c) Titularidade e exercício; 
Quem exerce é o Congresso Nacional, deputados e senadores e o titular é o povo. 
d) Mecanismos de reforma; 
Através de PEC - Projeto de Emenda Constitucional. 
e) Limites do poder reformador; 
Possuem limitações formais que se dividem em subjetivas, objetivas circunstanciais e limitações materiais: 
• Objetivas: trata de quem poderá propor a PEC, sendo três os legitimados, como dispõe o Art. 60. A 
Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada 
uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
• Subjetivas: tratam de outras condições que a constituição impõe para que seja mudado o seu texto, 
necessitando de processo para ser aprovada, quantidade de votos, turnos e etc. 
• Circunstanciais: são aquelas de caráter excepcional, como por exemplo, Estado de defesa, Estado de 
Sítio e Intervenção Federal. O objetivo desse limite é preservar a integridade do Estado Democrático de 
Direito quando esteja passando por momentos de instabilidade social. 
Obs. Estado de calamidade pública não é limitador. 
• Materiais: são os temas que não podem ser alterados, por exemplo as Cláusulas Pétreas. 
Ex. Art. 60. § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
Obs. Não poderão ser restringidas ou extinguidas, mas poderão ser ampliadas. Um exemplo de 
ampliação seria a Emenda 45 de 2004 que incluiu no art. 5º os parágrafos 3º e 4º, que trata de 
direitos e garantias individuais. 
f) Limites expressos; 
Cláusulas Pétreas, por exemplo o Art. 60. § 4º. 
g) Limites implícitos; 
São aqueles que caso fossem alterados por uma PEC, as cláusulas explicitas poderiam ser desrespeitadas, 
por exemplo o próprio art. 60, caso fosse modificado, afetaria o paragrafo 4º. 
Obs. Além do art. 60, todos os dispositivos estruturantes e fundamentais do Estado brasileiro são 
cláusulas pétreas, em especial o art. 1º, o art. 3º e o art. 34, VII. 
h) Cláusulas Pétreas; 
por exemplo o Art. 60. § 4º, não pode ser extinguido ou restringido, mas poderia ser ampliado. 
13) Especificamente a respeito do poder constituinte derivado decorrente, disserte atendendo ao 
que se pede: 
a) Conceito; 
É o poder outorgado aos entes estaduais da federação de editarem as suas próprias constituições. Nas 
federações há mais de um poder constituinte pela existência do poder constituinte. 
b) Natureza jurídica; 
É poder de direito, tem sua natureza jurídica limitada pela Constituição Federal, os municípios não possuem 
poder constituinte derivado decorrente, não há que se falar em inconstitucionalidade, mas sim em 
ilegalidade. 
c) Características; 
É condicionado e limitado. 
d) Titularidade e exercício; 
A titularidade é do povo e é exercido pelas AssembleiasEstaduais. 
e) Espécies; 
São duas as espécies: 
• Poder constituinte derivado inicial, instituidor ou institucionalizador: responsável pela elaboração da 
Constituição estadual. Como anotou Ana Cândida, “…intervém para exercer uma tarefa d caráter 
nitidamente constituinte, qual seja a de estabelecer a organização fundamental de entidades componentes 
do Estado Federal. Tem o Poder Constituinte Decorrente uma caráter de complementaridade em relação à 
Constituição; destina-se a perfazer a obra do Poder Constituinte Originário nos Estado Federais, para 
estabelecer a Constituição dos seus Estados componentes. 
• Poder constituinte derivado decorrente de revisão estadual ou poder decorrente de segundo grau: 
tem finalidade de modificar o texto da Constituição estadual, implementando as reformas necessárias e 
justificadas e nos limites colocados na própria constituição estadual, nesse sentido, por derivar de um 
poder que já derivou de outro, caracteriza-se como de segundo grau. 
f) Limites do poder decorrente; 
O poder constituinte derivado decorrente é limitado pela própria Constituição Federal, e a ela é 
condicionado, muitas constituições estaduais possuem as chamadas normas de repetição, que são nada 
mais que normas obrigatórias da Constituição Federal que devem ser seguidas, então, somente normas 
diferentes a estas que podem ser elaboradas gozando autonomia do Estado membro. Um exemplo de 
norma de repetição, são as que dispõe sobre o processo legislativo, a CPI, a organização do tribunal de 
contas e a eleição do Chefe do Executivo. 
14) Especificamente a respeito do poder constituinte difuso, dissera atendendo ao que se pede: 
a) Conceito; 
O poder constituinte difuso se instrumentaliza de maneira informal e expontânea, como verdadeiro poder de 
fato que decorre de fatores sociais, econômicos e políticos, encontrando-se em estado de latência. Trata-se 
de um processo informal de mudança da constituição, alterando-se o seu sentido interpretativo e não o seu 
texto, que permanece intacto em sua literalidade. 
b) Importância; 
Trata-se de uma interpretação importante, pois tem a função de preencher lacunas constitucionais que se 
formam com o passar do tempo e a mudança de realidade daquela sociedade. Tem seu limite nos princípios 
estruturantes da Constituição Federal, é importante pois não precisa das burocracias da mudança do texto 
para dar interpretação mais adequada a norma constitucional, podendo assim, salvaguardar novas 
demandas que surgem na sociedade, mas isso, sem fazer uma interpretação inversa a constituição. 
c) Limites; 
Princípios estruturantes da constituição, não podendo maculá-lo. 
d) Diferença entre ele e o poder constituinte derivado reformador; 
De um lado a mudança implementada pelo poder constituinte derivado reformador, se verifica de modo 
formal, palpável, por intermédio das emendas à Constituição, já a modificação produzida pelo poder 
constituinte difuso se instrumentaliza de modo informal e espontâneo, como verdadeiro poder de fato, e que 
decorre dos fatores sociais, políticos e econômicos. O sentido interpretativo muda, mas o seu texto 
permanece intacto e literal. 
e) A qual etapa do constitucionalismo se identifica; 
Constitucionalismo contemporâneo ou neoconstitucionalismo. 
15) Disserte acerca da relação entre a nova constituição editada e a ordem jurídica anterior: 
No momento do surgimento de uma nova constituição, a constituição anterior pode sofrer três possíveis 
consequências: 
• Revogação: é a regra, e estabelece a perda da validade do texto constitucional anterior, de forma tácita, 
por ser entendido a incompatibilidade do novo ordenamento, não cabendo ADIN para questioná-la, 
apenas uma arguição de descumprimento de preceitos fundamentais; 
• Revogação: a norma infraconstitucional que não contrariar a nova ordem, será recepcionada, 
continuando em vigor, podendo, inclusive, adquirir nova “roupagem”. Como exemplo temos o CTN - 
Código de Tributário Nacional - Lei n. 5172/66, que, embora tenha sido elaborado com quorum de lei 
ordinária, foi recepcionado pela nova ordem como lei complementar, sendo que os ditames que tratam das 
matérias previstas no art. 146, I, II e III da CF/88, só poderão ser alterados por lei complementar. 
• Desconstitucionalização: trata-se de um fenômeno pelo qual as normas da Constituição anterior, desde 
que compatíveis com a nova ordem, permanecem em vigor, mas com o status de lei infraconstitucional. 
16) Discorra sobre as normas constitucionais atendendo ao que se pede: 
a) Conceito; 
São normas jurídicas dispostas no texto constitucional, a qual serve de base para todo o ordenamento 
jurídico do Estado. 
b) Classificação segundo o professor José Afonso da Silva; 
São classificadas como de eficácia plena, contida e limitada. 
c) Comente as espécies de nomes constitucionais segundo o doutrinador José Afonso da Silva; 
• Plena: normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral, são aquelas 
normas da Constituição que, no momento que entra em vigor, estão aptas a produzir todos os seus 
efeitos, independente de norma interativa infraconstitucional, situação esta que, pode ser observada, 
também na hipótese de introdução de novos preceitos por emendas à Constituição, ou na hipótese do art. 
5º, § 3º. Em regra criam órgãos ou atribuem aos entes federativos competências. 
• Contida: as normas constitucionais de eficácia contida ou prospectiva, têm aplicabilidade direta e 
imediata, mas possivelmente não integral. Embora tenham condições de, quando da promulgação da 
nova Constituição,, ou da entrada em vigor, ou diante da introdução de novos preceitos por emendas à 
Constituição, ou na hipótese do art. 5º, § 3º, produzir todos os seus efeitos, poderá haver a redução de 
sua abrangência. Ao contrário do que ocorre com as normas constitucionais de eficácia limitada, em 
relação às quais o legislador infraconstitucional amplia o âmbito de sua eficácia e aplicabilidade, no 
tocante às normas constitucionais de eficácia contida percebemos verdadeira limitação, restrição, à 
eficácia e à aplicabilidade. 
• Limitada: são aquelas normas que, de imediato, no momento que a Constituição é promulgada, ou entra 
em vigor, não têm o condão de produzir todos os seus efeitos, precisando de uma lei interativa 
infraconstitucional, ou até mesmo de integração por meio de emenda a constitucional, como se observou 
nos temos do art. 4º da EC n. 47/2005. São, portanto, de aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, ou 
segundo alguns autores, aplicabilidade diferida. 
17) Acerca das normas constitucionais de eficácia limitada, disserte a respeito da atuação dos 
poderes judiciário e legislativo à luz da Teoria da Separação dos Poderes, considerando a leitura 
clássica deste princípio e a leitura contemporânea emprestada pelo constitucionalismo americano. 
No que concerne a concretização das normas constitucionais de eficácia limitada, na visão da Teoria 
Clássica da Separação dos Poderes, notamos que o poder judiciário não poderia estar suprindo a lacuna 
legislativa, pois a tripartição clássica, sendo mais rígida, limitava cada poder a atuar restritamente em sua 
função ordinária. Já na visão atual, a contemporânea, emprestada do constitucionalismo americano, temos 
o sistema de freios e contrapesos, onde cada poder atua na área do outro, respeitando a um limite, isso 
permite, que o poder judiciário tenha autonomia para em caso de necessidade, atuar como legislador 
positivo e até mesmo negativo. 
18) Discorra acerca da hermenêutica constitucional atendendo ao que se pede: 
a) Conceito de hermenêutica e interpretação; 
Provém do termo “hermes”, trata-se de uma tentativa de explicar, traduzir a norma jurídica para que seja 
compreendida e aplicada a sociedade. A hermenêutica é a ciência da interpretação, e por meio dela 
interpreta-se quais princípios podem serutilizados para a compreensão das normas jurídicas. 
b) Importância do estudo da hermenêutica constitucional - aplicação prática atualmente; 
Pela importância suprema da constituição, é importante que ela seja abordada por técnicas de interpretação 
específicas. Além disso, a constituição é dotada de uma série de princípios e normas de caráter político que 
desafiam a compreensão e exigem abordagem específicas de órgão do poder judiciário, que se utiliza das 
várias técnicas hermenêuticas para chegar a resolução dos conflitos. 
c) Critérios clássicos de hermenêutica geral; 
• Gramatical: observa-se a literalidade da lei, o que está escrito. 
• Lógico: utiliza-se de raciocínios lógicos para entender a lei, procura a harmonia lógica das normas 
constitucionais. 
• Histórico: consiste na busca dos antecedentes remotos e imediatos que interferiram no processo de 
interpretação constitucional. Para entendermos o sentido atual, precisamos entender o “passado” desses 
institutos. Por exemplo, se deixarmos interpretar a Constituição Federal de 1988 utilizando o método 
histórico e buscando um antecedente histórico, poderíamos buscar a Constituição de 1824, 1946, 1967, 
etc., pois estudando esta evolução, chegaríamos ao entendimento de como chegamos à Constituição 
atual. Poderíamos também, estudar os trabalhos da constituinte de 1987. A Constituição federal de 1988 
muitas vezes procura atrelar valores antagônicos, pois em 1987 o mundo ainda era bipolar, via a 
dicotomia socialismo x capitalismo. Essa dicotomia se concretizou no texto da Carta Magna de 1988. 
• Sistemático: é aquela interpretação que busca correlacionar todos os dispositivos normativos de uma 
Constituição, pois só conseguimos elucidar a interpretação a partir do conhecimento do todo, e não 
fazermos a interpretação à Constituição em fragmentos. Para Hans Kelsen, que tem a visão do sistema 
jurídico que seria naturalmente uma pirâmide normativa, na qual temos no topo a Constituição, abaixo 
vêm a legislação, logo abaixo os atos administrativos, e posteriormente os contratos e decisões. Todos os 
componentes da pirâmide precisam ser interpretados juntamente com a Constituição, todas as normas 
jurídicas devem ser lidas e relidas através da Constituição, sendo denominado de “filtragem hermenêutica” 
- para o neoconstitucionalismo. 
• Teleológica ou finalista: busca realizar realizar a finalidade das normas constitucionais, muitas vezes 
superando a realidade descrita na norma. A interpretação teleológica se desenvolve sobre tudo, inclusive 
os princípios constitucionais. Por exemplo, no sentido da expressão “casa"para a inviolabilidade do 
domicílio, pode ser estendida a qualquer domicílio, inclusive profissional, como um escritório de 
advocacia. 
• Popular: consulta-se a vontade popular através de plebiscito, referendo, etc. 
• Doutrinário: busca o entendimento dos juristas. 
• Evolutivo: permite a mutação constitucional. 
Obs: os métodos clássicos de interpretação, definidos por Savigny, tem, na visão de Tércio Sampaio 
Ferraz Jr., uma finalidade de orientar o intérprete na tarefa de decidir os conflitos através de regras 
técnicas que auxiliam na obtenção de um resultado, sendo tais problemas de ordem sintática, 
semântica e pragmática. 
d) Critérios morenos da hermenêutica constitucional; 
A análise dos princípios e métodos da chamada Moderna Hermenêutica Constitucional, demonstra que, o 
que se busca, cada vez mais, na interpretação Constitucional, é que ela forneça subsídios para a solução 
dos casos concretos que muitas vezes não encontram respostas pela aplicação simplista do texto 
constitucional, ou mesmo pela aplicação dos métodos tradicionais de hermenêutica, que acreditam ser 
possível ao intérprete buscar uma suposta “vontade da lei”(mens legis) ou a “vontade do próprio 
legislador”(mens legislatoris). Seus métodos são: 
• Tópico problemático: parte-se de um problema concreto para a norma. É portanto um método de caráter 
prático, que parte da premissa de que a Constituição é um sistema aberto de regras e princípios, e cuja 
interpretação deve ser pautar pelas particularidades de cada caso. 
• Hermenêutico concretizador: ao contrário do método tópico-problemático, o método hermenêutico-
concretizador parte da norma positivada na Constituição, não do caso concreto a ser solucionado. O 
intérprete, conforme este método, faz uso de pressupostos de interpretação subjetivos - pré-concepções 
do intérprete - e objetivos - norma, caso concreto e contexto social - e orbita por eles para obter uma 
compreensão definitiva da norma. Este processo é denominado de círculo hermenêutico. 
• Ciêntífico-espiritual: o metido ciêntífico-espititual considera a Constituição um fenômeno cultural, 
concretizador de valores, de caráter dinâmico e que se renova com as modificações sociais. Sendo assim, 
na sia interpretação tem como premissa a realidade social e os valores subjacentes ao texto 
constitucional. 
• Normativo-estruturante: o texto literal da norma constitucional deve ser interpretado à luz da realidade 
social. 
• Comparação constitucional: este método identificado por Canotilho é o da comparação constitucional. 
Por este método, a interpretação é feita por meio da comparação com as outras constituições, 
estabelecendo-se uma comunicação entre elas. 
e) Hermenêutica à luz da concepção jusfilosófica positivista e pós-positivista; 
O positivismo surge com a superação do jusnaturalismo, onde seu objetivo principal é a implementação de 
leis e normas e constituições escritas e antecedentes para a aplicação ao caso concreto, vindo dai a sua 
força normativa e a sua interpretação. O período pós-positivista , assume além do papel escrito um conjunto 
de princípios e técnicas que norteiam as decisões, buscando assim, uma maior efetividade na resolução do 
caso concreto atendendo as suas características distintas que uma interpretação geral não satisfatória. 
f) Comente um caso de aplicação constitucional pós-positivista pelo Supremo Tribunal Federal: 
Um clássico foi a decisão do STF sobre a união homoafetiva, onde o fogão entendeu a legitimidade como 
entendida familiar dos membros, excluindo qualquer significado que impeça o seu reconhecimento de forma 
contínua como união familiar, dando a eles os mesmo direitos e consequências das uniões heteroafetivas. 
Observa-se nessa decisão a utilização dos princípios de interpretação constitucional que é a da 
interpretação conforme a Constituição. 
19) Disserte acerca da teoria Geral dos Direitos Fundamentais atendendo ao que se pede: 
a) Conceito de Teoria geral dos Direitos Fundamentais; 
São conjuntos de normas, princípios, prerrogativas, deveres e institutos inerentes à soberania popular, que 
garantem a convivência pacífica, digna, livra e igualitária, independente de credo, raça, cor, condição 
econômica ou status social. 
b) Importância da Teoria Geral dos Direitos Fundamentais x Constitucionalismo x modelo de Estado; 
Os direitos fundamentais tiveram seu início no século XVIII, quando por movimentos de classes, os 
cidadãos de maior poder aquisitivo na época insatisfeitos com o modelo decadente absolutista de Estado, 
conseguiram negociar e reduzir as influências dos soberanos e garantir mais direitos e autonomia, além de 
propor a menor intervenção do Estado. Posteriormente esses direitos foram ampliados e verdadeiramente 
disseminados com a revolução francesa. Mais tarde, no século XX, eles foram positivados pela sociedade 
internacional após a constatação histórica da importância da defesa desses direitos, fruto da primeira guerra 
mundial. Os direitos fundamentais estão ligados diretamente a história do constitucionalismo pois foi nas 
constituições/embriões de constituição que ele passou a ter suporte e de onde passou a ser invocado, além 
disso, o constitucionalismo determina a importância de se estipular limites para a atuação do Estado, para 
que a ordemsocial não seja mais importante que a proteção dos direitos dos seres humanos que foram 
positivados em seu texto. Nos dias atuais, no Estado de Direito Democrático, constitucionalismo 
contemporâneo ao qual vivemos, esta teoria é aplicada na maioria das constituições, sendo a brasileira, 
especificamente, uma garantista, por versar e positivar em seu texto várias matérias de direitos 
fundamentais, possuindo eles por estarem materializados na Constituição Federal de 1988 força normativa. 
c) Fundamento da Teoria Geral dos Direitos Fundamentais; 
Cristianismo e contratualismo de Rousseal e Loke. 
d) Histórico dos direitos fundamentais; 
O cristianismo com a ideia de que o homem foi criado à semelhança de Deus e que, por isso, deve receber 
proteção especial e as teorias contratualistas do século XVII e XVIII, que, sustentam que o Estado deve se 
submeter a uma primazia do individuo. Entende-se que o Estado serve aos cidadãos e, daí, deve lhe 
assegurar os direitos básicos. 
e) Primeiros documentos que consagrarem direitos fundamentais no período do Estado de Direito; 
1º Redação da Declaração dos Direitos de Virgínia em 1776, que promoveu a positivação dos direitos tidos 
como inerentes ao homem, e, 2º Redação da Declaração Francesa em 1789. 
f) Terminologia dos direitos fundamentais; 
Dentre os mais utilizados, dois termos se destacam para a doutrina majoritária: Direitos Humanos x Direitos 
Fundamentais. São diferentes, quando se fala em direitos do homem, são os direitos naturais, intrínsecos 
ao homem reconhecidos em documentos internacionais, independente de ordenamento jurídico específico, 
quando se fala em direitos fundamentais, tem a marca da positivação, direito reconhecido pelo sistema. 
g) Conceito de Direitos Fundamentais; 
O que torna um direito fundamental é a dignidade da pessoa humana, nem todo direito é fundamental. Os 
direitos fundamentais são os valores supremos que a Constituição Federal mais irá proteger, são os direitos 
que realizam a dignidade da pessoa humana. 
h) Fundamentalidade material dos Direitos Fundamentais; 
A fundamentalidade material dos Direitos Fundamentais decorrem da dignidade da pessoa humana, sem o 
respeito a ela não seria possível garantir direitos como à vida, liberdade, integridade física e moral. Ela se 
materializa de forma fundamental nos conjuntos de regras disputas nas constituições, obtendo assim, força 
normativa. 
i) Finalidade dos Direitos Fundamentais; 
• Concepção jusnaturalita: os direitos fundamentais são imperativos do direito natural, por isso, são 
anteriores e superiores a vontade do Estado, preexistem à obra do Poder Constituinte. 
• Concepção positivista: os direitos fundamentais são faculdades outorgadas pela lei e reguladas por ela, 
são colocados na constituição por obra do Poder Constituinte. 
Segundo Alexandre de Moraes, o respeito a dignidade do ser humano, por meio de sua proteção contra o 
arbítrio do poder estatal e o estabelecimento de condições mínimas de vida e desenvolvimento da 
personalidade humana. 
j) Características dos Direitos Fundamentais; 
• Universais: todos os seres humanos fazem jus aos direitos fundamentais, independente de credo, raça, 
cor ou religião. 
• Históricos: são frutos de conhecimentos e percepções históricas, onde se observa a necessidade de 
idealizá-los. 
• Indisponibilidade: não pode ser disposto ou abrir mão. Ex. venda de órgãos, mutilando-se. 
• Constitucionalização: consagrados em obras constitucionais, por isso, todos os poderes tornam-se 
vinculantes. 
• Imprescritíveis: não prescrevem, uma vez que não apresentam caráter patrimonial. 
• Vinculantes: os Poderes Públicos devem realizar suas funções a dim de concretizar os direitos 
fundamentais. 
l) Gerações de Direitos Fundamentais; 
1ª Geração: direitos decorrentes das revoluções americana e francesa, foram os primeiros a serem 
positivados, visam a garantia de autonomia pessoal frente às expansões de poder. Buscam a ideia de 
abstenção dos governantes, obrigações de não fazer, de não intervir nas relações particulares, prestação 
negativa do Estado. Culminam com direitos de liberdades individuais: consciência, reunião, inviolabilidade 
do domicílio, proteção a propriedade, mais centrado a relação de limitação do poder do Estado sobre o 
indivíduo. 
2ª Geração: decorrem da falência do modelo liberal - exigência de nova postura o Estado, intervenção do 
Estado em diversos setores, busca de direitos que exigem uma prestação positiva do Estado, de fazer. 
Vislumbra assegurara a liberdade real e igual para todos direitos a assistência social, saúde, educação, 
trabalho, etc. 
m) Conceito; 
As gerações representam as etapas históricas da evolução dos direitos fundamentais. Uma geração não 
acarretou a superação da anterior, no máximo promoveu novo sentido à categoria anterior. A primeira 
começou com a ideia principal de prestação negativa do Estado, de não intervir na esfera individual do 
particular, não fazer. A segunda, veio com o declínio do modelo liberal alcançado com a primeira geração. 
Agora, o ideal é que o Estado interfira moderadamente em várias áreas, garantindo os direitos fundamentais 
dos cidadãos. 
n) Correspondência de cada geração aos modelos de Estado; 
A primeira geração foi idealizada superando o Estado Absolutista e passando ao Estado de Direito Liberal, 
abstenção do intervencionismo do Estado. A segundo foi o Estado de Direito Liberal, para o Estado de 
Direito Social, onde a ideia era a obrigatoriedade do Estado garantir os direitos essenciais, como assistência 
social, saúde, trabalho, etc. 
o) Características, anseios e pontos importantes de cada geração; 
1ª Geração: foram os primeiros a serem positivados, visavam a garantia de autonomia pessoal frente às 
expansões de poder. Buscam a ideia de abstenção dos governantes, obrigações de não fazer, de não 
intervir nas relações particulares, prestação negativa do Estado. Culminam com direitos de liberdade 
individuais: consciência, reunião, inviolabilidade do domicílio, proteção à propriedade, mais centrado a 
relação de limitação do poder do Estado sobre o indivíduo. 
2ª Geração: possui uma exigência de nova postura do Estado, intervenção do Estado em diversos setores, 
busca direitos que exigiam uma prestação positiva do Estado, de fazer. Vislumbra assegurara a liberdade 
real e igual para todos direitos a assistência social, saúde, educação, trabalho, etc. 
p) Diferença entre Direitos Fundamentais e Garantias Constitucionais; 
O termo Direitos e Garantias Fundamentais encontrado na Constituição Federal de 1988 foi pensado pelo 
legislador a fim de englobar a maior parcela possível de direitos tidos como inerentes aos cidadãos. O 
Direito Fundamental, humano, ou do homem, referem-se aos direitos tidos como universais e que 
independem de constituições, como por exemplo a vida, a liberdade, etc. As Garantias Fundamentais 
especificamente como diz a Constituição Federal, tratam-se de “direitos fundamentais secundários” que são 
importantes, porem, não tanto quanto os primeiros, como por exemplo, as garantias trabalhistas, etc. Vale 
salientar que as garantias nesse aspecto citado, dependem e variam de acordo com as constituições dos 
Estados soberanos. 
q) Caráter vinculante dos Direitos Fundamentais; 
A vinculação decorre da previsão constitucional dos direitos fundamentais, pois isso, tem-se que a previsão 
dos direitos fundamentais não constitui merda orientação aos poderes públicos, Executivo, Legislativo e 
Judiciário. Esses poderes não são superiores ao poder que institui os direitos fundamentais, poder 
constituinte originário. Por isso, a atuação dos poderes constituídos deve estar alinhado às previsões e 
imposições do poder constituinte originário. 
r) Titulares dos direitos fundamentais; 
A população, todos os seres humanos. 
s) Conflito entre direitos fundamentais e técnica judicial de solução de conflitos;Podemos citar especificamente a técnica da ponderação para ilustrar este questionamento, utilizando-se 
desta técnica, pode ocorrer situações em que suprime-se um direito fundamental em favor de outro, por 
exemplo Aborto x Vida, há um conflito, pois torna-se impossível conciliar essa técnica de maneira efetiva 
nesses casos, pois um direito fundamental necessariamente não será resguardado. 
20) Disserte acerca da eficácia vertical dos direitos fundamentais atendendo ao que se pede; 
a) Conceito; 
Trata-se da observância dos Direitos Fundamentais nas relações entre o Estado e o particular. 
b) O que significa; 
Os Direitos Fundamentais têm eficácia vertical, isso significa que, são oponíveis contra o Estado, como por 
exemplo o direito de defesa individual perante o arbítrio do poder que este eventualmente possa exercer, 
em determinados casos, quando vier a extrapolar suas funções legais ou então o direito a vida em que as 
pessoas são titulares e o Estado tem que garantir. O Estado é o devedor, e o indivíduo é o credor. 
c) Pessoas envolvidas; 
Estado e particular. 
d) Consequências/efeitos da eficácia vertical; 
O Estado só tutela a relação público x privado. 
21) Disserte acerca da eficácia horizontal dos Direitos Fundamentais atendendo ao que se pede: 
a) Conceito; 
É a observância dos Direitos Fundamentais na relação entre particulares. 
b) O que significa; 
Também chamada de “eficácia privada” ou de “eficácia em relação a terceiros” ela analisa a problemática 
dos direitos fundamentais nas relações entre particulares, bem como a vinculação do sujeito privado aos 
direitos fundamentais. 
c) Quando surge e por qual motivo; 
Surge pela percepção que o modelo de Estado liberal dava espaço também para outro tipo de opressão, a 
de um particular sobre o outro. Com o passar do tempo, se constatou que a opressão e a violência vinham 
não só do Estado, mas de outros particulares, então houve uma mudança na eficácia dos direitos 
fundamentais. Há instituições no mundo, que por exemplo, tem um poder econômico muito maior do que os 
Estados, então, nasce a idéia de que não só o Estado é órgão opressor dos indivíduos, mas também ouros 
particulares, o que fez com que surgisse a eficácia horizontal, aplicada nas relações privadas, onde os 
interesses antagônicos são entre particulares. 
d) Pessoas envolvidas; 
Particular x particular. 
e) Consequências/efeitos da eficácia horizontal; 
Dá ao Estado o poder de agora interferir na relação entre pessoas privadas.

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