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TRABALHO AVALIAÇÃO I SOBERANIA POPULAR

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA
CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS – CESA
CURSO DE DIREITO
CIÊNCIAS POLÍTICAS E TEORIA GERAL DO ESTADO
AVALIAÇÃO I – SOBERANIA POPULAR
Conceito;
Soberania popular é a doutrina pela qual o Estado é criado e sujeito à vontade das pessoas, que são a fonte de todo o poder político. Está intimamente associada aos filósofos contratualistas, dentre eles Thomas Hobbes, John Locke, Jean-Jacques Rousseau, Voltaire e Barão de Montesquieu.
O primeiro conceito de soberania do qual se tem notícia é de Jean Bodin, tecido no Capítulo VIII do Livro I dos Seis Livros da República, de onde se extrai a seguinte formulação: "la soberanía es el poder absoluto y perpetuo de una república [...]". Devemos esclarecer que o termo "República" equivale, atualmente, à noção de Estado.
Nessa ótica, poder absoluto significa que a "soberania não é limitada nem em poder, nem pelo cargo, nem por tempo certo. Nenhuma lei humana, nem as do próprio príncipe, nem as de seus predecessores, podem limitar o poder soberano", conforme lição de Dalmo de Abreu Dallari. De outra valia, o poder perpétuo significa que "a soberania não pode ser exercida com um certo tempo de duração".
A transferência da titularidade do poder foi admitida por Rousseau, em "O Contrato Social", mais precisamente no Capítulo VI do Livro I desta obra. Rousseau, inclusive, demonstrou outros aspectos fundamentais da soberania, tais como o caráter da inalienabilidade e da indivisibilidade. É inalienável "por ser o exercício da vontade geral, não podendo esta se alienar e nem mesmo ser apresentada por quem quer que seja." O jurista adiciona que a soberania "é indivisível porque a vontade só é geral se houver a participação do todo.".
Analisando os pontos de vista supracitados, Dalmo de Abreu Dallari assevera que a "noção de soberania está sempre ligada a uma concepção de poder, pois, mesmo quando concebida como centro unificador de uma ordem está implícita a ideia de poder de unificação." Complementa seu raciocínio, aduzindo: o que "realmente diferencia as concepções é uma evolução do sentido eminentemente político para uma noção jurídica de soberania.".
Características;
A soberania popular aponta os cidadãos em conjunto como únicos possuidores da soberania nacional, que representa o maior poder do Estado e que devem dirigi-lo no interesse comum. A impossibilidade de transferir total ou imparcialmente a soberania se explica por ser ela a sede da vontade geral. Segundo Rousseau existe uma diferença entre a vontade de todos e a vontade geral, pois a vontade geral não é a mera soma da vontade de todos, mas pretende ser a vontade do interesse comum (Do Contrato Social). Em Rousseau existem vários níveis de vontade: a vontade geral, que se trata da vontade do corpo formado por toda a comunidade política (por todos os cidadãos); a vontade particular de um indivíduo ou de um grupo formado apenas por uma pequena parcela dos indivíduos da sociedade; e a vontade de todos, que é a soma de todas as vontades particulares e que não deve ser confundida com a vontade geral. A vontade geral, conforme dito, somente pode existir e ser estabelecida por uma comunidade política legítima, dentro de uma República.
A vontade geral é a expressão política da vontade do soberano – o povo. A quem o povo deve obedecer? Ora, a si mesmo, responde Rousseau! Correspondendo ao enunciado da vontade geral e, consequentemente, pertencendo ao interesse público, as leis devem estar acima dos interesses particulares. Quando o contrário acontece, os abusos resultantes culminam na sociedade corrompida da qual Rousseau deseja se afastar.
O homem pode ter duas vontades: uma enquanto indivíduo, outra enquanto membro de um corpo social. Como indivíduo o homem é tentado a querer o interesse individual. Mas o homem social, o cidadão, procura o interesse geral. O homem deve fazer predominar sobre a vontade particular a vontade geral “que apaga ‘o amor de si mesmo’ em proveito do ‘amor do grupo’” (CHEVALIER, 1999, p. 167).
Contexto histórico;
A soberania popular é uma ideia que decorre da Escola contratualista (de 1650 a 1750), representada por Thomas Hobbes (1588-1679), John Locke (1632-1704) e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). A doutrina central é a de que a legitimidade do governo ou da lei está baseada no consentimento dos governados. A soberania popular é assim uma doutrina básica da maioria das democracias. Hobbes, Locke e Rousseau foram os pensadores mais influentes desta escola; todos postulavam que os indivíduos escolhem entrar em um contrato social um com o outro, abrindo mão voluntariamente de alguns direitos em troca de proteção contra os perigos e riscos de um estado natural.
Soberania Popular no Brasil;
A Constituição Federal de 1988 define em seu art. 1º, parágrafo único, que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”, e, ao definir isso, ela acaba por determinar duas coisas: primeiro, que o poder pertence ao povo que dele é fiduciário. Segundo, que o exercício da soberania popular se dá por dois meios: pela democracia representativa e também pela democracia participativa e direta.
Aprofundando esta definição, o art. 14 da Constituição afirma que “a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular”. Assim, estipulou-se que a forma, ou melhor, os mecanismos pelos quais o povo exerce diretamente sua soberania, são: plebiscito, referendo e leis de iniciativa popular.
É importante destacar que, dessa forma, a Constituição Federal define a coexistência articulada entre dois modelos de democracia, a saber, a democracia direta e participativa e a democracia representativa, sendo esta última regida mediante o voto em representantes nas eleições municipais, estaduais e gerais, para os poderes legislativo e executivo; e a democracia participativa e direta operacionalizada mediante a efetivação dos mecanismos de consulta popular, como plebiscito e referendo, e pela lei de iniciativa popular.
A democracia representativa é a mais “corriqueira”, e a que nós estamos mais acostumados. Ela articula todo o campo jurídico-institucional da representação: eleição de dois em dois anos, com propaganda política, partidos políticos, candidatos, mandatos e assim por diante. Por outro lado, a democracia participativa e direta não se realiza mediante a participação de partidos políticos, nem de representantes eleitos, mas sim, sem as intermediações de pessoas ou instituições, ou seja, pela participação direta do povo, que é consultado sobre algum tema, lei ou política pública. A “disputa” nessa modalidade de democracia não se dá entre partidos políticos ou candidatos, mas entre opiniões contra e a favor a uma determinada matéria, como veremos mais adiante.
Desafios da Soberania Popular.
	As constantes mudanças emanadas do seio da sociedade, os diferentes grupos oprimidos outrora que agora reivindicam sua posição face à esta mesma sociedade, os avanços em tecnologia, possibilitando a criação de novas “sociedades virtuais”, são alguns dos pontos que destoam como desafios à concepção posta como soberania popular, e exige readequação, por parte do Estado, face a tais mudanças. Mudanças estas que não são menosprezadas ou não adequadas face ao Estado, que abre cada vez mais espaço para a utilização dos aparatos da Era Moderna na seara Estadual. Prova disso, são as organizações de plebiscitos online, bem como a votação em projetos de lei que podem ser feitas via internet no site do Senado Federal.
	Dessa forma, o Princípio da Soberania Popular vem adequando-se à modernidade, procurando exaurir a todos de modo prático e mais aberto este que pode, sem receio, ser tido como o maior instrumento de segurança da Democracia.

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