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1. FORÇAS INTERMOLECULARES Forças intermoleculares são definidas como forças de atração entre moléculas ou íons (cátions e ânions). Todos os tipos de interação entre as moléculas são muito importantes para a natureza. A intensidade dessas forças, é muito variável entre as substâncias, sabe-se que a maior atração entre as moléculas vem das ligações iônicas e covalentes, as forças de intermoleculares são muito mais fracas que as ligações, em geral todas tendem a ser até 15% mais fracas que as ligações. È necessário muito mais energia para se quebrar uma ligação de qualquer natureza, do que para se vaporizar um líquido ou fundir um sólido. Para ter padrões de comparação para a intensidade das forças intermoleculares é bom, lembrar que as energias de atração entre dois íons com cargas opostas atinge várias centenas de quilojoules por mol. As ligações covalentes envolvem energias na faixa de 100 a 400 KJ/mol. Essas energias são, usualmente, muito maiores do que as forças intermoleculares que descrevemos. Muitas propriedades das substâncias são dadas pelas forças intermoleculares envolvidas nas mesmas. Por exemplo o ponto de ebulição e ponto de fusão, para que um líquido vaporize ou congele é necessário que as forças intermoleculares envolvidas sejam quebradas. Existem três tipos de forças intermoleculares conhecidas: as forças dipolo-dipolo, de dispersão de London e ligação de hidrogênio, essas três forças também são conhecidas como forças de van der Walls. Há também a força íon- dipolo. Os quatro tipos de forças intermoleculares são de natureza eletrostática, e, envolvem atrações entre cargas opostas (positivas e negativas). 1.1 FORÇAS ÍON DIPOLO Essa interação molecular geralmente ocorre entre um íon dissolvido em um solvente polar (exemplo: água e a amônia líquida). Os cátions são atraídos pelo lado negativo do dipolo, enquanto os ânions são atraídos pelo lado positivo do dipolo. Essa atração aumenta conforme a carga dos íons e do dipolos envolvidos. As moléculas polares tem que estar extremamente perto dos íon , quase havendo contato entre elas, para que a interação ocorra. Um íon é atraído por uma lado da molécula e simultaneamente é repelido pelo outro lado. A ligação de moléculas de água a partículas solúveis, especialmente íons, é chamada de hidratação. A hidratação é devida ao caráter polar da molécula de H2O. A carga parcial negativa do átomo O é atraída pelo cátion e as cargas parciais positivas dos átomos de H são repelidas. Espera-se, por isso, que moléculas de água se aglomerem ao redor do cátion, com átomos de O apontando para o interior e os átomos H apontando para o exterior. Espera- se o arranjo inverso no caso de um ânion: os átomos H têm cargas parciais positivas,; logo, eles são atraídos pela carga negativa do ânion. Como a hidratação é o resultado d interação entre o íon e as cargas parciais da molécula polar de água, este é um exemplo de uma interação íon-dipolo. Durante o processo de hidratação existe uma variação de energia na forma de calor chamada de entalpia de hidratação. Se o solvente envolvido não for a água , mas outro solvente polar, o íon se torna solvatado, e a variação de energia é chamada de entalpia de solvatação. A intensidade das atrações dependem basicamente da distância entre o íon e o dipolo, da carga do íon ( quanto maior, maior será a atração) e da grandeza do dipolo ( quanto maior, maior será a atração). Com relação a distância ela é dado por 1/d² (d= distância entre o centro do íon e a parte de sinal oposto do dipolo). Conforme o raio do íon se torna maior, a hidratação se torna menos exotérmica e a entalpia menos negativa. Em resumo, as forças de íon-dipolo são fortes para íons pequenos com carga elevada, e os cátions pequenos com carga elevada frequentemente forma compostos hidratados. 1.2 FORÇAS DE VAN DER WALLS 1.2.1 Forças Dipolo-Dipolo As interações intermoleculares dipolo-dipolo ocorrem entre moléculas polares, os “terminais” das moléculas carregados com cargas parciais opostas são induzidos a se manterem próximos uns dos outros. Quanto mais elevada à polaridade das moléculas envolvidas, mais forte será a interação. Com relação à força íon dipolo, as forças dipolo-dipolo são mais fracas (uma razão para essa fraqueza é que as cargas dos dipolos são parciais, não são completas) e diminuem rapidamente com a distância, especialmente na fase gás e líquida em que as moléculas estão em constante rotação. Como as moléculas estão rodando ocorrem atrações e repulsões simultaneamente, mas as forças atrativas predominam e demoram mais para acabar que forças repulsivas. Quando o momento dipolo aumenta, o ponto de ebulição também aumenta. Para haver atuação dipolo-dipolo as moléculas devem se aproximar com a orientação correta. Entre moléculas de polaridade comparável, as com volumes moleculares menores sofreram maior influencia da atração dipolo- dipolo. Como na atração íon-dipolo, na atração dipolo-dipolo também há desprendimento de energia quando há interação entre as moléculas, por isso, por exemplo, é necessário resfriar um gás para que ele se torne líquido, o calor desprendido nas interações moleculares tem que ser removido. Já para transformar um líquido em gás é necessário haver aquecimento, pois é necessário injetar energia para separar os dipolos que interagem. A presença de dipolo permanente também influencia a solubilidade. 1.2.2 Forças de London As forças de London também são conhecidas como forças de dispersão, são geralmente muito fracas. Foram descritas primeiramente em 1930 por Fritz London, físico americano de origem alemã. São as mais comuns entre as forças intermoleculares, e atuam em todas as substâncias moleculares, são de natureza eletrostática e provêm de atrações que envolvem dipolos induzidos. Um dipolo induzido acontece porque, os elétrons podem se concentrar em algum ponto da molécula, deixando o seu núcleo parcialmente exposto. Consequentemente, uma região da molécula adquire uma carga parcial positiva instantânea e outra região adquire uma carga parcial negativa instantânea. Quando ocorre um momento de dipolo instantâneo em uma molécula distorcerá a nuvem eletrônica de uma molécula vizinha, dando origem a um dipolo instantâneo na segunda molécula. Embora o momento de dipolo instantâneo de uma molécula possa variar de uma orientação a outra, o momento de dipolo induzido na segunda molécula o segue fielmente, ocorrendo então, atração permanente entre as duas moléculas. A energia das interações de London depende da polarizabilidade, das moléculas, ou seja, sua facilidade de formação de nuvens de elétrons . Como as moléculas volumosas, são mais polarizáveis do que as moléculas pequenas, pode-se esperar que elas sofram interações de London mais fortes. A energia diminui com a distância. Essa energia também depende da forma das moléculas, como resultado da forte dependência em relação a distância, as interações entre moléculas de geometria cilindróide são mais fortes do que entre moléculas de geometria esferóide com o mesmo número de elétrons. Existem também as interações dipolo-dipolo induzido, que ocorre quando uma molécula polar interage com uma molécula apolar (por exemplo: oxigênio dissolvido em água). As forças de London ocorrem em todas as moléculas, sem importar se ela são polares ou apolares. As moléculas polares sofrem interações dipolo- dipolo, mas também sofrem interações das forças de London ao mesmo tempo. Estima-se que as forças de dispersão são responsáveis por maisde 80% da atração entre as moléculas. 1.2.3. Ligação de Hidrogênio A ligação de hidrogênio é a foca de van der Walls mais forte, é um tipo de atração intermolecular entre o hidrogênio em uma ligação polar e um par eletrônico não compartilhado em um íon ou átomo pequeno que esteja próximo. Comumente, uma das moléculas deve ter um grupo O-h, N-H, ou H-f, que cede o átomo H, e, a outra, um átomo O,N ou F que cede o par isolado de elétrons. Podem ser consideradas atrações dipo-dipolo ímpares. Como os átomos de F,N e O são extremamente eletronegativos, uma ligação entre qualquer um deles e o hidrogênio (positivo) é muito polar. A ligação de hidrogênio é tão forte , que predomina sobre todos os outros tipos de interação. Elas possuem um papel vital na manutenção da forma de moléculas biológicas. A forma de uma molécula de proteína é governada principalmente por ligações hidrogênio. Quando elas se quebram, a molécula de proteína perde sua função. As árvores se mantém eretas por ligações de Hidrogênio, as moléculas de celulose formam várias ligações de hidrogênio. Elas também mantém juntas as fitas do DNA e são essenciais para o entendimento do processo de reprodução. Por: Samara de Quadros Graduanda em química REFERÊNCIAS BRADY, J. & HUMISTON, G. E. Química geral, Livros técnicos e científicos Editora S.A., Rio de janeiro, 1986. Kotz. John C. Química geral e reações químicas – Trad. Flávio Maron Vichi. São Paulo: Cengage Learnig. 2008. ATKINS, P; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2012. RUSSEL, John B. Química Geral. Vol 1.
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