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DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 PLANO DE AULA 03 ALUNO: RICARDO MENEGUSSI PEREIRA 1.º SEMESTRE 2019 Título: Atos Cambiais (Cont) Tema: Protesto e Ações Cambiais Objetivos - identificar e entender o conceito e os tipos de protesto previstos na legislação; - compreender os procedimentos necessários para a execução de título de crédito em virtude da inadimplência do devedor ou da recusa de aceite; - analisar os tipos de ações cambiais previstas no ordenamento jurídico para a cobrança de um título de crédito em Juízo; - analisar os prazos de prescrição das ações tendentes à cobrança judicial do título de crédito. Estrutura do Conteúdo 1. Protesto: conceito, objetivo, tipos e prazo. O protesto está regulamentado na Lei n° 9.492/97 Um título não aceito ou não pago no vencimento incidirá em uma ação de execução que será fundamentada pelo protesto cambial, ato notarial extrajudicial de responsabilidade do portador do título. Entende-se por protesto o ato solene destinado principalmente a comprovar a falta ou recusa do aceite ou do pagamento do título de crédito. Vale ressaltar, que o protesto apenas atesta esses fatos, não criando direitos e consiste num simples meio de prova para o exercício do Direito Cambiário. Dessa forma, com o protesto, o juiz tem o convencimento de que o credor esgotou todas as tentativas para a cobrança do título. Se não forem observados os prazos fixados na lei para a extração do protesto, o portador do título perderá o direito de regresso contra os coobrigados da letra, permanecendo o direito contra o devedor principal - diante dessas consequências previstas em lei, a doutrina costuma classificar o protesto em necessário (contra os coobrigados) ou facultativo (contra o devedor principal e seu avalista). Tais consequências não se aplicam no caso da letra de câmbio contemplar a cláusula “sem despesa”, “sem protesto” ou outra equivalente (L.U.,art. 46), que dispensa o portador de fazer um protesto por falta de aceite ou de pagamento, para poder exercer os seus direitos de ação. Compelido a comparecer em cartório para datar o título, se não o fizer, a data do aceite pode ser pautada a partir da data do protesto ou considerar o aceite praticado no último dia do prazo para a apresentação da letra (ou seja, um ano da data do saque). 2. Ações Cambiais. Se o título de crédito não for pago no vencimento, o credor poderá promover a execução judicial contra qualquer devedor cambial, observadas as condições de exigibilidade do crédito e a cadeia de anterioridade e posterioridade, já examinada. Vale ressaltar que os títulos de crédito têm natureza jurídica de título executivo extrajudicial, nos temos do que dispõe o art. 784, I do CPC, razão pela qual cabe a execução do crédito correspondente. 3. Prescrição. Para o exercício do direito de cobrança por via de execução a lei determina prazos prescricionais, ressaltando que a depender do título o prazo pode variar, conforme determina a legislação especial aplicável ao referido título de crédito, como, por exemplo, a Letra de Câmbio que tem os prazos de prescrição previstos no artigo 70 da Lei Uniforme, que são: 3 anos, contra o sacado aceitante, o avalista do aceitante e sacador; 1 ano, contra os endossantes e avalistas dos demais coobrigados; 6 meses, dos coobrigados contra os demais coobrigados. CASO CONCRETO: (VIII Exame Unificado da OAB – 2ª Fase – Empresarial – Prático-Profissional – 2012) Pedro emite nota promissória para o beneficiário João, com o aval de Bianca. Antes do vencimento, João endossa a respectiva nota promissória para Caio. Na data de vencimento, Caio cobra o título de Pedro, mas esse não realiza o pagamento, sob a alegação de que sua assinatura foi falsificada. Após realizar o protesto da nota promissória, Caio procura um advogado com as seguintes indagações: A) Tendo em vista que a obrigação de Pedro é nula, o aval dado por Bianca é válido? O aval de Bianca é válido, SEGUINDO O PRINCÍPIO DA AUTONOMIA, pois se trata de uma obrigação autônoma e independente, não se constituindo, deste modo, qualquer vínculo quer seja pessoal, quer seja formal com o título de crédito, bem como o avalista. Nesse sentido: Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título. § 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do avalista. § 2o Considera-se não escrito o aval cancelado. Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final. § 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores. § 2o Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma. Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado. (CC) Art. 43 As obrigações cambiais, são autônomas e independentes umas das outras. O significado da declaração cambial fica, por ela, vinculado e solidariamente responsável pelo aceite e pelo Pagamento da letra, sem embargo da falsidade, da falsificação ou da nulidade de qualquer outra assinatura. ( Decreto n. 2.044/1908) B) Contra qual(is) devedor(es) cambiário(s) Caio poderia cobrar sua nota promissória? Responda, justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e indicando os dispositivos legais pertinentes. Caio poderá cobrar o título do avalista, que assumira a obrigação como devedora principal do crédito: Bianca; bem como de João, que fora endossante do título, garantindo a existência e o pagamento do mesmo. Art. 15. O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como do pagamento da letra. O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente endossada (LUG) QUESTÃO OBJETIVA : (MAGISTRATURA/MG – VUNESP – 2012) É correto afirmar que o cancelamento do protesto, após quitação do débito: a) é ônus do credor b) é ônus do devedor c) é ônus do tabelião de protestos, que deverá proceder de ofício. d) dependerá sempre de intervenção do Poder Judiciário, mediante alvará ou mandado, conforme seja jurisdição voluntária ou contenciosa. Resposta: b) é ônus do devedor Cadastros de inadimplentes (SERASA): quem tem o dever de retirar o nome é o credor. Fundamento: art. 43, §3º do CDC (por analogia). Registro de protesto: quem tem o dever de retirar o protesto lavrado é o devedor. Fundamento: art. 26 da Lei n. 9492/97. Art. 26. O cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente no Tabelionato de Protesto de Títulos, por qualquer interessado, mediante apresentação do documento protestado, cuja cópia ficará arquivada. § 1º Na impossibilidade de apresentação do original do título ou documento de dívida protestado, será exigida a declaração de anuência, com identificação e firma reconhecida, daquele que figurou no registro de protesto como credor, originário ou por endosso translativo. § 2º Na hipótese de protesto em que tenha figurado apresentante por endosso-mandato, será suficiente a declaração de anuência passada pelo credor endossante. § 3º O cancelamento do registro do protesto, se fundado em outro motivo que não no pagamento do título ou documento de dívida, será efetivado por determinação judicial, pagos os emolumentos devidos ao Tabelião. § 4º Quando a extinção da obrigação decorrer de processo judicial, o cancelamento doregistro do protesto poderá ser solicitado com a apresentação da certidão expedida pelo Juízo processante, com menção do trânsito em julgado, que substituirá o título ou o documento de dívida protestado. § 5º O cancelamento do registro do protesto será feito pelo Tabelião titular, por seus Substitutos ou por Escrevente autorizado. § 6º Quando o protesto lavrado for registrado sob forma de microfilme ou gravação eletrônica, o termo do cancelamento será lançado em documento apartado, que será arquivado juntamente com os documentos que instruíram o pedido, e anotado no índice respectivo.
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