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REVISÃO CRIMINAL

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A reprodução deste material é condicionada a autorização, sendo terminantemente proibido o seu uso para fins comerciais. 
A violação do direito autoral é crime, punido com prisão e multa, sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais. 
Inscrição no INPI: 905146603 para Classe 41 (educação) e 905146573 para Classe 16 (livros didáticos e congêneres) 
Biblioteca Nacional: n° 2012/RJ/19521 
Assessoria Jurídica: Tiago Koutchin - OAB/MS 14.707 - contato: (67) 9959-0304 
 
 
 
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Revisão criminal é uma ação autônoma de impugnação e não um recurso, que visa permitir rever uma sentença 
condenatória que já transitou em julgado. Ela, portanto, desfaz (rescinde) a coisa julgada. 
Segundo NUCCI, "é ação penal de natureza constitutiva e sui generis, de competência originária dos tribunais, 
destinada a rever decisão condenatória, com trânsito em julgado, quando ocorreu erro judiciário. É ação sui 
generis pois não possui polo passivo, mas somente o autor, questionando um erro judiciário que o vitimou." 
É desnecessário o recolhimento prévio ao cárcere para valer-se o condenado da revisão criminal, conforme 
Súmula 393, do STF. 
Tem como finalidade corrigir uma injustiça ou erro do judiciário e restabelecer o status libertatis e/ou status 
dignitatis de quem foi condenado indevidamente. 
Revisão pro reo: Só existe revisão criminal para o réu. Não há revisão em favor da acusação (leia-se: pro 
societate). 
Na prática, a revisão consiste num pedido dirigido ao Presidente do Tribunal competente. 
Importante: Jamais um juiz de 1º grau julgará uma revisão criminal, mesmo na hipótese dos juizados (há 
polêmica sobre o cabimento de revisão nos juizados, tendo em vista que a natureza da sentença que impõe pena 
alternativa não é condenatória). 
PRAZO 
Não há prazo para o ingresso da revisão criminal, podendo ser ajuizada até mesmo após o cumprimento da pena 
(CPP 622). 
LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA 
Segundo o CPP 623, trata-se de ação privativa do réu condenado, podendo ele ser substituído por seu 
representante legal ou seus sucessores (CADI), incluindo companheiro(a). 
Quando o condenado não quiser ingressar com a ação revisional, mas houver flagrante demonstração de erro 
judiciário, NUCCI entende cabível a nomeação de defensor, pelo juiz, para tutelar os interesses do sentenciado, a 
quem caberá, então, a propositura da ação. Afinal, do mesmo modo que, durante o processo, é inócua a recusa do 
réu em receber defensor técnico, quando houver erro judiciário, cabe ao Estado providenciar o patrocínio de seus 
interesses, ainda que a contragosto mas, em hipótese alguma, se admite o ingresso da ação pelo Ministério 
Público. 
Embora o artigo 623 autorize o ingresso da ação revisional diretamente pelo réu, seu representante legal ou 
sucessor, é curial que isso somente se dá com a interposição, sendo que obrigatória a feitura das razões por 
advogado, ainda que nomeado. 
Falecendo o autor da ação de revisão, durante o seu trâmite, o presidente do tribunal deve nomear curador para a 
defesa do seu interesse. Havendo sucessores (CADI), no entanto, que assumam o polo ativo, torna-se 
desnecessária a nomeação de curador. 
A vítima não participa do processo de revisão criminal e não pode nele habilitar-se. 
A revisão criminal não tem réu, porque é uma ação impugnativa de uma decisão precedente. Não se trata de uma 
ação com pedido de condenação penal. 
Alguns doutrinadores apontam ser o Estado, representado pelo MP (corrente minoritária). 
PRESSUPOSTOS 
a) existência de sentença condenatória – no entanto, a sentença absolutória imprópria (aplica medida de 
segurança) também a admite, pois afeta o ius libertatis do sujeito. 
Não importa qual foi a infração cometida e nem o procedimento. Fundamental é que a sentença seja 
condenatória. 
Não cabe revisão criminal contra sentença absolutória própria nem contra decisão do juiz das execuções. 
Também não cabe contra decisão que concede perdão judicial ou mesmo contra decisão de pronúncia. 
b) trânsito em julgado – sentença que ainda não transitou em julgado não admite revisão criminal. 
 
 
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Assessoria Jurídica: Tiago Koutchin - OAB/MS 14.707 - contato: (67) 9959-0304 
Se ocorrer a prescrição da pretensão punitiva (com o reconhecimento da extinção da punibilidade, antes do 
trânsito em julgado) não é possível entrar com revisão criminal, porque, nesse caso, não existe sentença 
condenatória. 
 
REVISÃO CRIMINAL E OS PRINCÍPIOS DA COISA JULGADA E SOBERANIA DO VEREDICTO 
Quanto ao princípio da coisa julgada, é certo que o respeito à coisa julgada constitui garantia individual do ser 
humano, inserta, expressamente, no art. 5º, XXXVI, da CF. Mas a revisão criminal também é uma garantia 
fundamental. Logo, o ideal é buscar a harmonização entre ambas as situações, concluindo que, regra geral, deve-
se respeitar a coisa julgada, embora, em casos excepcionais, como os que envolvem erro judiciário, seja 
indispensável que a coisa julgada ceda à reavaliação da decisão proferida. 
Por sua vez, quanto ao segundo princípio, ainda que a sentença seja proferida pelo Tribunal do Júri, caso entenda 
o réu ter sido indevidamente condenado, poderá ingressar com revisão criminal, mas apenas para que o tribunal 
togado proceda ao juízo reincidente, devolvendo ao júri o juízo rescisório. Cabe a este último a decisão de 
mérito, avaliando se houve ou não o erro judiciário. 
Assim, a revisão criminal jamais poderia rever, quanto ao mérito, a decisão final do Tribunal do Júri, pois isso 
significa ofender o preceito constitucional da soberania dos veredictos. A harmonia dos dispositivos 
constitucionais é o melhor caminho e deve-se realizar o juízo rescindente, quando for o caso, pelo tribunal togado 
(revisão criminal) para, depois, encaminhar o feito ao juízo rescisório a ser feito pelo Tribunal do Júri (soberania 
dos veredictos). 
 
CABIMENTO 
Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida: 
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos. Na 
primeira parte, não se trata apenas às referentes ao direito penal, mas também ao direito processual penal. Assim, 
a sentença proferida com infringência grave e frontal a norma prevista no CPP também pode dar ensejo à revisão 
criminal. 
Quanto à segundaparte – sentença contrária à evidência dos autos – deve ser entendida a expressão “evidência 
dos autos” como o conjunto das provas colhidas. Para ser admissível a revisão criminal, torna-se indispensável 
que a decisão condenatória proferida ofenda frontalmente as provas constantes dos autos. 
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos. 
Essas peças constitutivas do processo necessitam ser comprovadamente não autênticas e terem sido 
determinantes para a condenação. Embora o ideal fosse apurar o falso testemunho, a falsa perícia ou a falsidade 
documental em processo à parte, trazendo para os autos da revisão a decisão formal e final, nada impede que, na 
ação revisional, seja apurado o falso. Por outro lado, a própria parte interessada na revisão pode requerer ao juízo 
da condenação a realização de justificação (CPC 861 e seguintes) como procedimento prévio e preparatório da 
ação revisional. 
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que 
determine ou autorize diminuição especial da pena. Deve ser interpretada como provas substancialmente novas, 
inéditas no processo, demonstrativas da inocência do réu, abrangendo tanto autoria, quanto materialidade do 
crime. 
Quanto ao surgimento de circunstância que determine ou autorize a diminuição de pena, leva em consideração, 
também no contexto das provas, o descobrimento de qualquer fato inédito a ensejar, não a absolvição, mas a 
modificação, para melhor, da pena. Ex.: após a sentença condenatória, surgem evidências de que o réu ressarciu 
completamente a vítima, em crime de furto, antes da denúncia, configurando a hipótese do arrependimento 
posterior (CP 16). 
A concretização do trânsito em julgado da sentença condenatória é requisito indispensável e fundamental para o 
ajuizamento da revisão criminal. Pendendo qualquer recurso contra a decisão condenatória, não cabe a admissão 
de revisão. 
Embora seja pressuposto essencial para a revisão criminal a existência de uma sentença condenatória definitiva, 
deve-se incluir nesse contexto a sentença absolutória imprópria, isto é, aquela que impõe ao inimputável, autor de 
um injusto penal, uma medida de segurança (CPP 386, parágrafo único, III). 
 
 
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ÔNUS DA PROVA, OPORTUNIDADE E REITERAÇÃO DO PEDIDO 
O encargo de demonstrar sua inocência, buscando desconstituir decisão condenatória com trânsito em julgado, é 
do sentenciado, pois já não vige o princípio geral do in dúbio pro reo,devendo o autor da ação revisional 
apresentar novos fatos e provas substancialmente novas, para que seu pedido possa ser acolhido. 
Quando houver a extinção da punibilidade no tocante à pretensão punitiva do Estado, ou seja, causas da extinção 
ocorrentes antes do trânsito em julgado da sentença condenatória – como a prescrição intercorrente – descabe o 
ajuizamento de revisão criminal. Isto se dá porque o Estado não tem o direito de punir, assim declarado em 
decisão judicial. Logo, não há motivo algum para o julgamento de uma revisão criminal, incidente sobre decisão 
que declara exatamente aquilo que o réu pretende obter: a ausência do jus puniendi estatal. 
Entretanto, quando a extinção da punibilidade atinge somente a pretensão executória do Estado – como a 
prescrição executória – porque a causa de extinção da punibilidade ocorre depois do trânsito em julgado da 
sentença condenatória, cabe revisão criminal. Tal ocorre porque a decisão do juiz atinge somente os efeitos 
principais da decisão condenatória, afastando o cumprimento da pena, mas não elide a inscrição da condenação 
como mau antecedente, nem afeta a sua constituição como título executivo judicial, para a ação civil ex delicto, 
permitindo, ainda, a inscrição do nome do acusado no rol dos culpados. 
Não existe prazo para se ajuizar a revisão criminal, podendo, inclusive, ser ajuizada após o cumprimento da pena, 
pois há evidente interesse do condenado em obter um decreto absolutório que pode livrá-lo de incômodo 
antecedente criminal, neste caso, visa o status dignitatis do réu. 
Também cabe revisão criminal pro vivo e pro morto. Mesmo após a morte pode-se postular revisão criminal. 
Quanto à possibilidade de revisão criminal contra sentença concessiva de perdão judicial, pelo fato de ter 
natureza meramente declaratória de extinção da punibilidade, sem qualquer outro efeito, não comporta revisão 
criminal. 
Por outro lado, é juridicamente admissível a revisão criminal contra decisão condenatória proferida no âmbito do 
Juizado Especial Criminal, pois todo acusado tem direito à revisão do julgado que, erroneamente, considerou-o 
culpado. 
 
COMPETÊNCIA 
É da competência originária dos tribunais, jamais sendo apreciada por juiz de primeira instância. Se a decisão 
condenatória definitiva provier de magistrado de primeiro grau, julgará a revisão criminal o tribunal que seria 
competente para conhecer do recurso ordinário. Caso a decisão provenha de câmara ou turma de tribunal de 
segundo grau, cabe ao próprio tribunal o julgamento da revisão, embora, nessa hipótese, não pela mesma câmara, 
mas pelo grupo reunido de câmaras criminais. Tratando-se de decisão proferida pelo Órgão Especial ou Pleno do 
tribunal, cabe ao mesmo colegiado o julgamento da revisão. Quanto aos tribunais superiores, dá-se o mesmo. Ao 
STF compete o julgamento de revisão criminal de seus julgados e ao STJ, o julgamento dos seus. 
O requerimento deve ser instruído com a certidão do trânsito em julgado da sentença condenatória e com a peças 
necessárias à comprovação do alegado. 
Pode o relator indeferir em decisão liminar a revisão criminal, quando esta for apresentada sem qualquer prova 
do alegado, nem tiver sido pedida a realização de justificação. Se o condenado, no entanto, apresentar motivos 
verossímeis para ter o seu pedido conhecido, indicando onde buscar as provas, deve o relator determinar que isto 
se dê. Rejeitando, desde logo, o pedido ou a produção de provas indicadas pelo sentenciado, cabe agravo 
regimental ao grupo de câmaras (ou ao Órgão Especial, conforme o caso). 
Caso o relator determine o processamento do pedido, abre-se vista ao Ministério Público, dando parecer o 
Procurador de Justiça, no prazo de 10 dias. Após, por igual prazo, examinam os autos o relator e o revisor, 
passando-se à sessão de julgamento. 
Pode haver a justificação prévia para fundamentar o pedido de revisão criminal, podendo-se inquirir testemunhas, 
realizar perícias, colher documentos, dentre outras diligências. 
Julgada procedente a revisão, o tribunal pode alterar a classificação da infração penal (dar nova definição jurídica 
ao fato, revisando a tipicidade), absolver o réu, modificar a pena ou mesmo anular o processo. 
 
REFORMATIO IN PEJUS e REFORMATIO IN PEJUS INDIRETA 
 
 
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É expressamente vedada a reformatio in pejus, no artigo 626, parágrafo único. Da mesma forma, é vedada 
areformatio in pejus indireta, que ficaria configurada no caso do tribunal anular a decisão condenatória com 
trânsito em julgado, permitindo ao juiz proferir outra, que seria, então, mais severa do que a primeira. 
Normalmente, tal situação ocorre quando o tribunal percebe que a sentença condenatória padece de vícios 
processuais insanáveis. Mas, ainda que a decisão tenha sido anulada, chamando-se o juiz a proferir outra, não é 
cabível a fixação de pena mais grave ao condenado. 
JUÍZO RESCINDENTE E JUÍZO RESCISÓRIO 
Há dois juízos envolvidos na revisão criminal: o rescindente e o rescisório, também chamados de revidente e 
revisório. O primeiro é o juízo de desconstituição da decisão condenatória, enquanto o segundo cuida da sua 
substituição por outra decisão. Quando o tribunal altera a classificação da infração ou absolve o réu, está 
proferindo um juízo rescindente, sempre constitutivo, seguido de um juízo rescisório meramente declaratório. 
Entretanto, quando o juiz modifica a pena, está proferindo um juízo rescindente e um juízo rescisório 
constitutivos. Declara-se a inocência do réu, bem como a mudança da classificação penal, mas, fixando-se nova 
pena, está-se alterando completamente a sanção cabível ao réu. 
Quando o tribunal anula a decisão, limita-se a proferir um juízo rescindente constitutivo, sem qualquer juízo 
rescisório (há baixa para novo julgamento). 
 
RECURSOS 
Quanto à decisão proferida na revisão criminal, não há recurso ordinário, pois a ação é sempre de competência 
originária. Logo, cabe apenas embargos de declaração, recurso especial ou recurso extraordinário, conforme o 
caso. Quando se tratar de decisão isolada do relator, cabe o agravo inominado (CPP 625). 
 
EFEITOS 
Quando procedente a revisão criminal, restabelecem-se os direitos perdidos em face da condenação (CPP 627). 
Além da aplicação da pena, a sentença condenatória acarreta ao réu vários efeitos secundários, previstos no CP 
92. Assim, havendo procedência à revisão criminal, todas as consequências dos efeitos da condenação são 
recuperadas pelo condenado, desde que se tenham concretizado. 
Anular o processo: submissão a novo julgamento, vedada a reformatio in pejus indireta. 
Ainda, se o interessado pleitear, pode o tribunal, julgando procedente a revisão criminal, reconhecer o direito a 
uma justa indenização pelos prejuízos sofridos (CPP 630 e CF 5º, LXXV). 
A decisão impositiva de indenização tem natureza condenatória, não se tratando de mero efeito da procedência 
da ação revisional. Justamente por isso, precisa haver requerimento do autor para que seja reconhecido esse 
direito. Não existindo, o tribunal deixa de declarar o direito à justa indenização, mas não há impedimento para o 
ingresso no juízo cível, de ação contra o Estado para a reparação do dano. Neste caso, deve haver processo de 
conhecimento para a demonstração do erro judiciário e para o estabelecimento do montante da indenização. 
Por outro lado, quando reconhecida a responsabilidade do Estado pela indenização, não havendo parte passiva na 
ação revisional, é natural que tenha a lei estabelecido uma responsabilidade objetiva do Estado pelo erro 
judiciário. Discute-se na órbita cível, apenas o valor da indenização. 
No entanto, o CPP impôs algumas hipóteses em que a indenização não será devida (CPP 630, §2º): 
a) quando o erro ou a injustiça da condenação teve origem em ato ou falta imputável ao próprio condenado (ex.: 
ocultação de prova em seu poder); b) quando a acusação tiver sido meramente privada. 
Segundo parte da doutrina, a hipótese de acusação ter sido meramente privada é inconstitucional, eis que, embora 
o autor da ação tenha sido o ofendido, o direito de punir é exclusivo do Estado, motivo pelo qual o MP atua nas 
ações penais privadas como fiscal da lei. Portanto, inadmissível excluir a responsabilidade do Estado pelo erro 
judiciário, como se este fosse debitado ao querelante. 
Sobre o assunto, esclarece Ada, Magalhães e Scarance: “essa posição do Código, bastante esdrúxula – pois 
mesmo na queixa-crime é o Estado que a recebe e, condenando, comete o erro judiciário, pouco importando a 
titularidade da ação – não pode prevalecer perante as regras constitucionais sobre a responsabilidade objetiva do 
Estado, que é obrigado a indenizar por erro judiciário, independentemente da titularidade da ação penal.” 
 
O QUE SE ENTENDE PELA TEORIA DA AFIRMAÇÃO OU DA ASSERÇÃO? 
 
 
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O autor da ação de revisão deve afirmar na inicial uma das hipóteses legais de cabimento da revisão, sob pena de 
carência de ação. 
Indeferida a ação de revisão criminal, pode seu autor reiterar o pedido, desde que haja novas provas ou invoque 
novo fundamento jurídico para o pedido. 
 
NÃO CABE REVISÃO CRIMINAL: 
a) para simples reexame de provas; 
b) para alterar o fundamento da condenação. 
 
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS 
Réu solto não precisa recolher-se à prisão para ingressar com revisão criminal (Súmula 393 do STF). 
Cabe ao réu provar o trânsito em julgado da sentença (mediante certidão). 
Ao autor da ação cabe provar o que alegou. 
A revisão não tem efeito suspensivo. 
O Tribunal, querendo, pode converter o julgamento em diligências. 
Em caso de absolutória imprópria – pode o tribunal aplicar internação ou tratamento ambulatorial. 
Na Revisão Criminal, aplica-se também analogicamente o que dispõe o art. 580, do CPP. 
 
ORDEM PROCEDIMENTAL 
Admitida a revisão, os autos vão ao Ministério Público. Ato seguinte, vão para o relator, que deve ser distinto do 
relator que porventura tenha atuado anteriormente no processo. 
Depois, os autos vão para o revisor. Ato seguinte, os autos vão para julgamento. 
 
 
 
 
 
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