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TENSÃO AXIAL Resistência dos Materiais I Prof. Francisco Diniz Bezerra • Dimensionar e verificar a estabilidade de barras sujeitas à tração e compressão axiais: • Diagrama de esforço normal; • Diagrama tensão x deformação; • Lei de Hooke; • Conceito de tensão admissível e coeficiente de segurança; • Problemas estaticamente indeterminados; • Problemas envolvendo variação de temperatura; • Tensões em um plano oblíquo em relação ao eixo da barra; • Deformação lateral; • Concentração de tensões próxima a furos; • Energia de deformação; • Aplicações e exercícios. TENSÃO AXIAL CONTEÚDO A SER APRESENTADO Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra O ENSAIO DE TRAÇÃO E COMPRESSÃO A resistência de um material depende de sua capacidade de suportar uma carga sem deformação excessiva ou ruptura. Essa propriedade é inerente ao próprio material e deve ser determinada por métodos experimentais. Ensaios (experimentos) de tração ou compressão – testes usados para determinar principalmente a relação entre a tensão normal média e a deformação normal média nos materiais de engenharia, a exemplo de cerâmicas, concretos, aços etc. Extensômetro é utilizado para medir o alongamento ou o encurtamento de um corpo de prova do material quando submetido à carga de tração ou de compressão. Existem vários tipos: mecânico, ótico, de resistência elétrica. DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO O diagrama tensão-deformação é construído a partir dos dados obtidos em ensaios (experimentos) de tração ou compressão. σlp = tensão no limite de proporcionalidade (a tensão é proporcional à deformação) σE = tensão de escoamento σrup = tensão de ruptura σr = tensão limite de resistência Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO CONVENCIONAL A tensão normal ou tensão de engenharia é obtida dividindo-se a carga aplicada P pela área original da seção transversal do corpo de prova. Esse cálculo considera que a tensão é constante na seção transversal e em toda a região entre os pontos de calibragem. σ = � �� Deformação nominal ou deformação de engenharia é determinada diretamente pela leitura da deformação no extensômetro, ou dividindo a variação, δ, no corpo de prova, pelo seu comprimento original, L0. ε = � �� Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO CONVENCIONAL Comportamento elástico – ocorre quando a tensão é proporcional à deformação. O limite superior da tensão para essa relação linear é denominado limite de proporcionalidade (σlp). Limite de elasticidade – é alcançado quando a tensão ultrapassa ligeiramente o limite de proporcionalidade e o material responde de maneira elástica, ou seja, volta à sua forma original. Tensão de escoamento (σE) – Ocorre quando um pequeno aumento na tensão acima do limite de elasticidade ocasiona o colapso do material, fazendo com que ele se deforme permanentemente (deformação plástica). Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO CONVENCIONAL Endurecimento por deformação (encruamento) – Após o escoamento terminar, a aplicação de uma carga adicional ao corpo de prova resulta numa curva que cresce continuamente até atingir uma tensão máxima, chamada de limite de resistência (σr). Nesta fase, enquanto o corpo se alonga, sua seção transversal diminui. Estricção – Ocorre quando, após atingido o limite de resistência, a área da seção transversal começa a diminuir em uma região localizada do corpo de prova, em vez de em seu todo o seu comprimento. Como a seção transversal nesse região está diminuindo continuamente, á área menor só pode suportar uma carga sempre decrescente. Por consequência, o diagrama tensão- deformação tende a curvar-se para baixo até o corpo de prova quebrar, quando atinge a tensão de ruptura (σrup). Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO REAL Ao invés de utilizar a área da seção transversal e o comprimento originais do corpo de prova para calcular a tensão e a deformação de engenharia, poderíamos utilizar á área da seção transversal e o comprimento reais do corpo de prova no instante em que a carga é medida. Os valores da tensão e da deformação calculados por essas medições são denominados tensão real e deformação real e a representação gráfica de seus valores é denominada diagrama tensão-deformação real. É a aplicação de carga compressiva uniaxial em um corpo-de-prova. Nos ensaios de compressão, os corpos de prova são submetidos a uma força axial para dentro, distribuída de modo uniforme em toda seção transversal do corpo de prova. Ensaio de compressão ENSAIO DE COMPRESSÃO: DEFINIÇÃO Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra ENSAIO DE COMPRESSÃO CARACTERÍSTICAS • Um ensaio de compressão é conduzido de uma maneira semelhante à de um ensaio de tração, exceto pelo fato de que força é compressiva e o corpo de prova se contrai ao longo da direção da tensão. • Os ensaios de compressão são usados principalmente quando se deseja conhecer o comportamento de um material submetido a deformações grandes e permanentes ou quando o material é frágil sob tração. • Um corpo submetido à compressão sofre uma deformação elástica e a seguir uma deformação plástica. • Um problema que sempre ocorre no ensaio de compressão é o atrito entre o corpo de prova e as placas de ensaios. Para diminuir o atrito é necessário revestir a face superior e inferior do corpo de prova com materiais de baixo atrito. • Outro problema deste ensaio é a flambagem, isto é, encurvamento do corpo de prova. Isso ocorre devido à instabilidade na compressão do metal dúctil. Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra Nos materiais dúcteis ocorre uma deformação lateral apreciável. Essa deformação prossegue até o corpo-de-prova parecer um disco, sem que ocorra a ruptura. As propriedades mecânicas avaliadas por meio do ensaio são: limite de proporcionalidade, limite de escoamento e módulo de elasticidade. ENSAIO DE COMPRESSÃO EM MATERIAIS DÚCTEIS Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO: TRAÇÃO E COMPRESSÃO PARA AÇO DOCE O aço doce tem tensão de escoamento de mesmo valor para a tração e compressão. Na figura abaixo, inicialmente aplica-se carga de tração até que o ponto C do diagrama seja atingido. Após o descarregamento (ponto D), aplica-se uma carga de compressão, levando o material a atingir o ponto H, onde a tensão é igual a –σe. A porção DH da curva tensão-deformação é curvada e não está bem definido o ponto de escoamento. Isto é chamado de efeito Bauschinger. Como a carga de compressão é mantida, o material escoa ao longo de HJ. Se o carregamento é removido quando é atingido o ponto J, a tensão retorna a zero através da linha JK. Nota-se que a declividade de JK é igual ao módulo de elasticidade E. Fonte: (BEER; JOHNSTON, 1995, p. 79) Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra A única propriedade mecânica que pode ser avaliada no ensaio de compressão com materiais frágeis é a sua tensão limite de resistência (σr) à compressão.Pode ser avaliada dividindo a carga máxima pela seção original do corpo de prova. ENSAIO DE COMPRESSÃO EM MATERIAIS FRÁGEIS σr = ��� �� Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO: AÇO COM BAIXO TEOR DE CARBONO (MATERIAL DÚCTIL) Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO: LIGA DE ALUMÍNIO (MATERIAL DÚCTIL) Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO: (MATERIAL FRÁGIL TÍPICO) Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO: (CONCRETO) Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra LIMITE DE PROPORCIONALIDADE PARA DIVERSOS TIPOS DE AÇO O limite de proporcionalidade para um tipo particular de aço depende da composição de sua liga. No entanto, a maioria dos aços, desde o mais mole aço laminado até o mais duro aço-ferramenta, tem o mesmo módulo de elasticidade Eaço = 200 GPa. Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra LEI DE HOOKE O diagrama tensão-deformação para a maioria dos materiais de engenharia exibe uma relação linear entre tensão e deformação dentro da região elástica. Por consequência, um aumento na tensão provoca um aumento proporcional na deformação. Esse fato foi descoberto por Robert Hooke, em 1676, para molas, e é conhecido como LEI DE HOOKE. Onde: E = módulo de elasticidade ou módulo de Young σ = tensão normal ε = deformação normal Obs: 1) o módulo de elasticidade (E) representa a inclinação da reta formada pelo gráfico tensão-deformação até o limite de proporcionalidade. 2) a unidade é a mesma da tensão (Pascal). E = � Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra EXERCÍCIO 1 A haste de alumínio mostrada na Figura tem seção transversal circular e está submetida a uma carga axial de 10 kN. Se uma parte do diagrama tensão- deformação do material é mostrada no Gráfico abaixo, a) determinar o alongamento aproximado da haste quando a carga é aplicada; b) Se a carga for removida, qual será o alongamento permanente da haste? Suponha Eal = 70 Gpa. EXERCÍCIO 1 RESOLUÇÃO a) Para calcularmos a deformação da haste, devemos saber o valor da deformação específica do material (ε). Podemos obter o valor de ε calculando inicialmente a tensão em cada trecho e depois usando o diagrama tensão-deformação (σ versus ε). σAB = � = � ��� = ��.��� � �. �,��� � = 31.830.989 N/m2 = 31,83 . 106 Pa = 31,83 MPa. σBC = � = � ��� = ��.��� � �. �,����� � = 56.588.424 N/m2 = 56,59 . 106 Pa = 56,59 MPa. Observando o diagrama tensão-deformação, vemos que no trecho AB o material é deformado elasticamente já que σAB = 31,83 MPa < σE = 40 MPa. Desta forma, vale a Lei de Hooke: εAB = � � ��� = �,! .��" #� ��.��$ #� = 0,0004547 mm/mm Observando o diagrama tensão-deformação, vemos que no trecho BC o material é deformado plasticamente, já que σBC = 56,59 MPa > σE = 40 MPa. Neste caso, NÃO vale a Lei de Hooke. Pelo gráfico, para σBC = 56,59 MPa, εBC = 0,0450 mm/mm. Portanto, o alongamento total da haste é: δ = δAB + δBC = εAB.LAB + εBC.LBC = 0,0004547 . 600mm + 0,0450 . 400mm => δ = 18,3 mm. Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra b) Quando a carga de 10kN é removida, o trecho AB da haste volta a seu comprimento original, já que não foi ultrapassado o limite de elasticidade. Já o segmento BC recupera-se parcialmente (No gráfico, ao longo de FG). Como o declive de FG é Eal, a recuperação da deformação elástica é: εrec = σBC ��� = �",�$ . ��" #� �� .��$ #� = 0,000808 mm/mm Portanto, o restante da deformação plástica do trecho BC é: εOG = εBC - εrec = 0,0450 – 0,000808 => εOG = 0,0442 mm/mm. Assim, quando a carga é retirada, a haste permanece alongada de: δ’ = εOG . LBC = 0,0442 . 400mm = 17,7 mm. EXERCÍCIO 1 RESOLUÇÃO (CONT.) ENERGIA DE DEFORMAÇÃO (OU TRABALHO DE DEFORMAÇÃO) dU = P.dx => U = % �. & '� = Trabalho de Deformação No caso de uma deformação linear e elástica, a porção do diagrama força- deformação referente ao problema estudado pode ser representada por uma linha reta de equação P = kx. Assim, U = % ( & '� = ' ) k(x1)2 => U = ')P1x1 Onde P1 é o valor da carga correspondente ao valor da deformação x1. P1 x1 U = ' ) P1x1 Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra É a energia armazenada internamente em todo o volume de um corpo deformado pela ação de cargas externas. Δz Δx Δy σ σ σ = *� *� => *� = σ.*� ⇒ *� = σ(*x.*,) O deslocamento vertical é igual a ε.Δz. Por definição, trabalho é determinado pelo produto entre a força e o deslocamento na direção da força. Como a força aumenta uniformemente de 0 até o seu valor final ΔF (quando é obtido o deslocamento δ = εΔz), o trabalho realizado pela força sobre o elemento é igual ao valor médio da força (ΔF/2) vezes o deslocamento εΔz. Ou seja: ΔU = (' ) ΔF).εΔz => ΔU = (' ) σ. *x*,).εΔz. O trabalho externo é equivalente ao trabalho interno ou energia de deformação armazenada no elemento (considerando a energia perdida sob a forma de calor = 0). No SI, a unidade de medida de trabalho ou energia de deformação é igual a Joule (J). δ=ε.Δz ENERGIA DE DEFORMAÇÃO (OU TRABALHO DE DEFORMAÇÃO) Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra É a energia armazenada internamente em todo o volume de um corpo deformado pela ação de cargas externas. Δz Δx Δy σ σ σ = *� *� => *� = σ.*� ⇒ *� = σ(*x.*,) O deslocamento vertical é igual a ε.Δz. Por definição, trabalho é determinado pelo produto entre a força e o deslocamento na direção da força. Como a força aumenta uniformemente de 0 até o seu valor final ΔF (quando é obtido o deslocamento δ = εΔz), o trabalho realizado pela força sobre o elemento é igual ao valor médio da força (ΔF/2) vezes o deslocamento εΔz. Ou seja: ΔU = (' ) ΔF).εΔz => ΔU = (' ) σ. *x*,).εΔz. O trabalho externo é equivalente ao trabalho interno ou energia de deformação armazenada no elemento (considerando a energia perdida sob a forma de calor = 0). δ=ε.Δz ENERGIA DE DEFORMAÇÃO (OU TRABALHO DE DEFORMAÇÃO) Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra ENERGIA DE DEFORMAÇÃO (OU TRABALHO DE DEFORMAÇÃO) Δz Δx Δy σ σ ε.Δz ΔU = ' ) σεΔV (J) u = ./ .0 = ' ) σε (J/m3) Às vezes, é conveniente formular a energia de deformação por unidade de volume do material, denominada densidade de energia de deformação (ou trabalho específico de deformação): Sabemos que a energia de deformação é igual ao trabalho realizado: ΔU = (' ) ΔF).εΔz => ΔU = (' ) σ. *x*,).εΔz. Como ΔV = *x*,Δz, então: Se o comportamento do material for linear elástico (até σlp), então aplica-se a lei de Hooke, σ = Eε. A densidade de energia de deformação em termos da tensão uniaxial é: u = σ) )1 ouu = EEEEε) ) Módulo de resiliência (ur) – ocorre quando a tensão atinge o limite de proporcionalidade (σlp). Em termos físicos, representa a capacidade do material de absorver energia sem sofrer qualquer dano permanente: ur = ' ) σ45ε45= (�45) ) )1 = EEEE((((εlp)) ) Módulo de tenacidade (ut) ou módulo de dureza – É o valor do trabalho de deformação específico que se obtém quando se atinge o ponto de ruptura (εrup, σrup). É igual á área total limitada pelo diagrama tensão- deformação específica. Casos particulares de densidade de energia de deformação MÓDULO DE RESILIÊNCIA O módulo de resiliência é igual à área sob o diagrama tensão-deformação até a tensão atingir o limite de proporcionalidade (σlp), ponto até o qual se pode utilizar a lei de Hooke. σlp εlp ur = ' ) σ45ε45= ' ) 7�45- ) 1 Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra MÓDULO DE TENACIDADE O módulo de tenacidade é igual à área sob o diagrama tensão-deformação até o ponto de ruptura. Módulo de tenacidade Módulo de tenacidade σr σe σrup εrup Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra É IMPORTANTE SABER QUE: EXERCÍCIO 2 O diagrama tensão-deformação para uma liga de alumínio utilizada na fabricação de peças de aeronaves é mostrado na Figura. Se o corpo de prova desse material for submetido à tensão de tração de 600 Mpa, determine: a) a deformação permanente no corpo de prova quando a carga é retirada; b) o módulo de resiliência. Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra EXERCÍCIO 2 SOLUÇÃO a) No gráfico, o ponto B representa o limite de resistência. Nesse ponto, a deformação é 0,023 mm/mm. Quando a carga é retirada, o comportamento do material segue a reta BC, paralela à reta OA, cuja inclinação corresponde ao módulo de elasticidade. Como ambas têm a mesma inclinação, a deformação no ponto C pode ser determinada analiticamente. Assim, E = 89� :�� �,��; ��/�� = 75,0 GPa Pelo triângulo CBD, temos que ε = ;�� :�� =9 >�� = 0,008 mm/mm Essa deformação representa a quantidade de deformação elástica recuperada. Assim, a deformação permanente, εOC, é: εOC = 0,023 mm/mm – 0,008 mm/mm = 0,0150 mm/mm b) Cálculo do módulo de resiliência: (ur) = ') 45�45= ' ) 789� ?@A-7�, ��; BB/BB) = 1,35 MJ/m3 Outra forma de calcular o módulo de resiliência é: (ur) = ') 7 45- ) 1 = ' ) (789� :��-) =9.��� :�� ) = 1,35 MJ/m3 Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra Solução: Sabemos que ΔU = ' ) σεΔV Então dU = ' ) σεdV => dU = ' ) σ2 1 dV => dU = ' ) P2 �)1 AAAAdx => %&/= % ' ) P2 �1 dx � � => U = ' ) P2L �1 EXERCÍCIO 3 Na barra abaixo, encontre a equação da energia de deformação em função do comprimento (L), área (A), força axial (P) e módulo de elasticidade (E). Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra TENSÃO ADMISSÍVEL E COEFICIENTE DE SEGURANÇA • As estruturas devem ser projetadas para trabalhar na região elástica. • Tensão admissível (σadm) – é a máxima tensão para a qual a peça é projetada. • Observe que σadm < σE Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra TENSÃO ADMISSÍVEL E COEFICIENTE DE SEGURANÇA Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra PRINCÍPIO DE SAINT-VENANT O Princípio de Saint-Venant afirma que a deformação e a tensão localizadas, que ocorrem no interior das regiões de aplicação de carga ou nos apoios, tendem a nivelar-se a uma distância suficientemente afastada dessas regiões (Figuras (a) a (c)). Como regra geral, considera-se que a distância do apoio ou do local de aplicação da carga é igual à maior dimensão da seção transversal carregada. A distribuição de tensão resultante nessas regiões será a mesma que a causada por qualquer outra carga estaticamente equivalente aplicada ao corpo dentre da mesma área localizada (Figura (c)). EXERCÍCIO 4 A partir da definição de deformação normal específica (ε = δ/L), mostre que: δ = �� �1 Sendo: L: comprimento da barra uniforme e homogênea P: valor da carga normal (axial) A: área da seção transversal E: módulo de elasticidade do material = constante) Solução: ε = D � => δ = ε.L mas ε = � 1 = �/� 1 Então: δ = �� �1 Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra PROBLEMAS ESTATICAMENTE INDETERMINADOS Na figura (a), existem duas reações axiais desconhecidas: • FA na extremidade A • FB na extremidade B No entanto, existe somente uma equação de equilíbrio de forças: +↑ ΣFy = 0 => FA + FB – P = 0 (1) Neste caso, a barra é denominada estaticamente indeterminada, pois as equações de equilíbrio não são suficientes para determinar as reações. Para estabelecer uma equação adicional necessária à solução, há que considerar a geometria da deformação. Uma equação que indique as condições para o deslocamento é denominada condição de compatibilidade (ou condição cinemática). No exemplo da figura, δA/B = δA – δB = 0 => ����E �1 – �F�EF �1 = 0 (2) A partir das equações (1) e (2), obtemos que: FA = P.(�EF� ) e FB = P.( ��E � ) Um elemento é estaticamente indeterminado se as equações de equilíbrio não forem suficientes para determinar as reações no elemento. EXERCÍCIO 5 A haste de aço mostrada na figura tem diâmetro de 5 mm e está presa à parede fixa em A. Antes de ser carregada, há uma folga de 1 mm entre a parede em B’ e a haste. Determine as reações em A e B’ se a haste for submetida a uma força axial P = 20 kN como mostra a figura. Despreze o tamanho do colar em C. Considere que a força P é grande o suficiente para fazer com que a extremidade B da haste entre em contato com a parede em B’. Adote Eaço = 200 GPa. Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra EXERCÍCIO 5 (SOLUÇÃO) a) Utilizando a equação de equilíbrio, temos: +→ΣFx = 0 => – FA – FB + P = 0 => – FA – FB + 20(103) = 0 => FB = – FA + 20.103 b) Utilizando a condição de compatibilidade (relação carga-deslocamento), temos: δA/B = 0,001 => ����E �1 – �F�EF �1 = 0,001 => ��(�, 8- – 7– FA + 20.103)7�, G- = (0,001).[π.(0,0025)2.(200.109)] => 1,2.�� = 19.926,99 => �� = 16,6.103N = 16,6 kN e FB = – 16,6.103 + 20.103 => FB = 3,4.103 N = 3,4 kN Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra PROBLEMAS ENVOLVENDO VARIAÇÃO DE TEMPERATURA Considere a barra da figura (a), homogênea e de seção transversal uniforme, apoiada em uma superfície lisa horizontal. Aumentando a sua temperatura de um valor ΔT, observa-se experimentalmente que: δT = α(ΔT)L, onde α = coeficiente de dilatação térmica (oC-1 ou oF-1). Obs.: εT = DH � = αΔT, sendo εT chamada deformação térmica específica Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra PROBLEMAS ENVOLVENDO VARIAÇÃO DE TEMPERATURA Considere agora que a barra AB da figura foi colocadaentre dois anteparos fixos. Neste caso, δ = 0. Ao tentarmos calcular as reações FA e FB e a tensão σ criada pela variação da temperatura, verificamos que o problema é estaticamente indeterminado, pois: +→ ΣFx =0 => FA – FB = 0 (Eq. 1) FA FB Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra PROBLEMAS ENVOLVENDO VARIAÇÃO DE TEMPERATURA Após o alongamento provocado pelo aumento da temperatura, para fazer a barra encurtar até o seu tamanho original, aplicamos uma força P. P = FA = FB. Seja δ a deformação total. Assim, δ = δT – δP = 0 => α(ΔT)L – ���1 = 0 => P = FA = FB = AEα(ΔT). A tensão σ em cada anteparo é, então, igual a: σ = �� = Eα(ΔT) Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES PRÓXIMA A FUROS Quando a peça estrutural contém descontinuidades, como furos ou variação brusca de seção, podem ocorrer altos valores de tensões nesses pontos de descontinuidade. K = fator de concentração de tensão. K é determinado graficamente e depende de r/d (furos) e de d/D (redução de largura com filete de rebaixo). K = �á . �é& => σmáx. = K(P/A); onde A é a seção transversal menor. (a) Distribuição de tensões próximas a um furo circular em placa sujeita à carga axial (b) Distribuição de tensões próximas a redução de barra chata sujeita à carga axial d t σméd = � &K σméd = � L M)N K t = espessura σméd σméd Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES PRÓXIMA A FUROS Valores de K Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra TENSÕES EM UM PLANO OBLÍQUO EM RELAÇÃO AO EIXO DA BARRA De acordo com a figura, temos que: F = P.cosθ V = P.senθ Mas: σ = � �O tttt = 0 �O , onde Aθ = A0 cosθ Assim: σ = P.cosθ A0/cosθ => σ = P A0 cos2θ tttt = P.senθ A0/cosθ => tttt = P A0 senθcosθ Forças axiais causam ao mesmo tempo tensões normais e de cisalhamento em planos que não são perpendiculares ao eixo da peça. Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra Uma peça é formada por duas seções coladas em forma de bico de gaita. A tensão de cisalhamento admissível da cola é de 2,50 MPa. Qual a máxima força de tração que pode ser aplicada sem comprometer a segurança da ligação? tttt = F A0 senθcosθ F = tttt . A0 senθcosθ F = 72,572,572,572,5 .... 10101010 6666 N/mN/mN/mN/m2222---- .... 71,2m71,2m71,2m71,2m .... 0,8m-0,8m-0,8m-0,8m- sen30ocos30o F = 5.542.563 N F = 5,5 MN cm cm EXERCÍCIO 6 Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra • Para uma barra sujeita a carga axial, temos: εx = 1 • O alongamento na direção x é acompanhado de uma contração nas outras direções. • Assumindo que o material é isotrópico: εy = εz ≠ 0 • O Coeficiente de Poisson (expresso pela letra grega ν (nü)) é definido como: ν =| &XYZN��çãZ X]5X^íY`^� KN�a]bXN]�4 &XYZN��çãZ X]5X^íY`^� 4Zac`Kd&`a�4 | = - �, � = - �e � εy = εZ = f.� 1 • Experimentalmente, verifica-se que 0 < ν < 1/2 É o valor absoluto da relação entre a deformação específica transversal e a deformação específica longitudinal. DEFORMAÇÃO LATERAL / COEFICIENTE DE POISSON Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Resistência dos Materiais I - Prof. Francisco Diniz Bezerra
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