Aula hidroquímica

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30/10/2012 
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HIDROGEOLOGIA 
 
QUALIDADE DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS 
 
- NOÇÕES DE HIDROQUÍMICA 
 
Cap. 5.1 do livro Hidrogeologia-Conceitos e Aplicações. 
Feitosa et al., 2008.- pág 325 (material no xerox da 
UEMG) 
Profa Gleicia Miranda Paulino 
Dep. Recursos Naturais, Ciências e Tecnologias Ambientais da 
UEMG/Unidade de Engenharia 
Hidrogeoquímica 
 
 Ramo da hidrogeologia que trata da caracterização das águas 
subterrâneas (ASs). 
 
 Finalidade da Hidrogeoquímica: identificar e quantificar as 
principais propriedades e constituintes químicos das águas 
subterrâneas, procurando estabelecer uma relação com o meio físico. 
 
 Disponibilidade das águas subterrâneas para determinados tipos de 
uso depende da qualidade físico-química, biológica e radiológica. 
Noções de Hidroquímica 
Qualidade da água 
 
 Definida por sua composição (química, física e bacteriológica) e pelo 
conhecimento dos efeitos que podem causar os seus constituintes. 
 
 Tão importante quanto o aspecto quantitativo. 
 
 Todos os elementos (constituintes e propriedades) da água permitem 
estabelecer padrões de qualidade, classificando-a dentro de determinados limites 
e seus usos (consumo humano, dessedentação de animais, irrigação, industrial, 
recreação, piscicultura, etc.). 
 
 Conceito de qualidade da água deve estar sempre associada ao uso que se faz 
dela (adequada ou inadequada). 
 
 
Características desejáveis de uma água dependem de sua utilização. 
 
Noções de Hidroquímica 
Doenças de veiculação hídrica 
 
2° a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 80% das doenças 
que se alastram nos países em desenvolvimento são provenientes de 
água de má qualidade (mortalidade por doenças de veiculação 
hídrica é sensivelmente reduzida com suprimento de água potável). 
 
Causas de contaminação das águas de abastecimento público: 
 
 Contaminação das bacias hidrográficas pelas atividades do homem; 
 
 Infiltração de águas poluídas nos poços ou de outras águas 
subterrâneas já poluídas, etc. 
 
Noções de Hidroquímica 
Noções de Hidroquímica 
Processos e fatores que influem na evolução da qualidade das 
Águas Subterrâneas: podem ser intrínsecos ou extrínsecos: 
 
Há uma tendência de aumento da concentração de substâncias 
dissolvidas com o movimento lento da água nos diferentes aquíferos. 
Isto se deve: 
 
 Ao clima (dissolução de constituinte minerais/lixiviação); 
 
 A Composição da água de recarga (água pura / água com impureza); 
 
 Ao tempo de contato da água e o meio físico (tempo de reações); 
 
 As litologias atravessadas; 
 
 A contaminação antrópica (diversas). 
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Noções de Hidroquímica 
Reações da água no meio físico 
 
 Contato da água com os diferentes tipos de rochas e minerais 
(solubilização de substâncias que vão para a “solução aquosa”); 
 
 O processo reativo é facilitado pela abundância/solubilidade dessas 
rochas (devido processo de contato água/rocha um fenômeno de superfície); 
 
 Processos de intemperismo químico das rochas pela água são: dissolução, 
decomposição e hidratação, oxidação, principalmente; 
 
 Ataque pela água é mais pronunciado pela presença de ácidos e pelo 
aumento da temperatura; 
 
 A dissolução e precipitação dos minerais é controlado pelo pH e potencial 
redox (redução-oxidação - transferência de elétrons entre vários átomos e 
moléculas na água). 
 
 
Noções de Hidroquímica 
Características das Águas Meteóricas 
 
As águas de chuva são soluções extremamente diluídas, oxidantes, 
levemente a moderadamente ácidas, que podem causar e sofrer reações 
químicas em solos e/ou rochas, através dos quais se infiltra. 
 
Apresentam: 
 
 Gases dissolvidos (N2, O2, CO2) em equilíbrio com o ar atmosférico; 
 pH ácido, em torno de 5,7 (em áreas industriais é abaixo de 5,7); 
 Sofre influência do lançamento de S, SO2 e NOx na atmosfera; 
 Presença de material particulado em suspensão; 
 Capacidade oxidante, devido à presença do oxigênio dissolvido. 
Noções de Hidroquímica Noções de Hidroquímica 
Amostragem de Água Subterrânea 
Noções de Hidroquímica 
Amostragem: coleta de uma porção de água representativa para 
análise. 
 
Tipo de análise: depende da finalidade da pesquisa / estudo 
(potabilidade, irrigação, indústria, recreação, uso comercial, 
contaminação ambiental, etc) 
 
Análises mais frequentes de ASs: 
 
 Físico-químicas 
 Bacteriológicas/Microbiológicas 
 Radioativas 
 Ambientais 
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Análises de rotina para diversos usos incluem a determinação de 
constituintes (> e < concentrações e traços) e propriedades físicas da água 
subterrânea. 
Unidades Utilizadas 
Noções de Hidroquímica Noções de Hidroquímica 
As concentrações dos componentes inorgânicos principais (> 
concentração), secundários (< concentração) e traços nas águas 
subterrâneas, dependem de: 
 
 Presença dos elementos químicos no solo e nas rochas; 
 
 Sequência dos materiais geológicos ao longo do fluxo das águas; 
 
 Condicionantes geoquímicas tais como solubilidade e adsorção; e, 
 
 Cinética dos processos geoquímicos (velocidade das reações 
químicas e os fatores que a influenciam). 
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Amostragem 
 
Objetivo: coletar uma porção representativa que fornecerá informações do 
universo em estudo. 
Cuidados: coleta, acondicionamento, transporte, preservação. 
 
 Procedimentos para amostragem 
 
• Plano de amostragem (de acordo com a finalidade do estudo) 
 - Quando o aquífero é homogêneo e isotrópico uma amostra de água tomada 
em qualquer ponto é representativa; 
 
• Croqui com localização dos pontos de coleta (observando que: n° de 
amostras, frequência de amostragem, n° de pontos de coleta e escolha dos 
indicadores de qualidade dependem da finalidade do estudo); 
 
 
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 Procedimentos para amostragem 
 
• Medidas que devem ser realizadas em campo (ta da amostra e do ar, pH, CE, 
profundidade do nível d’água, p.ex.); 
• Amostragem em poços: coleta após o bombeamento por alguns minutos; 
• Sistemas de distribuição – deixar escoar a água de 3 a 5 minutos antes da coleta; 
• Cuidados com a limpeza de recipientes e demais materiais usados na coleta e, com 
impurezas nas mão do coletador (evitar contaminação); 
• Lavar o vidro com água a ser amostrada (para análise físico-química); 
• Cada amostra coletada e devidamente identificada deverá ser acompanhada de uma 
ficha contendo informações (data da coleta, condições climáticas, nome do coletor, 
nome do interessado, e observações que possam auxiliar tanto a análise como a 
interpretação do resultado); medidas efetuadas no campo; finalidade da análise; e 
parâmetros a serem analisados; 
• Amostras em maiores profundidades: deve ser feita com equipamentos específicos 
(garrafas de Kemmerer, de Van Dorn, bailer e amostrador de Zoebell J-Z). 
Noções de Hidroquímica Noções de Hidroquímica 
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 Análises bacteriológica (procedimentos específicos): 
 
• Coleta de amostras deve ser realizadas primeiro (evitar risco de 
contaminação); 
• Frasco de vidro neutro, limpo, com capacidade de 125 ou 250ml, com boca 
larga e tampa de vidro ou plástico; 
• Não lavar o vidro com água a ser amostrada; 
• Estocagem de amostras por 01h sem refrigeração ou por 08hs a 10°C; 
• No caso de coleta de amostras de sistemas de distribuição, que não 
procedam de caixas ou cisternas, deve- se deixar escoar a água por uns 3 a 5 
minutos, flambar em torno da torneira e da boca do frasco, enchê-lo até 4/5do seu volume, fechá-lo imediatamente fixando bem o papel protetor ao 
redor do gargalo do frasco. 
Noções de Hidroquímica 
 Análises Microbiológicas (procedimentos específicos) : 
 
• Frasco de vidro neutro ou plástico autoclavável e esterilizado, com boca 
larga (previamente esterilizado e conter agentes adequados de preservação 
das amostras); 
• Deixar espaço no vidro para homogeneização; 
• Coletar ~100ml por para cada determinação (no caso, para maioria 
indicadores de poluição); 
• Para salmonela, vírus, protozoários, consultar laboratório (saber vol. da 
amostra necessário e procedimento de coleta). 
 
Noções de Hidroquímica 
Ta e luz podem acarretar a alteração das características iniciais (tempo 
entre coleta e análise deve ser o mínimo possível). 
 
Preservação e armazenamento da amostra 
 
• Controle de pH; 
 
• Refrigeração; 
 
• Adição química. 
 
Tendo como efeito o retardamento e/ou redução da: 
 
• Ação biológica; 
 
• Hidrólise dos compostos e complexos químicos; 
 
• Volatilização dos constituintes; 
 
• Absorção e/ou aderência ao material do recipiente armazenador. 
Noções de Hidroquímica Tabela sobre Preservação e Armazenamento de Amostras para Análises 
Físico-Químicas 
Balanço Iônico e Cálculo do Erro Cometido em Análises Químicas 
Noções de Hidroquímica 
Balanço Iônico e Cálculo do Erro Cometido em Análises Químicas 
Para um coeficiente de erro (e%) não superior a 10, a análise pode 
ser considerada como correta. 
 
Altos valores de e% podem indicar: 
 
• Um erro analítico; 
 
• Um erro de cálculo; 
 
• A presença de certos íons não analisados na água em concentrações 
apreciáveis; 
 
• Águas muito pouco mineralizadas, tais como águas de chuva. 
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Características das Águas 
Subterrâneas 
 
Noções de Hidroquímica 
Características Físicas: 
 
- Água: solvente e quimicamente ativa (capaz de incorporar grande quantidade 
de substâncias ao entrar em contato com rocha ou solo). 
 
- Características físicas são de ordem estéticas, contudo em Águas Subterrâneas 
essas características são raramente perceptíveis, exceto sabor (devido excesso 
de sais dissolvidos). 
 
Temperatura: 
 
• Baixa amplitude térmica anual: 1 a 2°C; 
• Importante por acelerar as reações químicas e acentua sabor e odor nas águas 
naturais; 
• Temperatura em profundidade depende do grau geotérmico (variação média: 
1°C / 30m); 
• Medida deve ser feita no local de amostragem. 
 
Noções de Hidroquímica 
Características Físicas: 
 
Cor: 
 
• A água pura é virtualmente ausente de cor (transparente); 
• É alterada pela presença de substâncias dissolvidas ou em suspensão 
(dependendo da quantidade e da natureza do material); 
• É mais acentuada quando da presença de matéria orgânica, pode ser 
causada tb por minerais naturais de Fe (roxa) e Mn (negra); 
• O Fe, muitas vezes associado ao Mn, confere à água um sabor amargo 
adstringente e coloração amarelada e turva; 
• Despejos industriais na água, em geral, causam cor. 
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Características Físicas 
 
Sabor e odor: 
 
• As características de sabor e odor são dadas em conjunto, pois geralmente a 
sensação de sabor origina-se do odor; 
• O sabor depende do teor e tipo de sais dissolvidos 
 
- Salgada - > 300 mg/l de cloretos (Cl); 
- Salgada e amarga - > 400 mg/l de sulfatos (SO4
-2). 
 
• São de difícil avaliação, por serem sensações subjetivas; 
• Compostos químicos como sais dissolvidos em excesso, produz sabor salino; 
alguns gases resulta em maus odores; 
• Quase sempre, associadas às impurezas químicas ou biológicas; 
• Para eliminar sabor e odor: aeração ou carvão aditivado para adsorção das 
impurezas dissolvidas. 
Noções de Hidroquímica 
Características Físicas: 
 
Turbidez: 
 
• Dificuldade da água em transmitir luz devido presença de sólidos em 
suspensão (argila, silte, matéria orgânica e microrganismos); 
• A presença de partículas insolúveis do solo provoca a dispersão e a absorção 
da luz (água uma aparência indesejável); 
• Afeta esteticamente e encarece os processos de tratamento para fins de 
abastecimento público e industrial; 
• Turbidez é encontrada em quase todas as águas de superfície em valores 
elevados, enquanto está quase ausente em águas subterrâneas. 
Noções de Hidroquímica 
Características Físicas 
 
Sólidos em suspensão: 
 
• É a carga sólida em suspensão (argila, silte, matéria orgânica, 
microrganismos) depois de seca e pesada (medidos em mg/L); 
 
• Sólidos em suspensão podem ser separadas por filtração; 
 
• Geralmente ocorre em água que circulam em aquíferos cársticos ou 
em poços mal desenvolvidos com produção de argila, silte e areias. 
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Características Físicas 
 
Condutividade elétrica: 
 
• Mede a facilidade da água em conduzir corrente elétrica e está 
diretamente ligada ao teor de sais dissolvidos; 
• A condutividade elétrica depende da quantidade (teor) de sais 
dissolvidos na água sob a forma de íons e é, aproximadamente, 
proporcional à sua quantidade; 
• Sua determinação permite obter uma estimativa rápida do conteúdo de 
sólidos de uma amostra. 
 
Noções de Hidroquímica 
Características Físicas 
 
Salinidade: 
 
• Representa a quantidade total das espécies dissolvidas num 
determinado volume de água que podem ser precipitadas como sais 
(sólidos); 
• Geralmente expressa em gramas e medida através da condutividade 
elétrica, densidade. 
Noções de Hidroquímica 
Características Químicas 
 
Potencial hidrogeniônico – pH: 
 
• Medida da concentração hidrogeniônica (pH é controlado pelas 
reações químicas e pelo equilíbrio entre íons presentes); 
• É função do gás carbônico dissolvido e da alcalinidade da água (H2O 
+ CO2 = HCO3 + H
+ ; H20 + H2O = H3O
+ + OH-); 
• Águas Subterrâneas: 5,5 < pH < 8,5; 
• Pode ser medido no local da coleta. 
 
Noções de Hidroquímica 
Características Químicas 
 
Resíduo seco: 
 
• É o peso dos sais resultantes da evaporação de um litro de água que 
foi filtrada para remoção de materiais em suspensão (mg/L). 
 
Sólidos totais dissolvidos: 
 
• Peso total dos constituintes minerais presentes na água, por unidade 
de volume (mg/L); 
 
• Representa a concentração de todo o material dissolvido na água, seja 
ou não volátil. 
Noções de Hidroquímica 
Características Químicas 
 
Alcalinidade: 
 
 
• A alcalinidade devida a carbonatos, bicarbonatos e hidróxidos e é 
comum em águas naturais, cujas concentrações em águas brutas variam 
de 10 a 30 ppm; 
• Os bicarbonatos de Ca e Mg também causam dureza (temporária); 
• Os bicarbonatos têm, ainda, o inconveniente de liberar CO2, quando 
submetidos ao calor nas caldeiras; 
• O CO2 dissolvido nas águas torna-a altamente corrosiva. 
Noções de Hidroquímica 
Características Químicas 
 
Acidez: 
 
• Capacidade da água em neutralizar bases (consequência da presença 
de ácidos fortes como H2SO4 e HCl ou ácidos fracos como ácido 
carbônico e acético); 
 
• Pouco analisado em água subterrânea; 
 
• A acidez devida ao CO2 está na faixa de pH de 4,5 a 8,2, enquanto que 
a acidez por ácidos minerais fortes, quase sempre devida a esgotos 
industriais, ocorre geralmente a pH abaixo de 4,5. 
 
 
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Características Químicas 
 
Dureza: 
 
• Poder de consumo de sabão por determinada água; 
• Proveniente dos sais de cálcio (Ca) e magnésio (Mg); 
• Os principais problemas:extinção da espuma do sabão, aumentando o seu 
consumo; 
• Podem produzir incrustações nas tubulações e caldeiras; 
• A dureza é expressa em termos de mg/l de carbonato de cálcio (CaCO3). 
Noções de Hidroquímica 
Características Químicas 
 
Demanda de oxigênio 
 
• A maioria dos compostos orgânicos é instável e pode ser oxidada 
biológica e quimicamente, resultando compostos finais mais estáveis 
como o dióxido de carbono (CO2), nitrato (NO3) e gás hidrogênio (H2); 
 
• A matéria orgânica tem necessidades de oxigênio, denominada 
demanda, que pode ser: 
Noções de Hidroquímica 
Características Químicas 
 
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): 
 
• Medida da quantidade de O2 p/ consumir a matéria orgânica (MO) presente na água, 
através da ação de bactérias aeróbicas; 
• Indica a quantidade de O2 necessária à respiração de microrganismos aeróbios p/ 
consumirem a MO (aumentos de DBO água são provocados por despejos de origem 
orgânica); 
• DBO: oxidação da MO com auxílio de bactérias. 
 
• Em AS, em geral, a DBO é < 5 mg/L de O2 (valores > res indicam contaminação) 
 
Demanda Química de Oxigênio (DQO) 
 
• Medida da capacidade da água em consumir O2 durante processos químicos; 
• Permite a avaliação da carga de poluição por esgotos domésticos e industriais em 
termos de quantidade de O2 necessária p/ sua oxidação total em CO2 e água; 
• DQO: oxidação provocada pela ação de substância química (aumento DQO: 
principalmente devido a despejos industriais). 
Noções de Hidroquímica 
Constituintes iônicos principais das águas subterrâneas: 
 
Cátions: Sódio (Na+); Potássio (K+); Cálcio (Ca2+); Magnésio (Mg2+); 
Ferro (Fe); 
 
Ânions: Cloreto (Cl-); Sulfato (SO4
2- ); Bicarbonato (HCO3
-); Carbonato 
(CO3
2 -); Nitrato (NO3
-); 
 
Principais constituinte secundários das águas subterrâneas 
 
Boro (B+3); Brometo (Br-); Manganês (Mn); Zinco (Zn+2); Compostos 
fenólicos; Fosfato (PO4
-3); Sílica (SiO2); e Cobre (Cu
+). 
 
Noções de Hidroquímica 
Íons tóxicos e carcinogênicos das águas subterrâneas 
 
• Arsênio (As); Bário (Ba+2); Cádmio (Cd+2); Chumbo (Pb); Fluoretos (F); 
Selênio (Se). 
 
Principais gases dissolvidos nas águas subterrâneas 
 
Oxigênio Dissolvido (OD): 
 
• É um indicador da concentração de O2 dissolvido na água (ml/L); 
• Pequenas concentrações nas ASs (0-5mg/L); 
• > Parte é consumida na oxidação da MO na zona de aeração. 
 
Gás carbônico dissolvido 
 
• Relativamente solúvel, produzindo ácido carbônico; 
• Presença CO2 está associada à decomposição de MO contida no subsolo; 
• Concentração varia entre 1-30mg/L. 
Noções de Hidroquímica 
Principais Nutrientes 
 
• Fósforo: presente em cerca de 250 minerais (principal é a apatita); pode 
ser adicionado às águas subterrâneas via antropogênica (fertilizantes, 
pesticida, detergentes, efluentes domésticos, etc) 
 
• Nitrogênio: presente em águas subterrâneas, devido contaminação 
antropogênica (fertilizante, material orgânico). 
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Compostos orgânicos sintéticos 
 
• Hidrocarbonetos (benzeno, tolueno, xileno): contaminantes, com potencial 
carcinogênico; 
• Pesticidas (inseticidas, herbicidas, nematicidas, etc): são sintéticas e 
extremamente tóxicas, persistente e de difícil degradação (recalcitrantes); 
• Fenóis: são tóxicas, porém de fácil degradação no subsolo; os mais 
encontrados no subsolo são os hidróxidos derivados do benzeno. Fenol, além 
de tóxico, pode combinar com o cloro residual do tratamento da água 
causando gosto e odor desagradáveis; 
• Detergentes: causadores de espuma e é de difícil biodegradabilidade. 
Noções de Hidroquímica 
Características Microbiológicas (bactérias, vírus e protozoários) 
 
• Estes organismos não são residentes naturais do meio. Tem origem, 
principalmente, nos dejetos de pessoas doentes ou portadores 
(sobrevivência limitada neste meio). 
 
• Qualidade bacteriológica da água p/ avaliar contaminação por dejetos 
humanos (esgotos sanitários) e de animais de sangue quente é feita pela 
presença de bactéria do grupo coliformes, principalmente coliformes 
totais e Escherichia coli ou coliformes termotolerantes. 
 
• E. coli: de origem exclusivamente fecal. É não patogênica. Sua presença 
não representa riscos à saúde pública, mas indica que outros 
microrganismos patogênicos podem estar presentes (indicador 
microbiológico de contaminação fecal da água). 
Noções de Hidroquímica 
Padrões de Qualidade das Águas 
Noções de Hidroquímica 
Padrões de Qualidade das Águas 
Usos da Água 
 
A água é vital para os seres humanos e demais seres vivos e tem os seguintes 
usos: 
 
• Consumo humano, animal, irrigação e aquicultura; 
• Uso industrial e geração de energia; 
• Lazer e transporte; 
• Preservação da fauna e flora e paisagismo; 
• Diluição de efluentes. 
 
Usos relacionados tanto às necessidades do homem (sobrevivência / 
atividade econômica) quanto p/a preservação da vida. 
Noções de Hidroquímica 
Padrões de Qualidade das Águas 
Noções de Hidroquímica 
Desvantagens da Utilização das Águas Subterrâneas no Brasil: 
 
• A distribuição dos aquíferos em bacias sedimentares é heterogênea; 
• Região nordeste: 55% terrenos são de rochas cristalinas com baixo acúmulo 
de água e com problemas de salinização (clima semiárido); 
• Recarga dos aquíferos pode não ocorrer na mesma velocidade da extração 
(necessidade de monitoramento); 
• Superexplotação pode provocar subsidência no terreno e salinização das 
águas em aquíferos costeiros; 
• Detecção de contaminação não é imediata, podendo acarretar situações 
irrecuperáveis do aquífero; 
• Manutenção preventiva é cara; 
• Descontaminação difícil e cara. 
Padrões de Qualidade das Águas 
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Uso das Águas Subterrâneas no Brasil: 
 
• É modesta (são perfurados cerca de 8.000 poços/ano); 
 
• Nas últimas décadas vem havendo tendências na busca de águas 
subterrâneas para abastecimento público e outros usos; 
 
• Maior usuário é SP: 70% dos núcleos urbanos e 90% das indústrias 
são abastecidos por poços; 
 
• Nordeste: possui cerca de 50.000 poços (cerca de 40% desativados; 
com baixa produção). 
Padrões de Qualidade das Águas 
Noções de Hidroquímica 
 Consumo Humano (padrões de potabilidade p/ consumo humano - 
destinada ao abastecimento doméstico) 
 
Envolvem: 
• Critérios essenciais: principalmente contaminação por micro-organismos 
patogênicos e poluição por substâncias tóxicas; 
 
• Critérios complementares: relacionado ao controle da qualidade sobre os 
aspectos estéticos, organolépticos, econômicos (cor, turbidez, odor, sabor, 
dureza, etc) – desejáveis, mas não essenciais à proteção da saúde pública; 
 
• É o uso + nobre (beber, higiene, alimentação, limpeza doméstica, etc.); 
 
• Fornecimento: por meio de um sistema que engloba captação, tratamento, 
reserva e distribuição. 
Padrões de Qualidade das Águas 
Noções de Hidroquímica 
 Consumo Humano (padrões de potabilidade) 
 
Portaria 518/2004 (Min. Saúde) - Estabelece os procedimentos e 
responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para 
consumo humano. 
 
E estabelece padrões de qualidade da água p/ consumo humano (sendo os 
parâmetros agrupados por tipo de padrão): 
 
• Padrões de aceitação para consumo humano: são parâmetros físicos, 
organolépticos, químicos inorgânicos e orgânicos (geralmente não 
representam por si só riscos à saúde, exceto parâmetros químico-orgânicos 
podem induzir doença a longo prazo, caso haja ingestão continuada de água 
com valoresacima do valor máximo permitido); 
 
 
Padrões de Qualidade das Águas 
Noções de Hidroquímica 
 Consumo Humano (padrões de potabilidade) 
 
Portaria 518/2004 
 
 Padrões de qualidade para substâncias que representam risco à saúde: são 
parâmetros químicos inorgânicos e orgânicos, agrotóxicos, desinfetantes e 
produtos secundários de desinfecção (são tóxicas e podem induzir doenças, caso 
haja consumo continuado de água com estas substâncias); 
 
• Padrões de radioatividade para água potável: são parâmetros radioativos que 
levam riscos à saúde humana (átomos radioativos como Radônio 222, Rádio 226, 
Rádio 228, Chumbo 210 e Urânio 238 ); 
 
• Padrões microbiológico de potabilidade para consumo: são indicadores da 
presença de contaminação microbiológica. A presença destes não representa risco 
à saúde pública, mas é um indicativo que poderá estar presentes microrganismos 
causadores ou transmissores de doenças patogênicas (análise de coliformes). 
Padrões de Qualidade das Águas 
Noções de Hidroquímica 
 Agricultura 
 
• Padrões são mais simples (n° de parâmetros a serem considerados é <; um 
dos + importante é a salinidade e sódio); 
 
• Classificação para essa finalidade: é determinada pela concentração de 
alguns íons (Na, K, Cl, SO4, H2CO3, B), e parâmetros como STD, CE e 
concentração total de cátions (parâmetros que afetam o crescimento da planta 
de forma diferenciada em cada espécie vegetal). 
 
Efeitos dos tipos de água sobre os vegetais levam em consideração além da 
sua composição físico-química, as características da spp vegetal 
(tolerância à salinidade e ciclo de vida) e as características do solo 
(permeabilidade, porosidade, textura, composição mineral). 
Padrões de Qualidade das Águas 
Noções de Hidroquímica 
 Agricultura 
 
• Utilizam grande quantidade de água, tanto p/ irrigação quanto p/ 
dessedentação de animais; 
 
• Irrigação: em torno 70% do consumo de água no mundo (> uso); 
 
• Irrigação: uso consuntivo da água (parte dela não retorna ao corpo d água 
original – Redução da disponibilidade hídrica); 
 
• Irrigação: qualidade da água após irrigação - inferior aquela captada 
(fertilizantes e agrotóxicos). 
Padrões de Qualidade das Águas 
Noções de Hidroquímica 
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Atividade agropastoril 
Consumo de água para irrigação em 2001 
Padrões de Qualidade das Águas 
Noções de Hidroquímica 
 Uso industrial 
 
• Padrões são complexos (devido diversidade de uso da água); 
 
• Dependem do tipo de indústria e dos processos de industrialização 
(necessidades diferentes em termos de qualidade p/ cada uso); 
 
• Dentre os vários parâmetros analisados para fins industriais, o que mais afeta 
a indústria é a capacidade de ataque químico (caráter de agressividade, 
neutralidade ou incrustabilidade); 
 
• Usada em diversas situações: lavagem de matéria prima e equipamentos, 
caldeiras (vapor), refrigeração de equipamentos, lavagem de áreas de produção, 
incorporação a produtos, reações químicas, higiene de funcionários, etc. 
Padrões de Qualidade das Águas 
Noções de Hidroquímica 
Padrões de Qualidade das Águas 
Uso industrial 
Noções de Hidroquímica 
 Recreação 
 
• 2 situações: contato direto com a água e quando não há contato; 
 
• No contato direto: qualidade da água está relacionada a presença de 
microrganismos patogênicos (presença de bactérias do grupo coliforme) e 
metais pesados. 
 
OBS.: O uso da água para fins paisagísticos tb está inserido deste grupo de 
uso. 
Padrões de Qualidade das Águas 
Noções de Hidroquímica 
Padrões de referência de qualidade ambiental 
 
- Visam a proteção da saúde pública e o controle de substâncias 
potencialmente prejudiciais à saúde do homem (microrganismos patogênicos, 
substâncias tóxicas ou venenosas e elementos radioativos). 
 
- Os exames de controle ambiental das águas são físicos, químicos, 
microbiológicos e bacteriológicos. 
 
- A legislação brasileira de controle ambiental da qualidade da água baseia-se 
em usos da água e seus correspondentes limites de aceitação de poluição ou 
contaminação. 
 
 
 
 
 
Noções de Hidroquímica 
Águas subterrâneas 
 
A sua classificação, em função das suas características hidrogeoquímicas 
naturais e de seus níveis de poluição – foi estabelecida pela Resolução 
Conama n° 396/2008. 
 
Esta classificação tem em vista prevenir e controlar a poluição e promover a 
proteção das águas subterrâneas que, uma vez contaminadas, exigem 
processos lentos e caros p/ sua recuperação. 
 
Resolução Conama n° 396/2008 – Classifica águas subterrâneas em 6 classes. 
 
 
Noções de Hidroquímica 
30/10/2012 
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DA CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS (Resolução Conama 396/2008) 
 
I - Classe Especial: águas dos aquíferos, conjunto de aqüíferos ou porção desses destinadas 
à preservação de ecossistemas em unidades de conservação de proteção integral e as que 
contribuam diretamente para os trechos de corpos de água superficial enquadrados como 
classe especial; 
II - Classe 1: águas dos aquíferos, conjunto de aquíferos ou porção desses, sem alteração de 
sua qualidade por atividades antrópicas, e que não exigem tratamento para quaisquer usos 
preponderantes devido às suas características hidrogeoquímicas naturais; 
III - Classe 2: águas dos aquíferos, conjunto de aquíferos ou porção desses, sem alteração 
de sua qualidade por atividades antrópicas, e que podem exigir tratamento adequado, 
dependendo do uso preponderante, devido às suas características hidrogeoquímicas naturais; 
IV - Classe 3: águas dos aquíferos, conjunto de aquíferos ou porção desses, com alteração 
de sua qualidade por atividades antrópicas, para as quais não é necessário o tratamento em 
função dessas alterações, mas que podem exigir tratamento adequado, dependendo do uso 
preponderante, devido às suas características hidrogeoquímicas naturais; 
V - Classe 4: águas dos aquíferos, conjunto de aquíferos ou porção desses, com alteração de 
sua qualidade por atividades antrópicas, e que somente possam ser utilizadas, sem 
tratamento, para o uso preponderante menos restritivo; e 
VI - Classe 5: águas dos aquíferos, conjunto de aquíferos ou porção desses, que possam 
estar com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, destinadas a atividades que 
não têm requisitos de qualidade para uso. 
Próxima Aula 
 
 
QUALIDADE DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS (continuação) 
 
- Contaminação das Águas Subterrâneas (assunto do 
trabalho em grupo) 
- Vulnerabilidade à Contaminação de aquíferos e 
Proteção dos Aquíferos