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10. Rinites

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Rinites
 Inflamação da mucosa de revestimento nasal, caracterizada pela presença de um ou mais dos seguintes sintomas:
	. Congestão nasal			. Prurido			. Espirros
	. Rinorreia 				. Hiposmia 
Classificação 
- As rinites podem ser classificadas com base em critérios clínicos, frequência e intensidade de sintomas, citologia nasal e fatores etiológicos
 Duração: Aguda, Subaguda ou Crônica 
 Etiológica parece ser a mais adequada, pois está diretamente relacionada à terapêutica.
Infecciosa: viral, bacteriana, fúngica
Alérgica 
Não alérgica 
Induzida por drogas
Vasoconstritores tópicos (rinite medicamentosa)
AINEs
Anti-hipertensivos
Psicotrópicos (antipsicóticos)
Cocaína e outros
Rinite Eosinofílica Não-Alérgica (RENA)
Rinite Idiopática
Rinite neurogênica (gustatória, emocional, irritantes – ar frio, senil)
Hormonal
Rinite atrófica
Rinite associada a refluxo gastroesofágico
Outras 
Rinite mista
Rinite ocupacional (alérgica e não alérgica)
Rinite alérgica local
I. RINITE ALÉRGICA
 Inflamação da mucosa de revestimento nasal, mediada por IgE, após exposição a alérgenos (Hipersensibilidade do tipo I)
- Os sintomas são reversíveis espontaneamente ou com tratamento.
- Incidência em torno de 20% da população 
- Caráter hereditário 
- Mais comum na infância, adolescência e adultos jovens.
 Ácaros do pó domiciliar são os principais agentes etiológicos 
da RA no Brasil
Classificação da RA segundo recomendação do ARIA e OMS
Quadro Clínico 
- Espirros em salva				- Obstrução nasal
- Coriza clara abundante 			- Intenso prurido nasal (“saudação do alérgico”)
- Prurido em CAE, palato e faringe		- Roncos
- Voz anasalada				- Alterações no olfato
- Respiração oral (irritação/secura na garganta)
- Epistaxe – crianças (Friabilidade da mucosa, espirros em salva/ assoar o nariz vigorosamente)
- Cefaleia					- Otalgia
- Diminuição da acuidade auditiva 		- Sensação de ouvido tapado
- Estalidos durante a deglutição
- Sintomas oculares 
	. Prurido, hiperemia conjuntival, lacrimejamento, fotofobia e dor local
Fatores Desencadeantes da Rinite Alérgica
- Aeroalérgenos: Ácaros da poeira, fungos, baratas, animais (gato, cão, cavalo, hamister), pólens (gramíneas) e ocupacionais (trigo, poeira de madeira, detergentes, látex)
- Irritantes e poluentes: fumaça do cigarro, poluentes ambientais, ozônio, óxidos de nitrogênio e dióxido de enxofre – agridem diretamente o epitélio nasal e podem desencadear e agravar a RA
- Mudanças bruscas de temperatura
- AINE (AAS) – desencadear ou agravar a RA
Diagnóstico 
 Clínico + Laboratorial
a. Anamnese
- Época de início, duração, intensidade e a frequência dos sintomas, fatores desencadeantes e agravantes
- Medicamentos previamente previstos
- Pesquisar outras doenças alérgicas (asma, conjuntivite alérgica e eczema atópico), traumatismos e cirurgias nasais prévias
- História familiar de alergia
- Tabagismo ativo/passivo, uso de drogas ilícitas, atividade física e hobbies
- Condições ambientais (domicílio/trabalho/creche)
- Medicações em uso (AAS, betabloqueadores)
- Avaliar o quanto a rinite interfere na qualidade de vida (alterações do sono, prejuízo no rendimento escolar ou profissional)
b. Exame Físico 
- Características faciais típicas: olheiras, dupla prega de Dennie-Morgan, prega nasal horizontal (“saudação do alérgico”), alterações musculoesqueléticas da face (respirador bucal) etc.
- Rinoscopia anterior (avaliar coloração, trofismo, vascularização e hidratação da mucosa nasal, rinorreia, forma e tamanho das conchas nasais)
	. Mucosa pálida, edemaciada e com abundante secreção clara, hipertrofia de cornetos
- Uso de vasoconstrictor tópico ou irritantes (cocaína) - mucosa avermelhada
- Rinite atrófica – crostas
c. Exames Complementares 
- Endoscopia nasal (hipertrofia de adenoide) 
- Testes cutâneos de hipersensibilidade imediata (TCHI) por punctura com aeroalérgenos
- Determinação de IgE sérica total e específica
- Teste de provocação nasal (usado somente em pesquisas)
- Citologia nasal (avalia a predominância de eosinófilos na secreção nasal)
- Exames de imagem:
	. Radiografia de cavum
	. Radiografia de seios paranasais
	. Tomografia computadorizada de seios paranasais
 
Diagnóstico Diferencial 
 Anormalidades Anatômicas/Estruturais 			 Rinossinusite
	. Desvio de septo nasal				 Pólipos nasais 
	. Hipertrofia de concha nasal inferior ou média	 Discinesia ciliar
	. Perfuração do septo nasal				 TU nasal/SNC
	. Traumática (fraturas e sinéquias)			 CE
 Hipertrofia de Adenoide 
Tratamento 
- Controle do ambiente por pelo menos 3 a 6 meses
- Anti-histamínicos: controle dos sintomas
- Corticoide tópico nasal
- Montelucaste: para a fase intercrise 
- Corticoide sistêmico
- Imunoterapia específica: melhora qualidade de vida 
- Descongestionantes nasais máx. 5 dias >5 dias; ocorre efeito rebote Rinite Medicamentosa
- Tratamento Cirúrgico correção do desvio de septo (septoplastia)
II. RINITE EOSINOFÍLICA NÃO ALÉRGICA (RENA)
- É uma rinite persistente com eosinofilia nasal sem etiologia alérgica
- Quadro semelhante à rinite alérgica com prick test negativo e níveis séricos de IgE normais. 
	. Quadro clínico: espirros, coriza, rinorreia aquosa, hiposmia, obstrução nasal, intolerância à AAS
	. Rinoscopia anterior: mucosa pálida, úmida, pólipos
- Hemograma e citologia nasal com eosinofilia
III. RINITE IDIOPATICA
- É assim classificada por não conhecer sua etiologia
- Testes alérgicos normais e citologia sem predomínio de células
- Quadro clínico semelhante à RA, prurido e espirros são raros. 
- Historia familiar negativa para alergia
- Há uma hiperreatividade do trato respiratório superior a fatores ambientais inespecíficos, como: mudanças de temperatura e umidade, exposição a odores fortes ou perfumes e a fumaça do cigarro
- Início 40-60 anos
IV. RINITE POR IRRITANTES
- Desencadeada por produtos químicos, gases, exposição excessiva a luz
- Quando relacionada à irritante do trabalho rinite ocupacional 
V. RINITE GUSTATIVA
- Rinorreia aquosa com determinados alimentos (condimentados e quentes).
- Ocorre na terceira idade. 
- Rinoscopia anterior sem alterações

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