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Principios do Direito Ambiental

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Princípios do Direito Ambiental 
 
 
 
 
Resumo: O presente artigo tem por objetivo o estudo referente à 
responsabilidade civil ocorrida dentro do direito ambiental, visto os danos 
ambientais causados pelo ser humano ao meio ambiente, ocorrendo assim 
prejuízos que muitas vezes são irreversíveis e irreparáveis. Será focado o 
estudo da responsabilidade civil e seus elementos, como por exemplo: os 
princípios do direito ambiental, o dano ambiental e a responsabilidade civil em 
matéria de direito ambiental. O ser humano, visando sempre o desenvolvimento 
tecnológico e científico, na maioria das vezes não tem encontrado o ponto de 
equilíbrio que deve existir entre a exploração dos recursos naturais e uma 
sobrevivência digna, de forma que não esgote os recursos naturais. Cabe 
mencionar que embora todas as particularidades contidas em matéria 
ambiental, a responsabilidade civil por dano ambiental, visa alcançar, de certa 
forma, a reparação do dano causado ao meio ambiente, que se mostra, cada 
vez mais, tão difícil de valorar e reparar. 
 
 
Palavras-chave: Reparação. Meio Ambiente. Prevenção. Responsabilidade. 
 
 
Resumen: Este artículo tiene como objetivo estudiar sobre la responsabilidad 
se produjo en el derecho ambiental, ya que el daño ambiental causado por los 
seres humanos con el medio ambiente, el daño que se produce tan a menudo 
es irreversible e irreparable. Se centrará en el estudio de la responsabilidad 
civil y de sus elementos, tales como: los principios del derecho ambiental, daño 
ambiental y responsabilidad en el derecho ambiental. Los seres humanos, 
buscando siempre el desarrollo tecnológico y científico, en la mayoría de los 
casos no se ha encontrado el equilibrio que debe existir entre la explotación de 
los recursos naturales y una supervivencia digna, por lo que no agota los 
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recursos naturales. Cabe señalar que a pesar de todos los datos contenidos en 
la responsabilidad ambiental, civil por daños al medio ambiente, tiene como 
objetivo llegar a una cierta manera, la indemnización por los daños causados 
al medio ambiente, muestra que, cada vez más, tan difícil de evaluar y reparar. 
 
 
Keywords: Reparar. Medio Ambiente. Prevención. Responsabilidad. 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 Tal disciplina pode representar a recente orientação normativa de tutela 
ao meio ambiente do trabalho. No entanto, surge com o "novo direito" algumas 
indagações, conforme ressalta Julio César de Sá Rocha: " Como o direito pode 
influenciar, de alguma forma, a proteção da saúde dos trabalhadores na 
atualidade? O surgimento de legislações que tratem do meio ambiente de 
trabalho indica o aparecimento de um tipo diferenciado de tutela? Qual a 
finalidade e objetivo de uma disciplina jurídica que trate do tema? 
 Com muita propriedade, Hans Kelsen retira, da teoria do Direito, 
elementos de disciplinas não-jurídicas, mas em conexão com o direito, como a 
sociologia, a Psicologia, a Ética e a Ciência Política, abandonando, de uma vez 
por todas a investigação dos conteúdos sociais do fenômeno jurídico. O sentido 
seria estabelecer a independência metódica da ciência do Direito (teoria do 
direito positivo). 
 Segundo Luhmann, o sistema legal é ao mesmo tempo fechado e aberto. 
Fechado porque regula sua própria gênese, reprodução e mutação e faz isso por 
conta própria, portanto, constitui-se em um sistema normativamente fechado, 
vez que só pode ser alterado nas formas legalmente previstas. Por outro lado, o 
direito constitui-se em um sistema aberto cognitivamente, na medida em que se 
pode estabelecer a referência do sistema jurídico com o ambiente e com outros 
sistemas tendo em vista a troca de informações existente entre sistemas. 
 Direito Ambiental é um ramo do direito público que tem como objeto o 
desenvolvimento sustentável, a utilização dos recursos naturais de forma 
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ordenada, satisfazendo as necessidades do presente sem por em risco o futuro 
das próximas gerações, o que deveria ocorrer no presente, sendo que as Leis 
ainda são falhas e a fiscalização não vem sendo suficientemente correspondida 
com os descasos ocorridos na natureza e principalmente nas reservas, onde o 
nome ja explica que reserva e uma seguraça futura. 
 O meio ambiente é amparado por lei específica, Lei nº 6.938/81 (Lei da 
Política do meio ambiente), que o define em seu art. 3º., I, como “o conjunto de 
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que 
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.”. Entretanto, o meio 
ambiente também encontra respaldo na Constituição Federal, que dispõe em 
seu artigo 225 que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações.”. Sendo que o direito ao meio ambiente 
equilibrado constitui um bem de uso comum do povo, pertencente à classe dos 
direitos fundamentais de 3ª geração, não podendo ser personalizado como um 
complemento ao direito individual, uma vez que constitui um bem jurídico 
autônomo. 
 
1.1. DIREITO AMBIENTAL - A Relevância dos Princípios 
A análise dos princípios que serviram de pedra basilar para a criação de 
qualquer “Direito”, é um tema de fundamental importância para compreensão de 
qualquer ramo do jurídico, pois são suas ideias centrais, são as normas 
hierarquicamente superiores que nortearão a criação e aplicação das demais, 
conforme nos é ensinado pelo Doutor Paulo Márcio Cruz, “(...) Os princípios 
assumem um papel cada vez mais importante e vital para os ordenamentos 
jurídicos, segundo a doutrina contemporânea, principalmente se analisados sob 
a égide dos valores neles compreendidos. São eles que devem nortear, com o 
prestígio e destaque que lhes são peculiares, a interpretação, aplicação e 
mutação do Direito pelos Tribunais.” 
A análise dos princípios fundamentais de qualquer sistema jurídico, tem, 
portanto, acima de tudo, uma indiscutível relevância prática, permitir a 
visualização global do Sistema, para uma aplicação concreta e mais correta de 
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suas normas, pois os princípios definem valores sociais, que passam a ser 
vinculantes para toda atividade de interpretação e aplicação do Direito. 
Nos ensina, Paulo Affonso Leme Machado, que “princípio é... alicerce ou 
fundamento do Direito.” Já Edis Milaré, ao conceituar os princípios vai um pouco 
mais além e esclarece “O Direito, como ciência humana e social, pauta-se 
também pelos postulados da Filosofia das Ciências, entre os quais está a 
necessidade de princípios constitutivos para que a ciência possa ser 
considerada autônoma, ou seja, suficientemente desenvolvida e adulta para 
existir por si e situando-se num contexto científico dado. Foi por essas vias que, 
do tronco de velhas e tradicionais ciências, surgiram outras afins, como rebentos 
que enriquecem a família; tais como os filhos, crescem e adquirem autonomia 
sem, contudo, perder os vínculos com a ciência-mãe.” 
Ou seja, os princípios são o alicerce do Direito Ambiental, contribuindo 
para o entendimento da disciplina e, principalmente, orientando a aplicação das 
normas relativas à proteção do meio ambiente. 
Segundo Rocha, "o meio ambiente do trabalho representa todos os 
elementos, inter-relações e condições que influenciam o trabalhador em sua 
saúde física e mental, comportamento e valores reunidos no lócus do trabalho, 
caracterizando-se, pois, como a soma das influências que afetam diretamente o 
ser humano, desempenhando aspecto chave na prestação e performance dotrabalho. 
São o alicerce fundamental dos Estados civilizados e são adotados 
internacionalmente como fruto da necessidade de uma ecologia equilibrada. São 
normas de papel fundamental no ordenamento jurídico e devem servir como 
orientadores preferenciais da interpretação, da aplicação e da integração 
normativa, com o consequente afastamento de uma postura mais legalista. 
 
1.2. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 O critério do desenvolvimento sustentável deve valer tanto para o território 
nacional na sua totalidade, áreas urbanas e rurais, como para a sociedade, 
respeitadas as necessidades culturais e criativas do país. Busca-se, a 
coexistência de ambos sem que a ordem econômica inviabilize um meio 
ambiente ecologicamente equilibrado e sem que este obste o desenvolvimento 
econômico. 
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2. PRECAUÇÃO 
 A omissão dessas medidas preventivas dá à Administração Pública o 
direito de tomar certas atitudes decorrentes do poder de polícia, como a de 
embargar obras ou atividades, por exemplo. 
Em decorrência desse princípio, o empreendedor deve apresentar ao 
poder público estudo prévio de impacto ambiental, referente a qualquer atividade 
que implique a utilização ou transformação de recursos naturais. O cidadão ou 
associação de comprovar o dano real ao meio ambiente, sendo suficiente a 
caracterização do dano potencial. 
 
2.1. PREVENÇÃO 
 O risco ambiental é cientificamente comprovado, ou seja, é conhecido e é 
preciso tomar medidas protetoras para o meio ambiente, para extinguir ou 
diminuir o risco ambiental. Com base na prevenção é que o licenciamento 
ambiental e os estudos de impacto ambiental podem ser realizados e são 
solicitados pelas autoridades públicas competentes. 
 
2.2. POLUIDOR-PAGADOR 
 Aquele que poluir terá que arcar com os custos da reparação do dano 
causado. Este princípio não tem por escopo tolerar a poluição mediante um 
preço. Seu objetivo é evitar danos ao meio ambiente. O custo da poluição está 
incluído no custo de produção. O valor a ser pago vai para um fundo de proteção 
ao meio ambiente. 
 
2.3. DA PARTICIPAÇÃO 
 A resolução dos problemas ambientais deve ser buscada através da 
participação dos diferentes grupos sociais na formulação e execução da política 
do meio ambiente. Além do direito à informação, o princípio da participação 
pressupõe o direito/dever à educação ambiental, que pode ser manifesto através 
de informação ambiental, sendo com este, interdependente. 
 
2.4. FUNÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL DA PROPRIEDADE 
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 A função sócio-ambiental da propriedade define que o direito de 
propriedade deve ser exercido levando-se em conta a noção de sustentabilidade 
ambiental. 
 
2.5. LIMITE 
 O Limite expõe que a Administração Pública tem o dever de estabelecer 
os padrões de emissão de partículas, ruídos e a presença de corpos estranhos 
no ambiente, tendo em vista a necessidade de proteção da vida e do próprio 
ambiente. 
 
2.6. USUÁRIO-PAGADOR 
 Diferentemente do princípio do poluidor-pagador, que possui uma 
natureza reparatória e punitiva, o princípio do usuário-pagador tem uma natureza 
meramente remuneratória pela outorga do direito de uso de um recurso natural, 
não ocorrendo qualquer ilicitude, infração. 
 
2.7. DIREITO FUNDAMENTAL DO SER HUMANO 
Como Direito Fundamental do Ser Humano diz que o direito ao ambiente 
há de ser compreendido como um direito fundamental para assegurar a sadia 
qualidade de vida. 
 
3.0. PLANEJAMENTO 
Considerando-se que os recursos naturais são escassos, deve-se 
assegurar que as melhores decisões sejam tomadas com intuito do interesse da 
coletividade e do meio ambiente para alcançar a sustentabilidade. 
O equilíbrio ambiental está diretamente relacionado à qualidade de vida, 
e, buscando tal equilíbrio, o planejamento urbano é necessário, com revisão de 
seus conceitos, com inclusão real da questão ambiental, por meio do um 
planejamento considerado ambiental (Canepa, 2007). Para Almeida et al. (1999), 
o planejamento ambiental deve ser visto de forma ampla, como processos de 
definições e decisões, aplicável a vários tipos e níveis de atividade humana, por 
meio de ações contínuas voltadas a auxiliar a tomada de decisões para a 
resolução de objetivos específicos, ou seja, “é a aplicação racional do 
conhecimento do homem ao processo e tomada de decisões para conseguir uma 
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ótima utilização dos recursos, a fim de obter o máximo de benefícios para a 
coletividade” (Almeida et al., 1999, p. 12). 
Albano (2013) informa que o planejamento ambiental é o elemento básico 
para o desenvolvimento econômico e social voltado à melhor utilização e gestão 
de uma unidade territorial, cujas fases de inventário e de diagnóstico tornam-se 
caminho para a compreensão das potencialidades e das fragilidades da área. 
Assim, o planejamento ambiental é a base para o desenvolvimento sustentável, 
compreendido como a maneira possível para a qualidade de vida da população, 
principalmente para os países periféricos e subdesenvolvidos, ou a única 
possibilidade de sobrevivência para a humanidade (Assis, 2000 apud Moreno, 
2002). 
Acselrad et al. (2001 apud Moreno, 2002, p. 86) afirmam que “a aplicação 
da noção de sustentabilidade ao debate sobre o desenvolvimento das cidades 
exprime um duplo movimento de ‘ambientalização’ das políticas urbanas e de 
introdução das questões urbanas no debate ambiental”. Para Canepa (2007), o 
conceito de desenvolvimento sustentável envolve várias dimensões, incluindo a 
ambiental, a social, a econômica e a temporal dos processos urbanos, podendo 
aparecer isoladamente ou de forma dinâmica. 
 
3.1. UBIQÜIDADE 
 O que se pretende fazer, criar ou desenvolver deve antes passar por uma 
consulta ambiental, para saber se há ou não a possibilidade de que o meio 
ambiente seja degradado. A Ubiqüidade visa demonstrar qual é o objeto de 
proteção do meio ambiente, quando tratamos dos direitos humanos. 
 
3.2. INFORMAÇÃO 
 Dispõe que é dever do Poder Público promover a educação ambiental em 
todos os níveis de ensino e a conscientização para a preservação do meio 
ambiente, direito conferido à coletividade para obter informações sobre o meio 
ambiente. 
 
4.0. RESPONSABILIDADE AMBIENTAL 
 O art. 225 § 3º, CF previu a tríplice responsabilidade, tanto para a pessoa 
física, quanto para a jurídica, do meio ambiente: a sanção penal; a sanção 
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administrativa e a civil, vinculada à obrigação de reparar danos causados ao 
meio ambiente: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio 
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais 
e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados.” 
 A Lei nº 9.605/98 dispõe sobre as sanções penais e administrativas 
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, podendo o Poder 
Público ser responsabilizado pela omissão de fiscalização. 
Tal legislação estabelece: 
 Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela 
legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das 
medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes 
e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará 
os transgressores: (...) § 1º Sem obstar a aplicação das penalidades 
previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente de 
existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao 
meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério 
Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação 
de responsabilidade civil e criminal por danos causados ao meio 
ambiente."4.1. RESPONSABILIDADE CIVIL 
 No direito ambiental, a responsabilidade civil é do tipo objetiva, não se 
exigindo nenhum elemento subjetivo, como culpa ou dolo. Vale ressaltar que o 
artigo 14, § 1º, da Lei nº 6.938/81 foi recepcionado pela CF/88 e prevê a 
responsabilidade objetiva pelos danos causados ao meio ambiente e também a 
terceiros. 
 A responsabilidade objetiva ambiental está fundada na TEORIA DO 
RISCO INTEGRAL, devido à natureza de sua atividade que pode implicar em 
risco aos direitos de outrem e caso haja violação desses direitos, serão eles 
responsabilizados com base na Teoria da Responsabilidade Objetiva, 
independentemente de culpa, além do desenvolvimento da atividade de natureza 
de risco. 
 
4.2. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA 
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 Estão ligadas ao “poder de polícia” dos órgãos vinculados de forma direta 
ou indireta à União, Estados, DF e Municípios. A Administração pública disciplina 
e regula a prática ou abstenção de fato em razão de interesse público vinculado 
à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do 
mercado, ao exercício de atividades econômicas. 
 As penalidades administrativas podem ser: Advertência, multa, apreensão 
de bens, destruição ou inutilização de produtos, suspensão de venda e 
fabricação de produtos, embargo ou demolição de obras, suspensão de 
atividades, e ainda, alguma relativa a restrição de direitos. 
 
4.3. RESPONSABILIDADE PENAL 
 A responsabilidade penal não é objetiva, pois no Brasil a teoria adotada 
foi a Finalista da Ação, que não admite a responsabilidade objetiva em aspectos 
penais, (art. 76, Lei nº 9.099/95), é preciso que tenha havido a prévia composição 
do dano ambiental, ou seja, tem que ter tido PREVIAMENTE, o ressarcimento 
material do dano(pagamento em dinheiro). 
 
4.4. EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL 
 Os únicos casos em que se pode validamente afastar ou excluir a 
responsabilidade pelo dano ambiental são o caso fortuito e a força maior, apos 
os casos concretos é que se analisará tal possibilidade. 
 
4.5. A RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL DO DANO AO MEIO AMBIENTE 
Das teorias da responsabilidade civil Primeiramente deve fazer-se uma 
pequena distinção entre as espécies de responsabilidades civis existentes no 
direito brasileiro: a subjetiva e a objetiva. A primeira se consubstancia na 
necessidade de comprovar a culpa do agente causador do dano, sendo 
fundamentada no código civil brasileiro de 1916, o qual falava de reparação ao 
dano causado por alguém a outrem. Dessa forma havia a necessidade de 
demonstrar culpa do agente, ou seja, a imprudência, negligência ou imperícia e 
o nexo causal. Portanto, esta espécie de responsabilidade tem por base a culpa 
do agente, a qual deve ser comprovada pela vítima para que surja o dever de 
indenizar. Segundo esta teoria não há como responsabilizar alguém se não 
houver culpa do mesmo. Neste sentido: 
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“...se diz ser subjetiva a responsabilidade quando se inspira na idéia 
de culpa e que de acordo com o entendimento clássico a concepção 
tradicional a responsabilidade do agente causador do dano só se 
configura se agiu culposa ou dolosamente. De modo que a prova da 
culpa do agente causador do dano é indispensável para que surja o 
dever de indenizar. A responsabilidade, no caso, é subjetiva, pois 
depende do comportamento dos sujeito”. (RODRIGUES, 2002, pg. 
11) 
 
5.0 EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 Tutelar a saúde do trabalhador garantindo um meio ambiente que 
proporciona bem- estar ao trabalhador ao invés de riscos a sua saúde é uma 
tarefa difícil face as constantes mudanças das atividades produtivas, bem como 
ao avanço tecnológico que insiste em expor o trabalhador a imprevistos riscos. 
 Historicamente, observa-se que a industrialização, surgida inicialmente na 
Inglaterra no Século XVIII, alterou significativamente os ambientes de trabalho, 
principalmente com a utilização das máquinas e a intensificação do ritmo de 
trabalho. 
 A partir de então houve a nítida separação entre local de trabalho e de 
moradia, tratando-se, portanto, de dois ambientes diferentes. 
 Quanto a qualidade de vida e bem estar, há quem sustente que a 
Revolução Industrial não significou melhoria imediata e substancial no nível de 
vida da classe trabalhadora britânica, principalmente durante seus primeiros 
passos. 
 Decorre na tutela do meio ambiente e está prevista no art. 225, I, VI, CF. 
Buscou-se trazer consciência ecológica ao povo, titular do direito ao meio 
ambiente, permitindo a efetivação do princípio da participação na salvaguarda 
desse direito. Reduzir os custos ambientais; efetivar o princípio da prevenção; 
fixar a idéia de consciência ecológica, que buscará sempre a utilização de 
tecnologias limpas; incentivar a realização do princípio da solidariedade, no 
exato sentido que perceberá que o meio ambiente é único, indivisível e de 
titularidades indetermináveis; eefetivar o princípio da participação, entre outras 
finalidades. 
 
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5.1. POLÍTICA NACIONAL 
 A Lei nº 9.795/99 estabeleceu a Política Nacional de Educação Ambiental 
(art. 6º) e definiu educação ambiental como os processos pelos quais o indivíduo 
e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes 
e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso 
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade, 
sendo um componente essencial e permanente da educação nacional que deve 
estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades de 
processo educativo, em caráter formal e não formal (informal), conforme art. 1º 
e 2º da referida Lei. 
 
6.0. POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
A Lei nº 6.938/81 foi o primeiro diploma legal que disciplinou de forma 
sistematizada o meio ambiente, instituindo a Política Nacional do Meio Ambiente 
- PNMA, definindo meio ambiente, degradação da qualidade ambiental, poluição, 
poluidor e recursos ambientais. Também criou o Sistema Nacional de Meio 
Ambiente – SISNAMA, o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA e 
indicou os seus instrumentos legais, entre outras disposições. 
 
6.1. OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL 
Segundo o art. 4º, Lei nº 6.938/81, são objetivos da Política Nacional do 
Meio Ambiente: 
a) A compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação 
da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; → A Política Nacional 
do Meio Ambiente não pretende sacrificar o desenvolvimento econômico do país 
em benefício do meio ambiente→ pretende o desenvolvimento sustentável. 
b) A definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade 
e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do 
DF, dos Territórios e dos Municípios; o estabelecimento de critérios e padrões 
de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos 
ambientais; 
c) O desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para 
o uso racional de recursos ambientais; → O uso da tecnologia é absolutamente 
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fundamental para alcançar o desenvolvimento sustentável e portanto, o Poder 
Público deve fomentar pesquisas de novas tecnologias. 
d) A difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, a divulgação de dados 
e informações ambientais e a formação de uma consciência pública sobre a 
necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 
e) A preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua 
utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para manutenção 
do equilíbrio ecológico propício à vida; 
f)A imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou 
indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de 
recursos ambientais com fins econômicos. 
 
6.2. PROGRAMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
O Programa Nacional do Meio Ambiente, segundo o art. 2º, Lei nº 6.938/81: 
I – ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o 
meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado 
e protegido, tendo em vista o uso coletivo; 
II – racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
Ill – planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
IV – proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; 
V – controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; 
VI – incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso 
racional e a proteção dos recursos ambientais; 
VII – acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
VIII – recuperação de áreas degradadas; 
IX – proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X – educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da 
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio 
ambiente. 
 O meio ambiente do trabalho seguro e adequado é um direito fundamental 
do trabalhador (CF, arts. 1º , 7º – XXII, 196, 200 – II e VIII e 225). Portanto, o 
Direito Ambiental do Trabalho não pretende tutelar um bem jurídico ainda não 
tutelado, vez que em tratando-se de direito fundamental constitucionalmente 
garantido o meio ambiente do trabalho obrigatoriamente deve ser seguro. 
 13 
 
 No entanto, a Carta Magna não conceitua o então chamado "meio 
ambiente de trabalho seguro". Certamente, tal função, restou ao legislador 
infraconstitucional e atualmente ao Direito Ambiental do Trabalho. 
 
7.0. DANO MORAL 
O dano moral é aquele que lesiona a esfera personalíssima da pessoa, 
como, por exemplo, sua intimidade, sua privacidade, sua honra e imagem, bens 
jurídicos tutelados constitucionalmente conforme artigo 5º, inciso X, da CF/88. 
Como nos ensina a Professora Maria Helena Diniz (2008, p. 88), “O dano 
moral vem a ser a lesão de interesses não patrimoniais de pessoa física ou 
jurídica (CC, art. 52; Súmula 227 do STJ), provocada pelo fato lesivo”. 
 
7.1. NEXO CAUSAL 
O nexo causal é terceiro elemento da responsabilidade civil, pois para que esta 
se caracterize, é necessário que haja um nexo de causalidade, ou seja, uma 
ligação entre a conduta praticada pelo agente e o dano sofrido pela vítima. 
Para Maria Helena Diniz (2008, p.108): 
“O vínculo entre o prejuízo e a ação designa-se “nexo causal”, de modo 
que o fato lesivo deverá ser oriundo da ação, diretamente ou como sua 
conseqüência previsível. Tal nexo representa, portanto, uma relação 
necessária entre o evento danoso e a ação que o produziu, de tal sorte que 
esta é considerada como sua causa. Todavia, não será necessário que o dano 
resulte apenas imediatamente do fato que o produziu. Bastará que se verifique 
eu o dano não ocorreria se o fato não tivesse acontecido. Este poderá não ser 
a causa imediata, mas, se for condição para a produção do dano, o agente 
responderá pela consequência”. 
Como vemos, entre a conduta praticada pelo agente e o dano sofrido 
pela vítima, deve estar presente o nexo de causalidade, configurando dessa 
forma, a responsabilidade civil. 
 
8.0. RASTREABILIDADE DE DADOS AMBIENTAIS: FISCALIZAÇÃO 
AMBIENTAL ATRAVÉS DA TECNOLOGIA! 
A tendência atual é que a coleta de informações de interesse ambiental 
nos bancos de dados eletrônicos tenha um papel importante na comprovação do 
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atendimento ou não às exigências legais pelos agentes econômicos que se 
utilizam de recursos naturais ou gerem poluição ambiental. 
Com a consolidação da prática de fiscalização por meio de instrumentos 
tecnológicos (foto de satélite, cruzamento de informações declaradas em 
diversos órgãos públicos, etc.) aumentará consideravelmente o índice de 
aplicação de penalidades administrativas, civis e criminais por violação as 
normas protetivas ao meio ambiente. Antes a possibilidade de ocorrer uma 
fiscalização efetiva pelo Poder Público em certas atividades era considerada um 
risco remoto, principalmente se desenvolvidas em locais de difícil acesso, 
entretanto, hoje essa afirmação não pode ser feita. 
A rastreabilidade de informações produzidas pelos diversos atores 
ambientais, dentre eles: empresas, proprietários rurais, agências reguladoras, 
juntas comerciais e agências ambientais impactam diretamente na produção de 
provas em processos administrativos ou judicias no momento da apuração da 
existência ou não de danos ambientais, como por exemplo, desmatamento e 
poluição ambiental. No momento que as informações estão na rede é fácil cruzá-
las, identificar inconsistências e punir os infratores. 
Como impugnar uma foto coletada através do GoogleEarth que 
demonstra uma faixa de desmatamento para abertura de loteamento no coração 
da Mata Atlântica ou ainda o desmatamento na Floresta Amazônica. O poder da 
imagem na comprovação de algumas formas de danos ambientais é algo de 
difícil refutação. A existência do dano em si é facilmente demonstrada, restando 
apenas a prova da autoria, relação de causalidade, gravidade do dano ambiental, 
etc. 
Há diversas legislações que impõe obrigações assessórias de prestar 
informações auto declaratórias referentes a atividade econômica que se utilizam 
de recursos naturais ou enquadram-se como atividade potencialmente poluidora. 
Citemos como exemplo o Cadastro Ambiental Rural- CAR que é um registro 
público eletrônico que tem como escopo mapear as áreas rurais, compondo base 
de dados para controle, monitoramento, planejamento econômico e combate ao 
desmatamento, ou ainda, o Cadastro Técnico Federal do IBAMA. 
Verifica-se um movimento em que a fiscalização ambiental cruza os dados 
existente em bancos públicos, prescindindo de vistoria “in loco”, o que facilita 
para Poder Público a imputação de infrações, reduzindo custos de diligência e 
 15 
 
deslocamento. O lado negativo deste tipo de fiscalização “on line” é que um erro 
no preenchimento de informações, sem que de fato haja inflação, pode gerar 
injustas punições, custos financeiros para se defender, manchas na imagem 
para o suposto infrator, inclusive dificuldades para financiamentos bancários. 
Prestar informações auto declaratórias é percebido como algo sem 
grande importância dentro das empresas, entretanto representa atualmente um 
alto risco de imputação de inflações administrativas. Informações incorretas, 
omissões ou mesmo parâmetros de dados contraditórios com outros cadastros 
ambientais eletrônicos, ou de agências reguladoras podem gerar violação a 
obrigações principais e acessórias e imputação de responsabilidade ambiental. 
Nos contratos empresariais em que há a necessidade de indicação de 
informações ambientais da cadeia de fornecimento, já se tornou indispensável a 
inserção de cláusulas impondo obrigação de preenchimento correto de 
informações, sob pena de infração contratual. 
A tecnologia tem impactado diretamente e profundamente a forma de 
trabalho, de fiscalização e produção de provas do Poder Público no exercício do 
poder de polícia ambiental. Conduzindo os agentes econômicos que se utilizam 
de recursos naturais ou geram poluição ambiental a uma nova forma de gestão 
ambiental em que a transparência, publicidade e a coerência de dados é ponto 
importante na sua efetividade. O lado positivo da simplificação da rastreabilidade 
de informações ambientais através da tecnologia é que aquelesque estiverem 
com a questão ambiental regular, com suas informações consistentes ao seu 
processo produtivo, estarão menos expostos a imposição de penalidades, bem 
como haverá atenuação dos custos e maior segurança na gestão de dados, de 
conformidade legal e riscos na cadeia de fornecimento. Luciana Camponez Pereira 
Moralles. 
 
CONCLUSÃO 
 A Legislação existe, mesmo que um pouco complexa para pessoas leigas, 
porem se trata de uma das legislações mais abrangentes no âmbito do Meio 
Ambiente, visto que outros paises não tem tomado muito respeito pelos tratados 
internacionais de cooperação ambiental, e até então a aplicação desta se 
mostrou um tanto a quanto dificultosa mesmo com todas as exigências 
governamentais. 
 16 
 
 Em qualquer organização pública ou privada, o Direito Ambiental 
exprime a busca permanente pela melhoria da qualidade ambiental de serviços, 
produtos e ambientes de trabalho, num processo de aprimoramento 
que propicia o desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental globalizados e 
abrangente. 
Em se tratando de dano ambiental, vimos que há grande dificuldade e, 
em certos casos, impossibilidade de se valorar e reparar. Havendo um dano 
ambiental, a imposição de valores ou a utilização de métodos que visam à 
reparação não são suficientes para dirimir conflitos que envolvem a 
responsabilidade civil por danos ambientais. 
Baseada na teoria do risco integral, a responsabilidade civil por dano 
ambiental será sempre objetiva, ou seja, aquele que cria um risco de dano fica 
obrigado a repará-lo, ainda que sua atividade e seu comportamento sejam 
isentos de culpa. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
https://jus.com.br 
http://direitoambiental.com 
https://carollinasalle.jusbrasil.com.br 
http://www.planalto.gov.br 
http://pratiquecologia.org 
https://www.tudosobremeioambiente.com.br 
http://www.conteudojuridico.com.br 
http://www.ambito-juridico.com.br 
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 7. Ed. Rio de Janeiro: Lúmen 
Júris, 2004. 
Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil. 
Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, novo Código Florestal. 
Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, Código Civil. 
Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 – Política nacional de educação 
ambiental. 
 
Trabalho Direito Ambiental 
Professor Dr. Eduardo Munhoz. 
 17 
 
 
Alunos Direito Turma B 9º semestre. 
Marcos Marrocco ---------- RGM 0974010 
Adilson Horta de Freitas –RGM 0098482 
Agnaldo Ap. Tempesta ---RGM 0098483

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