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Cópia de Coletânea de Atividade 4ª série

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Coletânea de Atividades
4a série
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capa coletânea de atividades 4a serie.indd 1capa coletânea de atividades 4a serie.indd 1 12/28/09 9:34 AM12/28/09 9:34 AM
ALUNO(A): _________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
TURMA: ___________________________NÚMERO DA CHAMADA: ___________________
PROFESSOR(A): ____________________________________________________________
___________________________________________________________________________
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
São Paulo, 2010
Coletânea de Atividades
 4a série
4a serie-coletânea de atividades.indd 14a serie-coletânea de atividades.indd 1 12/29/09 9:05 AM12/29/09 9:05 AM
Agradecemos à Prefeitura da Cidade de São Paulo por ter cedido esta obra à
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo para atender aos objetivos do Programa Ler e Escrever.
Governo do Estado de São Paulo
Governador
José Serra
Vice-Governador
Alberto Goldman
Secretário da Educação
Paulo Renato Souza
Secretário-Adjunto
Guilherme Bueno de Camargo
Chefe de Gabinete
Fernando Padula
Coordenadora de Estudos e Normas Pedagógicas
Valéria de Souza
Coordenador de Ensino da Região Metropolitana 
da Grande São Paulo
José Benedito de Oliveira
Coordenador de Ensino do Interior
Rubens Antônio Mandetta de Souza
Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação
Fábio Bonini Simões de Lima
Diretora de Projetos Especiais da FDE
 Claudia Rosenberg Aratangy
Coordenadora do Programa Ler e Escrever
Iara Gloria Areias Prado
Prefeitura da Cidade de São Paulo
Prefeito
Gilberto Kassab
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Alexandre Alves Schneider
Secretário
Célia Regina Guidon Falótico
Secretária-Adjunta
DIRETORIA DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA
Regina Célia Lico Suzuki
Elaboração e Implantação do
Programa Ler e Escrever – Prioridade na Escola Municipal
Iara Gloria Areias Prado
Concepção e Elaboração deste Volume
Angela Maria da Silva Figueredo
Armando Traldi Júnior
Aparecida Eliane de Moraes
Carlos Ricardo Bifi 
Dermeval Santos Cerqueira
Ivani da Cunha Borges Berton
Jayme do Carmo Macedo Leme
Leika Watabe
Márcia Maioli
Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro
Marly Barbosa
Sílvia Moretti Rosa Ferrari
Regina Célia dos Santos Câmara
Rogério Ferreira da Fonseca
Rogério Marques Ribeiro
Rosanea Maria Mazzini Correa
Suzete de Souza Borelli
Tânia Nardi de Pádua
Consultoria Pedagógica
Shirlei de Oliveira Garcia Jurado
Célia Maria Carolino Pires
Editoração
Fatima Consales
Ilustração
Didiu Rio Branco / Robson Minghini / André Moreira
Os créditos acima são da 
publicação original de fevereiro de 2008.
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
S239L
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
Ler e escrever: coletânea de atividades – 4ª série / Secretaria 
da Educação, Fundação para o Desenvolvimento da Educação; adaptação do 
material original, Marisa Garcia, Andréa Beatriz Frigo. - São Paulo : FDE, 2010.
244 p. : il.
Obra cedida pela Prefeitura da Cidade de São Paulo à Secretaria da 
Educação do Estado de São Paulo para o Programa Ler e Escrever.
Publicação complementar ao “Guia de Planejamento e Orientações 
Didáticas – 4ª série”.
Documento em conformidade com o Acordo Ortográfi co da Língua 
Portuguesa.
1. Ensino Fundamental 2. Ciclo I 3. Alfabetização 4. Atividade Pedagógica 
5. Programa Ler e Escrever 6. São Paulo I. Fundação para o Desenvolvimento 
da Educação. II. Garcia, Marisa III. Frigo, Andréa Beatriz. IV. Título. 
 CDU: 372.4(815.6)
4a serie-coletânea de atividades.indd 24a serie-coletânea de atividades.indd 2 12/29/09 9:05 AM12/29/09 9:05 AM
Prezada professora, prezado professor
Esta coletânea integra o Programa Ler e Escrever, sendo complemen-
tar ao Guia de Planejamento e Orientações Didáticas – 4ª série. As ativi-
dades estão organizadas na sequência em que aparecem no Guia, o que 
não quer dizer que obedecem a uma ordem ou hierarquia prévia, mas que 
deverão ser utilizadas de acordo com o seu planejamento. Note que as 
páginas são destacáveis, pois este material não é e nem deve ser tratado 
como um livro didático.
Na abertura de cada bloco há indicações das páginas onde podem 
ser encontradas no Guia as orientações didáticas específi cas e os objeti-
vos de aprendizagem.
Para um melhor aproveitamento desta publicação, sugerimos:
j Acompanhar os avanços de seus alunos em relação às hipóteses 
de escrita para escolher as atividades com mais critério.
j Como muitas atividades requerem a organização dos alunos em 
duplas, estas devem ser formadas de modo a proporcionar boas 
interações, isto é, de maneira que haja troca de saberes entre os 
alunos e ambos aprendam.
j Ler as orientações do Guia antes de utilizar qualquer uma das pro-
postas.
j Checar se os objetivos das atividades estão afi nados com os de 
seu planejamento.
j Quando tiver dúvidas, discuti-las com seu professor coordenador e 
com seus colegas de 2a série.
j Lembrar-se que algumas atividades são para alunos que ainda 
não leem. Ou seja, é preciso, sempre, explicar para eles do que se 
trata. Isso não quer dizer que aqueles que já sabem ler consigam 
compreender, sozinhos, a comanda das atividades. Auxilie-os tam-
bém quando for preciso.
j Não é necessário que a classe toda faça sempre a mesma ativida-
de. Você pode propor atividades variadas para grupos diferentes, 
simultaneamente.
4a serie-coletânea de atividades.indd 34a serie-coletânea de atividades.indd 3 12/29/09 9:05 AM12/29/09 9:05 AM
Esperamos que este material seja útil, mas não único. Aqui está 
contemplada apenas uma parte das atividades que devem compor a roti-
na de sala de aula: análise e refl exão sobre o sistema de escrita, análise 
e refl exão sobre questões ortográfi cas, matemática. As demais propos-
tas, relacionadas à produção de texto, comunicação oral e outras, não 
foram incluídas aqui, pois não comportam uma formatação como essa. É 
fundamental, entretanto, que aconteçam na sua rotina. Para tanto, há no 
Guia muitas propostas que fornecem orientação nesse sentido.
Bom trabalho!
Equipe do Programa Ler e Escrever
4a serie-coletânea de atividades.indd 44a serie-coletânea de atividades.indd 4 12/29/09 9:05 AM12/29/09 9:05 AM
Sumário
Atividades do projeto didático “Uma lenda, duas lendas, tantas lendas” . . . . 9
Atividades do projeto didático “Universo ao meu redor” . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Coletânea de textos da sequência didática “Caminhos do verde” . . . . . . . 73
Coletânea de textos da sequência didática
“Lendo notícias para ler o mundo” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Atividades da sequência didática “Estudo de pontuação” . . . . . . . . . . . . . . . . 111
Atividades da sequência didática “Estudo da ortografi a” . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
Atividades de Matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
4a serie-coletânea de atividades.indd 54a serie-coletânea de atividades.indd 5 12/29/09 9:05 AM12/29/09 9:05 AM
4a serie-coletânea de atividades.indd 64a serie-coletânea de atividades.indd 6 12/29/09 9:05 AM12/29/09 9:05 AM
Projeto didático
“Uma lenda, duas lendas, 
tantas lendas”
As orientações didáticas das atividades constam no 
Guia de Planejamento e Orientações Didáticas – 4a série. 
Estão divididas da seguinte forma:
 Páginas do Guia 
Orientações gerais para o projeto didático“Uma lenda, duas lendas, tantas lendas” _____________________________ 38
Etapa 1 – Levantando conhecimentos prévios sobre o gênero ____________ 42
Etapa 2 – Compartilhando o projeto __________________________________ 45
Etapa 3 – Ampliando os saberes sobre lendas _________________________ 47
Etapa 4 – Selecionando as lendas, reescrevendo-as e revisando os textos __ 82 
Etapa 5 – Edição e preparação fi nal da coletânea ______________________ 90
Etapa 6 – Avaliação fi nal do trabalho desenvolvido ______________________ 94
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4a serie-coletânea de atividades.indd 84a serie-coletânea de atividades.indd 8 12/29/09 9:05 AM12/29/09 9:05 AM
9COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ATIVIDADE 1: PARA INÍCIO DE CONVERSA
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
Acompanhe com atenção a leitura do texto que seu professor fará.
O DONO DA LUZ
No princípio, todo mundo vivia nas trevas. Os waraos procuravam o que comer 
na escuridão, e a única luz que conheciam provinha do fogo que obtinham da 
madeira. Não existiam então nem o dia nem a noite.
Um dia, um homem que possuía duas fi lhas fi cou sabendo que existia um jo-
vem que era dono da luz. Então, chamou a fi lha mais velha e disse-lhe:
– Vá até onde se encontra o jovem dono da luz e traga-o para mim.
Ela fez sua trouxa e partiu. Mas encontrou pela frente muitos caminhos e aca-
bou tomando um que a levou até a casa do veado. Ali conheceu o animal e 
acabou se distraindo a brincar com ele.
Em seguida, voltou à casa do pai, porém sem trazer a luz.
Então o pai decidiu enviar a fi lha mais nova.
– Vá até onde se encontra o jovem dono da luz e traga-o para mim.
A jovem tomou o caminho certo e, depois de muito andar, chegou à casa do 
dono da luz e disse-lhe:
– Vim para conhecê-lo, fi car um pouco com você e obter a luz para meu pai.
O dono da luz lhe respondeu:
– Eu já esperava por você. Agora que chegou, viverá comigo.
Então o jovem pegou um baú de junco que tinha a seu lado e, com muito cui-
dado, abriu-o. A luz iluminou imediatamente seus braços e seus dentes bran-
cos. Iluminou também os cabelos e os olhos negros da jovem.
Foi assim que ela descobriu a luz. O jovem, depois de mostrar a luz à moça, 
voltou a guardá-la.
Todos os dias, o dono da luz a tirava do baú para que se fi zesse a claridade e ele 
pudesse se distrair com a jovem. E assim foi passando o tempo. Até que a moça 
se lembrou de que tinha de voltar para casa e levar ao pai a luz que viera buscar.
O dono da luz, que já tinha fi cado amigo da moça, deu a ela, de presente, a luz.
– Tome a luz, leve-a para você. Assim poderá ver tudo.
A jovem regressou à casa do pai e entregou-lhe a luz fechada no baú de jun-
co. O pai pegou o baú, abriu-o e pendurou-o num dos paus que sustentavam 
a palafi ta em que moravam. De imediato, os raios de luz iluminaram a água 
do rio, as folhas dos mangues e os frutos do cajueiro.
4a serie-coletânea de atividades.indd 94a serie-coletânea de atividades.indd 9 12/29/09 9:05 AM12/29/09 9:05 AM
10 COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
Quando, nos vários povoados do delta do rio Orinoco, espalhou-se a notícia 
de que existia uma família que possuía a luz, os waraos começaram a vir 
conhecê-la. Chegaram em suas ubás do rio Araguabisi, do rio Mánamo e do 
rio Amacuro. Eram ubás e mais ubás, cheias de gente e mais gente.
Até que chegou um momento em que a palafi ta já não podia aguentar o peso 
de tanta gente maravilhada com a luz. E ninguém ia embora, pois ninguém 
queria continuar vivendo na escuridão, já que com a claridade a vida era mui-
to mais agradável.
Por fi m, o pai das moças não pôde mais suportar tanta gente dentro e fora de 
sua casa.
– Vou pôr um fi m nisto – disse. – Todos querem a luz? Pois lá vai ela!
E com um soco quebrou o baú e atirou a luz ao céu. O corpo da luz voou para 
o leste, e o baú, para o oeste. Do corpo da luz fez-se o sol, e do baú em que 
ela estava guardada surgiu a lua, cada um de um lado.
Mas, como eles ainda estavam sob o impulso da força do braço que as lança-
ra longe, sol e lua andavam muito rápido. O dia e a noite eram, assim, muito 
curtos, e a cada instante amanhecia e anoitecia.
Então o pai disse à fi lha mais nova:
– Traga-me uma tartaruga.
Quando a tartaruga chegou às suas mãos, esperou que o sol estivesse sobre 
sua cabeça e lançou-a a ele, dizendo-lhe:
– Tome esta tartaruga. É sua, é um presente que lhe dou. Espere por ela.
A partir desse momento, o sol fi cou esperando a tartaruguinha. E, no dia se-
guinte, ao amanhecer, viu-se que o sol caminhava lentamente, como a tarta-
ruga, exatamente como anda hoje em dia, iluminando até que a noite chegue.
(Fonte: Como surgiram os seres e as coisas, Coedição latino-americana, 1987.)
Agora, converse com seus colegas:
  Vocês já conheciam essa história ou outra parecida com essa?
  Qual é o tema dessa história?
  Como ela explica o surgimento do dia e da noite?
  Essa é uma explicação científi ca ou fantástica?
  Quem são os personagens que a compõem?
  Onde se passa toda a trama?
  Por que você acha que os venzuelanos contavam essa história uns aos outros?
  Você já ouviu falar na palavra LENDA? Sabe o que signifi ca?
4a serie-coletânea de atividades.indd 104a serie-coletânea de atividades.indd 10 12/29/09 9:05 AM12/29/09 9:05 AM
11COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ATIVIDADE 3A: CONHECENDO UM POUCO MAIS AS 
LENDAS (1)
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
1. Acompanhe a leitura que seu professor fará da lenda intitulada “Santo Tomás 
e o boi que voava”.
 Sabendo que é uma lenda e conhecendo o seu título, de que você acha que 
esse texto tratará? Converse com seu professor e demais colegas a esse 
respeito.
SANTO TOMÁS E O BOI QUE VOAVA
Contam os fastos da ordem de São Domingos que, achando-se Santo Tomás 
de Aquino na sua cela, no convento de São Jacques, curvado sobre obscuros 
manuscritos medievais, ali entrou, de repente, um frade folgazão, que foi ex-
clamando com escândalo:
– Vinde ver, irmão Tomás, vinde ver um boi voando!
Tranquilamente, o grande doutor da igreja ergueu-se do seu banco. Deixou a 
cela e, vindo para o átrio do mosteiro, pôs-se a olhar o céu, protegendo os 
olhos com as mãos. Ao vê-lo assim, o frade jovial desatou a rir com estrondo.
– Ora, irmão Tomás, então sois tão crédulo a ponto de acreditardes que um 
boi pudesse voar?
– Por que não, meu amigo? – tornou o santo. E com a mesma singeleza, fora 
da sabedoria: – Eu preferi admitir que um boi voasse a acreditar que um reli-
gioso pudesse mentir.
(Machado, Irene. Literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1994. p. 97.)
2. Converse com seu professor e demais colegas sobre as seguintes questões:
  Essa lenda se parece com as lendas que você conhecia? Em quê? Explique.
  De que época você acha que é essa lenda? 
  Qual você acha que é a fi nalidade dela? 
3. Agora, acompanhe a leitura que seu professor fará de outra lenda, intitulada 
“Beowulf e o dragão”.
 Comente com seus colegas: Você já ouviu falar nessa lenda? Quando? Co-
nhece a história?
 Acompanhe a leitura a partir do texto apresentado a seguir.
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12 COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
BEOWULF E O DRAGÃO
Havia um rei dinamarquês que era valente na guerra e sábio nos tempos de 
paz. Vivia num castelo esplêndido. Recebia muitos convites e dava festas ma-
ravilhosas. Mas tudo isso era bom demais para durar eternamente.
Um dia, no fi nal de uma festa, todos ouviram um ruído estranho. Era o dragão 
Grandel, que saíra do lago e entrara no castelo. Engoliu o primeiro homemque encontrou e gostou tanto do sangue humano que atacou muitos outros. 
Deixou um rastro vermelho como marca de sua passagem.
Desse dia em diante, a vida no castelo mudou completamente. O terrível 
Grandel aparecia todas as noites, matava os homens, bebendo seu sangue, e 
carregava o corpo para o lago. 
Nem mesmo os guerreiros mais fortes conseguiam vencê-lo, e o castelo aca-
bou sendo abandonado.
Depois de doze anos, esta história chegou aos ouvidos de Beowulf, um ca-
valeiro jovem e corajoso, capaz de vencer trinta homens ao mesmo tempo. 
Quando soube da desgraça que tinha se abatido sobre os súditos do rei dina-
marquês, fi cou comovido e não pensou duas vezes. Escolheu catorze comba-
tentes e partiu para a Dinamarca.
– Quem é você? – perguntou-lhe o rei.
– Sou Beowulf, viemos libertá-lo do terrível Grandel.
O rei sentiu o coração encher-se de esperança. Deu uma grande festa.
Enquanto todos celebravam, um estranho assobio atravessou o castelo.
As portas de ferro caíram por terra e o terrível Grandel entrou pela sala.
Os olhos brilhavam, a boca cuspia fogo e as garras eram espadas que rasga-
vam o chão. Mas antes que ele conseguisse engolir um guerreiro, sentiu uma 
dor insuportável. 
Beowulf havia se lançado na direção do dragão e apertava sua garganta com 
uma força igual a de trinta homens. Grandel se retorceu, urrou, mas não con-
seguiu se soltar. Foi empurrado por Beowulf até o lago e morreu.
O rei agradeceu ao herói e a vida voltou para o castelo. Mas no fundo do lago, 
uma velha feiticeira, a mãe de Grandel, resolveu vingar a morte de seu fi lho. 
Penetrou na grande sala do castelo e aprisionou o conselheiro do rei.
– Caro Beowulf – disse o rei –, preciso novamente de sua ajuda.
Nesse mesmo dia, Beowulf e o rei montaram a cavalo e foram até o lago. 
Boiando sobre as águas, estava a cabeça ensanguentada do conselheiro.
Beowulf mergulhou imediatamente, até que chegou no antro dos monstros. 
Viu uma mulher horrorosa sentada em cima de ossadas humanas.
Era a mãe de Grandel. A bruxa se atirou sobre ele. Beowulf foi mais rápido. 
Sua espada cortou a garganta da velha. Mas ela continuou a atacá-lo.
4a serie-coletânea de atividades.indd 124a serie-coletânea de atividades.indd 12 12/29/09 9:05 AM12/29/09 9:05 AM
13COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
Nisso, o cavaleiro avistou uma espada gigantesca. Agarrou-a e arrancou a 
cabeça da velha. Foi só então que ele viu, ao lado, o corpo monstruoso de 
 Grandel. Beowulf também lhe cortou a cabeça e carregou-a até a superfície.
Mas depois que Beowulf libertou a Dinamarca desse monstro sinistro, sentiu 
muitas saudades de seu próprio país. Seu tio havia acabado de morrer. E 
como ele era o único herdeiro, foi coroado rei. Governou durante cinquenta 
anos com sabedoria e justiça.
Foi quando novamente recebeu notícias de que um dragão incendiava a Dinamar-
ca. Não perdeu tempo. Convocou sua tropa e viajou para enfrentar o monstro.
O animal o esperava. De sua garganta saíam chamas envenenadas e uma 
fumaça verde. Os cavaleiros de Beowulf apavoraram-se e fugiram; Beowulf 
 viu-se só diante do monstro. Mas havia alguém a seu lado: Wiglaf, o mais jo-
vem dos homens de sua tropa.
Esquecendo-se da espada, Beowulf atacou o dragão com tanta força que nem 
parecia que havia envelhecido. O monstro grunhiu e o sangue escorreu do 
ferimento de sua garganta. Mesmo assim Beowulf foi atingi-lo com o golpe 
mortal e percebeu que sua espada havia se partido ao meio.
Estava condenado. Então ouviu uma voz:
– Estou a seu lado, meu rei.
Era Wiglaf, que imediatamente atacou o dragão, ferindo-o mortalmente.
O dragão estendeu a pata e atingiu o rei com suas garras venenosas. Beowulf 
sentiu o veneno penetrar nas profundezas de seu corpo. Antes que a vida o 
deixasse, disse:
– Eu te nomeio rei, fi el Wiglaf. E como prova disso, aqui está o meu anel.
Estas foram as últimas palavras do célebre matador de dragões, Beowulf.
Ele morreu tranquilo, porque sabia que seu sucessor era o mais corajoso de 
todos os homens, o melhor de todos os guerreiros, e que reinaria com justiça, 
trazendo felicidade a seu povo.
(Machado, Irene. Literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1994. p. 99-100.)
4. Converse com seu professor e demais colegas sobre as seguintes questões:
  Essa lenda é mais parecida com as que você já conhecia? Em quê? Explique.
  Em que essa lenda se parece com a que foi lida antes?
  De que época você acha que é essa lenda?
  De onde vem essa lenda? De que povo?
  Qual você acha que é a fi nalidade dessa lenda?
5. Agora, acompanhe a leitura da “Lenda da vitória-régia”.
 Comente com seus colegas e professor: Você já conhece essa lenda? De que 
ela trata?
4a serie-coletânea de atividades.indd 134a serie-coletânea de atividades.indd 13 12/29/09 9:05 AM12/29/09 9:05 AM
14 COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
A LENDA DA VITÓRIA-RÉGIA 
A enorme folha boiava nas águas do rio. Era tão grande que, se qui-
sesse, o curumim que a contemplava poderia fazer dela um barco. 
Ele era miudinho, nascera numa noite de grande temporal. A primei-
ra luz que seus pequeninos olhos contemplaram foi o clarão azul 
de um forte raio, aquele que derrubara a grande seringueira, cujo 
tronco dilacerado até hoje ainda lá estava.
“Se alguém deve cortá-la, então será meu fi lho, que nasceu hoje”, fa-
lou o cacique ao vê-la tombada depois da procela. Ele será forte e ve-
loz como o raio e, como este, ele deverá cortá-la para fazer o ubá com 
que lutará e vencerá a torrente dos grandes rios...”
Talvez, por isso, aquele curumim tão pequenino já se sentisse tão corajoso 
e capaz de enfrentar, sozinho, os perigos da selva amazônica. Ele caminhava 
horas, ao léu, cortando cipós, caçando pequenos mamíferos e aves; porém, 
até hoje, nos seus sete anos, ainda não enfrentara a torrente do grande rio, 
que agora contemplava.
Observando bem aquelas grandes folhas, imaginou navegar sobre uma delas, 
e não perdeu tempo. Pisou com muito cuidado – os índios são sempre muito 
cautelosos – e, sentindo que ela suportava o seu peso, sentou-se devagar, e 
com as mãozinhas improvisou um remo. Desceu rio abaixo.
É verdade que a correnteza favorecia, mas, contudo, por duas vezes quase caiu. 
Nem por isso se intimidou. Navegou no seu barco vegetal até chegar a uma pe-
quena enseada onde avistou a mãe e outras índias que, ao sol, acariciavam os 
curumins quase recém-nascidos embalando-os com suas canções, que falam 
da lua, da mãe-d’água do sol e de certas forças naturais que muito temem.
Saltando em terra, correu para junto da mãe, muito feliz com a façanha que 
praticara:
“Mãe, tenho o barco. Já posso pescar no grande rio?”
“Um barco? Mas aquilo é apenas um uapê; é uma formosa índia que Tupã 
transformou em planta.”
“Como, mãe? Então não é o meu barco? Você sempre me disse que eu um 
dia haveria de ter meu ubá...”
“Meu fi lho, o teu barco, tu o farás; este é apenas uma folha. É Naia, que se 
apaixonou pela lua...”
“Quem é Naia?”, perguntou curioso o indiozinho.
“Vou contar-te... Um dia, uma formosa índia, chamada Naia, apaixonou-se 
pela lua. Sentia-se atraída por ela e, como quisesse alcançá-la, correu, cor-
reu, por vales e montanhas atrás dela. Porém, quanto mais corriam, mais lon-
ge e alta ela fi cava. Desistiu de alcançá-la e voltou para a taba.
“A lua aparecia e fugia sempre, e Naia cada vez mais a desejava.
4a serie-coletânea de atividades.indd 144a serie-coletânea de atividades.indd 14 12/29/09 9:05 AM12/29/09 9:05 AM
15COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
“Uma noite, andando pelas matas ao clarão do luar, Naia se aproximou de um 
lago e viu, nele refl etida, a imagem da lua.
“Sentiu-se feliz; julgou poder agora alcançá-la e, atirando-se nas águas cal-
mas do lago, afundou.
“Nunca mais ninguém a viu, mas Tupã, com pena dela, transformou-a nesta lin-
da planta,que fl oresce em todas as luas. Entretanto uapê só abre suas petalas 
à noite, para poder abraçar a lua, que se vem refl etir na sua aveludada corola.
“Vês? Não queiras, pois, tomá-la para teu barco. Nela irás, por certo, para o 
fundo das águas.
“Meu fi lho, se se sentes bastante forte, toma o machado e vai cortar aquele 
tronco que foi vencido pelo raio. Ele é teu desde que nasceste.
“Dele farás o teu ubá; então, navegarás sem perigo.
“Deixa em paz a grande fl or das águas...”
Eis aí, como nasceu da imaginação fértil e criadora de nossos índios, a histó-
ria da vitória-régia, ou uapê, ou iapunaque-uapê, a maior fl or do mundo. 
(Machado, Irene. Literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1994. p. 105-106.)
6. Agora, converse com seu professor e demais colegas sobre as seguintes 
questões:
  E essa lenda, é mais parecida com alguma das que você já conhecia? Em quê? 
Explique. Com a ajuda de seus colegas e também do professor, preencha o qua-
dro a seguir.
SANTO TOMÁS E O 
BOI QUE VOAVA
BEOWULF E 
O DRAGÃO
A LENDA DA 
VITÓRIA-RÉGIA
Época a qual 
se refere 
Origem 
Propósito 
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16 COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ATIVIDADE 3B: CONHECENDO UM POUCO MAIS AS 
LENDAS (2)
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
Para realizar esta atividade, você lerá novamente, com seu professor, as lendas 
da aula anterior. 
Depois, reúna-se com seu colega e procure descobrir o que as três histórias têm 
em comum e quais são as diferenças entre elas. A seguir, converse com ele e organi-
zem, na tabela abaixo, as informações levantadas. 
QUADRO COMPARATIVO DAS TRÊS LENDAS
O QUE AS LENDAS TÊM EM COMUM? O QUE AS LENDAS TÊM DE DIFERENTE?
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17COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ATIVIDADE 3C: AMPLIANDO O REPERTÓRIO DE LENDAS 
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
1. Vocês lerão “A lenda do papagaio Crá-Crá”. Trata-se de uma lenda de origem 
indígena – tupi – e, à medida que foi sendo contada, acabou incorporada e 
transformada pelo povo, circulando, depois, pelo Brasil todo. Esse modo de 
contar, a linguagem presente nessa versão da lenda, é mais típico das regiões 
Sul e Sudeste do país.
A LENDA DO PAPAGAIO CRÁ-CRÁ 
Conta a lenda que, antigamente, morava em um vilarejo um menino muito 
guloso. Tudo que via, queria comer, e a gula era tanta, a pressa de comer era 
tamanha, que ele tinha costume de engolir a comida sem mastigá-la.
Uma vez sua mãe encontrou frutos de batoí e assou-os na cinza. 
O fi lho, sem querer esperar, comeu todos os frutos, tirando-os diretamente do 
fogo e, como sempre, engoliu-os sem pestanejar.
Os frutos do batoí são frutos cuja polpa viscosa se mantém quentíssima por 
muito tempo. Comendo-os tão quentes, sapecaram-lhe a garganta, de forma 
que doía muito e queimavam-lhe o estômago.
O menino, tentando vomitar os frutos comidos, começou a fazer força para 
expulsá-los. Arranhava a garganta grunhindo crá-crá-crá! Mas os frutos não 
saíam... e entalaram na garganta, sufocando-o.
No mesmo momento, cresceram-lhe as asas e as penas e ele tornou-se um 
papagaio. Voou pra longe. Até hoje pode-se ouvi-lo vagando pelas matas do 
lugar, voando e gritando “crá-crá-crá”!
(Machado, Irene. Literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1994. p. 105-106.)
2. Retome o quadro com as características das lendas analisadas e comente 
com seu professor e colegas: essa lenda contém as características comuns 
às demais lendas até o momento? Para explicar, procure responder às ques-
tões no quadro da página seguinte.
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18 COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ANALISANDO “A LENDA DO PAPAGAIO CRÁ-CRÁ”
ASPECTOS INFORMAÇÕES OBSERVADAS
O que essa lenda procura explicar? 
Esta lenda revela um aspecto da 
cultura do povo brasileiro. 
Qual é ele?
Quem são os protagonistas? 
São pessoas comuns?
Os fatos narrados são tratados 
como episódios comuns da vida 
das pessoas? Explique.
Há outros aspectos importantes 
a ser considerados?
3. Com seus colegas e com a ajuda de seu professor, releia “A lenda do papa-
gaio Crá-Crá” observando as expressões que foram utilizadas para contar a 
história. Anote-as em seu caderno.
4. Agora, sente-se com sua dupla de trabalho e procurem, em seu livro, as len-
das que foram lidas. Escolha duas delas para fazer a mesma análise, anotan-
do, cada um em seu caderno, as expressões interessantes que encontrarem. 
Depois, compartilhe o trabalho com os demais colegas da turma.
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19COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ATIVIDADE 3D: RODA DE LEITURA
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
Agora você irá participar de uma roda de leitura. Você já sabe que, nesses momen-
tos, deve comentar o que leu, recomendando – ou não – para seus colegas.
Neste momento, estamos estudando lendas, e a sua tarefa foi selecionar uma 
obra na sala de leitura ou biblioteca pública e comentá-la, de maneira que essa 
obra possa, por um lado, compor nosso inventário de lendas e, por outro, ser indi-
cada para compor a coletânea que a classe organizará.
Segue abaixo um roteiro de indicação de leitura para que você se oriente para 
executar essa atividade.
ROTEIRO PARA INDICAÇÃO DE LEITURA
1. Apresente a obra que você leu, informando:
a. título;
b. autor; 
c. editora;
d. como a obra se organiza (só lendas brasileiras, só apresenta uma lenda etc.). 
Nesse momento você pode até dar uma lida rápida no índice, se achar inte-
ressante para os colegas; não se esqueça de mostrar-lhes o livro também;
e. se tem ilustrações, de que tipo são – observe se são pinturas, gravuras, fo-
tografi as; se são coloridas, se explicam ou não informações do texto (mos-
tre-as para seus colegas) e dê sua opinião sobre elas.
2. Comente a lenda que você leu, informando:
a. título;
b. origem da lenda (se houver informação sobre isso no livro);
c. em que região costuma circular;
d. tema, ensinamento ou fenômeno que explica;
e. personagens;
f. se constam ilustrações da lenda;
g. se há relações que se possa estabelecer com alguma lenda do inventário 
da classe ou outra que você mesmo conheça.
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20 COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
3. Apresente um pequeno resumo da lenda, comentando:
a. se gostou ou não e por quê;
b. se recomendaria – ou não – para compor a coletânea da classe, explicando 
o motivo de sua afi rmação ou negação;
c. se quiser, pode ler um trecho da lenda também ou, pelo menos, aquele que 
você considerou mais interessante ou bonito. Ao fi nal da apresentação, não 
esqueça de registrar a lenda lida no inventário da classe, caso ela tenha 
sido recomendada para compor a coletânea.
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21COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ATIVIDADE 3E: LENDAS DE OUTROS TEMPOS 
E LUGARES
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
1. Leia, silenciosamente, a lenda sobre um conhecido personagem da mitologia 
grega chamado Narciso.
NARCISO
Mitologia grega
Há muito tempo, na fl oresta, passeava Narciso, o fi lho do sagrado rio Kiphis-
sos. Era lindo, porém tinha um modo frio e egoísta de ser. Era muito conven-cido de sua beleza e sabia que não havia no mundo ninguém mais bonito 
que ele.
Vaidoso, a todos dizia que seu coração jamais seria ferido pelas fl echas de 
Eros, fi lho de Afrodite, pois não se apaixonava por ninguém.
As coisas foram assim até o dia em que a ninfa Eco o viu e imediatamente se 
apaixonou por ele.
Ela era linda, mas não falava; o máximo que conseguia era repetir as últimas 
sílabas das palavras que ouvia.
Narciso, fi ngindo-se de desentendido, perguntou:
– Quem está se escondendo aqui perto de mim?
– … de mim – repetiu a ninfa assustada.
– Vamos, apareça! – ordenou. – Quero ver você!
– … ver você! – repetiu a mesma voz em tom alegre.
Assim, Eco aproximou-se do rapaz. Mas nem a beleza e nem o misterioso bri-
lho nos olhos da ninfa conseguiram amolecer o coração de Narciso.
– Dê o fora! – gritou, de repente. – Por acaso pensa que eu nasci para ser um 
da sua espécie? Sua tola!
– Tola! – repetiu Eco, fugindo de vergonha.
A deusa do amor não poderia deixar Narciso impune depois de fazer uma coisa 
daquelas. Resolveu, pois, que ele deveria ser castigado pelo mal que havia feito.
Um dia, quando estava passeando pela fl oresta, Narciso sentiu sede e quis 
tomar água.
Ao debruçar-se num lago, viu seu próprio rosto refetido na água. Foi naquele 
momento que Eros atirou uma fl echa direto em seu coração.
Sem saber que o refl exo era de seu próprio rosto, Narciso imediatamente se 
apaixonou pela imagem.
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22 COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
Quando se abaixou para beijá-la, seus lábios se encostaram na água e a ima-
gem se desfez. A cada nova tentativa, Narciso ia fi cando cada vez mais de-
sapontado e recusando-se a sair de perto da lagoa. Passou dias e dias sem 
comer nem beber, fi cando cada vez mais fraco.
Assim, acabou morrendo ali mesmo, com o rosto pálido voltado para as 
águas serenas do lago.
Esse foi o castigo do belo Narciso, cujo destino foi amar a si próprio.
Eco fi cou chorando ao lado do corpo dele, até que a noite a envolveu. Ao desper-
tar, Eco viu que Narciso não estava mais ali, mas em seu lugar havia uma bela 
fl or perfumada. Hoje, ela é conhecida pelo nome de “narciso”, a fl or da noite.
Agora, comente essa lenda com seus colegas, observando:
  De que trata a lenda?
  Quem são os personagens?
  Onde se passa a história?
  O que a lenda procura explicar?
  Que outros comentários poderiam ser feitos a respeito dessa lenda?
Agora, acompanhe, com atenção, a leitura que seu professor fará dessa lenda. 
A seguir, prepare-se para recontá-la a colegas de outras turmas.
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23COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ATIVIDADE 3F: AS LENDAS E O FANTÁSTICO UNIVERSO 
INDÍGENA
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
1. Acompanhe a leitura que seu professor fará de “A lenda da Lagoa das Guaraíras” 
Trata-se de uma história da época da colonização brasileira, do tempo em que os 
portugueses aqui chegaram. Com eles vieram os padres jesuítas, que começa-
ram a catequizar os índios. Você sabe o que é “catequizar”?
Catequização: instrução que os jesuítas – padres portugueses que vieram para o 
Brasil assim que foi descoberto – davam aos índios, para ensinar-lhes a religião 
cristã. Essa instrução era dada oralmente, por meio de histórias bíblicas.
No processo de catequização, os portugueses pretendiam que os índios aban-
donassem traços de sua cultura e assumissem os costumes portugueses. Essa 
lenda fala um pouco disso: da ameaça que representava para os portugueses a 
antropofagia, que era o costume de os índios comerem carne humana, e de como 
consideravam importante que esse traço cultural fosse eliminado.
A LENDA DA LAGOA DAS GUARAÍRAS 
Certo índio da aldeia de Guaraíra, em momento de retorno sen-
timental à vida selvagem, esquecido das lições que recebia, 
matou uma criança. Matou e comeu.
O povo e os parentes da pequena vítima rea giram veementemen-
te. Não preocupavam, àquela altura, se prejudicariam o trabalho 
paciente, mas superfi cial, dos padres da Companhia Jesuítica. A 
família queria que fossem tomadas providências para terminar 
com a tradição cultural da antropofagia, que recomeçara sem 
que se esperasse, ameaçando a cultura branca europeia.
O superior da Missão não pôde se omitir na circunstância, mas não podia 
usar de violência, segundo a norma invariavelmente adotada nos métodos da 
catequese dos discípulos de Santo Inácio. Tinha, porém, que impor o castigo 
exigido. E mandou que o índio, farto das carnes da criança, fi casse dentro 
d’água até que fosse chamado.
Assim, o índio fi cou lá, mas quando procurado não foi encontrado. Foi quan-
do começou a aparecer nas águas da lagoa um peixe-boi indo e vindo de um 
lado para o outro. Alta noite, o que se ouvia, subindo das águas salgadas da 
lagoa, era o gemido pavoroso de tremer, horripilante, dolorido, inesquecível.
O castigo devia perdurar por muitos anos, segundo sentença do missionário. 
Os pescadores iam pescar e voltavam; a rede, enxuta, sem peixe nenhum. 
Antes mesmo de eles lançarem a rede, o peixe-boi aparecia varejando a ca-
noa com toda a velocidade possível.
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24 COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
De lá de baixo subia o gemido cortante, agoniado e rouco, como se alguém 
estivesse afogando. Era o índio que devorara a criança. Os gemidos eram 
mais feios, mais lancinantes, pungentes, mais magoados nas noites de luar. 
E quando a mareta se erguia, via-se ao refl exo da lua o dorso do peixe-boi 
que subia à superfície.
O pior era a incerteza. O peixe-boi aparecia em toda a parte. Uma noite 
estava lá no canto do Borquei. Outra, no córrego das Capivaras. Na Barra 
do Tibau, em especial, vinham aos ouvidos os urros tremendamente feios, 
medonhos, apavorantes!!! Singular destino dessa lagoa. Quando menos se 
espera, o mar a devolve. Depois retoma. Tudo é um precioso mistério. Em 
Tibau do Sul, Rio Grande do Norte, na Lagoa das Guaraíras.
(Adaptado de “Crônicas” por Hélio Galvão (Derradeiras cartas da praia). Disponível 
em: <http://ifolclore.vilabol.uol.com.br/lendas/index.htm>. Acesso em: 27 dez. 2007. 
Gravuras de Hans Stadem, Viagens ao Brasil. Marburgo, 1556.)
2. Pense e converse com seus colegas: Esta lenda contém as características co-
muns às demais lendas lidas até o momento? Por que isso acontece?
3. Agora, sente-se com sua dupla de trabalho e, juntos, façam a descrição do 
peixe-boi. Vocês podem consultar as imagens para realizar a tarefa.
O PEIXE-BOI
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25COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ATIVIDADE 3H: COMPARANDO VERSÕES DE UMA LENDA
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
1. Seu professor lerá para você uma lenda intitulada “O Negrinho do Pastoreio”. 
Trata-se de uma lenda meio africana, meio cristã, muito contada no fi nal do sécu-
lo XIX pelos brasileiros que defendiam o fi m da escravidão. É muito popular no Sul 
do Brasil, em especial no Rio Grande do Sul.
O NEGRINHO DO PASTOREIO 
No tempo dos escravos, havia um estancieiro muito ruim, que levava tudo por 
diante, a grito e a relho. Naqueles fi ns de mundo, fazia o que bem entendia, 
sem dar satisfação a ninguém.
Entre os escravos da estância havia um negrinho, encarregado do pastoreio 
de alguns animais, coisa muito comum nos tempos em que os campos de 
estância não conheciam cerca de arame; quando muito, havia apenas alguma 
cerca de pedra erguida pelos própriosescravos, que não podiam fi car para-
dos, para não pensar bobagem... No mais, os limites dos campos eram aque-
les colocados por Deus Nosso Senhor: rios, cerros, lagoas.
Pois de uma feita, o pobre negrinho, que já vivia as maiores judiarias nas 
mãos do patrão, perdeu um animal no pastoreio. Pra quê! Apanhou uma bar-
baridade atado a um palanque e, depois, cai-caindo, ainda foi mandado pro-
curar o animal extraviado. Como a noite vinha chegando, ele agarrou um to-
quinho de vela e uns avios de fogo, com fumo e tudo, e saiu campeando. Mas 
nada! O toquinho acabou, o dia veio chegando e ele teve que voltar para a 
estância. 
Então, foi outra vez atado ao palanque e dessa vez apanhou tanto que mor-
reu, ou pareceu morrer. Vai daí, o patrão mandou abrir a “panela” de um for-
migueiro e atirar lá dentro, de qualquer jeito, o pequeno corpo do negrinho, 
todo lanhado de laçaço e banhando em sangue.
No outro dia, o patrão foi com a peonada e os escravos ver o formigueiro. 
Qual não é a sua surpresa ao ver o Negrinho do Pastoreio: ele estava lá, mas 
de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a 
Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos.
O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. 
Apenas beijou a mão da santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha.
Desde aí, o Negrinho do Pastoreio fi cou sendo o achador das coisas extra-
viadas. E não cobra muito: basta acender um toquinho de vela, ou atirar num 
canto qualquer naco de fumo.
(Domínio público)
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26 COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
2. Converse com seu professor e colegas:
 Qual é o tema dessa história?
 Como ela explica o surgimento desse ícone religioso?
 Essa é uma explicação científi ca, fantástica ou de fé?
 Eles conhecem alguma outra lenda similar?
 Quem são os personagens que a compõem?
 Onde se passa a trama?
3. Agora você lerá outra versão dessa mesma história. Fique atento e observe 
semelhanças e diferenças entre elas, considerando que podem ser de conteú-
do ou na linguagem, isto é, as histórias podem trazer informações divergentes 
ou dizer o mesmo de outro modo.
 Depois, você registrará suas descobertas no caderno.
NEGRINHO DO PASTOREIO 
Era o tempo da escravidão, e um menino negrinho, pretinho que nem carvão, 
humilde e raquítico era escravo de um fazendeiro muito rico, mas por demais 
avarento. Se alguém necessitasse de um favor, não se podia contar com este 
homem. Não dava um níquel a ninguém e seu coração era a morada de uma 
pedra, não nutria qualquer sentimento por ninguém, a não ser por seu fi lho, 
um menino tão malvado quanto seu pai, pois, afi nal, a fruta nunca cai muito 
longe da árvore. Estes dois eram extremamente perversos e maltratavam o 
menino-escravo desde o raiar do dia, sem lhe dar trégua. Este jovenzinho não 
tinha nome, porque ninguém se deu sequer o trabalho de pensar algum para 
ele; assim, respondia pelo apelido de “Negrinho”.
Seus afazeres não eram condizentes com seu porte físico, não parava o dia 
inteiro. O sol nascia e lá já estava ele ocupado com seus afazeres e mesmo 
ao se pôr, ainda se encontrava o Negrinho trabalhando. Sua principal ocupa-
ção era pastorear. Depois de encerrar seu laborioso dia, juntava os trapos 
que lhe serviam de cama e recebia um mísero prato de comida, que não era 
sufi ciente para repor as energias perdidas pelo sacrifi cado trabalho.
Mesmo sendo tão útil, considerado mestre do laço e o melhor peão-cavaleiro 
de toda a região, o menino era inúmeras vezes castigado sem piedade.
Certa vez, o estanceiro atou uma carreira com um vizinho que se gabava de 
possuir um cavalo mais veloz que seu baio. Foi marcada a data da corrida, e o 
Negrinho fi cou encarregado de treinar e montar o famoso baio, pois sabia seu 
patrão não haver ninguém mais capaz que ele para tal tarefa.
Chegando o grande dia, todos os habitantes da cidade, vestindo suas roupas 
domingueiras, se alojaram na cancha da carreira. Palpites discutidos, apostas 
feitas, inicia-se a corrida.
Os dois cavalos saem emparelhados. Negrinho começa a suar frio, pois sabe 
o que lhe espera se não ganhar. Mas, aos poucos, toma a dianteira e quase 
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não há dúvida de que seria vencedor. Mas eis que o inesperado acontece: 
algo assusta o cavalo, que para, empina e quase derruba Negrinho. Foi tempo 
sufi ciente para que seu adversário o ultrapassasse e ganhasse a corrida. 
E agora? O outro cavalo venceu. Negrinho tremia feito “vara verde” ao ver a 
expressão de ódio nos olhos de seu patrão. Mas o fazendeiro, sem saída, 
deve cobrir as apostas e põe a mão no lugar que lhe é mais caro: o bolso.
Ao retornarem à fazenda, o Negrinho tem pressa para chegar à estrebaria.
– Aonde pensa que vai? – pergunta-lhe o patrão.
– Guardar o cavalo, sinhô! – balbuciou bem baixinho.
– Nada feito! Você deverá passar trinta dias e trinta noites com ele no pasto 
e cuidará também de mais trinta cavalos. Será seu castigo pelo meu prejuízo. 
Mas ainda tem mais. Passe aqui que vou lhe aplicar o devido corretivo.
O homem apanhou seu chicote e foi em direção ao menino:
– Trinta quadras tinham a cancha da corrida, trinta chibatadas vais levar no 
lombo e depois trate de pastorear a minha tropilha.
Lá vai o pequeno escravo, doído até a alma levando o baio e os outros ca-
valos a caminho do pastoreio. Passou dia, passou noite, choveu, ventou e 
o sol torrou-lhe as feridas do corpo e do coração. Nem tinha mais lágrima 
para chorar e então resolveu rezar para a Nossa Senhora, pois como não 
lhe foi dado nome, dizia-se afi lhado da Virgem. E foi a “santa solução”, pois 
Negrinho aquietou-se e então, cansado de carregar sua cruz tão pesada, 
adormeceu.
As estrelas subiram aos céus e a lua já tinha andado metade de seu caminho 
quando algumas corujas curiosas resolveram chegar mais perto, pairando no 
ar para observar o menino. O farfalhar de suas asas assustou o baio, que se 
soltou e fugiu, sendo acompanhado pelos outros cavalos. Negrinho acordou 
assustado, mas não podia fazer mais nada, pois ainda era noite e a cerração, 
como um lençol branco, cobria tudo. E, assim, o negrinho-escravo sentou-se 
e chorou...
O fi lho do fazendeiro, que andava pelas bandas, presenciou tudo e apressou-se 
em contar a novidade ao seu pai. O homem mandou dois escravos buscá-lo.
O menino até tentou explicar o acontecido para o seu senhor, mas de nada 
adiantou. Foi amarrado no tronco e novamente açoitado pelo patrão, que de-
pois ordenou que ele fosse buscar os cavalos. Ai dele que não os encontrasse!
Assim, Negrinho teve que retornar ao local do pastoreio e para fi car mais fácil 
sua procura, acendeu um toco de vela. A cada pingo dela, deitado sobre o 
chão, uma luz brilhante nascia em seu lugar, até que todo lugar fi cou tão claro 
quanto o dia e lhe foi permitido, desta forma, achar a tropilha. Amarrou o baio 
e, gemendo de dor, jogou-se ao solo desfalecido. 
Danado como ele só e não satisfeito com o que já fi zera ao escravo, o fi lho 
do fazendeiro aproveitou a oportunidade de praticar mais uma maldade: dis-
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persar os cavalos. Feito isso, correu novamente até seu pai e contou-lhe que 
Negrinho havia encontrado os cavalos e os deixara fugir de propósito. A histó-
ria se repete, e dois escravos vão buscá-lo, só que dessa vez seu patrão está 
decidido em dar cabo dele. Amarrou-o pelos pulsos e surrou-o como nunca. O 
chicote subia e descia, dilacerando a carne epicoteando-a como guisado. Ne-
grinho não aguentou tanta dor e desmaiou. Achando que o havia matado, seu 
senhor não sabia que destino dar ao corpo. Enterrá-lo lhe daria muito trabalho 
e, avistando um enorme formigueiro, jogou-o lá. As formigas acabariam com 
ele em pouco tempo, pensou.
No dia seguinte, o cruel fazendeiro, curioso para ver de que jeito estaria o cor-
po do menino, dirigiu-se até o formigueiro. Qual sua surpresa quando o viu em 
pé, sorrindo e rodeado pelos cavalos e o baio perdido. O Negrinho montou-o e 
partiu a galope, acompanhado pelos trinta cavalos.
O milagre tomou o rumo dos ventos e alcançou o povoado, que se alegrou 
com a notícia. Desde aquele dia, muitos foram os relatos de quem viu o Negri-
nho passeando pelos pampas, montado em seu baio e sumindo em seguida 
por entre nuvens douradas. Ele anda sempre à procura das coisas perdidas, 
e quem necessitar de seu ajutório, é só acender uma vela entre as ramas de 
uma árvore e dizer:
Foi aqui que eu perdi
Mas Negrinho vai me ajudar
Se ele não achar
Ninguém mais conseguirá!
(Disponível em: <http://www.rosanevolpatto.trd.br/lendanegrinhopastoreio.html>.)
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29COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ATIVIDADE 3J: ANALISANDO ASPECTOS LINGUÍSTICOS 
DAS LENDAS
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
1. Retome as lendas lidas até o momento e analise o modo como as narrativas 
começaram, assim como o tema central que cada uma aborda. Para organizar 
melhor as informações, preencha o quadro a seguir.
TÍTULO DA LENDA COMO INICIA TEMA CENTRAL
O dono da luz
Santo Tomás e o boi que voava
Beowulf e o dragão
A lenda da vitória-régia
A lenda do papagaio Crá-Crá
A lenda de Narciso
A lenda da Lagoa das Guaraíras
O Negrinho do Pastoreio
2. Apresente as observações do grupo para os demais colegas e o professor, 
discutindo-as. A seguir, elaborem, coletivamente, um registro que sintetize as 
observações gerais sobre as lendas e as dicas para serem utilizadas na pos-
terior reescrita das lendas.
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30 COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ATIVIDADE 3K: ANALISANDO O DISCURSO NAS LENDAS
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
1. Acompanhe, com atenção, a leitura que seu professor fará da lenda “Maria 
Pamonha”. Depois, faça o que se pede.
MARIA PAMONHA
Lenda latino-americana
Certo dia apareceu na porta da casa-grande da fazenda uma menina suja e 
faminta. Nesse dia, deram-lhe de comer e de beber. E no dia seguinte tam-
bém. E no outro, e no outro, e assim sucessivamente. 
Sem que as pessoas da casa se dessem conta, a menina foi fi cando, fi cando, 
sempre calada e de canto em canto.
Uma tarde, os garotos da fazenda perguntaram-lhe como se chamava e ela 
respondeu com um fi ozinho de voz:
– Maria.
E os garotos, às gargalhadas, fecharam-na numa roda e começaram a debo-
char dela:
– Maria, Maria Pamonha, Maria, Maria Pamonha…
Uma noite de lua cheia, o fi lho da patroa estava se arrumando para ir a um 
baile, quando Maria Pamonha apareceu no seu quarto:
– Me leva no baile? – pediu-lhe.
O jovem fi cou duro de espanto.
– Quem você pensa que é para ir dançar comigo? – gritou. – Ponha-se no seu 
lugar! Ou quer levar uma cintada?
Quando o rapaz saiu para o baile, Maria Pamonha foi até o poço que havia no 
mato, banhou-se e perfumou-se com capim-cheiroso e alfazema. Voltou para 
casa, pôs um lindo vestido da fi lha da patroa e prendeu os cabelos.
Quando a jovem apareceu no baile, todos fi caram deslumbrados com a beleza 
da desconhecida. Os homens brigavam para dançar com ela, e o fi lho da pa-
troa não tirava os olhos de cima da moça.
– De onde é você? – perguntou-lhe, por fi m.
– Ah, eu venho de muito, muito longe. Venho da Cidade de Cintada – res-
pondeu a garota. Mas o rapaz a olhava tão embasbacado que não percebeu 
nada.
Quando voltou para casa, o jovem não parava de falar para a mãe da beleza 
daquela garota desconhecida que ele vira no baile. Nos dias que se seguiram, 
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31COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
procurou-a por toda a fazenda e pelos povoados vizinhos, mas não conseguiu 
encontrá-la. E fi cou muito triste.
Uma noite sem lua, dez dias depois, o jovem foi convidado para outro baile. 
Como da primeira vez, Maria Pamonha apareceu no seu quarto e disse-lhe 
com sua vozinha:
– Me leva no baile?
E o jovem voltou a gritar-lhe:
– Quem você pensa que é para ir dançar comigo? Ponha-se no seu lugar! Ou 
quer levar uma espetada?
Logo que o jovem saiu, Maria Pamonha correu para o poço, banhou-se, perfu-
mou-se, pôs outro vestido da fi lha da patroa e prendeu os cabelos.
De novo, no baile, todos se deslumbraram com a beleza da jovem desconheci-
da. O fi lho da patroa aproximou-se dela, suspirando, e perguntou-lhe:
– Diga-me uma coisa, de onde é você?
– Ah, ah, eu venho de muito, muito longe. Venho da Cidade de Espetada – res-
pondeu a jovem. Mas ele nem se deu conta do que ela estava querendo lhe 
dizer, de tão apaixonado que estava. Ao voltar para casa, não se cansava de 
elogiar a desconhecida do baile. 
Nos dias que se seguiram, procurou-a por toda a fazenda e pelos povoados 
vizinhos, mas não conseguiu encontrá-la. E fi cou mais triste ainda.
Uma noite de lua crescente, dez dias depois, o rapaz foi convidado para outro 
baile. Pela terceira vez, Maria Pamonha apareceu em seu quarto e disse-lhe 
com aquele fi ozinho de voz:
– Me leva no baile?
E pela terceira vez ele gritou:
– Quem você pensa que é para ir dançar comigo? Ponha-se no seu lugar! Ou 
quer levar uma sapatada?
Outra vez, Maria Pamonha vestiu-se maravilhosamente e apareceu no baile. E 
outra vez todos fi caram deslumbrados com sua beleza. 
O jovem dançou com ela, murmurando-lhe palavras de amor, e deu-lhe de pre-
sente um anel. Pela terceira vez, ele lhe perguntou:
– Diga-me uma coisa, de onde é você?
– Ah, ah, ah, eu venho de muito, muito longe. Venho da Cidade de Sapatada.
Mas como o rapaz estava quase louco de paixão, nem se deu conta do que 
queriam dizer aquelas palavras.
Ao voltar para casa, ele acordou todo mundo para contar como era bela a 
jovem desconhecida. No dia seguinte, procurou-a por toda a fazenda e pelos 
povoados vizinhos, sem conseguir encontrá-la. 
Tão triste ele fi cou que caiu doente. Não havia remédio que o curasse, nem 
reza que o fi zesse recobrar as forças. Triste, triste, já estava a ponto de morrer.
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32 COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
Então Maria Pamonha pediu à patroa que a deixasse fazer um mingau para o 
doente. A patroa fi cou furiosa.
– Então você acha que meu fi lho vai querer que você faça o mingau, menina? 
Ele só gosta do mingau feito por sua mãe.
Mas Maria Pamonha fi cou atrás da patroa e tanto insistiu que ela, cansada, 
acabou deixando.
Maria Pamonha preparou o mingau e, sem que ninguém visse, colocou o anel 
dentro dele.
Enquanto tomava o mingau, o jovem suspirava:
– Que delícia de mingau, mãe!
De repente, ao encontrar o anel, perguntou, surpreso:
– Mãe, quem foi que fez este mingau?
– Foi Maria Pamonha. Mas por que você está me perguntando isso?
E antes mesmo que o jovem pudesse responder, Maria Pamonha apareceu no 
quarto, com um lindo vestido, limpa, perfumada e com os cabelos presos.
E o rapaz sarou na hora. E casou-se com ela. E foram muito felizes.
2. Em seu caderno, copie os trechos sublinhadostransformando o discurso dire-
to em indireto e vice-versa. Lembre-se de usar dois-pontos, parágrafo e traves-
são quando necessário!
3. Ao terminar, compartilhe com seu professor e colegas o modo como foi cons-
truindo os diálogos entre os personagens. 
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33COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ATIVIDADE 4B: REESCREVENDO TRECHOS 
DE UMA LENDA
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
1. Junto a sua dupla de trabalho, releia silenciosamente “A lenda do papagaio 
Crá-Crá”. 
A LENDA DO PAPAGAIO CRÁ-CRÁ 
Conta a lenda que, antigamente, morava em um vilarejo um menino muito gu-
loso. Tudo que via, queria comer, e a gula era tanta, a pressa de comer era 
tamanha, que ele tinha costume de engolir a comida sem mastigá-la.
Uma vez sua mãe encontrou frutos de batoí e assou-os na cinza. 
O fi lho, sem querer esperar, comeu todos os frutos, tirando-os diretamente do 
fogo e, como sempre, engoliu-os sem pestanejar.
Os frutos do batoí são frutos cuja polpa viscosa se mantém quentíssima por 
muito tempo. Comendo-os tão quentes, sapecaram-lhe a garganta, de forma 
que doía muito e queimavam-lhe o estômago.
O menino, tentando vomitar os frutos comidos, começou a fazer força para 
expulsá-los. Arranhava a garganta grunhindo crá-crá-crá! Mas os frutos não 
saíam... e entalaram na garganta, sufocando-o.
No mesmo momento, cresceram-lhe as asas e as penas e ele tornou-se um 
papagaio. Voou pra longe. Até hoje pode-se ouvi-lo vagando pelas matas do 
lugar, voando e gritando “crá-crá-crá”!
(Machado, Irene. Literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1994. p. 105-106.)
2. Observem que o início dessa lenda está em negrito. Esse trecho deverá ser 
reescrito por vocês de dois modos diferentes. Para isso, utilizem a folha pau-
tada entregue por seu professor.
3. Fiquem atentos às possibilidades de escrita que já foram abordadas em aula, 
lembrando-se de que as lendas começam remetendo-se ao passado, mas 
sem defi nir um tempo específi co. Vocês poderão optar pelo discurso direto ou 
indireto quando acharem mais apropriado, e podem enriquecer a lenda com 
descrições de personagens e ambientes.
4. Quando terminarem, façam uma boa revisão do texto, observando se faltam 
informações ou se há erros de gramática ou ortografi a.
5. Finalmente, escolham a versão que lhes pareceu mais interessante para ler 
para os colegas.
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34 COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ATIVIDADE 4C: SELECIONANDO AS LENDAS PARA 
SEREM REESCRITAS, PLANEJANDO A REESCRITA E 
REESCREVENDO-AS
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
1. Nesta atividade você realizará quatro tarefas: selecionará as lendas que com-
porão a coletânea do projeto; escolherá a lenda que você irá reescrever; pla-
nejará a reescrita da lenda; reescreverá a lenda. Fique atento para as orienta-
ções de seu professor. 
Alguns lembretes para você, quando for planejar e reescrever a lenda escolhida:
  Considere que você reescreverá uma das lendas de que a classe mais gostou, 
para alunos da 1a à 4a série, compondo um livro-coletânea para constituir o 
acervo da sala de leitura.
  Considere que seu texto deve estar adequado a essas características o máximo 
possível, pois isso garantirá que o leitor o compreenda.
  Considere os aspectos abaixo, estudados ao longo das atividades, como orien-
tadores do planejamento e reescrita:
 J Iniciar a lenda diretamente, sem definir precisamente tempo e lugar e sem 
muitas descrições.
 J Utilizar expressões como: “Conta a lenda que...”; “Contam... que...”; “Havia 
um...”; “Um certo... em...” ou outra com sentido similar.
 J Não apresentar explicitamente os ensinamentos ou explicações que o texto 
pretende passar; ao contrário, estes devem vir diluídos ao longo do texto.
 J As lendas que contêm explicações de fenômenos naturais apresentam 
menos fala de personagem, organizando-se pelo discurso narrativo, sem 
referência às falas propriamente ditas. Considere isso na reescrita. As de-
mais lendas utilizam discurso direto, marcado de diferentes maneiras: por 
 dois-pontos, parágrafo e travessão; ou por dois-pontos, parágrafo, aspas.
 J É possível utilizar expressões de variedades regionais e escrever mais à von-
tade se a situação de produção possibilitar, isto é, se considerar que os 
leitores pensados compreenderão o texto.
 J Elaborar uma relação dos aspectos que precisarão constar na lenda, na or-
dem em que devem ser apresentados.
 J Lembre-se que, enquanto redige a história propriamente dita, deve conside-
rar o leitor e as características das lendas, bem como ir lendo enquanto 
escreve para conferir a intenção comunicativa e também se não está esque-
cendo informações importantes. Fique atento também para corrigir possíveis 
erros ortográficos e gramaticais. 
  Antes de entregar seu texto para o professor, lembre-se de dar uma conferida 
para ver se não está faltando nada do que foi planejado.
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35COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
Projeto didático
“Universo ao meu redor”
As orientações didáticas das atividades constam no 
Guia de Planejamento e Orientações Didáticas – 4a série. 
Estão divididas da seguinte forma:
 Páginas do Guia 
Organização geral da sequência de atividades _________________________ 98
Etapa 1: Por onde anda o universo? __________________________________ 98
Etapa 2: Compartilhando o projeto __________________________________ 100
Etapa 3: Estudando sobre meio ambiente, desmatamento 
e sustentabilidade ________________________________________ 103
Etapa 4: Estudo e planejamento do seminário ________________________ 136
Etapa 5: Estudo e planejamento da exposição oral ____________________ 138
Etapa 6: Avaliação do trabalho desenvolvido __________________________ 146
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37COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ATIVIDADE 1: LEVANTANDO CONHECIMENTOS PRÉVIOS 
SOBRE O TEMA
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
1. Reúna-se com seu grupo e leia o texto apresentado a seguir. Ele é a parte 
introdutória de um material publicado sobre meio ambiente. Observem as ex-
pressões dos animais: não parece que estão meio preocupados? E aquele 
cartaz do papagaio, o que vocês acham que signifi ca?
 Agora, respondam:
 Vocês consideram que a Terra está mesmo doente? 
 Se responderem sim, quais seriam as doenças da Terra? Expliquem. 
 Registrem as observações de vocês no caderno.
TEXTO 1
A Terra está mesmo doente?
(Fonte: adaptado de Instituto Unibanco/Fundação Victor Civita. Meio ambiente conhecer 
para preservar – v. 1. Encarte da revista Escola, São Paulo, n. 161, p. 1A, abr. 2003.) 
2. Apresentem as observações para os demais colegas e discutam-nas com a 
classe e o professor.
3. Agora, leiam o texto 2 apresentado a seguir.
TEXTO 2
Áreas férteis transformadas em desertos, fl orestas devastadas, plantas e 
bichos ameaçados de extinção, rios, lagos e mares poluídos, substâncias 
tóxicas no ar que respiramos... uma diversidade de problemas decorrentes, 
unicamente, da falta de cuidado do homem com o planeta.
  Que relação vocês percebem entre esse texto e a atitude dos animais do 
primeiro texto? Expliquem.
  E entre esse texto e as “doenças da Terra”? Junto a seus colegas de grupo, 
tente explicar cadaum dos tópicos apresentados nesse texto, identifi cando 
seus efeitos na vida das pessoas. Acrescentem a esses tópicos outros que 
você e a classe tenham identifi cado na refl exão coletiva. Registrem as suas 
refl exões no caderno.
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38 COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ATIVIDADE 3A: DESEQUILÍBRIOS PROVOCADOS 
PELO HOMEM
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
1. Leia com seus colegas de grupo os verbetes sobre o efeito estufa, chuvas áci-
das, desertifi cação, biodiversidade, ecossistema e erosão. Eles apresentam 
uma rela ção dos problemas ambientais da atualidade, suas causas e também 
suas consequências.
EFEITO ESTUFA 
A poluição do ar é uma das principais causas do aquecimento. A superfície 
terrestre refl ete uma parte dos raios solares, mandando-os de volta para o 
espaço. Uma camada de gases se concentra ao redor do planeta, formando 
a atmosfera, e alguns deles ajudam a reter o calor e a manter a temperatura 
adequada para garantir a vida por aqui.
Nas últimas décadas, muitos gases poluentes vêm se acumulando na atmos-
fera e produzindo uma espécie de capa que concentra cada vez mais calor 
perto da superfície da Terra, aumentando ainda mais a temperatura global. É 
o chamado efeito estufa.
Outro problema que afeta diretamente o clima é a devastação das matas, 
pois elas ajudam a manter a umidade e a temperatura do planeta.
Infelizmente, o desmatamento já eliminou quase metade da cobertura vege-
tal do mundo.
(Disponível em: <http://recreionline.abril.uol.com.br/fi que_dentro/ciencia/natureza.
conteudo_233685.shtml>. Data de acesso: 17 nov. 2007.)
CHUVA ÁCIDA 
Considerada um dos maiores problemas ambientais do mundo contemporâ-
neo. O termo designa genericamente a chuva, neve ou neblina com alta con-
centração de ácidos em sua composição. A principal medida para a redução 
desse tipo de fenômeno é o uso de combustíveis alternativos ou a utilização 
de carvão com menor teor de enxofre.
(Disponível em: <http://guiadoscuriosos.ig.com.br/index.php?cat_id=50655>. 
Acesso em: 17 nov. 2007.)
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39COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
DESERTIFICAÇÃO 
O fenômeno consiste na perda da produtividade biológica e econômica do 
solo de uma região. O uso de agrotóxicos, o desmatamento de fl orestas e o 
mau uso da terra são seus principais causadores. Um quarto do planeta está 
amea çado pela desertifi cação, e pesquisas mostram que 135 milhões de pes-
soas no mundo já tiveram que deixar o local onde moravam por causa dela.
(Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.uol.com.br/glossario/b.shtml>. 
Acesso em: 17 nov. 2007.)
BIODIVERSIDADE 
O termo abrange toda a variedade das formas de vida, espécies e ecossiste-
mas em uma região ou em todo o planeta. Em todo o mundo, estima-se que 
existam pelo menos 14 milhões de espécies vivas. Como não é distribuída 
uniformemente pela Terra, ela é maior em ambientes com abundância de luz 
solar, água doce e clima mais estável. Segundo a Conservation International, 
o Brasil é considerado megabiodiverso, pois possui mais de 70% das espé-
cies vegetais e animais do planeta.
(Disponível em: <http://www.faber-castell.com.br/>. Acesso em: 17 nov. 2007.)
O QUE É ECOSSISTEMA? 
É o conjunto dos relacionamentos que a fauna, fl ora, micro-organismos e o 
ambiente, composto pelos elementos solo, água e atmosfera mantêm entre si.
Todos os elementos que compõem o ecossistema se relacionam com equilí-
brio e harmonia e estão ligados entre si. A alteração de um único elemento 
causa modifi cações em todo o sistema, podendo ocorrer a perda do equilíbrio 
existente. Se, por exemplo, uma grande área com mata nativa de determinada 
região for substituída pelo cultivo de um único tipo de vegetal, pode-se com-
prometer a cadeia alimentar dos animais que se alimentam de plantas, bem 
como daqueles que se alimentam desses animais.
(Disponível em: <http://www.faber-castell.com.br/>. Acesso em: 17 nov. 2007.)
O QUE É EROSÃO?
A erosão é um processo que faz com que as partículas do solo sejam des-
prendidas e transportadas pela água, vento ou pelas atividades do homem.
A erosão faz com que apareçam no terreno atingido sulcos, que são peque-
nos canais com profundidade de até 10 cm, ravinas, que têm profundidade de 
até 50 cm, ou voçorocas com mais de 50 cm de profundidade.
O controle da erosão é fundamental para a preservação do meio ambiente, 
pois o processo erosivo faz com que o solo perca suas propriedades nutriti-
vas, impossibilitando o crescimento de vegetação no terreno atingido e cau-
sando sério desequilíbrio ecológico.
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40 COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
2. Quando terminarem a leitura, respondam:
  Quantas dessas consequências vocês acham que têm alguma ligação com 
desmatamento das fl orestas? Expliquem.
3. Depois de ter discutido o que entendeu junto a seu grupo, anote em seu cader-
no as informações mais importantes sobre cada um dos temas apresentados.
4. A seguir, apresente a refl exão do grupo para a classe e discutam-na coleti-
vamente.
DESEQUILÍBRIOS PROVOCADOS PELO HOMEM
PRINCIPAIS CAUSAS PROBLEMAS DECORRENTES CONSEQUÊNCIAS
AR-CONDICIONADO
REFRIGERADORES
SPRAYS AEROSSÓIS
PRODUÇÃO DE 
ESPUMA PLÁSTICA
SUPERPOPULAÇÃO,
CULTIVO E PASTAGENS
EM EXCESSO
CFC
CLORO-
FLUOR-
CARBONO
BURACO NA CAMADA
DE OZÔNIO
AQUECIMENTO GLOBAL
DIMINUIÇÃO DA
ÁGUA POTÁVEL
DIMINUIÇÃO DE
ALIMENTOS E
DESEQUILÍBRIO NA
CADEIA ALIMENTAR
MAIS DESERTOS E
MENOS OXIGÊNIO
DIMINUIÇÃO DA
BIODIVERSIDADE
DOENÇAS E FOME
EM MASSA
EXTINÇÃO DA VIDA
NA TERRA
EFEITO ESTUFA
CHUVA ÁCIDA
ENVENENAMENTO DA
VIDA AQUÁTICA E DA
PRODUÇÃO AGRÍCOLA
SOLOS MALNUTRIDOS
 E EROSÕES
DESERTIFICAÇÃO
EXTINÇÃO DE ESPÉCIES
POLUIÇÃO DO AR
FUMAÇA
LIXO
DESMATAMENTO
QUEIMADAS
MATAS E FLORESTAS
MATANÇA DE ANIMAIS
FÁBRICAS
QUEIMA DE COMBUSTÍVEL
FÓSSIL
PRODUTOS QUÍMICOS
NA AGRICULTURA
ESGOTO LANÇADO
NOS RIOS
ATERROS MUNICIPAIS
LIXO TÓXICO
USINA NUCLEAR
POLUIÇÃO DA ÁGUA
POLUIÇÃO DO SOLO
RADIOATIVIDADE
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41COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
ATIVIDADE 3B: O DESMATAMENTO E SUA INFLUÊNCIA EM 
DIFERENTES PROBLEMAS AMBIENTAIS
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
1. Com seu parceiro de trabalho, leia os textos apresentados a seguir. Eles de-
monstram alguns dos problemas ambientais atuais, suas causas e conse-
quências para a vida do planeta. Em cada um, faça anotações nas margens 
do texto ou no caderno sobre o que considerar importante e identifi cando as 
ideias principais.
A ESCASSEZ DA ÁGUA
A água disponível na Terra só será sufi ciente para mais 20 anos. 
De todo o líquido hoje disponível no planeta, 97% é água salgada dos mares e 
oceanos e 2% corresponde à água doce não disponível por estar solidifi cada 
em geleiras e icebergs. Menos de 1% da água existente na superfície terrestre 
é potável.
Apesar de anunciada, essa crise é agravada por diferentes fatores.
O fator mais importante é o crescimento demográfi co acelerado. No ano 
2000, 6 bilhões de pessoas habitavam a Terra. Na época, essa era a metade 
da população que, segundo os especialistas, a Terra poderia abrigar. Essa po-
pulação mais do que duplicou em 50 anos, pois em 1950 viviam 2,5 bilhões 
de pessoas na Terra. O crescimento, como se vê, é aceleradíssimo. Quando 
se considera, conforme informaçãoda ONU, que hoje cerca de 1,3 bilhão de 
pessoas não têm acesso à água potável, então só podemos concluir que a 
situação fi cará mais grave.
Outro fator que interfere na escassez de água do planeta é o desfl oresta-
mento desenfreado, que compromete as áreas de nascentes e as matas que 
fi cam à beira dos cursos de água (matas ciliares).
Além desses, há também a ocupação irregular do espaço, que destrói as 
 regiões dos mananciais e o avanço agrícola, que frequentemente causa asso-
reamento nos leitos dos rios.
(Fonte: adaptado de Instituto Unibanco/Fundação Victor Civita. Meio ambiente conhecer 
para preservar – v. 1. Encarte da revista Escola, São Paulo, n. 161, p. 1A, abr. 2003.)
OS DANOS À ATMOSFERA 
A atmosfera do nosso planeta funciona como uma capa protetora dele; uma 
capa que mantém a temperatura equilibrada tanto de noite como de dia, per-
mitindo que não escape calor absorvido do Sol e mantendo o planeta aque-
cido para que a vida seja possível. É isso que se denomina de efeito estufa. 
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42 COLETÂNEA DE ATIVIDADES - 4a SÉRIE
Sem esse cobertor natural, a vida na Terra não seria possível, pois a tempera-
tura média do planeta seria de 17 ºC negativos e sua superfície permaneceria 
coberta de gelo.
O problema é que essa capa vem sendo agredida tanto pelo desfl orestamen-
to quanto pela queimada desenfreada de combustíveis fósseis, como petró-
leo e carvão, pois isso provoca o aumento de gás carbônico na atmosfera e, 
dessa maneira, o planeta fi ca mais quente. 
Os pesquisadores afi rmam que as maiores consequências desse aquecimen-
to são os invernos cada vez mais rigorosos; a ocorrência de chuvas torren-
ciais e outras perturbações meteorológicas; a diminuição da espessura da ca-
mada de gelo polar no verão. Além disso, também a temperatura dos oceanos 
tem aumentado, o que provoca enorme impacto na cadeia da vida marinha e 
outros problemas.
Outro problema da atmosfera terrestre é a destruição da camada de ozônio, 
que protege contra o câncer de pele e outros efeitos negativos da radiação 
ultravioleta emitida pelos raios solares. Segundo os cientistas, os gases emi-
tidos pelos refrigeradores e outros produtos industrializados – clorofl uorcarbo-
no (CFC) – têm destruído as moléculas desse escudo protetor, que é a cama-
da de ozônio, provocando o aparecimento de um gigantesco buraco que, em 
certas ocasiões, chega a atingir 31 milhões de quilômetros quadrados.
A AMEAÇA À BIODIVERSIDADE
A biodiversidade do planeta tem sido terrivelmente ameaçada nos últimos 
tempos, provocando a destruição de inúmeras espécies da fl ora e da fauna. 
No Brasil, campeão mundial em número de espécies, dois ecossistemas en-
contram-se em situação crítica: a mata atlântica e o cerrado, que fi guram na 
lista dos 25 ambientes mais ameaçados do mundo.
As causas dessa catástrofe são as seguintes: a exploração de madeira, o 
avanço das fronteiras agrícolas, a caça e a extração ilegais e a devastação 
das fl orestas.
A LUTA PELA SUSTENTABILIDADE DO PLANETA
Hoje se tem consciência de que o planeta não é apenas a fauna e a fora 
excluindo-se delas o homem. O ser humano é uma das espécies que habita a 
Terra, relacionando-se com as demais de variadas maneiras. Portanto, meio 
ambiente não é algo que se situa fora do homem; ao contrário, o homem 
constitui o meio ambiente.
Por outro lado, o planeta não é de um, mas de todos. A natureza não é pro-
priedade de pessoas isoladas que habitam espaços defi nidos, mas patrimô-
nio da humanidade. Dessa forma, todos têm direito a ar puro, água, qualidade 
de vida. Essa compreensão pode estar ainda difusa para muitas pessoas, 
mas, a cada dia, fi ca mais evidente.
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Junto com essa compreensão, também é necessário vir a consciência de que 
foi a ação de cada um que veio transformando o planeta ao longo dos sécu-
los. Assim, é a ação de cada um, também, que pode reverter esse quadro. É 
urgente, então, a mudança efetiva de hábitos e atitudes de todas as pessoas 
que habitam esse planeta, na direção de se construir a sustentabilidade da 
vida na Terra.
2. Depois de ter lido os textos, comentando-os com seu colega, socialize suas 
anotações com o restante da classe.
3. A seguir, responda: Qual é a ação humana apresentada como causa de todos 
os problemas de que o texto fala? Explique.
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ATIVIDADE 3C: O DESMATAMENTO NO BRASIL E NO 
MUNDO
NOME ___________________________________________ DATA _____ / _____ / _____
1. Junto a seu professor e amigos, leia e discuta o texto abaixo. Depois, analise 
e comente com sua turma o infográfi co apresentado a seguir, que faz parte da 
reportagem “Onde a biodiversidade está mais ameaçada no planeta?”, publi-
cada no site Planeta Sustentável. 
Trata-se de material que apresenta – entre 34 pontos indicados por diversas 
organizações ambientais – os dez pontos mais críticos do planeta onde a bio-
diversidade se encontra ameaçada. 
Esses pontos são chamados de hotspots: são locais que possuem ao menos 
1.500 espécies de plantas endêmicas e já perderam 70% ou mais de suas 
áreas originais. Juntas, as 34 regiões ocupam menos de 3% da superfície do 
planeta, mas concentram 50% de todas as espécies vegetais e 42% de todos 
os vertebrados da Terra.
(Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.uol.com.br/noticia/ambiente/
conteudo_239360.shtml>. Acesso em: 5 jan. 2008.)
Esse nome – hotspot – foi criado em 1988 pelo ambientalista britânico Nor-
man Myers para resolver um dos maiores dilemas dos cientistas preocupados 
com a conservação do planeta: quais os critérios para criar uma área de pre-
servação do ambiente, mantendo a riqueza de espécies na Terra?
“Ao observar que a biodiversidade não está igualmente distribuída pelo plane-
ta, Myers procurou identifi car as regiões que concentram, nesse quesito, os 
mais altos níveis, e se perguntou onde as ações de conservação seriam mais 
urgentes. Esses locais, os hotspots, são, então, um tipo de pronto-socorro 
das espécies, áreas de rica biodiversidade e ameaçadas no mais alto grau, 
portanto, prioritárias para os ambientalistas.”
(Disponível em: <http://revistaescola.abril.uol.com.br/online/sequenciadidatica/
PlanoAula_25383.shtml>. Acesso em: 5 jan. 2008.)
Analise os dez pontos indicados no mapa, articulando a ele os textos das legen-
das apresentados a seguir. Depois, descubra:
a. Que região compreende o hotspot brasileiro apontado nesse mapa?
b. O que é que faz dele um hotspot?
c. Qual a principal ameaça à região?
d. Quanto ainda resta da mata original?
e. Quantas espécies endêmicas encontram-se ameaçadas?
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ESPÉCIES ENDÊMICAS
São as espécies que só são encontradas em determinadas regiões geográ-
fi cas específi cas (em geral, nas regiões de origem). Para alguns autores, é 
sinônimo de espécie nativa.
2. Reúna-se com seu colega de trabalho e responda, no caderno, as questões a 
seguir:
a. Copie do texto o trecho que defi ne hotspot.
b. O infográfi co que você leu mostra os dez hotspots mais críticos do planeta. 
Qual deles se encontra no Brasil? 
c. Qual é o hotspot que tem mais espécies endêmicas ameaçadas de extinção?
d. No infográfi co, sublinhe a principal ameaça