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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MAR Luminescência da Al2SiO5 e sua aplicação na dosimetria das radiações Yasmin Coelho Pio Santos 2016 Yasmin Coelho Pio Luminescência da Al2SiO5 e sua aplicação na dosimetria das radiações Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Ciências do Mar da Universidade Federal de São Paulo, Campus Baixada Santista, para a obtenção do título de Bacharel em Ciência e Tecnologia do Mar. Orientador: Prof. Dr. Nilo Francisco Cano Mamani Santos 2016 Pio, Yasmin Coelho, 1996- P6621l Luminescência da Al2SiO5 e sua aplicação na dosimetria das radiações / Yasmin Coelho Pio; Orientador: Prof. Dr. Nilo Francisco Cano Mamani – Santos, 2016. 39 f. : il. Color ; 30 cm. Trabalho de conclusão de curso (graduação) – Universidade Federal de São Paulo - campus Baixada Santista, Curso de Bacharelado Interdisciplinar de Ciências e Tecnologia do Mar, 2016. 1. Al2SiO5. 2. Dosimetria. 3. TL. 4. LOE I. Cano Mamani, Nilo Francisco, Orientador. II. Título. CDD 551.46 i Agradecimentos Em primeiro lugar, agradeço a Deus por ter me dado saúde e inteligência para que eu pudesse superar todas as dificuldades e conseguir chegar onde hoje estou. Também agradeço a Universidade Federal de São Paulo pela oportunidade de realizar este curso inovador, a todos os seus professores, a direção e administração. Agradeço especialmente ao meu professor orientador Nilo Francisco Cano Mamani por toda sua atenção, paciência, dedicação e esforço para que eu pudesse ter confiança e segurança na realização deste trabalho. A Sonia Tatumi pela disponibilidade para usar o leitor Risø TL/OSL. Agradeço, também de forma especial ao meus pais e ao meu irmão por toda a força e por não medirem esforços para que eu pudesse levar meus estudos adiante. Agradeço aos meus amigos, por confiarem em mim e estarem do meu lado em todos os momentos da vida. ii Resumo Foram obtidas pastilhas de silicato de alumínio pelo de método de sinterização a 800 °C por uma hora para estudo e análises das propriedades de termoluminescência (TL) e luminescência opticamente estimulada (LOE) com o objetivo de verificar as características dosimétricas deste material. Os difratogramas de raios X comprovaram que o material em estudo é o cristal de silicato de alumínio. As curvas de emissão TL das pastilhas sob irradiação gama apresentaram picos TL em 105 e 175 °C, os dois são completamente isolados um do outro. O pico TL em 175 °C apresenta comportamento linear com a dose de irradiação gama e boa estabilidade na temperatura ambiente. O sinal de emissão LOE das amostras cresce com a dose de irradiação e apresenta um comportamento linear para a dose de irradiação entre 0,081 Gy a 5,2 Gy. Palavra Chave: Al2SiO5, Dosimetria, TL, LOE iii Sumário 1. Introdução 1 2. Objetivos 3 3. Fundamentos Teóricos 4 3.1.Conceitos sobre física das radiações 4 3.1.1. Processos de interação da radiação com a matéria 4 3.1.2. Grandezas e Unidades de radiação 5 3.2.Termoluminescência 6 3.2.1. Curva de emissão TL 7 3.2.2. Dosimetria Termoluminescente 9 3.3. Luminescência Opticamente Estimulada 10 4. Materiais e Equipamentos 12 4.1.Materiais 12 4.2.Equipamentos 15 4.2.1. Irradiação gama 15 4.2.2. Tratamento térmico 16 4.2.3. Difração de raios X 17 4.2.4. Leitor de termoluminescência 17 4.2.5. Leitor de Luminescência Opticamente Estimulada 19 5. Resultados e Discussões 20 5.1.Difração de raios X 20 5.2.Termoluminescência 20 5.2.1. Estabilidade do pico TL em 175 °C (Fading) 24 5.3. LOE 26 6. Conclusões 30 7. Referências 31 iv Lista de Figuras Figura 1- Diagrama esquemático de excitação e estimulação TL (McKeever e Chen, 1997) 7 Figura 2 - Curva de emissão TL e alguns de seus parâmetros. (Marfunin, 1975) 8 Figura 3 - Curva típica de resposta TL de um material em função da exposição à radiação (Campos, 1998) 9 Figura 4 - Exemplo de curva de decaimento LOE para fluorita (Bibiano, 2015) 11 Figura 5 - Amostras de silicato de alumínio na cor preta e azul 12 Figura 6 - As esferas de alumina e o frasco de PVC utilizados para a moagem da amostra de silicato de alumínio 13 Figura 7 - Equipamento utilizado para a produção das pastilhas 14 Figura 8 - Irradiador Gamacell 15 Figura 9 - Irradiador gama do tipo panorâmica 16 Figura 10 - Fornos utilizados para o tratamento térmico e para a sinterização das pastilhas de silicato de alumínio 16 Figura 11 - Difratômetro de raios-X RIGAKU modelo Miniflex 17 Figura 12 - Leitor TL Daybreak modelo 1100 18 Figura 13 - Esquema do leitor TL Daybreak 1100. 19 Figura 14 - Leitor Risø TL/OSL 19 Figura 15 - Difração de raios-X do silicato de alumínio 20 Figura 16 - Curva de emissão TL para a pastilha 1 em função das diferentes doses de radiação gama 21 Figura 17 - Comportamento do pico TL em 175 °C em função da dose gama para a pastilha 1 22 Figura 18 - Curva de emissão TL para a pastilha 4 em função das diferentes doses de radiação gama 22 Figura 19 - Comportamento da intensidade do pico TL em 175 °C em função da dose gama para a pastilha 4 23 Figura 20 - Curva de emissão TL para a pastilha 7 em função das diferentes doses de radiação gama 23 Figura 21 - Comportamento da intensidade do pico TL em 175 °C em função da dose gama para a pastilha 7 24 Figura 22 - Curva de emissão TL da amostra para diferentes tempos de armazenamento após irradiação com raios gama de 5 Gy 25 v Figura 23- Variação da intensidade dos picos TL em 105 e 175 °C com o tempo de armazenamento após irradiação de 5 Gy 25 Figura 24 - Curva de emissão LOE da pastilha 1 para diferentes doses de irradiação 26 Figura 25 - Comportamento da intensidade do sinal LOE em função da dose de irradiação 27 Figura 26 - Curva de emissão LOE da pastilha 4 para diferentes doses de irradiação 27 Figura 27- Comportamento da intensidade do sinal LOE em função da dose de irradiação 28 Figura 28 - Curva de emissão LOE da pastilha 7 para diferentes doses de irradiação 28 Figura 29 - Comportamento da intensidade do sinal LOE em função da dose de irradiação 29 1 1. Introdução A história da dosimetria vem desde o final do século XIX com a recém descoberta dos raios-X, que foram usados imediatamente para tratamentos médicos. O sucesso dessa técnica foi observado no primeiro tratamento de tumor em 1899, mas as falhas, também foram observadas nas tentativas que antecederam esse sucesso. Isso evidenciou a importância de uma forma de medir as radiações emitidas de um tubo de raios-X (Hine e Brownell, 1967). Atualmente, a dosimetria possui diversas aplicações, já que as próprias emissões de radiações estão cada vez mais presentes nas atividades humanas do cotidiano, como na indústria dos fertilizantes, nos tratamentos médicos que utilizam a radioterapia,na produção de energia nas usinas nucleares, nos centros de pesquisas, nas atividades de mineração, na indústria petroquímica, entre outras (Campos, 1998). Nesse sentido, as medidas das intensidades das radiações no ambiente, não só as produzidas pelas atividades do homem, mas aqueles provenientes dos isótopos radiativos naturais passaram a ocupar um espaço muito importante. As interações físicas dos diversos tipos de radiação ionizante desencadeiam fenômenos químicos e biológicos que podem ocorrer até muito tempo após a irradiação com consequências extremas, por isso, a determinação da dose de radiação é cada vez mais motivo de estudo devido aos seus efeitos em seres vivos. A medida da radiação pode ser feita de diversas maneiras e utilizando diversos materiais. A princípio, qualquer material que sofra alguma mudança (física, química ou físico-química) quando exposto à radiação, pode ser considerado um detector de radiação. Mas, para esse material ser utilizado como dosímetro, ele deve apresentar várias outras características. Algumas características imprescindíveis para um bom dosímetro são: resposta proporcional à dose recebida, reprodutibilidade e estabilidade da resposta, ampla faixa de utilização, facilidade de utilização e leitura da resposta, além da viabilidade quanto ao custo. Os materiais luminescentes, naturais ou sintéticos, são amplamente utilizados em dosimetria da radiação (Sadar et al., 2013; Teixeira et al. 2012). Os centros de defeitos criados pela radiação ionizante são responsáveis pela luminescência (McKeever, 1985; Marfunin, 1979). A intensidade luminescente é proporcional à quantidade de energia absorvida, isto é, a dose de radiação à qual foi exposto o material, por tanto, a medida da dose pode ser realizada através de duas técnicas luminescentes, denominadas 2 termoluminescência(TL) e luminescência opticamente estimulada(LOE) e com diversos materiais. A aplicação do fenômeno de TL para a medida de dose radiação teve início a partir de 1947 (McKeever, 1985). O primeiro material utilizado para a dosimetria foi o LiF:Mg,Ti. Logo após esta aplicação outros materiais tais como, o CaF2 natural, CaF2:Mn, CaSO4 e Li2B4O7, foram utilizados para este fim (Campos, 1998). Desde então, houve um progresso considerável com respeito à eficiência dos dosímetros TL. Atualmente a dosimetria por LOE e TL são técnicas bem estabelecidas com aplicações nas áreas de dosimetria pessoal, ambiental, clínica e industrial (Bos, 2001; McKeever, 2002), porém, há um número limitado de materiais luminescentes utilizados em larga escala para as diversas aplicações da dosimetria, por isso, é importante a busca por novos materiais que apresentem bons resultados com ótimo custo-benefício. Os materiais naturais apresentam grande potencial para dosimetria das radiações, dentre esses materiais podem ser citados diversos silicatos brasileiros além de carbonatos e óxidos. Assim, neste trabalho estudamos e caracterizamos o silicato de alumínio através das técnicas citadas (TL e LOE) e, por conseguinte, verificamos se esse material obedece aos requisitos para ser considerado um bom dosímetro, ou seja, encontrar suas propriedades dosimétricas e sua possível aplicação na dosimetria das radiações. 3 2. Objetivo O objetivo do trabalho é produzir pastilhas de silicato de alumínio pelo método de sinterização e em seguida estudar e caracterizar as propriedades dosimétricas do material utilizando as técnicas de TL e LOE e, verificar se o silicato de alumínio cumpre os requisitos para ser considerado um bom dosímetro. 4 3. Fundamentos Teóricos Neste capítulo serão abordados os principais conceitos necessários para a compreensão da teoria adotada neste trabalho, referente à dosimetria das radiações e o estudo das propriedades dosimétricas do Al2SiO5 utilizando as técnicas de TL e LOE. 3.1 Conceitos sobre física das radiações A definição mais comumente empregada para descrever a radiação é a propagação de energia por meio de formas diferentes, esta propagação ocorre através do tempo e do espaço. Os principais tipos de radiação são: alfa, beta e gama. As radiações alfa e beta são corpusculares e originadas no núcleo atômico, mas diferem quanto a seu alcance. As partículas alfa possuem pouco poder de penetração, sendo barradas por uma simples folha de papel e não possuindo capacidade de penetração na matéria. As partículas beta, podem se apresentar sob a forma de feixe de pósitrons ou feixe de elétrons, apresentam alcance maior que as partículas alfa. As radiações gama são constituídas por ondas eletromagnéticas, que são formadas no núcleo do átomo. Estas radiações possuem um alto poder de penetração. A radiação é classificada em duas categorias: ionizante e não ionizante, dependendo de sua capacidade de ionizar a matéria. A radiação não ionizante não tem o poder de ionizar o meio com a qual ela interage, enquanto que a radiação ionizante pode ser caracterizada por sua habilidade de excitar e ionizar os átomos do material com a qual ele interage. 3.1.1 Processos de interação da radiação com a matéria Os fótons da radiação podem sofrer diversas interações com os átomos de um atenuador. A probabilidade de cada interação ocorrer depende da energia do fóton da radiação e número atômico do atenuador. Durante a interação, o fóton pode desaparecer completamente (efeito fotoelétrico ou produção de pares) ou pode ser espalhado de forma coerente (espalhamento coerente) ou incoerente (efeito Compton). A seguir apresentamos de forma breve os principais processos de interação. Efeito fotoelétrico- Ocorre interação do fóton com um elétron orbital firmemente ligado de um atenuador e, então, o fóton desaparece e o átomo é ionizado, pois ele transfere toda a sua energia para o elétron. Enquanto isso, o elétron orbital é ejetado do átomo como um fotoelétron. 5 Espalhamento coerente (Rayleigh) – o fóton interage com um elétron orbital ligado. Esta interação é elástica, porque o fóton não perde essencialmente sua energia e, por isso, este espalhamento não desempenha nenhum papel no coeficiente de transferência de energia, mas apenas contribui no coeficiente de atenuação. Efeito Compton – (Espalhamento incoerente) – o fóton é espalhado por um elétron de baixa energia de ligação (denominado também de elétron recuado ou Compton), que recebe parte de sua energia. Produção de Pares – um fóton de alta energia desaparece ao se aproximar do núcleo atômico, e um par elétron-pósitron é produzido. Já que a massa é produzida totalmente da energia do fóton na forma de um elétron-pósitron, a produção de par tem uma energia limiar (energia mínima necessária do fóton para o efeito acontecer). 3.1.2 Grandezas e unidades de radiação A dosimetria está relacionada a métodos de determinação da quantidade de dose que é depositada em um meio material, pelas radiações ionizantes, sendo assim, a dose de radiação que um material recebe determina os efeitos que podem produzir sobre o material. Apresentamos a seguir as principais grandezas envolvidas na dosimetria das radiações: kerma, exposição e a dose absorvida. Kerma (K) – O kerma é aplicável a radiações ionizantes como os fótons. Esta grandeza mede a energia transferida da radiação ionizante para partículas carregadas, como os elétrons, e é representada pela expressão: 𝐾 = 𝑑𝐸 𝑑𝑚 onde: dE é a energia transferida (Joule) e dm = massa de ar (kg). A unidade do kerma é joule por kilograma. O nome dado a esta unidade é Gray (Gy). Exposição (X) – O conceitode exposição relaciona-se à quantidade total de cargas elétricas de mesmo sinal produzidas no ar quando elétrons e pósitrons liberados ou criados por fótons, em uma quantidade de massa, são completamente freados no ar. A exposição é expressa pela seguinte relação: 𝑋 = 𝑑𝑄 𝑑𝑚 6 onde: dQ é a quantidade total de cargas elétricas (C) e dm = massa de ar (kg). A unidade da exposição é o coulomb por kilograma. Dose absorvida (D) – A dose absorvida é uma grandeza que pode ser aplicada a ambas as radiações ionizantes para qualquer tipo de material, e representa a quantidade de energia absorvida pelo material exposto à radiação. A dose absorvida pode ser expressa pela seguinte relação: 𝐷 = 𝑑𝜀 𝑑𝑚 onde: dε é a energia absorvida de radiação (Joule) e dm a massa do material absorvedor (kilograma) A unidade utilizada para a dose absorvida é o Gray (Gy). 3.2 Termoluminescência O fenômeno de termoluminescência (TL) é um processo físico caracterizado por uma emissão termicamente estimulada, sob a forma de luz, da energia armazenada nos materiais termoluminescentes quando são irradiados, após serem aquecidos. Como foi mencionada na introdução, possui aplicação nas mais variadas áreas da dosimetria: dosimetria pessoal, ambiental, clínica e de altas doses (McKeveer, 1985). A TL pode ser descrita por dois estágios principais: o primeiro, no qual ocorre uma perturbação no processo levando-o de um estado de equilíbrio a um estado metaestável, e o segundo, no qual ocorre o retorno do processo do estado termicamente estimulado ao de equilíbrio. Inicialmente, a radiação ionizante causa a alteração no processo e, então, há a emissão de luz, como consequência do relaxamento do sistema durante o retorno à estabilidade. A TL pode ser compreendida utilizando a teoria de bandas, a seguir, uma breve descrição desta teoria para a TL. Teoria de Bandas Os materiais termoluminescentes, em geral têm estrutura iônica, isto é, são cristais formados por ligações iônicas. Estes cristais apresentam bandas, denominadas de: banda de valência (BV), banda proibida (BP) e banda de condução (BC). A banda de valência, na qual os elétrons ficam presos a sítios na estrutura cristalina, permanece repleta e a de condução, onde os elétrons ficam livres para se moverem no cristal, permanece vazia; estas duas bandas são separadas pela banda proibida, uma faixa larga de estados 7 energéticos não permitidos aos elétrons. A largura da banda proibida determina se o material é um isolante ou um semicondutor (MacKeever, 1985). Existem níveis de energia metaestáveis localizados na banda proibida, que ocorrem com a incorporação de impurezas ou a formação de defeitos na estrutura cristalina, denominados armadilhas. Os defeitos mais comuns que podem ocorrer nos cristais são a vacância de um átomo ou íon, ou a existência de um átomo numa posição intersticial. Durante o processo de irradiação com radiação ionizante são produzidos no cristal pares elétrons-buracos, que migram através dele até se recombinarem e serem capturados em armadilhas, conforme pode ser observada na Figura 1 Figura 1- Diagrama esquemático de excitação e estimulação TL (McKeever e Chen, 1997) Quando a amostra cristalina é aquecida, os elétrons absorvem energia térmica e escapam das armadilhas, migrando para a banda de condução, onde podem se movimentar livremente até se recombinarem com um buraco armadilhado, estes níveis localizados são os centros de recombinação. Após a recombinação, ocorre o processo de aniquilação e, então, a emissão de sua energia na forma de luz TL. 3.2.1 Curva de emissão TL A luz emitida por um cristal em função da temperatura de aquecimento é denominado de curva de emissão termoluminescente. Esta curva é a melhor característica de um material TL, e pode apresentar vários picos. Cada um desses picos é associado a uma armadilha de certa profundidade de energia, que pode ser de elétrons ou de buracos, 8 e é caracterizado pela temperatura em que ocorre o máximo de emissão, Figura 2 (McKeever, 1985). A forma da curva de emissão varia de um material para outro e depende de fatores como a taxa de aquecimento, dose de radiação e concentração de armadilhas. A presença de dois ou mais picos TL numa mesma curva de emissão revela a existência de mais de um tipo de armadilha. Figura 2 - Curva de emissão TL e alguns de seus parâmetros. TL é a intensidade termoluminescente em unidades arbitrarias, Tm1, Tm2 e Tm3 são as temperaturas onde ocorre um máximo de emissão (Marfunin, 1975) De maneira geral, a resposta na intensidade TL exibida por um cristal aumenta quando este é exposto à radiação, atingindo a saturação para exposições elevadas. Em alguns materiais TL a resposta inicial é linear, e em outros se observa um crescimento mais rápido do que o linear, comportamento que recebe o nome supralinearidade (Figura 3). 9 Figura 3 - Curva típica de resposta TL de um material em função da exposição à radiação (Campos, 1998) 3.2.2 Dosimetria Termoluminescente Os materiais que apresentam a propriedade termoluminescente são vários, e a escolha do melhor material a ser utilizado depende de alguns fatores, pois o material deve reunir determinadas características que façam da sua utilização um método prático e eficiente. Estas características são: Resposta TL linear para um amplo intervalo de dose Resposta de preferência pouca dependência da energia da radiação Sensibilidade, mesmo para doses muito baixas; Resposta reprodutível, inclusive para doses baixas (próximo ao limite de detecção do material TL). Os dosímetros TL podem ser produzidos nas mais diversas formas e dimensões, o que torna seu uso vantajoso. Além disso, outra vantagem é a possibilidade de reutilização destes materiais, após seu uso, por meio de tratamentos térmicos bem definidos. Uma característica muito importante é o limite inferior de dose de detecção da amostra. O limite inferior de detecção é definido como sendo a soma da média das leituras TL, e três vezes o desvio padrão das medições realizadas dos dosímetros não irradiados (que passaram por tratamento térmico). 10 Este limite inferior também depende das características do material utilizado como dosímetro TL. Sua determinação é importante, pois quanto menor for este limite, maior utilidade esta amostra terá para fins dosimétricos. Outro fator importante é a estabilidade da resposta TL. Uma amostra TL apresenta boa estabilidade quando a resposta TL devida à exposição do dosímetro a uma irradiação não apresenta variação durante o seu armazenamento à temperatura ambiente. A estabilidade de um dosímetro é influenciada pelo decaimento do sinal armazenado, entre os instantes da irradiação e da medição. 3.3 Luminescência Opticamente Estimulada A luminescência opticamente estimulada (LOE) é um fenômeno físico semelhante à TL e se refere a emissão de luz quando o cristal sofre uma excitação óptica, não térmica como na TL. Essa técnica também se trata de expor o material a uma radiação e a criação de pares de elétrons e buracos que serão armadilhados, assim como ocorre na TL. A amostra, então, é estimulada através de energia luminosa, que será absorvida pelos elétrons e buracos, o que permitirá que haja a recombinação dos mesmos, e assim, a emissão de luz. A intensidade do sinal LOE é proporcional a dose absorvida de radiação (Boetter-Jensen, 2003). Nessa técnica, o comprimento de onda da luz emitida durante a recombinação é geralmente menor do que aquele utilizado para o estímulo. Isso é possível, pois a energiado fóton emitido corresponde à recombinação elétron-buraco, e resulta de energia armazenada anteriormente pela interação com a radiação. As armadilhas podem ou não ser as mesmas que são associadas aos picos TL. O sinal TL, durante o aquecimento, surge como uma curva que representa a quantidade de luz que o material emitiu depois do aquecimento, essa curva apresenta vários picos, representando as diferentes armadilhas, sendo que cada uma delas é associada a uma energia de ativação (energia térmica necessária para que o elétron ou buraco escape da armadilha), enquanto que o sinal LOE, durante o estímulo com intensidade de luz constante, é observado como uma curva de decaimento conforme as cargas armadilhadas vão sendo liberadas, veja a Figura 4. Para a medida LOE contribuem somente as componentes da população de elétrons armadilhados que são fotoativas. 11 Figura 4 - Exemplo de curva de decaimento LOE para fluorita (Bibiano, 2015) 12 4. Materiais e equipamentos Nesta parte apresentamos uma descrição de uma forma breve e geral a preparação das amostras do silicato de alumínio para a produção dos dosímetros em forma de pastilhas, as fontes de irradiação, os fornos que foram utilizados para o tratamento térmico e os equipamentos de medida usados para o desenvolvimento do projeto. 4.1 Materiais As amostras de silicato de alumínio (preto e azul) investigadas neste trabalho foram adquiridas na LEGEP Mineração Ltda. que informou que este cristal é do estado de Minas Gerais (Figura 5). Figura 5 - Amostras de silicato de alumínio na cor preta e azul As amostras foram pulverizadas utilizando almofariz e um pistilo, ambos de cerâmica com dureza maior que o Al2SiO5. Após a trituração, foi realizada a separação granulométrica com duas peneiras, obtendo amostras pulverizadas com granulação entre 13 80 e 180 m. O pó fino foi usado para a análise por fluorescência de raios X e difração de raios X. É inconveniente que o material seja testado com ele na forma de pó, já que a manipulação de pó em dosimetria pode apresentar indefinição da forma, perda de massa nas transferências e influência da umidade do ar. Essas inconveniências dificultam os procedimentos de tratamento térmico, irradiação e leitura da luminescência. O procedimento clássico para transformar o pó em um corpo sólido foi o seguinte: preparação do pó fino compactação sinterização corpo sólido (pastilha). A amostra com granulação entre 80 e 180 mm foi submetida à moagem com esferas de alumina dentro de frascos de PVC (Figura 6) durante 24 horas. Isso faz com que se possa reduzir o tamanho das partículas da amostra, esta etapa é importante para facilitar a compactação da amostras em forma de cilindros (pastilhas). Figura 6 - As esferas de alumina e o frasco de PVC utilizados para a moagem da amostra de silicato de alumínio O pó muito fino foi pesado em alíquotas de 20 mg para a produção de pastilhas (Figura 7a), em seguida, essas pastilhas foram compactadas em moldes de aço com três orifícios de 6 mm de diâmetro (Figura 7b) aplicando uma pressão de 5 kPa (Figura 7c). As pastilhas compactadas foram sinterizadas a uma temperatura de 800 °C durante uma hora no forno de LACIFID. O equipamento utilizado para a produção das pastilhas e as 14 pastilhas prontas são apresentadas na Figura 7. A Figura mostra as pastilhas e o equipamento utilizado para a produção das pastilhas. Figura 7 - Equipamento utilizado para a produção das pastilhas (a) (b) (c) (d) 15 Equipamentos 4.1.1 Irradiação gama As pastilhas de silicato de alumínio foram irradiadas com raios gama para induzir os centros TL e que, eventualmente poderiam criar defeitos pontuais adicionais na amostra natural ou tratada termicamente. Tal irradiação com raios gama foi realizada no Centro de Tecnologia das Radiações (CTR) do CNEN/IPEN-SP. Foram usadas duas fontes de 60Co, uma fonte GamaCell com taxa de 0,873 kGy/h, para doses altas, e outra fonte tipo panorâmica com taxa de 10,73 Gy/h a 40 cm da fonte, para doses intermediarias. Também, foi usada uma fonte panorâmica de 173Cs com taxa de 0,625 mGy/min para doses na ordem de mGy, esta fonte pertence ao Instituto de Pesquisas de Energia Nuclear (IPEN). Figura 8 - Irradiador Gamacell 16 Figura 9 - Irradiador gama do tipo panorâmica 4.1.2 Tratamento térmico Os fornos empregados, no tratamento térmico das pastilhas assim como na sinterização, estão montados no laboratório LACIFID (Figura 10). Todos eles possuem um termopar (tipo K chromel alumel) conectado a um controlador de temperatura localizado em posição bem próxima à amostra, isso permite uma boa precisão nas temperaturas estabelecidas. Figura 10 - Fornos utilizados para o tratamento térmico e para a sinterização das pastilhas de silicato de alumínio 17 4.1.3 Difração de raios X A difração de raios X foi utilizada como método de análise para determinar a estrutura cristalina das amostras de Al2SiO5. O difratômetro de raios X utilizado foi de marca RIGAKU, modelo Miniflex (veja a Figura 11) pertencente ao Departamento de Ciências do Mar da UNIFESP. Para a obtenção dos difratogramas foi operado com tubo de ânodo de cobre (radiação Cu-K), com tensão de 40 kV e corrente de 20 mA. Figura 11 - Difratômetro de raios-X RIGAKU modelo Miniflex 4.1.4 Leitor de termoluminescência Para a obtenção das curvas de emissão TL foi utilizado o leitor de termoluminescência Daybreak Modelo 1100, fabricado pela Daybreak Nuclear and Medical Sistems INC. e que está montado no Laboratório de Cristais Iônicos, Filmes Fines e Datação (LACIFID) do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (Figura 12). Uma característica importante deste aparelho é a presença de um disco giratório porta- amostra que permite fazer até 20 leituras automáticas sucessivas. 18 Figura 12 - Leitor TL Daybreak modelo 1100 O sistema de aquisição de dados da Daybreak funciona basicamente com duas funções: aquecimento controlado e detecção de luz. O sistema de aquecimento é composto por uma placa (prancheta) de liga de platina, de 2,0x5,0 cm2 de área (chamada também de panela ou de porta-amostra), que é aquecida pela passagem controlada de corrente elétrica. Um termopar tipo K (chromel-alumel) soldado na parte inferior que monitora continuamente a temperatura da panela, permitindo ao controlador de temperatura, a cada instante, aplicar ou não a corrente elétrica à portas-amostra para o aquecimento controlado. A panela e o termopar ficam situados numa câmara escura, na qual há também uma entrada para o nitrogênio (Figura 13). O gerenciamento de todo este sistema é feito pelo software TLAPPLIC desenvolvido pelo fabricante. Uma das vantagens deste software é que o usuário pode configurar parâmetros experimentais, como a taxa de aquecimento (1 a 25 °C/s) e intervalo de temperatura (50 até 700 °C). Todas as leituras TL foram feitas em um ambiente com fluxo de nitrogênio, para evitar o sinal de TL espúria (Aitken, 1985). Além disso, o leitor Daybreak utiliza dois filtros, um azul escuro, Corning 7-59, e outro azul claro, Schott BG-39, que juntos atenuam fótons com comprimento de onda na região do infravermelho próximo, podendo registrar emissões luminescentes entre 300 e 500 nm. 19 Figura 13 - Esquema do leitor TL Daybreak 1100. O sistema está equipado com um disco giratório porta-amostra que possibilita fazer até 20 leiturasautomáticas sucessivas 4.2.5 Luminescência Opticamente Estimulada As medições de LOE foram realizadas utilizando um aparelho leitor Risø TL/OSL Reader, modelo DA-20 equipado com uma fonte beta de 90 Sr/90 Y, com taxa de 0,081 Gy/s (veja Figura 14) do Departamento de Ciências do Mar da Universidade Federal de São Paulo. A emissão de luz durante a leitura LOE é captado pela tuobo fotomultiplicador Bialkali EMI 9235QB. O equipamento possui um sistema automatizado de irradiação e leitura TL ou LOE, sem a necessidade de interrupção durante o processo de troca e medida das amostras. Figura 14 - Leitor Risø TL/OSL 20 Resultados e Discussões 4.2 Difração de raios X A difração de raios X é uma das principais técnicas de caracterização microestrutural de materiais cristalinos, por isso foi utilizada para a confirmação da estrutura cristalina das amostras de silicatos de alumínio utilizadas (preta e azul). Os resultados dessa análise possuem características específicas e únicas de cada cristal, gerando assim um padrão difratométrico, equivalente a uma impressão digital de cada estrutura cristalina. Com isso, os picos de difração encontrados na figura 15 foram comparados com o espectro do padrão do silicato de alumínio, e a partir dessa comparação, verificou-se a estrutura cristalina do silicato de alumínio. Figura 15 - Difração de raios-X do silicato de alumínio 4.3 Termoluminescência A termoluminescência possui uma grande aplicação na dosimetria das radiações e através dela, conseguimos fazer a análise da curva de emissão TL do silicato de alumínio que representa a luz emitida pelo material depois que ele é aquecido. Essa curva é composta por picos TL, em que cada pico é relacionado a uma armadilha, seja ela de elétrons ou buracos e a temperatura em que ocorre o máximo dessa emissão de luz. A curva TL também está relacionada com a temperatura, já que quando a temperatura está 21 baixa, poucas armadilhas são liberadas e quando a temperatura aumenta, os elétrons e buracos possuem uma probabilidade maior de saírem das armadilhas, por isso a emissão de luz é maior em temperaturas mais altas. O comportamento da intensidade TL em função da dose de irradiação para as pastilhas do silicato de alumínio preto foram estudadas. As Figuras 16 a 21 apresentam as curvas de emissão TL em função da dose obtida. Foram usadas doses de irradiação entre 0,01 até 25 Gy. Em todas as pastilhas é possível observar picos TL em 105 °C e 175 °C. A forma da curva de emissão TL depende dos tipos de armadilhas que existem no silicato de alumínio, isto é, se a amostra apresenta mais de um pico, significa que também existirá mais de um tipo de armadilha. No silicato de alumínio, foram observados dois picos, por isso, pode-se dizer que o cristal apresentou dois tipos de armadilhas que contribuem a emissão TL. Em todas as amostras analisadas, pode-se observar que os dois picos crescem com a irradiação gama. Tanto o pico de baixa temperatura (105 °C) como o pico em 175 °C permanecem na mesma posição, ou seja, não experimentam nenhum tipo de deslocamento na sua temperatura máxima, este comportamento é fundamental para a utilização do material como dosímetro. Também podemos observar o comportamento linear com a dose de irradiação do pico TL em 175 °C. Figura 16 - Curva de emissão TL para a pastilha 1 em função das diferentes doses de radiação gama 22 Figura 17 - Comportamento do pico TL em 175 °C em função da dose gama para a pastilha 1 Figura 18 - Curva de emissão TL para a pastilha 4 em função das diferentes doses de radiação gama 23 Figura 19 - Comportamento da intensidade do pico TL em 175 °C em função da dose gama para a pastilha 4 0 Figura 20 - Curva de emissão TL para a pastilha 7 em função das diferentes doses de radiação gama 24 Figura 21 - Comportamento da intensidade do pico TL em 175 °C em função da dose gama para a pastilha 7 4.3.1 Estabilidade do pico TL em 175 °C (Fading) A estabilidade da resposta TL do dosimetro está diretamente relacionada com a profundidade da armadilha na BP. Esta característica importante avalia se os elétrons armazenados nas armadilhas responsáveis pelo pico TL em 175 °C são afetadas pela temperatura de armazenamento (temperatura ambiente). Para estudar a estabilidade da resposta TL do pico em 175 °C foi aleatoriamente escolhida uma pastilha, devido que o processo demanda muito tempo e o comportamento das pastilhas é muito similar com a dose de irradiação. Assim, esta amostra escolhida foi exposta a radiação gama de 5 Gy e acondicionada em um envelope de plástico da cor preta para proteger da luz ambiente. As medições da estabilidade TL a temperatura ambiente foram realizadas com intervalos de tempo de 0 até 27360 minutos. Na Figura 22 podemos observar que a intensidade TL do pico em 105 °C diminui muito rápido com tempo de armazenamento, porém o pico TL em 175 diminui pouco com o tempo de armazenamento, sendo essa diminuição bastante acentuada até 60 minutos, após 60 minutos a intensidade continuo estável, como é 25 mostrado na Figura 23. Resultado que não era esperado devido à posição do pico TL com temperatura. Figura 22 - Curva de emissão TL da amostra para diferentes tempos de armazenamento após irradiação com raios gama de 5 Gy Figura 23- Variação da intensidade dos picos TL em 105 e 175 °C com o tempo de armazenamento após irradiação de 5 Gy 26 4.4 LOE A curva de emissão LOE não apresenta picos como a curva de emissão TL, já que o material é exposto a uma taxa de luz constante. Assim, conforme o tempo passa e as armadilhas vão sendo liberadas, a intensidade LOE diminui. Por isso, a curva de emissão LOE é uma curva de decaimento. A intensidade LOE é proporcional a quantidade de armadilhas e a taxa de radiação a qual o material foi exposto. Essa intensidade também foi analisada e foi obtida através do cálculo da área abaixo da curva de emissão LOE. As Figuras 24, 26 e 28 apresentam as curvas de emissão do sinal LOE para as pastilhas de silicato de alumínio. Nas Figuras 25, 27 e 29 podemos observar que todas as pastilhas apresentaram um comportamento linear para o intervalo de dose de irradiação entre 0,081 até 5,2 Gy. Além disso, também observamos a proporcionalidade da intensidade LOE com a dose de radiação, já que, também em todas as pastilhas a intensidade LOE cresceu com aumento da dose de radiação de forma linear. Figura 24 - Curva de emissão LOE da pastilha 1 para diferentes doses de irradiação 27 Figura 25 - Comportamento da intensidade do sinal LOE em função da dose de irradiação Figura 26 - Curva de emissão LOE da pastilha 4 para diferentes doses de irradiação 28 Figura 27- Comportamento da intensidade do sinal LOE em função da dose de irradiação Figura 28 - Curva de emissão LOE da pastilha 7 para diferentes doses de irradiação 29 Figura 29 - Comportamento da intensidade do sinal LOE em função da dose de irradiação 30 5. Conclusões As pastilhas de silicato de alumínio apresentam dois picos TL com máximos em 105 °C e 175 ºC que crescem linearmente com a dose de radiação gama. As posições dos picos TL não sofrem nenhum deslocamento, o que é um comportamento que favorece a dosimetria das radiações nesse material. Em relação a estabilidade dos picos TL, o pico de 175 ºC se mostrou muito mais estável, mantendo sua intensidade mesmo depois de 27360 minutos. Já o pico de 105 ºC perdeugrande parte da sua intensidade depois de 360 minutos. Quanto aos resultados de LOE, os valores se mostraram lineares e consistentes em todas as pastilhas na faixa de doses analisada, com resultados de intensidade de sinal LOE até para baixas doses de radiação como 0,081 Gy. Isso demonstrou que o silicato de alumínio apresentou resultados consistentes e estáveis tanto para altas e baixas doses de radiação, obtendo boas respostas para até 0,01 Gy, o que é importante para que o material seja usado para dosimetria com possíveis aplicações na dosimetria ambiental. Dos resultados obtidos neste trabalho, podemos concluir que as pastilhas de silicato de aluminio preparados por sinterização a 800 °C, é um bom candidato para a dosimetria por TL ou LOE, devido às características interessantes apresentadas pelo material, como, curva TL simples com dois picos isolados, alta sensibilidade, comportamento linear com a dose, estabilidade do pico TL em 175. Porém, ainda falta complementar alguns resultados pelo método de LOE como a estabilidade e reprodutibilidade dos sinais LOE. 31 6. Referências Attix F.H. Introduction to Radiological Physics and Radiation Dosimetry. WILEY-VCH 2007 Boetter-Jensen L., McKeever, S.W.S., Optically Stimulated Luminescence Dosimetry. 2003 Elsevier Campos L.L., Thermoluminescence of materials and its application on radiation dosimetry, Cerâmica 44, pp.244-251, 1998. Chen R., McKeever S.W.S., Theory of Thermoluminescence and Related Phenomena,World Scientific, Singapore, 1997. Disponível em: http://www.abequa.org.br/trabalhos/ccfgLOE_Abequa_final.pdf> Gerald J. Hine,Gordon L. Brownell - Radiation Dosimetry. Elsevier,12 de set de 2013- 946 páginas Guedes C.C.F., Sawakuchi A.O., Giannini P.C.F., DeWitt R., Aguiar V.A.P., Datação por Luminescência Opticamente Estimulada: Princípios e Aplicabilidade nos depósitos sedimentares Maia, L. P.; Gastão, F. G. C.; Tatumi, S. H.; Lacerda, L. 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