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IPHS Capítulo II Água Quente

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INSTITUTO MARIA IMACULADA 
Faculdades Integradas Maria Imaculada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INSTALAÇÕES PREDIAIS HIDRÁULICAS E 
SANITÁRIAS I 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO II – INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA QUENTE 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Eng. Luiz Manoel Furigo 
 
 
 
 
 
 
Mogi Guaçu, fevereiro de 2019. 
 
 
 
 
Instalações Prediais Hidráulicas e Sanitárias I 
Prof. Eng. Luiz Manoel Furigo 
 
 
1 
 
2 INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA QUENTE 
 
 
2.1 GENERALIDADES 
 
 
O fornecimento de água quente representa uma necessidade nas instalações de 
determinados aparelhos e equipamentos ou uma conveniência para melhorar as condições de 
conforto e higiene em aparelhos sanitários de uso comum. As presentes instruções serão 
baseadas na norma pertinente: NBR 7198 – Projeto e execução de instalações prediais de água 
quente. 
 
A obtenção e a distribuição de água quente podem ser efetuadas de muitas maneiras 
distintas, conforme as necessidades e as limitações que envolvem as alternativas possíveis de um 
projeto específico. Dessa forma, o sistema de aquecimento pode variar desde um simples fogão a 
lenha até um conjunto constituído de grandes caldeiras e reservatórios especiais, empregando, 
como fonte de calor, eletricidade, gás, óleo ou energia solar. 
 
Os principais usos de água quente, em prédios residenciais, e as temperaturas convenientes, 
nos pontos de utilização, estão apresentados na tabela 2.1. Quando uma instalação deve fornecer 
água em temperaturas diferentes nos diversos pontos de consumo, faz-se o resfriamento com um 
aparelho misturados de água fria ou o aquecimento adicional com um aquecedor individual no local 
de utilização. 
 
Tabela 2.1. Temperaturas recomendadas. 
Uso Temperatura ºC 
Banhos, lavagem de mãos e limpeza 40 a 50 
Cozinhas 55 a 75 
Lavanderias 75 a 80 
Finalidades médicas > 100 
 
Algumas fórmulas úteis para conversão de unidades de energia são: 
 
𝑄 = 𝑚 . 𝑐 . (𝑡2 − 𝑡1) (01) 
 
onde: 
𝑄 é a quantidade de calor, em 𝑘𝑐𝑎𝑙; 
𝑚 é a quantidade de água, em 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠; 
𝑡2 é a temperatura final, em °𝐶; 
𝑡1 é a temperatura inicial, em °𝐶; 
𝑐 é o calor específico, em 𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑘𝑔 . °𝐶⁄ (para a água, 𝑐 = 1) 
 
1 𝑘𝑊. ℎ = 860 𝑘𝑐𝑎𝑙 (02) 
 
𝑄 = 0,00024 . 𝑅 . 𝐼2 . 𝑡 (03) 
 
Esta última expressão calcula a quantidade de calor, em 𝑘𝑐𝑎𝑙, produzida numa resistência 𝑅, 
por uma corrente de 𝐼 amperes, em 𝑡 segundos. 
 
 
 
Instalações Prediais Hidráulicas e Sanitárias I 
Prof. Eng. Luiz Manoel Furigo 
 
 
2 
 
2.2 TERMINOLOGIA 
 
 
A terminologia adotada é a presente na NBR 7198. 
 
Aquecedor – Aparelho destinado a aquecer a água. 
 
Aquecedor de acumulação – aparelho que se compõe de um reservatório dentro do qual a 
água acumulada é aquecida. 
 
Aquecedor instantâneo – aparelho que não exige reservatório, aquecendo a água quando de 
sua passagem por ele. 
 
Dreno – dispositivo destinado ao esvaziamento de recipiente ou tubulação, para fins de 
manutenção ou limpeza. 
 
Dilatação térmica – variação nas dimensões de uma tubulação devida às alterações de 
temperatura. 
 
Dispositivo anti-retorno – dispositivo destinado a impedir o retorno de fluídos para a rede de 
distribuição. 
 
Dispositivo de recirculação – dispositivo destinado a manter a água quente em circulação, a fim 
de equalizar sua temperatura. 
 
Dispositivo de pressurização – dispositivo destinado a manter sob pressão a rede de 
distribuição predial, composto de tubulação, reservatórios, equipamentos e instalação 
elevatória. 
 
Engate – tubulação flexível ou que permite ser curvada, utilizada externamente para conectar 
determinados aparelhos sanitários – geralmente bidês e lavatórios – aos respectivos pontos de 
utilização. 
 
Isolamento térmico – dispositivo utilizado para reduzir as perdas de calor ao longo da 
tubulação condutora de água quente. 
 
Junta de expansão – dispositivo destinado a absorver as dilatações lineares das tubulações. 
 
Misturador – dispositivo que mistura água quente e fria. 
 
Reservatório de água quente – reservatório destinado a acumular água quente a ser 
distribuída. 
 
Respiro – dispositivo destinado a permitir a saída de ar e/ou vapor de uma instalação. 
 
Tubulação de retorno – tubulação que conduz a água quente de volta ao reservatório de água 
quente ou aquecedor. 
 
Válvula de segurança de temperatura – dispositivo destinado a evitar que a temperatura da 
água quente ultrapasse determinado valor. 
 
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Prof. Eng. Luiz Manoel Furigo 
 
 
3 
 
2.3 SISTEMAS DE AQUECIMENTO 
 
 
A distribuição de água quente, desde os aquecedores até os pontos de utilização, é feita 
através de tubulações completamente independentes do sistema de distribuição de água fria. O 
abastecimento de um prédio pode ser efetuado através de três maneiras distintas: 
 
a) Aquecimento individual (local) 
Quando o aquecedor atende a um único ou poucos aparelhos. Podem ser incluídos nesse 
caso, por exemplo, torneira ou chuveiro elétrico, pequenos aquecedores a gás ou elétricos, que 
alimentam um único compartimento sanitário, etc. 
 
Para este sistema não existe a necessidade de uma rede de tubulações para água quente, 
visto que os aparelhos estão geralmente nos ambientes em que são utilizados. Os aquecedores são 
instantâneos (de passagem). 
 
b) Aquecimento Central Privado 
Neste sistema se produz água quente para todos os aparelhos de uma unidade 
residencial (casa ou apartamento). Esta modalidade se torna vantajosa em prédios de 
apartamentos onde exista dificuldade de rateio na conta de energia e manutenção, que será de 
responsabilidade de cada condômino. O sistema central privado utiliza basicamente os 
seguintes tipos de fontes de energia: eletricidade, óleo combustível, gás combustível, lenha e 
energia solar. 
 
Os aparelhos de aquecimento para este sistema podem ser instantâneos (ou de 
passagem), onde a água vai sendo aquecida à medida que passa pelo aparelho (sem 
reservação) ou de acumulação, onde a água é reservada e aquecida para posterior uso. 
 
Para este sistema de aquecimento, deve haver uma prumada de água fria exclusiva, com 
dispositivo que evite o retorno da água do interior do aquecedor em direção à coluna de água, tal 
como o sifão térmico. Os aquecedores deverão ainda contar com dispositivo para exaustão dos 
gases e os ambientes onde os mesmos serão instalados devem obedecer às normas quanto à 
adequação de ambientes. A figura 2.1 ilustra o sistema central privado. 
 
A distribuição de água quente para este se sistema constitui basicamente de ramais que 
conduzem a água do aparelho de aquecimento até os pontos de utilização. Este caminhamento 
deverá ser o mais curto possível para se evitar perda de temperatura na tubulação ao longo do 
trecho. 
 
A escolha deste sistema deve levar em conta os fatores financeiros, visto que a 
instalação da rede demanda um certo investimento inicial. A adequação dos ambientes 
também deverá ser levada em consideração, visto que os ambientes necessitam de ventilação 
permanente e espaço físico adequado, principalmente no caso de se adotar aquecedores de 
acumulação, o que demanda espaço para sua instalação. Em certos casos, a falta de espaço 
remete à instalação de aquecedores de passagem. Outro fator importante na escolha de 
aquecedores de passagem ou acumulação é o caminhamento da tubulação. Trechos muito 
longos proporcionam perdas de temperatura, o que limita a utilização de um único aquecedor 
instantâneo. A alimentação de mais de um ponto de utilização com um único aquecedor de 
passagem também pode ser deficiente. Um aquecedor de acumulação, nestes casos, 
proporcionaria mais conforto ao usuário. 
 
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4 
 
Figura 2.1 – Esquema de alimentação de água fria para sistema central privado de uma 
residência, com aquecedor Junker de baixa pressão. 
 
c) Aquecimento Central 
Neste sistema, se produz água quente para todos os parelhos ou unidades da edificação. 
O aparelho de aquecimento é normalmente situado no térreo ou subsolo, para facilitar a 
manutenção e o abastecimento de combustível. O abastecimento de água neste caso também 
é feito através de uma prumada exclusiva. Estes aparelhos (comumente denominados de 
caldeiras) podem apresentar dispositivos para a troca do energético alimentador (sistema de 
backup); assim tem-se caldeira a gás e eletricidade num mesmo aparelho, proporcionando a 
alternância da fonte de energia. Assim como nos aquecedores de acumulação para central 
privada, o reservatório pode estar situado conjuntamente com o gerador ou não, dependendo 
do espaço físico destinado ao aparelho. Assim, pode-se ter o gerador no pavimento térreo ou 
subsolo e o reservatório na parte superior da edificação (cobertura). A figura 2.2 ilustra o 
sistema central coletivo. As dimensões variam conforme o volume contido e alguns fabricantes 
trazem recomendações quanto às dimensões das casas de caldeiras para a instalação das 
mesmas. 
 
A distribuição neste sistema pode ser ascendente, descendente ou mista. Na 
distribuição ascendente (Figura 2.3), tem-se um barrilete inferior que alimenta as colunas. Na 
distribuição descendente (Figura 2.4), as colunas são alimentadas por um barrilete superior. Na 
distribuição mista (Figura 2.5), existe dois barriletes, um superior e outro inferior. 
 
É recomendada quando não há rateio na conta, como em hotéis, motéis, hospitais, 
clubes, indústrias, etc. É recomendado também quando se dispõe de pouco espaço físico no 
interior do apartamento, ou então, em situações onde não se deseja a instalação de aparelhos 
de aquecimento no apartamento. Vale ressaltar que neste sistema a água é oferecida em 
maiores vazões e o correto dimensionamento do sistema proporciona quantidades de água 
quente adequadas em todos os pontos de utilização. Entretanto, as perdas de calor no 
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5 
reservatório são maiores do que as perdas verificadas num aquecedor utilizado no sistema 
central privado. 
 
 
Figura 2.2 – Sistema central coletivo: caldeira a gás combustível. 
 
 
 
Figura 2.3 – Sistema central coletivo: distribuição ascendente. 
 
 
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6 
 
Figura 2.4 – Sistema central coletivo: distribuição descendente. 
 
 
 
Figura 2.5 – Sistema central coletivo: distribuição mista. 
 
 
 
 
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7 
 
2.4 TIPOS DE AQUECEDORES 
 
 
Existe uma variação muito grande de tipos de aquecedores comerciais. Dessa forma, o 
projetista deverá conhecer, pelo menos superficialmente, as características gerais referentes aos 
tipos mais comuns de aquecedores. 
 
O princípio geral, é que a água aquecida apresenta densidade menor do que uma água com 
temperatura inferior. A tabela 2.2, mostra a variação do valor da densidade, em função da 
temperatura da água. 
 
Tabela 2.2 : Densidade da água para diferentes temperaturas. 
Temperatura 0C Densidade Temperatura 0C Densidade 
0 0,99987 40 0,992 
4 1,00000 50 0,988 
5 0,99999 60 0,983 
10 0,99973 70 0,978 
15 0,99913 80 0,972 
20 0,99823 90 0,965 
30 0,99567 100 0,958 
 
Entre os tipos de aquecedores, podemos destacar os aquecedores diretos livre ou sob 
pressão, que se diferenciam apenas na questão da água que está, no segundo caso, sob pressão 
maior que a atmosférica. Em ambos os casos, a água aquecida na serpentina, tem sua densidade 
diminuída, em relação à densidade da água que entra na canalização de descida, fazendo com que 
ela apresente tendência de subir pela outra canalização. Mesmo que não haja entrada de água fria, 
no reservatório, ocorrerá a recirculação contínua entre a água do reservatório e a água presente na 
serpentina. Para bom funcionamento, portanto, a extremidade da canalização de descida da água 
deverá sempre estar localizada em nível inferior à extremidade da canalização de subida e, a 
canalização de saída de água quente deverá ser instalada como derivação da canalização de subida 
ou na parte superior do reservatório. 
 
Outro tipo de aquecedor direto é o aquecedor a gás. Esse aquecedor possui uma “chama-
piloto”, que pode ser mantida com consumo de gás muito pequeno, que permite o acendimento do 
queimador sempre que ocorrer escoamento de água na serpentina. Na entrada de água fria, há uma 
redução de seção na serpentina, que provoca perda de carga e, consequentemente, uma diferença 
de pressão que é transmitida, através de dois pequenos dutos, entre os dois lados de uma 
membrana que aciona, por sua vez, a válvula reguladora da vazão de gás que tem acesso ao 
queimador. Quanto maior for a vazão de água fria, maior será a diferença de pressão transmitida, e, 
por conseguinte, maior será a vazão de gás de alimentação do queimador. Esse tipo de aquecedor 
deverá possuir chaminé, e ser instalado em local de boa ventilação. 
 
Nos aquecedores indiretos, o aquecimento é obtido pela utilização de um fluido 
intermediário (óleo, água, etc.), aquecido diretamente. 
 
Num dos tipos de aquecedores, existe dois circuitos distintos: um circuito fechado, de água 
que é aquecida diretamente na caldeira, e outro, em que ocorre o aquecimento da água que será 
utilizada para abastecimento. 
 
 
 
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8 
A canalização do circuito fechado contém água (ou outro líquido) que é superaquecida, 
empregando-se como fonte de calor, gás, óleo ou lenha. Parte desse circuito é imerso em um 
reservatório alimentado por água fria e por água de retorno do sistema de distribuição de água 
quente, onde ocorre o aquecimento e armazenamento da água que será fornecida para consumo. 
Quando o líquido usado para o aquecimento for a água, existe uma canalização de água fria para 
compensar perdas no circuito fechado. 
 
Os aquecedores ainda podem ser classificados como de passagem e de acumulação. São 
exemplos de aquecedor de passagem o chuveiro elétrico, torneira elétrica, aquecedor a gás, etc. 
Esse tipo de aparelho não exige reservatório, aquece a água quando da sua passagem pelo mesmo. 
 
O aquecedor de acumulação possui um reservatório dentro do qual a água acumulada é 
aquecida por um dispositivo adequado. 
 
Os aquecedores de acumulação e de baixa pressão (até 2 m.c.a., geralmente usados em 
residências), deverão ser instalados de modo que a canalização de alimentação de água fria saia do 
reservatório em cota superior ao aquecedor, entrando no mesmo pela parte inferior; essa 
canalização deverá ser provida de registro de gaveta. A canalização de água quente deverá sair pela 
parte superior oposta, e provida de respiro. 
 
E importante salientar que existem vários tipos de aquecedores e fornecedores, sendo que 
cada um exige condições específicas de produção de água quente, vazão máxima e pressão mínima 
e máxima, que devem ser rigorosamente respeitadas no projeto e na instalação. Às vezes, o 
descuido em não se consultar o fabricante (ou catálogos) pode ser muito desastroso, com relação à 
segurança e funcionamento da instalação. 
 
 
2.5 AQUECIMENTO SOLAR 
 
 
O consumo energético do planeta, apesar de sua crescente demanda, representa apenas 
1 10.000⁄ da energia enviada pelo sol que penetra em nosso planeta. 
 
A utilização de energia solar no aquecimento de água apresenta uma importância cadavez maior devido ao elevado custo das outras formas de energia. O aproveitamento da energia 
solar no aquecimento de água exige um investimento inicial elevado que normalmente é 
compensado pela gratuidade da energia solar. 
 
Vantagens: 
. Não é poluidora. 
. É auto-suficiente. 
. É completamente silenciosa. 
. É uma fonte alternativa de energia. 
. Geralmente está disponível no local do consumo. 
. Um bom aquecedor consegue elevar a temperatura da água acima de 80 ℃. 
 
Desvantagens: 
. Encontra limitações do ponto de vista arquitetônico e também de espaço. 
. Apresenta-se na forma disseminada, não concentrada, portanto de difícil captação. 
. Apresenta disponibilidade descontínua (dia / noite, inverno / verão). 
. Apresenta variações casuais (céu nublado, chuva). 
 
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9 
Para a utilização doméstica muitas vezes é complementado pelo aquecimento elétrico, para 
o dias sem sol. Nesses casos usam-se preferivelmente os coletores planos, por razões econômicas. 
 
É fato que a radiação solar não é constante ao longo do dia e varia também de acordo com 
as estações do ano. Portanto, para se obter o melhor rendimento, precisamos orientar o coletor de 
modo a receber a maior incidência dos raios solares. Para os coletores fixos, é fato comprovado 
experimentalmente que a inclinação que dá melhor incidência dos raios solares durante todo o ano, 
é em relação à horizontal, um ângulo resultante da soma da latitude do lugar mais 50 a 100. O 
coletor deve ser voltado para o Norte (para os habitantes do hemisfério Sul). O município de Mogi 
Guaçu está localizado na latitude 22o 22’ 20” Sul. 
 
O equacionamento do problema deveria ser a utilização de energia solar como 
aquecimento normal da água onde e sempre que possível, e o aquecimento elétrico ou com 
combustível auxiliar, e não o inverso. 
 
O sistema de geração de água quente à base de energia solar se compõe de (Figuras 2.6 e 
2.7): 
 
a) Coletores de energia (placas coletoras), que absorvem energia dos raios solares 
aquecendo-se e transferindo o calor para a água contida em um conjunto de tubos que 
constituem uma espécie de serpentina. 
 
b) Acumulador de energia (reservatório de água quente com revestimento térmico, 
boiler, storage). 
 
c) Rede de distribuição (tubulações e acessórios). 
 
d) Bomba de circulação, quando a circulação por convecção for suficiente para alcançar 
a temperatura desejada. 
 
 
Figura 2.6 – Instalação de coletor solar em residência. 
 
 
 
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10 
 
Figura 2.7 – Esquema típico de instalação de aquecedor solar. 
 
 
2.5.1 TIPOS DE INSTALAÇÃO 
 
A escolha do tipo de instalação dependerá dos custos, da disponibilidade de espaço, da 
frequência de utilização e da intensidade da radiação solar. Há quatro tipos de instalação: 
 
. circulação natural (termossifão) em circuito aberto 
. circulação natural (termossifão) em circuito fechado 
. circulação forçada em circuito aberto 
. circulação forçada em circuito fechado 
 
2.5.2 DIMENSIONAMENTO DA SUPERFÍCIE COLETORA 
 
Um coletor de 1 m2 é suficiente para 50 a 65 litros de água quente. Para se calcular a área 
necessária, utiliza-se a seguinte expressão: 
 
𝑆 =
𝑄
𝐼 . ℎ
 (04) 
 
onde: 
𝑆 é a área dos coletores, em 𝑚2; 
𝑄 é a quantidade de calor necessária, em 𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑑𝑖𝑎⁄ ; 
𝐼 é a intensidade de radiação solar, em 𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑚2. 𝑑𝑖𝑎⁄ ; 
ℎ é o rendimento do aproceitamento da energia por painel, estimado em 50%. 
 
 
 
 
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11 
 
2.6 DIMENSIONAMENTO 
 
 
2.6.1 ESTIMATIVA DE CONSUMO 
 
A NBR 7198 recomenda os valores mínimos mostrados na tabela 2.3. 
 
Tabela 2.3 – Consumo de Água Quente 
Prédio Consumo l/dia 
Alojamento provisório 24 per capita 
Casa popular ou rural 36 per capita 
Residência 45 per capita 
Apartamento 60 per capita 
Quartel 45 per capita 
Escola – Internato 45 per capita 
Hotel (sem cozinha e sem lavanderia) 36 por hóspede 
Hospital 125 por leito 
Restaurante e similar 12 por refeição 
Lavanderia 15 por kg de roupa seca 
 
Logicamente, conforme as condições específicas do prédio para o qual o projetista está 
desenvolvendo os estudos, poderá haver necessidade de serem adotados valores superiores aos 
estabelecidos pela ABNT. Na falta de informações mais precisas, deverão ser adotados consumos 
mínimos obedecendo aos valores estabelecidos pela NBR 7198. 
 
2.6.2 VAZÕES DAS PEÇAS DE UTILIZAÇÃO 
 
A Tabela 2.4 apresenta os valores das vazões, a serem considerados no dimensionamento 
para as principais peças de utilização. 
 
Tabela 2.4 – Vazão das Peças de Utilização 
Peças de Utilização de Vazão (l/s) 
Banheira 0,30 
Bidê 0,06 
Chuveiro 0,12 
Lavadora de roupa 0,30 
Lavatório 0,12 
Pia de despejo 0,30 
Pia de cozinha 0,25 
 
2.6.3 ESTIMATIVA DAS VAZÕES MÁXIMAS PROVÁVEIS 
 
A NBR 7198 recomenda que a estimativa de vazão para dimensionamento de uma 
canalização seja feita considerando o funcionamento não simultâneo (salvo casos especiais) de 
todas as peças por ela alimentadas. A vazão máxima provável poderá ser determinada através da 
utilização da fórmula, à seguir, ou do nomograma de cálculo de água fria. 
 
𝑄 = 𝐶 . √∑ 𝑃 
 
 
 
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onde: 
𝑄 é a vazão, em 𝑙 𝑠⁄ ; 
𝐶 é o coeficiente de descarga, usualmente adotado 0,30 𝑙 𝑠⁄ ; 
∑ 𝑃 é a soma dos pesos de todas as peças de utilização ligadas ao trecho. 
 
A tabela 2.5 apresenta dos pesos de cada peça de utilização de água quente. 
 
Tabela 2.5 – Pesos relativos das peças de utilização. 
Peças de Utilização de Peso 
Banheira 1,0 
Bidê 0,1 
Chuveiro 0,5 
Lavatório 0,5 
Pia de despejo 1,0 
Pia de cozinha 0,7 
Lavadora de roupa 1,0 
 
Os ábacos e nomogramas de cálculo de água quente, são utilizados os mesmos de água fria. 
A tabela 2.6 apresenta os diâmetros máximos recomendáveis em função da velocidade e da vazão e 
a tabela 2.7 fornece os diâmetros mínimos a serem adotados para os sub-ramais que alimentam as 
peças de utilização mais comuns. 
Tabela 2.6 – Velocidades e Vazões máximas 
Φ (mm) V máxima (m/s) Q máxima (l/s) 
15 (½”) 1,60 0,20 
20 (¾”) 1,95 0,55 
25 (1”) 2,25 1,15 
32 ( 1 ¼”) 2,50 2,00 
40 ( 1 ½”) 2,75 3,10 
50 (2”) 3,15 6,40 
65 (2 ½”) 3,55 11,20 
80 (3”) 3,85 17,60 
100 (4”) 4,00 32,50 
 
Tabela 2.7 - Diâmetro dos Sub-ramais 
Peças de Utilização de Φ (mm) 
Banheira 15 (½”) 
Bidê 15 (½”) 
Chuveiro 15 (½”) 
Lavatório 15 (½”) 
Pia de cozinha 15 (½”) 
Pia de despejo 20 (¾”) 
Lavadora de roupa 20 (¾”) 
 
Quando é elaborado um projeto de instalações de água fria, em caso de dúvida, o projetista 
poderá adotar diâmetros ligeiramente superiores àqueles obtidos através do cálculo, que mesmo 
assim, o sistema funcionará a contento. No caso de água quente, isto não pode ser feito, pois as 
canalizações poderiam funcionar como reservatórios, ocasionando demora excessiva na chegada de 
água até os pontos de consumo, e assim, o seu resfriamento. 
 
 
 
 
 
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2.7 ISOLAMENTO 
 
 
As canalizações que transportam a água quente e os reservatórios devem ser 
convenientemente isolados de modo que não haja perdas excessivas de calor, onerando a operação 
do sistema e tornando-o ineficiente. A espessura do isolamento é mostrada na tabela 2.8. 
 
Tabela 2.8 - Isolamento de canalizações (diferença de temperatura entre água e ar: 500 C) 
Φ do tubo (mm) Espessura do isolamento (mm) 
15 a 32( ½” a 1 ¼”) 20 
40 a 65 (1 ½” a 2 ½”) 30 
80 a 100 (3” a 4”) 40 
Paredes planas 50 
 
Os isolantes comuns mais conhecidos são: massa de amianto e cal, calhas de cortiça, lã de 
vidro, vetroflex (tipo de feltro leve), vermiculita (obtido a partir da mica), entre outros. 
 
É importante salientar que a camada isolante deve permitir algum movimento das 
tubulações, visto que elas apresentam dilatação ou retração bastante sensíveis em função das 
variações de temperatura. 
 
 
2.8 MATERIAIS 
 
 
Os tubos podem ser de cobre, latão, aço galvanizado ou não e bronze, sendo que as 
conexões podem ser de cobre, latão, ferro maleável galvanizado ou não, bronze e cpvc. Os registros, 
válvulas e torneiras devem ser de bronze ou latão. 
 
Tecnicamente, o melhor material para a execução das instalações de água quente é o cobre, 
pois sua durabilidade supera a dos outros materiais comumente empregados para esse fim. 
 
Na união entre tubos de cobre e de aço galvanizado, deve-se tomar cuidado com a 
disposição dos tubos em relação ao fluxo de água. O sentido de escoamento deve ser do tubo de 
aço (ou ferro) para o tudo de cobre e nunca ao contrário. O fluxo no sentido contrário pode fazer 
com que “fragmentos” de cobre sejam carreados para o tudo de aço (ou ferro), e estes, por serem 
menos nobre, e por ocorrência de fenômenos elétricos, estes tubos poderão ser atacados por 
corrosão. 
 
As juntas podem ser desmontáveis ou permanentes. As juntas permanentes são executadas 
mediante a utilização de soldas. Os três tipos de solda mais comuns são: 
. solda capilar com solda mole: 50% de estanho e 50% de chumbo; 
. solda capilar com solda mole de maior resistência: 95% de estanho e 5% de chumbo; 
. solda brazagem com solda à base de latão, ligas de prata e ligas cobre-fósforo. 
 
Esse processo exige temperaturas de soldagem acima de 6000C, o que provoca recozimento 
e amolecimento dos tubos e conexões. Para compensar deve-se empregar tubos de paredes mais 
grossas. Esse processo é indicado para líquidos com temperatura acima de 1000C e gases ou ar sob 
pressão igual ou superior a 8 atm. 
 
 
Instalações Prediais Hidráulicas e Sanitárias I 
Prof. Eng. Luiz Manoel Furigo 
 
 
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O coeficiente de dilatação do cobre é de 0,000017/0Cm, resultando uma variação de 
0,85mm por metro linear de tubo, quanto a temperatura variar de 500C. 
 
Esse fato poderá provocar rachaduras no reboco, se a canalização estiver solidária ao 
material de revestimento das paredes. Para canalizações longas, são recomendadas, pelo menos o 
emprego de juntas de dilatação, luvas guia e luvas ponto fixo.

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