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CD Interativo de Histologia

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INTRODUÇÃO 
O aprendizado da Histologia depende da análise e compreensão de lâminas histológicas, o que ocorre em aulas práticas, ministradas nos laboratórios de microscopia. Geralmente, o acesso à coleção de lâminas fica limitado aos horários das aulas práticas, devido ao grande número de alunos, de diversos cursos, que utilizam esses laboratórios. Além disso, freqüentemente o número de livros e atlas de Histologia, disponíveis nas bibliotecas das universidades, é insuficiente para todos os alunos que cursam esta disciplina.
Diante disso, surgiu a idéia de disponibilizar um material didático ilustrado, acessível aos alunos, para complementar os conteúdos ministrados nas aulas de Histologia, na forma de um CD Interativo.
Este CD apresenta fotomicrografias digitalizadas de lâminas histológicas, com a respectiva descrição, que fazem parte do acervo das disciplinas de Histologia, pertencente ao Departamento de Morfologia do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). É, portanto, um roteiro ilustrado das lâminas histológicas utilizadas nas aulas práticas de Histologia, nesta Universidade. 
A produção deste material foi direcionada aos alunos, por isso as lâminas são identificadas por letras e números, de acordo com a seqüência da caixa que cada acadêmico utiliza durante as aulas práticas, e organizadas por assunto - tecidos (Histologia Geral) e sistemas (Histologia Especial). Dessa forma, facilita-se a orientação, bastando seguir o sumário descrito em "Conteúdo". 
Esperamos que este CD estimule o interesse dos alunos pelo aprendizado da Histologia, e dessa forma, contribua para melhorar a qualidade do ensino básico, fundamental para a formação de profissionais competentes, aptos a ingressarem no mercado de trabalho.
CITOLOGIA
INTRODUÇÃO - CÉLULAS ISOLADAS
 
LÂMINA A - Células epiteliais descamadas (mucosa oral humana, HE)
Trata-se de um esfregaço de células epiteliais coletadas da mucosa da boca e distendidas em lâmina corada pela hematoxilina e eosina (HE). Para uma boa observação, deve-se procurar uma célula isolada cuja forma é achatada e plana, de contorno irregular. O citoplasma volumoso é constituído principalmente de proteínas básicas. Pelo fato do citoplasma ser básico, ele terá afinidade pelo corante ácido, que é a eosina. A eosina tem coloração rosada ou alaranjada e impregna o citoplasma, que fica então rosado. As estruturas que se coram pelos corantes ácidos são denominadas acidófilas ou eosinófilas (filo = afinidade).
O núcleo é redondo, central e constituído principalmente por ácidos nucléicos. Por ter caráter ácido, o núcleo terá afinidade pelo corante básico, que é a hematoxilina, de cor roxa. As estruturas que se coram por corantes básicos são basófilas.
Células epiteliais (100x).
 
Célula epitelial (400x).
 
LÂMINAS C1 e C4 - Células caliciformes e membrana basal (Traquéia, HE e PAS)
Essas lâminas devem ser estudadas comparativamente. A técnica do PAS (lâmina C4) evidencia a presença de polissacarídeos, permitindo a visualização de estruturas tais como vesículas de secreção contendo muco, no citoplasma apical das células caliciformes, membrana basal, e outras, de maneira muito mais evidente que a técnica de HE. Na lâmina corada com HE (C1), analise a afinidade tintorial (basofilia X acidofilia).
 
Lâmina C1 - célula caliciforme (C) (HE, 400x).
 
Lâmina C4 - célula caliciforme (C) e membrana basal (seta) (PAS, 400x).
MEMBRANA E LIMITES CELULARES
 
LÂMINA O4 - Localização indireta da membrana plasmática (ovário, HE)
A espessura da membrana plasmática está abaixo do limite de resolução do microscópio óptico (M.O.), o que impede a sua visualização. Porém, de uma forma indireta neste órgão, é possível determinar o local onde ela se encontra. 
Inicialmente deve-se focalizar os ovócitos: células grandes, esféricas, com núcleo redondo apresentando nucléolo. Estas células encontram-se na periferia do ovário e estão bem delimitadas por uma substância acidófila (rosada) denominada zona pelúcida. A membrana plasmática, não visível, situa-se internamente a esta zona.
Limites celulares dos ovócitos (seta, 100x).
 
Limites celulares dos ovócitos (setas, 400x).
  
LÂMINA A5 - Limites celulares das células epiteliais da bexiga (HE)
Para encontrar estas células, procura-se o tecido que está revestindo o espaço interno (luz do órgão).
As células epiteliais podem apresentar formas variadas. Cada célula tem um núcleo que geralmente é arredondado, central e corado em púrpura ou roxo. Os limites das células coram em rosa forte e o citoplasma aparece pouco corado.
O objetivo do estudo desta lâmina é termos uma idéia aproximada da localização da membrana plasmática (esta membrana é invisível ao microscópio óptico), o que pode ser feito através da observação dos contornos ou limites celulares.
 
Células do epitélio da bexiga (seta, 100x).
 
Limites celulares (setas) - células da bexiga (400x).
LÂMINA A3 - Forma das células epiteliais da vesícula biliar (HE)
Deve-se procurar o tecido epitelial que se encontra revestindo a luz do órgão (vesícula biliar). Este epitélio é constituído por uma camada de células com formato cilíndrico. O núcleo acompanha o formato da célula, sendo cilíndrico ou ovalado e situado no polo basal. Este polo é o que fica próximo à membrana basal que, por sua vez, é uma estrutura localizada entre o tecido epitelial e o tecido conjuntivo subjacente, mas não é visível nesta lâmina. A zona rosada existente acima dos núcleos das células corresponde ao citoplasma das células adjacentes. Procure imaginar o local onde se situa a membrana plasmática de uma destas células, desenhando o contorno celular.
 
Célula epitelial cilíndrica da vesícula biliar: limites (área pontilhada) (400x).
CITOPLASMA E ORGANELAS
 
LÂMINAS A4 e K16 - R.E.R. e grânulos de secreção da célula acinar do pâncreas (Hematoxilina fosfotúngstica de Mallory e Hematoxilina crômica de Gomori, respectivamente)
As células secretoras do pâncreas exócrino se reúnem em grupos arredondados de células denominados ácinos. Cada uma das células do ácino tem forma aproximadamente piramidal. Em cada célula distingue-se uma região basal (que corresponde à base da pirâmide) e uma região apical (que corresponde ao ápice, parte mais estreita da célula/pirâmide).
Na região basal de cada célula existe muito retículo endoplasmático rugoso (RER), também denominado ergastoplasma. Como o RER tem ribossomos, ele é ácido, o que determina, nesta região, uma basofilia intensa (cor arroxeada). As vesículas do RER não podem ser individualizadas ao microscópio óptico. Nesta região da célula, também encontramos um núcleo redondo, bem delimitado, claro (cromatina dispersa) e com um ou dois nucléolos evidenciados em cor de vinho.
Na porção apical de cada célula observa-se grande quantidade de grânulos de secreção, também denominados grânulos de zimogênio, corados em cor de vinho ou vermelho. Esta granulação é uma característica das células que secretam proteínas de exportação.
Considerando o ácino (unidade secretora do pâncreas exócrino) como um todo, podemos observar que a sua periferia corresponde às regiões basais de células adjacentes e que o seu centro corresponde aos pólos apicais de células adjacentes. Na lâmina A4, alguns ácinos se romperam devido à técnica histológica, o que permite que se delimitem suas células.
 
Lâmina A4: ácino (área pontilhada); RER na região basal das células (seta); grânulos de secreção na região apical das células (GS) (400x).
 
Lâmina K16: RER (seta) e grânulos de secreção (GS) (400x).
LÂMINA K7 - R.E.R. e grânulos de secreção (Pâncreas - HE)
Observar que os ácinos (unidades secretoras do pâncreas exócrino) apresentam basofilia acentuada na porção basal de suas células. Esta basofilia corresponde a acúmulos de retículo endoplasmático rugoso, aí denominados ergastoplasma. Por outro lado, as porções apicais das mesmas células apresentam acentuada acidofilia, pois correspondem a acúmulos de grânulosde secreção, envoltos, portanto, por vesículas do aparelho de Golgi. 
 
Ácinos do pâncreas: RER (seta) e grânulos de secreção (GS) (400x).
NÚCLEO
 
LÂMINA O4 - Forma e localização do núcleo do ovócito (ovário, HE)
Procure um ovócito na periferia do ovário. Observe que o núcleo é redondo, às vezes excêntrico, e que a cromatina se encontra disposta frouxamente (eucromatina) o que confere ao núcleo a denominação de vesiculoso. O nucléolo (1 ou +) aparece dentro do núcleo como um ponto redondo e bem corado em roxo. Dependendo da incidência do corte, o nucléolo pode não ser evidenciado. 
Ovócitos com núcleo visível (setas) (100x).
 
Nucléolo (seta) em núcleo de ovócito (400x).
 
LÂMINA A3 - Forma e localização do núcleo da célula epitelial da vesícula biliar (HE)
A vesícula biliar apresenta-se cheia de pregas voltadas para a luz do órgão. O revestimento interno deste órgão é composto por uma camada de células epiteliais cilíndricas, cujos núcleos, de forma cilíndrica ou ovalada, situam-se no polo basal de cada célula. A cromatina nuclear é frouxa e se pode ver um ou mais nucléolos. Este epitélio é constituído por uma camada de células cilíndricas. Cada uma destas células apresenta um núcleo cilíndrico ou ovalado situado no polo basal. O núcleo apresenta cromatina frouxa e tem um ou dois nucléolos. O polo basal fica próximo à membrana basal, estrutura esta não visualizada neste preparado, localizada entre o tecido epitelial e o tecido conjuntivo subjacente. A zona rosada existente acima dos núcleos corresponde ao citoplasma de células adjacentes.
Procure imaginar o local onde se situa a membrana plasmática de uma destas células, desenhando o contorno celular.
Núcleo (seta) de célula epitelial da vesícula biliar (400x).
 
LÂMINA A1 - Nucléolo em células do fígado (hepatócitos, HE)
Estas células possuem um ou dois nucléolos arredondados e grandes. Cada núcleo aparece bem delimitado pelo envoltório nuclear e apresenta um ou dois nucléolos que são evidenciados como pontos bem escuros.
Núcleos de hepatócitos com nucléolo visível (seta) (400x).
DIVISÃO CELULAR
 
LÂMINA A2 - Mitose em raiz de cebola (coloração: hematoxilina férrica).
Para este estudo devem ser procurados os cortes longitudinais, mesmo que em algumas preparações existam também cortes transversais.
A mitose está dividida nas seguintes etapas: prófase, metáfase, anáfase e telófase. O período compreendido entre duas divisões mitóticas é chamado interfase, e é nele que ocorre a duplicação do DNA.
Visão geral (100x).
 
Interfase: é a fase da célula durante a qual não ocorre mitose. O núcleo na interfase é o que observamos usualmente nos preparados histológicos, onde a cromatina está dispersa e podem ser observados o envoltório nuclear e um ou mais nucléolos.
Interfase (400x).
Interfase (400x).
 
Prófase: caracteriza-se pela espiralização gradual dos cromossomos, que aparecem, então, como uma série de fios grossos ou pequenos bastonetes, os quais se coram intensamente. A membrana nuclear permanece íntegra.
A B
Prófase (A, B) (400x).
 
Metáfase: desaparecem a membrana nuclear e o nucléolo. Já é possível visualizar os cromossomos divididos longitudinalmente em duas cromátides que permanecem unidas por uma região chamada centrômero. Os cromossomos ficam dispostos na região correspondente ao equador da célula, denominada de placa equatorial.
Metáfase (400x).
Metáfase (400x).
 
Anáfase: nesta fase, as cromátides irmãs separam-se e migram para os polos da célula, seguindo a direção dos túbulos do fuso mitótico, ou seja, são "puxadas" pelos túbulos do fuso.
A
B
C
Anáfase (A, B, C) (400x) 
 
Telófase: caracteriza-se pela reconstrução gradual dos núcleos das células filhas. Os novos núcleos-filhos são inicialmente pequenos e muito densos; vão gradativamente crescendo enquanto seus cromossomos vão se dispersando. A reconstrução do núcleo parece ser o reverso da alteração da prófase: os cromossomos vão se afinando e se tornando pouco visíveis; sua presença, em dado momento, é revelada apenas por partículas dispersas de cromatina, característica do núcleo em interfase. Reaparecem um ou mais nucléolos. A divisão citoplasmática ocorre após o témino da divisão nuclear.
Telófase (400x).
 
Obs.: nas células somáticas humanas há 46 cromossomos. Nas células em estudo há apenas 8.

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