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Diversidade Cultural e Educação

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UNIDADE I
Diversidade Cultura e Educação: Concepções e Percepções�.
	
	Introdução 
“... a diversidade cultural à categoria de "patrimônio comum da humanidade", "tão necessária para a humanidade como a biodiversidade biológica para os organismos vivos" e cuja defesa é um imperativo ético indissociável do respeito à dignidade individual.” �
Como afirmou Mariza Peirano “na antropologia não há teoria separada da história da disciplina (embora teoria não seja história; mais, adiante) combinadas, elas formam uma história teórica, interna à prática da antropologia, que informa e guia seu refinamento e expansão a partir de pesquisas de campo nossas e de nossos predecessores”. Seguindo esta indicação o tema Diversidade Cultural será abordado a partir da história de autores e de teorias formuladas sobre o tema proposto. Não se trata de uma reconstrução histórica linear e factual, e sim informar o processo histórico. 
De acordo com Gisela Gonçalves o fenômeno da cultura ocupa um espaço privilegiado em todas as teorias sociais. Apesar das diferentes perspectivas sobre o que ela é de fato, há o entendimento geral de que se trata de um domínio do sentido da atividade humana. Assim, é possível afirmar que não há ação humana independente das relações sociais e a partir de tal afirmativa compreendemos que cultura é a principal característica humana. 
“A importância do conceito de cultura foi enfatizada ao se tornar um símbolo do Iluminismo e dos seus filósofos, por exemplo Hobbes, que designa "cultura" como o trabalho de "educação do espírito�". 
No texto intitulado Legitimação da Cultura Através da Literatura e da Arte Cênica os autores Ademilson Henrique da Cunha e Nália Aparecida de Lacerda Viana explicam que: 
até a 1ª metade do século XIX imperou uma concepção tradicional e singular de cultura - sinônimo de civilização. Posteriormente, esta concepção moderniza-se graças a importante contribuição da Antropologia, dividindo-se, então, em duas fases: a concepção descritiva e a concepção simbólica da cultura. 
Marcadas pelo Positivismo� e Evolucionismo� têm-se as primeiras tentativas de classificar cientificamente a cultura como objeto de estudos científicos. E, justamente, a partir da perspectiva evolucionista que Edward B. Tylor (1871) formulou-se a primeira definição do conceito antropológico de cultura: "Cultura é o complexo unitário que inclui o conhecimento, a crença, a arte, a moral, as leis e todas as outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade". 
No início do século XX teve inicio o processo de critica e superação do Evolucionismo e surgem novas correntes, como o Funcionalismo�. Esta perspectiva defende que um traço cultural só pode ter significado na medida em que tem uma determinada função no interior de sistema ou da estrutura dada. Malinowski é um dos autores classificados nessa perspectiva que buscou a descrição da cultura mais o seu funcionamento, demonstrando como os diferentes elementos da cultura respondem a determinada necessidade humana. 
No período entre as duas Grandes Guerras, a antropologia cultural americana se dedicou ao estudo do desenvolvimento material e técnico e transmissão do patrimônio social; colocando em relevo a noção de cultura material; todos os aspectos materiais da atividade humana - desde o trabalho do campo aos utensílios de cozinha - adquirem um valor que os torna partes integrantes de um sistema cultural determinado; explicam a cultura como sistema de comportamentos aprendidos e transmitidos pela educação, pela imitação e pelo condicionamento num dado meio social. “A concepção simbólica preocupa-se com os aspectos compreensivos da cultura, os elementos de análise já não são os objetos, artefatos em si, mas enquanto sistema de símbolos, de linguagem e sentido. A ênfase do aspecto simbólico retrata a atividade humana organizada em diferentes linguagens simbólicas (gestual, organização do espaço, linguagem das relações humanas, como a família), ou seja, uma organização da vida com sentido” �. 
“Na década de sessenta cresce o Estruturalismo (analogia consciente com a lingüística estrutural) de C.Lévi-Strauss que enfatiza o aspecto simbólico da cultura ao identificá-la como expressão de sistemas do espírito: a cultura é uma manifestação do mundo das idéias abstratas do espírito; é um instrumento de comunicação. Na sua expressão mais simples, o estruturalismo fornecia um modo de análise dos aspectos simbólicos da sociedade (sobretudo o mito, mas também o totem e outros sistemas de classificação). Na sua expressão mais complexa fazia afirmações sobre a universalidade dos modos de estruturação do pensamento” �. 
Na década de 70, Clifford Geertz (1926-2006) argumentou sobre a antropologia interpretativa. Esta perspectiva defende a irredutibilidade da cultura (a apreensão sobre o outro e o ambiente cultural é sempre limitada e diversificada); a cultura enquanto contexto e interpretação (buscar o ‘ponto-de-vista nativo’ e dialogar com ele); a cultura enquanto pública e dinâmica: socialmente produzida, compartilhada, híbrida, e não linear intersubjetiva e em mudança.
Contemporaneamente, com as evidências incontestáveis da diversidade de visões de mundo e sistemas de valores, reunidas pelos etnógrafos durante um século de antropologia, cultura segue como “conceito-chave”: para a antropologia este conceito (ferramenta teórica) é um instrumental teórico metodológico próprio ao desenvolvimento disciplinar. Sua definição única é impossível, devido ao uso analítico do mesmo. De forma genérica, pode-se dizer que a cultura é um conjunto de princípios, explícitos e implícitos, herdados pelos indivíduos enquanto membro de uma sociedade particular. Representa a forma de ver o mundo, sentir e expressar sentimentos, comportar-se e se relacionar com outras pessoas, as forças sobrenaturais e o meio ambiente. A cultura fornece a forma de transmissão de conhecimentos socialmente produzidos”�.  
Assim, diversidade cultural consiste em reconhecer as diferentes visões de mundo e sistemas de valores relativos na vida social de indivíduos e grupos na sociedade. 
Contemporaneamente, a diversidade cultural tem como pressuposto a orientação sexual, os discursos sobre a “raça”, etnia, religião, origem fundiária, grupos etários entre outras formas serão aqui indicadas no decorrer das aulas.
1.1 Algumas Contribuições Teóricas 
As contribuições teóricas no estudo do fenômeno cultural têm sido muitas e variadas. No ensaio em questão, Gisela Gonçalves realça alguns nomes, como Lucien Goldmann, Marcel Rioux, Michel de Certeau, Pierre Bourdieu, E. Verón, exatamente porque as suas reflexões "têm em vista procurar vias para superar a aludida concepção etnocêntrica e compartimentada de cultura e possibilitar uma análise das relações entre as diversas culturas coexistentes numa sociedade". 
Lucien Goldmann divide a cultura em estrato material e estrato ideal. O primeiro é a esfera das práticas técnicas, das intervenções instrumentais, onde há confronto direto, físico com a natureza e por isso, uma experiência existencial. O estrato ideal é a esfera das possibilidades futuras, onde a função dos objetos vem traduzida em símbolos, existindo um saber constituído. A articulação entre os dois estratos é feita através da noção de "homologia", que seria posteriormente aproveitada pela teoria de Bourdieu. 
Goldmann concebe a criação cultural como uma tomada de consciência coletiva catalisada pela consciência individual do criador. A obra cultural corresponde a uma "visão de mundo" que exprime e estrutura as aspirações dos demais membros do grupo com que o criador se identifica, porque a sua atividade se desenvolve no interior do campo de subjetividade criado pela prática social do seu grupo de referência. Há assim, uma homologia entre a dimensão material (experiência existencial) e a dimensão ideal (saber constituído), constata-se uma homologia entre estruturas mentais e estruturas de classe. 
A noção de homologia é recuperadapor Pierre Bourdieu, embora de uma forma menos linear, que juntamente com o conceito de "habitus", apresenta uma teoria com algumas características comuns à perspectiva de Goldmann. 
Nosso contemporâneo, Pierre Bourdieu é autor de uma vasta obra, onde um dos aspectos mais interessantes e discutíveis é, sem sombra de dúvida, a forma como relaciona as artes com as restantes dimensões da vida social. 
Este sociólogo francês, como é visível sobretudo em "La Distinction", ataca a noção de gosto cultural puro ou inato, sendo Kant o "alvejado" (não é ao acaso o subtítulo "Crítica Social do Juízo de gosto"). De fato, para Bourdieu, o olhar puro não pode ser incluído numa norma universal de prática estética porque está associado às condições de aquisição de cultura particulares (sociais e econômicas, privilegiados ou não). 
A sua crítica social do juízo de gosto é um modelo de análises estruturais e relacionais baseada numa concepção original da noção de classe social (que consiste em superar as abordagens clássicas, tanto na vertente marxista como de estratificação social) onde outras espécies de capital (além do econômico), são tidas em conta. Com essa finalidade, elaborou os conceitos de capital cultural (conhecimentos legítimos), capital social (diferentes tipos de relações valorizadas), e capital simbólico (prestígio e honra social), que a simples "condição de classe" (propriedades intrínsecas de um grupo), ou a posição ocupada no interior das relações econômicas, não são suficientes para designar as propriedades comuns, que fazem de um conjunto de indivíduos um grupo social relativamente homogêneo. 
Todas as configurações sociais passíveis de se estabelecerem entre os quatro tipos de capital, desenvolvem-se sobre um espaço pré-configurado a que Bourdieu denomina «Campo social»: "Eu defino um campo como uma rede, ou uma configuração, de relações objetivas entre posições definidas objetivamente, na sua existência e nas determinações que impõem aos seus ocupantes, agentes ou instituições, pela sua situação presente e potencial ... na estrutura de distribuição do poder (ou capital), cuja posse comanda o acesso aos benefícios específicos que estão em jogo no campo, assim como pelas suas relações objetivas com outras posições... ". 
Como essas posições sociais são estruturadas em termos de relação de poder estabelecem-se relações de dominação, subordinação ou equivalência (homologia) com outras, em virtude do acesso que possuem aos bens ou fontes (capital) que estão em jogo no campo. 
Em suma, é a noção de campo como "espaço social" de inter-relações que permite compreender as classes sociais. A própria noção de gosto em Bourdieu é utilizada como uma espécie de fenômeno que marca e mantém as fronteiras sociais, estando os sistemas de classificação cultural enraizados no sistema de classes. 
No seu esquema teórico as pessoas incorporam em «habitus» a estrutura e a situação objetiva da sua classe e exteriorizam, tanto nas práticas mais objetivos como nas mais simbólicas, apenas aquilo que interiorizaram: "o tempo leva os agentes a ajustar as suas aspirações às suas hipóteses objetivas, conduzindo-os assim, a esposar a sua condição, a tornarem-se aquilo que são, a contentarem-se com aquilo que têm (...) ". O habitus funciona como um princípio gerador, organizador e unificador das práticas, dos discursos, das representações, tanto ao nível do agente quanto ao nível do grupo ou da classe social. 
Como refere a autora Mª de Lourdes Lima dos Santos, a teoria de Bourdieu é alvo de críticas que o acusam de apresentar um modelo de reprodução social e cultural cristalizado e circular. Porque se as estruturas se reproduzem, produzem agentes dotados de disposições que engendram práticas adaptadas às estruturas. Assim, se há reprodução onde fica a inovação? As culturas dominadas serão apenas reflexo das culturas dominantes? Pierre Bourdieu defende-se com "zonas de incerteza da estrutura social", onde o habitus surge como um sistema aberto que permite um futuro diferente do que já está inserido na ordem estabelecida. 
Apesar desta crítica, a autora encontra nestes contributos teóricos dois aspectos fundamentais para a Sociologia da Cultura. O primeiro diz respeito ao relacionamento entre dois tipos de práticas culturais: as obras (produção cultural) e as artes dos dizeres e fazeres. O segundo aspecto refere-se à criação cultural como praxis, ou seja, como expressão de sujeitos coletivos em praxis quotidiana. Goldman e Bourdieu verificam a unidade de duas dimensões - da ação da vida quotidiana e da ação da produção de bens simbólicos - que permite entender "o papel do intelectual ou do artista na formação e expressão de uma consciência coletiva"�. 
  1.2 - Relações entre a Pequena e a Grande Tradição 
O estudo da relação entre a pequena e a grande tradição, segundo Gisela Gonçalves, é marcado por duas vertentes teóricas opostas: as Teorias unidireccionais e as Teorias dinâmicas e assimétricas. 
As Teorias unidireccionais (já ultrapassadas) tiveram duas variantes. As Teorias unidireccionais "de cima para baixo" (séc XVII-XVIII) defendiam que a cultura descia das gentes cultas para o vulgo; que existia um movimento descendente de propagação da grande cultura, com assimilação passiva pelas classes inferiores. As teorias unidireccionais "de baixo para cima" (séc. XVIII-XIX) eram apologistas de que a criatividade brotava do povo, havendo um movimento ascendente, com a revitalização da grande tradição na "absorção da seiva da pequena tradição". Estas teorias referem um movimento unidireccional que não se dá conta da dinâmica reciprocamente gerada nos confrontos entre as duas tradições. 
O caso das teorias dinâmicas e assimétricas é diferente porque já se preocupam com a interdependência entre as duas tradições, e empenham-se em renovar o estudo das culturas populares. É o caso do modelo de Robert Redfield das duas tradições culturais com a chamada "Two-way flow theory", retomado por R. Burke, que também sublinha a necessidade de o tornar assimétrico. 
De fato, estes e outros autores encontram diferentes assimetrias no intercâmbio entre as duas tradições, nas sociedades pré-capitalistas: a cultura popular era aberta a todos e transmitida informalmente em vernáculo nos lugares públicos (tabernas, praças, mercados, igrejas); a cultura cultivada era transmitida formalmente em latim em locais específicos como escolas, universidades, bibliotecas (e neste caso, a assimetria funciona a favor da exclusividade desta cultura). 
O estudo destas assimetrias leva a autora a uma chamada de atenção: "não incorrer na ingênua simplificação de falar da pequena tradição como se esta fosse um todo homogêneo". Daí a insistência em discriminar as várias culturas populares: “cultura rural, cultura urbana, diferenciação entre os diferentes modos de vida dos grupos analisados (artesãos, ferreiros, pastores, etc), e mesmo de grupos itinerantes (músicos, atores, saltimbancos, etc)”�. 
Para melhor compreender as assimetrias entre as duas tradições, devem-se apontar alguns dos seus condicionalismos (anteriores à centralização do poder político e religioso na Europa moderna): 
    1) o intercâmbio cultural mais visível era desempenhado por grupos sociais determinados: artesãos, atores, músicos, baixo clero, serviçais. 
    2) a reduzida instrução de grande parte da nobreza e clero conduzia ao intercâmbio cultural com a plebe; 
    3) as produções culturais de alguns agentes mediadores como os frades praticados em locais de largo acesso, com audiências heterogêneas. 
“Tudo isto não indica que a coexistência das duas tradições fosse pacífica porque, na realidade, se havia troca bilateral, ela era desigual. Por exemplo, no caso da medicina, apesar de médicos, bruxas, charlatães, cirurgiões, recorrerem a recursos comuns, a medicina popular não é bem vista pela erudita. Muitas das práticas culturais populares indicam mesmo uma imitação subversiva, em que a paródia e o absurdo são a desforra dos dominados, ou formas de resistênciae criação de alternativas frente à dominação simbólica - festas dos loucos, carnavais, etc. 
Consequentemente, configuram-se diferentes níveis de relações culturais, que importa referir: relações entre as diversas culturas da pequena tradição; relações entre as diversas culturas da grande tradição (por exemplo, o saber de uma elite eclesiástica e de uma elite civil); relações entre a pequena e a grande cultura; relações entre os centros; relações entre o centro e a periferia. E, naturalmente, todas estas variações nas relações culturais suscitam dificuldades no estudo do fenômeno cultural”�. 
 Quanto	 à grande tradição, no séc. XVII começa a ganhar novos espaços e surgem os públicos, "novo tipo de configurações sociais", na terminologia de Norberto Elias. 
A constituição e o significado dos públicos passa pela reunião de pessoas privadas, pela afirmação da individualidade e a agregação espontânea de indivíduo. A noção de público é original, sobretudo porque há partilha entre as diferentes classes e obedece a alguns critérios de funcionamento: 1) Igualdade de status e paridade de participação na cultura. Não se trata do acesso generalizado à cultura mas de algumas camadas sociais, como a burguesia, em conjunto com a nobreza urbana e o proletariado (no caso da Inglaterra). Há igualdade pelo uso da razão e não pelo berço (argumento algo ideal); 2) Laicização do universo da cultura. Só possível com a circulação da cultura como objeto mercantil (Gutemberg); 3) Não fechamento do público. 
 Ao surgirem novos espaços sociais de cultura, deslocam-se as atividades culturais da corte para a cidade. Esses novos espaços diferem de país para país, por exemplo, na Inglaterra, o pub era o local privilegiado de encontros literários. Já na França surgem os salões burgueses com realce para a música. 
A própria revolução francesa é o momento de reunificação das duas tradições num espaço especial que é a rua: equilíbrio entre a democratização da cultura e a mobilização da cultura popular. Desde aí, as oscilações na cotação da cultura popular são sintomáticas de lutas de classes. 
Quanto ao movimento romântico, retrata-se pela não aceitação das regras e do racionalismo da civilização das luzes. A artificialidade da cultura de corte enfrenta o culto da espontaneidade e do sentido de uma cultura popular (expressão de um povo simples e ingênuo semelhante ao bom selvagem) anterior ao processo de centralização do poder. 
Os autores românticos procuram legitimar a cultura popular com as armas da alta cultura. Assim, se na Grande Tradição há o criador original, na Pequena Tradição também, porque estão os Fazeres e Dizeres do Povo, uma "Alma coletiva ingênua". A Pequena e a Grande Tradição são ambas sinônimo de perenidade e autenticidade da obra. Pelo contrário, a cultura de massas é efêmera e vive da cópia. 
A campanha de restauração da cultura popular iniciada pelos românticos é o começo da valorização da cultura popular enquanto objeto digno de interesse e a sua mitificação como cultura pura e homogênea: "...expressão do que é simples e autêntico, e como tal deve ser preservado - e o seu envolvimento nas tentativas de emancipar o povo ignorante através da conversão à cultura cultivada"�.
UNIDADE II
Introdução:
A leitura a seguir é composta pela Declaração Universal Dos Direitos Humanos  adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da  Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. A leitura é obrigatória e, a Declaração deverá ser consultada, constantemente, sendo de fundamental importância para sua formação. 
2.1- Preâmbulo. 
        Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo.    
        Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum.   
        Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra tirania e a opressão,    
        Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações.
        Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla.    
        Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a desenvolver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a observância desses direitos e liberdades.
        Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mis alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso. 
2.2- A Assembléia  Geral proclama  
        A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.    
Artigo I 
        Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão  e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.    
Artigo II 
        Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,  religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 
Artigo III 
        Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IV 
        Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.    
Artigo V 
        Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Artigo VI 
        Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei.    
Artigo  VII 
        Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.    
Artigo VIII 
        Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem  os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.    
Artigo IX 
        Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.    
Artigo X 
        Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.    
Artigo XI 
        1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.    
        2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional.Tampouco será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo XII 
        Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo XIII 
        1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.    
        2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
Artigo XIV 
        1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.    
        2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
Artigo XV 
        1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.    
        2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo XVI 
        1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer retrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.    
        2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
Artigo XVII 
        1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.    
        2.Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo XVIII 
        Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
Artigo XIX 
        Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
Artigo XX 
        1. Toda pessoa tem direito à  liberdade de reunião e associação pacíficas.    
        2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo XXI 
        1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de sue país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.    
        2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.    
        3. A vontade do povo será a base  da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo  equivalente que assegure a liberdade de voto.
Artigo XXII 
        Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo XXIII 
        1.Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.    
        2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.    
        3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.    
        4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus interesses.
Artigo XXIV 
        Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas.
Artigo XXV 
        1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.    
        2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
Artigo XXVI 
        1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.    
        2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.    
        3. Os pais têm prioridade de direito n escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.
Artigo XXVII 
        1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios.    
        2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.
Artigo XVIII 
        Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e  liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Artigo XXIV 
        1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.    
        2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.    
        3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
Artigo XXX 
        Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição  de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.
UNIDADE III
	 
	 
Introdução:
	
A leitura do texto, a seguir, faz parte das referências obrigatórias da disciplina Diversidade Cultural e Educação, posto que compreende a legislação sobre Diversidade Cultural da UNESCO.
3.1 – A Declaração: Consideração iniciais. 
A Declaração foi aprovada por unanimidade em uma conjuntura muito singular: logo após os acontecimentos de 11 de setembro de 2001 a 31a reunião da Conferência Geral da UNESCO constituía o primeiro grande encontro de nível ministerial depois daqueles terríveis eventos.
Tal fato deu aos Estados a oportunidade de reafirmar a convicção de que o diálogo intercultural é a melhor garantia da paz e de rechaçar categoricamente a teoria de um inevitável choque de culturas e civilizações. Um instrumento de tal envergadura é algo novo para a comunidade internacional. Nele se eleva a diversidade cultural à categoria de "patrimônio comum da humanidade", "tão necessária para a humanidade como a biodiversidade biológica para os organismos vivos" e cuja defesa é um imperativo ético indissociável do respeito à dignidade individual.
A Declaração pretende preservar esse tesourovivo e, portanto, renovável, que é a diversidade cultural, diversidade que não cabe entender como patrimônio estático e sim como processo que garante a sobrevivência da humanidade. Busca também evitar toda segregação e fundamentalismo que, em nome das diferenças culturais, as sacralize, desvirtuando assim a mensagem da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
A Declaração destaca o fato de que cada indivíduo deve reconhecer não apenas a alteridade em todas as suas formas, mas também o caráter plural de sua própria identidade dentro de sociedades igualmente plurais. Somente dessa forma é possível conservar a diversidade cultural em sua dupla dimensão de processo evolutivo e fonte de expressão, criação e inovação. Assim, fica superado o debate entre os países que desejam defender os bens e serviços culturais "que, por serem portadores de identidade, valores e sentido, não devem ser considerados mercadorias ou bens de consumo como os demais" e aqueles que esperavam fomentar os direitos culturais, pois a Declaração conjuga essas duas aspirações complementares, destacando o nexo causal que as une: uma não pode existir sem a outra.
A Declaração, acompanhada, das linhas gerais de um plano de ação, pode tornar-se uma formidável ferramenta de desenvolvimento, capaz de humanizar a globalização. Evidentemente, nela não se prescrevem ações concretas, e sim orientações gerais que os Estados Membros, em colaboração com o setor privado e a sociedade civil, devem traduzir em políticas inovadoras em seu contexto específico. Esta Declaração, que opõe ao fechamento fundamentalista a perspectiva de um mundo mais aberto, criativo e democrático, é agora um dos textos fundadores de uma nova ética que a UNESCO promove no início do século XXI. 
3. 2 - Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural
A Conferência Geral, reafirmando seu compromisso com a plena realização dos direitos humanos e das liberdades fundamentais proclamadas na Declaração Universal dos Direitos Humanos e em outros instrumentos universalmente reconhecidos, como os dois Pactos Internacionais de 1966 relativos respectivamente, aos direitos civis e políticos e aos direitos econômicos, sociais e culturais, recordando que o Preâmbulo da Constituição da UNESCO afirma “(...) que a ampla difusão da cultura e da educação da humanidade para a justiça, a liberdade e a paz são indispensáveis para a dignidade do homem e constituem um dever sagrado que todas as nações devem cumprir com um espírito de responsabilidade e de ajuda mútua”, recordando também seu Artigo primeiro, que designa à UNESCO, entre outros objetivos, o de recomendar “os acordos internacionais que se façam necessários para facilitar a livre circulação das idéias por meio da palavra e da imagem”, referindo-se às disposições relativas à diversidade cultural e ao exercício dos direitos culturais que figuram nos instrumentos internacionais promulgados pela UNESCO, reafirmando que a cultura deve ser considerada como o conjunto dos traços distintivos espirituais e materiais, intelectuais e afetivos que caracterizam uma sociedade ou um grupo social e que abrange, além das artes e das letras, os modos de vida, as maneiras de viver juntos, os sistemas de valores, as tradições e as crenças.
Constatando que a cultura se encontra no centro dos debates contemporâneos sobre a identidade, a coesão social e o desenvolvimento de uma economia fundada no saber, Afirmando que o respeito à diversidade das culturas, à tolerância, ao diálogo e à cooperação, em um clima de confiança e de entendimento mútuos, estão entre as melhores garantias da paz e da segurança internacionais, aspirando a uma maior solidariedade fundada no reconhecimento da diversidade cultural, na consciência da unidade do gênero humano e no desenvolvimento dos intercâmbios culturais, Considerando que o processo de globalização, facilitado pela rápida evolução das novas tecnologias da informação e da comunicação, apesar de constituir um desafio para a diversidade cultural, cria condições de um diálogo renovado entre as culturas e as civilizações, Consciente do mandato específico confiado à UNESCO, no seio do sistema das Nações Unidas, de assegurar a preservação e a promoção da fecunda diversidade das culturas, proclama os seguintes princípios e adota a presente Declaração:
3.3 - Identidade, Diversidade e Pluralismo
Artigo 1 – A diversidade cultural, patrimônio comum da humanidade A cultura adquire formas diversas através do tempo e do espaço. Essa diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade. Fonte de intercâmbios, de inovação e de criatividade, a diversidade cultural é, para o gênero humano, tão necessária como a diversidade biológica para a natureza. Nesse sentido, constitui o patrimônio comum da humanidade e deve ser reconhecida e consolidada em beneficio das gerações presentes e futuras.
Artigo 2 – Da diversidade cultural ao pluralismo cultural
Em nossas sociedades cada vez mais diversificadas, torna-se indispensável garantir uma interação harmoniosa entre pessoas e grupos com identidades culturais a um só tempo plurais, variadas e dinâmicas, assim como sua vontade de conviver. As políticas que favoreçam a inclusão e a participação de todos os cidadãos garantem a coesão social, a vitalidade da sociedade civil e a paz. Definido desta maneira, o pluralismo cultural constitui a resposta política à realidade da diversidade cultural. Inseparável de um contexto democrático, o pluralismo cultural é propício aos intercâmbios culturais e ao desenvolvimento das capacidades criadoras que alimentam a vida pública.
Artigo 3 – A diversidade cultural, fator de desenvolvimento a diversidade cultural amplia as possibilidades de escolha que se oferecem a todos; é uma das fontes do desenvolvimento, entendido não somente em termos de crescimento econômico, mas também como meio de acesso a uma existência intelectual, afetiva, moral e espiritual satisfatória.
3.4 - Diversidade Cultural e Direitos Humanos
Artigo 4 – Os direitos humanos, garantias da diversidade cultural A defesa da diversidade cultural é um imperativo ético, inseparável do respeito à dignidade humana. Ela implica o compromisso de respeitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais, em particular os direitos das pessoas que pertencem a minorias e os dos povos autóctones. Ninguém pode invocar a diversidade cultural para violar os direitos humanos garantidos pelo direito internacional, nem para limitar seu alcance. 
Artigo 5 – Os direitos culturais, marco propício da diversidade cultural os direitos culturais são parte integrante dos direitos humanos, que são universais, indissociáveis e interdependentes. O desenvolvimento de uma diversidade criativa exige a plena realização dos direitos culturais, tal como os define o Artigo 27 da Declaração Universal de Direitos Humanos e os artigos 13 e 15 do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Toda pessoa deve, assim, poder expressar-se, criar e difundir suas obras na língua que deseje e, em partícular, na sua língua materna; toda pessoa tem direito a uma educação e uma formação de qualidade que respeite plenamente sua identidade cultural; toda pessoa deve poder participar na vida cultural que escolha e exercer suas próprias práticas culturais, dentro dos limites que impõe o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais.
Artigo 6 – Rumo a uma diversidade cultural accessível a todos Enquanto se garanta a livre circulação das idéias mediante a palavra e a imagem, deve-se cuidar para que todas as culturas possam se expressar e se fazer conhecidas. A liberdade de expressão, o pluralismo dos meios de comunicação, o multilingüismo, a igualdade de acesso às expressões artísticas, ao conhecimento científico e tecnológico – inclusive em formato digital - e a possibilidade, para todas as culturas, de estar presentes nos meios de expressão e de difusão, são garantias da diversidade cultural. 
3.5 - DiversidadeCultural e Criatividade 
Artigo 7 – O patrimônio cultural, fonte da criatividade Toda criação tem suas origens nas tradições culturais, porém se desenvolve plenamente em contato com outras. Essa é a razão pela qual o patrimônio, em todas suas formas, deve ser preservado, valorizado e transmitido às gerações futuras como testemunho da experiência e das aspirações humanas, a fim de nutrir a criatividade em toda sua diversidade e estabelecer um verdadeiro diálogo entre as culturas.
Artigo 8 – Os bens e serviços culturais, mercadorias distintas das demais Frente às mudanças econômicas e tecnológicas atuais, que abrem vastas perspectivas para a criação e a inovação, deve-se prestar uma particular atenção à diversidade da oferta criativa, ao justo reconhecimento dos direitos dos autores e artistas, assim como ao caráter específico dos bens e serviços culturais que, na medida em que são portadores de identidade, de valores e sentido, não devem ser considerados como mercadorias ou bens de consumo como os demais. 
Artigo 9 – As políticas culturais, catalisadoras da criatividade As políticas culturais, enquanto assegurem a livre circulação das idéias e das obras, devem criar condições propícias para a produção e a difusão de bens e serviços culturais diversificados, por meio de indústrias culturais que disponham de meios para desenvolver-se nos planos local e mundial. Cada Estado deve, respeitando suas obrigações internacionais, definir sua política cultural e aplicá-la, utilizando-se dos meios de ação que julgue mais adequados, seja na forma de apoios concretos ou de marcos reguladores apropriados.
3. 6 - Diversidade Cultural e Solidariedade Internacional
Artigo 10 – Reforçar as capacidades de criação e de difusão em escala mundial Ante os desequilíbrios atualmente produzidos no fluxo e no intercâmbio de bens culturais em escala mundial, é necessário reforçar a cooperação e a solidariedade internacionais destinadas a permitir que todos os países, em particular os países em desenvolvimento e os países em transição, estabeleçam indústrias culturais viáveis e competitivas nos planos nacional e internacional.
Artigo 11 – Estabelecer parcerias entre o setor público, o setor privado e a sociedade civil As forças do mercado, por si sós, não podem garantir a preservação e promoção da diversidade cultural, condição de um desenvolvimento humano sustentável. Desse ponto de vista, convém fortalecer a função primordial das políticas públicas, em parceria com o setor privado e a sociedade civil. 
Artigo 12 – A função da UNESCO 
A UNESCO, por virtude de seu mandato e de suas funções, tem a responsabilidade de:
a) promover a incorporação dos princípios enunciados na presente Declaração nas estratégias de desenvolvimento elaboradas no seio das diversas entidades intergovernamentais;
b) servir de instância de referência e de articulação entre os Estados, os organismos internacionais governamentais e não-governamentais, a sociedade civil e o setor privado para a elaboração conjunta de conceitos, objetivos e políticas em favor da diversidade cultural;
c) dar seguimento a suas atividades normativas, de sensibilização e de desenvolvimento de capacidades nos âmbitos relacionados com a presente Declaração dentro de suas esferas de competência;
d) facilitar a aplicação do Plano de Ação, cujas linhas gerais se encontram apensas à presente Declaração. 
3. 7- Linhas Gerais de um Plano de Ação para a Aplicação da Declaração Universal da Unesco Sobre a Diversidade Cultural
Os Estados Membros se comprometem a tomar as medidas apropriadas para difundir amplamente a Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural e fomentar sua aplicação efetiva, cooperando, em particular, com vistas à realização dos seguintes objetivos:
1. Aprofundar o debate internacional sobre os problemas relativos à diversidade cultural, especialmente os que se referem a seus vínculos com o desenvolvimento e a sua influência na formulação de políticas, em escala tanto nacional como internacional; Aprofundar, em particular, a reflexão sobre a conveniência de elaborar um instrumento jurídico internacional sobre a diversidade cultural.
2. Avançar na definição dos princípios, normas e práticas nos planos nacional e internacional, assim como dos meios de sensibilização e das formas de cooperação mais propícios à salvaguarda e à promoção da diversidade cultural.
3. Favorecer o intercâmbio de conhecimentos e de práticas recomendáveis em matéria de pluralismo cultural, com vistas a facilitar, em sociedades diversificadas, a inclusão e a participação de pessoas e grupos advindos de horizontes culturais variados.
4. Avançar na compreensão e no esclarecimento do conteúdo dos direitos culturais, considerados como parte integrante dos direitos humanos.
5. Salvaguardar o patrimônio lingüístico da humanidade e apoiar a expressão, a criação e a difusão no maior número possível de línguas.
6. Fomentar a diversidade lingüística - respeitando a língua materna – em todos os níveis da educação, onde quer que seja possível, e estimular a aprendizagem do plurilingüismo desde a mais jovem idade.
7. Promover, por meio da educação, uma tomada de consciência do valor positivo da diversidade cultural e aperfeiçoar, com esse fim, tanto a formulação dos programas escolares como a formação dos docentes. 
8. Incorporar ao processo educativo, tanto o quanto necessário, métodos pedagógicos tradicionais, com o fim de preservar e otimizar os métodos culturalmente adequados para a comunicação e a transmissão do saber.
9. Fomentar a “alfabetização digital” e aumentar o domínio das novas tecnologias da informação e da comunicação, que devem ser consideradas, ao mesmo tempo, disciplinas de ensino e instrumentos pedagógicos capazes de fortalecer a eficácia dos serviços educativos.
10. Promover a diversidade lingüística no ciberespaço e fomentar o acesso gratuito e universal, por meio das redes mundiais, a todas as informações pertencentes ao domínio público.
11. Lutar contra o hiato digital - em estreita cooperação com os organismos competentes do sistema das Nações Unidas - favorecendo o acesso dos países em desenvolvimento às novas tecnologias, ajudando-os a dominar as tecnologias da informação e facilitando a circulação eletrônica dos produtos culturais endógenos e o acesso de tais países aos recursos digitais de ordem educativa, cultural e científica, disponíveis em escala mundial.
12. Estimular a produção, a salvaguarda e a difusão de conteúdos diversificados nos meios de comunicação e nas redes mundiais de informação e, para tanto, promover o papel dos serviços públicos de radiodifusão e de televisão na elaboração de produções audiovisuais de qualidade, favorecendo, particularmente, o estabelecimento de mecanismos de cooperação que facilitem a difusão das mesmas.
13. Elaborar políticas e estratégias de preservação e valorização do patrimônio cultural e natural, em particular do patrimônio oral e imaterial e combater o tráfico ilícito de bens e serviços culturais.
14. Respeitar e proteger os sistemas de conhecimento tradicionais, especialmente os das populações autóctones; reconhecer a contribuição dos conhecimentos tradicionais para a proteção ambiental e a gestão dos recursos naturais e favorecer as sinergias entre a ciência moderna e os conhecimentos locais.
15. Apoiar a mobilidade de criadores, artistas, pesquisadores, cientistas e intelectuais e o desenvolvimento de programas e associações internacionais de pesquisa, procurando, ao mesmo tempo, preservar e aumentar a capacidade criativa dos países em desenvolvimento e em transição.
16. Garantir a proteção dos direitos de autor e dos direitos conexos, de modo a fomentar o desenvolvimento da criatividade contemporânea e uma remuneração justa do trabalho criativo, defendendo, ao mesmo tempo, o direito público de acesso à cultura, conforme o 
Artigo 27 da Declaração Universal de Direitos Humanos.
17. Ajudar a criação ou a consolidação de indústrias culturais nos países em desenvolvimento e nos paísesem transição e, com este propósito, cooperar para desenvolvimento das infra-estruturas e das capacidades necessárias, apoiar a criação de mercados locais viáveis e facilitar o acesso dos bens culturais desses países ao mercado mundial e às redes de distribuição internacionais.
18. Elaborar políticas culturais que promovam os princípios inscritos na presente Declaração, inclusive mediante mecanismos de apoio à execução e/ou de marcos reguladores apropriados, respeitando as obrigações internacionais de cada Estado.
19. Envolver os diferentes setores da sociedade civil na definição das políticas públicas de salvaguarda e promoção da diversidade cultural.
20. Reconhecer e fomentar a contribuição que o setor privado pode aportar à valorização da diversidade cultural e facilitar, com esse propósito, a criação de espaços de diálogo entre o setor público e o privado.
Os Estados Membros recomendam ao Diretor Geral que, ao executar os programas da UNESCO, leve em consideração os objetivos enunciados no presente Plano de Ação e que o comunique aos organismos do sistema das Nações Unidas e demais organizações intergovernamentais e não governamentais interessadas, de modo a reforçar a sinergia das medidas que sejam adotadas em favor da diversidade cultural. Entre os quais figuram, em particular, o acordo de Florença de 1950 e seu Protocolo de Nairobi de 1976, a Convenção Universal sobre Direitos de Autor, de 1952, a Declaração dos Princípios de Cooperação Cultural Internacional de 1966, a Convenção sobre as Medidas que Devem Adotar-se para Proibir e Impedir a Importação, a Exportação e a Transferência de Propriedade Ilícita de Bens Culturais, de 1970, a Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural de 1972, a Declaração da UNESCO sobre a Raça e os Preconceitos Raciais, de 1978, a Recomendação relativa à condição do Artista, de 1980 e a Recomendação sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e Popular, de 1989.
 
UNIDADE IV
Introdução:
O texto a seguir deve ser lido e consultado, posto que institui o Plano Nacional de Cultura e acrescenta o § 3º ao art. 215 da Constituição Federal. 
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 48, DE 10 DE AGOSTO DE 2005 – 
DOU DE 11/8/2005
Acrescenta o § 3º ao art. 215 da Constituição Federal, instituindo o Plano Nacional de Cultura.
        AS MESAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO FEDERAL, nos termos do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:
        Art. 1º O art. 215 da Constituição Federal passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º:
	"Art. 215. ....................................................................................................
	§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao 	desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem 	à:
I - defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
II - produção, promoção e difusão de bens culturais;
III - formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões;
IV - democratização do acesso aos bens de cultura;
V - valorização da diversidade étnica e regional."(NR)
        Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.
 	Brasília, em 10 de agosto de 2005
Mesa da Câmara dos Deputados
Deputado Severino Cavalcanti
Presidente
Deputado José Thomaz Nonô
1º Vice-Presidente
Deputado Ciro Nogueira
2º Vice-Presidente
Deputado Inocêncio Oliveira
1º Secretário
Deputado Nilton Capixaba
2º Secretário
Deputado Eduardo Gomes
3º Secretário
Deputado João Caldas
4º Secretário
Mesa do Senado Federal
Senador Renan Calheiros
Presidente
Senador Tião Viana
1º Vice-President
Senador Efraim Morais
1º Secretário
Senador Paulo Octávio
3º Secretário
Senador EduardoSiqueiraCampos
4º Secretário
Este texto não substitui o publicado no DOU 11.8.2005
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc48.htm
	
UNIDADE V
LEI Nº 12.343, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2010
Institui o Plano Nacional de Cultura – PNC, cria o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais – SNIIC e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
 Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Fica aprovado o Plano Nacional de Cultura, em conformidade com o § 3�� HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm" \l "art215§3" \n _blank�o�� HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm" \l "art215§3" \n _blank� do art. 215 da Constituição Federal, constante do Anexo, com duração de 10 (dez) anos e regido pelos seguintes princípios:
I – liberdade de expressão, criação e fruição;
II – diversidade cultural;
III – respeito aos direitos humanos;
IV – direito de todos à arte e à cultura;
V – direito à informação, à comunicação e à crítica cultural;
VI – direito à memória e às tradições;
VII – responsabilidade socioambiental;
VIII – valorização da cultura como vetor do desenvolvimento sustentável;
IX – democratização das instâncias de formulação das políticas culturais;
X – responsabilidade dos agentes públicos pela implementação das políticas culturais;
XI – colaboração entre agentes públicos e privados para o desenvolvimento da economia da cultura;
XII – participação e controle social na formulação e acompanhamento das políticas culturais.
Art. 2o São objetivos do Plano Nacional de Cultura:
I – reconhecer e valorizar a diversidade cultural, étnica e regional brasileira;
II – proteger e promover o patrimônio histórico e artístico, material e imaterial;
III – valorizar e difundir as criações artísticas e os bens culturais;
IV – promover o direito à memória por meio dos museus, arquivos e coleções;
V – universalizar o acesso à arte e à cultura;
VI – estimular a presença da arte e da cultura no ambiente educacional;
VII – estimular o pensamento crítico e reflexivo em torno dos valores simbólicos;
VIII – estimular a sustentabilidade socioambiental;
IX – desenvolver a economia da cultura, o mercado interno, o consumo cultural e a exportação de bens, serviços e conteúdos culturais;
X – reconhecer os saberes, conhecimentos e expressões tradicionais e os direitos de seus detentores;
XI – qualificar a gestão na área cultural nos setores público e privado;
XII – profissionalizar e especializar os agentes e gestores culturais;
XIII – descentralizar a implementação das políticas públicas de cultura;
XIV – consolidar processos de consulta e participação da sociedade na formulação das políticas culturais;
XV – ampliar a presença e o intercâmbio da cultura brasileira no mundo contemporâneo;
XVI – articular e integrar sistemas de gestão cultural.
CAPÍTULO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO PODER PÚBLICO
Art. 3o Compete ao poder público, nos termos desta Lei:
I – formular políticas públicas e programas que conduzam à efetivação dos objetivos, diretrizes e metas do Plano;
II – garantir a avaliação e a mensuração do desempenho do Plano Nacional de Cultura e assegurar sua efetivação pelos órgãos responsáveis;
III – fomentar a cultura de forma ampla, por meio da promoção e difusão, da realização de editais e seleções públicas para o estímulo a projetos e processos culturais, da concessão de apoio financeiro e fiscal aos agentes culturais, da adoção de subsídios econômicos, da implantação regulada de fundos públicos e privados, entre outros incentivos, nos termos da lei;
IV – proteger e promover a diversidade cultural, a criação artística e suas manifestações e as expressões culturais, individuais ou coletivas, de todos os grupos étnicos e suas derivações sociais, reconhecendo a abrangência da noção de cultura em todo o território nacional e garantindo a multiplicidade de seus valores e formações;V – promover e estimular o acesso à produção e ao empreendimento cultural; a circulação e o intercâmbio de bens, serviços e conteúdos culturais; e o contato e a fruição do público com a arte e a cultura de forma universal;
VI – garantir a preservação do patrimônio cultural brasileiro, resguardando os bens de natureza material e imaterial, os documentos históricos, acervos e coleções, as formações urbanas e rurais, as línguas e cosmologias indígenas, os sítios arqueológicos pré-históricos e as obras de arte, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência aos valores, identidades, ações e memórias dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira;
VII – articular as políticas públicas de cultura e promover a organização de redes e consórcios para a sua implantação, de forma integrada com as políticas públicas de educação, comunicação, ciência e tecnologia, direitos humanos, meio ambiente, turismo, planejamento urbano e cidades, desenvolvimento econômico e social, indústria e comércio, relações exteriores, dentre outras;
VIII – dinamizar as políticas de intercâmbio e a difusão da cultura brasileira no exterior, promovendo bens culturais e criações artísticas brasileiras no ambiente internacional; dar suporte à presença desses produtos nos mercados de interesse econômico e geopolítico do País;
IX – organizar instâncias consultivas e de participação da sociedade para contribuir na formulação e debater estratégias de execução das políticas públicas de cultura;
X – regular o mercado interno, estimulando os produtos culturais brasileiros com o objetivo de reduzir desigualdades sociais e regionais, profissionalizando os agentes culturais, formalizando o mercado e qualificando as relações de trabalho na cultura, consolidando e ampliando os níveis de emprego e renda, fortalecendo redes de colaboração, valorizando empreendimentos de economia solidária e controlando abusos de poder econômico;
XI – coordenar o processo de elaboração de planos setoriais para as diferentes áreas artísticas, respeitando seus desdobramentos e segmentações, e também para os demais campos de manifestação simbólica identificados entre as diversas expressões culturais e que reivindiquem a sua estruturação nacional;
XII – incentivar a adesão de organizações e instituições do setor privado e entidades da sociedade civil às diretrizes e metas do Plano Nacional de Cultura por meio de ações próprias, parcerias, participação em programas e integração ao Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais – SNIIC.
§ 1o O Sistema Nacional de Cultura – SNC, criado por lei específica, será o principal articulador federativo do PNC, estabelecendo mecanismos de gestão compartilhada entre os entes federados e a sociedade civil.
§ 2o A vinculação dos Estados, Distrito Federal e Municípios às diretrizes e metas do Plano Nacional de Cultura far-se-á por meio de termo de adesão voluntária, na forma do regulamento.
§ 3o Os entes da Federação que aderirem ao Plano Nacional de Cultura deverão elaborar os seus planos decenais até 1 (um) ano após a assinatura do termo de adesão voluntária.
§ 4o O Poder Executivo federal, observados os limites orçamentários e operacionais, poderá oferecer assistência técnica e financeira aos entes da federação que aderirem ao Plano, nos termos de regulamento.
§ 5o Poderão colaborar com o Plano Nacional de Cultura, em caráter voluntário, outros entes, públicos e privados, tais como empresas, organizações corporativas e sindicais, organizações da sociedade civil, fundações, pessoas físicas e jurídicas que se mobilizem para a garantia dos princípios, objetivos, diretrizes e metas do PNC, estabelecendo termos de adesão específicos.
§ 6o O Ministério da Cultura exercerá a função de coordenação executiva do Plano Nacional de Cultura – PNC, conforme esta Lei, ficando responsável pela organização de suas instâncias, pelos termos de adesão, pela implantação do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais – SNIIC, pelo estabelecimento de metas, pelos regimentos e demais especificações necessárias à sua implantação.
CAPÍTULO III
DO FINANCIAMENTO
Art. 4o Os planos plurianuais, as leis de diretrizes orçamentárias e as leis orçamentárias da União e dos entes da federação que aderirem às diretrizes e metas do Plano Nacional de Cultura disporão sobre os recursos a serem destinados à execução das ações constantes do Anexo desta Lei.
Art. 5o O Fundo Nacional de Cultura, por meio de seus fundos setoriais, será o principal mecanismo de fomento às políticas culturais.
Art. 6o A alocação de recursos públicos federais destinados às ações culturais nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios deverá observar as diretrizes e metas estabelecidas nesta Lei.
Parágrafo único.  Os recursos federais transferidos aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios deverão ser aplicados prioritariamente por meio de Fundo de Cultura, que será acompanhado e fiscalizado por Conselho de Cultura, na forma do regulamento.
Art. 7o O Ministério da Cultura, na condição de coordenador executivo do Plano Nacional de Cultura, deverá estimular a diversificação dos mecanismos de financiamento para a cultura de forma a atender os objetivos desta Lei e elevar o total de recursos destinados ao setor para garantir o seu cumprimento.
CAPÍTULO IV
DO SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
Art. 8o Compete ao Ministério da Cultura monitorar e avaliar periodicamente o alcance das diretrizes e eficácia das metas do Plano Nacional de Cultura com base em indicadores nacionais, regionais e locais que quantifiquem a oferta e a demanda por bens, serviços e conteúdos, os níveis de trabalho, renda e acesso da cultura, de institucionalização e gestão cultural, de desenvolvimento econômico-cultural e de implantação sustentável de equipamentos culturais.
Parágrafo único.  O processo de monitoramento e avaliação do PNC contará com a participação do Conselho Nacional de Política Cultural, tendo o apoio de especialistas, técnicos e agentes culturais, de institutos de pesquisa, de universidades, de instituições culturais, de organizações e redes socioculturais, além do apoio de outros órgãos colegiados de caráter consultivo, na forma do regulamento.
Art. 9o Fica criado o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais – SNIIC, com os seguintes objetivos:
I – coletar, sistematizar e interpretar dados, fornecer metodologias e estabelecer parâmetros à mensuração da atividade do campo cultural e das necessidades sociais por cultura, que permitam a formulação, monitoramento, gestão e avaliação das políticas públicas de cultura e das políticas culturais em geral, verificando e racionalizando a implementação do PNC e sua revisão nos prazos previstos;
II – disponibilizar estatísticas, indicadores e outras informações relevantes para a caracterização da demanda e oferta de bens culturais, para a construção de modelos de economia e sustentabilidade da cultura, para a adoção de mecanismos de indução e regulação da atividade econômica no campo cultural, dando apoio aos gestores culturais públicos e privados;
III – exercer e facilitar o monitoramento e avaliação das políticas públicas de cultura e das políticas culturais em geral, assegurando ao poder público e à sociedade civil o acompanhamento do desempenho do PNC.
Art. 10.  O Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais – SNIIC terá as seguintes características:
I – obrigatoriedade da inserção e atualização permanente de dados pela União e pelos Estados, Distrito Federal e Municípios que vierem a aderir ao Plano;
II – caráter declaratório;
III – processos informatizados de declaração, armazenamento e extração de dados;
IV – ampla publicidade e transparência para as informações declaradas e sistematizadas, preferencialmente em meios digitais, atualizados tecnologicamente e disponíveis na rede mundial de computadores.
§ 1o O declarante será responsável pela inserção de dados no programa de declaraçãoe pela veracidade das informações inseridas na base de dados.
§ 2o As informações coletadas serão processadas de forma sistêmica e objetiva e deverão integrar o processo de monitoramento e avaliação do PNC.
§ 3o O Ministério da Cultura poderá promover parcerias e convênios com instituições especializadas na área de economia da cultura, de pesquisas socioeconômicas e demográficas para a constituição do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais – SNIIC.
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 11.  O Plano Nacional de Cultura será revisto periodicamente, tendo como objetivo a atualização e o aperfeiçoamento de suas diretrizes e metas.
Parágrafo único.  A primeira revisão do Plano será realizada após 4 (quatro) anos da promulgação desta Lei, assegurada a participação do Conselho Nacional de Política Cultural – CNPC e de ampla representação do poder público e da sociedade civil, na forma do regulamento.
Art. 12.  O processo de revisão das diretrizes e estabelecimento de metas para o Plano Nacional de Cultura – PNC será desenvolvido pelo Comitê Executivo do Plano Nacional de Cultura.
§ 1o O Comitê Executivo será composto por membros indicados pelo Congresso Nacional e pelo Ministério da Cultura, tendo a participação de representantes do Conselho Nacional de Política Cultural – CNPC, dos entes que aderirem ao Plano Nacional de Cultura – PNC e do setor cultural.
§ 2o As metas de desenvolvimento institucional e cultural para os 10 (dez) anos de vigência do Plano serão fixadas pela coordenação executiva do Plano Nacional de Cultura – PNC a partir de subsídios do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais – SNIIC e serão publicadas em 180 (cento e oitenta) dias a partir da entrada em vigor desta Lei.
Art. 13.  A União e os entes da federação que aderirem ao Plano deverão dar ampla publicidade e transparência ao seu conteúdo, bem como à realização de suas diretrizes e metas, estimulando a transparência e o controle social em sua implementação.
Art. 14.  A Conferência Nacional de Cultura e as conferências setoriais serão realizadas pelo Poder Executivo federal, enquanto os entes que aderirem ao PNC ficarão responsáveis pela realização de conferências no âmbito de suas competências para o debate de estratégias e o estabelecimento da cooperação entre os agentes públicos e a sociedade civil para a implementação do Plano Nacional de Cultura – PNC.
Parágrafo único.  Fica sob responsabilidade do Ministério da Cultura a realização da Conferência Nacional de Cultura e de conferências setoriais, cabendo aos demais entes federados a realização de conferências estaduais e municipais para debater estratégias e estabelecer a cooperação entre os agentes públicos e da sociedade civil para a implantação do PNC e dos demais planos.
Art. 15.  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília,  2  de dezembro de 2010; 189o da Independência e 122o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Guido Mantega
João Luiz Silva Ferreira
Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.12.2010
Anexo
PLANO NACIONAL DE CULTURA: DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS E AÇÕES
CAPÍTULO I – DO ESTADO 
FORTALECER A FUNÇÃO DO ESTADO NA INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS CULTURAIS
INTENSIFICAR O PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS E AÇÕES VOLTADAS AO CAMPO CULTURAL
CONSOLIDAR A EXECUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA CULTURA
O Plano Nacional de Cultura está voltado ao estabelecimento de princípios, objetivos, políticas, diretrizes e metas para gerar condições de atualização, desenvolvimento e preservação das artes e das expressões culturais, inclusive aquelas até então desconsideradas pela ação do Estado no País.
O Plano reafirma uma concepção ampliada de cultura, entendida como fenômeno social e humano de múltiplos sentidos. Ela deve ser considerada em toda a sua extensão antropológica, social, produtiva, econômica, simbólica e estética.
O Plano ressalta o papel regulador, indutor e fomentador do Estado, afirmando sua missão de valorizar, reconhecer, promover e preservar a diversidade cultural existente no Brasil.
Aos governos e suas instituições cabem a formulação de políticas públicas, diretrizes e critérios, o planejamento, a implementação, o acompanhamento, a avaliação, o monitoramento e a fiscalização das ações, projetos e programas na área cultural, em diálogo com a sociedade civil.
O Sistema Nacional de Cultura – SNC, criado por lei específica, e o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais – SNIIC orientarão a instituição de marcos legais e instâncias de participação social, o desenvolvimento de processos de avaliação pública, a adoção de mecanismos de regulação e indução do mercado e da economia da cultura, assim como a territorialização e a nacionalização das políticas culturais.
Compete ao Estado:
• FORMULAR POLÍTICAS PÚBLICAS, identificando as áreas estratégicas de nosso desenvolvimento sustentável e de nossa inserção geopolítica no mundo contemporâneo, fazendo confluir vozes e respeitando os diferentes agentes culturais, atores sociais, formações humanas e grupos étnicos.
• QUALIFICAR A GESTÃO CULTURAL, otimizando a alocação dos recursos públicos e buscando a complementaridade com o investimento privado, garantindo a eficácia e a eficiência, bem como o atendimento dos direitos e a cobrança dos deveres, aumentando a racionalização dos processos e dos sistemas de governabilidade, permitindo maior profissionalização e melhorando o atendimento das demandas sociais.
• FOMENTAR A CULTURA de forma ampla, estimulando a criação, produção, circulação, promoção, difusão, acesso, consumo, documentação e memória, também por meio de subsídios à economia da cultura, mecanismos de crédito e financiamento, investimento por fundos públicos e privados, patrocínios e disponibilização de meios e recursos.
• PROTEGER E PROMOVER A DIVERSIDADE CULTURAL, reconhecendo a complexidade e abrangência das atividades e valores culturais em todos os territórios, ambientes e contextos populacionais, buscando dissolver a hierarquização entre alta e baixa cultura, cultura erudita, popular ou de massa, primitiva e civilizada, e demais discriminações ou preconceitos.
• AMPLIAR E PERMITIR O ACESSO compreendendo a cultura a partir da ótica dos direitos e liberdades do cidadão, sendo o Estado um instrumento para efetivação desses direitos e garantia de igualdade de condições, promovendo a universalização do acesso aos meios de produção e fruição cultural, fazendo equilibrar a oferta e a demanda cultural, apoiando a implantação dos equipamentos culturais e financiando a programação regular destes.
• PRESERVAR O PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL, resguardando bens, documentos, acervos, artefatos, vestígios e sítios, assim como as atividades, técnicas, saberes, linguagens e tradições que não encontram amparo na sociedade e no mercado, permitindo a todos o cultivo da memória comum, da história e dos testemunhos do passado.
• AMPLIAR A COMUNICAÇÃO E POSSIBILITAR A TROCA ENTRE OS DIVERSOS AGENTES CULTURAIS, criando espaços, dispositivos e condições para iniciativas compartilhadas, o intercâmbio e a cooperação, aprofundando o processo de integração nacional, absorvendo os recursos tecnológicos, garantindo as conexões locais com os fluxos culturais contemporâneos e centros culturais internacionais, estabelecendo parâmetros para a globalização da cultura.
• DIFUNDIR OS BENS, CONTEÚDOS E VALORES oriundos das criações artísticas e das expressões culturais locais e nacionais em todo o território brasileiro e no mundo, assim como promover o intercâmbio e a interação desses com seus equivalentes estrangeiros, observando os marcos da diversidade cultural para a exportação de bens, conteúdos, produtos e serviços culturais.
• ESTRUTURAR E REGULAR A ECONOMIA DA CULTURA, construindo modelos sustentáveis, estimulando a economia solidária e formalizando as cadeias produtivas, ampliando o mercado de trabalho, o emprego e a geração de renda, promovendo o equilíbrio regional,a isonomia de competição entre os agentes, principalmente em campos onde a cultura interage com o mercado, a produção e a distribuição de bens e conteúdos culturais internacionalizados.
São fundamentais para o exercício da função do Estado:
• o compartilhamento de responsabilidades e a cooperação entre os entes federativos;
• a instituição e atualização de marcos legais;
• a criação de instâncias de participação da sociedade civil;
• a cooperação com os agentes privados e as instituições culturais;
• a relação com instituições universitárias e de pesquisa;
• a disponibilização de informações e dados qualificados;
• a territorialização e a regionalização das políticas culturais;
• a atualização dos mecanismos de fomento, incentivo e financiamento à atividade cultural;
• a construção de estratégias culturais de internacionalização e de integração em blocos geopolíticos e mercados globais.
ESTRATÉGIAS E AÇÕES
1.1  Fortalecer a gestão das políticas públicas para a cultura, por meio da ampliação das capacidades de planejamento e execução de metas, a articulação das esferas dos poderes públicos, o estabelecimento de redes institucionais das três esferas de governo e a articulação com instituições e empresas do setor privado e organizações da sociedade civil.
1.1.1  Consolidar a implantação do Sistema Nacional de Cultura – SNC como instrumento de articulação, gestão, informação, formação, fomento e promoção de políticas públicas de cultura com participação e controle da sociedade civil e envolvendo as três esferas de governo (federal, estadual e municipal). A implementação do Sistema Nacional de Cultura – SNC deve promover, nessas esferas, a constituição ou fortalecimento de órgãos gestores da cultura, conselhos de política cultural, conferências de cultura, fóruns, colegiados, sistemas setoriais de cultura, comissões intergestoras, sistemas de financiamento à cultura, planos e orçamentos participativos para a cultura, sistemas de informação e indicadores culturais e programas de formação na área da cultura. As diretrizes da gestão cultural serão definidas por meio das respectivas Conferências e Conselhos de Política Cultural, compostos por, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) de membros da sociedade civil, eleitos democraticamente. Os Órgãos Gestores devem apresentar periodicamente relatórios de gestão para avaliação nas instâncias de controle social do Sistema Nacional de Cultura – SNC.
1.1.2  Apoiar iniciativas em torno da constituição de agendas, frentes e comissões parlamentares dedicadas a temas culturais, tais como a elevação de dotação orçamentária, o aprimoramento dos marcos legais, o fortalecimento institucional e o controle social.
1.1.3  Descentralizar o atendimento do Ministério da Cultura no território nacional, sistematizar as ações de suas instituições vinculadas e fortalecer seus quadros institucionais e carreiras, otimizando o emprego de recursos e garantindo o exercício de suas competências.
1.1.4  Consolidar a implantação do Sistema Nacional de Cultura – SNC, como instrumento de articulação para a gestão e profissionalização de agentes executores de políticas públicas de cultura, envolvendo a União, Estados, Distrito Federal, Municípios e sociedade civil.
1.1.5  Atribuir a divisão de competências entre órgãos federais, estaduais e municipais, no âmbito do Sistema Nacional de Cultura – SNC, bem como das instâncias de formulação, acompanhamento e avaliação da execução de políticas públicas de cultura.
1.1.6  Estimular a criação e instalação de secretarias municipais e estaduais de cultura em todo o território nacional, garantindo o atendimento das demandas dos cidadãos e a proteção dos bens e valores culturais.
1.1.7  Estimular a constituição ou fortalecimento de órgãos gestores, conselhos consultivos, conferências, fóruns, colegiados e espaços de interlocução setorial, democráticos e transparentes, apoiando a ação dos fundos de fomento, acompanhando a implementação dos planos e, quando possível, criando gestão participativa dos orçamentos para a cultura.
1.1.8  Estabelecer programas de cooperação técnica entre os entes da Federação para a elaboração de planos e do planejamento das políticas públicas, organizando consórcios e redes.
1.1.9  Estabelecer sistemas de integração de equipamentos culturais e fomentar suas atividades e planos anuais, desenvolvendo metas qualitativas de aprimoramento e atualização de seus modelos institucionais, de financiamento, de gestão e de atendimento ao público e elaborando programas para cada um dos seus focos setoriais de política pública.
1.1.10  Aprimorar e ampliar os mecanismos de comunicação e de colaboração entre os órgãos e instituições públicos e organizações sociais e institutos privados, de modo a sistematizar informações, referências e experiências acumuladas em diferentes setores do governo, iniciativa privada e associações civis.
1.1.11  Fortalecer as políticas culturais setoriais visando à universalização do acesso e garantia ao exercício do direito à cultura.
1.2  Consolidar a implantação do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais – SNIIC como instrumento de acompanhamento, avaliação e aprimoramento da gestão e das políticas públicas de cultura.
1.2.1  Estabelecer padrões de cadastramento, mapeamento e síntese das informações culturais, a fim de orientar a coleta pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios de dados relacionados à gestão, à formação, à produção e à fruição de obras, atividades e expressões artísticas e culturais.
1.2.2  Estabelecer, no âmbito do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais – SNIIC, os indicadores de acompanhamento e avaliação deste Plano Nacional.
1.2.3  Disseminar subsídios para formulação, implementação, gestão e avaliação das políticas culturais.
1.2.4  Implantar uma instituição pública nacional de estudos e pesquisas culturais.
1.3  Estimular a diversificação dos mecanismos de financiamento para a cultura e a coordenação entre os diversos agentes econômicos (governos, instituições e empresas públicas e privadas, instituições bancárias e de crédito) de forma a elevar o total de recursos destinados aos setores culturais e atender às necessidades e peculiaridades de suas áreas.
1.3.1  Incentivar a formação de consórcios intermunicipais, de modo a elevar a eficiência e a eficácia das ações de planejamento e execução de políticas regionais de cultura.
1.3.2  Elaborar, em parceria com bancos e agências de crédito, modelos de financiamento para as artes e manifestações culturais, que contemplem as particularidades e dinâmicas de suas atividades.
1.3.3  Promover o investimento para a pesquisa de inovação e a produção cultural independente e regional.
1.3.4  Realizar acordos com bancos e fundos públicos e privados de financiamento para oferecimento de linhas de crédito especiais para a produção artística e cultural, viabilizando a sua produção e circulação comercial.
1.3.5  Estimular o investimento privado de risco em cultura e a criação de fundos de investimento.
1.3.6  Estimular nos bancos estatais e de fomento linhas de crédito subsidiado para comunidades detentoras de bens culturais, para que possam realizar ações de preservação, de restauração, de promoção e de salvaguarda do patrimônio cultural.
1.3.7  Criar, em parceria com bancos públicos e bancos de fomento, linhas de crédito subsidiado para o financiamento da requalificação de imóveis públicos e privados situados em sítios históricos.
1.4  Ampliar e desconcentrar os investimentos em produção, difusão e fruição cultural, visando ao equilíbrio entre as diversas fontes e à redução das disparidades regionais e desigualdades sociais, com prioridade para os perfis populacionais e identitários historicamente desconsiderados em termos de apoio, investimento e interesse comercial.
1.4.1  Estabelecer critérios transparentes para o financiamento público de atividades que fortaleçam a diversidade nacional, o bem-estar

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