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1 UD II – Instrumentos Topográficos 1 – INSTRUMENTOS ÓTICOS 1.1 – TEODOLITO Equipamento utilizado para medir ângulos horizontais e verticais (diretamente) Pode medir distâncias indiretamente (calculadas a partir dos ângulos) o Taqueômetros: teodolitos adaptados para medir distâncias, por métodos indiretos Figura 1 - Trânsito Figura 2 - Teodolito T2 Figura 3 - Teodolito T1 Figura 4 - Teodolito T3 Figura 5 - Teodolito T4 2 1.1.1 PARTES FUNDAMENTAIS DOS TEODOLITOS Luneta: o seu eixo ótico materializa as direções visadas, medindo ângulo em um sistema 3D, com movimentos em torno de eixos horizontal e vertical; o constituída de um tubo em cujas extremidades se situam a objetiva e a ocular; o objetiva: sistema de lentes com a função de fornecer a imagem do objeto visado o ocular: lente cuja função é aumentar as dimensões do objeto. Na extremidade da ocular estão alojados os retículos, formados por dois fios ortogonais: um é o colimador (fio vertical) e o outro é o nivelador (fio horizontal). Limbos Circulares Graduados: o círculos graduados que contém o padrão de medida angular (transferidores); o possibilitam a medição dos ângulos horizontal e vertical; o seus pontos centrais estão contidos nos eixos horizontal e vertical do instrumento. Vernier: o componente para subdivisão da menor unidade de medida do limbo Figura 6 - Limbos Horizontal e Vertical de um Teodolito Figura 7 - Vernier de um Teodolito 3 Alidade: o parte superior do aparelho, com comando subordinado à base; o componentes: luneta, limbo vertical, níveis do limbo vertical, parafuso de calagem do nível vertical, parafuso micrométrico do movimento vertical e do horizontal. Base: o parte inferior do aparelho, com comando próprio e que fixa o teodolito ao tripé; o componentes: placa de fixação, parafusos calantes, munhões, corpo da base onde se situa o limbo horizontal, parafuso micrométrico do movimento horizontal. Níveis: o regra geral: um teodolito dispõe de dois níveis tubulares de bolha; o horizontalização da base do aparelho (eixo vertical na perpendicular a vertical do lugar) e outro de calagem do limbo vertical. Acessórios: o Ocular de cotovelo: cria condições para pontarias nas proximidades do zênite; o Sistema de iluminação: ilumina os limbos, os vernies e o campo da luneta o Níveis de Horrebow e Cavalete: complementam a verificação do nivelamento do aparelho; o Placa Base com pino de centragem forçada: possibilita o estacionamento do teodolito sobre pilares geodésico; o Prisma de astrolábio: possibilita observações astronômicas. 1.1.2 EIXOS FUNDAMENTAIS DE UM TEODOLITO 1. Vertical ou Principal: linha imaginária, que partindo do Zênite, passa pelo centro do aparelho, contém o ponto estação e se perde no Nadir. Figura 8 - Esfera Celeste Nadir Zênite 4 2. Horizontal ou Secundário: linha imaginária que passa pelo centro da luneta, perpendicular ao eixo vertical, e contêm o centro de rotação do limbo vertical. 3. Colimação ou Visada: linha imaginária que parte da vista do operador, passa pelo centro da ocular, pelo cruzamento dos retículos, pelo centro da objetiva e finaliza no ponto visado. 1.1.3 PRECISÃO DOS TEODOLITOS o A precisão de um instrumento depende de sua capacidade de indicar variações de grandezas tão pequenas quanto necessário para o fim a que se destina a medida. o Nos instrumentos topográficos essa sensibilidade é dada pela precisão do aparelho, ou seja, a menor grandeza que o instrumento pode medir (minuto, segundo, décimo de segundo). o Em função da precisão, os teodolitos classificam-se em: Topográficos: o instrumentos que fornecem a leitura direta dos ângulos com precisão do minuto inteiro até sua terça parte (20 segundos). As frações são obtidas por estima; o exemplos: WILD T-16, T-1 e T-1A, KERN DKM-1, ZEISS Th-IV e Vasconcelos TV-M1. o aplicações: poligonais topográficas, nivelamento taqueométricos, exploração e locação de estradas, triangulação de 4a ordem, interseções topográficas, abertura de minas e túneis e determinações astronômicas expeditas. Geodésicos: o instrumentos que fornecem leitura direta de ângulos com precisão do segundo e sua décima parte (décimo de segundo). o exemplos: WILD T-2, T-3 e T-4, KERN DKM-2 e ZEISS Th-2; o aplicações: triangulações de 1a e 2a ordens, determinações astronômicas de 2a ordem, nas poligonais eletrônicas, etc. 1.1.4 ESTACIONAMENTO DO TEODOLITO (INSTALAÇÃO, CENTRAGEM E NIVELAMENTO Método do Curso de Topografia/Escola de Logística (Exército Brasileiro) 1) Preparar o tripé para receber o teodolito, tendo suas pernas a mesma extensão, aproximadamente. 2) Fixar o teodolito ao tripé, tendo o cuidado de manter os 3 parafusos calantes numa mesma posição intermediária. 3) Identificar a estaca (ou ponto) sobre a (o) qual vai estacionar. 4) A partir desse ponto, imagine um triângulo equilátero formado pelas três pernas do tripé. 5 5) Assim teremos formado uma pirâmide triangular, ou o vértice superior deverá coincidir de forma bem aproximada com a vertical que passa pela estaca e pelo centro do teodolito (com o eixo principal). NOTA: O conjunto tripé-teodolito ainda não fixado ao solo. 6) Usando o prumo ótico do teodolito, verifica-se a estaca está sendo abrangida pelo campo ótico do prumo. Se isto não estiver acontecendo, então a condição de formar-se o triângulo equilátero com o centro da estaca, não esta sendo observada. 7) Isto feito e, em caso positivo, o operador fixará firmemente o conjunto ao solo, tendo o cuidado de não bater com o pé na ponteira do tripé, para não transmitir choques ao teodolito. 8) Agindo nos parafusos calantes e, observando o prumo, fará a exata coincidência do centro do aparelho com o centro da estaca. 9) A partir daí executar o nivelamento grosseiro do teodolito, com o auxílio da extensão das pernas do tripé, calaremos a bolha do nível esférico. 10) Em seguida, tonaremos a checar a coincidência do centro ótico do aparelho com o centro da estaca. Se a coincidência não estiver sendo satisfeita, repetir a operação nos parafusos calantes. 11) Com o centro do aparelho coincidindo com o centro da estaca e o nível esférico em reparo, passaremos então ao nivelamento fino, ou se a, calar a bolha do nível tórico. 12) Tomar 2 parafusos calantes como base e girar a alidade até que o eixo do nível tórico fique paralelo à direção formada pelos dois parafusos. Assim feito, movimenta-se estes dois parafusos em sentidos contrários, procurando imprimir a eles a mesma rotação, até centrar a bolha. 13) Girar a alidade de 90o e, centrar a bolha do nível nesta posição, agindo no 3o parafuso calante. 14) Voltar à posição anterior e corrigir qualquer desvio, se for o caso. 15) Após isso, girar a alidade 180o e verificar se o nível continua em reparo e, se acontecer qualquer desvio, corrigir agindo nos parafusos calantes. 16) Girar a alidade suavemente ao longo dos 360o e, nesse giro, o deslocamento da bolha do nível tórico não deve ultrapassar um divisão do nível. 17) Assim sendo, o conjunto poderá ser considerado como nivelado e pronto para as observações. 1.1.5 PONTARIA E FOCALIZAÇÃO 1) Focalizar os fios do retículo, agindo na ocular da objetiva para o olho do operador. 2) Destravar a luneta e a alidade. 3) Apontar a luneta para o ponto a ser visado, através da massa de mira (pontaria grosseira).Após isto o ponto deverá estar dentro do campo ótico da luneta e, em caso positivo, fixar a alidade e a luneta. 4) Depois, agindo nos parafusos micrométricos dos movimentos vertical e horizontal levar os fios vertical e horizontal do retículo para o centro ou a base do ponto, conforme o caso. 6 1.1.6 ERROS INSTRUMENTAIS 1.1.6.1 Erro de Verticalidade (Eixo Principal) Por construção: eixo principal é perpendicular ao limbo horizontal Verticalizar o eixo principal, portanto corresponde a horizontalizar o limbo horizontal o que se consegue por intermédio dos parafusos calantes e o nível tubular de bolha da alidade. Correção: nivelar rigorosamente o instrumento 1.1.6.2 Erro de Colimação (Eixo de Colimação) O eixo de colimação é a reta que liga o cruzamento dos retículos e o centro da objetiva. O eixo de colimação, por construção deve ser perpendicular ao eixo secundário. A falta dessa perpendicularidade causa o erro de colimação c. Determinação do erro de colimação: o Verticalizar aproximadamente o eixo principal o Visar um ponto P, distante 200 ou 300 metros, com a mesma altura do instrumento o Ler o valor do limbo horizontal na posição CE e após, na posição CD o Calcular c = 0,5 (CD – CE). Correção: realizar a leitura conjugada (CE + CD), e anular o erro de colimação. 1.1.6.3 Erro de Inclinação (Eixo Secundário) O eixo secundário é, por construção do instrumento, perpendicular ao eixo principal Quando isso não ocorre, o aparelho está com erro de inclinação ou de perpendicularidade Determinação do erro de inclinação: o Nivelar o instrumento o Corrigir o erro de colimação o Visar um ponto P sobre um fio a prumo (parte superior e inferior) o Baixa-se a luneta até a horizontal. Não havendo erro de inclinação, o cruzamento dos retículos percorrerá o fio, havendo o cruzamento dos retículos se afastará do fio. Correção:leitura conjugada nas duas posições do círculo (CE e CD) 7 1.1.6.4 Erro de Excentricidade do Limbo Por construção os teodolitos possuem seus eixos principal e secundário perpendiculares Assim, o eixo principal deve conter o centro geométrico do limbo horizontal e o eixo secundário o do limbo vertical. Quando isso não acontece aparece o erro de excentricidade Correção: uso de leituras conjugadas nas duas posições do círculo (CE e CD). 1.2 NÍVEL DE LUNETA Empregado nos levantamentos altimétricos de alta precisão Componentes básicos de um nível: Exemplos de Nível de Luneta: Figura 9 - Nível de Luneta (componentes principais) Figura 11 - Nível Wild Figura 10 - Nível Wild Runner (Automático) 8 Um nível de luneta sempre é utilizado em conjunto com as miras falantes. Dependendo do equipamento, seu nivelamento (“horizontalização”) pode ser manual (por meio de níveis de bolha) ou automático (compensadores) Figura 12 - Nivelamento Geométrico Figura 13 - Nível de Bolha Figura 14 - Compensador Automático 9 1.3 DISTANCIÔMETRO ELETRÔNICO Equipamento eletrônico para medir distâncias Inventado por E. Bergstran (Suécia) em 1943 (geodímetros) Aperfeiçoado pelos Sulafricanos na década e 1950 (telurômetro) Principio: o medição de distâncias com o emprego de ondas eletromagnéticas (OEM) ou feixes de luz; o mede-se o tempo entre a emissão e a recepção pelo sensor – distância entre o instrumento e o alvo (ida e volta); o Necessidade de refletor Infravermelho e micro-ondas: necessita de prismas para refletir a OEM LASER: não necessitara de alvos específicos o É normalmente utilizado acoplado a um teodolito; Alcance: o dezenas a milhares de metros; o Para aumentar o alcance do instrumento, normalmente, aumenta-se o número de prismas refletores; o Por exemplo, para o Wild DI-4L o alcance varia de: 1000 m, com um prisma; a 2500 m com três prismas. o sofre influência direta das condições atmosféricas. 1.4 ESTAÇÃO TOTAL Quando se acopla um distanciômetro eletrônico com um teodolito, tem-se uma estação total. Ou seja, tem-se um instrumento capaz de medir ângulos (horizontais e verticais) e distâncias; Figura 15 - Distanciômetro Leica 3000s 10 O avanço da eletrônica faz com que as estações totais possuam inúmeras funções automatizadas e acessórias, tais como, nivelamento eletrônico, limbos eletrônicos, cálculos de ângulos automatizados, controle das medições, bolhas eletrônicas, prumos LASER, exportação de medições no formato CAD, etc.; Existem estações totais que utilizam o infravermelho e o LASER como tecnologia de medição de distancias, e, em sua grande maioria, possuem coletores de dados externos; As estações eletrônicas possuem um microprocessador que controla o conjunto de operações possíveis numa estação total, permitindo que os cálculos topográficos sejam realizados em tempo real por meio de programas existentes em sua memória, e o armazenamento de grandes quantidades de dados. 1.6 ACESSÓRIOS 1.6.1 PRISMA O prisma é um espelho circular, de faces cúbicas, utilizado acoplado a uma haste de metal, ou bastão, e que tem por finalidade refletir o sinal emitido pelo aparelho na mesma direção em que foi recebido O sinal refletor (bastão + prismas) deve ser posicionado sobre o ponto, na posição vertical (com auxílio de um nível de bolha circular ou em um tripé). Figura 16 - Estação Total Geodetic G5 Figura 17 - Estação Total Trimble S6 Figura 18 - Prismas Sokia 11 1.6.2 OUTROS ACESSÓRIOS Figura 19 - Bastão Telescópico com nível esférico Figura 20 - Tripé Figura 21 - Réguas graduadas (miras falantes) Figura 22 - Trenas (roda, fita e mão)
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