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REALISMO EM PORTUGAL
O Realismo logrou impor a pintura verdadeira da vida dos humildes e obscuros, os homens e mulheres comuns que estão habitualmente em torno de nós, vivendo uma vida compósita, feita de muitos opostos, bem e mal. Beleza e feiura, rudeza e requinte, sem receio do trivial e do requinte. (COUTINHO, 2004a, p. 9).
1. Contexto histórico - À época do Realismo, a Europa vive a segunda fase da Revolução Industrial, com o desenvolvimento dos transportes e comunicações, e assiste à polarização da sociedade em duas classes sociais principais: a burguesia industrial e o proletariado. É um período que registra, entre outros, os seguintes acontecimentos: progresso definitivo das cidades; avanços científicos e tecnológicos; desenvolvimento de novas correntes filosóficas e científicas; renovação política e cultural influenciada pelas ideias liberais; disseminação das ideias socialistas e anarquistas.
2. Cultura - Questão Coimbrã, marca o inicio do Realismo em Portugal, 1865, que se tornou um marco de renovação ideológica e literária por ser uma polêmica entre: os jovens realistas de Coimbra, identificados com as propostas novas e os românticos de Lisboa, conservadores e adeptos do continuísmo;
3. Origens do Realismo em Portugal
As origens do realismo encontram-se na França, em 1857, com a publicação de Madame Bovary, de Gustave Flaubert, que inicia um novo ciclo da cultura francesa, calcado na análise crítica da sociedade; é ela a obra inaugural do Realismo; 
4 - Realismo em Portugal -
Os jovens acadêmicos portugueses absorvem as novas teorias, tais como:
O Determinismo de Taine, segundo o qual o Homem - e seu comportamento e, portanto, a Arte - está condicionado a três fatores: a herança (determinismo biológico ou hereditário); o meio (determinismo social ou mesológico) e o momento (determinismo histórico).
O Socialismo "utópico" de Proudhon, que propunha a organização de pequenos produtores em associações de auxílio mútuo, calcado em ideias antiburguesas e antirreligiosas;
O Socialismo de Karl Marx, cujos ideais propunham critérios da justiça social à classe operária, verdadeira artífice da riqueza econômica, estabelecendo, desse modo, equilíbrio à distribuição dos lucros entre todos os trabalhadores.
O Positivismo de Auguste Comte, que defendia a existência da razão e da ciência como fundamentais para a vida humana, pregando uma atitude voltada para o conhecimento positivo, concreto e objetivo da realidade;
O Evolucionismo de Darwin despertou interesse e teve grande fluxo na Ciência, Filosofia e na Literatura em face ao conceito da luta pela sobrevivência.
O Criticismo e o Anticlericalismo de Renan, que pregava uma revisão do papel histórico da igreja católica, apontando-a como "mistificadora da verdadeira fé".
5 - Características do Realismo em Portugal
O Realismo implica o distanciamento da subjetividade para o escritor. Aprofunda a narração de costumes contemporâneos da primeira metade do século XIX e de todo o século XVIII. Desnudam-se as mazelas da vida pública e os contrastes da vida íntima; e buscam-se para ambas causas naturais ou culturais. O escritor se sente no dever de descobrir a verdade de suas personagens, no sentido positivista dissecar os motivos de seu comportamento, a eliminação dos exageros românticos.
Assim, do Romantismo ao Realismo, há uma passagem do idealizante ao factual, que pode ser esquematizada nas seguintes características:
objetividade: exame da realidade exterior ao indivíduo, realidade sem o intermédio da imaginação e do sentimentalismo;
racionalismo: a inteligência como único meio para a compreensão da realidade objetiva;
universalismo, impessoalismo: busca da verdade universal, impessoal, captada pelos sentidos e pela inteligência, e só aceita quando passível de ser testada, examinada, experimentada;
arte compromissada, engajada: crítica, análise e denúncia da sociedade;
contemporaneísmo: arte voltada para o seu próprio tempo, para os problemas de sua época;
antiburguesismo, anticlericalismo, antitradicionalismo, antimonarquismo; preocupação formal: busca de clareza, de equilíbrio, de concisão no estilo, enxuto e limpo;
lentidão da narrativa: descrições minuciosas, morosas, pormenorizadas das personagens - o plano da ação e da narrativa em segundo lugar;
linguagem predominantemente denotativa, com privilégio da metonímia em detrimento da metáfora;
exaltação sensorial, linguagem sinestésica: só é verdadeiro o que pode ser captado sensorialmente.
6 - Realismo - a "humanização" das personagens:
psicologismo: análise psicológica das personagens, esféricas, dinâmicas;
"humanização" das personagens: a mulher, geralmente adúltera e pecaminosa; o homem, fraco e covarde;
enfoque da burguesia como classe social;
fotografia objetiva da realidade;
romance de "interpretação aberta", deixando ao leitor a tarefa de tirar suas próprias conclusões.
7 - Principais autores e obras - Antero de Quental (1842- 1891) - Odes Modernas, Os Sonetos. Eça de Queirós - Cenas da Vida Portuguesa, O Primo Basílio, O Crime do Padre Amaro.
NATURALISMO EM PORTUGAL
O Naturalismo é facilmente confundido com o Realismo, mas temos que ter em mente que é um movimento literário ulterior, é conhecido como uma radicalização do Realismo. Os naturalistas acentuavam a visão do homem como uma máquina norteada pela ação de leis físicas e químicas, pela hereditariedade e pelo meio social. (COUTINHO, 2004a).O naturalismo intensificava uma reação às instituições sociais, figuras, usos e costumes, o que lhe dava um contorno de acentuado conteúdo político. Fato este que o distingue do Realismo, pois enquanto o Realismo “[...] propendia a um registro fiel da realidade, servindo à verdade no presente, como a História a serve no passado, o Naturalismo tomava uma atitude de luta aberta, denunciando aquilo que, na sociedade do tempo, reclamava reforma ou destruição” (COUTINHO, 2004a).
1. Contexto Histórico - O naturalismo surge numa época de extremo cientificismo e de descobertas em diversos campos do saber. Destacam-se o positivismo de Comte, O evolucionismo de Darwin, a Psicologia, as pesquisas antropológicas e os avanços políticos: democracia, liberalismo e socialismo. Houve uma mudança na consciência humana, retratando da forma mais verossímil possível a realidade. Em Portugal, o momento é de modernização da Indústria, dos transportes e da comunicação, impulsionados pela revolução Industrial. A mecanização da agricultura, novas técnicas de cultivo foram essenciais para o desenvolvimento na área. Assim, o atraso econômico vivido por Portugal foi aos poucos se transformando. 
2. Origens do Naturalismo em Portugal - Em 1867, ainda na França, a obra Thér-se Raquin, de Émile Zola, inaugura o Naturalismo. O Naturalismo em Portugal tem início na década de 1875 com a publicação da obra de Eça de Queiroz “O Crime do Padre Amaro”
3. Naturalismo - a "zoomorfização" das personagens:
abordagem científica da sociedade e dos atos humanos, com o privilégio dos aspectos doentios, patológicos, defeituosos e o afastamento do psicologismo e da profundidade realistas, a fim de examinar o plano científico e biológico;
personagens degradadas, párias da sociedade, vistas como "produto da raça e do meio", não raro sublevadas à categoria animal, agindo por instinto, num processo conhecido como zoomorfização das personagens, através de comparações entre o homem e o animal;
exame das classes inferiores, do proletariado, dos marginalizados;
enfoque dos aspectos torpes e degradantes da realidade; romance de tese, experimental, calcado na experimentação científica, com preocupação social e política
8. Principal autor e obras: Eça de Queirós (1845 - 1900) - O Crime do Padre Amaro (1875); Ministério da Estrada de Sintra (1870); A Tragédia da Rua das Flores (1877).
PARNASIANISMO EM PORTUGAL
A poesia parnasiana, formalmente impecável, ainda que tenha resultado como um gênero de pouca inspiração, foi importante como estímulo a novas experiências. Essapoesia rejeitou os temas sentimentais e privilegiou uma expressão mais autêntica, retirada da alma. No dizer de Coutinho (2004a, p. 13), Gautier é um dos seus poetas mais representativos, além de Leconte de Lisle e Banville, que se inspiravam na estética da arte pela arte e, assim, o parnasianismo era o “[...] mesmo movimento pendular que fez seguir uma corrente objetiva e classicizante ao subjetivismo romântico”. (COUTINHO, 2004, p. 13). Com a forma rigorosa e clássica, em versos perfeitos, a poesia parnasiana se apresentava descritiva, exata, com economia de imagens e metáforas.
Tal como a lírica, o teatro também encontrou expressão na ideologia da classe dominante e, por conseguinte, representava a realidade e a vida da média e pequena burguesia contemporânea. O drama burguês retratou as fraquezas, as penas, os contrastes familiares e as dificuldades dessa classe em ascensão, com as suas misérias, as suas ambições e as suas virtudes.
1.Contexto Histórico - Paralelamente ao realismo e ao naturalismo, surgiu na França (Paris - 1866) a poesia realística e concreta – o movimento dos parnasianos. Os seus representantes pretenderam um retorno de clareza clássica, enfatizando o valor fundamental da perfeição da forma e da estilística. É assim denominado em virtude do “Parnassus, monte da Fócida, na Grécia, onde, segundo a lenda, residiam os poetas. Por extensão, é uma espécie de morada simbólica dos poetas, e designa também o conjunto de poetas de uma nação”. (COUTINHO, 2004a, p. 13).
2. Características - “A arte pela arte” - ou seja, a arte como um fim em si mesma, colocando-se a serviço da sociedade. Autores esteticamente detalhistas valorizam o vocabulário culto, poucas figuras de linguagem, valorizam os sonetos, bem como as rimas raras. Temas da antiguidade clássica, autores realistas e objetivos mostram as coisas como são, sem lirismo. 
3. Principal Autor e obras - pouca representatividade em Portugal - Antero de Quental , Teófilo Braga, Gonçalves Crespo, Guerra Junqueira, João Penha, Cesário Verde.(O Livro de Cesário Verde - coletânea dos poemas do poeta português).
REALISMO E NATURALISMO NO BRASIL
Os objetivos das duas tendências estão na contraposição do Romantismo, o resgate do objetivismo e a apreciação da descrição detalhada.
O Realismo e o Naturalismo negam a fuga da realidade comum no Romantismo, apontam falhas, propõem mudanças de comportamentos humanos e das instituições e, substituem os heróis por pessoas limitadas e comuns. Assim, ambos sugerem a representação fiel da realidade.
O marco inicial do realismo foi na França, com a publicação da obra Madame Bovary (1857), de Gustave Faubert. Já o naturalismo, tem início em 1867 quando foi publicado o romance Thérèse Raquin, de Émilie Zola. 
O Realismo no Brasil teve o seu início, oficialmente, em 1881, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de seu mais célebre autor, Machado de Assis. 
A publicação de O Mulato, em 1881, do autor Aluísio Azevedo, marca o início do Naturalismo no Brasil.
1. Contexto histórico do Realismo e Naturalismo
Os movimentos literários Realismo e Naturalismo surgem na Europa em meados do século XIX.
As duas décadas de vigência do Realismo e do Naturalismo no país foram um período conturbado e de grandes transformações na nossa história social, política, econômica e literária. Entre os fatos mais importantes, podem ser elencados o enfraquecimento do governo de D. Pedro II - intensificação dos ideais republicanos; o crescimento da campanha abolicionista; uma economia agrária - concentração da renda nas mãos dos fazendeiros do açúcar e do café; na década de 80 - comícios e passeatas de intelectuais e estudantes em prol das campanhas abolicionista e republicana; a abolição da escravatura (1888), a Proclamação da República (1889), as revoltas militares, especulação na Bolsa de Valores, o Encilhamento, o surgimento das primeiras escolas de direito, início da entrada de filosofia positivista. É O início do processo de modernização da sociedade brasileira.
2. Realismo
O Realismo foi essencialmente uma reação ao idealismo da literatura romântica. O próprio romantismo, aliás, surgido no início do mesmo século, já vinha abandonando o idealismo, como se pode ver na obra do francês Victor Hugo, que não apresentava essa tendência em seus livros. Hugo faz denúncias da vida miserável dos pobres na França, em romances que se consagraram, como o célebre "Os Miseráveis". Por esse motivo é importante ressaltar que o realismo reage contra um determinado aspecto do movimento romântico e que o romantismo não deixa de apresentar certo caráter realista, principalmente no que toca a descrição de cenários e costumes. ... 
2.1 - Características do Realismo
Objetivismo e materialismo; Descrições e narrativa lenta; Uso de adjetivos realistas; Linguagem direta; Demonstração dos defeitos e detalhes da mulher; Subordinação do amor aos interesses sociais; Heróis são mostrados como pessoas comuns, com defeitos, incertezas e manias; Personagens com elaboração psicológica trabalhada; Críticas às instituições sociais e aos valores burgueses; Universalismo e cientificismo.
2.2 - Principais Autores do Realismo no Brasil
O Realismo no Brasil teve o seu início, oficialmente, em 1881, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de seu mais célebre autor, Machado de Assis. Machado de Assis (1839-1908) foi o principal autor do movimento literário Realismo no Brasil. Entre suas obras destacam-se: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires.
Machado de Assis foi, sem dúvida, o mais importante escritor realista. Suas obras foram marcadas por ironia; ceticismo; intertextualidade marcante (o constante diálogo com outras obras); aprofundamento psicológico das personagens, interesses em questões sociológicas a fim de criticar a sociedade; interpretação indireta dos fatos permitindo que o leitor tire conclusões; desconstrução da estrutura do romance como vemos em Memórias Póstumas de Brás Cubas. Nessa obra, além de desconstruir o pacto ficcional, deixando claro que a obra é uma ficção (algo que não ocorria no Romantismo: os romances eram cartas e o autor um mero editor), o autor descontrói a estrutura como vemos no capítulo “O velho diálogo de Adão e Eva”.
E para que você não seja pego de surpresa, é bom conhecer outras duas obras de autores do Realismo brasileiro, também muito cobradas em exames: O Ateneu (1888), de Raul Pompeia; Inocência (1872), do Visconde de Taunay.
3 - Naturalismo
Movimento literário que teve início na Europa com a publicação do livro Germinal, de Émile Zola, o Naturalismo chegou ao Brasil no final do século XIX. Foi nessa época que, influenciados por escritores europeus, nossos escritores passaram a enxergar na literatura um instrumento de denúncia social, e não apenas um entretenimento para a classe média e para a elite brasileira.
A prosa naturalista é o estilo que explora a narrativa lenta, impessoal, rebuscada em detalhes minuciosos e a tomada da postura analítica e científica. A prosa naturalista apresenta romances experimentais, podendo ser notada a influência direta do Darwinismo na expressão máxima da natureza.
A narrativa enfatiza a natureza animal do homem. Dessa maneira, antes da razão, o homem deixa-se levar pelos instintos naturais como sexo, pela moral da classe dominante.
Influenciada pelas leis científicas, a literatura naturalista construiu sua ficção ao tratar o homem como um objeto a ser cientificamente estudado, abandonando assim qualquer resquício da literatura romântica. Não há espaço para metáforas ou subjetividade: a realidade é retratada tal qual é, e a linguagem aproxima-se da simplicidade do coloquialismo para que o leitor tente captar com exatidão as descrições feitas pelo narrador. O romancista assume uma posição de não envolvimento, de impessoalidade, introduzindo na literatura assuntos ligados ao homem, inclusive aqueles tidos como repulsivos, jamais abordados nahistória da literatura brasileira. 
3.1 - Características do Naturalismo
A principal característica do Naturalismo é o cientificismo exagerado; Linguagem simples; Descrições minuciosas; Harmonia e clareza na composição; Uso de regionalismo; Demonstração de detalhes; Impessoalidade; Ser humano é mostrado como animal; Personagens patológicas, Sensualismo e erotismo, Objetivismo; Determinismo; Engajamento social.
3.2 - Principais Autores do Naturalismo no Brasil
Os escritores que aderiram ao movimento tinham como principal intenção dissecar o comportamento humano e social, em um trabalho que se aproximava das frias e impessoais experiências de laboratório, distante da concepção artística de literatura até então vigente.
Os principais autores do Naturalismo no Brasil foram Aluísio Azevedo (1857-1913) e Adolfo Ferreira Caminha (1867-1897). A publicação de O Mulato, em 1881, do autor Aluísio Azevedo, marca o início do Naturalismo no Brasil. Azevedo também publicou Casa de Pensão (1884) e O Cortiço (1890). Em sua obra máxima, O Cortiço, Aluísio condensou todos os ideais naturalistas ao mostrar como a influência do meio e a força dos instintos determinam o comportamento das personagens. Em outras obras do autor, como O mulato e Casa de pensão, é possível observar como o fatalismo das forças sociais e naturais atua sobre o homem, em uma tentativa de validar, por meio da literatura, as teorias científicas que dominavam o pensamento filosófico em todo o mundo. A obra de Caminha que merece destaque é A Normalista (1893).
Podemos mencionar tbm Herculano Marcos Inglês de Souza 91853 - 1918) - publicou “Coronel Sangrado”(1877), “O Missionário”(1891) . 
AUTORES REALSITAS
MACHADO DE ASSIS
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro em 1839 e faleceu no mesmo local em 1908. Filho de pai mulato e pobre e mãe lavadeira açoriana, foi criado pela madrasta, Maria Inês, em extrema miséria, após a morte do pai. Foi o fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras.
A característica mais marcante do estilo machadiano é a digressão. A narrativa de Machado de Assis é constantemente interrompida por comentários metalinguísticos, intertextualidades, histórias paralelas e, principalmente, análises filosóficas da sociedade e do indivíduo. Isso faz com que seus enredos fiquem sempre fragmentados e embaralhados. Essa dificuldade de leitura, no entanto, é compensada pelo humor inteligente e pela estrutura dinâmica e moderna de seus livros.
Podemos dividir as obras de Machado de Assis em duas fases: Fase romântica (Romantismo), onde os personagens de suas obras possuem características românticas, sendo o amor e os relacionamentos amorosos os principais temas de seus livros. Desta fase podemos destacar as seguintes obras: Ressurreição (1872), seu primeiro livro, A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878). Segunda Fase (Realismo), Machado de Assis abre espaços para as questões psicológicas dos personagens. É a fase em que o autor retrata muito bem as características do realismo literário. Machado de Assis faz uma análise profunda e realista do ser humano, destacando suas vontades, necessidades, defeitos e qualidades. Nesta fase destacam-se as seguintes obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1908).
Machado de Assis também escreveu contos, tais como: Missa do Galo, O Espelho e O Alienista. Escreveu diversos poemas, crônicas sobre o cotidiano, peças de teatro, críticas literárias e teatrais.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
1 – Personagens - São geralmente burgueses – classe dominante; procura desmascarar o “jogo” das relações sociais; enfatiza o contraste entre aparência x essência; mostra-nos de maneira impiedosa e enfatiza a vaidade, a futilidade, a hipocrisia, a inveja, o prazer carnal.
2 – Processo Narrativo - Há pouca ação e poucos fatos a serem apresentados. Os personagens envolvidos na trama apresentam complexidade psicológica, ou seja, são personagens esféricos e o narrador dialoga com o leitor, permitindo a este fazer reflexões sobre a obra, o enredo não segue uma ordem cronológica (de tempo em linha reta, tipo presente-passado e futuro), antecipando a forma moderna de escrever literatura. 
3 – Pessimismo - O pessimismo é indicado pela hipocrisia social. A imperfeição da humanidade mostra que as causas nobres sempre ocultam interesses impuros.
4 – Linguagem- As obras apresentam frases curtas e incisivas, repletas de humor e reflexão através de frases irônicas e sugestivas, além de apresentar intertextualidade com obras consagradas e perfeição gramatical. Cabe dizer, também, que suas obras apresentam bastante metalinguagem, Machado utilizava a linguagem para explicar a própria linguagem.
5 – Perfil Feminino - As personagens femininas são, geralmente, representadas como fortes, dominadoras, sensuais, “dissimuladas”, ambíguas, astuciosas e, principalmente, adúlteras, o que comprova a vulnerabilidade do amor. Uma observação pertinente sobre o perfil feminino: a questão sobre mulheres “dissimuladas” e “adúlteras” não deve ser interpretada de uma forma negativa. Essas características que levam a uma observação negativa, na verdade, exaltam a esperteza feminina. Assim como na maioria dos contos de Nelson Rodrigues, onde a mulher é adúltera ou, outras vezes, “passam a perna” nos homens de alguma forma, elas conseguem os objetivos desejados. Ou seja, não há uma tentativa de manchar a imagem feminina, mas sim de qualificá-las como tão espertas quanto, ou mais esperta que os homens.
MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS
É uma narrativa onde predomina a análise psicológica das personagens, caracterizando-se, portanto, como romance realista. Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, temos a presença de um “defunto autor”. O narrador protagonista está contando sua vida após ter morrido. Isso rompe com a proposta “realista” do período. Além disso, os capítulos curtos, capítulos formados por pontos, exclamações e interrogações e capítulos em branco, antecipam a irreverência própria da narrativa moderna.
1.Análise da obra - Memórias Póstumas é uma narrativa confusa e sem linearidade. O personagem principal, como sugere o título, resolve, depois de morto, contar a história da sua vida através de uma seleção dos episódios mais relevantes, desde o seu nascimento até a sua morte. Essa narrativa não segue, porém, nenhuma sequência cronológica. Ele inicia pelo seu delírio e morte, depois conta o seu nascimento e vai alternando, sem qualquer critério lógico, episódios de diversas fases da sua vida, sempre com uma alta dose de humor e visão pessimista. 
2. Enredo da obra: Brás Cubas nasceu em uma família rica, n a infância, foi um menino endiabrado. Protegido pela conivência paternal, maltratava os escravos, aprontava com as visitas e desrespeitava os adultos. Na adolescência, envolveu-se com uma prostituta que o explorou por vários meses, mas que ele, em sua narrativa, resume na famosa frase: “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis”. Foi mandado pelo pai à Europa para estudar e esquecer Marcela. Nunca levou os estudos a sério. De volta ao Brasil, conheceu Eugênia, moça bonita e romântica, filha de uma amiga da sua mãe. Mesmo sabendo que o pai jamais permitiria que ele se casasse com uma moça pobre e filha de mãe solteira, seduz Eugênia e chega a conquistar um beijo dela. Porém, quando descobre que ela é “coxa de nascença” ou seja, possui uma perna mais curta que a outra, foge, apavorado com a ideia de passar pelo ridículo de casar com uma mulher coxa. O Pai de Brás Cubas tem o sonho de vê-lo exercendo o cargo de ministro. Para isso, arranja-lhe como noiva Virgília, filha de um figurão da sociedade que facilitará a carreira política do genro. Brás Cubas mostra-se, no entanto, tão apático e incompetente, que acaba perdendo “a noiva e o cargo” para Lobo Neves, um homem arrojado que ele próprio compara com uma águia. 
Algum tempo depois, Brás Cubas reencontra Virgília,já casada com Lobo Neves. Desse encontro nasce uma paixão e os dois viram amantes. Virgília é uma mulher ambiciosa e não pretende abrir mão do prestígio social que seu marido lhe proporciona. Assim, durante anos, eles vivem um amor adúltero que só acaba quando Lobo Neves é nomeado governador de uma província e Virgília muda-se para longe do Rio de Janeiro. Brás Cubas vai envelhecendo solitário e sem ter feito nada de relevante na vida. Com a ajuda da irmã, ainda faz uma última tentativa de casar-se e ter filhos. Fica noivo de Eulália, moça pobre e sobrinha do cunhado Cotrim. A moça, porém, adoece e morre antes do casamento. Assim, Brás Cubas chega ao final da vida sem ter constituído uma família, sem filhos que dessem prosseguimento ao seu nome e sem ter produzido absolutamente nada que fizesse as pessoas lembrarem dele após a morte. No último capítulo, ironiza seus fracassos afirmando que a vida é mesmo uma miséria e não vale a pena perpetuá-la através dos filhos.
2. O foco narrativo: A narrativa é realizada em primeira pessoa, ou seja, há um narrador personagem que é também o protagonista da história. Como Brás Cubas está contando a sua própria história, ele é o que chamamos de “narrador não confiável”. Todos os fatos e demais personagens nos são apresentados a partir de sua ótica pessoal e subjetiva. Se o leitor não ficar atento, pode terminar a leitura do livro com uma visão positiva do protagonista. Uma leitura cuidadosa, no entanto, mostra que Brás Cubas é um boa vida, arrogante e incompetente, membro de uma elite endinheirada e improdutiva. Essa situação privilegiada permite que Brás Cubas deboche da sociedade e seus membros com uma ironia sarcástica que não poupa ninguém. A característica mais marcante deste livro é o pessimismo. Tudo é analisado a partir de uma visão negativa, seja em relação ao comportamento social ou aos dramas psicológicos das personagens. No entanto, esta visão pessimista fica, muitas vezes, disfarçada ou escondida sob a presença marcante do humor, principalmente a ironia. A observação dessa dicotomia pessimismo e humor é a principal chave para uma leitura compreensiva desse clássico da literatura brasileira.
 
QUINCAS BORBA
Quincas Borba foi publicado entre 16 de junho de 1886 a 15 de setembro de 1891 na revista Estação. Segundo estudos literários, esta obra é a continuação do romance que a precede: Memórias Póstumas de Brás Cubas, marco inicial do Realismo no Brasil. A relação entre ambas está no “humanitismo”, teoria desenvolvida pelo filósofo Quincas Borba (sendo este o “humanitismo” na prática) em Memórias Póstumas e incutidas em Quincas Borba.
1.Resumo do enredo - Quincas Borba vive confortavelmente em uma chácara na cidade de Barbacena (MG) e tem como enfermeiro e discípulo o ex-professor primário, Rubião que é modesto e tem inteligência limitada não consegue apreender a teoria de Quincas que tenta a todo custa ensiná-la ao enfermeiro. Quincas morre. Toda a sua fortuna é deixada para Rubião, mas com a seguinte condição: o enfermeiro só teria direito à herança se cuidasse do cachorro de Quincas, que também se chama Quincas Borba. Com o cachorro e a herança, Rubião se muda para o Rio de Janeiro. Conhece o casal Sofia e Cristiano Palha, na estação em Vassouras (RJ), que percebe quão ingênuo Rubião é e aos poucos passam a administrar sua fortuna. 
Rubião se apaixona por Sofia, mas não é correspondido, esse fato o leva aos poucos à loucura, a mesma responsável pela morte de Quincas Borba. Louco e explorado por diversas pessoas, dentre elas o casal Palha e Sofia que lhe tiraram toda a fortuna, Rubião falece à míngua e assim se torna a prática da tese do humanitismo. Após três dias, numa rua, o cachorro Quincas Borba é encontrado morto. O romance é a representação da filosofia criada por Quincas Borba, em que a vida é um campo de batalha e só sobreviverão os mais fortes. Os fracos e ingênuos, tal qual Rubião, serão os manipulados e anulados pelos mais espertos, a exemplo o casal Sofia e Palha, que no desfecho de Quincas Borba terminam ricos e vivos.
2. O foco narrativo - está em terceira pessoa, isto é, o narrador só relata os fatos, sendo imparcial a tudo que acontece, apenas observando os fatos. A história tem como mote a loucura que é aflorada por meio de processos que tocam fatores latentes. O principal elemento da estrutura da narrativa de Machado de Assis é o narrador. Em Quintas Borba, também é um personagem dúplice, narrando em primeira ou terceira pessoa, ele está fora da narrativa, mas às vezes, assume o “eu narrado. Ex.: “Este Quincas Borba, se acaso me fizeste o favor de ler as...”. É onisciente, e interfere na história, fazendo comentários e dirigindo-se ao leitor. Sua participação é, portanto, interventiva. Machado de Assis foi um antecipador da chamada estética de receptação ao incluir em suas narrativas, o diálogo entre o narrador e o leitor. Este é, também, personagem, um leitor virtual, explicitado ou não na narrativa. Enfim, são diferentes as formas como Machado de Assis estabelece o diálogo entre narrador - o personagem que conta a história - e o leitor - personagem para quem se narram os fatos - antecipando, em quase cem anos, a importância desses elementos na narrativa contemporânea e a participação do leitor implícito, intratextual, para a elaboração do sentido do texto.
DOM CASMURRO
Publicado pela primeira vez em 1899, “Dom Casmurro” é uma das grandes obras de Machado de Assis e confirma o olhar certeiro e crítico que o autor estendia sobre toda a sociedade brasileira. Também a temática do ciúme, abordada com brilhantismo nesse livro, provoca polêmicas em torno do caráter de uma das principais personagens femininas da literatura brasileira: Capitu. Dom Casmurro está dividido em 148 capítulos, na sua maioria curtos.
 1.Foco narrativo: A narração é feita em primeira pessoa por Bento Santiago, que relata a história de sua vida. Trata-se de uma pseudo-biografia de um homem envelhecido que parece preencher sua solidão com a recordação de um passado que marca seu sofrimento pessoal. É uma visão amarga e doída de quem foi machucado e traído pela vida, e por isso, vai-se isolando e ensimesmando. O título da obra reflete tal ideia: Casmurro é um termo referente ao homem calado e metido consigo. O “Dom” é uma ironia, pois atribui importância, destaque a este homem isolado.
2. Resumo do enredo: O enredo não é dinâmico e a narrativa é interrompida a todo momento por pensamentos ou lembranças fragmentadas. O romance inicia-se numa situação posterior a todos os seus acontecimentos. Bento Santiago, já um homem de idade, conta ao leitor como recebeu a alcunha de Dom . A expressão fora inventada por um jovem poeta, que tentara ler para ele no trem alguns de seus versos. Como Bento cochilara durante a leitura, o rapaz ficou chateado e começou a chamá-lo daquela forma. 
O narrador inicia então o projeto de rememorar sua existência, o que ele chama de “atar as duas pontas da vida”. O leitor é apresentado à infância de Bentinho, quando ele vivia com a família num casarão da rua de Matacavalos. O primeiro fato relevante narrado é também seu primeiro motivo de preocupação. Bentinho escuta uma conversa entre José Dias e dona Glória: ela pretende mandá-lo ao seminário no cumprimento de uma promessa feita pouco antes de seu nascimento. A mãe, que já havia perdido um filho, prometera que, se o segundo filho nascesse “varão”, ela faria dele padre. Na conversa, dona Glória soubera da amizade estreita entre o menino e a filha de Pádua, Capitolina. Bentinho fica furioso com José Dias, que o denunciara, e expõe a situação a Capitu. A menina ouve tudo com atenção e começa a arquitetar uma maneira de Bentinho escapar do seminário, mas todos os seus planos fracassam. O garoto segue para o seminário, mas, antes de partir, sela, com um beijo em Capitu, a promessa de que se casaria com ela. No seminário, Bentinho conhece Ezequiel de Souza Escobar, que se torna seu melhor amigo. Em uma visita a sua família, Bentinho leva Escobar e Capitu o conhece.Enquanto Bentinho estuda para se tornar padre, Capitu estreita relações com dona Glória, que passa a ver com bons olhos a relação do filho com a garota. Dona Glória ainda não sabe, contudo, como resolver o problema da promessa e pensa em consultar o papa. Escobar é quem encontra a solução: a mãe, em desespero, prometera a Deus um sacerdote que não precisava, necessariamente, ser Bentinho. Por isso, no lugar dele, um escravo é enviado ao seminário e ordena-se padre. Bentinho vai estudar direito no Largo de São Francisco, em São Paulo. Quando conclui os estudos, torna-se o doutor Bento de Albuquerque Santiago. Ocorre então o casamento tão esperado entre Bento e Capitu. Escobar, por seu lado, casara-se com Sancha, uma antiga amiga de colégio de Capitu. Capitu e Bentinho formam um “duo afinadíssimo”. Essa felicidade, entretanto, começa a ser ameaçada com a demora do casal em ter um filho. Escobar e Sancha não encontram a mesma dificuldade: têm uma bela menina, a quem colocam o nome de Capitolina. Depois de alguns anos, Capitu finalmente tem um filho, e o casal pode retribuir a homenagem que Escobar e Sancha lhe haviam prestado: o filho é batizado com o nome de Ezequiel. Os casais passam a conviver intensamente. Bento vê uma semelhança terrível entre o pequeno Ezequiel e seu amigo Escobar, que, numa de suas aventuras na praia – o personagem era excelente nadador -, morre afogado. Bento enxerga no filho a figura do amigo falecido e fica convencido de que fora traído pela mulher. Resolve suicidar-se bebendo uma xícara de café envenenado. Quando Ezequiel entra em seu escritório, decide matar a criança, mas desiste no último momento.
Diz ao garoto, então, que não é seu pai. Capitu escuta tudo e lamenta-se pelo ciúme de Bentinho, que, segundo ela, fora despertado pela casualidade da semelhança. Após inúmeras discussões, o casal decide separar-se. Arruma-se uma viagem para a Europa com o intuito de encobrir a nova situação, que levantaria muita polêmica. O protagonista retorna sozinho ao Brasil e se torna, pouco a pouco, o amargo Dom Casmurro. Capitu morre no exterior e Ezequiel tenta reatar relações com ele, mas a semelhança extrema com Escobar faz com que Bento Santiago o rejeite novamente. O destino de Ezequiel é infeliz: ele morre de febre tifóide durante uma pesquisa arqueológica em Jerusalém. Triste e nostálgico, o narrador constrói uma casa que imita sua casa de infância, na rua de Matacavalos. O próprio livro é também uma tentativa de recuperar o sentido de sua vida. No fim, o narrador parece menosprezar um pouco a própria criação. Convence-se de que o melhor a fazer agora é escrever outra obra sobre “a história dos subúrbios”.
3. Análise de Dom Casmurro: A obra consiste fundamentalmente na história de um jovem que busca unir as duas metades de sua vida: a primeira, marcada pela busca de um ideal de felicidade (um casamento feliz), e a segunda, marcada pela luta para recuperar essa felicidade por suas dúvidas e suspeitas. 
Além disso, a obra celebrizou-se pelo fato de não apresentar um desfecho definitivo: o leitor não sabe se, de fato, Capitu veio a trair o marido, ou se o ciúme exagerado de Bentinho (demonstrado em tantos momentos da narrativa) faz com que ele fique obcecado pela ideia que está sendo traído. O romance é narrado em primeira pessoa por Bento. Esta opção permite ao autor manter no espírito do leitor a dúvida quanto a fidelidade de Capitu. Porém, é preciso acentuar que o tema principal de Dom Casmurro não é o adultério. Este, se aconteceu, é de importância secundária, inclusive para o próprio Machado de Assis. A traição ou a não-traição de Capitu funciona como meio para as observações do autor, ao menos em parte, sobre as razões pessoais ou íntimas da conduta do homem. Muito mais interessante e inteligente do que o eventual adultério nesta narrativa é a construção, lenta e gradativa, na mente de Bentinho, da possibilidade de ter havido adultério. Capitu é uma das mais bem construídas personagens da literatura mundial, tendo em vista sua extraordinária complexidade psicológica. Além dela, merece ser citado o personagem José Dias, agregado da casa de Dona Glória – mãe de Bentinho –, por ser personagem de estruturação interessante. Enfim, Dom Casmurro é uma das melhores obras da literatura brasileira e universal; é um romance original, até mesmo no fato de que ele todo constitui-se em um flashback. Nele, o talento de Machado de Assis alcançou o ponto mais alto de sua capacidade técnica e inventiva. (Por: Wilson Teixeira Moutinho).
RAUL POMPEIA
Raul Pompéia nasceu em 1853 em uma fazenda de cana-de-açúcar e aos 10 anos de idade, em 1863, foi enviado para um internato. Assim muitos acreditam que a sua obra mais importante, O Ateneu, seja autobiográfico. A obra foi escrita em forma de folhetim na Gazeta de Notícias e carrega influências naturalistas, impressionistas, realistas e expressionistas, além de uma linguagem rebuscada e formal. O autor morreu em 1895 no Rio de Janeiro, ao se suicidar, e, hoje, é um dos patronos da Academia Brasileira de Letras.
O ATENEU (TEM COMO SUBTÍTULO CRÔNICA DE SAUDADES)
O livro “O Ateneu” (1888) consagra o Realismo brasileiro. Foi de caráter importantíssimo a essa arte, pois engloba as atitudes humanas nas figuras das personagens. A narrativa que se segue é enquadrada especificamente no realismo e o cenário é uma escola rígida, conservadora, onde a personagem principal, Sérgio, dá início à formação de seu caráter jovem. A data de sua publicação o coloca no Realismo. De fato, possui fortes afinidades com tal escola, já que apresenta uma característica marcante desse momento estético: a preocupação em criticar a sociedade num tom perpassado de pessimismo. No entanto, há inúmeros desvios que o impedem de ser um romance puramente realista.
Análise e Foco narrativo: A primeira dificuldade na análise do livro é enquadrá-lo numa categoria fixa, ou seja, fazer uma classificação rígida sobre que tipo de romance ele representa. Pode ser considerada desde um relato autobiográfico até um romance de formação, ou ainda uma típica narrativa de cunho naturalista. O Ateneu é dividido em 12 capítulos e possui o “Crônica de saudades”. 
A obra está repleta de descrições físicas e psicológicas, tal qual o local em que se passa a história e os personagens que envolvem a trama. Em primeiro lugar, deve-se lembrar que a obra é memorialista. O foco narrativo em primeira pessoa impede a tão valorizada objetividade e imparcialidade do Realismo-Naturalismo. O narrador recebe a personalidade e também as memórias do autor, já que este também estudou num internato, o Colégio Abílio, do Rio de Janeiro. Mais uma vez, carrega-se nas tintas do pessoalismo. Reforça ainda mais essa subjetividade a forte aproximação que O Ateneu estabelece com outra escola literária, o Impressionismo. De fato, obedecendo a esse estilo, não há o relato exato e documental de fatos do passado. Raul Pompéia encaminha-se inúmeras vezes para a fixação de um momento, de um clima, de uma atmosfera perdida no passado. Ainda dentro do Realismo, há que se notar no romance sua vinculação ao Naturalismo (um subconjunto da literatura realista), principalmente na utilização de elementos que denotam um apego exagerado à sexualização. Destaca-se, numa visão que em muito lembra a teoria freudiana, o jogo entre implícito e explícito, declarado e escondido, desejado e reprimido, e principalmente entre masculino e feminino que muitas vezes resvala no homossexualismo. Somando-se aos elementos realistas, naturalistas e impressionistas, chamam a atenção em O Ateneu às recaídas que o autor tem no rebuscamento da linguagem, com subordinação exagerada e inversões desnecessárias, o que lembra um pouco o Parnasianismo. 
2. Resumo do livro: O texto é em primeira pessoa e Sérgio, já adulto, relata a convivência em um internato, intitulado Ateneu, um ambiente corrupto e moralista, sendo dirigido pelo Dr. Aristarco, um homem que visava apenas o lucro e o ganho de bens materiais, então diretor do colégio. Acena pioneira do romance relata a ida do jovem para o internato. Seu pai o leva de encontro a um novo ambiente. Ele irá encontrar novas pessoas, até então imaturas nas suas ações, e Sérgio deve “encontrar o mundo” como afirmava o pai. É a típica cena de paternidade da época: o pai anseia em ver o filho pródigo com um futuro promissor, procura um internato para enquadrá-lo às cobranças de um mundo exigente e esmagador. “Coragem para a luta”, dizia seu pai.
VISCONDE DE TAUNAY
Alfredo Taunay - nasceu no Rio de Janeiro, em 1843. Recebeu o título de visconde e afastou-se da política com a proclamação da República, já que sua visão era monárquica. Após deixar seu posto no exército como major, dedicou-se não só à política, mas também às letras. Seu primeiro romance foi A Mocidade de Trajano (1871), sob o pseudônimo de Sílvio Dinarte. Contudo, sua principal obra é, sem dúvida, Inocência (1872), a qual se passa em Mato Grosso em um universo diferente dos quais frequentava na corte. Inocência foi traduzida para vários idiomas e adaptada para o cinema. É um escritor de transição do romantismo para o Realismo, ele mescla a linguagem culta e coloquial, possibilitando uma renovação da linguagem literária brasileira. Obra: Romances: A mocidade de Trajano (1871); Inocência (1872); Lágrimas do coração (1873); Ouro sobre azul (1875); A retirada da Laguna (1872 em português).
1. Análise da obra - O livro Inocência (1872) de Visconde de Taunay é um romance construído a partir de impressões e lembranças da realidade natural e sócio-cultural do sertão mato-grossense. Além disso, analisa os valores comportamentais do sertanejo, fazendo com que esta obra, mesmo se tratando de uma história sentimental, apresente um “toque” naturalista, um realismo descritivo e um tom documental, fruto da experiência de Taunay como redator oficial do Diário do Exército. Inocência pode ser considerada a obra-prima do romance regionalista (Sertão do Mato Grosso) do nosso Romantismo.
2. Enredo da Obra - Martinho dos Santos Pereira vivia com a filha Inocência nos campos de Camapuã, sul da província de Mato Grosso. Sua filha, que possuía uma beleza incomum, vivia reclusa e vigiada por Tico, anão que vivia na fazenda, pois Pereira a prometera em casamento ao vaqueiro Manecão que estava em viagem cuidando dos papéis. Cirino, médico ambulante, conhece Pereira em uma vila e o segue até sua residência, pois Inocência estava doente e Pereira precisava que Cirino a examinasse.Após alguma reticência, Pereira permite que Cirino adentre ao quarto de Inocência, mas lhe explica a situação e exige que ele aja adequadamente, mas ao entrar no quarto e ver Inocência, mesmo doente, Cirino se apaixona pela jovem.Por aquele tempo, um naturalista alemão, Meyer, e seu companheiro pedem abrigo a Pereira por intermédio de uma carta escrita por seu irmão Francisco dos Santos Pereira. 
Comovido pela carta, Pereira não só dá abrigo aos dois europeus como lhes apresenta a filha.Meyer a acha deslumbrante e não contém os elogios. Pereira fica desconfiado e passa a vigiar e a seguir o naturalista onde quer que ele vá. Meyer sempre ia para a mata procurar por novas espécies de insetos e Pereira ia junto deixando Cirino responsável pela medicação de Inocência. Durante esse ínterim, Cirino declara-se para Inocência que corresponde ao sentimento. Meyer encontra uma espécie nova de borboleta e diz a Pereira que irá nomeá-la Inocência. Pereira fica ainda mais desconfiado, mas, percebendo que o naturalista fora embora tranquilamente logo em seguida, duvida de suas desconfianças. Manecão retorna com os papéis do casamento e Inocência diz que prefere morrer a casar-se com ele.Cirino e Inocência planejam pedir ajuda ao padrinho de Inocência, mas Tico, que descobrira sobre o envolvimento dos dois, conta tudo a Pereira que pede a Manecão que lave a honra de sua casa. Manecão mata Cirino e no final, quando ocorre a apresentação de Meyer sobre a borboleta Inocência, o narrador diz ironicamente que já fazia dois anos que Inocência não existia mais.
3. Foco narrativo: O ponto de vista externo define o narrador de Inocência como um narrador onisciente, que é tendência dominante na narrativa romanesca do século XIX. É o modelo clássico, que confere plenos poderes a uma só focalização: tudo é apresentado a partir de um único ponto, com onisciência e onipresença. Esse é, sem dúvida, um modelo narrativo que atende às necessidades do romance regionalista, que focaliza a vida, os costumes, os valores sociais a partir de um único ponto de vista.
AUTORES DO NATURALISMO
ALUÍSIO DE AZEVEDO
Aluísio de Azevedo foi um escritor brasileiro, precursor do movimento naturalista no Brasil. Fundador da cadeira nº 04 da Academia Brasileira de Letras (ABL), atuou entre 1897 e 1913. Exímio escritor, Aluísio possui uma vasta obra literária. Escreveu contos, crônicas, romances, críticas, novelas e peças teatrais.Foi um dos mais emblemáticos escritores da prosa naturalista brasileira
Como escritor, as principais características de suas obras são: descrição minuciosa e narrativa lenta, linguagem simples e regional, foco na realidade cotidiana, retrato da sociedade e crítica social, temas de patologia social, promiscuidade, adultério e vícios, personagens simples e degradadas, animalização dos personagens, foco no comportamento dos personagens, decadência moral, preconceito racial.
O MULATO
O Mulato (1881): obra que inaugura o movimento naturalista no Brasil, denunciando o preconceito racial e criticando o Clero. O Mulato causou escândalo na sociedade maranhense, não só pela crua linguagem naturalista, mas sobretudo pelo assunto de que tratava: o preconceito racial. A obra teve grande sucesso, foi bem recebido na Corte.Na época, a obra foi muito mal recebida pela sociedade maranhense e Aluísio Azevedo, que já não era visto com bons olhos, tornou-se o "Satanás da cidade". O clima na cidade ficou tão ruim para o autor que ele decidiu retornar ao Rio de Janeiro.
1.Resumo da obra: A obra começa a ser narrada no interior do Maranhão, onde José Pedro da Silva era fazendeiro e comerciante português. Com Domingas, uma de suas escravas, ele teve um filho bastardo: Raimundo. José casou-se com Quitéria Inocência de Freitas Santiago e desconfiada da relação que tinha com sua escrava, a esposa pede para açoitar a mulher e ainda, queimar suas genitais. Desesperado, José leva a criança para a casa de seu irmão Manuel. Quando ele retorna à fazenda, encontra sua esposa na cama com o Padre Diogo. Num momento de fúria, ele mata sua esposa e faz um pacto com o padre para que ninguém fique sabendo do ocorrido. Desolado, José passa a viver com seu irmão, que tinha uma casa na cidade de São Luís. Pouco depois, ele adoece. Quando decide retornar a sua fazenda, ele é morto a mando do Padre Diogo. Diante de tudo isso, Raimundo, ainda criança, vai para Lisboa, em Portugal, se afastando de sua mãe. Ali passou anos de sua vida e se formou em Direito. Mais tarde, resolveu retornar ao Brasil e vai morar no Rio de Janeiro. Decidido a encontrar seu tio Manuel Pescado, Raimundo viaja ao Maranhão. A ideia inicial era saber sobre sua infância e origem. Além disso, seu pai deixou a herança para ele que estava aos cuidados de seu tio. Assim, quando encontra Manuel, Raimundo fala que quer visitar fazenda onde morava quando era criança. Ali, ele desvenda alguns fatos desconhecidos, por exemplo, quem era sua mãe e que fora filho bastardo de José. 
Durante a estadia na casa de seu tio, apaixona-se por sua filha, Ana Rosa. Entretanto, Manuel pensa em casar sua filha com um de seus empregados o Cônego Dias. Sendo assim, seu tio não lhe concede a mão de Ana. Diante disso, Raimundo começa a desconfiar que essa recusa está associada com sua origem e cor de pele, uma vez que ele era filho de uma escrava. Ana Rosa também nutre sentimentos por Raimundo e o casal resolve fugir. Na hora da fuga, eles são surpreendidos por Padre Diogo e mediante a confusão, Raimundo é morto por Luís Dias, seu rival. Ana,que estava grávida de Raimundo, fica em choque com a morte de seu amado e acaba abortando a criança. Por fim, ela se casa com o assassino de Raimundo e com ele teve três filhos.
2. Análise da Obra - O Mulato é uma obra com forte crítica social. Por meio de seus personagens estereotipados, Aluísio de Azevedo aborda temas como o preconceito racial, a escravidão, a hipocrisia do clero e ainda o provincianismo. Com 19 capítulos sem título, O Mulato foi uma revelação para a sociedade da época e recebeu muitas críticas. Além dos temas explorados pelo autor, o final da obra distancia-se dos moldes clássicos e românticos onde o bem sempre vence o mal. Aqui, o mal e a infelicidade das pessoas permeiam a obra. São encobertas por uma falsa felicidade onde os interesses, a futilidade, a imoralidade e a discriminação estão acima de tudo. Isso pode ser revelado no desfecho da obra. No fim do livro aparece Ana Rosa e o assassino de Raimundo supostamente felizes vivendo uma vida burguesa e cuidando dos três filhos.
3. Foco narrativo - A história é narrada na 3ª pessoa. É o narrador quem “mostra” ou “conta” os fatos, tanto do presente, como do passado. Ele conhece e domina todos os acontecimentos e todos os pensamentos das personagens. Trata-se de um narrador observador e onisciente. De acordo com a descrição de Friedman, ele tem liberdade para narrar do ângulo de sua preferência, acima, do centro, da periferia dos acontecimentos. Pode adotar sucessivamente várias posições. Como canais de informação, predominam suas próprias palavras e pensamentos. A principal característica do narrador onisciente no naturalismo, é que ele permanece neutro, ou seja, evita comentar sobre o comportamento das personagens.
CASA DE PENSÃO
Casa de Pensão (1884): obra em que descreve a vida de jovens estudantes, habitantes de uma pensão no Rio de Janeiro. Foi inspirada em um crime, Questão Capistrano, que ocorreu no Rio de janeiro no ano de 1877 e que envolveu dois estudantes, em uma situação muito próxima à da narrada por Aluízio. O autor move personagens que se coadunam perfeitamente com a análise dos críticos de que seus tipos são, via de regra, grosseiros, não se distinguem pela sutileza da compreensão, nem pela frescura dos sentimentos. São eixos de relações da estrutura da presente narrativa a Província - Maranhão, a Corte - Rio de Janeiro, a casa paterna e a casa de pensão. O Naturalismo, presente na obra Casa de Pensão, é uma vertente literária dentro do Realismo. Suas características específicas são: o determinismo, sendo as personagens modificadas pelo ambiente em que vivem, pelo momento histórico e pela herança genética; a animalização e sexualização das personagens; e a inclinação ao pensamento socialista em detrimento do pensamento burguês.
1.Enredo da obra - Amâncio (Da Silva Bastos e Vasconcelos), rapaz rico e provinciano, abandona o Maranhão e segue de navio para o Rio de Janeiro (a Corte) a fim de se encaminhar nos estudos e na vida. É um provinciano que sonha com os deslumbramentos da Corte. Chega cheio de ilusões e vazio de propósitos de estudar... A mãe fica chorosa e o pai, indiferente, como sempre fora no trato meio distante com o filho. O rapaz tinha que se tornar um homem. Amâncio começa morando em casa do sr. Campos, amigo do Pai, e, forçado, se matricula na Escola de Medicina. Ia começar agora uma vida livre para compensar o tempo em que viveu escravizado às imposições do pai e do professor, o implacável Pires. Por convite de João Coqueiro, co-proprietário de uma casa de pensão, junto com a sua velhusca mulher Mme. Brizard, muda-se para lá. É tratado com as maiores preferências: os donos da pensão queriam aproveitar o máximo de seu dinheiro e ainda arranjar o seu casamento com Amélia, irmã de Coqueiro. Um sujo jogo de baixo interesses, sobretudo de dinheiro. Naquele ambiente, tudo concorreria para fazer explodir a super-sensualidade do maranhense. "Ele, coitado, havia fatalmente de ser mau, covarde e traiçoeiro: Na ramificação de seu caráter e sensualidade era o galho único desenvolvido e enfolhado, porque de todos só esse podia crescer e medrar sem auxílios exteriores." A casa de pensão era um amontoado de gente, em promiscuidade generalizada, apesar da hipócrita moralidade pregada pelo seu dono: havia miséria física e moral, clara e oculta. Com a chegada de Amâncio, a pensão passou a arapuca para prender nos seus laços o jovem, inesperto e rico estudante: pegar o seu dinheiro e casá-lo com a irmã do Coqueiro. Para alcançar o fim, todos os meios eram absolutamente lícitos. Amélia, principalmente quando da doença do rapaz, se desdobrou nos mais íntimos cuidados. Até que se tornou, disfarçadamente, sua amante. Sempre mantendo as aparências do maior respeito exigido dentro da pensão pelo João Coqueiro...O pai de Amâncio morre no Maranhão. A mãe chama o filho. Ele pretendo voltar, logo que terminarem os seus exames de medicina. Era preciso que o filho voltasse para vê-la e ver os negócios que o pai deixara. Mas o rapaz está preso à casa de pensão e a Amélia: este o ameaça e só permite sua ida ao Maranhão, depois do casamento. Amâncio prepara sua viagem às escondidas. Mas, no dia do embarque, um oficial e justiça acompanhado de policiais o prende para apresentação à delegacia e prestação de depoimentos. Amâncio é acusado de sedutor da moça. João Coqueiro prepara tudo: o caso foi entregue ao famigerado e chicanista Dr. Teles de Moura. Aparecem duas testemunhas contra o rapaz. Começa o enredado processo: uma confusão de mentiras, de fingimentos, de maucaratismo contra o jovem rico e desfrutável para os interesses pecuniários de Mme. Brizard e marido. Há uma ressonância geral na imprensa e, na maioria, os estudantes se colocam ao lado de Amâncio. O senhor Campos prepara-se para ajudar o seu protegido, mas Coqueiro lhe faz chegar às mãos uma carta comprometedora que Amâncio escrevera à sua senhora, D. Hortênsia. E se coloca contra quem não soube respeitar nem a sua casa... Três meses depois de iniciado o processo, Amâncio é absolvido. O rapaz é levado em triunfo para um almoço, no Hotel Paris. "Amâncio passava de braço a braço, afagado, beijado, querido, como uma mulher famosa." Todo mundo olhava com curiosidade e admiração o estudante absolvido. E lhe atiravam flores, Ouviam-se vivas ao estudante e à Liberdade. Os músicos alemães tocaram a Marselhesa. Parecia um carnaval carioca. Em outro plano, Coqueiro, sozinho, vendo e ouvindo tudo. A alma envenenada de raiva. Em casa o destampatório da mulher que o acusava de todo o fracasso. As testemunhas reclamavam o pagamento do seu depoimento. Um inferno dentro e fora dele. Chegaram cartas anônimas com as maiores ofensas. Um homem acuado... Pegou, na gaveta, o revólver do pai. E pensou em se matar. Carregou a arma. Acertou o cano no ouvido. Não teve coragem. Debaixo da sua janela, gritavam injúrias pela sua covardia e mau caráter... No dia seguinte, de manhã, saiu sinistro.
Foi ao Hotel Paris. Bateu no quarto II, onde se encontrava o estudante com a rapariga Jeanete. Esta abriu a porta. Amâncio dormia, depois da festa e da bebedeira, de barriga para cima. Coqueiro atirou a queima-roupa. Amâncio passa a mão no peito, abre os olhos, não vê mais ninguém. Ainda diz uma palavra: "mamãe" ... e morre. Coqueiro foi agarrado por um policial, ao fugir. A cidade se enche de comentários. Muitos visitam o necrotério para ver o cadáver de Amâncio. Vendem-se retratos do morto. Um funeral grandioso com a presença de políticos, notícias e necrológicos nos jornais, a cidade toda abalada. A tragédia tomou conta de todos. A opinião pública começa a flutuar, a mudar de posição: afinal, João Coqueiro tinha lavado a honra da irmã... Quando D. Ângela, envelhecida e enlutada, chega ao Rio de Janeiro, se viu no meio da confusão, procurando o filho. Numa vitrine, ela descobriu o retrato do filho "na mesa do necrotério, com o tronco nu, o corpo em sangue. Uma legenda: "Amâncio de Vasconcelos, assassinado por João Coqueiro, no Hotel Paris... 
2. Análise da obra: O naturalismoestá plenamente representado em Casa de Pensão. Está presente também na obra o sentido documental e experimental do romance naturalista, renunciando ao sentimentalismo e à evasão, procura construir tudo sobre a realidade. Como já mencionado, a estória do romance se baseia num caso real. Uma técnica comum ao escritor naturalista é o abuso dos pormenores descritivo-narrativos de tal modo que a estória caminha devagar, lerda e até monótona. É a necessidade de ajuntar detalhes para se dar ao leitor uma impressão segura de que tudo é pura realidade. Essas minúcias se estendem a episódios, a personagens e a ambientes. Não se pode dizer que a linguagem do romance é regionalista; pelo contrário, o padrão da língua usada é geral e o torneio frasal, a estrutura morfo-sintática é completamente fiel aos padrões da velha gramática portuguesa.
Como Machado de Assis, Aluísio Azevedo também usa alguns recursos desconhecidos da língua portuguesa do Brasil, principalmente na língua oral. Assim, por exemplo, o caso da apossínclise (é uma posição especial do pronome oblíquo que não escutamos no Brasil, mas é comum até na língua popular de Portugal). São exemplos de apossínclise: "Há anos que me não encontro com o amigo." (Há anos que não me...) "Se me não engano, você está certo." Em Casa de Pensão essa posição pronominal é um hábito comum.
3.Foco narrativo - O autor escolheu o seu ponto-de-vista narrativo: a terceira pessoa do singular, um narrador onisciente e onipotente, fora do elenco dos personagens. Como um observador atento e minucioso dentro das próprias fórmulas apertadas do naturalismo. No caso deste romance, Aluísio Azevedo trabalhou muito servilmente sobre os fatos absolutamente reais.
O CORTIÇO 
O Cortiço (1890): marco do movimento naturalista, essa obra é um retrato da sociedade brasileira do século XIX. Narra as histórias dos habitantes de um cortiço no Rio de Janeiro. Ao ser lançado, em 1890, “O Cortiço” teve boa recepção da crítica, chegando a obscurecer escritores do nível de Machado de Assis. Isso se deve ao fato de Aluísio Azevedo estar mais em sintonia com a doutrina naturalista, que gozava de grande prestígio na Europa. 
1.Resumo da Obra: O livro narra inicialmente a saga de João Romão rumo ao enriquecimento. Para acumular capital, ele explora os empregados e se utiliza até do furto para conseguir atingir seus objetivos. João Romão é o dono do cortiço, da taverna e da pedreira. Sua amante, Bertoleza, o ajuda de domingo a domingo, trabalhando sem descanso. Em oposição a João Romão, surge a figura de Miranda, o comerciante bem estabelecido que cria uma disputa acirrada com o taverneiro por uma braça de terra que deseja comprar para aumentar seu quintal. Não havendo consenso, há o rompimento provisório de relações entre os dois. Com inveja de Miranda, que possui condição social mais elevada, João Romão trabalha ardorosamente e passa por privações para enriquecer mais que seu oponente. Um fato, no entanto, muda a perspectiva do dono do cortiço. Quando Miranda recebe o título de barão, João Romão entende que não basta ganhar dinheiro, é necessário também ostentar uma posição social reconhecida, freqüentar ambientes requintados, adquirir roupas finas, ir ao teatro, ler romances, ou seja, participar ativamente da vida burguesa. No cortiço, paralelamente, estão os moradores de menor ambição financeira. Destacam-se Rita Baiana e Capoeira Firmo, Jerônimo e Piedade. Um exemplo de como o romance procura demonstrar a má influência do meio sobre o homem é o caso do português Jerônimo, que tem uma vida exemplar até cair nas graças da mulata Rita Baiana. Opera-se uma transformação no português trabalhador, que muda todos os seus hábitos. A relação entre Miranda e João Romão melhora quando o comerciante recebe o título de barão e passa a ter superioridade garantida sobre o oponente. Para imitar as conquistas do rival, João Romão promove várias mudanças na estalagem, que agora ostenta ares aristocráticos. O cortiço todo também muda, perdendo o caráter desorganizado e miserável para se transformar na Vila João Romão. O dono do cortiço aproxima-se da família de Miranda e pede a mão da filha do comerciante em casamento. Há, no entanto, o empecilho representado por Bertoleza, que, percebendo as manobras de Romão para se livrar dela, exige usufruir os bens acumulados a seu lado. Para se ver livre da amante, que atrapalha seus planos de ascensão social, Romão a denuncia a seus donos como escrava fugida. Em um gesto de desespero, prestes a ser capturada, Bertoleza comete o suicídio, deixando o caminho livre para o casamento de Romão.
2.Análise da obra: O livro é composto de 23 capítulos, que relatam a vida em uma habitação coletiva de pessoas pobres (cortiço) na cidade do Rio de Janeiro.O autor naturalista tinha uma tese a sustentar sua história. A intenção era provar, por meio da obra literária, como o meio, a raça e a história determinam o homem e o levam à degradação. A obra está a serviço de um argumento. Aluísio se propõe a mostrar que a mistura de raças em um mesmo meio desemboca na promiscuidade sexual, moral e na completa degradação humana. Mas, para além disso, o livro apresenta outras questões pertinentes para pensar o Brasil, que ainda são atuais, como a imensa desigualdade social.
3.Foco Narrativo - A obra é narrada em terceira pessoa, com narrador onisciente (que tem conhecimento de tudo), como propunha o movimento naturalista. O narrador tem poder total na estrutura do romance: entra no pensamento dos personagens, faz julgamentos e tenta comprovar, como se fosse um cientista, as influências do meio, da raça e do momento histórico. O foco da narração, a princípio, mantém uma aparência de imparcialidade, como se o narrador se apartasse, à semelhança de um deus, do mundo por ele criado. No entanto, isso é ilusório, porque o procedimento de representar a realidade de forma objetiva já configura uma posição ideologicamente tendenciosa.
4. Importante : O cortiço é considerado o melhor representante do movimento naturalista brasileiro, afirma o professor Marcílio Mendes do Colégio Anglo. As principais características do Naturalismo seriam a animalização das personagens e, consequentemente, a ação baseada em instintos naturais, tais como os instintos sexuais e os de sobrevivência. Assim, seria importante o aluno saber reconhecer como estas características estão presentes dentro da obra, afirma o professor.
Em “O cortiço” aparecem basicamente duas linhas de conduta: uma que trata das questões sociais e outra das questões individuais e sentimentais. No caso das questões sociais, temos como maior representante a personagem João Romão, que torna-se um grande comerciante passando por cima de tudo e todos. Assim, através de uma representação crua das relações sociais, que aqui são puramente movidas pelo interesse individual, têm-se uma crítica social. Já nas questões individuais/sentimentais, temos a personagem de Jerônimo, que casa com a Rita Baiana, mas não por amor. Ele se envolve com ela porque se sente atraído sexualmente por ela. Segundo o professor Marcílio, outro ponto que pode ser destacado é o fato de que o próprio cortiço acaba se tornando, de certa forma, uma personagem do livro devido a uma personificação do espaço. Por exemplo, em certo momento o narrador diz que “os olhos do cortiço se abrem”, ao invés de dizer “as janelas do cortiço se abrem”. Essa característica tem bastante a ver com o fato de, para a corrente naturalista, o meio ter grande influência na ação das personagens. 
ADOLFO FERREIRA CAMINHA
Adolfo Caminha (1867-1897) foi um escritor brasileiro. Um dos principais representantes do naturalismo no Brasil. Sua obra, densa, trágica e pouco apreciada na época, é repleta de descrições de perversões e crimes. Adolfo Caminha (1867-1897) nasceu em Aracati, no Ceará, no dia 29 de maio de 1867. Ainda na infância se mudou com a família para o Rio de Janeiro. Em 1883, ingressou na Marinha de Guerra, chegando ao posto de segundo-tenente. Cinco anos mais tarde, se transferiupara Fortaleza, onde foi obrigado a sair da Marinha, depois de sequestrar a esposa de um alferes, com a qual passou a viver.
Dedicou-se ao funcionalismo público e à literatura. Em 1893 publicou "A Normalista", romance em que relata a história chocante de um incesto, em que Maria do Carmo, a normalista, é seduzida por João da Mata, seu padrinho. Em seguida, faz uma viagem para os Estados Unidos e das observações da viagem, escreveu "No País dos Ianques" (1894).
No ano seguinte provocou um grande escândalo, mas firmou sua reputação literária ao escrever "Bom Crioulo", obra na qual aborda a questão do homossexualismo entre os marinheiros Amaro e seu colega Aleixo. Adolfo Caminha colaborou também com a imprensa carioca, escrevendo para os jornais, Gazeta de Notícias e Jornal do Comércio. Nos últimos anos de vida, já tuberculoso, lançou seu último romance, "Tentação", em 1896.
A NORMALISTA
A Normalista é a obra de Adolfo Caminha considerada um dos romances mais naturalistas da literatura brasileira. Nesta obra o autor descreve traços da região de Fortaleza, Ceará e sua sociedade no final do século XIX, sendo assim uma obra que possui elementos regionalistas. Aborda questões polêmicas consideradas interditas pela ordem social e política reinante: o incesto e o adultério, sexo, traição, família, libido e desnuda seus personagens de toda e qualquer roupagem de pudor ou outra virtude que mereça algum louvor. Ele descreve como um local sempre simples, sem luxo e tenta mostrar a realidade de uma sociedade com preconceitos e sentimentos pequenos. 
1.Enredo da Obra - O livro conta a história de Maria do Carmo, moça simples que é entregue por seu pai para seu padrinho para que fosse criada. Caminha usa diversas gírias locais da região, muitas coloquiais, tudo para dar sensação de realidade ao leitor. Quem lê essa obra precisa se deixar envolver com a época em que foi escrito e seus dramas. Como o próprio nome da obra descreve, a personagem principal é uma moça simples e normal, ela representa toda a população oprimida da época, sofredores da seca.
Maria do Carmo é uma moça do interior, cuja mãe morreu e o pai tentava fugir da seca. Seu pai lhe entregou a seu padrinho João da Mata, por quem Maria do Carmo é criada. João da Mata mora com Dona Terezinha. Maria do Carmo estuda inicialmente em um colégio religioso e depois passa a estudar na Escola Normal. Quando entra nesta escola, seu padrinho começa a vê-la com outros olhos, enxerga nela uma moça com corpo atraente e com muitos atributos, então passa a desejar a afilhada. João da Mata representa a parte ruim da sociedade, sem caráter e sempre tentando tirar vantagem. Maria do Carmo nesta época inicia um namoro com Zuza, um jovem estudante de Direito e filho de um dos coronéis da cidade. O namoro deixa João da mata furioso e com ciúmes. O relacionamento entre Zuza e Maria do Carmo parece sério, mal comentado por toda a cidade, e o coronel que desaprova a relação pede que o filho volte para Recife, para terminar seus estudos. Enquanto isso João da Mata começa a arquitetar um plano para seduzir Maria do Carmo, ele inclusive termina com Dona Terezinha, que já desconfiava de suas invenções. Uma noite ele consegue entrar no quarto de Maria, engana a moça inocente que estava fragilizada e consegue o que queria. Maria do Carmo acaba engravidando e sai da cidade para evitar maior escândalo. Um problema no parto faz com que o bebê morra, então a normalista retorna para Fortaleza, onde por fim fica noiva do alferes Coutinho.
PARNASIANISMO NO BRASIL
O parnasianismo no Brasil surgiu na década de 80 do século XIX. O parnasianismo representa um dos momentos mais importantes momentos da literatura brasileira, representou na poesia um retorno ao clássico, defendendo que o sentido maior da arte estava nela mesma, e não em sua relação com o mundo exterior. 
O Parnasianismo no Brasil teve como marco inicial a publicação da obra “Fanfarras”, de Teófilo Dias, em 1882 e teve força até a “Semana de Arte Moderna” de 1922. Os mais importantes escritores brasileiros do período formavam a chamada “Tríade Parnasiana”, a qual era composta por Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia.
1. Contexto Histórico - ocorre ao mesmo tempo em que o Realismo e o Naturalismo. Naquela época acontecia a Segunda Revolução Industrial, Dom Pedro II estava indo embora do Brasil, Abolição da Escravatura e chegada dos imigrantes para trabalhar no lugar dos escravos. Mas ao contrário do Realismo, o Parnasianismo não queria fazer críticas sociais; a única semelhança entre as duas escolas literárias é que o Parnasianismo também é uma literatura objetiva. Nesse período as grandes potências brigavam para conquistar os mercados consumidores e aqueles que forneciam matéria-prima e foi nessa época que se desenvolveu a política do neocolonialismo e do imperialismo. Como resultado de tais processos foi possível identificar duas situações diferentes: O progresso das indústrias e o capitalismo em expansão proporcionaram um ambiente eufórico, uma sensação de bem-estar. Tais situações facilitaram o aumento do consumo e a modernização da urbanização. Contudo, o aumento do consumo criou grupos de excluídos, o movimento operário se organizou e greves surgiram, proporcionando um ambiente desagradável, sentimentos como insegurança e pessimismo eram sentidos.
2. Características do parnasianismo - arte pela arte, objetivismo e universalismo, cientificismo e positivismo, temas baseados na realidade (objetos e paisagens), fatos históricos, mitologia grega e cultura clássica, busca da perfeição, sacralidade e o culto à forma, preocupação com a estética, metrificação, versificação, utilização de rimas ricas e palavras raras, preferência por estruturas fixas soneto), descrição visual bem detalhada. 
AUTORES DO PARNASIANISMO
OLAVO BILAC
Olavo Bilac - Poesias (1888), Crônicas e novelas (1894), Crítica e fantasia (1904), Conferências literárias (1906), Dicionário de rimas (1913), Tratado de versificação (1910), Ironia e piedade, crônicas (1916) e Tarde (1919).
Olavo Bilac (1865-1918) foi um autêntico poeta brasileiro. Considerado o melhor representante do parnasianismo de nossa literatura, é dele a autoria da letra do Hino à Bandeira. A primeira obra publicada de Olavo Bilac foi “Poesias” (1888). Nela o poeta já demonstra estar identificado com a proposta do Parnasianismo, como comprova seu poema “Profissão de Fé”. A obra alcançou imediato sucesso e logo Bilac foi considerado “O Príncipe dos Poetas Brasileiros”.
Fundindo o Parnasianismo francês e a tradição lusitana, Olavo Bilac deu preferência às formas fixas do lirismo, especialmente ao soneto. Nas duas primeiras décadas do século XX, seus sonetos de chave de ouro eram decorados e declamados em toda parte, nos saraus e salões literários comuns na época. Nas “Poesias” encontram-se os famosos sonetos de “Via-Láctea” e a “Profissão de Fé”, na qual codificou o seu credo estético, que se distingue pelo culto do estilo, pela pureza da forma e da linguagem.
CARACTERÍSTICAS DAS OBRAS DE OLAVO BILAC - Técnica de composição apurada, ritmo elegante, vocabulário exato, rimas trabalhadas; Não se demorou na análise do sentimento humano; preocupação em apresentar paisagens coloridas; discípulo de Heredia e Gautier; identificado com a natureza; beleza da descrição aliada à simplicidade e ao sentimento amoroso, sutil; vista de longe, sua obra parece conter dois defeitos contrários: prosaísmo e preciosismo. Sentimento angustioso de pesadelo que aparece do começo ao fim na sua obra; indício de inquietação maior. Poesias simples com temas da natureza.
POESIAS
Poesias (1888), compreendendo “Panóplias”, “Via-Láctea”, “Sarças de Fogo”, “Viagens”, “Alma Inquieta” e “O Caçador de Esmeraldas”.
Suas obras parnasianas podem ser assim caracterizadas:
O poema inaugural da obra de Bilac, “Profissão de Fé”, expressa a adesão do poeta aos preceitos parnasianos da perfeição formal, da “arte pela arte”, do trabalho artesanalda rima, da métrica, da imagem.
• Em “Panóplias”, o poeta está voltado para a Antiguidade Clássica, basicamente para Roma. Pertencem a essa fase, entre outros, os sonetos “A sesta de Nero”, “O incêndio de Roma” e “Lendo a Ilíada”.
• Em “Via Láctea”, temos 35 sonetos marcados por forte lirismo. O lirismo e a temática desses sonetos são responsáveis pela popularidade imediata alcançada pelo poeta. Dentre eles, merece destaque o soneto XIII: “Ora (direis) ouvir estrelas...”
• Em “Sarças de fogo” permanece o lirismo, a que se acrescenta agora o sensualismo vazado num erotismo que oscila entre o explícito e o requintado; mas essa sensualidade não vulgariza o amor, que sempre aparece como sentimento nobre e transcendente.
• É famoso o soneto “Nel mezzo Del carmin...”, com seus pleonasmos e inversões.
• Em “Alma inquieta” o poeta volta-se para os temas ditos filosóficos, tão ao gosto dos parnasianos.
• Em “Viagens”, encontramos o poema épico “O caçador de esmeraldas”, que o próprio Bilac definiu como “episódio da epopéia sertanista no século XVII”, e que narra a chegada dos bandeirantes a terras mineiras, com os paulistas individualizados na figura de Fernão Dias Paes.
• Em “Tarde” mostra o poeta mais descritivo e profundamente nacionalista. É exemplo significativo do descritivismo do poeta o soneto “Crepúsculo na mata”, e bem atestam a volta ao passado nacional os sonetos “Anchieta” e “Vila Rica”. No entanto, o que mais chama a atenção do leitor em “Tarde” é a consciência do fim, a proximidade da morte: o crepúsculo do poeta.
ALBERTO DE OLIVEIRA
Alberto Oliveira - Meridionais (1884), Versos e Rimas (1895), Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914) e o Culto da Forma na Poesia Brasileira (1916). 
Alberto de Oliveira (1857-1937) foi um poeta do Parnasianismo e professor brasileiro, considerado o mais perfeito dos parnasianos. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Cursou Humanidades em Niterói. Em 1884 formou-se em Farmácia em 1883. Estudou Medicina até o terceiro ano, onde foi colega de Olavo Bilac. Ainda estudante, Alberto de Oliveira estreia na literatura com “Canções Românticas” (1878), mas ainda distante dos valores parnasianos. A partir de 1884, integra-se na escola, sendo considerado “O Mestre do Parnasianismo”. Dentro das novas diretrizes publica a obra intitulada, “Meridionais” (1884). A poesia parnasiana utiliza uma linguagem objetiva, que busca a contenção dos sentimentos e a perfeição formal. Seus temas são universais: a natureza, o tempo, o amor, objetos de arte e, principalmente a própria poesia. Sua poesia é fria e intelectualizada, com um gosto acentuado pelo preciosismo formal e linguístico. Defendia a arte pela arte, e em vez de se interessar pela realidade brasileira, preferia buscar inspiração nos modelos clássicos dos poetas barrocos a árcades portugueses. Sua poesia descritiva exalta a natureza e a saudade, e até objetos como nos sonetos “Vaso Grego”, “Vaso Chinês” e “A Estátua”.
CANÇÕES ROMÂNTICAS
Em 1878 já havia publicado sua primeira obra, conhecida como “Canções Românticas” que na verdade era uma coletânea de poesias com temas parnasianos.
MERIDIONAIS
“Meridionais”, marca o ponto artisticamente mais realizado de sua obra: o forte pendor pelo objetivismo e pelas cenas exteriores, o amor da natureza, o culto da forma, a pintura da paisagem, a linguagem castiça e a versificação rica. Nas Meridionais (1884) está o seu momento mais alto no que concerne à ortodoxia parnasiana. 
VERSOS E RIMAS
Com os Sonetos e poemas, os Versos e rimas e, sobretudo, com as coletâneas das quatro séries de Poesias, que se sucederam nos anos de 1900, 1905, 1913 e 1928, é que ele patenteou todo o seu talento de poeta, a sua arte, a sua perfeita mestria. Foi um dos grandes cultores do soneto em língua portuguesa. Com Raimundo Correia e Olavo Bilac, constituiu a trindade parnasiana no Brasil. O movimento, inaugurado com os Sonetos e rimas (1880) de Luís Guimarães, teria a sua fase criadora encerrada em 1893 com os Broquéis de Cruz e Sousa, que abriram o movimento simbolista. Mas a influência do Parnasianismo, sobretudo pelas figuras de Alberto e Bilac, se faria sentir muito além do término como escola, estendendo-se até a irrupção do Modernismo (1922).
RAYMUNDO CORREIA
Raimundo Correia - Primeiros Sonhos (1879), Sinfonias (1883), Versos e Versões (1887), Aleluias (1891) e Poesias (1898).
Raimundo Correia (Raimundo da Mota de Azevedo Correia), magistrado, professor, diplomata e poeta, nasceu em 13 de maio de 1859, a bordo do navio brasileiro São Luís, ancorado na Baía de Mogúncia, MA, e faleceu em Paris, França, em 13 de setembro de 1911.
Raimundo Correia ocupa um dos mais altos postos na poesia brasileira. Seu livro de estreia, Primeiros sonhos (1879) insere-se ainda no Romantismo. Já em Sinfonias (1883) nota-se o feitio novo que seria definitivo em sua obra o Parnasianismo. Segundo os cânones dessa escola, que estabelecem uma estética de rigor formal, ele foi um dos mais perfeitos poetas da língua portuguesa.
Estreou na literatura em 1879, com o volume de poesias Primeiros sonhos. Em 1883, publicou as Sinfonias, onde se encontra um dos mais conhecidos sonetos da língua portuguesa, “As pombas”. Este poema valeu a Raimundo Correia o epíteto de “o Poeta das pombas”, que ele, em vida, tanto detestou. Sua temática, como de todo poeta parnasiano, estava concentrada na exaltação das formas estruturais na composição do poema, na contemplação da natureza, na perfeição dos objetos, na métrica rígida. Enfocava também um forte pessimismo marcado por desilusão dos sonhos que podem não ser realizados.
Características evidentes no Poema “As Pombas” - Rimas Ricas: rimas entre palavras de classe gramaticais diferentes; Preferência pelo Soneto: dois quartetos e dois tercetos. O poema tem como o foco principal a natureza, apresenta de maneira objetiva, a descrição de um fenômeno natural. Pode ser notar também a presença de palavras raras, como por exemplo, nortada, ruflando e céleres. Nas duas primeiras estrofes, o autor descreve o movimento do revoar das pombas, indo e voltando. Nas duas últimas estrofes, ele compara esse movimento ao sonho da adolescência.
SIMBOLISMO EM PORTUGAL
Apesar de ter sido uma reação ao Parnasianismo em alguns aspectos, o Simbolismo dividiu com aquele estilo o espaço cultural europeu entre o final do século XIX e o início do século XX. Se, no Brasil, foi superado pela escola parnasiana, que dominou a cena artística do período, na Europa representou considerável avanço em direção à arte moderna que dominaria o século XX.
Em Portugal, o novo estilo teve início em 1890, com a publicação do livro Oaristos, de Eugênio de Castro. O Simbolismo português acontece de 1890 a 1910, ano da proclamação da República portuguesa e lançamento de diversas revistas de cunho nacionalista. Embora o Simbolismo português oficialmente termine em 1910, os críticos consideram que o Modernismo só começou naquele país em 1915, com o lançamento da Revista Orpheu, sob direção de Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro.
Os filosofos Henri Bergson, Arthur Schopenhauer e Soren Kierkegaard, com suas reflexões, contribuíram para a formação das bases intelectuais do movimento simbolista europeu. As teorias desses filósofos, marcadas pela agonia, pela melancolia e pelo pessimismo, mostraram a face cultural de um período da história europeia em que a descrença nos atributos racionais e a saturação das conquistas científicas conduziram à crença em uma decadência da civilização. No terreno da literatura, esse estado de espírito caracterizou o movimento conhecido como decadentismo, iniciado na França a partir da década de 1880 e que pede ser considerado um dos embriões do Simbolismo. 
O termo Simbolismo, como nome de tendência literária, foi usado pela primeira vez na França, em 1886, e serviu para caracterizar, de forma geral, os seguidores dos poetas franceses como Paul Verlaine, Stéphane Mallarmé e Arthur Rimbaud.
1.Contextohistórico - Portugal não acompanha o panorama europeu e mostra atraso em relação ao desenvolvimento capitalista acelerado do restante da Europa, apresentando o seguinte contexto: economia essencialmente agrária, baseada em processos ultrapassados; frustração do projeto de expansão das colônias africanas - Ultimatum inglês de 1890 - ordem para a retirada das tropas portuguesas dos territórios entre Angola e Moçambique; criação das estradas de ferro para unificação do mercado interno - insuficiente para a modificação da estrutura econômica e social; clima de insatisfação generalizada - sucessão de crises que levariam à instalação da República em 1910.
2 . Características - Não-racionalidade ; Subjetivismo, individualismo e imaginação; Espiritualidade e transcendentalidade; Subconsciente e inconsciente; Musicalidade e misticismo; Figuras de linguagem: aliteração, assonância
SIMBOLISMO NO BRASIL
O simbolismo no Brasil surge em 1893 com a publicação de "Missal" e "Broquéis", de Cruz e Souza. Esse é considerado o maior representante do movimento no país, ao lado de Alphonsus de Guimarães. O simbolismo é uma estética do século XIX , trata-se de uma estética de oposição ao parnasianismo e sua ausência de sentimentalismo ou sentimentalismo comedido. Os simbolistas acentuam o requinte e rebuscamento dos poemas. Quanto à temática, a simbolista não aceita a separação entre sujeito e objeto, entre artista e assunto, pois “o mundo e a alma têm afinidades misteriosas e as coisas mais dispares revelar parentesco inesperado”. Para o simbolista a obra de arte não é um objeto fechado e permite várias leituras, sendo, para tanto, imprecisa, obscura, fugidia.
Seguindo o exemplo francês e o lusitano, o simbolismo brasileiro também caminha pelo onírico (sonho), pela loucura, pelo devaneio, pelo metafísico, pela espiritualidade, pelo inconsciente e subconsciente. Assim como os românticos, os simbolistas também valorizavam a morte, entretanto, direcionada ao transcendental, ao metafísico, ao espiritual. Quanto à estrutura, há uma linguagem simbólica bastante rebuscada com privilégio ao fonético, já que busca musicalidade. Figuras como sinestesia, metonímia e metáfora serão muito utilizadas.
1. Contexto Histórico - A força do Simbolismo está no arrefecimento dessas correntes materialistas e cientificistas. É o auge da evolução burguesa, com a disputa das grandes potências pela diversificação de mercados, de consumidores e matéria-prima. Os movimentos literários do fim do século XIX e início do XX são marcados pela Primeira Guerra Mundial e pela Revolução Russa. Os malefícios advindos da Revolução Industrial (o inchamento das grandes cidades, os bairros de lata, a obsessão com as modas), somados à dúvida quanto à eficácia dos métodos científicos para compreender o real, instauraram de vez a crise que estava latente no ar.
2. Características do Simbolismo 
 - No plano temático: a morte, a transcendência espiritual, a integração cósmica, o mistério, o sagrado, o conflito entre matéria e espírito, a angústia e a sublimação sexual, a escravidão e uma verdadeira obsessão por brilhos e pela cor branca;
- No plano formal: as sinestesias, as imagens surpreendentes, a sonoridade das palavras, a predominância de substantivos e o emprego de maiúsculas, utilizadas com a finalidade de dar um valor absoluto a certos termos.
3. Principais autores e obras
- Cruz e Sousa (1861-1898) - Sua obra é marcada pela musicalidade e espiritualidade com temáticas individualistas, satânicas, sensuais. Suas principais obras: Missal (1893), Broquéis (1893), Tropos e fantasias (1885), Faróis (1900) e Últimos Sonetos (1905).
- Alphonsus de Guimarães (1870-1921) - Um dos principais poetas simbolistas do Brasil, Afonso Henrique da Costa Guimarães, possui uma obra marcada pela sensibilidade, espiritualidade, misticismo, religiosidade. Sua temática é a morte, a solidão, o sofrimento e o amor. Sua produção literária apresenta características neorromântico, árcades e simbolistas. Suas principais obras: Setenário das dores de Nossa Senhora (1899), Dona Mística (1899), Kyriale (1902), Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923).
- Augusto dos Anjos (1884-1914) - foi um dos grandes poetas brasileiros simbolistas, embora, muitas vezes, sua obra apresente características pré-modernas. Patrono da cadeira número 1 da Academia Paraibana de Letras, publicou um livro intitulado "Eu", e foi chamado de "Poeta da morte". Isso porque seus poemas exploram temas sombrios.
ATENÇÃO 
A Revolução Federalista, ocorrida entre 1893 e 1895, é um marco do Simbolismo no Brasil. É preciso atenção ao sentimento que esse fato ocasionou no país. A Revolução também foi conhecida como a guerra das degolas, uma vez que muitas pessoas foram degoladas naquela que se tornaria a mais sangrenta guerra civil de nosso país. Apesar das ramificações em Santa Catarina, a Revolução foi uma guerra genuinamente gaúcha, colocando, frente a frente, maragatos e chimangos. Maragatos eram os chamados federalistas, aliados de Gaspar Silveira Martins, principal líder político do Rio Grande do Sul nos últimos anos do império. Chimangos eram os aliados de Júlio de Castilhos que se transformou em uma espécie de dono da região Sul do país após a proclamação da República. Os dois grupos se atacaram cruelmente, muitas vezes, degolando uns dos outros. Esse conflito pode ser resumido como o choque entre antigo regime monarquista e a nova ordem republicana. A luta durou 31 meses, produzindo 10 mil homens mortos. A história da Revolução Federalista nos mostra que, tal qual é a história do mundo, a história de nosso país também está repleta de sangue e de suor, de som e de fúria, razões suficientes para o desencanto simbolista em terras brasileiras. 
A Revolta Armada é assim nomeada pois, até o século XIX, a Marinha tinha esse nome. As causas, em linhas gerais, encontram-se em divergências, interesses e disputas entre os grupos políticos desse momento histórico de nosso país. Aliás, as Revoltas – sim, pois foram duas. A primeira aconteceu em 1891, ocasionando a queda do marechal Deodoro da Fonseca, o primeiro Presidente do Brasil. A segunda, e mais severa, 1893, durou aproximadamente um ano e meio. Esses revoltosos chegaram a se unir aos federalistas da Revolução e, juntos, tomaram a capital de Santa Catariana, até então chamada de Desterro. Entretanto, foram vencidos e muitos foram fuzilados. Daquele momento em diante, a capital de Santa Catarina passou a se chamar Florianópolis, como uma homenagem ao Presidente Floriano Peixoto, o Marechal de Ferro, responsável pelo massacre de tantos brasileiros. 
É importante lembrar que, no caso brasileiro, o Simbolismo representou um movimento à margem da elite cultural e política do país, haja vista o Sul do Brasil sofrer inúmeras represálias da República recém-nascida. A Revolução Federalista, a Revolta Armada, bem como todos os movimentos de oposição contra o governo de Floriano, marcaram o Simbolismo de maneira significativa. Se pensarmos sob esse viés, o estado político em que se fundamentou o Simbolismo no Brasil, repleto de frustrações, falta de perspectiva, enfim, a presença constante da angústia no futuro do cotidiano do povo brasileiro pode justificar a instauração de uma estética pessimista e hostil à sociedade materialista. 
EM RESUMO 
O Simbolismo, juntamente ao Realismo, Naturalismo, Parnasianismo e, pouco depois, ao Pré-modernismo, são manifestações estéticas que coexistem no Brasil, até o advento da Semana de 1922, principiando uma nova fase artística brasileira. O final do século XIX e o princípio do XX dizem respeito a um momento de transição política, que resultou numa série de revoltas e repressões violentas, amplificando o descontentamento da sociedade brasileira. Essa foi uma das justificativas para o Brasil também ser considerado um terreno fértil para a estética simbolista. 
PRINCIPAIS AUTORES DO SIMBOLISMO
CRUZ E SOUZA
Cruz e Sousa (1861-1898)- Sua obra é marcada pela musicalidade e espiritualidade com temáticas individualistas, satânicas, sensuais. Suas principais obras: Missal (1893), Broquéis (1893), Tropos e fantasias (1885), Faróis (1900) e Últimos Sonetos (1905).
A publicação das obras Missal e Broquéis em 1893, marca o início do Simbolismo no Brasil. Missal e Broquéis só não passaram despercebidas, enquanto obras, por força de uma pequena parte da crítica e de um público ainda mais restrito. O mérito só veio com o tempo e com o reconhecimento da genialidade de seu autor. Os poemas de Cruz e Sousa abandonam o significado explícito e lógico para buscar a ilogicidade e a sugestão vaga, regras, aliás, de fundamental importância para a poética simbolista. A multiplicidade de imagens e de sonoridades gera uma explosão sensorial no leitor, conduzindo-o a um estado de espanto geral e de choque diante do inusitado. As imagens, aparentemente inconciliáveis, múltiplas e repetidas, despertam um psiquismo intenso. Essa fusão de abstrações cria o sensorialismo simbolista e faz brotar a novidade.
MISSAL
Os poemas de Missal são escritos em prosa. O Simbolismo ainda é algo latente nessas realizações, não atingindo o grau de musicalidade, plasticidade e sugestão desejados. Por ser ainda a primeira obra de Cruz e Sousa na linha simbolista, não consegue atingir a sublimidade e a alquimia verbal de suas realizações posteriores. Vale mais como registro do que realmente como referência do Simbolismo no Brasil. Mesmo que saibamos da influência da poesia em prosa de Charles Baudelaire sobre Cruz e Sousa, são raros os momentos de genialidade dessa obra, se compararmos com os textos do grande mestre francês. Essas influências são ainda tênues, mais frutos da paixão do que da inspiração irmanada. Falta, sem dúvida, o brilho e os rasgos da impetuosidade baudelairiana a Cruz e Sousa nesses poemas. Essa força só poderá ser melhor admirada, indiscutivelmente, nos versos de Broquéis.
BROQUÉIS
É composto por 54 poemas, demarcados com a presença da cor branca em variados jogos e matizes - seja a presença da luminosidade do luar, da neblina; seja a presença da neve, das imagens vaporosas, dos cristais, como no belíssimo 'Antífona', poema de abertura da obra.
A partir de um dos sonetos do livro - Carnal e Místico, define-se a dicotomia que será básica nesses poemas. A carne, a sensualidade e a luxúria explodem com intensidade dramática em vários poemas.
O soneto é a forma poética mais cultivada em 'Broquéis' - ainda um traço parnasiano - mas a temática é inteiramente simbolista, bem como determinados recursos verbais inequívocos: estilização de diferentes apoios fonéticos, como a assonância, as aliterações, os cognatismos e as sinestesias, criando assim um universo etéreo, delicado, musical. A carne, a sensualidade e luxúria explodem com intensidade dramática vários poemas. 
Broquéis é um livro de poesia maior. O Simbolismo nele refulge na sua linguagem colorida, exótica e vigorosa; na abstração vaga e diluída de toda a materialidade; na imprecisa mas dominante tendência mística, envolvendo todo um vocabulário litúrgico; na linguagem figurada, constantemente fórica, de aliterações e sinestesias; na crescente musicalidade que emana de seus versos. São poemas simbolistas, mas poemas carregados de sentimento e de vivências vigorosas. Poemas que identificam a tortura existencial do poeta, totalmente dedicado à criação poética.
FARÓIS
Se em 'Broquéis' predominam os sonetos, integram 'Faróis' menos sonetos e mais poemas longos. Se no livro anterior já emergia a concepção dramática da vida, em 'Faróis' se intensifica esse senso trágico da existência atingindo níveis de morbidez e satanismo. Conscientiza-se o poeta cada vez mais do seu em paredamento. Avoluma-se sua angústia ante o destino inclemente, como estabelece claramente 'Meu Filho', um dos raros poemas referentes à família.
Poemas como 'Pandemonium', 'A Flor do Diabo', 'Tédio', 'Caveira', 'Música da Morte', 'Inexorável', 'Olhos de Sonho', 'Litania dos Pobres' constituem alguns exemplos que acentuam os aspectos trágicos, macabros e mesmo satânicos da existência, conduzindo a cenas e descrições dramáticas. O poema final - 'Ébrios e cegos' - sintetiza, em cores negras, esse quadro trágico da existência:
PRÉ-MODERNISMO 
É importante ressaltar que o Pré-Modernismo não é uma escola literária. É um período de transição. Marca o início do século XX, estendendo-se até 1922. 
1. Contexto Histórico - Na Europa era o momento da belle époque, em que grandes invenções estavam sendo criadas: o telefone, a lâmpada elétrica, o cinema e o carro movido a motor. Foi um período que durou de 1871 a 1914, quando começou a Primeira Guerra Mundial. No Brasil era a época da República Café com Leite. O poder na presidência era intercalado por políticos de São Paulo (estado onde tinha uma produção grande de café) e por políticos de Minas Gerais (onde era produzido o leite). É um período de ascensão da República, um período ainda conflituoso, repleto de manifestações populares etc. E, mais especificamente no Brasil, estamos vivenciando o Ciclo do Cangaço, a Guerra de Canudos e as Revoltas da Vacina e da Chibata. Ou seja, percebe-se um despertar do povo brasileiro, e essa é uma característica também presente na literatura desse período.
2. Características - Muitos autores e obras bastante extensas; Mescla de tendências do século XIX; Literatura regionalista e documental, expondo a realidade brasileira; Exposição dos problemas sociais; Linguagem conservadora, imitando o “homem da terra”, o nativo; Personagens marginalizados; ,
* importante: por não se tratar de uma escola literária, mas sim um período de transição, as características acima não estão presentes nas obras de todos os escritores pré-modernistas. Cada escritor possui seu próprio estilo e suas próprias temáticas de destaque.
3. Principais autores e obras -
- Lima Barreto – escritor carioca. Sua obra que merece destaque é o "Triste Fim de Policarpo Quaresma" escrito numa linguagem coloquial. Nela o autor faz crítica à sociedade urbana da época.
- Graça Aranha – escritor maranhense. Sua obra que merece destaque é "Canaã" publicada em 1902. A obra aborda a migração alemã no estado do Espírito Santo. Outras obras que merecem destaque: Malazarte (1914), A Estética da Vida (1921) e Espírito Moderno (1925).
- Monteiro Lobato (1882-1948) - Em 1918 publica "Urupês" uma coletânea regionalista de contos e crônicas. Já em 1919 publica "Cidades Mortas" livro de contos que retrata a queda do Ciclo do Café.
- Euclides da Cunha – Os Sertões: Campanha de Canudos" em 1902, a qual é dividida em três partes: A Terra, o Homem, A Luta. A obra regionalista retrata a vida do sertanejo, é sua principal obra. Publicou também a Guerra de Canudos (1896-1897) no interior da Bahia.
- João Simões Lopes Neto – escritor gaúcho, autor de Contos Gauchescos e Lendas do Sul.
- Augusto dos Anjos – poeta paraibano, autor da obra Eu.
4. Quanto à prosa, podemos distinguir três tipos de obras: Obras de ambiência rural e regional – que tem por temática a paisagem e o homem do interior. Obras de ambiência urbana e social – retratando a realidade das nossas cidades. Obras de ambiência indefinida – cujos autores produzem uma literatura desligada da realidade socioeconômica brasileira.
PRINCIPAIS AUTORES DO PRÉ-MODERNISMO
EUCLIDES DA CUNHA
Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo, Rio de Janeiro, no dia 20 de janeiro de 1866. Filho de Manuel Rodrigues da Cunha Pimenta e Eudósia Alves Moreira da Cunha, a partir de 3 anos, viveu entre fazendas na Bahia e o Rio de Janeiro, com tios que o criaram depois que ficou órfão de mãe. 
Euclides da Cunha (1866-1909) foi um escritor, jornalista e professor brasileiro, autor da obra "Os Sertões". Foi enviado como correspondente ao Sertão da Bahia, pelo jornal O Estado de São Paulo, para cobrir a guerra no município de Canudos. Seu livro "Os Sertões", narra e analisa os acontecimentos da guerra. Foieleito em 21 de setembro de 1903 para a cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras.
OS SERTÕES
A obra regionalista narra os acontecimentos da sangrenta Guerra de Canudos, liderada por Antônio Conselheiro (1830-1897), que ocorreu no Interior da Bahia, durante 1896 e 1897. Trata-se de um relato histórico mesclado à literatura, posto que Euclides foi convidado pelo Jornal Estado de São Paulo para cobrir a guerra no Arraial de Canudos e nesse momento, surgiu sua obra. Por esse motivo, "Os Sertões" representa um marco da literatura e na história do Brasil, sendo, portanto, analisada por outras áreas do conhecimento, tal qual: Antropologia, Sociologia, Geografia e História. A obra possui um caráter crítico e realista nunca antes abordado por um literato do Brasil, donde Euclides por meio de uma linguagem cientificista recrimina o nacionalismo e ufanismo exacerbado da sociedade brasileira da época, mostrando a face cotidiana e realista do país e das pessoas que o compõem.
De tal modo, trata-se de uma prosa científica e artística, acabando com essa visão idealista do índio herói e do negro trabalhador, abordado com entusiasmo pelos escritores do romantismo. A obra narrativa mistura literatura, sociologia, filosofia e história, geografia, geologia, antropologia, por isso sua preciosidade e grandiosidade. O autor, adepto do determinismo, teoria que afirma ser o homem influenciado (determinado) pelo meio, pela raça e pelo momento histórico, dividiu Os sertões em três partes, a saber: A terra (o meio), O homem (a raça) e A luta (o momento).
1.enredo da obra - O autor divide a obra em três partes:
a) A Terra é uma descrição detalhada feita pelo cientista Euclides da Cunha, mostrando todas as características do lugar, o clima, as secas, a terra, enfim.
b) O Homem é uma descrição feita pelo sociólogo e antropólogo Euclides da Cunha, que mostra o habitante do lugar, sua relação com o meio, sua gênese etnológica, seu comportamento, crença e costume; mas depois se fixa na figura de Antônio Conselheiro, o líder de Canudos.
Apresenta seu caráter, seu passado e relatos de como era a vida e os costumes de Canudos, como relatados por visitantes e habitantes capturados. Estas duas partes são essencialmente descritivas, pois na verdade “armam o palco” e “introduzem os personagens” para a verdadeira história, a Guerra de Canudos, relatada na terceira parte,
c) A Luta é uma descrição feita pelo jornalista e ser humano Euclides da Cunha, relatando as quatro expedições a Canudos, criando o retrato real só possível pela testemunha ocular da fome, da peste, da miséria, da violência e da insanidade da guerra. Retratando minuciosamente movimento de tropas, o autor constantemente se prende à individualidade das ações e mostra casos isolados marcantes que demonstram bem o absurdo de um massacre que começou por um motivo tolo – Antônio Conselheiro reclamando um estoque de madeira não entregue – escalou para um conflito onde havia paranoia nacional pois suspeitava-se que os “monarquistas” de Canudos, liderados pelo “famigerado e bárbaro Bom Jesus Conselheiro” tinham apoio externo.
No final, foi apenas um massacre violento onde estavam todos errados e o lado mais fraco resistiu até o fim com seus derradeiros defensores – um velho, dois adultos e uma criança.
2.análise da obra - Os Sertões dá início ao que se chama de Pré-Modernismo na literatura brasileira, revelando, às vezes com crueldade e certo pessimismo, o contraste cultural nos dois "Brasis": o do sertão e o do litoral. Euclides da Cunha critica o nacionalismo exacerbado da população litorânea que, não enxergando a realidade daquela sociedade mestiça, produzida pelo deserto, agiu às cegas e ferozmente, cometendo um crime contra si próprio; o que é o grande tema de Os Sertões. Em tom crítico, também mostra o que séculos de atraso e miséria, em uma região separada geográfica e temporalmente do resto do país, são capazes de produzir: um líder fanático e o delírio coletivo de uma população conformada. Evidencia, pela primeira vez em nossa literatura, os traços e condições reais do sertanejo, do jagunço; "a sub-raça" que habita o nordeste brasileiro; o herói determinista que resiste à tragédia de seu destino, disfarçando de resignação o desespero diante da fatalidade. Essa ruptura de visão de mundo gera também um rompimento no plano linguístico. A objetividade científica na abordagem de um problema leva o autor a buscar termos precisos e, nesta escolha, sua linguagem torna-se especializada e, por isso, às vezes difícil, mas que se justifica pelo objetivo de tornar exata a comunicação das idéias. 
Considerada uma das obras-primas da literatura brasileira, Os Sertões, da primeira à última página, é uma obra que incomoda. Ele foi escrito exatamente para isso. Para instigar, provocar a pesquisa e estimular a procura da verdade. É um livro contra o conformismo. É um livro de idéias e soluções, de questionamentos e proposições ousadas. Já é lugar comum dizer que algumas de suas conceituações científicas não resistiram à evolução. Contém os vícios ou distorções típicos da época. 
3.Foco narrativo - O texto é um relato, logo as descrições são feitas em terceira pessoa, mas não pensem que é um relato que tenta ser imparcial, não; ao contrário, percebemos claramente as opiniões de Euclides da Cunha. Outro aspecto narrativo importante é a riqueza de detalhes nas ações de violência, o que pode causar desconforto
4. Importante - Essa obra limite entre obra literária e científica, o autor descreve minuciosamente a geografia do trajeto por qual passa e as etnias, denominadas “raça”, dos biotipos que encontra. Também são apresentados extratos de documentos, matérias publicadas em jornal e transcrição de relatos orais, o que denota uma apurada pesquisa de campo para elaboração da obra. Esse é o viés científico da obra. Porém, não posso deixar de ressaltar que a obra é impregnada de determinismo (o meio determina o homem) e de teorias que hoje consideramos racistas (a “raça” branca é superior e a mestiçagem é prejudicial ao desenvolvimento das nações), mas era o que estava em voga na época e a maioria dos escritores e cientistas acreditavam nessa balela.
IMPRESSIONISMO
O impressionismo foi um movimento artístico (artes plásticas e música) que surgiu na França no final do século XIX, durante o período da Belle Époque (1871-1914). Este movimento é considerado o marco inicial da arte moderna. Os impressionistas rejeitavam as convenções da arte acadêmica vigente na época. A principal proposta do estilo era quebrar com as técnicas convencionais do Realismo, focando-se na impressão da luz, das cores e dos movimentos livres das pinceladas para criar efeitos óticos que completassem as obras. O termo “impressionista” deriva de uma das obras mais significativas obras desse movimento - Impressão: Nascer do Sol, de Monet. Outra explicação diz que o termo foi usado pela primeira vez pelos caluniadores do movimento, que consideravam as obras inacabadas e o nome foi aceito e adotado pelos artistas desse estilo. Os pintores impressionistas renunciaram a todo tipo de simbolismos na representação de temas da vida cotidiana e, assim, desafiaram as tradições clássicas e a concepção habitual da Arte.
1.Contexto histórico - O período do domínio de Napoleão III como imperador coincidiu com extraordinária expansão econômica e social da França. Entre 1852 e 1870, durante o “Segundo Império”, houve uma verdadeira reconstrução de Paris, quando o Barão De Haussmann foi prefeito da cidade, entre 1853 e 1870. O progresso urbanístico, científico, logístico e industrial avançou paralelamente com as artes e as letraS. Seguindo à queda do Segundo Império, a França sofreu um período de profundas fraturas na sua estrutura social. Desde a Revolução Francesa (1789) os regimes políticos se sucederam de tal forma no país que, em oito décadas, até 1870, tinham acontecido dois impérios, três monarquias e duas repúblicas. Uma nova força socialemergente, a classe operária, se consolidou junto com a revolução industrial. Perante esse turbilhão político e ideológico, a Assembleia Nacional francesa hesitou, avançou e recuou durante nove anos até, finalmente, proclamar a 3ª República, e uma nova constituição. Este regime iria durar até 1940, quando a invasão das tropas alemãs obrigou à transferência dos poderes constitucionais para as mãos do marechal Pétain, no regime de Vichy ( 1940-44, governo títere dos nazistas). Os fundamentos da III República, no período em que se desenvolveu o impressionismo, foram edificados politicamente em torno de uma república parlamentar, ciosa – ou forçada – a contemplar as conquistas populares, então já irreversíveis. As infraestruturas e as instituições haviam se consolidado graças a iniciativas tão diversas como o desenvolvimento das estradas de ferro, as leis sobre a instrução obrigatória, o direito à greve, a liberdade de reunião e associação, o respeito pelos salários dos trabalhadores, enfim, estava pavimentado o solo do novo estado laico, no caminho de um conceito forte e patriótico da Nação francesa. (A invenção da fotografia é muito importante). Após se consagrar no exterior, o Impressionismo chega ao Brasil. Nesse momento, o nacionalismo está a constituir uma “Escola Brasileira de Artes", daí não ter surtido muito impacto a princípio.
2.Características do impressionismo nas artes plásticas: Ênfase nos temas da natureza, principalmente de paisagens; Uso de técnicas de pintura que valorização a ação da luz natural; Valorização da decomposição das cores; Pinceladas soltas buscando os movimentos da cena retratada; Uso de efeitos de sombras coloridas e luminosas.
3.Características do impressionismo na música: é caracterizada por sugestão e atmosferas melódicas sensuais e etéreas, que buscam retratar imagens, especialmente paisagens naturais. 
4. Principais artistas impressionistas e suas obras: As pinturas do Impressionismo captavam as impressões perceptivas de luminosidade, cor e sombra das paisagens, por isso pintavam o mesmo quadro em diferentes horários do dia. Esses artistas estavam interessados em confinar com a tinta as impressões sensoriais de cor, luz, som e de movimento, por meio de cores claras e brilhantes bem como pinceladas mais livres e distintas. Assim como é do conhecimento de todos, as cores da natureza mudam conforme a luz incidente em determinado horário do dia, e eram essas impressões que os impressionistas queriam capturar. Os impressionistas estudavam muito sobre os efeitos ópticos, para isso usavam com frequência recursos fotográficos. Em função disso preferiam trabalhar ao ar livre, bem como, não se prenderam ao uso da perspectiva e ao uso de modelos. As figuras representadas não possuíam contornos nítidos, as sombras deveriam ser coloridas e as cores deveriam ser usadas puras, evitando a mistura de tonalidades.
- Claude Monet: Estuário do Sena, Impressão, Nascer do Sol, Ponte sobre Hève na Vazante, Camille, O vestido verde, A floresta em Fontainebleu, Mulheres no Jardim, Navio deixando o cais de Le Havre, O molhe de Le Havre.
- Edgar Degas: Retrato da família Bellelli, Cavalos de Corrida numa Paisagem, Cavalos de Corrida, Retrato de duas meninas, Paisagem, A banheira, A primeira bailarina.
- Pierre-Auguste Renoir: Mulher com sombrinha, O Camarote, Le Moulin de la Galette , Madame Georges Charpentier e suas filhas, Remadores em Chatou, Elizabeth e Alice de Anvers, A dança em Bougival, Mulher amamentando, As grandes banhistas, Menina com espigas, Menina jogando criquet, Ao piano, Odalisca, Retrato de Claude Renoir, Banhista enxugando a perna direita. 
- Édouard Manet: Os romanos, A decadência, O bebedor de absinto, Retrato do Sr. e Sra. Auguste Manet, O homem morto, A música na Tulheiras, Rapaz em costume espanhol, Almoço na relva, Olympia, A ninfa surpresa, A leitura, O tocador de pífano, A execução de Maximiliano, Retrato de Émile Zola, Berthe Morisot de Chapéu Preto.
- Camille Pissarro: A vastidão congelada; Retrato de Cézanne; Os Cais de Rouen e A ponte nova.
 - Alfred Sisley: Neve em Louveciennes, As margens do Oise e Neve em Véneux.
No Brasil, o representante mais expressivo foi Washington Maguetas, destacando-se também o pintor Eliseo Visconti (1866-1944). No início do século XX, Eliseu Visconti foi sem dúvida o artista que melhor representou os postulados impressionistas no Brasil. Sobre o impressionismo de Visconti, diz Flávio de Aquino: "Visconti é, para nós, o precursor da arte dos nossos dias, o nosso mais legítimo representante de uma das mais importantes etapas da pintura contemporânea: o impressionismo. Trouxe-o da França ainda quente das discussões, vivo; transformou-o, ante o motivo brasileiro, perante a cor e a atmosfera luminosa do nosso País". Principais pintores impressionistas brasileiros: Eliseu Visconti, Almeida Júnior, Timótheo da Costa, Henrique Cavaleiro e Vicente do Rego Monteiro.
5. Principais músicos impressionistas e suas obras principais:
- Claude Debussy: Prelúdio à Tarde de um Fauno, Estampes, Trois Images, La Mer, Sonata para Piano e Violino.
- Maurice Ravel: Jeux d'Eau, Bolero, Concerto para Piano em Sol Maior, Quarteto de Cordas em Fá Maior, Rapsódia Espanhola.
6. Principais pintores impressionistas brasileiros e suas principais obras:
- Eliseu Visconti: Mamoeiro, Dia de Sol, Na Alameda Teresópolis e A visita.
- Almeida Júnior: O Violeiro, Moça com livro, Arredores do Louvre, Fuga para o Egito, O descanso do modelo, Leitura e A Partida da Monção. 
- Henrique Cavalleiro: A parisiense, Jardim de Luxemburgo e Nu.
- Vicente do Rego Monteiro: Vaso de Flores, Wilma, Dida, Mulher Sentada e Mulher com bola vermelha.
7. As esculturas impressionistas - trouxe uma grande inovação na sua linguagem. Os três conceitos básicos dessa inovação foram: a fusão da luz e das sombras; a ambição de obter estátuas visíveis a partir do maior número possível de ângulos; obra inacabada, como exemplo ideal do processo criativo do artista. Os temas da escultura impressionista, como na pintura, surgiram do ambiente cotidiano e da literatura clássica em voga na época.
LITERATURA IMPRESSIONISTA
O Impressionismo não chegou a configurar, na literatura, uma escola, corrente ou movimento artístico, mas é uma atitude na expressão, perfeitamente identificável em autores como Machado de Assis, Raul Pompeia, Euclides da Cunha, Graça Aranha, Coelho Neto, entre os brasileiros, e Eça de Queirós e Cesário Verde entre os portugueses. 
Nos fins do século XIX e no início do século XX, há um momento na literatura ocidental em que se cruzam as mais variadas tendências. Configura-se uma fase de sincretismo decorrente da interpenetração de elementos realistas e naturalistas, com elementos de reação idealista representada pelo Simbolismo. Essa atitude estética tem sido denominada de Impressionismo.
Embora seja uma realidade comum na Pintura e nas outras artes, o Impressionismo só há pouco foi caracterizado e nomeado devidamente por estudiosos como Charles Bally, Elise Richter, Amado Alonso, Raimundo Lida, W. Falk, B. J. Gibbs, Afrânio Coutinho e outros (Proença Filho 1973: 272-273).
Na verdade, por ter-se mostrado fronteiriço com o Realismo, o Naturalismo e o Simbolismo, há uma certa dificuldade para se separar o impressionismo da linguagem do impressionismo pictórico e distingui-lo de experiências semelhantes em literatura, denominadas impressionismo literário. Amado Alonso e Raimundo Lida, em El impresionismo en el lenguaje, (Bally et alii 1956: 107-205), designa, por linguagem impressionista, oito aspectos: a) os estilo dos escritores que são chamados de impressionistas, b) a linguagem cujo conteúdo é uma experiência impressionista: c) a linguagem "fenomenista", conforme Charles Bally; d) a escrita que evita a construção regular da frase e do período e prefere os toques isolados, isto é, orações nominais; e) a linguagem dessubjetivada, isto é, com a supressão do eu; f) a expressão da pura sensação instantânea, não deformadapor nosso conhecimento prévio; g) a linguagem objetiva, em oposição à expressionista (subjetiva).
A gênese do Impressionismo, "como fenômeno literário, dá-se no seio do Realismo-Naturalismo, de que ele é um produto. Em verdade, o Impressionismo é uma forma do Realismo, resultante de sua transformação por efeito das variações estéticas e culturais do fim do século e da reação idealista. É o produto da fusão de elementos simbolistas e realístico-naturalistas. A reprodução da realidade, de maneira impessoal, objetiva, exata, minuciosa, constituía a norma realista; para o impressionista, a realidade ainda persiste como foco de interesse, mas, ao contrário, o que pretende é registrar a impressão que a realidade provoca no espírito do artista, no momento mesmo em que se dá a impressão. O mais importante no Impressionismo é o instantâneo e único, tal como aparece ao olho do observador. Não é o objeto, mas as sensações e emoções que ele desperta, num dado instante, no espírito do observador, que é por ele reproduzido caprichosa e vagamente. Não se trata de apresentar o objeto tal como visto, mas como é visto e sentido num dado momento." (Coutinho 1990: 223)
 O impressionismo passou a ser “engajado” na Literatura a partir de dois irmãos, Edmond e Jules de Goncourt que retratavam a realidade cotidiana com uma linguagem bastante exata baseada, voltada para o estado da alma dos personagens, buscavam tentar “figurar” o estado que o personagem estava e da mesma forma os estados sutis da atmosfera. Nasce então, um novo tipo de linguagem em que o autor procura mostrar a realidade com uma linguagem imperfeita, com uso de metáforas, ritmos evocatórios, os autores que utilizavam dessa técnica eram: Eça de Queirós, Anton Tchecov entre outros. Os principais temas que os autores impressionistas retratavam, era sobre a vida do ser humano, ou seja, tudo o que cotidianamente ele passa, frustração, falta de comunicação, cansaço da vida, erotismo e também retratavam muito sobre a morte, focou na descrição de impressões e aspectos psicológicos das personagens. Assim, se acrescenta detalhes para constituir as impressões sensoriais de um incidente ou cena. Surge assim um idioma literário colorido e nervoso, de sintaxe fragmentária e ritmos evocatórios, fazendo largo uso do imperfeito e da metáfora, adotado por narradores e dramaturgos como Anton Tchecov, Hugo von Hofmannsthal e Eça de Queirós. Os escritores retomam dos pintores seus temas de predileção: a água, a luz, as vibrações, os reflexos, o vento, etc.
Na literatura brasileira destacam-se os escritores Marcel Proust, Graça Aranha e Raul Pompeia. (As emoções da alma são passadas, como enredo ou ação da narrativa, importando mais a narrativa do que a estrutura)
1. Características da literatura impressionista:
Registro de impressões, emoções e sentimentos, despertados no artista através dos sentidos, cenas, incidentes, caracteres. Importância maior às sensações causadas que à causa propriamente dita.
As sensações e emoções são importantes no momento em que se verificam. Relevo à “percepção visual do instante”, valorizando-se a cor, a atmosfera, o efeito dos tons.
Valorização dos estados de alma, das emoções, que são mais destacadas que o enredo ou a ação na narrativa; importa mais o efeito do que a estrutura.
Ênfase na reprodução das emoções, sentimentos e atitudes individuais: traduz-se a vida interior, “a razão cede o passo às sensações”.
Interpretação da natureza, “invenção” da paisagem mais do que descrição objetiva.
Valorização da memória. Tentativa de buscar o tempo perdido através da impressão provocada pela realidade num momento dado. Importância do momentâneo, do fragmentário, do instável, do móvel, do subjetivo.
2. Características do estilo impressionista:
Valorização da cor, dos efeitos tonais, para reproduzir a “percepção visual do instante”. Portanto, frequência da sinestesia.
Pontilhismo ou período em leque: acúmulo de detalhes, sem realce para nenhum deles. Ex.: “O luar surgiu, as pessoas passavam apressadas, um trem chega­va de longe”.
Hipálage e emprego de adjetivo-advérbio. Ex.: O convidado tentou uma garfada tímida. Todos voltaram felizes. “O voo branco das garças.” (Cecília Meireles).
Valorização do substantivo abstrato que surge de um adjetivo. Ex.: “Brancura de luz” em vez de “luz branca”; “maciez do pelo” em vez de “pelo macio”.
Relevo da impressão: imagens ilógicas, que aproximam realidades distantes. Ex.: “Caquinhos de luar embelezam o mármore”.
Parataxe: abandono das conjunções, principalmente as subordinativas. Ex.: Não sairei. Vai chover.
Frequência da prosopopeia. Ex.: “A voz sonolenta das fontes”.
Frase nominal, expressão sintética, metáfora elíptica. Ex.: Ele olhou-me. Um monstro.
Aspecto permansivo (continuidade da ação): gerúndio, imperfeito do indicativo, infinitivo precedido pelo “a”, verbos intransitivos ou empregados intransitivamente. Ex.: As aves voando. Ao longe, a música prosseguia. Eram todos a gritar. Cabe-nos rir e perdoar.
Associação “concreto/abstrato”. Ex.: “Enfiado na poltrona da sua melancolia”. (Fernando Pessoa). “Vamos abrindo um matagal de dores”. (Cesário Verde).
“Linguagem expressiva, colorida, sonora, a sugerir mais do que dizem as palavras.”
AS VANGUARDAS EUOPEIAS E SUA INFLUÊNCIA NO BRASIL
Embora apresentassem propostas artísticas específicas, as vanguardas europeias estavam unidas pelo mesmo sentimento: o desejo de renovação nas artes. Surgidas na Europa no início do século XX, as vanguardas europeias propuseram a inovação nas artes.
1.Contexto Histórico- As transformações decorrentes em toda a história do mundo ocorriam novamente no século XX, onde o mundo estava às vésperas da Primeira Guerra Mundial e da Revolução Russa, já havia passado pela Revolução Industrial que foi fonte de novas tecnologias.
2.Você sabe o que são as vanguardas europeias?
Chamamos de vanguardas europeias o conjunto de tendências artísticas vindas de diferentes países europeus cujo principal objetivo era levar para a arte o sentimento de liberdade criadora, a subjetividade e até mesmo certo irracionalismo, sobretudo em um contexto em que as correntes filosóficas de cunho positivista influenciavam toda produção artística da época. Os movimentos de vanguarda emergiram nas duas primeiras décadas do século XX e provocaram uma ruptura com a tradição cultural do século XIX, influenciando não apenas as artes plásticas, mas também outras manifestações artísticas, entre elas a literatura.
Do francês avant-garde, a palavra vanguarda significa “o que marcha na frente”. As correntes de vanguarda, embora apresentassem propostas específicas, pregavam um mesmo ideal: era preciso derrubar a tradição por meio de práticas inovadoras, capazes de subverter o senso comum e captar as tendências do futuro. Essas propostas, incompreendidas à época em virtude, principalmente, do contexto conservador no qual estavam inseridas, adquiriram importância histórica e influenciaram o trabalho de vários artistas no mundo. No Brasil, as vanguardas estiveram intrinsecamente relacionadas com a primeira geração do Modernismo, uma vez que seus representantes (presentes na literatura, na arquitetura, nas artes plásticas ou na música), contagiados pelo sentimento de renovação, observaram a necessidade de alinhar o pensamento artístico brasileiro às vanguardas que surgiram na França no início do século XX.
3. As principais correntes de vanguarda foram:
Futurismo: primeiro movimento merecedor da classificação de vanguarda, caracteriza-se pelo interesse ideológico na arte. Sua produção preconiza a subversão radical da cultura e dos costumes, negando o passado em sua totalidade e pregando a adesão à pesquisa metódica e à experimentação estilística e técnica. Entre as outras tendências vanguardistas, o Futurismo, difundido principalmente por meio de manifestos (vide o Manifesto Futurista escrito pelo poeta Filippo Tommaso Marinetti), foi o movimento mais radical e subversivo. No Brasil, suas características podem ser encontradas na obraliterária de Mário de Andrade.
Cubismo: Resultado das experiências de Pablo Picasso (1881 – 1973) e de Georges Braque (1882 – 1963) esteve, inicialmente, ligado à pintura e teve por princípio a valorização das formas geométricas. Tendência artística que influenciou escritores e artistas plásticos no início do século 20, o Cubismo deixou suas marcas ao imprimir novas técnicas narrativas que fragmentavam a realidade e permitiam uma desconstrução da visão clássica sobre o tempo e o espaço. 
Na literatura, caracteriza-se pela fragmentação da linguagem e geometrização das palavras, dispostas no papel de maneira aleatória a fim de conceber imagens, ou seja, as técnicas narrativas fragmentavam a realidade, e desconstruía a visão de tempo e espaço.. Na Literatura Brasileira, sua influência pode ser percebida por meio da leitura do livro Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.
Dadaísmo: Criado na Suíça, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), constitui um grito de revolta contra o capitalismo burguês e o mundo em guerra, surgiu como resposta ao clima de instabilidade provocado pelo conflito bélico . Por isso, os dadaístas são contra as teorias e ordenações lógicas. Sua principal característica é a linguagem peculiar, permeada pelo deboche e pelos ilogismos dos textos, além da aversão a qualquer conceito racionalizado sobre a arte.
Expressionismo: Tendência artística que valorizava a subjetividade, o Expressionismo surgiu no começo do século XX e foi representado por pintores alemães e franceses. Opondo-se à estética impressionista, os expressionistas preconizavam a arte como elemento legítimo para a expressão dos sentimentos do artista.
Surrealismo: Surgido na França em 1924, o Surrealismo defendeu a criação por meio das experiências nascidas no imaginário e da atmosfera onírica. Preocupa-se com a sondagem do mundo interior, a liberação do inconsciente e a valorização do sonho. Esse fascínio pelo que transcende a realidade aproxima os surrealistas das ideias do psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856 – 1939). Na Literatura Brasileira, influenciou escritores como Oswald e Mário de Andrade e, posteriormente, Murilo Mendes e Jorge de Lima (escritores da geração de 1930).
No Brasil, todas essas tendências foram chamadas de Modernismo, movimento que equivale ao Futurismo, para os italianos, e ao Expressionismo, para os alemães. Graças à Semana de Arte Moderna de 1922, o movimento de renovação tomou rumos definidos em nosso país, apresentando propostas consistentes.
MODERNISMO NO BRASIL
No Brasil ocorreram fatos para o surgimento do Modernismo:
1912: Oswald de Andrade vai à Europa e volta imbuído do futurismo de Marinetti. Futurismo é o nome dado ao movimento modernista que se baseia numa vida dinâmica, voltada para o futuro, e que combate o passado, as tradições, o sentimentalismo, prega formas novas e nítidas.
1915: Monteiro Lobato publica em O Estado de S. Paulo dois artigos: “Urupés” e “Velha Praga”, em que condena o regionalismo sentimental e idealista.
1917: Anita Malfati lança na pintura o cubismo, que despreza perspectiva convencional e representa os objetos com formas geométricas.
1921: Graça Aranha volta da Europa e publica estética da Vida, em que condena os padrões da época.
1922: Semana de Arte Moderna em São Paulo, com sessões, conferências, recitais, exposição de artes plásticas. Participaram desta semana: Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Menotti del Picchia, Graça Aranha, Ronald de Carvalho, Guiomar Novais, Paulo Prado, etc. Estava fundado o Modernismo no Brasil. Apesar do forte impacto causado pelo movimento, o Modernismo se manteve devido á grande divulgação no s jornais e revistas da época.
O modernismo no Brasil tem como marco simbólico a Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, no ano de 1922, considerada um divisor de águas na história da cultura brasileira. O evento - organizado por um grupo de intelectuais e artistas por ocasião do Centenário da Independência - declara o rompimento com o tradicionalismo cultural associado às correntes literárias e artísticas anteriores: o parnasianismo, o simbolismo e a arte acadêmica. A defesa de um novo ponto de vista estético e o compromisso com a independência cultural do país fazem do modernismo sinônimo de "estilo novo", diretamente associado à produção realizada sob a influência de 1922. Heitor Villa-Lobos na música; Mário de Andrade e Oswald de Andrade, na literatura; Victor Brecheret, na escultura; Anita Malfatti e Di Cavalcanti, na pintura, são alguns dos participantes da Semana, realçando sua abrangência e heterogeneidade. Os estudiosos tendem a considerar o período de 1922 a 1930, como a fase em que se evidencia um compromisso primeiro dos artistas com a renovação estética, beneficiada pelo contato estreito com as vanguardas européias (cubismo, futurismo, surrealismo etc.). Tal esforço de redefinição da linguagem artística se articula a um forte interesse pelas questões nacionais, que ganham acento destacado a partir da década de 1930, quando os ideais de 1922 se difundem e se normalizam.
1.Contexto Histórico - No início do século XX, o Brasil vivia o início da República Velha (1894-1930). Esse momento esteve representado pelos interesses das oligarquias rurais na prática da chamada de "política do café com leite". Em paralelo, o Brasil recebia entre 1871 e 1920, cerca de milhões de imigrantes de origem italiana e japonesa. O destino eram as lavouras de café ou as indústrias de São Paulo. As grandes cidades passavam a registrar problemas da marginalização dos ex-escravos e a formação de um proletariado constituído pela mão-de-obra estrangeira. A mão-de-obra também passa a ser empregada nas fábricas. Isso porque com a Primeira Guerra Mundial, a importação de produtos foi dificultada e o País precisou desenvolver seu parque fabril. As ideias anarquistas ganham publicidade em jornais operários a partir de 1917, como reflexo da agitação política e os efeitos da Revolução Russa, ocorrida naquele ano. É neste contexto que São Paulo vira palco da primeira greve geral.
Em 1922, o Tenentismo passa a influenciar toda a política da década de 20. Ao fim da década, em 1929, ocorre a quebra da Bolsa de Nova York. Em consequência, o principal produto de exportação do País, o café, sofre uma intensa crise. O País vive a Revolução de 30 e, até 1945 dura a Era Vargas, indutora de transformações políticas e econômicas. É esse contexto histórico que leva o Brasil à modernidade do século XX, impondo o rompimento com o século anterior.
2.As principais características - O rompimento com as formas tradicionais de expressão artística; a busca por uma expressão artística nacional e inovadora; Na literatura, a valorização do cotidiano, expresso em linguagem simples. (o progresso, a sensação de instabilidade e transitoriedade, a criação e investigação pessoal, o livre exame e o futuro)
PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO (1922-1930)
Essa é a “fase heroica” do movimento, na qual os artistas procuram inspiração nas vanguardas europeias. É o período mais radical de todos, principalmente pela grande quantidade de publicações de revistas e protestos, além da criação de vários grupos modernistas. Com início em 1922 e término em 1930, esse período é profundamente marcado por uma conturbação e uma crítica aos ideais parnasianos, no qual os escritores buscam solidificar o movimento renovador e, ainda, repensar a história e a literatura brasileira. Nessa busca de uma definição literária, surgem manifestos e revistas que são:
Klaxon – mensário de Arte Moderna.
Manifesto Pau-Brasil – Por Oswald de Andrade – propõe uma literatura extremamente vinculada à realidade brasileira.
Verde-Amarelismo – como uma resposta ao nacionalismo do Pau-Brasil – apresentava uma proposta um nacionalismo primitisvista e ufanista.
Manifesto Regionalista – procura desenvolver o sentimento de unidade do Nordeste nos novos moldes modernistas.
Revistade Antropofagia – uma nova etapa do nacionalismo Pau-Brasil em resposta ao Verde-Amarelismo.
Estética (1924);
A Revista (1925);
Terra Roxa e Outras Terras (1927);
Revista de Antropofagia (1928).
Os principais nomes da primeira fase do Modernismo no Brasil são: Mário de Andrade; Oswald de Andrade; Manuel Bandeira; Alcântara Machado.
SEGUNDA FASE DO MODERNISMO (1930-1945)
Conhecida como a “Fase de Consolidação” ou “Fase de 30”, esse é o momento no qual temas como o nacionalismo e o regionalismo tomam conta da prosa. A literatura volta-se para um lado mais objetivo da realidade e o romance ganha destaque.
Grandes nomes entram no cenário nacional, como Graciliano Ramos (1892-1953), com “Memórias do Cárcere”, registro de lembranças de quando foi preso, acusado de ser comunista .Porém, o escritor ganha proporção com “Vidas Secas”, no qual conta a história de uma família de retirantes do nordeste, retratando a seca e a pobreza local.
Rachel de Queiroz (1910-2003) foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras, merecendo destaque pela sua obra “O Quinze”, em que a seca do nordeste do país é descrita.
José Lins do Rego (1901-1957), também parte da Academia Brasileira de Letras, ganha destaque por seus romances regionalistas “Menino de Engenho”, “Fogo Morto” e “Usina”.
Talvez um dos nomes mais conhecidos do Modernismo brasileiro seja Jorge Amado (1912-2001), escritor baiano de obras como “Gabriela”, “Capitães da Areia” e “Tieta do Agreste”.
Érico Veríssimo (1905-1975) é o representante da cultura gaúcha, ganhando reconhecimento pela trilogia “O Tempo e o Vento”, além de livros como “Fantoches” e “Clarissa”. 
 A poesia com uma temática voltada para questões mais politizadas e com artistas com uma postura questionadora acerca da existência humana: Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, Jorge de Lima, Cecília Meireles, Vinícius de Morais.
TERCEIRA FASE DO MODERNISMO
Com o fim das Grandes Guerras (Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial) e início da Guerra Fria e o fim da Era Vargas, que trouxe uma época de democratização política brasileira, o Modernismo brasileiro começou a ganhar novos rumos. Não era mais necessário o empenho social e político, pois em tese não havia mais conflitos aos quais se opor. A geração de 1945 abandonou vários ideais de 22, criando novas regras que permitiam a liberdade para o artista criar o que quisesse. Eles não estavam mais ligados à obrigação de aproximar-se da realidade brasileira e nem de aproximar-se do povo através de uma linguagem popular e descontraída. A principal temática da geração de 1945 estava ligada à aproximação do psicológico humano. Para transmitir esta reflexão da psicologia humana, as obras desta geração possuíam um equilíbrio rítmico e linguagem lírica que rendia-se à antiga forma decassíliaba e, deixando de lado o verso livre instaurado em 1922.
Chamada também de “Pós-modernismo”, ainda não há um tempo determinado para seu término. Muitos dizem que foi nos anos 60, outros nos anos 80 e há quem diga que ainda permanece ativo até os dias atuais. Há a mistura entre a prosa urbana, intimista e regionalista. ]
Veja quais são os principais nomes dessa fase, abaixo:
Clarice Lispector (1922-1977) tem características marcantes, como o lirismo e literatura intimista. Suas principais obras são “Perto do Coração Selvagem”, “A Hora da Estrela” e “A Cidade Sitiada”.
Conhecido pelo capricho na ordem de suas obras, João Cabral de Melo Neto (1920-1999), também chamado de “poeta engenheiro”, ganha notoriedade por “Morte e Vida Severina”.
João Guimarães Rosa (1908-1967) tem em suas obras a temática frequente do sertão, com principais obras como “Sagarana” e “Grande Sertão: Veredas”.
Ariano Suassuna (1927-2014) também é um dos maiores escritores brasileiros e ganha destaque por “O Auto da Compadecida”, “O Santo e a Porca” e “Os Homens de Barro”.
FICCIONISTAS NO MODERNISMO 
PRIMEIRA FASE
A ficção no Brasil – romance e conto –, já na primeira década de 1900, havia atingido certo grau de perfeição e com duas linhas bem definidas que caminham paralelamente, e, por vezes, se cruzam, ambas oriundas do romantismo e com uma preocupação com o humano. Uma das correntes é a regionalista, na qual o homem é visto como perpassado pela hostilidade do meio: quer nas áreas rurais e campesinas, quer nos grandes centros urbanos, encontra-se exposto aos problemas do ambiente, diante dos quais se percebe sem forças para lutar. 
A outra linha diz respeito ao homem diante de si mesmo, revelado na corrente psicológica, preocupada com questões relacionas à conduta, aos dramas da consciência – um ser sempre desejoso. A personagem é um “herói sempre em busca”. Por sua vez, os heróis contemporâneos rompem com o caos dentro de si, mergulham no abismo da alma para encontrar a liberdade – de certa forma um paraíso. Assim, através da exploração do interior do protagonista, o romance moderno procura, explorar as profundezas do inconsciente.
Foi no final do século XIX, o romance passa a descrever o choque entre o indivíduo, seu mundo interior e tudo o que o cerca. A nova forma de conceber a literatura ocorre porque “a arte tornou-se autônoma e por isso mesmo deixou de ser cópia, porque desapareceu qualquer modelo; é totalidade criada, porque a unidade natural das esferas metafísicas está para sempre quebrada”. (LUKÁCS, 1982, p. 36).
As contribuições que seriam de extraordinária fecundidade para a evolução do romance brasileiro se operam desde a década de 1920, em especial, 1928, ano em que são publicadas Macunaíma (Sua obra-prima é o romance Macunaíma, o Herói sem Nenhum Caráter, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional.), de Mário de Andrade, e A Bagaceira, de José Américo de Almeida. 
Em sua obra, Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Segundo Coutinho, “Serafim Ponte Grande não é um romance autobiográfico. O escritor não se conta, ouve o personagem. Até parece que o primeiro imita o segundo”. (2004b, p. 300). Nesta obra o escritor dá continuidade ao processo iniciado anteriormente persistindo a estética de montagem fragmentada. Através das técnicas usadas, desse mosaico, da narrativa descontínua, Oswald de Andrade deflagra os alicerces da literatura e torna-se aquele para quem as gerações futuras passam a orgulhar-se e consagrar.
OUTROS REPRESENTANTES DA FICÇÃO MODERNISTA 
SEGUNDA FASE
O modernismo vive uma segunda fase a partir de 1930, quando é lançado Alguma Poesia, de Carlos Drummond de Andrade. Os temas sociais ganham destaque e o regionalismo amplia sua temática. Paisagens e personagens típicos são usados para abordar assuntos de interesse universal. Entre os que exploram o romance social voltado para o Nordeste estão Rachel de Queiroz, de O Quinze, Graciliano Ramos, de Vidas Secas, Jorge Amado, de Capitães da Areia e José Lins do Rego (1901-1957), de Menino de Engenho. Surgem ainda nessa época os romances de introspecção psicológica urbanos, como Caminhos Cruzados, de Érico Veríssimo.
Raquel de Queiroz publicou em 1930 O Quinze, uma obra de cunho regionalista, com cenas e episódios característicos desse tipo de romance. A autora explora, a cultura, os traços descritivos do retirante e aponta os problemas do homem e da região nordestina. O romance O Quinze narra a história do vaqueiro Chico Bento e sua família, e a relação afetiva de Vicente e Conceição, a prima culta e professora. Conceição lia livros de tendências feministas e socialistas, o que causa estranhamento às personagens que representam as velhas tradições. Com o advento da seca, a família de Mãe Nácia decide ir para a cidade e Vicente fica na região. Conceição trabalhava no campo de concentração, local onde ficavam alojados os retirantes. 
A representação literária regional esteve, no estado da Bahia, enfatizada por Jorge Amado (1912-2001), que, com talento, retratou os acontecimentos da sua terra. O arcabouço de cunho socialistaque caracteriza um dado espaço, como o local urbano e a região do cacau – sul da Bahia – se fazem presentes nos seus romances e dentre os mais conhecidos podemos citar: Mar Morto (1936), Capitães de Areia (1937), Gabriela Cravo e Canela (1960). “É inevitável, em todos os seus livros, o testemunho com a imagem da terra”.
A linguagem literária traduzida na fala das personagens é testemunha da preocupação do escritor com a questão social, dotando a sua obra de um espírito humanizador. Assim, o mar, a região do cacau e a cidade de Salvador não são meros suportes inseridos no texto, mas “[...] existem efetivamente, em sua inteira representação plástica, como bases necessárias para que o romancista prove aquela humanização se fazendo criador de tipos”.
 A humanização esta presente nos tipos sociais e na elaboração de suas personagens que, segundo Coutinho (2004c, p. 271),são representados pelos “saveiristas, os capitães de areia, os jagunços do cacau que cedem lugar primeiro ao herói social [...] e depois ao herói literário”. Jorge Amado enfatiza o detalhe psicológico de suas personagens, experiência individual que perpassa todos os seus romances que falam da Bahia.
O regionalismo literário também teve reflexos no Sul do Brasil, expressando as condições geográficas e econômicas de um local quase extremado, banhado pelo rio que serviu de acesso ao estado, bem como a fronteira que facilitou a invasão de outros povos e influenciou a região do Prata. Como escritor dessa região, citamos Érico Veríssimo (1905-1975), autor de crônicas, contos, e romances que podem ser classificados em: romance urbano revelador da classe burguesa de Porto Alegre, permeado pelo olhar otimista, pelo lirismo e a crítica, e pela linguagem tradicional, do qual destaca-se Olhai os Lírios do Campo (1938). Outra abordagem é o romance político, com o livro intitulado Incidente em Antares (1973), que foi escrito no período da ditadura militar, no qual o autor denuncia o autoritarismo da época e os abusos contra os direitos humanos. Além destes, vale ressaltar o romance histórico, representado pela trilogia O Tempo e o Vento, uma obra que abrange três volumes – O Continente, O Retrato e O Arquipélago. O conteúdo deste livro aborda os acontecimentos dos duzentos anos da história do Rio Grande do Sul, no período compreendido entre 1745 e 1945. Um dos protagonistas da primeira parte que descreve o Continente é o capitão Rodrigo, personagem marcante e popular que chega à cidade de Santa Fé, ao fim de uma das guerras contra os castelhanos. O texto é perpassado pelo sentido épico, em face às batalhas das quais participou, comparado a Ulisses e outros heróis das epopeias gregas. O Capitão Rodrigo idealizava a ação guerreira, aquela que dava sentido à vida de um homem, juntamente com os outros prazeres, por isso caracterizou um tipo ético, misto de bravura, generosidade e ideias de liberdade.
 A obra de Veríssimo não descreve somente questões sociopolíticas e econômicas do Rio Grande do Sul, mas reflete sobre o significado da existência, pelo confronto estabelecido dentro da narrativa entre duas forças antagônicas: o tempo, que dá ideia de passagem e destruição. É elemento dominante, pois tudo é submetido à sua ação e, desse modo, por expressar a força de trabalho, está relacionado aos homens. O vento, por sua vez, oferece uma conotação de repetição e continuidade. Representa simbolicamente as mulheres que são a resistência humana em face às guerras e ao instinto. As personagens femininas desse romance, através da memória, restabelecem lembranças dos que já se foram e a ação de lembrar o passado – idas e vindas no tempo da memória –, pode ser comparada ao movimento do vento.
A LITERATURA DE GUIMARÃES ROSA, GRACILIANO RAMOS E O TEATRO MODERNO - TERCEIRA FASE
João Guimarães Rosa (1908 - 1967) se destaca pela individualidade e pelo modo como utilizou a palavra literariamente. Em seus textos, encontramos a linguagem coloquial do sertanejo, aliada aos neologismos que caracterizam a expressão do autor. A cultura local e a paisagem são abordadas em todos os seus aspectos. No dizer de Rosa (1994), o sertanejo não é somente um ser rústico que povoa essa grande região do Brasil, ele é o próprio ser humano imbuído de problemas universais e eternos. 
Esses conflitos são o enredo do romance Grande Sertão: Veredas (publicado em 1956) o qual enfatiza o ser humano e o seu destino, a luta entre o bem e o mal – Deus e o Diabo. João Guimarães Rosa que se destaca pela individualidade e pelo modo como utilizou a palavra literariamente. A questão estilística também é abordada pelos estudiosos literários, uma vez que nesta obra Guimarães Rosa elaborou um trabalho de escrita e observação rigorosa, uma das mais importantes da nossa literatura, notável pela linguagem e pelo estilo, uniu elementos linguísticos e a temática regionalista, criação única e inovadora.
O enredo descreve as duas guerras. A primeira, liderada pelo bando de Joca Ramiro (e Hermógenes contra Zé Bebelo e os soldados do governo), e a segunda organizada sob novas lideranças: de um lado Hermógenes e Ricardão, assassinos de Joca Ramiro e traidores do grupo; de outro, Zé Bebelo – que volta para vingar a morte de seu líder em companhia de Riobaldo e Diadorim. 
A narrativa é caracterizada pela descrição dos acontecimentos que marcam a passagem do tempo, mas o romance não se divide em capítulos. A história do sertão é contada em primeira pessoa, por um narrador que faz digressões, alternando, desse modo, o tempo da narrativa. Pela riqueza literária, o romance em questão, Grande Sertão: veredas, único do escritor, é uma obra surpreendente na qual o épico e o lírico se fazem presentes, aspectos que perfazem o estilo de Guimarães Rosa.
Também os contos desse escritor, num total de nove, seguem a mesma linha e estão reunidos no livro Sagarana, editado em 1946, no qual encontramos como elementos centrais da obra: o estado de Minas Gerais, o sertão, o gado bovino, vaqueiros e jagunços, a bondade e a maldade. O título Sagarana faz alusão ao hibridismo pela junção da palavra saga, radical de origem germânica que significa canto heróico, e rana, uma palavra da língua indígena que significa espécie ou maneira. Em Sagarana encontramos uma obra perpassada pela consciência literária de João Guimarães Rosa, cujos escritos envolvem a polifonia pelo emprego de palavras que dão musicalidade e ritmo. 
Graciliano Ramos ( 1892 - 1953), compôs personagens que ampliam vivências e aspectos do seu mundo. Ele ganhou notoriedade graças à capacidade de síntese, pela habilidade de dizer o essencial em poucas palavras. É considerado, pela crítica literária, como um dos maiores romancistas brasileiros, e a sua obra, a melhor ficção. Adotou por temática os problemas da terra, cuja ficção constituía uma denúncia social, por trazerem à tona injustiças e a degradação humana. Essa concepção foi absorvida por
A sua obra é imbuída da compreensão da vida que neste caso se configura na luta pela sobrevivência. A temática é o latifúndio, a opressão do sertanejo e a seca e suas consequências. Segundo Candido (1975), pode-se dividir os seus escritos em três grandes grupos: o primeiro – romances narrados em primeira pessoa, dentre os quais estão: Caetés, São Bernardo e Angústia. Nesses, o autor aborda questões inerentes à alma humana e elabora uma análise do contexto sociopolítico. 
Em outro grupo está o romance narrado em terceira pessoa, cujos exemplos são Vidas Secas e os contos de Insônia, nos quais predominam, segundo Candido (1975, p. 36), “[...] uma visão mais destacada da realidade, estudando modos de ser e condições de existência, sem obsessiva análise psicológica dos outros”. É certo dizer então, que o ponto de interesse é o homem vinculado ao seu meio natural, o sertão. 
As autobiografias fazem parte do terceiro grupo, e, neste último, o autor elaborou dois livros: Infância e Memórias do Cárcere. Nestas, transcende o individual, passando para o plano social e político e atinge o universal.Em Memórias do Cárcere, Graciliano Ramos relata o período em que ficou preso, além da situação do país e as humilhações e sofrimentos dos presos políticos do período da ditadura de Vargas. Nas autobiografias, transparece o depoimento e, desse modo, em sua arte “há um desejo intenso de testemunhar sobre o homem, e que tanto os personagens criados quanto, em seguida, ele próprio, são projeções deste impulso fundamental, que constitui a unidade profunda dos seus livros”. (CANDIDO, 1975, p. 36).
Nos romances, a luta pela sobrevivência é recorrente, aspecto que se confirma pela repetição da palavra “viventes”, especialmente em Vidas Secas, cujo enredo aborda a defesa da vida, último romance de Graciliano Ramos e o único em que o foco narrativo está em terceira pessoa, ou, no dizer de Coutinho (2004b, p. 404), efetuado por “um narrador onisciente que não abusa do poder de tudo saber e vasculhar, controlando-se com frequência no emprego do discurso indireto livre”.
O autor descreve a história de uma família de retirantes nordestinos que foge da seca, com uma economia da linguagem que poderia ser apontada como a característica básica. Os textos são enxutos e concisos, ou seja, não há uma palavra a mais ou a menos, uma escrita fragmentada.
Através de capítulos justapostos, o leitor entende a realidade das personagens e do mundo que as cerca. É dividida em várias partes que se encadeiam, “[...] cujos títulos anunciam o que se passa”. (COUTINHO, 2004b, p. 405). O romance é cíclico, inicia-se com a seca, cujo capítulo é intitulado Mudança e encerra-se com os prenúncios de uma nova seca, no capítulo XIII, o que obriga os retirantes a empreender nova fuga. A obra enfatiza as personagens de Fabiano, Sinhá Vitória, os dois meninos e Baleia. Esta última, considerada como um membro da família acompanha o grupo e no decorrer da história é sacrificada por estar doente. 
DRAMATURGIA BRASILEIRA
REPRESENTAÇÃO TEATRAL
As primeiras peças teatrais em solo brasileiro foram escritas, como já vimos pelos jesuítas. Martins Pena foi um representante expressivo do teatro, tendo escrito 28 peças teatrais - 22 comédias e 6 dramas - entre os anos de 1833 e 1847. É considerado o inventor da comédia brasileira, fixando-lhe costumes, características e assuntos que permanecem atuais. 
Na comédia de estreia, Juiz de Paz na Roça, o teatrólogo investe no tema da corrupção: aparecem o homem simples do campo e a figura do magistrado, movido propinas e aproveitador da ingenuidade daquele que trabalha a terra. 
Com a chegada da Família Real, o teatro recebeu impulsos, uma vez que viabilizou-se a construção de um teatro no Rio de Janeiro. Foi a partir da Independência e do Romantismo que surge de fato a dramaturgia brasileira. Nomes como Gonçalves Magalhães, Caetano dos Santos e Martins Pena fundam a tragédia e a comédia teatral brasileira.
No Realismo, a discussão sobre os problemas sociais sobe aos palcos brasileiros. A reação aos excessos românticos pode ser observada na peça A Lição de Botânica, de Machado de Assis. Nesse período, dedicam-se à dramaturgia Joaquim José da França Júnior, Artur de Azevedo, Coelho Neto, dentre outros autores.
Em 1930, duas peças teatrais destacam-se: Vestido de Noiva e Deus lhe Pague. Esta última peça de Juraci Camargo aborda temas de cunho político. Foi representada pela primeira vez em São Paulo, em dezembro de 1932 e celebrizou o ator Procópio Ferreira (1898-1979) que encenava o protagonista e enriquece pedindo esmola na porta de uma igreja. 
A outra peça, Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, apresenta três planos, denominados pelo autor de: alucinação, memória e realidade. Na peça, Nelson Rodrigues explora a questão da libertação feminina também com a personagem de Madame Clessi, uma prostituta do início do século, que havia morado na casa dos pais de Alaíde. Esta localiza o diário da prostituta, e após esse encontro, Clessi passa a povoar a mente de Alaíde, sendo apoio para a reconstrução dos fatos passados, revelações do subconsciente desejoso. 
A peça O Rei da Vela (1937), de Oswald de Andrade, é considerada o primeiro texto modernista para teatro.
Nas décadas de 1950 e 1960, as peças descreviam uma trajetória próxima à dos romances das duas décadas precedentes, com temas e personagens populares. Esse movimento nacionalista é percebido no teatro pernambucano, com abordagens próximas às raízes populares regionalistas, inspirações, por vezes, advindas da literatura de cordel e dos espetáculos das feiras, formas de arte encontradiças no Nordeste. O escritor Ariano Suassuna transcende o regionalismo, com o Auto da Compadecida e alcança repercussão em todo o país. 
Na peça, João Grilo e Chicó arrumam emprego com um padeiro de uma pequena cidade. O cachorro da mulher do padeiro adoece e os dois rapazes vão à igreja para pedir ao padre que benzesse o animal. O padre a princípio não concordou, mas ao ser informado que o cachorro era de Antônio Morais, homem poderoso, o padre aceitou benzer. Assim a peça prossegue: trata-se de uma reflexão sobre as relações entre Deus, fé e o homem. O escritor para tanto se vale de uma fala próxima à caricatural, uma linguagem ingênua e com personagens representantes do coletivo.
Já a dramaturgia paulista revela preocupação com questões econômicas e ou políticas, mostras de uma sociedade atenta às transformações capitalistas, como é o caso das peças de Abílio Pereira de Almeida e Jorge de Andrade. Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal fazem parte desse grupo. O primeiro escreveu Eles não usam Black-Tie e Boal, a Revolução da América do Sul. Os dramaturgos em trabalhos conjuntos passam a buscar uma nova linguagem de palco, amparada no apelo popular da música. 
No Rio de Janeiro, aparecem os humoristas e a cidade torna-se berço das gírias e das anedotas políticas que repercutiriam em todo o país, e no teatro florescem as comédias. Dentre elas, da década de quarenta, vale destacar Um Deus dormiu lá em Casa, de Guilherme Figueiredo e A Canção de um Pão, de autoria de Raimundo Magalhães Júnior. Millôr Fernandes e João Bethencourt também se enquadram nessa linha do humorismo.
Na década de cinquenta, aparecem textos teatrais marcados pela preocupação com as questões sociais, como O Pagador de Promessas, de Dias Gomes, que se transforma num grande sucesso. Foi adaptado para o cinema no ano de 1962 por Anselmo Duarte que ganha a Palma de Ouro em Cannes. 
Há que se mencionar ainda Antunes Filho, aplaudido pela adaptação de Macunaíma, de Mário de Andrade, e de Nelson Rodrigues, O Eterno Retorno. A partir do final da década de 70, aparecem grupos de criação coletiva, irreverentes e inovadores. 
A FICÇÃO DE TRANSIÇÃO: MODERNISMO/PÓS - MODERNISMO
CONCRETISMO
A poesia concreta foi uma espécie de ponte entre a Geração de 45 e as gerações posteriores. Esse movimento contribui para o surgimento de outras formas de expressão como o poema-processo (poema-código) e os pop-cretos, feitos com montagens de recortes, no qual esteve representado Wladimir Dias Pino (1927). 
A poesia concreta surgiu com o Concretismo, fase literária voltada para a valorização e incorporação dos aspectos geométricos à arte (música, poesia, artes plásticas). Em 1952, a poesia concreta tem seu marco inicial através da publicação da revista “Noigrandes” (palavra retirada de um poema de Ezra Pound, que nada significa), fundada por três poetas: Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos. Contudo, é em 1956, com a Exposição Nacional de Arte Concreta em São Paulo, que a poesia concreta se consolida como uma nova e inusitada vertente da literatura brasileira.
O poema do Concretismo tem como característica primordial o uso das disponibilidades gráficas que as palavras possuem sem preocupações com a estética tradicional de começo, meio e fim e, por este motivo, é chamado de poema-objeto.
Outros atributos que podemos apontar deste tipo de poesia são:
- a eliminação do verso;
- o aproveitamento do espaço em branco da página para disposição daspalavras;
- a exploração dos aspectos sonoros, visuais e semânticos dos vocábulos;
- o uso de neologismos e termos estrangeiros;
- decomposição das palavras;
- possibilidades de múltiplas leituras.
A comunicação através do visual era a forma de expressão de todas as poesias concretas. No entanto, houve particularidades que diferenciavam os poemas deste período em tipos de poesias. 
Poesia-Práxis: movimento liderado por Mário Chamie, que a partir de 1961 começou a adotar a palavra como organismo vivo gerador de novos organismos vivos, ou seja, de novas palavras.
Poesia social: movimento de reação contra os formalismos da poesia concreta, os quais eram considerados exagerados por um grupo de artistas. Estes lutavam para o retorno e a inclusão de uma linguagem simples e de temas direcionados à realidade social. Artistas como Ferreira Gullar e Thiago de Mello foram adeptos dessa visão.
Tropicalismo: movimento advindo do universo musical dos anos 67 e 68, que retomava as propostas de Oswald de Andrade com o Manifesto Antropófago e adotou o pensamento de aproveitar qualquer cultura, independente de onde viesse.
Poesia Marginal: surgiu na década de 70 e é chamada de “marginal” porque não possuía vínculos com editoras ou distribuidoras para edição e/ou publicação, ou seja, era produção independente.
Os principais poetas concretistas são: Décio Pignatari , Augusto de Campos e Haroldo de Campos.
 
CLARICE LISPECTOR E OUTROS REPRESENTANTES
TERCEIRA FASE DO MODERNISMO- PÓS-MODERNISMO
Contexto histórico, autores e obras do Pós-Modernismo e Produções Contemporâneas:
O Pós-Modernismo caracteriza-se pela diversidade de obras, na medida em que o Brasil e o mundo experimentam inúmeras mudanças, especialmente com o fim da Segunda Guerra Mundial. Depois do fim do conflito entre Eixo e Aliados, o mundo passou a viver com a ameaça da Guerra Fria. No Brasil, esse período foi marcado por uma forte instabilidade política, a democracia pós-getulista foi interrompida por um golpe civil-militar que a historiografia convencionou denominar como golpe militar. Assim, a partir de 1964, as liberdades individuais foram suprimidas, assim como as eleições diretas. Depois de vinte e um anos, o país deixou de ser administrado por militares e a democracia dava sinais de seu retorno. Mas foi apenas em 1989 que ocorreram as primeiras eleições diretas para presidente da República e o Brasil passou a viver a chamada "Nova República" ainda em plena transformação e com suas desigualdades sociais e regionais sob o contexto do mundo globalizado.
Desta forma, os aspectos formais desse estilo de fazer literatura são baseados em questões como intertextualidade, ironia, esquizofrenia, questionamento do racionalismo pela exploração de outros níveis da realidade, anseio pela pluralidade, ênfase no cotidiano, retomada de texto do passado, acentuação e fragmentação do texto e da polifonia de vozes, intensificação do lúdico na criação literária, androgenia, hedonismo, exaltação do prazer, presença do humor, pastiche, utilização deliberada da intertextualidade, ecletismo estilístico, exercício da metalinguagem, fragmentarismo textual, na narrativa há uma autoconsciência e autorreflexão, radicalização de posições antirracionalistas e antiburguesa, dentre outras.
O pós-modernismo, como expressão literária vive sobre o signo da multiplicidade, “é um monte de estilos, convivendo sem briga num mesmo saco, não há mais hierarquia, (...) E, claro, não há fórmula única, onde vemos claramente atitudes modernistas, umas estabilizadas e sedimentadas, outras intensificadas e redimensionadas, mas que, sem dúvida, podem ser reconhecidas na sua diferença, tornando esse estilo eminentemente autêntico.
O Pós-Modernismo na literatura brasileira consiste num período em que os autores apresentam um amadurecimento, tanto na poesia quanto na prosa. A arte pós-modernista é uma arte essencialmente eclética, híbrida e sem hierarquizações assim é considerada uma antiarte. Explora o lúdico, o humor, a metalinguagem, a pluralidade de gêneros, a polifonia, a intertextualidade, a ironia, as fragmentações e desconstruções de princípios e valores. Tem foco no cotidiano banalizado. A "espetacularização" mencionada por muitos críticos e que, grosso modo, significa "tornar espetáculo", é uma tendência aplicada às artes e à cultura pós-moderna. Podemos verificar essa “espetacularização” com o avanço dos meios de comunicação e da era digital, onde o simulacro torna-se real, mesmo não sendo. Em outras palavras, o simulacro substitui a própria realidade. Por fim, diferente da arte moderna, a arte pós-moderna preza a participação e interação do público. 
Na prosa destacam-se:
Clarice Lispector pertence à seção de escritores ficcionistas, caracterizados pela preocupação de fazer da literatura e da realidade nacional instrumentos de trabalho. Clarice Lispector nasceu em Tchetchelnik – Ucrânia, em 1920, Seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem, foi publicado em 1944. A primeira edição francesa deste livro foi realizada em 1954, o qual teve a capa ilustrada por Henri Matisse. A escritora faleceu no ano de 1977, no Rio de Janeiro. 
O nome da escritora é, sobretudo, lembrado pela tendência intimista moderna da literatura brasileira. O fio condutor de sua obra é o questionamento do ser e o estar no mundo e a análise do humano, resultando desse fazer o romance introspectivo. Devido ao fato de questionar, os textos de Clarice Lispector apresentam certa ambiguidade, pelas antíteses entre o “ser” e o “não ser”, o “eu” e o “não eu” já observados também na obra de Guimarães Rosa.
As personagens de Lispector são perpassadas pela sensibilidade, cujos sentimentos de solidão, de culpa e de abandono, por vezes, as põem em contato com o mal e a inveja. Desse modo, sob o olhar intimista da autora, são analisadas e esmiuçadas. Os romances de Clarice Lispector seriam “romances de personagem”, nos quais a escritora desenha e estuda demoradamente uma personagem, em que ser humano e memória são inseparáveis. No que se refere à linguagem, a autora demonstra certa preocupação com a valorização das palavras às quais as reveste, extrapola os seus significados, trabalhando as metáforas e aliterações. Além disso, Lispector enfatiza em seus escritos o que não está dito em palavras, mas está subtendido, ou seja, o que está nas entrelinhas. A aparente falha na construção, recurso de estilo da autora, é, na realidade, a sua linguagem literária. 
O romance A Hora da Estrela enseja a dicotomia entre a ideia de vida e a vida, aparência e forma, vai ao encontro de uma busca do conhecer a realidade, provocando também no leitor a reflexão sobre a realidade. 
Além dos livros já citados, destacamos ainda: O Lustre e A Cidade Sitiada (1946) – A Maçã no Escuro (1949) – Laços de Família, um livro que reúne treze contos (1960) – A Legião Estrangeira (1964) – Uma Aprendizagem ou Livros dos Prazeres (1969) – Felicidade Clandestina (1971) – Água Viva (1973) – Um Sopro de Vida (1978) – A Bela e a Fera (1979), dentre outros legados. 
João Guimarães Rosa - autor considerado um bruxo das palavras por apresentar uma linguagem repleta de arcaísmos, neologismo, enfim as mais variadas expressões. (já citado no texto anterior)
Geraldo Ferraz - Dentre as suas obras, destacamos o romance Doramundo (1956). Neste são enfatizados temas recorrentes da ficção, tais como o amor e o crime. Entretanto, o escritor soube artisticamente apresentá-los de forma inovadora tanto na técnica como na linguagem. 
O ambiente da obra em questão é Cordilheira, cidade em que as mulheres são minoria, motivo pelo qual os homens casados sentem-se no direito de assassinar os solteiros para que estes não seduzam as mulheres casadas. Para acabar com os crimes, Seu Flores manda buscar algumas prostitutas para abrandar os desejos sexuais dos rapazes solteiros. Ironicamente, Ferraz faz uma denúnciaao sistema social e à degradação do homem. Pelo seu modo de escrever, é apontado pela crítica como um dos marcos importantes do novo romance brasileiro.
Dalton Trevisan. Retrata a sociedade brasileira por meio da ironia e do sarcasmo. O escritor dedicou-se ao trabalho de contista. Em 1945 publicou Sonata ao Luar, e, no ano seguinte, Sete Anos de Pastor, livros que posteriormente foram renegados pelo autor, reportando-se a eles como barbaridades. Suas obras foram traduzidas para diversos idiomas: inglês, espanhol, alemão, polonês, italiano e sueco. Em 1959, o livro Novelas Nada Exemplares lhe rendeu o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro.
Dentre seus contos podemos mencionar Penélope. Neste Trevisan narra a história de um casal com uma vida metódica que perde a quietude após o recebimento de cartas anônimas. O fato gera no marido um ciúme paranoico e leva a mulher ao suicídio. No conto, está presente o intertexto com a personagem Penélope, de Ulisses. O conto revela uma sociedade na qual as pessoas convivem com traumas, paranoias e medos, tais como a incerteza da traição, que, no conto em questão, aliada à evidência concreta – as cartas anônimas – afeta o marido que passa a nutrir um ciúme paranoico. 
João Cabral de Melo Neto - (destaca-se na poesia) - caracteriza-se pela objetividade na constatação da realidade. Constrói uma poesia calculada, utiliza-se de uma linguagem enxuta e concisa.
Alguns Autores desse período na literatura: Adélia Prado; Mario Quintana; Ferreira Gular; José Paulo Paes; Manoel de Barros; Antônio Callado; Josué Montello; José Candido de Carvalho; João Ubaldo Ribeiro; Ana Miranda; Rubem Fonseca; Fernando Sabino; Luis Fernando Veríssimo; Rachel de Queiroz; Carlos Heitor Cony; entre outros.
Vanguardas poéticas - No cenário nacional dos anos 50, surgiram as vanguardas poéticas chamadas de: poesia concreta; poema-processo; poesia-práxis; poesia social. Alguns dos poetas que compõe esse quadro são: Haroldo de Campos; Augusto de Campos; Décio Pignatari, Wladimir Dias Pino, Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Ronaldo de Azeredo, Reynaldo Jardim, José Lino Grunewald, José Paulo Paes, Pedro Xisto, Edgard Braga, João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar, Adélia Prado, Mário Quintana, José Paulo Paes, Murilo Mendes.
Produções contemporâneas - Pode-se considerar como produção contemporânea as obras e movimentos surgidos nas últimas décadas. Esse período de acentuado desenvolvimento tecnológico, industrial e cultural, refletiu numa ampla produção na música, no cinema, no teatro, na literatura enfim, nas artes de um modo geral. 
Luis Fernando Veríssimo. Nasceu em 1936, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Filho do escritor Érico Veríssimo, foi jornalista, colunista no jornal Zero Hora e na Folha da Manhã. Participou também da televisão, criando quadros para o programa Planeta dos Homens, bem como a série Comédias da Vida Privada, adaptada para a televisão tendo por base o livro homônimo.
Um escritor perito em iludir os leitores. Veríssimo soube individualizar o riso e tirar proveito ao marcar seus escritos com um toque de humorismo, no qual o amargo é justaposto ao divertido. Seria o riso o provocador da reflexão. Assim, o escritor não se afastou dos problemas sociais e morais, pelo contrário, apresentou-os em situações “cômicas”. O autor o humorismo é diferente do cômico, este não leva à reflexão. É do humor que surge a reflexão e, a partir desta, a representação frente à realidade passa a ser profunda, pois ao se refletir, abre-se mão do divertimento.
Alguns Autores desse período na literatura - João Cabral de Melo Neto; Adélia Prado; Mario Quintana; Ferreira Gular; José Paulo Paes; Manoel de Barros; Antônio Callado; Josué Montello; José Candido de Carvalho; João Ubaldo Ribeiro; Ana Miranda; Rubem Fonseca; Fernando Sabino; Luis Fernando Veríssimo; Rachel de Queiroz; Carlos Heitor Cony.
CONCLUSÃO
O pós-modernismo é tudo o que se refere ao novo foi quando ocorreu a total mudança, ou melhor, uma mudança geral, em quase todos os aspectos, desde, nas artes até nas ciências. Ele é individualista, liberto de crenças, medos, preconceitos, pelo contrario, foi uma fase de se colocar ideias e pensamentos livres de objeções.
Com isso o pós-modernismo invadiu o mundo dos indivíduos, através da mídia, da tecnologia, da eletrônica, enfim das informações em massa, levando e seduzindo o individuo ao um consumo frenético. Ele encarna vários estilos de vida e de filosofia, mas com a total ausência de valores, mas por outro lado o pós-modernismo tem a participação do publico, é de fácil compreensão e vivencia o real, o presente, o aqui e o agora. O pós-modernismo é indefinível, mais é sensível, liberto, e ao mesmo tempo integrado, e aceito pela massa, devido a sua “simplicidade” e facilidade de expor o seu significado.
Principais autores e Obras
- Ariano Suassuna - (1927) Auto da compadecida; A pena e a lei; O santo e a porca (teatro)
- Clarice Lispector (1925-1977) - Perto do coração Selvagem; O lustre; A maçã no escuro; Laços de família; A legião estrangeira; A paixão segundo G. H.; Água viva; A via crucis do corpo; A hora da estrela; Um sopro de vida
- Ferreira Gullar (1930) - A luta corporal; João Boa-Morte; Dentro da noite veloz; Cabra marcado para morrer; Poema sujo (poesia)
- Geir Campos (1924) - Rosa dos rumos; Canto claro; Operário do canto (poesia)
- Guimarães Rosa - (1908-1967) - Sagarana; Corpo de Baile; Grande Sertão: veredas; Primeiras estórias; Tutaméia; Terceiras estórias; Estas estórias
- João Cabral de Melo Neto (1920) - Pedra do sono; O engenheiro; Psicologia da composição; Fábula de Anfion e Antiode; O cão sem plumas; O rio; Morte e vida severina; Uma faca só lâmina; Quaderna; A educação pela pedra; Auto do frade; Agrestes; Crime de la Calle relator
- Jorge Andrade (1922-1984) - A moratória; Vereda da salvação; A escada; Os ossos do barão; Senhora da boca do lixo; Rasto atrás; Milagre na cela (teatro)
- Lêdo Ivo - (1924) - O caminho sem aventura; A morte do Brasil; Ninho de cobra; As alianças; O sobrinho do general; A noite misteriosa (poesia); Use a passagem subterrânea (conto)
- Mauro Mota - (1912-1984) - Canto ao meio; Elegias (poesia)
- Nelson Rodrigues - (1912-1980) - Vestido de noiva; Perdoa-me por me traíres; Álbum de família; Os sete gatinhos; Viúva porém honesta; Bonitinha mas ordinária; A falecida; Boca de ouro; Beijo no asfalto; Toda nudez será castigada; A serpente (teatro); O casamento (romance)
- Péricles Eugênio da Silva Ramos - (1919) - Sol sem tempo; Lamentação floral (poesia)
- Adélia Prado (1936) - Bagagem; O coração disparado; Terra de Santa Cruz (poesia); Cacos para um vitral; Os componentes da banda (prosa)
- Hilda Hilst (1930) - Balada de Alzira; Ode fragmentária; Sete cantos do poeta para o anjo; Cantares de pedra e predileção (poesia)
- Dalton Trevisan - (1925) - O vampiro de Curitiba; Desastres do amor; Guerra conjugal; A trombeta do anjo vingador; Lincha tarado; Cemitério de elefantes (contos)
- Rubem Fonseca (1925) - A coleira do cão; Lúcia McCartney; Feliz ano novo; O caso Morel; O cobrador; A grande arte; Os prisioneiros; Bufo e Spallanzani (prosa)
- Caio Fernando de Abreu - (1948) - Morangos mofados; Triângulo das águas (prosa)

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