Buscar

AS DUAS GRANDES GUERRAS MUNDIAIS O LEGADO TECNOLÓGICO Brasil Escola

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AS DUAS GRANDES GUERRAS MUNDIAIS: O
LEGADO TECNOLÓGICO
As tecnologias desenvolvidas no período das guerras mundiais e os objetos que usamos no
dia a dia que advém desses conflitos.
RESUMO
O presente artigo visa mostrar o lado "bom" das Guerras Mundiais, se é que podemos dizer que as guerras tenham um lado
bom, os avanços tecnológicos que foi desenvolvido graças a esses conflitos e que, na sua grande maioria, foram
aprimorados na Guerra Fria. Visa também mostrar que além da dor, da destruição e do caos instaurado pela guerra,
podemos tirar algo de bom para o nosso proveito cotidiano. Esse artigo tem como relevância mostrar que pequenas coisas
do nosso dia a dia, como o absorvente feminino, ou até mesmo o avanço na medicina, que ganhou destaque durante os
conflitos mundiais e que foram graças a esses conflitos que obtivemos grandes avanços tecnológicos na aviação, na
marinha e no cotidiano civil.
Palavras-chave: Guerra Mundial; Tecnologia; Avanço cientifico.
1. INTRODUÇÃO
As Guerras Mundiais ganharam grande destaque por atingir direta e indiretamente todos os países do globo terrestre,
tomando proporções jamais vistas na história da humanidade. Se por um lado a guerra devastou cidades e matou milhões
de pessoas, por outro lado tivemos o desenvolvimento tecnológico e cientifico, que ocorrera naquele período, influenciando
assim a todos mais tarde. Houve avanço cientifico tecnológico tanto para fins militares, como o aprimoramento e criação de
armas, quanto para a população civil como o avanço na medicina e o desenvolvimento dos antibióticos, até aparelhos que
usamos no nosso cotidiano diário.
O presente artigo visa, mostrar que quase todas as tecnologias que usufruímos hoje em dia teve origem no
desenvolvimento tecnológico na guerra. Sim as guerras mundiais mudaram o ponto de vista da população, dos envolvidos,
dos aliados, dos inimigos e dos cientistas. Ninguém imaginaria que o homem criaria uma arma de destruição em massa em
1900, mas hoje temos a certeza de que se o homem quisesse poderia extinguir a vida no globo terrestre. A tecnologia
acompanha o homem desde os primórdios da civilização, podendo ser compreendida como um conhecimento prático
derivado quase que exclusivamente do desenvolvimento do conhecimento teórico e cientifico através de processos
acumulativos e progressivos. Podemos até dizer que o desenvolvimento tecnológico teve e tem um impacto social que
poderá alterar os padrões de vida da humanidade, onde seu caráter pode ser definido pelo uso. Por exemplo ninguém
imaginaria que a mesma energia utilizada para destruir uma cidade inteira como Hiroshima, pode ser usada para gerar
energia limpa, apesar dos riscos de radiação.
Sim a guerra e a tecnologia caminham lado a lado e é nesse ponto que o presente artigo tem seu foco, nas tecnologias que
se originaram dentro desses conflitos mundiais, onde hoje em dia, quase ninguém faz ideia de que a triagem que temos
hoje nas emergências hospitalares advém da Primeira Guerra, assim como o fusca foi um projeto de carro popular proposto
por Hitler antes da guerra.
O principal objetivo desse artigo é abordar as tecnologias desenvolvidas no período das guerras mundiais e os objetos que
usamos no dia a dia que advém desses conflitos, apenas reforçando que muitas dessas tecnologias foram aprimorada
durante a Guerra Fria. A corrida espacial só ocorreu por aprimoramento de aparelhos cujos protótipos foram desenvolvidos
na Segunda Guerra por exemplo, mas ficaria um assunto quase que impossível de listar conjuntamente se fossemos falar
de todas as tecnologias desenvolvidas ao longo de todas as guerras que a civilização passou, pois a cada novo conflito se
desenvolve uma nova arma, uma nova estratégia de guerra.
A Primeira Guerra Mundial, foi movida pela disputa colonial, onde os países industrializado buscavam novos mercados
para a venda de seus produtos, acabando por disputar colônias na África e Ásia. A tensão mais eminente era entre a
Inglaterra e a Alemanha, porém também começou a surgir em varias regiões da Europa os movimentos nacionalistas, que
queriam se agrupar sob um mesmo Estado os povos de raízes culturais semelhantes. Muitos dos aperfeiçoamentos bélicos
e criações foram testadas nesse conflito, mas o que mais marcou foram as armas químicas, pelo sofrimento que causava
naqueles que a inalavam, tornando-se uma arma letal e cruel, onde o soldado inimigo sofria uma morte dolorosa e sofrida.
A Segunda Guerra Mundial, nada mais é que a continuação da Primeira Guerra, uma vez que Alemanha saiu prejudicada
no Tratado de Versalhes, levando toda a culpa pelo conflito mundial. Todavia o líder político Adolf Hitler soube despertar o
sentimento de revolta que existia no povo alemão, apelando para um forte sentimento nacionalista, que pairava ainda no ar,
fortalecendo assim o Estado Nazista. No segundo conflito o poder de fogo bélico é maior que no primeiro, pois na Primeira
Guerra, muitas das criações bélicas como o tanque de guerra eram colocados pela primeira vez em um campo de batalha.
Houve também no final do conflito o uso de uma arma nuclear com consequências catastróficas, que é sentida até hoje,
sejam nos descendentes que ficaram na região atingida, ou seja no clima de terror e o pânico que se instaurou só de
pensar em usa-la novamente.
Após os conflitos mundiais sofremos como uma guerra jamais declarada mas que arrancou medo de muitos governantes. A
Guerra Fria durou quase cinquenta anos e tinham apenas dois blocos os capitalistas e os socialistas, onde o embate foram
nas corridas armamentistas e aprimoramento de armas e tecnologias desenvolvidas nas duas guerras mundiais. Pode-se
dizer que a guerra fria é uma herança da Segunda Guerra, pois como o uso da arma nuclear os Estados Unidos se mostrou
um país de extrema supermacia e poder, o que incentivou os Soviéticos a mostrarem que também poderia se igualar aos
norte-americanos nessa luta.
Logo deve-se apresentar o seguinte artigo distribuído de forma sucinta e clara. Discorreremos sobre a Primeira Guerra
Mundial, mostrando o conflito em si, no qual foi movido pela disputa colonial dos países desenvolvidos sobre os países
subdesenvolvido, ou seja uma disputa mercantil. Abordaremos a Segunda Guerra Mundial um conflito que não deixa de ser
consequência do primeiro. Conceituarei o que é tecnologia e colocarei a relação entre tecnologia e a guerra. Sendo que as
tecnologias são tão antigas quanto à raça humana, que para falar a verdade foram à criatividade humana que deu origem
as tecnologias. Logo ateemos as tecnologias de guerra antes do conflito mundial e, logo após as tecnologias durante os
conflitos separados por ordem cronológica. Falaremos da herança tecnológica gerada nas guerras que usamos no nosso
dia a dia. E por fim discutiremos sobre o aperfeiçoamento e os feitos que foram alcançados na Guerra Fria, que nada mais
é que uma herança da Segunda Guerra Mundial.
2. OS MOTIVOS QUE VIERAM POR DEFINIR A DUAS GRANDES GUERRAS MUNDIAIS 
Segundo Antonio Gasparetto Junior (2010), o conceito de Guerra Mundial é, “um conflito capaz de afetar todos os países
de alguma maneira”. Entretanto nunca houve de fato uma guerra que envolvesse todos os países, mas o envolvimento de
países de grande potencial no planeta gera consequências econômicas e políticas que afetam a ordem mundial. Ainda
segundo Junior, o conceito de Guerra Mundial é:
[...] algo que carrega em si o estigma da contemporaneidade, a expressão é bem aplicada para os tempos
de globalização. A humanidade já passou por inúmeras guerras, de pequena ou grande escala, desde a
História Antiga até os dias atuais, mas os momentos da história humana determinaram a repercussão dos
conflitos. É claro que toda guerra tem como consequência invariável os prejuízos humanos, econômicos,
sociais e políticos, mas a dimensão que assumem está muito atrelada ao seu momento histórico.
(JUNIOR, 2010)
No inicio do século XX, havia certo clima de tensão e rivalidade entreas grandes potências européias. Entre os fatores que
contribuíram para essa tensão de conflitos podemos destacar: a disputa colonial, onde se buscavam novos mercados para
a venda de seus produtos, os países industrializados acabavam por disputar colônias na África e Ásia; a concorrência
econômica, os grandes países dificultavam a expansão econômica dos países concorrentes, esse conflito foi bastante
intenso entre a Inglaterra e Alemanha; a disputa nacionalista, no qual surgiram em varias regiões da Europa os movimentos
nacionalistas, que queriam agrupar sob um mesmo Estado os povos de raízes culturais semelhantes. Esses fatores deram
um clima de guerra eminente, começando assim a corrida armamentista e a união de grandes potências em tratados de
aliança, cujo objetivo era somar forças para então enfrentar as potências rivais. Em 1907 existiam dois grandes blocos, a
Tríplice Aliança que era formada pela Alemanha, Áustria e Itália e a Tríplice Entente no qual era formada pela Inglaterra,
França e Rússia. A tensão entre esses blocos foram se agravando, onde qualquer incidente serviria de estopim para
declarar guerra. Estopim esse que foi causado com o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando herdeiro do trono
austríaco, em 28 de junho de 1914, na cidade de Saravejo por um estudante pertencente a unidade nacionalista que era
apoiado pelo governo sérvio (COTRIM, 2002).
Em 28 de julho de 1914 a Áustria declara guerra a Sérvia, e em 1º de agosto a Alemanha declara guerra a França e a
Rússia; logo em seguida em 5 de agosto a Inglaterra declara guerra a Alemanha. A guerra durou cerca de quatro anos e
contou com novas armas utilizadas em combates como: lança-chamas, metralhadoras, projéteis explosivos, além de
incorporarem o uso do avião e do submarino como recursos militares. A primeira guerra ficou conhecida como guerra das
trincheiras, onde cada lado procurava garantir suas posições. Em 1917 a marinha alemã utilizava seus submarinos para
afundar navios de países neutros alegando que estes transportavam alimentos para os inimigos. Entretanto ambos os lados
já estavam desgastados e famintos, quando a Alemanha atacou os navios norte-americanos, e criou o bloqueio marítimo
impedindo o fornecimento de armas americanas aos países aliados os Estados Unidos resolveu intervir na guerra em 6 de
abril de 1917 (COTRIM, 2002). 
Segundo Antônio Pedro (1995), em 11 de novembro de 1918 a Alemanha assinou o armistício incondicional com as forças
da Entente, onde acabou em uma situação bastante desvantajosa, tendo que pagar uma enorme indenização em dinheiro
aos países vencedores; devolver a região da Alsáci-Lorena à França; perdeu boa parte do território par Polônia, Bélgica e
Dinamarca; entregou quase toda sua frota de navios mercantes para a França, Inglaterra e Bélgica.
Segundo Gilberto Cotrim (2002), os vencedores da Primeira Guerra impuseram várias medidas aos países derrotados,
através do Tratado de Versalhes. Os alemães por sua vez consideravam essas medidas humilhantes e duras. Porém a
Alemanha estava passando por uma grave crise socioeconômica, que segundo Cláudio Vicentino e Gianpaolo Doringo
(2013) essa crise foi consequência da crise de 1929. Ainda segundo Vicentino e Doringo (2013) “a reação às condições de
paz acabaram por disseminar um forte sentimento nacionalista, culminando no totalitarismo nazifacista”. Logo, segundo
Cotrim (2002), o líder político Adolf Hitler soube despertar o sentimento de revolta que existia no povo alemão, apelando
para um forte sentimento nacionalista, fortalecendo assim o Estado Nazista. Todavia segundo Vicentino e Doringo (2013) “a
política de apaziguamento, adotada por alguns lideres políticos do período entreguerras e que se caracterizou por
concessões para evitar um confronto, para garantir a paz internacional”.
A Guerra Civil Espanhola (1936-1939), onde morreram cerca de um milhão de pessoas deu o poder ao general golpista
Francisco Franco, que pôs o fim a República Socialista Espanhola, permitindo assim a Hitler e Mussolini testarem seus
novos armamentos produzidos pelas indústrias bélicas, assim sendo ficou consolidada a nova aliança chamada de Eixo
Berlim-Roma. Mais adiante com a entrada do Japão no conflito a aliança passou a ser chamado Eixo Roma-Berlim-Tóquio,
onde os três países assinaram o pacto anti-komintern, para combater o comunismo internacional (VICENTINO e DORIGO,
2013).
A Segunda Guerra Mundial envolveu em um total de 58 países. Em 1º de setembro de 1939 a Alemanha sem a prévia
declaração de guerra invadiram a o oeste Polonês seguidas pelas tropas russas ao lado leste. Dois dias depois a invasão a
Polônia a Inglaterra e a França declaram guerra à Alemanha, dando inicio assim a Segunda Guerra Mundial. Logo após
invadir a Polônia as tropas alemãs dominaram facilmente a Dinamarca em 9 de abril de 1940, a Holanda em 15 de maio de
1940, a Bélgica em 28 de maio de 1940, a Noruega em 10 de julho de 1940 e a França em 14 de julho de 1940 (COTRIN,
2002).
A Itália, a Alemanha e o Japão até 1942 dominaram a guerra, conquistando grandes e estratégicas regiões européias,
africanas e asiáticas. Entretanto a batalha de Stalingrado, batalha em que os alemães queriam conquistar os soviéticos, no
final de alguns messes levou a aniquilação de um grande numero da ofensiva alemã. Levando assim ao grande avanço
soviético contra a Alemanha, formando-se assim a primeira frente de luta dos aliados, que marchariam pouco a pouco rumo
a Berlim. A Segunda frente ocorreu quando aliados do exercito anglo-americano derrotou as tropas do Eixo na Batalha de
El Alamein, no Egito em 1943, possibilitando assim o controle do Mediterrâneo, possibilitando o desembarque na Itália. Em
setembro de 1943 após a queda de Mussolini o país se rendeu e no mês seguinte declarou guerra a Alemanha. No dia 6 de
junho de 1944 a força aliada criou a terceira frente de batalha, no qual o desembarque ocorreu na Normandia norte da
França, esse dia ficou conhecido como Dia D. Logo após Paris era libertada, enquanto marchavam em direção a Alemanha.
A frente leste que era composta pelos soviéticos foram os primeiros que chegaram a Berlim, e em 1º de maio de 1945 a
bandeira vermelha foi hasteada no alto do Reichstag, antigo Parlamento alemão. Poucos dias antes da rendição final Hitler
cometeu suicido e Mussolini foi assassinado por populares em Milão (VICENTINO e DORIGO, 2013).
No oriente a guerra prosseguiu por mais quatro messes, até a rendição japonesa até setembro de 1945. Em uma
demonstração de seu poderio militar os Estados Unidos lançaram duas bombas atômicas em território japonês, a primeira
no dia 6 de agosto na cidade de Hiroshima e a segunda no dia 9 de agosto na cidade de Nagasaki. Segundo o presidente
dos Estados Unidos Harry Truman a bomba atômica foi utilizada para apresar a rendição japonesa que ocorreu no dia 2 de
setembro de 1945. Todavia para muitos analistas o uso da bomba foi um crime de guerra dos Estados Unidos cujo objetivo
era impressionar a União Soviética e a marcar sua política (COTRIN, 2002).
Segundo Gilberto Cotrim (2002), pode-se dizer que a maior guerra realizada na história humana foi sem sombra de duvida a
Segunda Guerra Mundial. Estima-se que houve mais de 55 milhões de mortos, cerca de 35 milhões de feridos e 190
milhões de refugiados. Aproximadamente 6 milhões de judeus foram brutamente exterminados em câmaras de gás e fornos
crematórios nos campos de concentração de Auschwitz, Chelmo, Belzec, Sobibor e Treblinca. Também, Segundo Cláudio
Vicentino e Gianpaolo Doringo (2013), foram aperfeiçoadas técnicas militares de destruição e junto com os instrumentos de
guerra somam-se os novos foguetes e tanque, novos radares, o avião a jato, navios porta-aviões e a bomba atômica.
3. A TECNOLOGIA
Segundo o dicionário, a palavra tecnologia é a ciência cujo objeto é a aplicação do conhecimento técnico e cientifico para
fins industriais e comerciais. Também é um conjunto de termos técnicos de uma arte ou umaciência. Segundo Dantas
(2000), esse conjunto de conhecimentos técnico e científico está presente desde a descoberta da primeira ferramenta que
foi aprimorada após algum tempo, onde partir dela foram feitas outras ferramentas específicas.
Entretanto em diferentes momentos a história da tecnologia vem registrada junto com a história das técnicas, do trabalho, e
da produção do ser humano. O homem se diferencia o homem do animal é que o primeiro descobriu que não tem somente
o corpo como instrumento, mas aprende que é capaz de criar extensões inéditas para que seus membros possam agir no
meio de maneira cada vez mais eficiente. A tecnologia existia muito ante dos conhecimentos científicos, portanto quando
não auxiliada pela ciência, foi capaz de inúmeras vezes, cria estruturas e instrumentos complexos. Logo no último milhão de
ano, o homem introduziu significativas modificações aos instrumentos, convertendo-se em uma criatura biológica e
culturalmente mais refinada, com isso os produtos de seu talento foram tornando-se cada vez mais funcional e ganhando
em qualidade (VERASZTO. ET alt, 2008).
A tecnologia é compreendida como um conhecimento prático derivado exclusivamente do desenvolvimento do
conhecimento teórico e cientifico através dos processos acumulativos e progressivos, onde as teorias cada vez mais
amplas substituem as anteriores. Por tanto temos certas tecnologias são mais adequadas a uma forma de vida do que
outras, mas não significa que todas as alterações processadas nas nossas formas de vidas sejam predeterminadas de
forma inevitável pelo desenvolvimento tecnológico. Podemos dizer que o desenvolvimento tecnológico terá um impacto
social que poderá alterar nossos padrões de vida, onde seu caráter pode ser definido pelo uso. Também podemos citar que
na medida em que mudamos os padrões a tecnologia começa a criar nova rota desenvolvimento, portanto trabalhamos com
algo dinâmico, onde hoje o que é de ponta amanhã pode ser obsoleto, exigindo sempre novos procedimentos e conceitos
para inovar (VERASZTO. ET alt, 2008).
Segundo Cruz (2014), nós desconhecemos a tecnologia, razão que nos leva a julgá-la de maneira inadequada. A
tecnicidade, ou seja, a essência da tecnologia, deve ser concebida, como um modo de relação do homem com o mundo
(ao lado do estético, do religioso etc.), que caracteriza a maneira com que fomos aprendendo a lidar com a natureza. Assim,
segundo o engenheiro francês Simondon, faltar-nos uma educação tecnológica desde a infância que nos ajudasse a nos
colocarmos no mundo no mesmo nível que as máquinas, elevando-nos em nossa cultura, segundo as possibilidades
oferecidas por elas.
[...] A tecnologia, de tão presente em nossas vidas, costuma apresentar-se como se transparente. Com
efeito, desde as máquinas que facilitam o nosso dia-a-dia, até as técnicas que tornam a cura de doenças
mais eficaz, a tecnologia está por toda parte. Que diabos, no entanto, é de fato a tecnologia? Ela é
passível de ser socialmente controlada ou se desenvolve de maneira automática e autônoma? Ela é
neutra, estando imune a valores sociais, ou, ao contrário, incorpora-os, alterando-se em função dos
valores específicos que a moldam?[...] (CRUZ, 2014, p.601)
Logo devemos ter o cuidado na análise crítica da tecnologia que deve ser, então, o de buscarmos sempre nos despir de
nossas pré-concepções, de modo a não tomarmos como certo, aquilo que é de origem múltipla, local ou circunstancial
(CRUZ, 2014). A tecnologia, por sua vez, consiste em uma técnica de base científica, em um sentido que precisaremos
mais adiante. No que se tratar em técnica, o que está em jogo consiste na produção de algo artificial, em um pressuposto
objetivo e preciso. A tecnologia, entretanto requer o saber cientifico, onde na produção técnica os elementos são vistos
como recursos, que não são apreciados por suas qualidades (CUPANI, 2004).
Se a técnica acompanhou (e possibilitou) o desenvolvimento da humanidade ao longo da maior parte da
história, o surgimento da tecnologia foi condição de uma aceleração do progresso humano. Isso se deve a
que a inovação é, dentro da técnica pré-científica, um processo dificultado pela inércia da vida tradicional
(CUPANI, 2014, p. 496).
A tecnologia é o modo moderno de o homem lidar com o mundo, um “padrão” característico e limitador da existência à vida
cotidiana. A análise da tecnologia por parte das ciências sociais, por sua vez, parece inconclusiva, pois a complexidade dos
fenômenos sociais, em que a tecnologia está inserida, faz que toda teoria seja, apesar de precisa, ambígua. Devemos
reconhecer na tecnologia um fenômeno básico, que tem sua chave na existência dos dispositivos que nos fornecem os
produtos, ou seja, os bens e os serviços, podendo ser um aquecedor elétrico, que nos dá calor, ou um automóvel, que nos
permite deslocamento rápido, ou até mesmo um aparelho de televisão, que coloca ao nosso alcance informação e diversão
(CUPANI, 2004).
Segundo Cupani (2004), o avanço científico contém a sua aplicação nas finalidades práticas, onde são imprescindíveis para
que exista a maioria das invenções tecnológicas, mas a ciência, por si mesma, não pode fornecer um rumo nem mesmo
explicar por que a tecnologia tem chegado a ser um modo de vida. O sonho de uma vida humana menos penosa e mais rica
tem se transformado em uma cultura que tem visado apenas o lazer derivado de consumir cada vez mais produtos
tecnológicos. Respondendo à nossa impaciência com coisas que exigem muitos cuidados e reparação, também ao nosso
desejo de fornecer aos nossos filhos o melhor desenvolvimento, e à vontade de adquirir bens que inspiram respeito.
3.1. AS TECNOLOGIAS E A GUERRA
Segundo Kenski (2007), as tecnologias são tão antigas quanto à raça humana, na verdade foram à criatividade humana que
deu origem as tecnologias. Desde o inicio dos tempos, o domínio de determinados tipos de tecnologia ou até mesmo de
certas informações acabaram por distinguir os seres humanos. Onde a tecnologia é o poder, na Idade da Pedra, por
exemplo, a água o fogo e até mesmo um pedaço de pau ou osso de algum animal eram utilizados para matar, dominar ou
afugentar animais ou mesmo outros homens que não tinham os mesmo conhecimentos e habilidades.
A partir daí novas tecnologias foram sendo criadas, não mais para a defesa, mas para o ataque e dominação, onde a posse
de equipamentos mais potentes abriu uma porta para a organização de exércitos que subjugavam outros povos por meio
das guerras de conquista. Logo em um momento revolucionário os homens primitivos deixaram de lado seus machados de
madeira e pedra e passaram a usar lanças e setas de metal para guerrear, os homens começaram a fazer uso de animais
adestrados, como os cavalos, para guerrear. Todavia barcos e canoas foram substituídos por caravelas e navios, assim
sucessivamente, com o uso das inovações tecnológicas o ser humano buscava ampliar seus domínios e acumular casa vez
mais riquezas (KENSKI, 2007).
Ainda segundo Kenski (2007), essa relação não mudou nada até hoje, onde as grandes potências se preocupam em manter
e ampliar seus poderes econômicos e políticos, gastando grande parte de seus orçamentos na pesquisa de inovações que
garantam a manutenção de suas supremacias.
Em muitos casos, é na pesquisa e produção de novos armamentos e equipamentos militares que os
órgãos de defesa dos países desenvolvidos descobrem (algumas vezes acidentalmente, mas nem
sempre) usos domésticos para os mesmos produtos, Dos centros de pesquisa, essas invenções migram
para o uso ampliado em nossas casas e alteram nossas vidas (KENSKI, 2007, p. 16).
As concepções de guerra e as relações de poder que envolvem o conhecimento e as inovações tecnológicas ampliaram-se
tremendamente nos últimos anos (KENSKI, 2007). Segundo Fernandes (2013) o desenvolvimento da indústria química, do
século XIX, o uso do armamento químico não convencional começou ser testado paulatinamente. A primeira vez que esses
gases foramusados, foi na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Os gases mais usados na guerra foram o gás de cloro, o
gás de mostarda, e o gás de fosgênio. Os gases eram lançados contra as trincheiras inimigas, onde ficara os soldados
inimigos, ao longo da guerra foram empregadas várias formas de lançá-los, a principal era a produção de nuvens gasosas a
favor do vento que iam em direção às trincheiras inimigas.
O químico alemão Fritz Harber (1868-1934), que ganhou o Nobel de química em 1918, foi um dos
principais desenvolvedores dos gases tóxicos usados na Primeira Guerra. Tendo Harber como aliado
científico, o exército alemão proporcionou à história das guerras uma das mais terríveis cenas de mortes
em massa, na cidade de Yprès, na Bélgica. Os alemães lançaram nessa cidade cerca de 22.000 cilindros
contendo 160 toneladas de gás de cloro contra as tropas aliadas, no dia 22 de abril de 1915. Cerca de
5.000 soldados morreram em menos de cinco minutos e outros 2.000 pereceram dias depois por causa
dos efeitos colaterais do ataque (FERNANDES, 2013).
Ainda segundo Fernandes (2013), o uso de armas químicas é expressamente proibido por convenções internacionais, como
a Opaq (Organização para a proibição de armas químicas), apoiadas pela ONU. Tendo como principal motivo desta
proibição, além da destruição em massa, é o tipo de morte que essa arma provoca que vai desde a asfixia até a
deformação completa do corpo, e o possível uso deste tipo de arma contra a população civil.
3.2. AS TECNOLOGIAS ANTES DO CONFLITO MUNDIAL
Segundo Pinto (2015), desde a antiguidade ate os dias atuais à ciência é desenvolvida juntamente com os interesses
bélicos e o desenvolvimento de armamentos. São notórios os casos de cientista contemporâneos que contribuíram para o
desenvolvimento de armas modernas como, por exemplo, as bombas atômicas. Na antiguidade também esse tipo de
conhecimentos era destinados a produção de armamentos para as guerras e a expansão dos exércitos. Logo vimos que as
tecnologias medievais também não eram tão rudimentares assim como imaginávamos, onde as armaduras eram feitas sob
medidas para facilitar o movimento dos cavaleiros.
Entre as armas utilizadas por um combatente medieval, podemos primeiramente destacar o uso da maça.
Com uma de suas extremidades mais pesada e composta por estruturas pontiagudas, essa arma poderia
danificar as placas de metal da armadura de um inimigo. Além disso, devemos destacar o costumeiro uso
das espadas, que tinham modelos diferentes e ocupava lugar imprescindível da hora do confronto direto.
(PINTO, 2015)
O desenvolvimento tecnológico com o objetivo bélico é encontrado em Roma e na Grécia se prestarmos a atenção para
algumas armas utilizadas nas batalhas que são relatados em vários livros históricos. Tomamos como exemplo a catapulta,
onde os cientistas da antiguidade uniram seus conhecimentos de geometria e física para criar uma tecnologia capaz de
arremessar pedras enormes contra os exércitos inimigos (PINTO, 2015).
A Legião Romana, por exemplo, em seus exércitos eram protegidos por um escudo retangular e uma armadura, além de
empunhar uma lança e duas armas de menor dimensão, a espada e o punhal, ainda conseguiam realizar manobras
complexas devido à sua disciplina nas tropas, que combinavam ações de infantaria, cavalaria, engenharia e artilharia, com
suas catapultas. Eram famosos por sua utilização em conjunto dos escudos na formação retangular da infantaria que
permitia assim tanto a defesa dos soldados de ataques vindos sobre suas cabeças quanto no contato corpo a corpo
(PINTO, 2015).
Ainda segundo Pinto (2015), temos na Mesopotâmia, por volta do século XIII a.C., os povos hititas conseguiram expandir
seu império depois do domínio da fundição do ferro, que os colocavam em vantagem sobre os demais povos da região, que
ainda utilizavam armamentos fabricados a partir do bronze, metal esse bem menos resistente que o ferro. Outra arma
utilizada pelos hititas, que podemos citar foram suas carruagens, que podia transportar até três guerreiros, a carruagem era
o tanque de guerra dos hititas, que a usaram contra os egípcios, na Batalha de Qadesh.
Portanto segundo Pinto (2015), todas essas ações necessitavam de conhecimentos de geometria, propriedades de metais e
desenvolvimento na capacidade de produção de armas, conseguidos através de experimentos e práticas decorrentes da
participação em guerras.
4. O AVANÇO DA TECNOLOGIA PROPORCIONADO PELA DUAS GRANDES GUERRAS MUNDIAIS
Segundo Bruno Ferreira (201-), “A guerra sem sombra de duvida nenhuma desempenha um papel fundamental na história
da humanidade”, foi através das guerras que a sociedade mundial se transformou no que é hoje. Ainda segundo Bruno
Ferreira (201-) “muito das mudanças tiveram lugar na história da guerra certa constantes ainda permanecem. O sucesso na
guerra pertencem[sic] àqueles que se prepara melhor; e o treinamento o municiamento e a organização dos exércitos são
fatores centrais dessas preparação”.
A origem da primeira guerra mudaria totalmente o mapa global e as origens da guerra são duas as midiáticas e a
rivalidades nacionalistas que havia se instaurado na Europa durante o século XIX. A “Grande Guerra” como era conhecida
foi o maior conflito até a segunda guerra, mas foi o ponto inicial da segunda guerra. Com a vitoria da França foi criado e
assinado o tratado de Versalhes que, por sua vez impunha regras e condições aos Alemães que saíram derrotados.
Entretanto é no campo tecnológico que muito evoluiu nessas guerras com o surgimento de armas inovadoras, e o emprego
de aviões em combate pela primeira vez em um grande conflito (FERREIRA, 201-).
O Nazismo na Alemanha cresce como uma grande potência do período criando assim uma máquina de guerra que foi
capaz de dominar a Europa e de aterrorizar o mundo capitalista. No campo militar as armas evoluíram muito e as
estratégias acabaram por mudar a força aérea que recebe uma forte importância, já na força naval que passou a contar
com submarinos que aterrorizarão o oceano atlântico. Mas mesmo com forte força militar, e política a Alemanha, Japão e
Itália são derrotados os Estados Unidos que surge como uma grande potencia na segunda metade do século XX, criando a
partir de então uma cultura baseada no dinheiro e no consumo (FERREIRA, 201-).
4.1 AS TECNOLOGIAS CRIADAS DURANTE A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Segundo a Agência EFE (2014), as novas tecnologias que foram incorporadas aos exércitos na Primeira Guerra juntamente
como o alistamento de milhões de soldados deram uma dimensão destrutiva e mortal a Guerra.
A guerra ficou conhecida pelas profundas alterações geopolíticas que provocou além do uso de armas até
então desconhecidas ou que não podiam ser produzidas em escala industrial até então. "Essa guerra foi
um choque gigantesco" para os países envolvidos porque houve "um mostruário absolutamente enorme
de tecnologias" e um número sem comparação de homens envolvidos nas batalhas e na guerra de
trincheiras, explicou à Agência Efe o historiador francês François Cochet (AGÊNCIA EFE, 2014).
Os fuzis que foram usados a partir de 1914 podiam dispara cerca de vinte balas por minuto, ao invés de três, como era
usado desde 1870, foi feito também um uso massivo de metralhadores e a artilharia pesado ganhou grande força. Somado
a isso nesse conflito que foram usados pela primeira vez os gases tóxicos, a aviação, os tanques e os submarinos. Embora
as trincheiras não fossem algo novo nas guerras, a principal novidade foi o sistema feito com sucessivas linhas de defesas
que acabaram por se tornar difíceis de romper (AGÊNCIA EFE, 2014).
4.1.1. Os Tanques de Guerra
Os britânicos testaram um veiculo blindado, que se movia por meio de esteiras em 1914, pra acompanhar a infantaria. (UOL
NOTICIA, 2014). 
Segundo a Revista Veja (1916), o tanque era conhecido como:
[...] uma nave terrestre blindada de 28 toneladas, equipada com canhões e metralhadoras, capaz de
carregar entre três e oito soldados, impulsionadapor lagartas (como as que são usadas em tratores) e
que, além de ultrapassar trincheiras e fazer picadinho de arame farpado, servirá como escudo para os
avanços da infantaria pelos campos de combate. Desde que Londres deu o aval para a produção desses
novos e revolucionários veículos de combate, no início do ano, os operários da fábrica Fosters, em
Lincoln, na Inglaterra, responsável pelo projeto do colosso de ferro, trabalham febrilmente. Com isso, a
empresa conseguirá entregar aos militares dentro de poucas semanas a primeira leva de veículos. Ainda
sem nome oficial, estão sendo apelidados de “tanques”, por sua semelhança com os caminhões de
transporte de água (VEJA, 1916).
Segundo Sousa (2013), “uma das mais notórias vantagens contidas no uso dos tanques é a possibilidade de se atravessar
territórios extremamente acidentados, atirar nas tropas inimigas e transportar vários soldados em segurança, tudo isso ao
mesmo tempo.” Entretanto, embora essas vantagens fossem satisfatória os tanques ainda davam enorme trabalho como;
falhas mecânicas, atolamento em terrenos movediços e a lentidão do veiculo (Sousa, 2013).
A fabulosa nave conta com um propulsor Daimler de 105 cavalos e, além das lagartas, apresenta duas
rodas traseiras para equilíbrio e direção. A máquina obteve êxito em atravessar uma trincheira de 3
metros e sobrepujar espantosamente um obstáculo vertical de 1,3 metro, movimentando-se com vigor a
uma velocidade que fica entre os 3 e 6 quilômetros por hora. Maravilhados, os integrantes do comando
britânico não hesitaram em assinar o cheque para uma encomenda de cem unidades. Boa parte deles já
tem destino certo: a terra de ninguém do Somme, onde o colosso certamente será recebido como um
verdadeiro maná belicoso (VEJA, 1916).
Segundo o Uol Noticias (2014), “os alemães cometeram o erro de não apostarem no futuro dos veículos, ao contrário dos
franceses, que se equiparam rapidamente com ágeis tanques Renault, essenciais na vitória final, em 1918.” Segundo
Sousa (2013), com o passar dos anos foram desenvolvidas novas pesquisas que transformaram os tanques em uma opção
de guerra mais ágil e poderosa.
Segundo estimativas, um tanque de guerra tem hoje noventa por cento de chance de atingir em cheio
outro tanque, mesmo que ele esteja em movimento. Toda essa eficiência gerou um custo que encareceu
bastante a manutenção dessas máquinas. Rússia, Israel, EUA, Inglaterra, França e Alemanha, são
exemplos de nações que produzem esse tipo de armamento (SOUSA, 2013).
4.1.2. Gases Tóxicos na Guerra
Segundo Schilling (2013), com o advento da indústria química no século XIX, foi inevitável que na Primeira Guerra usasse o
gás venenoso como armas de combate. Segundo Santiago (2012) a Alemanha foi o primeiro país a realizar estudos mais
aprofundados a respeito dos gases venenosos. Por tanto segundo Schilling (2013), “Depois de duas experiências sem
resultados feitas no front ocidental, ainda em 1915, o exército alemão, seguido dos franceses e ingleses, fez largo uso do
gás de cloro e de mostarda a partir de 1916. Assim, os soldados conheceram mais um abominável instrumento de morte.” O
pavor era tanto que em 1925, após a Primeira Guerra, em Genebra foi assinado um acordo no qual a maioria dos países
assumiu o compromisso de não usar os gases venenosos (SCHILLING, 2013).
Registra-se o dia 3 de janeiro de 1915 como a data fatídica em que pela primeira vez os alemães abriram
cilindros de gás venenoso sobre as trincheiras inimigas, operação, diga-se, inutilizada pelas baixas
temperaturas do inverno Europeu. Mas logo que o tempo melhorou, com a primavera, em 25 de abril de
1916, a situação foi outra. Nos dias seguintes, na região de Langemarck, perto de Ypres, uma densa
névoa verde-cinza, típica do gás de cloro, expelida de 520 cilindros, começou a soprar em direção às
linhas de um regimento franco-argelino que sustentava a posição nas trincheiras em frente (SCHILLING,
2013).
Segundo Santiago (2012) ao longo da guerra a Alemanha continuaria a usar em grande escala os gases venenosos.
Basicamente três tipos de gases foram usados: o gás lacrimogêneo, o gás de cloro e o gás de cloro.
A utilização de gases tóxicos contra os inimigos nos campos de batalha, em especial durante o período
da Guerra de Trincheiras, se mostrou de difícil controle, pois muitos desses gases eram fabricados e
armazenados em estado líquido, e precisavam se volatilizar durante a sua aplicação. Isso se mostrou uma
característica pouco desejável para os exércitos, uma vez que em algumas frentes as temperaturas eram
muito baixas, tornando sua aplicação quase impossível. As condições climáticas também dificultavam a
aplicação quando a direção do vento mudava ou havia alguma alteração brusca de temperatura, fazendo
com que os exércitos provassem do seu próprio veneno (SANTIAGO, 2012)
Segundo Schilling (2013), “em setembro daquele mesmo ano de 1915, os ingleses deram a sua resposta ao ataque de gás
em Ypres, jogando sobre os alemães entrincheirados perto de Loos uma substantiva quantidade de gás de cloro”. No inicio
era usado grandes cilindros para despejar o veneno ao sabor do vento em direção inimiga, mas logo em seguida, era usado
um cartucho próprio chamado de The Pojetor, que eram lançadas a enormes distancias (SCHILLING, 2013).
A partir do ano de 1916, especialmente durante a longa batalha de Verdun, travada entre alemães e
franceses, o gás entrou em cena de vez. E desta feita foi a estreia [SIC] de novo gás muito mais mortífero
em seus efeitos do que o cloro - o chamado gás de mostarda ( dichlorethylsulphide ). De cor amarelada
forte, ele mostrou ser capaz de devastar as linhas adversárias mesmo em meio às tropas equipadas com
máscaras antigas. Em contato direto com qualquer parte da pele da vítima, de imediato, ele levantava
bolhas amareladas, atacando em seguida os olhos e as vias respiratórias. Além disso, tinha a capacidade
de permanecer fazendo efeito durante um tempo bem superior do que os outros, como o gás
lacrimogêneo (lachrymator), não mortal, e o de cloro, seja ele fosfogênico ou difosgênico (SCHILLING,
2013).
Segundo Santiago (2012), “devido aos problemas de manipulação e controle da carga aplicada, algo precisava ser feito
para que a aplicação do gás fosse mais eficiente e certeira, e assim surgiu o gás fosfogênio”. O fosfogênio mostrou-se
muito mais potente que o cloro, com teor altamente sufocante e ainda mais estável de se manipular que os outros gases
utilizados. Entretanto esse gás teve seu efeito muitas vezes retardado no organismo, por diversos fatores, o que acabou
vitimando soldados aparentemente saudáveis em até 48 horas após a inalação (SANTIAGO, 2012).
A tabela a seguir, nos mostra principais tipos de gases e suas principais atuação no organismo humano:
Principais tipos:
Agentes asfixiantes
Agente que atuam
no sangue
Agentes
causadores de
feridas
Agentes
lacrimogêneos Agentes nervosos
Atuam nos pulmões,
causando-lhes sérias
lesões e dificultando
a respiração. Podem
provocar a morte por
asfixia. Exemplos: Cl2
(gás cloro) COC2
(fosfogênico) Cl3C-
NO2 (cloropicrina)
Também matam por
asfixia, mas por meio
de outro mecanismo.
São substâncias que
se combinam com a
hemoglobina,
tornando-a incapaz
de transportar o O2
para as células do
organismo.
Exemplos: HCN (gás
cianídrico)
Provocam irritações
nos olhos e na pele.
Dependendo da
quantidade, causam
feridas, náuseas e
vômitos. A irritação
dos pulmões pode
matar por asfixia.
Exemplos:
Cl-CH2CH2-S-
CH2CH2-Cl (gás
mostarda)
Provocam uma forte
irritação nos
olhos.Exemplos:
H3CCOCH2Cl (cloro-
acetona)
H3CCOCH2Br
(bromo-acetona)
H2CCH-COH
(acroleína)
Das armas químicas são
as mais perigosas.
Normalmente não têm cor
nem cheiro. Atuam sobre
o sistema nervoso,
bloqueando a transmissão
dos impulsos nervosos de
uma célula (neurônio)
para outra. Matam em
minutos por parada
cardíaca ou respiratória.
Exemplos:ClCN (cloreto de
cianogênio)
BrCN (brometo de
cianogênio)*
*usados nas câmaras
de gás e nas
sentenças de morte
ainda hoje nos EUA
Cl-CH2CH2-N(CH3)-
CH2CH2-Cl
(mostarda de
nitrogênio)
ClCLCHAsCl2
(Lewisita)
(H3C)2NPO(CN)OCH2CH2
(tabun)
H3CPOFOCHCH3CH3
(Sarin)
H3POFOCHCH3CCH3
CH3CH3 (agente VX)
Fonte: SCHILLING, 2013.
Segundo o Uol Noticias(2014), “Os gases aterrorizaram os combatentes. Tomados pelo pânico, cegos ou asfixiados,
milhares morreram sob um sofrimento cruel. Os dois lados aperfeiçoaram as armas químicas durante o conflito, mas
sempre com o receio de sua técnica ser usada contra eles mesmos”.
4.1.3. O Avião usado na Guerra
Quando começou a Primeira Guerra Mundial, em 1914, os aviões ainda eram empregados quase
exclusivamente em atividades de reconhecimento. Durante o conflito, novos desenhos surgiram e foram
aperfeiçoados para adaptar-se a novas missões. No início de 1915, a Grã-Bretanha colocou em serviço o
Vickers F.B.5 Gunbus, o primeiro avião projetado especificamente para transportar armamento (uma
metralhadora). Também em 1915 voou o britânico Handley Page 0/100, primeiro aeroplano desenhado
para atuar como bombardeiro pesado. No mesmo ano, os franceses empregavam o Voisin L para levar
cerca de 75 quilos de bombas, lançadas a mão pelo co-piloto. (NAVARRO, 2006)
Segundo Roosevelt (2014), “o numero de aviões no inicio da guerra era muito pequeno em todos os países”. Também havia
outro fator que era que até 1914 havia um número mínimo de pilotos treinados, e as aeronaves eram projetadas para terem
maior estabilidade, pois naquela época não havia muita preocupação com agilidade. Logo no final da guerra, este conceito
deu lugar à manobrabilidade que, apesar de se tornarem mais difíceis de voar, acabaram por se tornar extremamente ágil.
Ainda segundo Rooselvet (2014), durante o conflito utilizou-se também o balão dirigível. “Estes gigantes voadores foram
utilizados principalmente pelos alemães entre 1915 e 1917, ao efetuar os ataques de bombardeios sobre Londres e outras
cidades.” 
Segundo o próprio Rooselvet (2014):
No início da guerra a maioria dos generais acreditava que as aeronaves poderiam contribuir somente
para reconhecimento e observação, apesar de que muitos deles acreditavam que a melhor forma de
observação ainda seria a Cavalaria através de batedores. Porém no final da guerra todos os países já
dispunham de aeroplanos em suas estratégias de combate. Foi durante a Primeira Guerra Mundial que o
avião mostrou seu potencial através de testes de suas funções: observação, reconhecimento, bombardeio
tático e estratégico, ataque ao solo e ataque naval.
4.1.4. Os Submarinos na Guerra
Segundo Santiago (2012), os submarinos alemães eram chamados de U-Boat ou U-Boot, que consiste na abreviação da
palavra Unterseeboot, ou embarcação submarina, foram produzidos em série e operados pela Alemanha nas duas guerras
mundiais. Todavia no Uol Noticias (2014), nos diz que os U-Boot foram produzidos em larga escala desde o inícios da
primeira guerra, contendo a “a ideia de romper o bloqueio imposto pela Inglaterra, Berlim iniciou a primeira guerra
submarina, no Mar do Norte.”
4.2. AS TECNOLOGIAS CRIADAS DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
A Segunda Guerra Mundial foi sem sombra de dúvidas o maior conflito global da história, abrangendo direta ou
indiretamente todas as nações do globo de uma forma nunca mais vista. Ainda é tema que ainda diverge muitos
historiadores contando com vários pontos de vista (REZENDE, 2013).
[...] a Segunda Guerra foi responsável por uma série de inovações tecnológicas como por exemplo [sic] a
obtenção de forma purificada da penicilina e seu uso em seres humanos, antibiótico que até hoje é
responsável pelo salvamento de milhões de vidas; a criação do primeiro computador moderno, que foi
usado para fazer cálculos balísticos da marinha dos Estados Unidos e a criação dos mísseis V-1 e V-2
pelo alemão Wernher von Braun, conhecimentos que mais tarde serão usados para levar o homem a Lua.
(REZENDE, 2013)
4.2.1. Avanço na Medicina
Segundo Orlando (2016), para alguns historiadores a Guerra Civil Espanhola, em 1936, contribuiu como um ensaio para a
Segunda Guerra Mundial, pois nela foram obtidas importantes conquistas como uma forma mais eficiente de realizar
transfusões sanguíneas para os soldados feridos. Também durante esse conflito foi testado um sistema de triagem médica
com o objetivo de encurtar o tempo em que transcorria entre o ferimento e a intervenção cirúrgica.
Durante a Segunda Guerra a vivência médica militar propiciou que novos princípios fossem incorporados a pratica médica
civil. Como, por exemplo: Cirurgia de emergência, ainda nos hospitais localizados na frente de batalha; Continuidade em
hospitais gerais da retaguarda, por meio de cirurgias que visam reduzir o período de cura; Reabilitação que acontece em
hospitais fora da zona de guerra, onde ocorrem cirurgias reconstrutivas (ORLANDO, 2016).
Temos ainda os experimentos médicos nazistas que segundo Carbonieri (2013):
Os conhecimentos médicos modernos sobre a forma como o corpo humano reage ao ponto de
congelamento para a morte se baseia quase que exclusivamente nesses experimentos nazistas. Isto,
juntamente com a recente utilização de dados de investigação nazista dos efeitos do gás fosgênio,
revelou-se ser controverso e apresenta um dilema ético para a medicina moderna que não concordam
com os métodos utilizados para a obtenção desses dados. Do mesmo modo, surgiu uma polêmica a partir
da utilização dos resultados da guerra biológica feitas pelo Exército Imperial japonês na Unidade 731. No
entanto, os resultados da Unidade 731 foram mantidas pelos Estados Unidos e a maioria dos médicos
envolvidos foram perdoados.
Houve ainda segundo Carbonieri (2013), experiências com filhos gêmeos em campos de concentração, “foram criados para
mostrar as semelhanças e diferenças na genética e na eugenia de gêmeos, bem como para ver se o corpo humano pode
ser manipulado”. Quem comandava esses experimentos era o Dr. Josef Mengele, no qual realizou experiências com cerca
de 1500 gêmeos presos.
Diversas vezes entre setembro de 1939 e abril de 1945, experimentos foram conduzidos
em Sachsenhausen, Natzweiler, e outros campos para investigar o tratamento mais eficaz das feridas
causadas por gás mostarda. Pessoas foram deliberadamente expostas a gás mostarda e outros gases, o
que causava graves queimaduras químicas. As vítimas feridas foram então testadas para encontrar o
tratamento mais eficaz para as queimaduras de gás mostarda. (CARBONIERI, 2013).
Entre 1941 e 1945 foram conduzidos, em Auschwitz e outros campos de concentração, pelo Dr. Carl Clauberg experimentos
de esterilização, onde o objetivo era desenvolver um método de esterilização que seria mais adequado para esterilizar
milhões de pessoas com o menor esforço possível. Acredita-se que cerca de 400.000 pessoas foram esterilizadas pelo
governo nazista, no qual o procedimento favorito era a radiação. (CARBONIERI, 2013).
Ainda segundo Carbonieri (2013), “depois da guerra, os crimes foram julgados pelo que ficou conhecido como o Julgamento
dos Médicos, a revolta dos abusos perpetrados levou ao desenvolvimento do código de ética médica em Nuremberg.”
4.2.2. O Avanço da Aviação
Na aviação temos o:
[...] desenvolvimento do sistema de radares da RAF (Real Air Force), Força Aérea Britânica, pelo
Scientific Survey of Air Defense (Centro de Pesquisas de Defesa Aérea), à época comandado por Sir
Henry Tizard. O uso dos radares possibilitou uma maior precisão nos combates aéreos e nos
bombardeamentos. Logo, outros países lançaram-se ao mesmo tipo de pesquisa de radares.
(FERNANDES, 2006, grifos do autor)
Segundo Barros (2014), após a invasão da França pela Alemanha, a Inglaterra temia ser a próxima, já a invasão pelo mar
se tornaria complexa por que envolveria barcos passiveis de ataques a distância, logo a estratégia de Hitler seria
bombardeio aéreonoturnos para aterrorizar a população civil. Logo após os primeiros bombardeios a Londres ficou claro
aos britânicos que seria necessário criar um sistema de alerta antecipado. “Observadores passaram a olhar os céus com
seus binóculos, dia e noite. Paralelamente, os ingleses conseguiram obter os códigos de comunicação dos alemães e, de
posse de tais dados, foram capazes de decifrar as transmissões de ordens de guerra.”
Ao longo das costas sudeste e leste da Grã-Bretanha havia uma rede de antenas que passaria a transmitir ondas em alta
freqüência. Logo a reflexão das ondas provocava ruídos na frequência portadora, indicando ao serviço de inteligência
britânico que objetos metálicos se aproximavam. Esse sistema passaria a ser conhecido como radar. A batalha inicial entre
os dois países ocorreram sobre o mar e envolveu centenas de caças em combate simultâneo por vários dias. Como não
houve avanços dos Alemães, Hitler voltou sua atenção para a Rússia, mantendo os ataques à Inglaterra com o uso de
bombas voadoras V1, mais próximo ao fim da guerra com bombas V2. (BARROS, 2014)
Por ironia da história, um alemão, chamado Heinrich Hertz, confirmou em experimentos a emissão
eletromagnética, no final do século 19[sic]. E o primeiro equipamento a seguir o princípio de um radar foi
construído em 1904, por Christian Hülsmeyer, também na Alemanha. Outros continuariam pesquisando a
propagação eletromagnética, mas, somente no início da Segunda Guerra Mundial (1939), Watson Watt
aperfeiçoou tecnologias que possibilitaram a telemetria fixa e rotatória. Mais tarde, o radar passaria a ser
utilizado intensamente pelos países vencedores da guerra na contenção do avanço da União Soviética e
do comunismo. Nos anos 1950, o aumento dos voos comerciais em todo o mundo fez do radar uma
ferramenta ainda mais útil, para a prestação de vários serviços, como tráfego aéreo, previsão
meteorológica, defesa aérea, entre outros. (BARROS, 2014)
Outro avanço na aviação que podemos citar é os aviões de caça, que segundo o site Info Aviação (2012):
A Segunda Guerra Mundial foi uma batalha de avanços tecnológicos. Durante toda a guerra, as forças
aliadas e as do eixo trabalhavam sem parar para melhorar as capacidades e características de seus
equipamentos. Nenhum outro tipo de tecnologia representou tão bem essa batalha pela supremacia do
que os aviões de caça, sendo apresentados em intervalos de poucos meses, sempre com uma versão
destinada a contrapor a mais recente criação do lado inimigo.
Ainda segundo o site Info Aviação (2012), havia vários tipos de aviões usados na guerra dentre eles se destacam o da frota
japonesa que atacou Pearl Harbor em 1941, havia seis porta-aviões japoneses nas proximidades cada um contendo um
total de 420 aviões entre eles:
aviões de caça - os mais versáteis, capazes de combater no ar outros aviões além de combater também
forças inimigas no solo. Embora carregassem algumas bombas, a maior parte de seu arsenal era formada
por canhões e metralhadoras;
 bombardeiros de mergulho - projetados para transportar bombas que podiam ser soltas rapidamente
sobre um alvo específico, conforme o avião mergulhava na direção dele. Após soltar as bombas, o avião
subia novamente;
 bombardeiros de alto nível - aviões grandes que voavam muito acima do alvo e soltavam várias
bombas, basicamente, cobrindo uma área inteira. Embora não fosse fácil atingir um objeto específico,
como um prédio, a quantidade de bombas lançadas aumentava em muito as chances de atingir o objeto;
 torpedeiros - transportavam torpedos que eram soltos sobre o oceano na trajetória de um navio ou
submarino. (INFO AVIAÇÃO, 2012 grifos do autor)
4.2.3. A Invenção do Computador
Segundo Fernandes (2013), na Segunda Guerra, “o desenvolvimento da tecnologia para fins militares tornou-se peça
fundamental: desde armas incrementadas, utilização de aviões e submarinos até o uso de dispositivos de comunicação e
intercepção, como o rádio transmissor e os radares.” Estes dispositivos foram associados às máquinas cifrantes, ou seja,
máquinas produtoras de códigos combinatórios equipados com rotores criptográficos, cuja representação mais significativa
foi à máquina Enigma, incorporada as forças armadas alemã em 1920. “A presença da tecnologia de criptografia avançada
na Segunda Guerra Mundial foi fator determinante para a própria dinâmica da guerra, mas também culminou na invenção
do primeiro computador do mundo.”
A história do modelo de máquina Enigma remonta a uma invenção do holandês Hugo Alexander Koch.
A invenção de Koch consistia em um protótipo de máquina com rotores eletromecânicos capazes de
produzir mensagens secretas. Entretanto, apesar de haver patenteado a invenção, Koch não levou a cabo
o seu desenvolvimento. Esse papel ficou ao encargo da dupla Scherbius & Ritter. (FERNANDES, 2013,
grifos do autor)
Entre tanto Fernandes (2013) afirma que:
Em 1918, o engenheiro elétrico Arthur Sherbius e seu amigo Richard Ritter montaram uma fábrica para
desenvolver e produzir em série as máquinas criptográficas. Scherbius e Ritters tentaram por diversas
vezes vender os modelos à marinha alemã, sugerindo o benefício da tecnologia às forças armadas. As
máquinas foram compradas pela marinha nos anos 1920 e passaram a ser usadas, sobretudo, em
submarinos. Na década de 1930, já no período nazista, houve o aperfeiçoamento do modelo Enigma e
seu uso começou a ser disseminado também entre o exército alemão. (grifos do autor)
Todavia o uso da máquina exigia um grande cuidado, desde a configuração da chave que acionava a máquina até o uso do
manual dos códigos. A chave usada para configurar a máquina deveria ser trocada diariamente, pois se não poderia ser
rastreada por tecnologia semelhante e ter suas mensagens decifradas. Entretanto quando as máquinas Enigmas eram
altamente usadas pela inteligência militar alemã, um grupo de matemáticos e engenheiros poloneses, em conjunto com a
inteligência militar britânica, conseguiu elaborar um modelo mais avançado que a dos alemães, onde conseguiu-se pela
primeira vez decifrar os códigos da Enigma. (Fernandes, 2013)
Ainda segundo Fernandes (2013), a “operação orquestrada por poloneses e britânicos ficou conhecida como Ultra” (grifos
do autor). Foi descoberto que alguns alemães ignoravam as instruções, utilizando a mesma chave todos os dias. A partir
desse lapso dos alemães, os ingleses foram capazes de desmontar a estrutura dos códigos usados pelos nazistas.
Em um segundo momento, os alemães ainda vieram a desenvolver um modelo mais sofisticado, chamado
de B-schreiber, em 1944. Para apreender os códigos desse novo modelo, foi necessária a colaboração
daquele que hoje é reverenciado como o “pai da computação”, Alan Turing. A invenção da famosa
calculadora eletromecânica, conhecida como Bomb (Bomba), por Turing, incrementou a capacidade de
decifração dos códigos da Enigma. E essa invenção levou à criação do Colossus – o primeiro dos
computadores. (FERNANDES, 2013, grifos do autor)
4.2.4. Energia – Bomba Atômica
Nas décadas de 1910, a divisibilidade da matéria foi confirmada experimentalmente por Ernest Rutherford e Frederick
Soddy, culminando com a descoberta do núcleo atômico em 1911 por Rutherford. As pesquisas penetravam cada vez mais
no âmago da matéria, logo ao longo da década de 1920 reconheceu-se que as partículas do núcleo eram mantidas juntas
por uma força nova, mais poderosa que todas as outras, hoje conhecida como força nuclear forte, que são também
responsáveis por alguns tipo de radiação. Todavia para se utilizar dessa nova força, seria necessário descobrir um modo de
produzir radioatividade artificialmente. Sendo obtido somente em 1934 pelos franceses Frederick e Irene Joliot-Curie.
(KNOBEL; et alt, 2000)
O processo físico fundamental para a geração da energia nuclear, a fissão nuclear, foi descoberto por
Otto Hahn, Lise Meitner e Fritz Strassman, em 1938-9. Quando o urânio é bombardeado por nêutrons, os
núcleosdos átomos absorvem as partículas e tornam-se instáveis, partindo-se em dois pedaços
espontaneamente. O átomo de urânio cede lugar a átomos mais leves, como bário e criptônio. A energia
correspondente às forças nucleares que uniam os pedaços é subitamente liberada na forma de energia
cinética (energia de movimento) dos fragmentos. (KNOBEL; et alt, 2000)
Segundo Knobel, et alt (2000),“O próximo passo seria aprender a estabelecer uma reação em cadeia controlada, para que
pudesse ser usada na geração de energia - ou seja, a invenção do reator nuclear.” Todavia com os acontecimentos políticos
da Segunda Guerra levaram a pesquisa para caminhos opostos.
Segundo Junior (2012), “quando essa tecnologia foi adaptada para fins militares, gerou uma arma capaz de promover
grande destruição, a bomba atômica.” Todavia após alguns testes em locais isolados, os Estados Unidos resolveram utilizar
sua nova arma na guerra. Entretanto a Segunda Guerra Mundial já estava muito perto do fim, pois os dois principais países
articuladores da mesma na Europa, Alemanha e Itália, já haviam se rendido. Todavia em 1941, o Japão ataca uma base
militar norte americano no Hawaii, denominada Pearl Harbor, o ataque pegou os estadunidenses de surpresa gerando um
grande número de mortos. Esse ataque foi o pivô para a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.
Os Estados Unidos usaram pela primeira vez na história o armamento nuclear em um ataque aéreo sobre
as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. As duas cidades foram destruídas quase que por
completo. Parte em função da explosão da bomba e parte em função da radiação extremamente maléfica
causada por ela. O ataque nuclear deixaria consequências por muitas gerações nos habitantes das duas
cidades. Os Estados Unidos demonstravam, assim, seu enorme poderio militar ao fim da Segunda Guerra
Mundial e o Japão, sem forças para reagir, declararia sua rendição e colocaria fim definitivo ao conflito
mundial, iniciando uma nova era de disputas no século XX, a Guerra Fria. Pouco tempo depois, a União
Soviética declararia oficialmente também possuir armamento nuclear.(JUNIOR, 2000)
Ainda segundo Junior (2000), “Da Segunda Guerra Mundial aos dias atuais, a tecnologia nuclear desenvolveu-se
significativamente e a capacidade desses armamentos foi ampliada.” Não há sombra de dúvidas que se um novo conflito
mundial que faça uso desses artifícios atômicos seria completamente desastroso para a vida humana, resultando assim no
extermínio em função de explosões ou até mesmo da radiação gerada.
5. A HERANÇA TECNOLÓGICA DAS DUAS GRANDES GUERRAS NOS DIAS ATUAIS
O século XX traz consigo o fardo das guerras. Mas, de 1914 a 1945, em exatamente trinta e um anos, a
humanidade presenciou também a maior revolução científica jamais vista. O homem fez, nesse período, o
que não havia feito em dezenove séculos. Ao mesmo tempo em que causaram uma enorme destruição
no mundo, as duas grandes guerras trouxeram consigo o avanço científico e tecnológico. (ORTIZ, 2002)
Segundo Brigagão (2002), “se a ciência pode ser entendida como pensamento racional acumulado, a guerra é estratégia,
tática e logística acumuladas: a interdependência da influência do pensamento científico sobre pensamento militar e da
guerra e vice-versa é um dos mais influentes fatores na história da humanidade.” Segundo ainda o mesmo autor a ciência e
a guerra são expressões de dois inseparáveis fatores, ou seja, primeiro, ambas necessitam de ferramentas de trabalho ou
ainda meios que estão à disposição e que são determinantes para o desenvolvimento de cada uma e de suas relações,
podemos chamá-la de revoluções cientificas que implicam tanto para o bem quanto para o mal; segundo guerra e ciência
depende da força de vontade e de vários fatores subjetivos que compreende desde ética, moral fatores sociais e culturais
ate custos do progresso.
A ciência fez e forneceu instrumentos para a continuação das guerras, logo também as tornou mais sofisticadas e bem mais
mortíferas e brutais, segundo Brigagão (2002).
Interrelações entre conhecimento científico e guerra favoreceram e influenciaram no aprimoramento da
acurácia dos canhões e dos mísseis; a balística, a partir de testes de teoria especulativas, experimentos e
obervações e, mais tarde, através da verificação prática, serviu como plataforma para a ampliação das
armas de destruição em massa: as armas nucleares, armas químicas e armas bacteriológicas. Essas
armas não existiram não fosse a contribuição direta do avanço da ciência. (BRIGAGÃO, 2002)
Segundo Ortiz (2012), as armas usadas nas guerras estão baseadas nas leis naturais que regem o comportamento de
todas as outras coisas. “A necessidade de desenvolvê-las torna necessária a participação de especialistas no
funcionamento dessas leis (os cientistas)”. Esses desenvolvimentos na maioria das vezes ultrapassam as aplicações
imediatas para os quais foram destinados, contribuindo assim para o progresso da ciência.
Ainda segundo Ortiz (2002), “é preciso reconhecer que muitos desenvolvimentos tecnológicos desse período, como o da
aviação, serviram para aprimorar a atividade militar.” A necessidade de melhorar as máquinas fez com que cientistas
fossem recrutados para desenvolver projetos de aeronaves, o que resultou em um progresso na aerodinâmica, metalurgia e
meteorologia.
Dois ramos do conhecimento tiveram um desenvolvimento acentuado na Segunda Guerra Mundial,
segundo o físico Rogério C. T. da Costa, do Instituto de Física da USP/São Carlos. O primeiro foi a
produção e recepção de ondas sonoras e eletromagnéticas, que eram essenciais para a detecção de
submarinos (tecnologia do sonar) ou navios e aviões (tecnologia do radar), dando origem a novos
equipamentos, com maior sensibilidade e capazes de operar em comprimento de onda menores (da
ordem de 1 cm, no caso do radar). O radar foi criado em 1935, por Watson-Watt, e é um dispositivo
eletrônico que permite ao homem detectar e localizar objetos à distância e sob condições de luminosidade
precárias para o olho humano. O segundo ramo foi energia nuclear, cuja descoberta praticamente
coincidiu com o início das operações militares da bomba atômica. (ORTIZ, 2002)
Segundo Brigagão (2002), “podemos suavizar a crítica e afirmar que a ciência aplicada à saúde, bem como o
desenvolvimento das ciências sociais, em termos de construção de meios preventivos de resolução de conflitos, a
diplomacia e o direito internacional são a outra voz [...]” Logo temos, que:
A comunidade científica, nesse sentido, joga um papel muito central ou mesmo fundamental para
delimitar as fronteiras - multifacéticas e multidimensionais - que a ciência oferece para a criação e
aplicação de instrumentos de destruição, como é a guerra - sob o nome de raison d'État - e criar, por sua
vez, padrões e mecanismos éticos compreensíveis para que a Guerra seja cada vez mais evitada.
(BRIGAGÃO, 2002)
Segundo Ortiz (2002):
As principais conseqüências[sic] da Segunda Guerra Mundial foram: a redefinição da ordem mundial em
favor das superpotências; a confirmação dos Estados Unidos com hegemonia no bloco capitalista; a
União Soviética, que emergiu como potência de primeira grandeza, exercendo uma considerável
influência na Europa Oriental. Essas duas superpotências tornaram-se os grandes líderes políticos
mundiais, reunindo em torno de si diversos países. Houve um declínio da influência política, econômica e
mesmo cultural da Europa. No campo das técnicas militares, foram somados aos instrumentos
tradicionais de guerra novos tanques, foguetes, radares, aviões, submarinos e, finalmente, a bomba
atômica.
5.1. HERANÇA TECNOLOGICA DAS GUERRAS MUNDIAS
Segundo Arruda (2013), as guerras costumam trazer misérias e fazer muitas vitimas direta e indiretamente. Todavia as
guerras também incentivam as indústrias tecnológicas, criando maquinas e sérvios que acabam por serem aprimorados e
incorporados pela população civil anos mais tarde.
[...]Com apesquisa industrial em grande escala, ciência, técnica e valorização foram inseridas no mesmo
sistema. Nesse mesmo tempo, a industrialização estava vinculada a pesquisas encomendadas pelo
estado favorecendo primeiramente, o progresso científico e técnico do setor militar. De onde partem as
informações para os setores de bens civis. Dessa forma, a ciência e a técnica passam a ser a principal
força produtiva[...]. (SILVEIRA; BAZZO, 2005, p. 10)
Ainda segundo Silveira e Bazzo (2005), podemos considerar que a tecnologia moderna está inserida em um determinado
contexto social, político e econômico. Devemos, todavia ter a visão de que a tecnologia não se trata de um mal necessário.
A tecnologia tem se multiplicado e transformado qualitativamente o poder de produzir e destruir, de curar e depredar.
“Vivemos num mundo em que a tecnologia representa o modo de vida da sociedade atual, na qual a cibernética, a
automação, a engenharia genética, a computação eletrônica são alguns dos ícones que da sociedade tecnológica que nos
envolve diariamente.”
5.1.1. Raio-X Portátil
Segundo o site de reportagens do G1 (2014), "com a descoberta da radioatividade no fim do século 19[sic], a radiografia
ainda era uma tecnologia recente quando a 1ª Guerra começou. Os aparelhos eram muito grandes e não podiam ser
levados até os hospitais de campanha." Marie Curie era uma cientista polonesa radicada na França foi pioneira nos estudos
sobre radioatividade, desenvolvendo para o exercito francês aparelhos de raio-x menores que permitiam a realização de
exames nos soldados feridos tornando-se um grande avanço na utilidade da medicina civil.
Com ajuda de sua filha Irène, Marie deu aulas de radiologia para os médicos militares. Logo após a guerra inaugurou o
Instituto do Rádio em Paris, onde se desenvolveram, pesquisas para o uso do rádio em tratamentos contra o câncer
conhecido como radioterapia. (HOWSTUFFWORKS, 2010)
5.1.2. Absorventes Higiênicos
Segundo Evans (2014), "antes de estourar a Primeira Guerra, uma pequena empresa americana registrou sob sua marca
um material conhecido como Cellucotton". Essa substância era composta pela polpa da celulose da madeira, sendo cinco
vezes mais absorvente do que o algodão e custava bem dizer a metade do preço.
Quando entraram na guerra, em 1917, as tropas americanas levaram para o fronte o cellucotton, material
com alta capacidade de absorção do sangue, usado em curativos. As enfermeiras logo perceberam que o
material servia para conter o fluxo menstrual e, por absorver mais sangue com camadas mais finas, era
bem mais confortável que algodão ou pano. (G1 MUNDO, 2014)
Em 1920 o produto chega as lojas americana como o primeiro absorvente intimo da história batizado de kotex. (EVANS,
2014)
5.1.3. Lâmpadas Ultravioletas
Segundo Evans (2014), no inverno de 1918, metade das crianças na cidade de Berlim, Alemanha, sofriam de raquitismo.
Nesse tempo, não se conheciam as causas dessa enfermidade, todavia acreditava-se que estava associada à pobreza.
Kurt Huldschinsky, médico de Berlin, notou que os pacientes estavam muito pálidos. E decidiu fazer o experimento com
quatro crianças, as colocando sob lâmpadas ultravioleta. A medida que os banhos de luz se repetiam o médico notava que
os ossos dos pacientes se fortaleciam. Logo os resultados dos experimentos foram publicados, foram recebidos com muito
entusiasmo. Tempos depois foi descoberto que a vitamina D era necessária para a fixação do cálcio nos ossos. E que assim
sendo a luz ultravioleta induz o organismo a fabricar essa vitamina. (EVANS, 2014)
5.1.4. Ziper
Segundo o portal de noticias do G1 (2014), o Zíper não foi inventado na guerra, mas sim no século XIX, pelo americano
Whitcomb Judson e foi aperfeiçoado pelo engenheiro sueco Gideon Sundback em 1913. Logo as tropas americanas usaram
os ziperes em suas roupas e equipamentos durante a guerra, anos mais tarde passou a ser aplicado em roupas, calçados e
bolsas se popularizando pela praticidade de uso.
5.1.5. Rádio Sem Fio
Os sistemas de comunicação usados durante a guerra pareciam primitivos, se comparados com os de hoje,entretanto foi
durante o conflito que houve grandes avanços na área. Nessa época surgiu o rádio sem fio, que nos permitiu a
comunicação rápida entre diferentes grupos no campo de batalha, que até então eram usados mensageiros ou pombos-
correio. O sistema também foi usado por pilotos da Royal Air Force para comunicar-se sobre os movimentos das tropas que
observavam do alto. (G1 MUNDO, 2014)
Segundo Evans (2014). "No livro British Radio Valves: The Vintage Years - 1904-1925, o historiador britânico Keith Thrower
explica que o problema foi aliviado com a criação de um capacete que tinha um microfone embutido e tampões de ouvido
que bloqueavam o barulho."
5.1.6. Cirurgia Plástica
Segundo o History (2016), durante a Primeira Guerra houve muitos feridos onde muitos passaram por amputações, ou
ficaram desfigurados por causa da guerra. "Para aliviar a dor dessas pessoas, o Dr. Harold Gilles, do Reino Unido, centrou
seu trabalho para dar a alguns desses sobreviventes a oportunidade de voltar a ter uma vida normal".
Durante o tempo que o doutor e soldado Harold Gilles esteve no front de batalha, presenciou os grandes esforços de um
dentista francês-americano para consertar a dentição de um outro soldado ferido a bala. Devido essas circunstâncias que
Gilles notou o quão importante era ajudar a reconstruir não apenas os dentes, mas também o rosto dos soldados feridos.
Logo ao voltar a Inglaterra em 1917, pressionou as autoridades militares a iniciarem reconstruções faciais no Hospital Militar
de Cambridge. Logo após seu sucesso imprevisto, foi aberto um novo hospital dedicado exclusivamente para esse tipo de
tratamento. (HISTORY, 2016)
Segundo o site Projeto Medicina (2001), "Gillies desenvolveu então uma técnica que consiste na retirada de um tubo de
pele saudável de um local não atingido – geralmente peito ou costas – para então conectar uma das extremidades do tubo
ao local em que o transplante será realizado, tudo isso sem interromper o fluxo sanguíneo." Logo após algum tempo a pele
se regenera naturalmente no local onde ela foi inicialmente retirada e o tubo pode ser removido para que seja enxertado em
novo local. Essa técnica foi amplamente desenvolvida por Gilles nos anos seguintes, diminuindo assim o risco de infecções.
Entre os anos de 1917 e 1925 a equipe do doutor Gillies atendeu cerca de 5 mil pacientes. Graças ao
caráter experimental da equipe multidisciplinar, e ao número imenso de casos atendidos em um espaço
tão curto de tempo, Gillies e sua equipe contribuíram imensamente para o avanço do ramo das cirurgias
plásticas. (PROJETO MEDICINA, 2001)
5.1.7. Sistemas de Navegação
Segundo Fernandes (2015), a Segunda Guerra Mundial se caracterizou pelo uso estratégico dos meios de comunicação.
Duas personagens destacaram-se nesse contexto. Houve o caso do general alemão Heinz Guderian que
teve a experiência de usar o rádio no fronte de batalha durante a Primeira Guerra Mundial e que se
valeu dessa experiência para instalar redes radiofônicas nas divisões de tanques alemãs, conhecidas
como Panzer, durante a Segunda Guerra. Esse simples ato de incremento tecnológico comunicativo
possibilitou à Alemanha nazista obter sucessivas vitórias sobre seus adversários nos anos de 1939, 1940
e 1941. O outro exemplo é o do vice-marechal do ar Hugh Dowding, da RAF (Royal Air Force), Força
Aérea Britânica, que, em 1917 – também em meio à Primeira Guerra –, foi o primeiro oficial a usar um
rádio transmissor para comunicar-se do ar (em voo) com a terra (sua base). No ano de 1940, já com o
título de marechal, Dowding incrementou sistemas de alta frequência em 16 esquadrilhas da RAF.
(FERNANDES, 2015; grifos do autor)
Segundo Ribeiro e Castro (2007), a navegação moderna começou apenas em 1920, os sistemas terrestres usavam o
mesmo principio que mais tarde seria adotado pelo GPS.
Depois da segundaguerra mundial, o U.S.DoD empenhou-se em encontrar uma solução para o problema
do posicionamento preciso e absoluto. Decorreram vários projectos e experiências durante os seguintes
25 anos, incluindo Loran, Transit etc. Todos permitiam determinar a posição mas eram limitados em
precisão ou funcionalidade. No começo da década de 70, um novo projecto foi proposto, o GPS.
(RIBEIRO; CASTRO, 2007, p. 2)
5.1.8. Panela de Teflon
Segundo Navarro (2011), em 1938 o químico Roy Plunkett, realizava experiências com gazes para refrigeração, entretanto
por acaso uma de suas amostras virou uma substancia pegajosa que quase nada grudava. Em 1945 essa amostra recebeu
o nome de teflon, sendo os primeiros usuários os militares norte-americanos que o usavam para revestir tubos e vedações
na produção de material radioativo para a primeira bomba atômica.
Segundo o site Hype Science (2014), somente em 1955 que o engenheiro francês chamado Marc Grégoire introduziu as
panelas o teflon, graças a sua esposa que percebera que o material era perfeito para ser utilizado nos utensílios de cozinha.
5.1.9. Penicilina
Alexander Fleming, descobriu ao acaso a penicilina ao acaso na década de 1920, quando estudava a bactéria
Staphylococcus aureus, quando sua cultura havia sido contaminada por fungos e na região contaminada não havia o
crescimento de bactérias. Após dez anos de tentativas frustradas, em 1938 o australiano Howard Florey e o alemão
naturalizado inglês Ernst Boris Chain da Universidade de Oxford. conseguiram obter 1g de penicilina pura. (SUPER
INTERESSANTE, 1988)
Enquanto Florey e Chain isolavam a penicilina em Oxford, estourou a Segunda Guerra Mundial.
Ironicamente, a carnificina em que mergulhou no mundo funcionou como estímulo ao desenvolvimento do
remédio, pois, para curar tantos soldados feridos, o fundo de onde se extrai a penicilina passou a ser
procurado por toda parte. Logo os laboratórios farmacêuticos descobriram a surpreendente fonte de onde
poderia ser produzido em grandes quantidades – melões podres. (SUPER INTERESSANTE, 1988)
Ainda segundo a Super Interessante (1988), em 1944, o bioquímico russo naturalizado norte-americano Selman Waksman ,
anunciou a descoberta da estreptomicina, antibiótico que age contra a tuberculose, entre outras doenças. Foi o próprio
Waksman, quem criou a palavra antibiótico, do latim "contrário" e do grego "vida", para designar os medicamentos
fabricados a partir de substancias vivas que combatem outras substancias vivas, existem hoje centenas deles.
5.1.10. Criação do Fusca
A obsessão de criar o “carro do povo” (volkswagen, em alemão) veio durante o curto período que Hitler
passou na prisão, após a tentativa fracassada de derrubar o governo no golpe conhecido como Putsch de
Munique, em 1923. Condenado a 5 anos, Hitler acabou cumprindo apenas 9 meses na cadeia de
Landesberg. Lá, dividiu o tempo entre a leitura da autobiografia de Henry Ford (que também era anti-
semita e adorava carros) e a tarefa de escrever suas memórias no livro Minha Luta. Nelas, Hitler fala em
“quebrar os privilégios automobilísticos das classes mais ricas” e de quebra colher os dividendos políticos.
Em 1933, quando ele foi eleito chanceler, a Alemanha andava a pé. Tinha apenas um automóvel para
cada 100 habitantes, enquanto a vizinha França tinha um para cada 28 e os EUA, um para cada 6. Na
abertura da feira automobilística de Berlim de 1934, Hitler discursou: “É uma triste constatação que
milhões de pessoas boas e esforçadas sejam excluídas do uso de um meio de transporte que,
especialmente aos domingos e feriados, poderia se tornar uma fonte de indecifrável alegria”. (SUPER
INTERESSANTE, 2007)
Em 1932 o projetista austríaco Ferdinand Porsche criou o primeiro conceito de carro popular batizado de Tipo 12, o veiculo
já trazia as linhas básicas e o estilo inconfundível do fusca. Em 1932 Porsche recebe a visita de Jacob Werlin, consultor de
Hitler, após essa visita o projetista teve uma audiência com o ditador alemão. (SUPER INTERESSANTE, 2007)
Hitler achava que o veículo deveria transportar 4 ou 5 adultos, atingir a velocidade de 100 km/h, manter
uma média de consumo de 14 quilômetros por litro e custar qualquer preço, “desde que abaixo de 1 000
marcos imperiais”, destacou em tom autoritário a Porsche. É curiosa a maneira nada ortodoxa como o
ditador chegou ao valor: seus assessores calcularam que um modelo americano Buick custava em média
1,5 marco por quilo. Como o protótipo da NSU pesava cerca de 660 quilos, eles deduziram que o preço
deveria ser de 990 marcos. Naquela época, o DKW Front, automóvel mais barato da Alemanha, era
vendido a 1 600 marcos. (SUPER INTERESSANTE, 2007)
Segundo a revista Super Interessante (2007) 1936, Porsche entregou três protótipos para serem testados e homologado.
Em 1937 o regime nazista anunciou a construção da Volkswagem, uma fábrica estatal, na qual Porsche virou executivo-
chefe da organização.
Ficou decidido também que o veículo seria vendido diretamente aos clientes. O interessado deveria pagar
5 marcos semanais na forma de selos, e só receberia o veículo após 4 anos, quando a cartela estivesse
completa. Mais de 175 mil trabalhadores alemães aderiram à proposta. Nenhum deles jamais colocou as
mãos em um automóvel: o início da 2ª Guerra, em setembro de 1939, interrompeu a produção. ( SUPER
INTERESSANTE, 2007)
Segundo a Gazeta do Povo (2016), "o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, impediu que a produção do carro
começasse, mas durante o conflito a fábrica fez milhares de veículos militares leves utilizando sua plataforma mecânica,
com motor traseiro refrigerado a ar." No futuro o carro atingiria a venda de 21 milhões de unidades, entretanto no final de
1945 havia apenas 55 veículos, houve grande escassez de materiais que prejudicou as operações. Todavia os primeiros
carros eram símbolo de esperança. Com um novo inicio para a industria de automóveis sob o controle birtânico.
Em junho de 1945, o governo militar britânico assumiu o controle da unidade, com sua força de trabalho
de cerca de seis mil pessoas. Em 22 de agosto de 1945, o recém-designado oficial residente sênior, Major
Ivan Hirst, obteve um pedido inicial de 20 mil Sedans, assegurando assim o futuro da fábrica e seus
trabalhadores e evitando a ameaça de desativação e desmontagem. (GAZETA DO POVO, 2016)
5.1.11. Jipe
Os americanos consideram que o jipe foi o verdadeiro herói da Segunda Guerra Mundial. O carro
produzido em larga escala por três empresas - Bantam, Ford e Willys-Overland ajudou os aliados a
avançar sobre as linhas inimigas, suportar as mais difíceis condições de clima e de terreno e a transportar
soldados (vivos, feridos ou mortos), carga, alimento e armas. (GUILHERME, 2007)
O exército norte-americano procurava um veículo de reconhecimento, que fosse leve e veloz, capaz de andar em qualquer
tipo de terreno, com tração nas quatro rodas e ser capaz de suportar até 272kg. Sendo assim três montadoras atenderam
as essas exigências, Babtan, Willys-overland e Ford. No auge da produção entre 1942 e 1945 os Estados Unidos lançaram
cerca 500 jipes novos por dia, sendo que durante toda Segunda Guerra foram construídos cerca de 650 mil jipes.
(GUILHERME, 2007)
Para servir ao exército norte-americano, o primeiro Jeep foi desenhado e criado para testes em apenas
49 dias pela American Bantam Car Company. Sua versatilidade foi provada pelos aliados nas frentes de
batalha na Europa como Willys MB (M de militar e B por ser o segundo projeto) que teve 645 mil unidades
produzidas entre 1941 e 1945. Não por acaso, para o general Dwight Eisenhower, o Jeep, o (avião C-47)
Dakota, e o porta-aviões foram as três ferramentas que venceram a Segunda Guerra Mundial. A origem
do nome Jeep é polêmica, Poderia ter derivado da pronúncia inglesa das letras GP, a sigla para General
Purpose (uso geral). Mas a teoria mais aceita é de que o nome originou de um personagem de histórias
em quadrinhos chamado Eugene the Jeep,

Continue navegando