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MITOCÔNDRIAS Universidade Estácio de Sá - UNESA Faculdade Estácio de Sá Sergipe FASE Viviane Gomes Portella viviane_portella@yahoo.com.br Célula Eucarionte Organelas citoplasmáticas • São pequenos compartimentos localizados no citoplasma, onde ocorrem determinadas reações químicas celulares; • Características das células eucariontes; • Algumas, como os ribossomos, não são compartimentos membranosos. Mitocôndrias As mitocôndrias são organelas presentes em quase todos os tipos de células eucariontes. A quantidade de mitocôndrias em uma célula varia de acordo com a atividade metabólica da célula. As mitocôndrias podem ter vários formatos diferentes, dependendo do tipo de célula. Mitocôndria e sua estrutura Características gerais: morfologia e funções; Morfologia: as mitocôndrias são cilindros rígidos e alongados, com 0,5 a 1mm de diâmetro e 3mm de comprimento; Seu número varia segundo o tipo celular; Células hepáticas podem ter entre 1.000 e 2.000; Mitocôndria Micrografia eletrônica de duas mitocôndrias de pulmão São dotadas de duas membranas, uma externa lisa e uma interna cheia de pregas, denominadas cristas. Entre as das membranas existe um pequeno espaço, chamado de espaço intermembranar. O seu interior é preenchido por uma matriz mitocondrial. Características gerais: morfologia e funções; Compartimentos mitocondriais As mitocôndrias têm duas membranas – uma interna e outra externa – que dão lugar a dois compartimentos, o espaço intermembrana e a matriz mitocondrial. matriz cristas membrana interna espaço intermembranas membrana externa Compartimentos mitocondriais Matriz: • complexo emzimático piruvato desidrogenase (descarboxilação oxidativa); • enzimas envolvidas na β-oxidação dos ácidos graxos; • enzimas do ciclo de Krebs, exceto succinato desidrogenase; • coenzima A, coenzima NAD+ , ADP, fosfato, O2 etc; • grânulos de diferentes tamanhos, compostos principalmente por Ca2+; • várias cópias de um DNA circular; • 13 tipos de RNAm, sintetizados a partir de outros tantos genes de DNA; • 2 tipos de RNAr, que formam ribossomos parecidos com citosólicos; • 22 tipos de RNAt para vinte aa; matriz cristas membrana interna espaço intermembranas membrana externa Compartimentos mitocondriais Membrana interna: dobrada em numerosas cristas, contem alta proporçao de um fosfolipídeo específico a Cardiolipina, contém proteínas com funções: -As que atuam na cadeia respiratória -ATPsintase -Proteínas transportadoras que regulam a passagem de metabólitos para dentro e para fora Espaço intermembranas: contém diversas enzimas que transportam o ATP que deixa a matriz para fora da mitocondria, composição semelhante ao citosol Membrana externa: contém proteínas Porina, tornando a membrana permeável a moléculas grandes, enzimas envolvidas na síntese de lipídeos mitocondriais e enzimas que convertem substratos lipídicos em formas que possam ser metabolizadas na matriz Características gerais: morfologia e funções; Situadas nas regiões da célula onde a demanda de energia é maior; Se deslocam de um lado para outro no citoplasma até as zonas de necessidade de energia; São organelas móveis, que mudam de forma constantemente. Características gerais: morfologia e funções; Em alguns tipos celulares as mitocôndrias se encontram imobilizadas em lugares fixos. Célula muscular estriada DNA mitocondrial As mitocôndrias possuem DNA próprio, várias cópias de pequenas moléculas circulares que codificam algumas proteínas que participam da fosforilação oxidativa. A maior parte das proteínas mitocondriais são codificadas por genes que estão localizados no núcleo da célula. DNA (genoma) de uma mitocôndria Lynn Margulis, fundadora da Teria da Endossimbiose Teoria da endossimbiose A teoria da endossimbiose consiste em supor que mitocôndrias (e cloroplastos), em um passado distante, eram bactérias aeróbias que foram incorporadas pelas células eucariontes anaeróbias. As células eucariontes passaram a poder utilizar o oxigênio para produção de energia, de forma muito mais eficiente, e forneceram proteção com relação ao meio externo às “células invasoras”. Teoria da endossimbiose Algumas evidências suportam a teoria da endossimbiose, como por exemplo: • A presença de DNA próprio; • O DNA é circular como nas bactérias e segue o mesmo código genético; • Os ribossomos mitocondriais se assemelham aos ribossomos bacterianos; • A membrana interna da mitocôndria se assemelha à membrana das bactérias; • A capacidade de se multiplicar dentro da célula, por fissão, da mesma forma que as bactérias se multiplicam. Sistemas genéticos: genes mitocondriais e nucleares; -Mitocôndrias possuem seu próprio genoma: teoria da evolução a partir de bactérias que foram engolfadas por células eucariotas primitivas a 1,5 bilhões de anos atrás. As células hospedeiras tornaram-se dependentes pela grande quantidade de ATP necessárias às suas biossínteses, bombeamentos de íons, movimentos etc. Hipótese endossimbionte -DNA circular; -Conta com uma quantidade pequena de sequências não-gênicas, isto é, que não se transcrevem, e que às vezes são muito curtas; -As moléculas de RNA que transcrevem o DNA se processam enquanto se sintetizam. -Desde a associação célula procarionte/célula eucarionte: extensiva transferência de genes da organela para o DNA nuclear ocorreu durante a evolução eucariótica. Células de levedura mutante -Exemplo das células de levedura com mitocondrias apresentando mutações em seu DNA mitocondrial: conseguem sintetizar proteínas e com isso, ATP. -As células mutantes possuem uma membrana externa normal e uma interna fracamente desenvolvida, sem cristas. Elas contém as proteínas de origem nuclear incluindo DNA e RNA polimerase e proteínas na membrana interna. Importância do núcleo para biogênese mitocondrial Crescimento e divisão da organela: fusão e fissão; -As mitocôndrias das células vivas são dinâmicas frequentemente se dividindo, fusionando e mudando de forma. -O número e a forma variam em diferentes tipos celulares e pode mudar em diferentes condições fisiológicas, desde esféricas para cilíndricas ou um reticulo de única organela. -Podem existir muitas cópias do genoma dentro das organelas, e o numero de cópias depende das taxas de fissão e fusão. Crescimento e divisão da organela: fusão e fissão; - A divisão, fissão, é um complexo processo pois as organelas de dupla membrana devem manter a integridade de seus compartimentos separados durante o processo; - A reprodução das mitocôndrias não ocorre como consequência de um encaixe espontâneo dos componentes que as compõem e sim pela divisão de mitocôndrias pré-existentes, para a qual previamente duplicam seu tamanho; Fissão Fusão - A divisão das mitocôndrias ocorre durante todo ciclo celular, tanto na interfase como na mitose; - As mitocôndrias se multiplicam e, por isso podem se dividir, repetidas vezes, no curso de um mesmo ciclo para compensar a falta de divisão por parte de outras; - Os fosfolipídios das membranas mitocondriais são fornecidos pela membrana do retículo endoplasmático. Funções das mitocôndrias As mitocôndrias são o local onde ocorre a produção da maior parte da energia que a célula precisa para manter as suas funções vitais. O processo de produção de energia com participação das mitocôndrias se chama Respiração Celular Aeróbia. Na respiração celular aeróbia acontece a produção de ATP (adenosina tri fosfato), que é utilizada como fonte direta de energia pela célula. ATP ADP + Pi + Energia Importância do ATP O ATP, produzido pela respiração celularaeróbia, pode ser prontamente quebrado, liberando a energia que está armazenada em sua molécula, na ligação com o terceiro fosfato. ATP – adenosina trifosfato ADP – adenosina difosfato Pi – fosfato inorgânico Produção de ATP ADP + Pi + Energia ATP Na respiração celular aeróbia ocorre a fosforilação oxidativa do ADP em ATP. ATP – adenosina trifosfato ADP – adenosina difosfato Pi – fosfato inorgânico A energia utilizada para isso é proveniente da quebra dos nutrientes (carboidratos, aminoácidos e ácidos graxos). O esquema mostra as principais fontes de energia e como se comportam metabolicamente. Respiração celular aeróbica A respiração celular aeróbia é composta por um conjunto de reações de oxidação e redução, que conta, portanto, com a participação do oxigênio. A glicose, proveniente dos carboidratos da alimentação, é a principal fonte de energia, embora existam outras. Reação geral da respiração celular aeróbica Quando a glicose é utilizada como fonte de energia, temos a reação geral: Portanto, é a oxidação da glicose até haver a produção de gás carbônico, água e liberação de energia. C6H12O6 + 6 O2 6 CO2 + 2 H2O + Energia Respiração celular aeróbica A primeira etapa da respiração celular aeróbica, quando a glicose é utilizada, é sua quebra em duas moléculas de ácido pirúvico, denominada glicólise. Esta etapa ocorre ainda no citoplasma. Reação compacta da glicólise AULA 09: Organelas Citoplasmáticas: Mitocôndrias e Cloroplastos Respiração celular aeróbica As duas moléculas de ácido pirúvico entram na mitocôndria e dentro dela geram, cada uma, uma molécula de Acetil-coenzima A. Reação que acontece na matriz da mitocôndria. Respiração celular aeróbica As duas moléculas de Acetil-coA passam por uma série de reações químicas denominadas de Ciclo de Krebs. AULA 09: Organelas Citoplasmáticas: Mitocôndrias e Cloroplastos Respiração celular aeróbica A energia liberada é utilizada pela enzima ATPsintase para produção de moléculas de ATP, fosforilando o ADP. Cadeia respiratória: Fluxo de elétrons (e ) provenientes do NADH e FADH acoplado a um bombeamento de H para o espaço intermembranar. Prótons H retornando para a matriz mitocôndia ativando a enzima ATPsintate, responsável pela síntese de ATP - + + A cadeia respiratória contém 5 principais complexos enzimáticos presentes na membrana interna mitocondrial Complexo I NADH desidrogenase Complexo II Succinato desidrogenase Complexo III Ubiquinona Citocromo redutase Complexo IV Citocromo C oxidase Complexo V ATP sintase Respiração celular aeróbica No Ciclo de Krebs são liberados elétrons, que são transportados por duas moléculas, o NAD+ (nicotinamida adenina dinucleotídeo) e o FAD (Flavina adenina dinucleotídeo). O NADH e o FADH2 formados vão para a última etapa, denominada Fosforilação Oxidativa, quando a maior parte do ATP é produzida. Os elétrons passam de forma sequencial para as moléculas presentes na membrana das cristas mitocondriais, liberando energia. 3 vias da respiração cellular 1) Glicólise no citoplasma produz 2 moléculas de ATP 2) Ciclo de Krebs na matriz mitocondrial produz 2 moléculas de ATP 3) Cadeia respiratória na membrana interna e cristas mitocondriais, produz 34 moléculas de ATP -Drogas desacopladoras da cadeia respiratória impedem o bombeamento de H+ (formação do gradiente de prótons no espaço intermembranas). -Isto leva a parada da produção de ATP, podendo a chegar a níveis imcompatíveis com a vida O desacoplamento do gradiente de H+ reduz a produção de ATP Dinitrofenol Catarata, perda de visão, danos renal e hepático, morte Isca gel para baratas As Espécies Reativas de Oxigênio são normalmente poderosos agentes oxidantes que danificam todos os tipos de estrutura celular desde lipídeos membranares até o DNA Superóxido: O2 - Peróxido de hidrogênio: H2O2 Hidroxila: HO- Células tem sistemas de segurança que minimizam os danos das Espécies reativas de oxigênio: Desintoxicação celular Superóxido dismutase (SOD): que catalizam a reação O2- + O2-+ 2H+H2O2 + O2 Catalase: H2O2+H2O22H2O + O2 Glutationa peroxidase: H2O2 + 2GSH2H2O + GSSG Conjunto heterogêneo de substâncias formadas por vitaminas, minerais, pigmentos naturais e outros compostos de origem vegetal, e ainda enzimas que bloqueiam o efeito danoso dos radicais livres. Antioxidantes Outras funções das mitocôndrias Nas mitocôndrias dos adipócitos multiloculares ocorre a energia gerada pelas oxidações se dissipa na forma de calor. Na membrana interna destas mitocôndrias existe um transportador de prótons (termogenina) o quel não possui a porção F1 (função enzimática da ATP sintase), permitindo o retorno dos H+ à matriz mitocondrial e a energia protonicomotora se dissipa em calor; Remoção da Ca2+ do citosol; Síntese de aminoácidos; Síntese de esteróides; Morte celular – apoptose. Cloroplastos Os cloroplastos fazem parte de um grupo de organelas chamadas de plastídeos. Estão presentes em células vegetais e de algas. São as organelas que conferem coloração verde às algas e plantas, devido ao seu conteúdo de clorofila, um pigmento verde. São responsáveis pelo processo de fotossíntese. AULA 09: Organelas Citoplasmáticas: Mitocôndrias e Cloroplastos Estrutura dos cloroplastos São dotados de duas membranas, que formam o envelope do cloroplasto. Entre as duas membranas há um espaço intermembranas. No seu interior existem os tilacoides, que são como sacos achatados e empilhados, formando o grana. Nos tilacoides ocorre uma importante etapa da fotossíntese, a captação da energia luminosa. Cloroplasto dentro de uma célulaEstrutura de um cloroplasto Estrutura dos cloroplastos Fotossíntese O processo de fotossíntese consiste na utilização de energia luminosa para fixação do carbono, do gás carbônico da atmosfera, produzindo glicose. 6 CO2 + 12 H2O C6H12O6 + 6 O2 + 6 H2O Importância da fotossíntese A fotossíntese é a fonte de carboidratos (glicose) utilizados por todos os seres vivos para produção de energia. É também por meio da fotossíntese que é produzido o oxigênio que os seres vivos respiram. A fotossíntese ainda promove a redução da quantidade de gás carbônico da atmosfera. Colaboração entre cloroplasto e mitocôndria