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Conectores Maiores e Menores Quando uma prótese removível é utilizada, esta deve se estender aos dois lados da arcada. Isto torna possível que as forças funcionais da oclusão sejam transferidas da base da prótese para todos os tecidos e dentes de suporte envolvidos no arco, resultando em uma estabilidade excelente. É por meio deste contato com os dentes contralaterais da arcada, que ocorre a alguma distância da força funcional, que a resistência ótima pode ser alcançada. Esta condição é mais efetivamente alcançada quando um conector maior rígido une a porção da prótese que está recebendo a função a regiões selecionadas em toda a arcada. As funções primordiais de um conector maior incluem união das partes maiores da prótese, distribuição da força aplicada através do arco para os dentes selecionados e tecidos e a minimização do torque aos dentes. Um conector maior rígido bem desenhado efetivamente distribui as forças pela arcada e atua reduzindo as cargas em todas as partes enquanto controla o movimento da prótese de forma eficiente. O princípio da alavanca está relacionado com este componente da prótese. Um conector maior rígido vai limitar as possibilidades de movimento atuando como uma alavanca de oposição. Este fenômeno é conhecido como estabilidade cruzada no arco. Esta estabilidade se torna ainda mais importante em situações associadas a grandes possibilidades de movimento da prótese (p. ex., próteses de extremidade livre). - Papel dos conectores maiores no controle do movimento da prótese: O conector maior é a parte da prótese parcial que conecta as partes da prótese localizadas em um lado da arcada com aquelas do outro lado. É aquela parte da prótese parcial pela qual todas as outras partes estarão direta ou indiretamente ligadas. Este componente também fornece estabilidade cruzada no arco e contribui para evitar o deslocamento provocado por tensões funcionais. Se o conector maior fosse flexível, a ineficácia dos componentes comprometeria as estruturas orais e prejudicaria o conforto do paciente. A falha do conector maior em promover a rigidez desejada pode se manifestar como traumas ao periodonto de sustentação dos pilares, injúria ao rebordo remanescente ou em impactos sobre os tecidos subjacentes. É responsabilidade do dentista garantir que o desenho e a fabricação adequada do conector maior sejam adequados. • Localização: Os conectores maiores devem ser desenhados e localizados com as seguintes diretrizes: 1 – Devem estar livres de tecidos móveis 2 – Qualquer choque com os tecidos gengivais devem ser evitados 3 – Proeminências ósseas (exostoses e tórus) e de tecido mole devem ser evitadas durante a inserção e remoção 4 – Deve ser feito um alivio para prevenir o seu assentamento em áreas de possível interferência, como um tórus inoperável ou uma junção palatina mediana elevada 5 – Conectores maiores devem ser situados ou aliviados de maneira a evitar choque com tecidos quando da rotação funcional da base da prótese numa extremidade livre. As margens dos conectores maiores adjacentes aos tecidos gengivais devem ser localizadas a uma distância tal que evite qualquer tipo de impacto. Para conseguir isto, é recomendável que a borda superior de uma barra lingual esteja a pelo menos 4mm abaixo da margem gengival. O fator limitante no arco inferior é a altura dos tecidos móveis no assoalho da boca. Uma vez que o conector precisa ter largura e volume suficientes para prover rigidez, uma placa lingual é comumente usada quando não há espaço suficiente para uma barra lingual. No arco superior, uma vez que não existem tecidos móveis no palato como no assoalho da boca, as bordas dos conectores maiores podem ser posicionadas suficientemente distantes dos tecidos gengivais. Estruturalmente, os tecidos que recobrem o palato são bastante adequados para receber um conector, uma vez que o tecido conjuntivo da submucosa é firme e há uma irrigação sanguínea profunda. Porém, quando o tecido mole que recobre a porção mediana do palato é menos passível de deslocamento que os tecidos do restante do rebordo, uma quantidade variável de alívio sob os conectores precisa ser providenciada para evitar traumas aos tecidos. A quantidade de alívio necessário é diretamente proporcional à diferença entre a capacidade de deslocamento dos tecidos que recobrem a rafe palatina e aqueles tecidos sobre o rebordo remanescente. Os tecidos gengivais, por outro lado, precisam ter uma irrigação sanguínea irrestrita para se manterem saudáveis. Por isto, é recomendável que as bordas do conector palatino sejam posicionadas paralelas à margem gengival e, no mínimo, a 6 mm desta. Exceto pelo tórus palatino ou por uma rafe mediana proeminente, os conectores palatinos normalmente não requerem alívio, nem o alívio é desejável. O contato íntimo entre o conector e os tecidos de suporte contribui muito para a retenção, estabilidade e suporte da prótese. Exceto pelas áreas gengivais, o contato em todos os outros pontos do palato não é por si só prejudicial à saúde dos tecidos, se sustentados por apoios nos dentes que evitem movimentos danosos. Uma barra palatina anterior ou a borda anterior de uma placa palatina também devem ficar o mais distante posteriormente possível para evitar qualquer interferência na língua na área das rugosidades. Deve ser uniformemente fina e sua borda anterior deve seguir os contornos entre as cristas das rugosidades. Portanto, a borda anterior destes conectores maiores terá um contorno irregular na medida em que seguir os vales entre as rugosidades. A língua pode então passar da proeminência de uma rugosidade para outra sem encontrar a borda da prótese entre elas. Quando a borda de um conector precisar atravessar a crista de uma rugosidade, isto deve ser feito de maneira abrupta, evitando a crista na medida do possível. O limite posterior do conector maior na maxila deve ficar um pouco aquém do limite entre o palato duro-palato mole. Uma regra útil, aplicada aos conectores maiores e às próteses parciais de um modo geral, é tentar evitar acrescentar qualquer volume da armação da prótese a uma superfície já convexa. - Conectores Maiores Mandibulares: Barra lingual, placa lingual, barra sublingual, barra lingual com grampo contínuo (barra contínua), grampo contínuo (barra contínua), barra vestibular. • Barra lingual: A forma básica do conector maior inferior é a de uma meia pera. Ele está localizado acima dos tecidos moles, porém o mais distante possível dos tecidos gengivais. A borda superior de um conector maior tipo barra lingual deve ser angulada, deve ir se afilando gradualmente em direção aos tecidos gengivais, com o seu maior volume na borda inferior, resultando no contorno em meia pera. Os padrões de barra lingual, tanto de cera como de plástico, devem ser confeccionados nesta forma convencional. Porém, a borda inferior da barra lingual deve ser ligeiramente arredondada quando a armação for polida. Uma borda arredondada não irá traumatizar os tecidos linguais quando as bases da prótese rotacionarem para baixo sob a ação de cargas oclusais. A borda inferior de um conector maior lingual inferior deve ser situada de modo a não encontrar com os tecidos do assoalho da boca na medida em que estes mudam de altura durante as atividades normais de mastigação, deglutição, fala, lamber os lábios e assim por diante. Contudo, ao mesmo tempo, parece lógico localizar a borda inferior destes conectores o mais baixo possível para evitar interferências na língua em repouso e o acúmulo de restos alimentares. Ademais, quanto mais para baixo puder ser situada a barra lingual, mais distante a parte superior da barra poderá ficar dos sulcos gengivais linguais dos dentes adjacentes, evitando assim traumas ao tecido gengival. Indicações de Uso: A barra lingual deve ser usada para próteses parciais removíveis quando há espaço suficiente entre o assoalho da boca, ligeiramente elevado, e o tecido gengival lingual. Características e Localização: (1) Formato de meia pera com a parte mais volumosa localizada inferiormente.(2) Borda superior aflada em direção ao tecido. (3) Borda superior localizada a pelo menos 4 mm de distância da margem gengival e o mais distante possível desta. (4) Borda inferior localizada na altura determinada pelo assoalho da boca quando o paciente eleva a língua ligeiramente. Bloqueio e Alívio do Modelo de Trabalho: (1) Todas as áreas retentivas teciduais paralelas à via de inserção da prótese. (2) Uma espessura adicional de cera calibre 32 quando a superfície lingual do rebordo alveolar for retentiva ou paralela à via de inserção da prótese. (3) Nenhum alívio se faz necessário quando a superfície lingual do rebordo alveolar é inclinada inferiormente e posteriormente. (4) Uma lâmina de cera número 7 sob as áreas de apoio basais (para elevar os conectores menores que fixam as bases da prótese de resina acrílica). • Placa Lingual: Se o espaço retangular é circunscrito pela barra lingual, os contatos dos dentes anteriores, os cíngulos e os conectores menores estão neste espaço, e então a indicação é uma placa lingual. Uma placa lingual deve ser confeccionada o mais fino quanto tecnicamente possível e deve ser contornada de maneira a seguir os contornos dos dentes e das ameias interproximais. A borda superior deve seguir a curvatura natural das superfícies acima dos cíngulos dos dentes e não deve se situar acima do terço médio da superfície lingual, exceto para recobrir espaços interproximais até o ponto de contato. O formato da borda inferior deve ser o mesmo em meia pera da barra lingual, para dar volume e rigidez. Todos os sulcos gengivais e ameias profundas devem ser bloqueados paralelamente à via de inserção para evitar irritação gengival ou qualquer esmagamento entre os dentes. A placa lingual não serve, por si só, como um retentor indireto. Quando uma retenção indireta for necessária, apoios bem definidos precisam ser confeccionados para esta finalidade. Tanto a placa lingual como a grampo contínuo, idealmente, devem ter um apoio terminal de cada lado, independente da necessidade de retenção indireta. Mas quando são necessários retentores indiretos, estes apoios podem servir também como apoios terminais para a placa lingual ou para o grampo contínuo. Indicações de Uso: (1) Quando o assoalho de boca se aproxima tanto dos sulcos gengivais linguais que não deixa uma largura adequada para uma barra lingual. (2) Nos casos em que um rebordo residual em um arco tipo Classe I sofreu tanta reabsorção que oferece apenas o mínimo de resistência aos movimentos horizontais da base da prótese. (3) Quando se usa um dente periodontalmente comprometido, em função de grupo, para dar suporte a prótese e ajudar a resistir a movimentos rotacionais horizontais das próteses do tipo de extremidade livre. (4) Quando a substituição de um ou mais incisivos será facilitada pela adição de alças de retenção a uma placa lingual pré-existente. Características e Localização: (1) Formato de meia pera, com a parte mais volumosa localizada inferiormente. (2) Recobrimento metálico, fno, se estendendo superiormente, entrando em contato com o cíngulo dos dentes anteriores e as superfícies linguais dos dentes posteriores na altura dos contornos. (3) Recobrimento se estendendo pela interproximal até a altura dos pontos de contato (isto é, fechando os espaços interproximais). (4) Contorno recortado do recobrimento como requerido pelo bloqueio interproximal. (5) Borda superior terminada em um plano contínuo com os dentes em contato. (6) Borda inferior localizada na altura determinada pelo assoalho da boca quando o paciente eleva a língua ligeiramente. Bloqueio e Alívio do Modelo de Trabalho: (1) Todas as zonas retentivas de contato com os dentes paralelas à via de inserção da prótese. (2) Todos os sulcos gengivais envolvidos. (3) O mesmo que se aplica para as superfícies linguais do rebordo alveolar e áreas de apoio basais para as barras linguais. • Barra Sublingual: Uma modificação da barra lingual que tem sido de grande utilidade quando a altura do assoalho da boca não possibilita o posicionamento do limite superior da barra lingual a pelo menos uma distância de 4 mm da margem gengival livre é a barra sublingual. O formato da barra permanece essencialmente o mesmo que o de uma barra lingual, mas a sua localização é inferior e posterior à posição normal da barra lingual, situando-se sobre e paralelamente à porção anterior do assoalho da boca. Geralmente se aceita o uso de uma barra sublingual no lugar de uma placa lingual se o freio lingual não interferir na prótese ou na presença de uma área retentiva lingual que iria requerer a confecção de um bloqueio considerável para uma barra lingual convencional. As contraindicações incluem a presença de tórus lingual interferente, a inserção alta do freio lingual e a interferência em um assoalho de boca com alta elevação durante os movimentos funcionais. Indicações de Uso: A barra sublingual deve ser utilizada em próteses parciais removíveis inferiores quando a altura entre do assoalho da boca e as margens gengivais livres forem menores que 6mm. Ela também pode ser indicada quando é desejável manter as margens gengivais livres dos dentes remanescentes anteriores expostas e a profundidade do assoalho da boca é inadequada para a colocação de uma barra lingual. Contraindicações de Uso: Dentes remanescentes anteriores intensamente inclinados para a lingual. Características e Localização: A barra sublingual tem essencialmente o mesmo formato em meia pera que uma barra lingual, exceto pelo fato de que a parte mais volumosa é localizada para a lingual e a parte cônica é em direção à vestibular. A borda superior da barra deve estar a pelo menos 3 mm das margens gengivais livres dos dentes. A borda inferior é localizada na altura do assoalho de boca quando o paciente eleva a língua ligeiramente. Para isto, é necessária uma moldagem funcional do vestíbulo lingual para registrar com precisão a altura do vestíbulo. Bloqueio e Alívio do Modelo de Trabalho: (1) Todas as zonas retentivas teciduais paralelas à via de inserção da prótese. (2) Uma espessura adicional de cera calibre 32 quando a superfície lingual do rebordo alveolar é retentiva ou paralela à via de inserção da prótese. (3) Uma lâmina de cera número 7 sob as áreas de apoio basais (para elevar os conectores menores que fxam as bases da prótese de resina acrílica). • Grampo Contínuo (Barra Contínua): Quando uma placa lingual for o conector maior de escolha, mas o alinhamento axial dos dentes anteriores for tal que exija um bloqueio excessivo dos espaços interproximais, um grampo contínuo pode ser indicado. Um grampo contínuo situado sobre ou ligeiramente acima dos cíngulos dos dentes anteriores pode ser adicionado à barra lingual ou pode ser utilizado independentemente. Ademais, quando ocorrem diastemas amplos entre os dentes anteriores inferiores, um conector tipo grampo contínuo pode ser mais esteticamente aceitável que uma placa lingual. Indicações de Uso: Quando uma placa lingual ou uma barra sublingual é indicada, mas o alinhamento axial dos dentes anteriores é tanto que ocorreria um bloqueio interproximal excessivo. Contraindicações ao Uso: (1) Dentes anteriores muito inclinados para a lingual. (2) Na presença de diastemas amplos entre os dentes anteriores inferiores, possibilitando que o grampo contínuo fcasse muito exposto em uma visão frontal. Características e Localização: (1) Alça de metal fna, estreita (3 mm) localizada no cíngulo dos dentes anteriores, recortada para seguir as ameias interproximais com as bordas inferiores e superiores afinadas na direção da superfície dos dentes. (2) Origina-se bilateralmente de apoios incisais, linguais ou oclusais dos pilares principais adjacentes. Bloqueio e Alívio do Modelo de Trabalho: Não se faz alívio para um grampo contínuo, exceto o bloqueio dos espaços interproximais paralelos à via de inserção da prótese. • Barra vestibular: Existem poucas situações em que a inclinação lingual dos pré-molares e incisivos é tão acentuada que impede o uso de uma barra lingual.Com um preparo de boca conservador, utilizando recontornos e bloqueios, um conector lingual quase sempre pode ser utilizado. Dentes inclinados para lingual podem receber nova forma através de coroas. Embora a necessidade do uso de um conector maior vestibular seja rara, esta estratégia deve ser evitada, fazendo-se os preparos necessários na boca, em vez de se aceitar uma condição que, de outra maneira, poderia ser corrigível. O mesmo se aplica ao uso de uma barra vestibular quando um tórus mandibular interfere na colocação de uma barra lingual. A menos que uma cirurgia seja definitivamente contraindicada, qualquer tórus mandibular deve ser removido para evitar o uso de um conector tipo barra vestibular. Indicações de Uso: (1) Quando a inclinação lingual dos pré-molares e incisivos remanescentes não pode ser corrigida, impedindo a indicação de um conector tipo barra lingual convencional. (2) Na presença de um tórus lingual que não pode ser removido e impede o uso de uma barra lingual ou de um conector tipo placa lingual. (3) Quando o recorte do tecido mole lingual é tão abrupto que faz com que seja impraticável o uso de conectores maiores tipo barra ou placa lingual. Características e Localização: (1) Formato de meia pera com a parte mais volumosa localizada inferiormente na face vestibular da mandíbula. (2) Borda superior aflada em direção ao tecido. (3) Borda superior localizada a pelo menos 4 mm de distância da margem gengival e o mais distante possível desta. (4) Borda inferior localizada na face vestibular e na junção entre a mucosa livre (móvel) e a mucosa inserida (imóvel). Bloqueio e Alívio do Modelo de Trabalho: (1) Todas as zonas retentivas teciduais paralelas à via de inserção da prótese, uma espessura adicional de cera calibre 32 quando a superfície vestibular do rebordo alveolar é retentiva ou paralela à via de inserção da prótese. (2) Nenhum alívio é necessário quando a superfície vestibular do rebordo alveolar se inclina inferiormente para a face vestibular. (3) As áreas de apoio basais são equivalentes às de um conector maior tipo barra lingual. - Conectores Maiores Maxilares: Cinta simples; cinta combinada anteroposterior; placa palatina; conector palatino em forma de U; barra palatina simples; barra palatina antero posterior. • Cinta Simples: Uma prótese bilateral, dentossuportada, com extensão curta pode ser unida com eficiência por uma cinta simples e ampla, principalmente quando as áreas desdentadas estão localizadas posteriormente. Este conector pode ser confeccionado rígido, sem um volume incômodo e sem interferir na língua, desde que a superfície da armação repouse sobre três planos. Em razão da ocorrência de torque e de movimentos de alavanca, um conector maior tipo cinta simples não deve ser utilizado para unir substituições anteriores com bases com extremidade livre distal. Para ser rígido o suficiente para resistir a forças de torque, bem como proporcionar o suporte vertical e a estabilização horizontal adequados, a cinta simples teria de ser inconvenientemente volumosa. Quando posicionado anteriormente, este volume se tornaria ainda mais incômodo para o paciente, uma vez que interferiria na fala. Indicações de Uso: Espaços edêntulos curtos bilaterais em uma prótese dentossuportada. Características e Localização: (1) Formato de uma réplica anatômica. (2) A borda anterior segue os vales entre as rugosidades palatinas, o mais próximo possível, em ângulo reto com a rafe mediana. (3) A borda posterior faz um ângulo reto com a rafe palatina. (4) A cinta deve ter 8 mm de largura ou aproximadamente a largura de um pré-molar e um primeiro molar juntos. (5) Confinada na área delimitada pelos quatro apoios principais. Bloqueio e Alívio do Modelo de Trabalho: (1) Geralmente não é necessário nenhum alívio, exceto na presença de uma rafe palatina volumosa ou de qualquer exostose atravessada pelo conector. (2) Uma espessura de cera para base sobre as áreas de apoio basais (para elevar os conectores menores e aplicar a resina acrílica da base da prótese). • Cinta combinada Anteroposterior: Estruturalmente, este é o mais rígido dos conectores maiores palatinos. A cinta combinada anteroposterior pode ser usada em quase todos os desenhos de prótese parcial removível superior. A cinta posterior deve ter uma forma achatada e deve ter pelo menos 8 mm de largura. Os conectores palatinos posteriores devem ser posicionados o mais posteriormente possível para evitar interferências na língua, mas anteriores à linha de junção entre os palatos duro e mole. A única condição que impede a sua indicação é a presença de um tórus maxilar inoperável que se estende posteriormente até o palato mole. O conector anterior pode ser estendido anteriormente para sustentar dentes em espaços protéticos anteriores. Desta maneira, um conector em “U” se torna mais rígido pelo acréscimo da barra horizontal posteriormente. Na ocorrência de um tórus maxilar, este pode ser circundado por este tipo de conector maior sem sacrifícios para a rigidez. A combinação de conectores anteriores e posteriores pode ser utilizada em qualquer classe de Kennedy para arco parcialmente desdentado. Esta combinação é empregada mais frequentemente nas Classes II e IV, enquanto a cinta simples ampla é mais frequentemente empregada nos casos de Classe III. Nos casos de Classe I, a placa palatina ou o conector de recobrimento total são utilizados mais frequentemente, por razões que serão explicadas posteriormente neste capítulo. Todos os conectores maiores maxilares devem cruzar a linha mediana em ângulo reto, e não na diagonal. Isto por razões de simetria. A língua, por ser um órgão bilateral, aceitará mais facilmente componentes dispostos simetricamente que aqueles dispostos sem simetria bilateral. Indicações de Uso: (1) Arcadas Classe I e II, em que há pilares e rebordos residuais excelentes e é possível retenção direta adequada sem a necessidade de retenção indireta. (2) Espaços edêntulos longos em arcadas Classe II modificação 1. (3) Arcadas Classe IV em que os dentes anteriores têm de ser substituídos por uma prótese parcial removível. (4) Tórus palatino inoperável que não se estende posteriormente a junção entre os palatos mole e duro. Características e Localização: (1) Formato de um paralelogramo aberto na área central. (2) Cintas palatinas anteriores e posteriores relativamente largas (8 a 10 mm). (3) Cintas palatinas laterais mais estreitas (7 a 9 mm) e paralelas a curvatura da arcada; distantes a pelo menos 6 mm das margens gengivais dos dentes remanescentes. (4) Cinta palatina anterior: borda anterior não deve se posicionar mais anteriormente que os apoios anteriores e não deve ficar mais próxima que 6mm das margens gengivais e segue os vales das rugosidades palatinas em ângulo reto em relação a rafe mediana. (5) Conector palatino posterior: a borda posterior deve estar localizada na junção dos palatos mole e duro, em ângulo reto com a rafe palatina e se estender até a área da fossa pterigomaxilar no lado da(s) extremidade(s) livre(s). (6) Réplica anatômica ou superfície rugosa. Bloqueio e Alívio do Modelo de Trabalho: (1) Geralmente não é necessário nenhum alívio, exceto na presença de uma rafe palatina volumosa ou de qualquer exostose atravessada pelo conector. (2) Uma lâmina de cera 7 sobre as áreas de apoio basais (para elevar os conectores menores e aplicar a resina acrílica da base da prótese). • Barra Palatina Ampla: Indicações de Uso: (1) Arcadas parcialmente edêntulas Classe I com rebordos residuais que sofreram pouca reabsorção vertical e oferecem excelente suporte. (2) Palatos em forma de U ou de V. (3) Dentes pilares fortes (por si ou reforçados através de contenção). (4) Mais que seis dentes remanescentes anteriores na arcada. (5) A retenção direta não é um problema. (6) Ausência de tórus que interfere na prótese. Características e Localização: (1) Formato de uma réplica anatômica. (2) A borda anterior segue os vales entre as rugosidades palatinas, o mais próximo possível, em ângulo reto com arafe mediana e não se estende anteriormente aos apoios oclusais ou retentores indiretos. (3) A borda posterior se estende até a junção entre os palatos mole e duro, mas não invade o palato mole; faz um ângulo reto com a rafe palatina e se estende posteriormente até a fossa pterigomaxilar. Bloqueio e Alívio do Modelo de Trabalho: (1) Geralmente não é necessário nenhum alívio, exceto na presença de uma rafe palatina volumosa ou de qualquer exostose atravessada pelo conector. (2) Uma espessura de cera número 7 sobre as áreas de apoio basais (para elevar os conectores menores e aplicar a resina acrílica da base da prótese). • Placa Palatina (Recobrimento palatino completo): O conector maior que faz uma réplica anatômica do palato tem várias vantagens sobre outros tipos de conectores maiores palatinos. Algumas das vantagens são as seguintes: 1. Torna possível a confecção de uma placa metálica uniformemente fina que reproduz fielmente os contornos anatômicos do palato do próprio paciente. Em função da uniformidade de espessura, da sensação familiar para a língua do paciente e da condutividade térmica do metal, a placa palatina é mais rapidamente aceita pela língua e tecidos subjacentes que qualquer outro tipo de conector. 2. A anatomia corrugada da prótese com réplica anatômica soma rigidez à peça; tornando possível a confecção de uma peça mais fina e com rigidez adequada. 3. As irregularidades da superfície são intencionais e não acidentais; assim, é necessário somente um polimento eletrolítico. Com isto, a espessura uniforme original do padrão de cera será mantida. 4. Em função do contato íntimo, a tensão superficial na interface do metal com os tecidos subjacentes proporciona maior retenção para a prótese. A retenção precisa ser adequada para resistir à força de tração dos alimentos grudentos, à ação dos tecidos moles no entorno da borda da prótese, à força da gravidade, e a forças mais fortes, como ao tossir ou espirrar. Elas são todas superadas, até certo ponto, pela retenção da base em si. A retenção é proporcional à área total da base da prótese em contato com os tecidos de suporte. A quantidade de retenção direta e indireta necessária dependerá da quantidade de retenção proporcionada pela base da prótese. A placa palatina pode ser usada em qualquer uma das três maneiras. Ela pode ser usada como uma placa de largura variável recobrindo a área entre duas ou mais áreas desdentadas, como uma placa completa ou parcial que se estende posteriormente até a junção dos palatos duro e mole, ou na forma de um conector maior palatino anterior com a possibilidade de extensão posterior da base da prótese com resina acrílica. A placa palatina deve ficar localizada anteriormente à porção posterior da área de selamento palatino. Um selamento palatino posterior típico como no caso de próteses totais superiores não é necessário em uma prótese parcial superior em que se usa uma placa palatina em função da precisão e da estabilidade das placas metálicas fundidas. Quando o último pilar em cada um dos lados de um arco Classe I é o canino ou o primeiro pré-molar, o recobrimento palatino completo é altamente aconselhável, principalmente quando os rebordos sofreram reabsorção vertical excessiva. Isto pode ser feito por uma das duas maneiras possíveis. O primeiro método é o de usar um palato totalmente metálico, estendido até o limite dos palatos duro e mole. O outro método seria o de usar um conector maior metálico anterior com dispositivos de retenção posteriores, para fixação de uma base de prótese de resina, que se estenderá posteriormente até o ponto anatômico anteriormente citado. Indicações de Uso: (1) Na maioria das situações em que os remanescentes são apenas alguns ou mesmo todos os dentes anteriores. (2) Arcadas Classe II com modificação posterior grande e falta de alguns dentes anteriores. (3) Arcadas Classe I com um até quatro pré-molares e alguns ou todos os dentes anteriores remanescentes, quando o suporte dado pelos pilares é pobre e não pode ser melhorado; rebordo remanescente sofreu reabsorção vertical extrema e é difícil obter retenção direta. (4) Na ausência de tórus pediculado. Características e Localização: (1) Reprodução das formas anatômicas do palato completo presentes no modelo, suportadas anteriormente por áreas de apoio positivas. (2) Placa palatina suportada anteriormente e desenhada para receber a extensão posterior de resina acrílica. (3) Faz contato com todos ou quase todos os dentes remanescentes do arco. (4) Borda posterior: deve terminar na junção dos palatos mole e duro, se estender até a área da fossa pterigomaxilar no lado da(s) extremidade(s) livre(s) e em ângulo reto com a rafe palatina. Bloqueio e Alívio do Modelo de Trabalho: (1) Geralmente não é necessário nenhum alívio, exceto na presença de uma rafe palatina volumosa ou de qualquer exostose palatina pequena. (2) Uma lâmina de cera 7 sobre as áreas de apoio basais (para elevar os conectores menores e aplicar a resina acrílica da base da prótese). • Palatino em forma de U: Este conector deve ser indicado apenas nas situações em que um tórus inoperável se estende até o limite entre os palatos duro e mole. O conector maior palatino em forma de U é o que apresenta o formato mais desfavorável, já que não apresenta a rigidez que os outros tipos de conectores apresentam. Quando ele tem de ser indicado, retentores indiretos devem dar suporte a qualquer parte do conector que se estenda anteriormente ao apoio oclusal principal. As áreas de bordas anteriores deste tipo de conector devem ficar a pelo menos 6 mm dos dentes adjacentes. Se, por alguma razão, a borda anterior necessitar de contato com os dentes remanescentes, o conector deve ser novamente suportado por apoios colocados em nichos preparados adequadamente. Ele não deve nunca se apoiar, mesmo que temporariamente, por superfícies palatinas de dentes anteriores inclinados. - Conectores menores: Os conectores menores são aqueles componentes que funcionam como ligação entre o conector maior ou a base da prótese parcial removível e as demais partes da prótese, tais como grampos, retentores indiretos, apoios oclusais e apoios de cíngulo. Em muitos casos, o conector menor pode ser contínuo com outras partes da prótese. Por exemplo, um apoio oclusal num dos lados de uma placa lingual é em realidade o término de um conector menor, mesmo que este conector menor esteja contíguo com a placa lingual. Da mesma maneira, a parte da armação da base da prótese que sustenta o grampo e o apoio oclusal é um conector menor, que se une ao conector maior com o corpo do grampo propriamente dito. Estas partes da prótese parcial removível, por meio das quais as bases da prótese são mantidas, são conectores menores. • Funções: Além de unir as partes da prótese, o conector menor serve ainda a dois outros fns. 1. Transferir forças funcionais aos dentes pilares. Esta é uma função prótese-pilar dos conectores menores. As forças oclusais aplicadas sobre os dentes artifciais são transferidas por meio da base para os tecidos do rebordo residual subjacente se esta base é essencialmente mucossuportada. As forças oclusais aplicadas aos dentes artifciais são também transferidas para os dentes pilares por meio dos apoios olcusais. São os conectores menores originados do conector maior rígido que fazem possível esta transferência de forças funcionais por todo o arco dentário. 2. Transferir o efeito dos retentores, apoios e componentes de estabilização para o resto da prótese. Esta é uma função pilar-prótese do conector menor. As forças aplicadas em uma região da prótese podem sofrer reação por outros componentes da prótese situados em outra região e posicionados para esta função. Um componente de estabilização num dos lados do arco pode ser adicionado para resistir a forças horizontais originadas do lado oposto. Isto é possível somente por causa do efeito de transferência do conector menor, que sustenta este componente de estabilização e a rigidez do conector maior. • Forma e Localização:Assim como o conector maior, o conector menor precisa ter volume suficiente para ser rígido; do contrário, a transferência de forças funcionais para os tecidos e dentes de suporte não será eficaz. Da mesma maneira, o volume do conector menor deve ser o menos incômodo possível. Um conector menor que contata a superfície axial de um dente de suporte não deve estar situado sobre uma superfície convexa e sim ficar numa ameia, onde ficará menos perceptível pela língua. Ele deve estar adaptado à ameia interdental, passando verticalmente a partir do conector maior, de modo que a passagem pela gengiva seja abrupta e cubra o mínimo de tecido gengival possível. Ele deve ir aumentando a espessura conforme se aproxima da superfície lingual, aflando para a área de contato. A parte mais profunda da ameia interdental deve ser bloqueada para evitar interferência na colocação e remoção da prótese e para evitar qualquer efeito de cunha entre os dentes contatados. Foi proposta uma modificação dos conectores menores das próteses parciais removíveis convencionais. Esta aplicação foi sugerida apenas para o arco superior, com o conector menor localizado no centro da superfície palatina do dente pilar superior. Foi sugerido que esta modificação reduza a quantidade de recobrimento dos tecidos gengivais, ofereça melhor guia para a remoção e inserção da prótese parcial e aumente a estabilização contra forças horizontais e rotacionais. Entretanto, em função da sua localização, esta variação no desenho poderia invadir o espaço da língua e criar um grande potencial para acúmulo de alimentos. A variação proposta deve ser utilizada com cuidado. Quando um conector menor contata as superfícies dentais em qualquer um dos lados da ameia onde ele está inserido, ele deve ser aflado em direção aos dentes de modo que a língua encontre uma superfície lisa. Isto evita ângulos vivos, que podem impedir o movimento da língua, e elimina os espaços onde poderiam ficar retidos restos de alimentos. É o conector menor que contata as superfícies dos planos guia dos dentes suporte, quer como parte integrante do retentor direto, quer como uma entidade separada. Aqui o conector menor precisa ser suficientemente largo para que o plano-guia seja usado em sua plenitude. Quando dele surge um braço de grampo, o conector deve ser aflado em direção ao dente adjacente abaixo da origem do grampo. Se não há a presença de um braço de grampo, como é o caso quando o grampo em barra se origina em outro ponto, o conector deve ser afilado em uma borda em lâmina, em todo o comprimento de sua extensão vestibular.