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DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II CCJ0134 PLANO DE AULA 04 Aluno RICARDO MENEGUSSI PEREIRA

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DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 PLANO DE AULA 04 
ALUNO: RICARDO MENEGUSSI PEREIRA 1.º SEMESTRE 2019 
 
Título: Títulos de crédito em espécie 
Tema: Letra de Câmbio e Nota Promissória 
Objetivos 
- analisar a letra de câmbio como título de crédito, suas características, principais aspectos e 
importância no contexto das relações cambiais; 
- reconhecer uma nota promissória e diferenciá-la de uma letra de câmbio, pela aplicação dos 
institutos cambiais e classificações aplicáveis. 
- analisar a aplicação de todos os institutos anteriormente estudados nos referidos títulos de 
crédito. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Letra de Câmbio: A Letra de Câmbio consiste numa ordem dada, por escrito, a uma pessoa, 
para qu e pague a um beneficiário indicado, ou à ordem deste, uma determinada importância 
em dinheiro. A letra de câmbio é um título de crédito dotado de literalidade e de autonomia das 
obrigações. Desempenha importantíssima função econômica pela ampla utilização do crédito 
que proporciona. 
Portanto, é uma ordem de pagamento à vista ou a prazo. 
Tem como figuras intervenientes: 
i) sacador, subscritor ou emitente - aquele que dá a ordem de pagamento, ou seja, que cria e 
emite a letra; 
ii) sacado ou devedor - aquele a quem a ordem é dada, contra quem a ordem é dirigida. Em 
princípio o sacado não tem obrigação nenhuma com o título, nem de aceitá-lo e nem de pagá-
lo. Somente se torna obrigado principal, com o seu aceite, em razão do Princípio da Literalidade; 
iii) tomador ou beneficiário - é aquele a favor de quem é emitida a ordem - é aquele que porta 
o título e que fica no lugar do credor. 
 
2. Nota Promissória. Consiste numa promessa de pagamento à vista ou a prazo, que uma pessoa 
faz em favor de outra. Tem como figuras intervenientes: 
i) sacador, emitente, subscritor ou devedor – emite a Nota Promissória. Nesta espécie de título, 
o sacador também é o devedor principal da obrigação; e 
ii) tomador, beneficiário ou credor - em favor de quem o sacador fez a promessa. A Nota 
Promissória está sujeita às mesmas normas aplicadas com relação à Letra de Câmbio, com as 
exceções estabelecidas pela Lei Uniforme (arts. 77 e 78). O subscritor da nota promissória é o 
seu devedor principal. A lei prevê a mesma responsabilidade para o aceitante da letra e o 
subscritor da promissória. O exercício do direito de crédito contra o emitente prescreve em 3 
anos contados a partir da data do vencimento. Também encontramos a previsão da Ação 
Cambial ou de Locupletamento quando a nota promissória encontra-se ligada a um contrato 
individual e onde for observado o enriquecimento ilícito por parte do credor. Todas as normas 
relativas à Letra de Câmbio serão aplicadas à Nota Promissória naquilo que não desnaturar a 
essência do Título (L.U.G, art. 77). 
 
Aplicação Prática Teórica 
CASO CONCRETO: (OAB – XIV Exme – Prático-Profissional – 2ª Fase – 2014) Uma letra de câmbio 
foi sacada por Celso Ramos com cláusula “sem despesas” e vencimento no dia 11.09.2013. O 
tomador, Antônio Olinto, transferiu a cambial por endosso para Pedro Afonso no dia 03.09.2013. 
O título recebeu três avais, todos antes do vencimento, sendo dois em branco e superpostos, e 
um aval em preto em favor de Antônio Olinto. A letra de câmbio foi aceita e o endossatário 
apresentou o título para pagamento ao aceitante no dia 12.09.2013. Diante da recusa, o 
portador, no mesmo dia, apresentou o título a protesto por falta de pagamento, que foi lavrado 
no dia 18.09.2013. Com base nas informações contidas no texto e na legislação cambial, 
responda aos seguintes itens. 
A) Quem é o avalizado nos avais em branco prestados na letra de câmbio? São avais simultâneos 
ou sucessivos? Justifique. 
Resposta: Com base no art 31 do Dec 57663 /66 (LUG), o avalizado nos avais em branco 
prestados na letra de câmbio é o sacador, Celso Ramos. Ocorre que, na falta de indicação do 
avalizado, entender-se-á ser pelo sacador, conforme o Art. 31, última alínea, do Decreto n. 
57.663/66 (LUG): Art. 31 - O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa. Exprime-se 
pelas palavras " bom para aval" ou por qualquer fórmula equivalente; e assinado pelo dador do 
aval. O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador aposta na face anterior 
da letra, salvo se se trata das assinaturas do sacado ou do sacador. O aval deve indicar a pessoa 
por quem se dá. Na falta de indicação entender-se-á ser pelo sacador. Os avais em branco e 
superpostos são considerados simultâneos (Súmula 189 do STF), ou seja, cada coavalista é 
responsável por uma quota -parte da dívida e todos respondem pela integralidade perante o 
portador Pedro Afonso.. Os avais em branco, e superpostos são considerados simultâneos, 
Sumula 18 9 STF, assim cada avalista é responsável por uma cota parte e todos respondem pela 
integralidade perante o portador. 
OBS: avais superpostos não formam uma cadeia ou sequência, e por isso não são sucessivos e 
sim simultâneos, consoante o entendimento do STF na Súmula 189: STF Súmula nº 189 - Avais 
em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos. 
 
B) Nas condições descritas no enunciado, indique e justifique quem poderá ser demandado em 
eventual ação cambial proposta pelo endossatário? . 
Resposta: Só poderá ser demandada contra o aceitante em virtude do titulo ter sido 
apresentado após o prazo para apresentação, de acordo com art 20 do Dec2044/98 e também 
art 53 do Dec57663/66 (LUG). Assim, o endossatário poderá demandar apenas o aceitante em 
eventual ação cambial, porque o título foi apresentado a pagamento no dia 12 de setembro, ou 
seja, após o prazo legal previsto no Art. 20 do Decreto n. 2.044/1908 (dia do vencimento, 11 de 
setembro de 2013). Assim, houve perda do direito de ação em face dos coobrigados Celso Ramos 
– sacador, Antônio Olinto – endossante e de todos os avalistas, com fundamento no Art. 53 da 
LUG. Ressalte -se que a aplicação do Art. 20 do Decreto n. 2.044/1 908 se dá em razão d a reserva 
ao Art. 5º do Anexo II da LUG, Por tanto, o prazo para apresentação a pagamento da letra de 
câmbio sacada “sem despesas” é regulado pelo Decreto n. 2.044/1908 e não pelo Art.38 da LUG. 
O endossatário poderá demandar apenas o aceitante em eventual ação cambial, porque o título 
foi apresentado a pagamento no dia 12 de setembro, ou seja, após o prazo legal previsto no 
Art.20 do Decreto n. 2.044/1908 (dia do vencimento, 11 de setembro de 2013). Assim, houve 
perda do direito de ação em face dos coobrigados Celso Ramos – sacador, Antônio Olinto – 
endossante e de todos os avalistas, com fundamento no Art. 53 da LUG. Ressalte-se que a 
aplicação do Art. 20 do Decreto n. 2.044/1 908 se dá em razão d a reserva ao Art. 5º do Anexo II 
da LUG. Por tanto, o prazo para apresentação a pagamento da letra de câmbio sacada “sem 
despesas” é regulado pelo Decreto n. 2.044/1908 e não pelo Art.38 da LUG 
 
 
QUESTÃO OBJETIVA: (TJMG – Juiz – 2014) Com relação à nota promissória, analise as afirmativas, 
assinalando com V as verdadeiras e com F as falsas. 
( v ) O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória 
sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título. 
( v ) A ação cambial contra o endossador e o avalista da nota promissória prescreve em trinta 
e seis meses contados do dia em que ação pode ser proposta. 
( f ) O devedor somente poderá opor ao portador da nota promissória exceção fundada em 
direito pessoal, na nulidade de sua obrigação e na falta de requisito necessário ao exercício da 
ação cambial. 
( f ) Sendo a nota promissória rural, emitida por uma cooperativa em favor de seus cooperados,um título de crédito de natureza causal, a respectiva execução se encontra vinculada à eficácia 
do negócio jurídico subjacente. 
Assinale a alternativa que apresenta sequência CORRETA. 
a) FVVF b) VFVV c) VVFF d) FFFV

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