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Epidemiologia: Estudo da Saúde Coletiva

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EPIDEMIOLOGIA
Etimologicamente, a palavra Epidemiologia significa “ciência do que ocorre sobre o povo”.
Segundo Rouquayrol (1999) Epidemiologia é a ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças.
A Saúde Pública está relacionada a um campo de saberes e práticas baseado na intervenção técnica e política do Estado, cujas práticas voltam-se tanto para o individual quanto para o coletivo (Pires Filho, 1987).
A Saúde Coletiva “é a ciência que evita doenças, prolonga a vida e desenvolve a saúde física, mental e a eficiência, através de esforços organizados da sociedade, para o saneamento do meio ambiente, o controle de infecções entre as pessoas, a organização de serviços médicos e paramédicos para diagnóstico precoce e o tratamento preventivo de doença, e o aperfeiçoamento da máquina social que assegurará a cada individuo, dentro da sociedade, um padrão de vida adequado à manutenção da saúde” (Winslow citado por Rouquayrol, 1999).
A Saúde Coletiva investiga as seguintes:
Estado de saúde ou condições de saúde de grupos populacionais específicos;
Serviços de saúde (do posto de saúde ao hospital especializado);
Saber sobre a saúde, as relações entre o saber "científico" e as concepções e práticas populares de saúde, influenciadas pelas tradições, crenças e cultura de modo geral.
O lugar da Epidemiologia no campo da Saúde Coletiva:
A Saúde Coletiva se estrutura sobre um campo disciplinar: a Epidemiologia; um campo de ação tecnológica: o planejamento e gestão em saúde, e um campo de prática social: a promoção da saúde.
A ciência epidemiológica é formada por três elementos:
CLÍNICA MÉDICA
Trata dos saberes sobre saúde e doença.
ESTATÍSTICA
Trata das diretrizes metodológicas quantitativas.
MEDICINA SOCIAL
Trata das práticas de transformação da sociedade.
1960 - 1970
Entre os anos 1960 e 1970, houve uma verdadeira revolução na Epidemiologia com a introdução da computação eletrônica. Pode-se dizer que houve uma forte “matematização” da área. Por outro lado, John Cassel (1915-1978) também contribuiu significativamente na sistematização do conhecimento epidemiológico com a teoria compreensiva da doença, fruto da integração dos fundamentos socioantropológicos na saúde.
1980
A Epidemiologia clínica se consolidou na década de 1980, trazendo como principal consequência o afastamento do contexto coletivo. Dava-se maior ênfase à identificação dos casos e à avaliação da eficácia terapêutica, constituindo a chamada Medicina Baseada em Evidências. Entretanto, na Europa e na América Latina surgiam abordagens mais críticas da Epidemiologia em resposta a essa tendência de “biologização” da Saúde Pública, reafirmando a influência dos determinantes sociais da saúde no processo saúde-doença.
1990
Nos anos 1990, observamos as novas tendências na Epidemiologia passando a ser aplicada por níveis de determinação, desde abordagens moleculares até uma Etnoepidemiologia. As interfaces entre a Epidemiologia e a Antropologia passaram a chamar a atenção.
Atualidade
A Epidemiologia encontra-se inserida nos mais variados contextos com inúmeras interfaces disciplinares. Observamos claramente as aplicações da Epidemiologia às diversas fases do ciclo da vida, aos diversos tipos de problemas de saúde (Epidemiologia da AIDS, das doenças infecciosas, das doenças cardiovasculares, do câncer, Epidemiologia nutricional, das violências, do uso de substâncias psicoativas, em saúde mental, em saúde bucal, na saúde do trabalhador, entre outras aplicações) e aos sistemas de saúde.
Os principais objetivos da Epidemiologia
Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas.
Proporcionar dados para planejar, executar e avaliar ações de prevenção, controle e tratamento das doenças.
Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades.
A figura representa um dos principais objetos de interesse dos estudos epidemiológicos da atualidade.
A obesidade e a síndrome metabólica, as doenças cardiovasculares, o diabetes mellitus, e as doenças cerebrovasculares são as principais doenças crônicas não transmissíveis e estão relacionadas às principais causas de morte das sociedades modernas. As mudanças da prevalência das doenças infecciosas para as doenças crônico-degenerativas como causa de mortalidade e morbidade, trouxeram a necessidade de investigar fatores antecedentes ao aparecimento das doenças, podendo ser considerados como agentes ou fatores de risco como hábitos alimentares incorretos.
Podemos observar no carrinho de compras a ausência completa de alimentos de origem vegetal, como frutas, hortaliças e cereais. Apenas alimentos ricos em “calorias vazias”: pizzas, refrigerantes e batata frita que contribuem para o aumento na prevalência das DCNT e todas as suas consequências. Por isso, a senhora foi barrada. Essa figura nos revela a importância da Epidemiologia na detecção dos riscos e na aplicação de medidas de prevenção.
A Saúde Coletiva se estrutura sobre um campo disciplinar: a Epidemiologia; um campo de ação tecnológica: o planejamento e gestão em saúde, e um campo de prática social: a promoção da saúde.
Qual é o nome do médico que teve a sua teoria da transmissão do cólera pela água em 1855 publicada em um artigo que documentou sua investigação acerca das relações diretas entre o abastecimento de água no bairro do Soho e a epidemia de cólera que ocorrera em 1854 em Londres?
John snow
Aula 2: Perspectivas sobre o processo saúde-doença
Saúde, integridade anatômica e funcional dos organismos vivos.
Até o século XIX
A “Saúde era a ausência de doença.” O centro das atenções era a doença em si.
1947
“Saúde é o estado de completo bem-estar 1, físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença” (OMS – Organização Mundial da Saúde, 1947). Carta Magna de 7 de abril trouxe, o primeiro conceito de Saúde, que apesar de revolucionário, era subjetivo e idealizado.
1970
Cristopher Boorse, formulou a Teoria Bioestatística da Saúde, altamente criticada.
1986
Acontece a VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília , que  traz a seguinte definição:"Saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acessos aos serviços de saúde, é assim antes de tudo, o resultado das formas de organização social".
1988
O Artigo 196 de 05 de outubro de 1988, da constituição federal diz que:
“Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços, para sua promoção, proteção e recuperação.”
Segundo Tambellini,1988, saúde é um bem coletivo que deve ser compartilhado individualmente por todos os cidadãos. Comporta duas dimensões essenciais: a dimensão do indivíduo e a dimensão da coletividade.” Podemos observar a dimensão social do conceito de saúde. A saúde passou a ser, também, um critério de cidadania. Assim, podemos afirmar que todos os cidadãos são responsáveis pela manutenção da sua saúde (citado por Rouquayrol, 2003).
PERÍODO PRÉ-PATOGÊNICO
Ocorre previamente à instalação do agente patogênico;
Ausência da doença;
Medidas de Atenção Primária à saúde.
PERÍODO PATOGÊNICO
Momento em que o agente patogênico instalou-se;
Presença da doença.
PERÍODO PÓS-PATOGÊNICO
Momento após a instalação do agente patogênico;
Presença ou ausência de incapacidades ou invalidez conforme a doença que se instalou.
ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE
Realizada no período pré-patogênico. Compreende aplicação de medidas dirigidas a determinado agravo à saúde.
Objetivos:
Promoção da saúde e prevenção de doenças;
Interceptar as causas patológicas antes mesmo que atinjam o indivíduo. Exemplos de medidas de proteção específica:Imunização, quimioprofilaxia para certas doenças, proteção contra acidentes, controle de vetores, aconselhamento genético,o auto-cuidado em saúde (alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos, higiene).
ATENÇÃO SECUNDÁRIA
Realizada no indivíduo sob ação do agente patogênico, isto é, quando o período pré-patogênico já foi ultrapassado e o processo patológico foi desencadeado.
As medidas preventivas nesse nível incluem: Diagnóstico precoce, tratamento imediato e limitação da incapacidade.
ATENÇÃO TERCIARIA
Corresponde às medidas adotadas após as consequências da doença, representadas pela instalação de deficiências funcionais.
Objetivo: Consiste em alcançar a recuperação total ou parcial, através dos processos de reabilitação e de aproveitamento da capacidade funcional remanescente.
As medidas mais frequentemente utilizadas nesse nível são: A prática de exercício físico realizado através dos profissionais de educação física e fisioterapia, a reeducação alimentar, a terapia ocupacional e a readaptação à vida normal.
As Causas das Doenças, ou os Fatores Etiológicos, podem se dar por meio da Multifatorialidade (vários fatores de ordem individual e coletivo que interferem e são determinantes no processo saúde-doença).
Esse processo pode ser de origem:
ENDÓGENA: Intrínseca/Genética – Ambiente Humano;
EXÓGENA: Extrínseca – Fatores Sociais + Fatores Ambientais (Agressores Físico-Químicos e Biológicos).
De uma forma geral, a qualidade de vida depende de fatores intrínsecos (endógenos) e extrínsecos (exógenos) e varia de indivíduo para indivíduo. É um termo que representa uma tentativa de nomear as características das experiências de vida relacionadas ao cotidiano. Existem vários conceitos propostos para qualidade de vida e a maioria deles possuem pontos comuns, como, o modo de viver a vida e a satisfação das necessidades e expectativas dos seres humanos.
Em 1995, a Organização Mundial de Saúde (OMS), propôs a criação de um grupo (grupo WHOQOL) que construiu o seguinte conceito de qualidade de vida:
“Qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
A construção desse conceito permitiu a este grupo desenvolver um instrumento (ferramenta de mensuração) válido para a avaliação do conceito de qualidade de vida a nível internacional: o instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100).
Trata-se de um questionário composto por 100 itens que avalia a qualidade de vida, baseado em três aspectos fundamentais: subjetividade, a multidimensionalidade e a presença de dimensões positivas e negativas.
Para isto a Organização Mundial de Saúde criou um projeto colaborativo e multicêntrico que foi desenvolvido com a colaboração de 15 centros que trabalharam, simultaneamente, em diversas culturas.
O WHOQOL-100 é composto por 100 questões que avaliam seis domínios: Físico, Psicológico, Nível de Independência, Relações sociais, Meio ambiente e Espiritualidade /Crenças Pessoais. O grupo também desenvolveu o WHOQOL-Bref, que é uma versão abreviada, composta por 26 questões extraídas do WHOQOL-100. Esta versão abreviada é composta por quatro domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente.
Os principais usos do WHOQOL-100 são:
Prática clínica para melhorar a relação médico-paciente e avaliar o resultado do tratamento;
Pesquisas;
Construção e Implementação de Políticas de saúde.
As principais características do WHOQOL-100 são:
Disponibilidade em 20 idiomas.
Desenvolvimento transcultural.
Ênfase na percepção do indivíduo.
As causas das doenças são os fatores etiológicos que podem se dar por meio da multifatorialidade (vários fatores de ordem individual e coletivo que interferem e são determinantes no processo saúde-doença). 
A saúde é produto da interação de vários fatores relacionados à qualidade de vida, com ênfase em ações voltadas para o coletivo e o ambiente (físico, social, político, econômico, cultural), contemplando a “autonomia” de indivíduos e grupos (capacidade para viver a vida) e a equidade (Carvalho et al, 2004 citados por Paim, 2006). A saúde também é vista como produto de comportamentos de indivíduos e famílias (estilos de vida, dieta, atividade física, hábito de fumar), com ênfase em programas educativos relacionados a riscos comportamentais passíveis de mudança. (Carvalho et al., 2004)
Sobre os fatores sociais do processo saúde-doença são feitas as seguintes afirmações: I As condições de trabalho inadequadas e a desvalorização do trabalhador/funcionário exercem uma influência psicossocial determinante no processo saúde/doença. II A desvalorização da cidadania e a falta de decisão política são importantes fatores sociopolíticos determinantes do processo saúde/doença. III O preconceito exercido a comportamentos e valores, crenças e religiões, posição social e raça são importantes fatores socioculturais determinantes do processo saúde/doença. IV Distúrbios psicológicos/psiquiátricos como a carência afetiva de ordem geral e a prática do bullying exercem uma influência psicossocial determinante no processo saúde-doença.
As Causas das Doenças, ou os Fatores Etiológicos, podem se dar por meio da Multifatorialidade (vários fatores de ordem individual e coletivo que interferem e são determinantes no processo saúde-doença). 
Esse processo pode ser de origem:
ENDÓGENA: 
Intrínseca/Genética – Ambiente Humano;
EXÓGENA:
Extrínseca – Fatores Sociais + Fatores Ambientais (Agressores Físico-Químicos e Biológicos).
Aula 3: Determinantes Sociais da Saúde
O fator mais importante para explicar a situação geral de saúde de um país não é sua riqueza total, mas a maneira como ela se distribui.
O complexo da Qualidade de Vida envolve:
Habitação;
Saneamento e meio ambiente;
Saúde;
Educação;
Alimentação e nutrição;
Cultura, Esporte e lazer;
Trabalho e renda;
Previdência e Assistência Social;
Transporte.
A promoção da saúde está relacionada a medidas que não se dirigem a doenças específicas, mas que visam aumentar a saúde e o bem-estar dos indivíduos e da coletividade.
O fortalecimento da capacidade individual e coletiva para o confronto com uma imensa variedade de determinantes sociais e condicionantes da saúde é o aspecto principal.
A promoção da saúde tem como objetivo:
Ressaltar a atuação sobre os determinantes socioambientais da saúde e políticas públicas intersetoriais, voltadas à melhoria da qualidade de vida das populações.
Reforçar a tendência de diminuição das responsabilidades do Estado, delegando aos indivíduos, progressivamente, o autocuidado.
Já a prevenção de doenças, exige uma ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural da doença, para impedir que ocorra seu estabelecimento. Há a necessidade do conhecimento epidemiológico para o controle e redução do risco de doenças.
Dentro desse contexto, projetos de prevenção na área de educação em saúde são imprescindíveis e baseiam-se na informação científica e orientações à população.
A saúde é um direito e um bem social. Reconhecer os determinantes sociais em saúde nos ajuda a encontrar um caminho para trabalhar mais efetiva mente através de ações que reduzem as iniquidades sociais. Segundo Don Matheson (Massey University), tal ação “é requisito para liberdade”.
Os princípios de justiça social, equidade em saúde e direitos humanos e suas relações são valores fundamentais para a ação sobre os Determinantes Sociais de Saúde (DSS). A necessidade de um enfoque integral, intersetorial e participativo para a compreensão e ação sobre DSS é extremamente relevante.
Trata-se de uma iniciativa de grande importância ética e humanitária, que visa:
Identificar com maior precisão as causas de natureza social, econômica e cultural da situação de saúde da nossa população;
Identificar políticas públicas de saúde e extras setoriais, assim como iniciativas da sociedade, que ajudem a enfrentá-las, buscando garantir maior equidade e melhores condições de saúde e qualidade de vida para os brasileiros.
A saúdeé direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
As formas concretas de inserção socioeconômica da população (condições de trabalho e condições de vida) são relevantes para explicar a saúde e o perfil epidemiológico. As condições gerais de existência caracterizam o modo de vida que articula as condições e o estilo de vida. O complexo da Qualidade de Vida envolve: habitação, saneamento e meio ambiente, saúde, educação, alimentação e nutrição, cultura, esporte e lazer, trabalho e renda, previdência e assistência social e transporte. A saúde envolve aspectos biológicos (idade, gênero, herança genética); aspectos ambientais, incluindo o físico e o socioeconômico e cultural; estilo de vida: (higiene pessoal, dieta, atividade física, adições, comportamento sexual e outros) e acesso aos serviços de saúde.A saúde é um direito e um bem social. Reconhecer os determinantes sociais em saúde nos ajuda a encontrar um caminho para trabalhar mais efetiva e eficazmente através de ações que reduzem as iniquidades sociais. Como disse Don Matheson, “é requisito para liberdade”.Os princípios de justiça social, equidade em saúde, direitos humanos e suas relações são valores fundamentais para a ação sobre os Determinantes Sociais de Saúde (DSS). A necessidade de um enfoque integral, intersetorial e participativo para a compreensão e ação sobre DSS é extremamente relevante. Através da reflexão sobre os DSS é possível elaborar estratégias que visam à diminuição das iniquidades em saúde e contribuam para o melhor exercício da justiça social e dos direitos humanos. Através dessa atitude, uma visão crítica sobre os determinantes sociais de saúde poderá ser construída.
Os determinantes sociais da saúde envolvem todas as condições nas quais as pessoas estão inseridas vivendo e trabalhando. A determinação social da saúde revela que as doenças humanas podem estar relacionadas a uma diversidade de causas, que podem ser psicológicas, microbiológicas, toxicológicas, genéticas, socioambientais. As doenças humanas não estão relacionadas apenas ao bom ou mau funcionamento de uma célula, tecido ou órgão, possuem também uma dimensão psicológica (vivências e emoções), sociocultural (coletiva), e psicobiológica (individual). A visão holística da saúde está baseada em três dimensões interligadas: o individual, o social e o ecológico.
Os determinantes sociais da saúde incluem renda, educação, comunicação, transportes, desenvolvimento infantil,  desenvolvimento cultural e outras condições ambientais. Além disso, boa situação socioeconômica, e que possuem boa educação, possuem menor risco de adquirirem ou serem afetados por doenças, devido ao maior conhecimento e acesso aos meios pelo qual as doenças podem ser tratadas.
Os determinantes sociais da saúde incluem renda, educação, comunicação, transportes, desenvolvimento infantil,  desenvolvimento cultural e outras condições ambientais. Além disso, boa situação socioeconômica, e que possuem boa educação, possuem menor risco de adquirirem ou serem afetados por doenças, devido ao maior conhecimento e acesso aos meios pelo qual as doenças podem ser tratadas.
PROMOÇÃO DA SAUDE
Está relacionada à medidas que não se dirigem a doenças específicas, mas que visam contribuir com o aumento da saúde e do bem-estar dos indivíduos e da coletividade. 
Aula 4: Indicadores Epidemiológicos
De acordo com Rouquayrol (1999), indicadores são parâmetros utilizados internacionalmente com o objetivo de avaliar, sob o ponto de vista sanitário, a higidez de agregados humanos, bem como fornecer subsídios aos planejamentos de saúde, permitindo o acompanhamento das flutuações e tendências históricas do padrão sanitário de diferentes coletividades consideradas à mesma época ou da mesma coletividade em diversos períodos de tempo.
O grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua:
VALIDADE
(capacidade de medir o que se pretende)
CONFIABILIDADE
(reproduzir os mesmos resultados quando aplicado em condições similares)
MENSURABILIDADE
(basear-se em dados disponíveis ou fáceis de conseguir)
RELEVÂNCIA
(responder a prioridades de saúde)
CUSTO-EFETIVIDADE
(os resultados justificam o investimento de tempos e recursos)
Os indicadores são apresentados como:
✔ Indicadores de Morbidade e fatores de risco;
✔ Indicadores de Mortalidade;
✔ Indicadores Demográficos;
✔ Indicadores Socioeconômicos;
✔ Indicadores de Recursos;
✔ Indicadores de Cobertura.
Segundo Paulo Buss (2000), o estado de saúde está associado à qualidade de vida das populações e que as características da vida em sociedade, o modo de viver a vida e as relações sociais guardam relação com o nível de saúde. Daí a necessidade de analisar a situação sanitária de acordo com as características sociais, econômicas, políticas e culturais das coletividades.
Por ser mais difícil de se mensurar a saúde, mede-se a “não saúde”, ou seja, as doenças e agravos (morbidade), as mortes (mortalidade), as incapacidades físicas e mentais (sequelas); mede-se, também, as variáveis relacionadas a processos fisiológicos (como a gestação), hábitos e estilo de vida (exercícios físicos, dietas saudáveis etc.), entre outros.
Os principais indicadores utilizados na epidemiologia para avaliar o estado de saúde das comunidades são:
Morbidade é uma variável característica de comunidades de seres vivos e refere-se ao conjunto de indivíduos que adquirem doenças em um dado intervalo de tempo e lugar. Designa-se morbidade ao comportamento das doenças e dos agravos à saúde em uma população exposta.
Em Saúde Pública, os indicadores utilizados com mais frequência para avaliar o risco de um problema de saúde ou para descrever a situação de morbidade em uma comunidade são as duas medidas básicas da frequência: a prevalência e a incidência.
Mortalidade é uma propriedade natural das comunidades dos seres vivos. Refere-se ao conjunto dos indivíduos que morrem em um dado intervalo de tempo e em certo espaço.
Indicadores Demográficos
Esperança de vida
A esperança de vida para uma faixa etária definida é um indicador geral das condições de vida e saúde e reflete o padrão de mortalidade de uma população.
Principais funções dos Indicadores Demográficos
Analisar variações geográficas e temporais na expectativa de vida da população;
Contribuir para a avaliação dos níveis de vida e de saúde da população;
Subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas de saúde e de previdência social, entre outras, relacionadas com o aumento da expectativa de vida ao nascer.
A PNAD apresenta dados sobre as condições de saúde, necessidades, acesso e utilização de serviços e planos de saúde, moradia, censo populacional. Objetivos da PNAD:
Levantamento estatístico que integra o Programa Nacional de Pesquisas Contínuas por Amostra de Domicílios da Fundação IBGE;
Vem sendo realizada desde 1967 com um duplo objetivo:
a) Suprir a falta de informações sobre a população brasileira durante o período intercensitário;
b) Estudar temas insuficientemente investigados ou não contemplados nos censos demográficos decenais realizados por aquela instituição.
PESQUISA BÁSICA
Investiga, de forma contínua, os temas definidos como de maior importância para medir e acompanhar o nível socioeconômico da população: habitação e mão de obra, além de características demográficas e educacionais.
PESQUISA suplementar
Aprofundam os temas permanentes e investigam outros assuntos de interesse que se interliguem com os da pesquisa básica.
PESQUISAS ESPECIAIS
Abordam assuntos de maior complexidade, que exigem tratamento à parte da pesquisa básica.
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
O conceito de Desenvolvimento Humano parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais, culturaise políticas que influenciam a qualidade da vida humana.
O objetivo da elaboração do IDH é oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento.
Atualmente, os três pilares que constituem o IDH (saúde, educação e renda) são mensurados da seguinte forma:
Saúde
Uma vida longa e saudável é medida pela expectativa de vida.
Educação
O acesso ao conhecimento é medido por:
1) Média de anos de educação de adultos, que é o número médio de anos de educação recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25 anos;
2) A expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar, que é o número total de anos de escolaridade que um criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idade permanecerem os mesmos durante a vida da criança.
Renda
E o padrão de vida é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita expressa em poder de paridade de compra (PPP) constante, em dólar, tendo 2005 como ano de referência.
Estudo de Caso
A febre amarela silvestre é uma doença que apresenta grande variação na letalidade. Dados do SINAN - Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação do Ministério da Saúde -, revelam que entre 2001 e 2006 foram notificados no Brasil 109 casos confirmados da doença e 51 óbitos (RIPSA, 2008).
1) Calcule o coeficiente de letalidade da febre amarela nesse período e escreva o resultado no espaço abaixo, considerando apenas os 3 primeiros dígitos.
Gabarito
51 óbitos / 109 casos da doença = 0,4678
= 46,8% é o coeficiente de letalidade da febre amarela
2) Como você explicaria essa variação na letalidade?
Explica-se essa variação pela qualidade de atenção médico-hospitalar, por uma parte, e por outra pelo sub-registro de casos, que também oscila entre períodos epidêmicos e não epidêmicos. Nos períodos epidêmicos os profissionais da saúde e a população estão alertas para a ocorrência da doença e os indivíduos doentes tendem a procurar os serviços de saúde mais precocemente, onde o diagnóstico de certeza é feito mais prontamente e o suporte à vida evita maior número de óbitos. Em períodos não epidêmicos, o retardo na procura dos serviços de saúde pode significar maior letalidade para esta doença que é imunizável.
A taxa de mortalidade infantil (TMI) é calculada dividindo-se o número de óbitos de crianças menores de 1 ano registrados em um dado período, pelo número de nascidos vivos naquele ano, em uma determinada área e multiplicando-se o valor encontrado por 1.000, método conhecido como direto.
A TMI mede, portanto, o risco de morrer no primeiro ano de vida.
TMI= no total de óbitos em menores de 1 ano em dado local e período               x 1.000
                no de nascidos vivos no mesmo local e período
O IDH é uma medida importante concedida pela ONU (Organizações das Nações Unidas) a qual tem como finalidade avaliar a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico de um determinado país. Essas avaliações são feitas anualmente e sustentam três pilares que constituem o IDH, saúde, educação e renda. Sendo assim, os pilares são avaliados da seguinte maneira:  
Saúde: Vida longa e saudável a qual é medida pela expectativa de vida;
Educação: Acesso ao conhecimento, à média de anos estudados (adultos) e anos esperados de escolaridades (crianças);
Renda: Um padrão de vida decente (Renda): medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) com base na Paridade de Poder de Compra (PPC) por habitante. 
A morbidade está relacionada à ocorrência de doenças e agravos à saúde de uma dada população, sempre se referindo a uma população predefinida tomada como grupo exposto ao risco de adoecer.  Merece destaque a uniformização na denominação das doenças e causas de morte. A OMS propõe a adoção, em nível internacional, da Classificação Internacional de Doenças (CID). Para assegurar as condições da tomada de decisões consultam-se os indicadores de morbidade, discriminados em coeficientes ou taxas de incidência e prevalência, considerados como a expressão quantitativa do adoecimento na população.
A letalidade de uma doença expressa o maior ou menor poder que tem uma doença ou agravo de provocar a morte das pessoas acometidas. 
Aula 5: Metodologia Epidemiológica
A contínua construção do conhecimento, a formulação de problemas significativos, a abertura a novas ideias, a fatos novos e relevantes, o entusiasmo na resolução de problemas e a sensibilidade perceptiva são algumas qualidades que devem estar presentes na investigação epidemiológica.
Dentro desse contexto, é imprescindível destacar que a solução de um problema epidemiológico pode representar a vida e a sobrevivência de indivíduos e coletividades.
O método epidemiológico foi especialmente desenvolvido para ser aplicado à investigação do processo saúde-doença, em populações humanas e compreende as seguintes etapas:
Observação
Caracterização do problema em estudo, por meio de instrumentos de medição.
Formulação da hipótese
Tentativa de explicação para um fenômeno observado, uma proposição que necessita ser verificada. O conhecimento prévio que se obtém do fenômeno observado é o que vai orientar a formulação da hipótese.
	Conclusão
Momento da interpretação dos resultados. As conclusões servirão para a construção de novas teorias ou para a complementação e verificação das teorias existentes.
Interpretação
Realizada por meio de informações (censos, histórias clínicas, estatísticas, bibliografia, entrevistas etc.)
Verificação de hipótese
Momento da análise e processamento dos dados epidemiológicos.
Estratégias de problematização propiciam o crescimento da capacidade humana em conhecer a realidade e transcender o seu universo. Criar problemas? Sim, é exatamente essa a ideia da problematização na pesquisa epidemiológica. E pode ser que criar problemas não seja tão difícil quanto resolvê-los.
Epidemiologia descritiva
A formulação de hipóteses é uma etapa imprescindível. É preciso saber qual ou quais as hipóteses mais prováveis para a explicação da associação entre causa (variável dependente) e efeito (variável independente).
Após o levantamento da hipótese, a validação é a etapa seguinte de um estudo analítico. Desse modo, qualquer problema de saúde, sob a perspectiva epidemiológica, deve ser descrito a partir de determinadas características ou variáveis, antes que se possa analisá-lo. Do ponto de vista epidemiológico, analisar é estabelecer relações.
A Epidemiologia descritiva usa princípios básicos de outras ciências, como:
A Sociologia;
A Antropologia;
As Ciências Públicas.
Além disso, utiliza as ferramentas da estatística, objetivando revelar os problemas de saúde-doença em nível coletivo, possibilitando o detalhamento do perfil epidemiológico da população com vistas à promoção da saúde. No enfoque temporal, a Epidemiologia descritiva pode estudar o estado atual, a tendência histórica ou a tendência prospectiva dos agravos à saúde.
Formas de ocorrência das doenças
EPIDEMIA
Elevação do número de casos de uma doença ou agravo em um determinado lugar e período de tempo, que caracterize, de forma clara, um excesso em relação à frequência esperada. Manifestação em uma coletividade ou região, de um grupo de casos de alguma enfermidade que excede a incidência prevista.
SURTO EPIDEMICO
Tipo de epidemia em que os casos se restringem a uma área geográfica pequena e bem delimitada.
Designa-se surto quando dois ou mais casos de uma determinada doença ocorrem em locais circunscritos, como instituições, escolas, domicílios, edifícios, cozinhas coletivas, bairros ou comunidades, aliados à hipótese de que tiveram, como relação entre eles, a mesma fonte de infecção ou de contaminação ou o mesmo fator de risco, o mesmo quadro clínico e ocorrência simultânea.
ENDEMIA
É a ocorrência coletiva de uma determinada doença que, no decorrer de um largo período (temporalmente ilimitada), acometendosistematicamente grupos humanos distribuídos em espaços delimitados e caracterizados, mantém uma incidência relativamente constante, permitindo flutuações de valores, tais como as variações sazonais. Exemplo: tuberculose, malária e febre amarela. Segundo Duarte S. (2004),
 sazonalidade: é a propriedade de um fenômeno considerado periódico (cíclico) de repetir-se sempre na mesma estação do ano. As doenças são sujeitas à variação sazonal com aumentos periódicos em determinadas épocas do ano, geralmente relacionados ao seu modo de transmissão.
PANDEMIA
É considerada uma epidemia de grandes proporções e larga distribuição geográfica, que se espalha por vários países e a mais de um continente.
Um exemplo típico deste evento é a Aids que acomete todos os continentes.
O termo vulnerabilidade tem sido usado em vários estudos epidemiológicos, principalmente focalizado para a perspectiva de risco.
Vulnerabilidade Individual
Refere-se ao grau e à qualidade da informação que os indivíduos dispõem sobre os problemas de saúde, sua elaboração e aplicação de tratamentos na prática.
Vulnerabilidade Social
Avalia a obtenção das informações, o acesso aos meios de comunicação, a disponibilidade de recursos cognitivos e materiais, o poder de participar de decisões políticas e em instituições.3
Vulnerabilidade Pragmática
É a avaliação dos programas para responder ao controle de enfermidades, do grau e qualidade de compromisso das instituições, dos recursos, da gerência e do monitoramento dos programas nos diferentes níveis de atenção.
A vulnerabilidade é vista como um conjunto de aspectos que vai além do individual, abrangendo caráter coletivos, contextuais, que levam à suscetibilidade a doenças ou agravos, levando em conta, também, aspectos que dizem respeito à disponibilidade ou à carência de recursos destinados à proteção das pessoas, na medida em que incorpora práticas cuja essência é o cuidado ao indivíduo-coletivo, a possibilidade de apoiar os sujeitos sociais no que diz respeito aos seus direitos, fato que, na atual conjuntura de saúde e de desenvolvimento do país, se constitui como um desafio a ser perseguido e concretizado.
	Tipo operativo
	Posição do investigador
	Referência temporal
	Denominações correntes
	Agregado
	Observacional
	Transversal
	Estudos ecológicos
	
	
	Longitudinal
	Estudos de tendências ou séries temporais
	
	Intervenção
	Longitudinal
	Ensaios comunitários
	“Individuado”
	Observacional
	Transversal
	Inquéritos ou surveys
	
	
	Longitudinal
	Estudos perspectivos (coortes)
Estudos retrospectivos (caso-controle)
	
	Intervenção
	Longitudinal
	Ensaios clínicos
Aula 6: Institucionalização e Desenvolvimento da Epidemiologia no Brasil e a Construção de Políticas Públicas de Saúde
O módulo I do CBVE (Curso básico de Vigilância Epidemiológica), oferecido pelo Ministério da Saúde faz uma retrospectiva histórica que inicia com o descobrimento do Brasil e culmina com os dias atuais, trazendo uma contextualização histórica e social do Brasil que privilegiou a construção de políticas públicas de saúde, o sistema único de saúde (SUS) e o estabelecimento da Epidemiologia como eixo fundamental de estudo de questões de saúde e práticas de saúde coletiva.
MODELO SANITARISTA 1965 Economia: modelo agroexportador.
Sistema de saúde: saneamento dos espaços de circulação de mercadorias, com erradicação de doenças que poderiam prejudicar a exportação.
A concepção de saúde era fundamentada na teoria dos germes e relação entre agente - hospedeiro e doença. É importante destacar que esse modelo de saúde possuiu inspiração militarista, de combate a doenças em massa, forte concentração de decisões e estilo repressivo de intervenção sobre o individual e o social.
 1980
Economia: industrialização, grande deslocamento de massa operária para os centros urbanos.
Sistema de saúde: o importante era atuar sobre o corpo do trabalhador, mantendo e restaurando sua capacidade produtiva. A concepção de saúde era fundamentada na teoria dos germes e relação entre agente - hospedeiro e doença.
O modelo médico-assistencialista foi construído por uma deliberação política autoritária, com agentes previdenciários, onde o Governo era o grande patrocinador e produtor de serviços privados, criado na lógica do lucro. Com isso esse sistema mostrou-se ineficiente e desigual com consequências catastróficas para a saúde no país, dentre as quais destacam-se a desigualdade no acesso aos serviços, a inadequação à estrutura de necessidades da população; qualidade insatisfatória dos serviços, ausência de integralidade da atenção e excessiva centralização.
SUS
É o conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público, e de forma complementar pela iniciativa privada.
Por ser um conjunto de unidades, serviços e ações que interagem com um mesmo propósito, organizando-se nas três esferas governamentais: Federal, Estadual e Municipal.
PRINCIPIOS DO SUS
O princípio da Universalidade está relacionado ao direito universal ao atendimento, ou seja, todas as pessoas têm o direito ao atendimento, independente da cor, raça, religião, local de moradia, situação de emprego ou renda, caracterizando a saúde como um direito de cidadania, ao ser definido pela Constituição Federal como um direito de todos e um dever do estado.
O princípio da Equidade está relacionado à justiça, ou seja, todo o cidadão deverá ser atendido conforme as suas necessidades, objetivando-se diminuir as diferenças sociais, proporcionando um "atendimento desigual para necessidades desiguais", caracterizado como o princípio de justiça social. É importante destacar que equidade não é sinônimo de igualdade, pois apesar de todos terem direito de acesso aos serviços, independente de cor, raça ou religião e sem nenhum tipo de privilégio, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas.
Integralidade de assistência 
Os serviços de saúde devem funcionar atendendo o indivíduo como um ser humano integral. As ações de saúde devem ser combinadas e voltadas ao mesmo tempo para prevenção e a cura.
REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO
Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade crescente, dispostos em uma área geográfica delimitada e com definição da população a ser atendida.
RESOLUTIVIDADE
É a exigência que um indivíduo busca em um atendimento, ou seja, que o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentar e resolver o problema até o nível de sua complexidade.
DESCENTRALIZAÇÃO
Redistribuição das responsabilidades das ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo (municipal, estadual e federal).
CONTROLE SOCIAL
Participação da população através das entidades representativas na formulação das políticas de saúde e do controle de sua execução, em todos os níveis de governo.
COMPLEMENTARIEDADE DO SETOR PRIVADO
A Constituição definiu que quando por insuficiência do setor público, poderá ser realizada contratação de serviços privados.
Fundamentos da Epidemiologia
Em 1990, as ações nacionais de vigilância epidemiológica e todo o seu acervo documental foram absorvidos pela recém-instituída Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
Surgiu, então, a proposta de criação do Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi), vinculado à Fundação Nacional de Saúde que promoveu o uso da Epidemiologia em todos os níveis do SUS e subsidiou a formulação e a implementação das políticas de saúde nacionais.
O Cenepi  desenvolveu trabalhos conjuntos com universidades e serviços de saúde, para o estabelecimento e para a consolidação dos seguintes sistemas:
Sistemas de Informação em Saúde;
Sistema Nacional de Mortalidade (SIM);
Sistema Nacional de Nascidos Vivos (SISNAC);
Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN);
Constituição da Rede Nacional de Informação para a Saúde (RNIS);
Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa), capacitaçãode recursos humanos e apoio à pesquisa.
		De acordo com o art. 6º da Lei nº 8.080/90, no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), NÃO está incluída a execução de ações de
	
	
	
	vigilância endemiológica.
	
	
	assistência terapêutica integral.
	
	
	vigilância sanitária.
	
	
	saúde do trabalhador.
	
	
	vigilância epidemiológica.
	
Através da Lei 8.080/90 foram apresentadas as diretrizes do SUS, dentre as quais a utilização da Epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, alocação de recursos e a orientação programática (artigo 7o):
- Atenção Psicossocial: Portaria MS/GM nº 678, de 30/3/2006
- Diretrizes para instituição, reformulação, reestruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde. (Resolução no. 453/Conselho Nacional de Saúde, de 10/5/2012)
- Diretrizes e objetivos para a organização da atenção integral e humanizada ao recém-nascido grave ou potencialmente grave e os critérios de classificação e habilitação de leitos de Unidade Neonatal no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Portaria MS/GM nº 930, de 10/5/2012
- Diretrizes nacionais para o saneamento básico: Lei nº 11.445, de 05/01/2007
- Diretrizes Nacionais para a Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas (instituídas pela Portaria MS/SAS nº 400, de 16/11/2009).
- Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal, 2004
- Diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Portaria nº 3.252/2009
- Diretrizes para a Programação Pactuada e Integrada da Assistência à Saúde.
- Diretrizes para a Implantação de Complexos Reguladores.
- Diretrizes para a implementação do Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde (PROFAPS). Portaria nº 3.189/2009
- Diretrizes para Implementação do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas, 2006.
- Diretrizes para o controle da sífilis congênita: manual de bolso, 2006.
- Diretrizes para o fortalecimento para as ações de adesão ao tratamento para as pessoas que vivem com HIV e AIDS.
- Diretrizes para Vigilância, Atenção e Controle da Hanseníase (Portaria MS/GM nº 3.125, de 07/10/10).
- Estratégia Nacional de Avaliação, Monitoramento, Supervisão e Apoio Técnico aos Centros de Atenção Psicossocial
- Pacto Nacional: Um mundo pela criança e o adolescente do semi-árido
- Pacto Nacional pela Redução Mortalidade Materna e Neonatal, 2007.
- Lei nº 11.445, de 05/01/2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico.
Aula 7: Situação Atual da Pesquisa Epidemiológica no Brasil e as Perspectivas para uma Epidemiologia Brasileira
Do ponto de vista acadêmico, contempla o desenvolvimento de atividades de investigação sobre o estado sanitário da população, a natureza das políticas de saúde, a relação entre os processos de trabalho e doenças e agravos, bem como as intervenções de grupos e classes sociais sobre a questão sanitária.
Nessa perspectiva, a saúde coletiva pode ser definida como um campo de conhecimento de natureza interdisciplinar cujas matérias básicas são Planejamento/Administração de Saúde, Ciências Sociais em Saúde, e que tem como eixo estruturante a Epidemiologia.
Aula 8: Epidemiologia, prevenção de doenças e promoção de saúde: planejamento estratégico de ações em saúde
Contagem de indivíduos
Na prática de produção de informação, a Epidemiologia utiliza um conjunto de indicadores da saúde que, se baseiam na contagem de:
▶
DOENTES (indicadores de morbidade);
▶
FALECIDOS (indicadores de mortalidade).
Quality-Adjusted Life Years (QALY)
Um indicador positivo da saúde denominado Quality-Adjusted Life Years (QALY), estimado a partir do cálculo acumulado (por área geográfica) dos anos com qualidade de vida não vividos por motivo de doença, incapacidade ou morte, foi desenvolvido por uma equipe de pesquisa em Economia da Saúde da Universidade de York, Inglaterra.
Os Determinantes Sociais em Saúde (DSS) analisam as causas sociais das iniquidades em saúde no Brasil assim como a aplicabilidade da Epidemiologia no entendimento do processo saúde-doença-cuidado para o estudo dos DSSs.
Alguns instrumentos de mensuração da saúde individual já foram adaptados culturalmente para o Brasil. Um exemplo é o instrumento desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde em um estudo colaborativo multicêntrico, composto por 100 itens (WHOQOL-100) para avaliação da qualidade de vida com uma perspectiva de comparabilidade internacional.
Aula 9: Epidemiologia e gestão de serviços de saúde
A definição mais conhecida de Administração (e de gestão) é a proposta por Henry Fayol, em 1990: planejar, organizar, dirigir e controlar.
Portela & Teixeira (2011) encontraram na teoria do processo de trabalho uma ferramenta para compreender o conceito de gestão. Nessa perspectiva, a gestão relaciona-se ao “trabalho indireto”, ou seja, a gestão é um trabalho que se realiza sobre outros trabalhos.
Não temos como duvidar dessa afirmação, pois o objeto de trabalho do gestor ou do administrador é o trabalho de outras pessoas que se encontram sobre seu comando ou supervisão. Os instrumentos de trabalho do gestor são as atitudes, os conhecimentos e as técnicas que utiliza para definir o processo de trabalho dos outros e controlar a sua execução.
Dentro desse contexto, a gestão, entendida como trabalho indireto, está relacionada a uma atividade de controle sobre o trabalho dos outros.
A gestão na área da saúde pública apresenta ainda mais especificidades que podem interferir no trabalho do gestor.
O artigo 37º da Constituição Federal (1988) estabelece que:
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.
LEGALIDADE
O princípio da legalidade diz que o gestor público só pode fazer o que a lei permite.
2
IMPESSOALIDADE
A impessoalidade determina que os atos de qualquer agente público devem obrigatoriamente ter como finalidade o interesse público.
3
MORALIDADE
O princípio da moralidade está relacionado à honestidade nas ações e conduta do gestor.
4
PUBLICIDADE
O da publicidade diz que o gestor público deve levar ao conhecimento de todos os seus atos e os contratos que estabelece.
5
EFICIÊNCIA
O princípio da eficiência obriga o gestor público a agir com clareza, otimizar os resultados, levar em conta a relação custo-benefício e atender ao interesse público adequadamente.
O Pacto pela Vida contém os seguintes objetivos e metas prioritárias (Portaria GM/MS nº 325, de 21 de fevereiro de 2008):
Atenção à saúde do idoso;
Controle do câncer de colo de útero e de mama;
Redução da mortalidade infantil e materna;
Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária, influenza, hepatite, AIDS;
Promoção da saúde;
Fortalecimento da atenção básica;
Saúde do trabalhador;
Saúde mental;
Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às pessoas com deficiência;
Atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência;
Saúde do homem.
2. PACTO DE DEFESA DO SUS
O Pacto de Defesa do SUS foi criado com o objetivo de despertar a compreensão dos gestores da saúde para o fato de que a implantação efetiva do SUS depende de decisões que vão além dos limites setoriais, exigindo a mobilização da sociedade na luta para a garantia da saúde como direito de todos.
Dessa forma, expressa os compromissos entre os gestores do SUS com a consolidação do processo da Reforma Sanitária Brasileira e articula ações que visam qualificar e assegurar os SUS como política pública, com uma clara estratégia de mobilização social.
O Pacto de Defesa do SUS inclui a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29 pelo Congresso Nacional para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde, buscando um financiamento compatível com as necessidadesde saúde.
3. PACTO DE GESTÃO DO SUS
O Pacto de Gestão do SUS estabeleceu o processo de definição de responsabilidades e competências específicas de cada esfera do governo. De modo geral, as ações de atenção primária ficaram definidas como de responsabilidade dos municípios e todas as demais como objeto de pactuação.
Também instituiu aos gestores estaduais e municipais maior autonomia na alocação dos recursos federais, ou seja, os repasses federais a estados e municípios passaram a ser feitos através de cinco grandes blocos: atenção básica, atenção de média e alta complexidade, vigilância em saúde, assistência farmacêutica e gestão do SUS.
É importante destacar que o Pacto de Gestão do SUS valoriza as relações solidárias entre gestores, definindo as diretrizes e as responsabilidades, contribuindo para o fortalecimento da gestão, em cada eixo de ação:
Descentralização;
Regionalização;
Financiamento do SUS;
Planejamento no SUS;
Programação Pactuada Integrada (PPI);
Regulação da Atenção à Saúde e Regulação Assistencial;
Participação e Controle Social;
Gestão do Trabalho na Saúde;
Educação na Saúde.
EPIDEMIO NO BRASIL
Avanços da Vigilância Epidemiológica no Brasil
A vigilância epidemiológica está incluída entre as nove funções essenciais para a saúde pública (WHO, 1998, OPAS, 2002).
O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica é um subsistema do Sistema Único de Saúde (SUS), baseado na informação-decisão-ação de doenças e agravos específicos.
Seus principais objetivos são elaborar, recomendar e avaliar as medidas de controle e o planejamento.
Dentro desse contexto, a Vigilância Epidemiológica pode ser definida como atividade de informação para decisão/ação, desenvolvendo várias funções específicas, tais como:
✔ Coleta de dados e informações;
✔ Processamento;
✔ Análise e interpretação dos dados coletados;
✔ Tomada de decisão/ação;
✔ Avaliação;
✔ Divulgação de informações pertinentes;
✔ Normatização.
VEDT – Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis
A Vigilância Epidemiológica foi desenvolvida a partir da necessidade de controlar as doenças transmissíveis, denominadas anteriormente de doenças pestilenciais ou quarentenáveis.
Com sua evolução, vários métodos e práticas vêm sendo aplicados na maioria dos países ocidentais.
   Notificação compulsória
Representa a principal fonte de informação da VE de doenças transmissíveis. Notificação compulsória é a comunicação obrigatória da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde feita à autoridade sanitária por profissionais da saúde ou qualquer cidadão, com o intuito de intervenção.
Laboratório
Os laboratórios de Imunologia, Bacteriologia, Virologia, Micologia, Parasitologia, Biologia Molecular e Anatomopatológicos são importantes fontes de dados por permitirem detectar casos que não foram conhecidos por meio da notificação.
SIH-SUS
Internações Hospitalares – Sistema de Informação de Internação Hospitalar (SIH-SUS)
As internações hospitalares são importantes fortes de notificação em virtude dos hospitais serem a porta de entrada para os casos graves.
     
Declaração de Óbitos (DO) – Sistema de Informação de Mortalidade (SIM)
Os dados das DOs alimentam o SIM que se constitui em um importante elemento para o SNVE, tanto como fonte principal de dados, quando existem falhas de registro de casos no SINAN, quanto como fonte complementar, por dispor de informações sobre as características de pessoa, tempo e lugar, assistência prestada ao paciente, causas básicas e associadas a óbitos, que são extremamente relevantes e muito utilizadas no diagnóstico da situação de saúde da população.
     
Investigação Epidemiológica
Através dessa atividade podem ser obtidas informações complementares sobre os casos para que sejam estabelecidos fontes e os mecanismos de transmissão e as medidas de controle, complementando, dessa forma, os dados da notificação, no que diz respeito à fonte de infecção, modo de transmissão, confirmação diagnóstica e outras.
     
Notificação de surtos e epidemias
A ocorrência de surtos e epidemias deve ser imediatamente comunicada aos serviços de VE para acompanhamento e adoção de medidas de controle.
     
Imprensa e população
A imprensa e a população se constituem em importantes fontes de informação sobre a ocorrência de enfermidades em grupos populacionais, principalmente diante da suspeita de epidemias.
Desde 2006, o Brasil adotou mecanismos semelhantes aos presentes no Regulamento Sanitário Internacional, para aumentar a sensibilidade do sistema de detecção, passando a buscar mais detalhadamente notícias circulantes nos meios de comunicação de massa (televisão, jornais, revistas, rádio, internet) para depois submetê-las à verificação pelas autoridades sanitárias locais.
     
Dados demográficos, ambientais e socioeconômicos
Esses dados caracterizam muito bem a dinâmica populacional e as condições gerais de vida da população.
Dentro desse contexto, destacam-se as pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
     
Processamento, análise e interpretação de dados
Os dados coletados devem ser consolidados sistematicamente, com periodicidade definida de acordo com a apresentação epidemiológica de cada doença e agravo e com a disponibilidade de instrumentos de controle.
A análise dos dados é realizada através de cálculos de medidas de frequência, entre outras, ou também empregando métodos de análise estatística. Quanto mais precisas forem as análises, mais eficiente será o sistema de VE
Monitoramento de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT)
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), violências e acidentes representam graves problemas de saúde pública com alto impacto sobre a morbimortalidade da população.
O monitoramento de doenças e agravos não transmissíveis tem como objetivo reduzir a incidência e a prevalência desses problemas de saúde, prolongando, dessa forma, a vida dos seres humanos com qualidade.
Viver uma longa vida,
não significa vivê-la com qualidade.
Portanto, as ações individuais e coletivas devem ser voltadas para a preservação da vida com qualidade, 
Uma importante estratégia para a prevenção das DANTs é a utilização de técnicas pedagógicas ou intervenções educativas em saúde capazes de persuadir as pessoas a modificarem seu estilo de vida.
O perfil epidemiológico dessas enfermidades pode ser modificado por intervenções de promoção da saúde estimulando o autocuidado em saúde.
Novo Regulamento Sanitário Internacional
Em 2005, a 58ª Assembleia Mundial de Saúde aprovou o novo Regulamento Sanitário Internacional, modificando a estratégia anterior para notificação internacional de problemas de saúde que, até então, era restrita a três doenças específicas:
Febre amarela;
Peste;
Cólera.
Tal aprovação representou um marco para a Saúde Pública Internacional, estando o RSI mais adequado às realidades da comunidade sanitária internacional;
Sua abrangência foi ampliada para a “verificação e notificação de todos os EVENTOS URGENTES DE IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL, independente de sua natureza (eventos naturais, acidentais ou intencionais), origem e fontes (biológicas, químicas ou radionucleares), com vistas à adoção de medidas temporárias ou permanentes que impeçam a propagação de doenças e seus agentes pelo mundo, sem criar transtornos desnecessários ao tráfego e ao comércio internacional”;
A disseminação da influenza A (H1N1), mais conhecida como gripe suína, em território nacional, foi um desses eventos recentes e demonstrou o desconhecimento de muitos setores sobre os papéis das autoridades nacionais, bem como os limites e as limitantes do Estado frente ao quadro que se apresentava naquele momento, principalmente, no que se refere ao comércio internacional e aos direitos individuais dos cidadãos, de se locomoverem para além das fronteiras de seus países de origem e residência;
Dessa forma, em virtude dos novos contextos epidemiológicos e situações que propiciam a circulação depatógenos biológicos e não biológicos, potencialmente capazes de colocar em risco a saúde das populações dos países, foi proposta a notificação mais precoce de diversas situações clínicas suspeitas;
Em substituição à lista anterior de doenças, estabeleceu-se um regulamento das denominadas “Emergências de Saúde Pública de Importância Internacional”;
Os países membros da OMS já implantaram esse novo regulamento e o Brasil já adotou providências para cumprir esse pacto;
O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA – tiveram papel relevante no aprimoramento deste regulamento, e desde o início da década nosso país está se preparando para o enfrentamento de situações inusitadas que possam colocar em risco a saúde da população.

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