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AULAS DE EPIDEMIOLOGIA AULA 1 A 5

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Aula 1 
Hipócrates (A.C. 460 a 377 a.C.), o pai da Medicina, é considerado o precursor da Epidemiologia, devido aos seus relatos sobre as epidemias. Hipócrates não se limitava a analisar o paciente em si, mas possuía uma visão holística demonstrando antecipadamente um raciocínio epidemiológico. Analisava as doenças de forma racional como produtos da relação dos indivíduos com o ambiente e com a maneira de viver. No tratado de Ares, águas e lugares, um dos mais antigos do corpus hippocraticum, Hipócrates discutiu os fatores ambientais ligados às doenças, defendendo um conceito ecológico de saúde-doença. Daí surgia a Teoria Miasmática, que sustentava a ideia de que regiões insalubres eram capazes de provocar doenças. 
Mas, você sabe o que é Epidemiologia? 
Etimologicamente, a palavra Epidemiologia significa “ciência do que ocorre sobre o povo”. 
Conceito 
Existem várias definições para o termo. O conceito original se restringia ao estudo de doenças transmissíveis, entretanto, houve uma evolução passando a abranger todos os eventos relacionados à saúde da população. Segundo Rouquayrol (1999) Epidemiologia é a ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, propondo medi das específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças. Enquanto a abordagem clínica se dedica ao estudo da doença no indivíduo, a Epidemiologia estuda os problemas de saúde em coletividades humanas. 
A Epidemiologia se constitui na principal fonte de informação em saúde e é considerada a ciência básica da Saúde Coletiva.
 
As principais aplicações da Epidemiologia são:
 
Investigação etiológica;/ Determinação de riscos;/ Aprimoramento na descrição de quadro clínico;/ Determinação de prognósticos e diagnósticos de Doenças Infectocontagiosas (DIC) e Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT);/ Uso nos serviços de saúde: vigilância epidemiológica, estudos de situação de saúde, e avaliações dos serviços, ações e programas de saúde vigentes. 
Tipos de saúde: 
Saúde pública: A Saúde Pública está relacionada a um campo de saberes e práticas baseado na intervenção técnica e política do Estado, cujas práticas voltam-se tanto para o individual quanto para o coletivo (Pires Filho, 1987). 
Saúde coletiva: A Saúde Coletiva “é a ciência que evita doenças, prolonga a vida e desenvolve a saúde física, mental e a eficiência, através de esforços organizados da sociedade, para o saneamento do meio ambiente, o controle de infecções entre as pessoas, a organização de serviços médicos e paramédicos para diagnóstico precoce e o tratamento preventivo de doença, e o aperfeiçoamento da máquina social que assegurará a cada individuo, dentro da sociedade, um padrão de vida adequado à manutenção da saúde” (Winslow citado por Rouquayrol, 1999). 
A Saúde Coletiva investiga as seguintes: estado de saúde ou condições de saúde de grupos populacionais específicos;/ serviços de saúde (do posto de saúde ao hospital especializado);/ saber sobre a saúde, as relações entre o saber "científico" e as concepções e práticas populares de saúde, influenciadas pelas tradições, crenças e cultura de modo geral. 
O lugar da Epidemiologia no campo da Saúde Coletiva: A Saúde Coletiva se estrutura sobre um campo disciplinar: a Epidemiologia; um campo de ação tecnológica: o planejamento e gestão em saúde, e um campo de prática social: a promoção da saúde. 
Epidemiológico de risco: 
No senso comum risco significa perigo, logo, tem um sentido negativo, já na Epidemiologia o conceito de risco pode ter tanto um sentido positivo quanto negativo, pois está associado à probabilidade de ocorrência de algum evento. 
Portanto, pode estar relacionado a algo positivo, como por exemplo, as chances de cura ou recuperação de uma doença. Risco é o correspondente epidemiológico do conceito matemático de probabilidade. Assim, risco é definido, segundo o professor Naomar de Almeida Filho (2006), como: “a probabilidade de ocorrência de uma doença, agravo, óbito ou condição relacionada à saúde (incluindo cura, recuperação ou melhora) em uma população ou grupo, durante um período de tempo determinado”. O conceito epidemiológico de risco implica relações de ocorrência de saúde-doença em massa, envolvendo grande número de indivíduos, agregados em sociedades, coletividades, grupos demográficos, classes sociais ou outros coletivos humanos. 
Tríade, A ciência epidemiológica é formada por três elementos: 
Clínica Médica: Trata dos saberes sobre saúde e doença. 
Estatística: Trata das diretrizes metodológicas quantitativas. 
Medicina Social: Trata das práticas de transformação da sociedade. 
Cronologia: 
1960 – 1970: Entre os anos 1960 e 1970, houve uma verdadeira revolução na Epidemiologia com a introdução da computação eletrônica. Pode-se dizer que houve uma forte “matematização” da área. Por outro lado, John Cassel (1915-1978) também contribuiu significativamente na sistematização do conhecimento epidemiológico com a teoria compreensiva da doença, fruto da integração dos fundamentos socioantropológicos na saúde. 
1980: A Epidemiologia clínica se consolidou na década de 1980, trazendo como principal consequência o afastamento do contexto coletivo. Dava-se maior ênfase à identificação dos casos e à avaliação da eficácia terapêutica, constituindo a chamada Medicina Baseada em Evidências. Entretanto, na Europa e na América Latina surgiam abordagens mais críticas da Epidemiologia em resposta a essa tendência de “biologização” da Saúde Pública, reafirmando a influência dos determinantes sociais da saúde no processo saúde-doença. Nessa década, novos desafios surgiram: doenças antigas reapareceram e novas enfermidades despontaram. As chamadas doenças emergentes destacando, nesse contexto, a pandemia da SIDA ou AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). 
1990: Nos anos 1990, observamos as novas tendências na Epidemiologia passando a ser aplicada por níveis de determinação, desde abordagens moleculares até uma Etnoepidemiologia. As interfaces entre a Epidemiologia e a Antropologia passaram a chamar a atenção. 
Atualidade: Atualmente, a Epidemiologia encontra-se inserida nos mais variados contextos com inúmeras interfaces disciplinares. Observamos claramente as aplicações da Epidemiologia às diversas fases do ciclo da vida, aos diversos tipos de problemas de saúde (Epidemiologia da AIDS, das doenças infecciosas, das doenças cardiovasculares, do câncer, Epidemiologia nutricional, das violências, do uso de substâncias psicoativas, em saúde mental, em saúde bucal, na saúde do trabalhador, entre outras aplicações) e aos sistemas de saúde. 
Principais objetivos: 
Os principais objetivos da Epidemiologia são: 
 Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas; 
 Proporcionar dados para planejar, executar e avaliar ações de prevenção, controle e tratamento das doenças; 
 Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades.
A partir da primeira década do século XXI as DCNT‘s ou Não Infecciosas, como a obesidade e a síndrome metabólica, doenças cardiovasculares, diabetes, doenças cerebrovasculares e câncer, assumira m proporções alarmantes. Entretanto, doenças infecciosas, como gripe, pneumonia, tuberculose e gastroenterites já foram as principais causas de morte no mundo inteiro. Devido a isso, atualmente, inúmeras pesquisas epidemiológicas vêm sendo conduzidas com base nessas doenças. Hoje, o principal objetivo de interesse desses estudos está relacionado às principais causas de morte das sociedades modernas: óbitos violentos e DCNT. As mudanças da prevalência das doenças infecciosas para as doenças crônico-degenerativas como causa de mortalidade e morbidade trouxeram a necessidade de: determinar as condições de saúde da população através de inquéritos de morbidade e de mortalidade;/ investigar fatores antecedentes ao aparecimento das doenças que possam ser considerados como agentes ou fatores de risco (sedentarismo, tabagismo, hábitos alimentares incorretos). Entretanto, alémdo olhar nas doenças crônicas não transmissíveis, pandemias como a AIDS, gripe aviária e influenza A e a reemergência de enfermidades que até então estavam supostamente erradicadas, como a dengue, a tuberculose e a varíola, também vêm chamando atenção para a Epidemiologia de doenças transmissíveis.
 
RESPOSTA: A figura representa um dos principais objetos de interesse dos estudos epidemiológicos da atualidade. A  obesidade e a síndrome metabólica, as doenças cardiovasculares, o diabetes mellitus, e as doenças cerebrovasculares são as principais doenças crônicas não transmissíveis e estão relacionadas às principais causas de morte das sociedades modernas. As mudanças da prevalência das doenças infecciosas para as doenças crônico-degenerativas como causa de mortalidade e morbidade, trouxeram a necessidade de investigar fatores antecedentes ao aparecimento das doenças, podendo ser considerados como agentes ou fatores de risco como hábitos alimentares incorretos. Podemos observar no carrinho de compras a ausência completa de alimentos de origem vegetal, como frutas, hortaliças e cereais. Apenas alimentos ricos em “calorias vazias”: pizzas, refrigerantes e batata frita que contribuem para o aumento na prevalência das DCNT e todas as suas consequências. Por isso, a senhora foi barrada. Essa figura nos revela a importância da Epidemiologia na detecção dos riscos e na aplicação de medidas de prevenção.
Aula 2 
Saúde: 
Até o século XIX: A “Saúde era a ausência de doença.” O centro das atenções era a doença em si. 
1947: “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença” (OMS – Organização Mundial da Saúde, 1947). Carta Magna de 7 de abril trouxe, o primeiro conceito de Saúde, que apesar de revolucionário, era subjetivo e idealizado.
1970: Cristopher Boorse formulou a Teoria Bioestatística da Saúde, altamente criticada. 
1986: Acontece a VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília , que traz a seguinte definição:"Saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acessos aos serviços de saúde, é assim antes de tudo, o resultado das formas de organização social". 
1988: Segundo Tambellini,1988 , saúde é um bem coletivo que deve ser com partilhado individualmente por todos os cidadãos. “Comporta duas dimensões essenciais: a dimensão do indivíduo e a dimensão da coletividade.” Podemos observar a dimensão social do conceito de saúde. A saúde passou a ser, também, um critério de cidadania. Assim, podemos afirmar que todos os cidadãos são responsáveis pela manutenção da sua saúde (citado por Rouquayrol, 2003). 
História Natural da Doença: 
Período Pré-Patogênico: 
Ocorre previamente à instalação do agente patogênico; 
Ausência da doença; 
Medidas de Atenção Primária à saúde. 
Período Patogênico: 
Momento em que o agente patogênico instalou-se; 
Presença da doença. 
Período Pós-Patogênico: 
Momento após a instalação do agente patogênico; 
Presença ou ausência de incapacidades ou invalidez conforme a doença que se instalou. 
Níveis de Atenção à saúde: 
Atenção Primária à Saúde
Realizada no período pré-patogênico. Compreende aplicação de medidas dirigidas a determinado agravo à saúde. 
Objetivos: 
• Promoção da saúde e prevenção de doenças; 
• Interceptar as causas patológicas antes mesmo que atinjam o indivíduo. 
Exemplos de medidas de proteção específica: 
Imunização, quimioprofilaxia para certas doenças, proteção contra acidentes, controle de vetores, aconselhamento genético, o auto-cuidado em saúde (alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos, higiene). 
Atenção Secundária à Saúde 
Realizada no indivíduo sob ação do agente patogênico, isto é, quando o período pré-patogênico já foi ultrapassado e o processo patológico foi desencadeado. 
As medidas preventivas nesse nível incluem:
 
Diagnóstico precoce, tratamento imediato e limitação da incapacidade. 
Atenção Terciária à saúde 
Corresponde às medidas adotadas após as consequências da doença, representadas pela instalação de deficiências funcionais. 
Objetivo: 
Consiste em alcançar a recuperação total ou parcial, através dos processos de reabilitação e de aproveitamento da capacidade funcional remanescente. 
As medidas mais frequentemente utilizadas nesse nível são: 
A prática de exercício físico realizado através dos profissionais de educação física e fisioterapia, a reeducação alimentar, a terapia ocupacional e a readaptação à vida normal.
Paradigmas Explicativos dos Modelos Saúde-Doença no Âmbito das Sociedades 
Através do conceito de coletivo, o que importa é a determinação social do processo saúde-doença. "Não se trata, de indivíduos, mas de sujeitos sociais, de grupos, de classes sociais e de relações sociais referidas ao processo saúde -doença" (PEREIRA, 1986). 
Perspectivas sobre o processo Saúde-Doença: 
Entende-se como Processo Saúde-Doença, a forma como interagem os fatores ambientais, sociais e próprios do indivíduo. Esse processo causa dois tipos de impacto: 
• Individual – doença/sofrimento/dor; 
• Social – Representação da doença, problema de saúde pública. 
As Causas das Doenças, ou os Fatores Etiológicos, podem se dar por meio da Multifatorialidade (vários fatores de ordem individual e coletivo que interferem e são determinantes no processo saúde-doença). 
Esse processo pode ser de origem: 
ENDÓGENA: Intrínseca/Genética – Ambiente Humano; 
EXÓGENA: Extrínsecos – Fatores Sociais + Fatores Ambientais (Agressores Físico-Químicos e Biológicos). 
Fatores sociais do processo saúde-doença: 
Fatores socioeconômicos: Os pobres são percebidos como mais doentios e mais velhos. São mais propensos a enfermidades graves e morrem mais jovens. A taxa de mortalidade infantil é mais elevada, assim como o número de 
recém-nascido de baixo peso (Rouquayrol, 2003). 
Fatores sociopolíticos: A incapacidade de decisão política e de participação comunitária são exemplos de desvalorização da cidadania. 
Fatores socioculturais: Os preconceitos, os hábitos culturais, as crendices, os comportamentos, os valores, a incapacidade de se organizar para reivindicar, são exemplos de fatores sociocultural inseridos no processo de saúde -doenças. 
Fatores psicossociais: A marginalidade, a promiscuidade, as relações parentais instáveis, as condições de trabalho inadequadas, a carência afetiva de ordem geral, o bullying, são fatores psicossociais que interferem no processo de saúde-doenças. 
Fatores ambientais: São todos os fatores que mantêm relações interativas com o agente etiológico e o suscetível. 
Ocorrem em situações ecológicas desfavoráveis produzidas por fatores naturais ou artificialmente pela ação do homem, podendo funcionar como agentes patogênicos. 
Os Fatores ambientais estão divididos em: 
Ambiente físico e químico: Com o progresso, o desenvolvimento industrial, a urbanização e a industrialização houveram modificações nos hábitos e estilo de vida. Diariamente, substâncias carcinogênicas são ingeridas, inaladas ou absorvidas por via cutânea. 
Ambiente biológico: Solo, clima e recursos hídricos, microssistemas bioclimáticos propícios à manutenção dos vetores e reservatórios de agentes patogênicos. 
Ambiente humano: Fatores genéticos determinam a maior ou menor susceptibilidade à aquisição de doenças e ao uso de medicamentos. 
World Health Organization Quality of Life 
Em 1995, a Organização Mundial de Saúde (OMS), propôs a criação de um grupo (grupo WHOQOL) que construiu o seguinte conceito de qualidade de vida: “Qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida no 
contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. A construção desse conceito permitiu a este grupo desenvolver um instrumento (ferramenta demensuração) válido para a avaliação do conceito de qualidade de vida a nível internacional: o instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100). Trata-se de um questionário composto por 
100 itens que avalia a qualidade de vida, baseado em três aspectos fundamentais: subjetividade, a multidimensionalidade e a presença de dimensões positivas e negativas. Para isto a Organização Mundial de Saúde 
criou um projeto colaborativo e multicêntrico que foi desenvolvido com a colaboração de 15 centros que trabalharam, simultaneamente, em diversas culturas. 
O WHOQOL-100 é composto por 100 questões que avaliam seis domínios: Físico, Psicológico, Nível de Independência, Relações sociais, Meio ambiente e Espiritualidade /Crenças Pessoais. O grupo também desenvolveu o WHOQOL-Bref, que é uma versão abreviada, composta por 26 questões extraídas do WHOQOL-100. Esta versão abreviada é composta por quatro domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente.
Os principais usos do WHOQOL-100 são: 
Prática clínica para melhorar a relação médico-paciente e avaliar o resultado do tratamento; 
Pesquisas; 
Construção e Implementação de Políticas de saúde. 
As principais características do WHOQOL-100 são: 
Disponibilidade em 20 idiomas; 
Desenvolvimento transcultural; 
Ênfase na percepção do indivíduo. 
No Brasil, a versão em português foi desenvolvida no Departamento de Psiquiatria e Medicina legal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tendo como coordenador o Dr. Marcelo Pio de Almeida Fleck. É importante destacar que os pesquisadores em geral podem aplicar os questionários propostos pela OMS, desde que não modifiquem suas orientações. 
Aula 3 
Determinantes Sociais da Saúde (DSS): 
Condições de vida: condições materiais necessárias à subsistência, relacionadas à nutrição, à habitação, ao saneamento básico e às condições do meio ambiente. 
Estilo de vida: formas social e culturalmente determinadas de vida, que se expressam no padrão alimentar, no dispêndio energético cotidiano no trabalho e no esporte, hábitos como fumo, álcool e lazer. 
Um dos fatores relevantes para definição de cada individuo e do seu perfil epidemiológico é a desigualdade social, que representa diferenças sistemáticas na situação de saúde de grupos populacionais. Segundo 
Relatório Final da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde ( Fiocruz, 2008), alguns DSS são biológicos, enquanto outros, de abrangência coletiva, são dependentes de políticas públicas e das condições políticas, econômicas, sociais, culturais e ambientais existentes. Para promover à saúde as ações devem atuar sobre o universo dos determinantes da saúde pessoais e não pessoais. Dentro desse contexto, destaca-se a importância da Epidemiologia Social, visto que a doença tem caráter histórico e social. É fundamental a compreensão do processo saúde-doença como processo social e enfatizar que os DSS desempenham um impacto direto na saúde. 
Determinação Social da Saúde 
O complexo da Qualidade de Vida envolve: 
• Habitação; 
• Saneamento e meio ambiente; 
• Saúde; 
• Educação; 
• Alimentação e nutrição; 
• Cultura, Esporte e lazer; 
• Trabalho e renda; 
• Previdência e Assistência Social; 
• Transporte. 
A saúde envolve: 
Aspectos biológicos: idade, gênero, ciclo de vida (infância, adolescência, maturidade, velhice), herança genética; 
Aspectos ambientais, incluindo o físico e o socioeconômico e cultural; 
Estilo de vida: higiene pessoal, dieta, atividade física, adições, comportamento sexual e outros; 
Serviços de saúde. 
Promoção da saúde 
A promoção da saúde está relacionada a medidas que não se dirigem a doenças específicas, mas que visam aumentar a saúde e o bem-estar dos indivíduos e da coletividade. O fortalecimento da capacidade individual e coletiva para o confronto com uma imensa variedade de determinantes sociais e condicionantes da saúde é o asp ecto principal. A promoção da saúde tem como objetivo: 
Ressaltar a atuação sobre os determinantes socioambientais da saúde e políticas públicas intersetoriais, voltadas à melhoria da qualidade de vida das populações; 
Reforçar a tendência de diminuição das responsabilidades do Estado, delegando aos indivíduos, progressivamente, o autocuidado. 
Já a prevenção de doenças, exige uma ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural da doença, para impedir que ocorra seu estabelecimento. Há a necessidade do conhecimento epidemiológico para o controle e redução do risco de doenças. Dentro desse contexto, projetos d e prevenção na área de educação em saúde são imprescindíveis e baseiam-se na informação científica e orientações à população.
Focos da promoção da saúde: 
Foco 1: Saúde como produto da interação de vários fatores relacionados à qualidade de vida, com ênfase em ações voltadas para o coletivo e o ambiente (físico, social, político, econômico, cultural), contemplando a “autonomia” de indivíduos e grupos (capacidade para viver a vida) e a equidade (Carvalho et al, 2004 citados por Paim, 2006). 
Foco 2: Saúde como produto de comportamentos de indivíduos e famílias (estilos de vida, dieta, atividade física, hábito de fumar), com ênfase em programas educativos relacionados a riscos comportamentais passíveis de mudança.(Carvalho et al., 2004) 
Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS): 
A CNDSS foi criada em março de 2005 sendo composta por especialistas e personalidades da vida social, econômica, cultural e científica do país, nomeada pelo Ministro da Saúde. Sua constituição expressa o reconhecimento que a saúde é um bem público a ser construído com a participação solidária de todos os setores da sociedade brasileira. 
Trata-se de uma iniciativa de grande importância ética e humanitária, que visa: 
Identificar com maior precisão as causas de natureza social, econômica e cultural da situação de saúde da nossa população; 
Identificar com maior precisão as causas de natureza social, econômica e cultural da situação de saúde da nossa população;Identificar políticas públicas de saúde e extras setoriais, assim como iniciativas da sociedade, que ajudem a 
enfrentá-las, buscando garantir maior equidade e melhores condições de saúde e qualidade de vida para os brasileiros. 
Tendo em vista as informações levantadas, reflita sobre o enfrentamento dos Determinantes Sociais da Saúde (DSS) na perspectiva da integralidade dos direitos humanos.
RESPOSTA:
As formas concretas de inserção socioeconômica da população (condições de trabalho e condições de vida) são relevantes para explicar a saúde e o perfil epidemiológico. As condições gerais de existência caracterizam o modo de vida que articula as condições e o estilo de vida. O complexo da Qualidade de Vida envolve: habitação, saneamento e meio ambiente, saúde, educação, alimentação e nutrição, cultura, esporte e lazer, trabalho e renda, previdência e assistência social e transporte. A saúde envolve aspectos biológicos (idade, gênero, herança genética); aspectos ambientais, incluindo o físico e o socioeconômico e cultural; estilo de vida: (higiene pessoal, dieta, atividade física, adições, comportamento sexual e outros) e acesso aos serviços de saúde.
A saúde é um direito e um bem social. Reconhecer os determinantes sociais em saúde nos ajuda a encontrar um caminho para trabalhar mais efetiva e eficazmente através de ações que reduzem as iniquidades sociais. Como disse Don Matheson, “é requisito para liberdade”.
Os princípios de justiça social, equidade em saúde, direitos humanos e suas relações são valores fundamentais para a ação sobre os Determinantes Sociais de Saúde (DSS). A necessidade de um enfoque integral, intersetorial e participativo para a compreensão e ação sobre DSS é extremamente relevante. 
Através da reflexão sobre os DSS é possível elaborar estratégias que visam à diminuição das iniquidades em saúde e contribuam para o melhor exercício da justiça social e dosdireitos humanos. Através dessa atitude, uma visão crítica sobre os determinantes sociais de saúde poderá ser construída.
Aula 4 
Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações: 
O que são e para o que servem os indicadores? 
De acordo com Rouquayrol (1999), indicadores são parâmetros utilizados internacionalmente com o objetivo de avaliar, sob o ponto de vista sanitário, a higidez de agregados humanos, bem como fornecer subsídios aos pla nejamentos de saúde, permitindo o acompanhamento das flutuações e tendências históricas do padrão sanitário de diferentes coletividades consideradas à mesma época ou da mesma coletividade em diversos períodos de tempo. Segundo o documento, Indicadores básicos de saúde no Brasil: análise do período 1996 a 1999, o grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua validade (capacidade de medir o que se pretende) e confiabilidade (reproduzir os mesmos resultados quando aplicado em condições similares)... ... Outros atributos de qualidade de um indicador são sua mensurabilidade (basear-se em dados disponíveis ou fáceis de conseguir), relevância (responder a prioridades de saúde) e custo-efetividade (os resultados justificam o investimento de tempo e recursos). Os indicadores são apresentados como: 
Indicadores de Morbidade e fatores de risco; 
Indicadores de Mortalidade; 
Indicadores Demográficos; 
Indicadores Socioeconômicos;
Indicadores de Recursos; 
Indicadores de Cobertura. 
Medidas de ocorrência de doenças, agravos e óbitos:
A análise da situação de saúde é uma das aplicações da Epidemiologia, na interface entre a produção de conhecimentos e sua aplicação aos serviços de saúde. Na verdade, é necessário conhecer o que afeta a saúde da população e em que medida isso ocorre, o que compromete o pleno desempenho das potencialidades humanas, quais os fatores relacionados ao surgimento de doenças, agravos e óbitos e os que podem ser evitados através de prevenção e assistência adequada. Segundo Paulo Buss (2000), o estado de saúde está associado à qualidade de vida das populações e que as características da vida em sociedade, o modo de viver a vida e as relações sociais guardam relação com o nível de saúde. Daí a necessidade de analisar a situação sanitá ria de acordo com as características sociais, econômicas, políticas e culturais das coletividades. Por ser mais difícil de se mensurar a saúde, mede-se a “não saúde”, ou seja, as doenças e agravos (morbidade), as mortes (mortalidade), as incapacidades físicas e mentais (sequelas); mede-se, também, as variáveis relacionadas a processos fisiológicos (como a gestação), hábitos e estilo de vida (exercícios físicos, dietas saudáveis etc.), entre outros. 
Os principais indicadores utilizados na epidemiologia para avaliar o estado de saúde das comunidades são: 
Morbidade é uma variável característica de comunidades de seres vivos e refere-se ao conjunto de indivíduos que adquirem doenças em um dado intervalo de tempo e lugar. Designa-se morbidade ao comportamento das doenças e dos agravos à saúde em uma população exposta. Em Saúde Pública, os indicadores utilizados com mais frequência para avaliar o risco de um problema de saúde ou para descrever a situação de morbidade em uma comunidade são as duas medidas básicas da frequência: a prevalência e a incidência. 
Mortalidade é uma propriedade natural das comunidades dos seres vivos. Refere-se ao conjunto dos indivíduos que morrem em um dado intervalo de tempo e em certo espaço. 
Indicadores Demográficos 
Esperança de vida: A esperança de vida para uma faixa etária definida é um indicador geral das condições de vida e saúde e reflete o padrão de mortalidade de uma população. 
Principais funções dos Indicadores Demográficos: Analisar variações geográficas e temporais na expectativa de vida da população;Contribuir para a avaliação dos níveis de vida e de saúde da população;Subsidiar processos de 
planejamento, gestão e avaliação de políticas de saúde e de previdência social, entre outras, relacionadas com o aumento da expectativa de vida ao nascer. 
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) 
A PNAD apresent a dados sobre as condições de saúde, necessidades, acesso e utilização de serviços e planos de saúde, moradia, censo populacional. 
Objetivos da PNAD: Levantamento estatístico que integra o Programa Nacional de Pesquisas Contínuas por Amostra de Domicílios da Fundação IBGE; Vem sendo realizada desde 1967 com um duplo objetivo: suprir a falta de informações sobre a população brasileira durante o período intercensitário ;/ estudar temas insuficientemente investigados ou não contemplados nos censos demográficos decenais realizados por aquela instituição. 
A PNAD está estruturada em... 
Pesquisa básica: investiga, de forma contínua, os temas definidos como de maior importância para medir e acompanhar o nível socioeconômico da população: habita ão e mão de obra, além de características demográficas e educacionais. 
Pesquisas suplementares: aprofundam os temas permanentes e investigam outros assuntos de interesse que se interliguem com os da pesquisa básica. 
Pesquisas especiais:abordam assuntos de maior complexidade, que exigem tratamento à parte da pesquisa básica. 
Índice de Desenvol vimento Humano (IDH) 
O conceito de Desenvolvimento Humano parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que 
influenciam a qualidade da vida humana. O objetivo da elaboração do IDH é oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Desde 2010, quando o Relatório de Desenvolvimento Humano com pletou 20 anos , novas metodologias foram incorporadas para o cálc ulo do IDH. Atualmente, os três pilares que constituem o IDH (saúde, educação e renda) são mensurados da seguinte forma: Uma vida longa e saudável (s aúde) é medida pela expectativa de vida; O acesso ao conhecimento (educação) é medido por: i) média de anos de educação de adultos, que é o número médio de anos de educação recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25 anos; e ii) a expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar, que é o número total de anos de escolaridade que um criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idade permanecerem os mesmos durante a vida da criança; E o padrão de vida (renda) é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita expressa em poder de paridade de compra (PPP) constante, em dólar, tendo 2005 como ano de referência. 
As medidas da frequência das doenças, agravos à saúde e de óbitos representam um desafio constante para a realização de ações de prevenção, promoção da saúde e da qualidade de vida. 
Obs: Os principais sistemas de informação possuem grande cobertura em todo país e o seu aperfeiçoamento possibilitam obter indicações com elevado grau de fidedignidade para as áreas com melhor desenvolvimento social e de gestão dos serviços de saúde. Dessa forma, melhorias no processo saúde-doença-cuidado podem ser proporcionadas através da interpretação das medidas de morbidade e mortalidade, mesmo com suas limitações. 
RESPOSTA: 46,788... = 46,8%
RESPOSTA: Explica-se essa variação pela qualidade de atenção médico-hospitalar, por uma parte, e por outra pelo sub-registro de casos, que também oscila entre períodos epidêmicos e não epidêmicos. Nos períodos epidêmicos os profissionais da saúde e a população estão alertas para a ocorrência da doença e os indivíduos doentes tendem a procurar os serviços de saúde mais precocemente, onde o diagnóstico de certeza é feito mais prontamente e o suporte à vida evita maior número de óbitos. Em períodos não epidêmicos, o retardo na procura dos serviços de saúde pode significarmaior letalidade para esta doença que é imunizável.
Aula 5 
Conceito de Método 
Método pode ser conceituado como um modelo a partir do qual observamos, medimos e tomamos conhecimento dos fatos e dos acontecimentos da vida. A Epidemiologia, assim como acontece com outras áreas do conhecimento, tem o seu método próprio para reconhecer, medir e avaliar o seu objeto de trabalho. 
O método epidemiológico foi especialmente desenvolvido para ser aplicado à investigação do processo saúde-doença, em populações humanas e compreende as seguintes etapas: 
Observação: caracterização do problema em estudo, por meio de instrumentos de medição. 
Interpretação: realizada por meio de informações (censos, histórias clínicas, estatísticas, bibliografia, entrevistas etc.). 
Formulação de hipóteses: tentativa de explicação para um fenômeno observado, uma proposição que necessita ser verificada. O conhecimento prévio que se obtém do fenômeno observado é o que vai orientar a formulação da hipótese. 
Verificação de hipóteses: momento da análise e processamento dos dados epidemiológicos. 
Conclusões: momento da interpretação dos resultados. As conclusões servirão para a construção de novas teorias ou para a complementação e verificação das teorias existentes. 
Problematização na pesquisa epidemiológica: estratégias de problematização propiciam o crescimento da capacidade humana em conhecer a realidade e transcender o seu universo. Criar problemas? Sim, é exatamente essa a ideia da problematização na pesquisa epidemiológica. E pode s er que criar problemas não seja tão difícil quanto resolvê-los. 
Hipóteses epidemiológicas: 
Hipóteses são respostas possíveis aos problemas colocados pela ciência e pelo senso comum.Uma hipótese epidemiológica compreende uma explicação para algum fenômeno, com o por exemplo, a distribuição ou a determinação do surgimento de doenças e/ ou indivíduos doentes, em populações, através de relações estabelecidas entre as variáveis que representam risco, fatores de risco e vulnerabilidade às doenças . Dentro desse contexto, é importante destacar que a hipótese epidemiológica deve levar em consideração os aspectos da doença na população e as variações nos componentes ambientais (físicos, químicos, biológicos, sociais) associados à exposição aos fatores de risco. A hipótes e orienta e determina a natureza dos dados a serem coletados e a metodologia da coleta. A formulação de hipóteses é indispensável em toda investigação epidemiológica, estudo epidemiológico e pesquisa científica, seja de ordem experimental ou observacional. As hipóteses geradas objetivam dar explicação aos padrões de distribuição segundo pessoa, tempo e lugar, podendo identificar os fatores de risco associados.A correta produção de hipóteses e a busca de solução para os problemas identificados são os maiores desafios para a ciência epidemiológica. A formulação de hipóteses é a etapa fundamental em qualquer pesquisa científica.
Epidemiologia descritiva: A formulação de hipóteses é uma etapa imprescindível. É preciso saber qual ou quais as hipóteses mais prováveis para a explicação da associação entre causa (variável dependente) e efeito (variável independente). Após o levantamento da hipótese, a validação é a etapa seguinte de um estudo analítico. Desse modo, qualquer problema de saúde, sob a perspectiva epidemiológica, deve ser descrito a partir de determinadas características ou variáveis, antes que se possa analisá-lo. Do ponto de vista epidemiológico, analisar é estabelecer relações. A Epidemiologia descritiva usa princípios básicos de outras ciências, como a Sociologia, a Antropologia e as Ciências Políticas ; além disso, utiliza as ferramentas da estatística, objetivando revelar os problemas de saúde-doença em nível coletivo, possibilitando o detalhamento do perfil epidemiológico da população com vistas à promoção da 
saúde. No enfoque temporal, a Epidemiologia descritiva pode estudar o estado atual, a tendência histórica ou a tendência prospectiva dos agravos à saúde. 
VARIÁVEIS EPIDEMIOLÓGICAS: 
As variáveis são os elementos do processo saúde-doença que se quer estudar. 
Os métodos e as técnicas da Epidemiologia são utilizados para detectar uma associação entre uma doença ou agravo e características de pessoa, tempo e lugar. Portanto, o primeiro passo para o entendimento de um problema de saúde ou de uma doença consiste em descrevê-lo por meio de variáveis de pessoa, tempo e lugar.
As pessoas incluídas nos estudos são diferenciadas entre si por atributos tais como: gênero, religião, peso ou altura, que são as variáveis.
Variáveis qualitativas estão relacionadas às diferenças essenciais, com o porexemplo a variável gênero que inclui as categorias feminino e masculino, a variável situação conjugal, ocupação, entre outras. 
Variáveis quantitativas referem-se a propriedades que mantêm a mesma natureza e podem ser manifestadas em termos numéricos, como temperatura, pressão sanguínea, peso e estatura. 
Na prática epidemiológica busca-se evidenciar as relações entre as variáveis. 
Formas de ocorrência das doenças 
Epidemia: Elevação do número de casos de uma doença ou agravo em um determinado lugar e período de tempo, que caracterize, de forma clara, um excesso em relação à frequência esperada. Manifestação em uma coletividade ou região, de um grupo de casos de alguma enfermidade que excede a incidência prevista. O número de casos varia de acordo com a causa, o tamanho e as características da população exposta, sua experiência prévia ou falta de exposição à enfermidade, o local e a época do ano em que ocorre. O m ais importante é o caráter desse aumento – descontrolado, brusco, significante, temporário. Exemplo: epidemia de dengue. 
Surto epidêmico: Tipo de epidemia em que os casos se restringem a uma área geográfica pequena e bem delimitada.Designa-se surto quando dois ou mais casos de uma determinada doença ocorrem em locais circunscritos, como instituições , escolas, domicílios, edifícios, cozinhas coletivas, bairros ou comunidades, aliados à hipótese de que tiveram, como relação entre eles , a mesma fonte de infecção ou de contaminação ou o m esmo fator de risco, o mesmo quadro clínico e ocorrência simultânea. 
Endemia: É a ocorrência coletiva de uma determinada doença que, no decorrer de um largo período (temporalmente ilimitada), acometendo sistematicamente grupos humanos distribuídos em espaços delimitados e caracterizados, mantém uma incidência relativamente constante, permitindo flutuações de valores, tais como as variações sazonais. Exemplo: tuberculose, malária e febre amarela. Segundo Duarte S. (2004), sazonalidade: é a propriedade de um fenômeno considerado periódico (cíclico) de repetir-se sempre na mesma estação do ano. As doenças são sujeitas à variação sazonal com aumentos periódicos em determinadas épocas do ano, geralmente relacionados ao seu modo de transmissão. 
Pandemia: É considerada uma epidemia de grandes proporções e larga distribuição geográfica, que se espalha por vários países e a mais de um continente. Um exemplo típico deste evento é a Aids que acomete todos os continentes. 
Risco e vulnerabilidade 
O termo vulnerabilidade tem sido usado em vários estudos epidemiológicos, principalmente focalizado para a perspectiva de risco.MUNÕZ SÁNCHEZ & BERTOLOZZI, 2007 demonstraram que o modelo de vulnerabilidade deve ser analisado de acordo com a relação entre a vulnerabilidade individual/social/programática em diferentes populações. 
Vulnerabilidade Individual: Refere-se ao grau e à qualidade da informação que os indivíduos dispõem sobre os problemas de saúde, sua elaboração e aplicação na prática. 
Vulnerabilidade Social: Avalia a obtenção das informações, o acesso aos meios de comunicação, a disponibilidade de recursos cognitivos e materiais, o poder de participar de decisões políticas e em instituições. 
Vulnerabilidade Programática: Consiste na avaliação dos programas para responder ao controle de enfermidades, além do grau e qualidade de compromissodas instituições, dos recursos, da gerência e do monitoramento dos programas nos diferentes níveis de atenção. 
Principais desenhos de pesquisa em epidemiologia

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