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07 Projeto Político Pedagógico

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PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Projeto Político-Pedagógico 
Um projeto é um esforço temporário empreendido cujo objetivo é criar um novo produto, serviço ou 
processo. O Projeto Político Pedagógico (PPP) é um instrumento que reflete a proposta 
educacional da escola. É através dele que a comunidade escolar pode desenvolver um trabalho 
coletivo, cujas responsabilidades pessoais e coletivas são assumidas para execução dos objetivos 
estabelecidos. 
A qualificação profissional, salários dignos, jornada de trabalho que inclua tempo livre para os 
estudos e a atuação dos professores em atividades extraclasses, são condições indispensáveis para 
se ter pessoas responsáveis e competentes na construção da proposta da escola. 
O PPP deve possibilitar aos membros da escola, uma tomada de consciência dos problemas e das 
possíveis soluções, estabelecendo as responsabilidades de todos. A presença do debate democrático 
possibilita a produção de critérios coletivos no seu processo de elaboração, assimilando significados 
comuns aos diferentes agentes educacionais e colaborando com a identificação desses com o 
trabalho desenvolvido na escola. 
É baseado na construção de parcerias com a comunidade que mostramos o êxito de qualquer projeto 
educacional que tem como meta o desenvolvimento da cidadania e a construção da identidade da 
escola. O PPP define a intencionalidade e as estratégias da escola. Porém, só poderá ser percebido 
dessa maneira, se assumir uma estratégia de gestão democrática, ou seja, se for baseado na 
coletividade. Ele será eficaz na medida em que gera o compromisso dos atores da escola com a 
proposta educacional e com o destino da instituição. 
O Projeto Político-Pedagógico é um mecanismo eficiente e capaz de proporcionar a escola condições 
de se planejar, buscar meios, e reunir pessoas e recursos para a efetivação desse projeto. Por isso é 
necessário a envolvimento das pessoas na sua construção e execução. 
É através dos princípios democráticos apontados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB) de 1996 que podemos encontrar o aporte legal da escola na elaboração da sua 
proposta pedagógica. De acordo com os artigos 12, 13 e 14 da LDB, a escola tem autonomia para 
elaborar e executar sua proposta pedagógica, porém, deve contar com a participação dos 
profissionais da educação e dos conselhos ou equivalentes na sua elaboração. 
Apesar das escolas se basearem em normas gerais da educação, as unidades escolares se 
diferenciam entre si, pois cada instituição tem suas necessidades e princípios específicos. Outro 
ponto que as diferem é a região em que cada escola se situa, bem como os desejos de cada membro 
envolvido na construção do projeto educativo. 
O Que É E O Que Deve Conter Um Projeto Político Pedagógico? 
Projeto Político Pedagógico 
Um projeto é um plano para realizar algo, que demanda planejamento para definir as estratégias e os 
caminhos a serem seguidos. No âmbito escolar não é diferente. Toda escola precisa ter clareza de 
seu projeto educacional que diz de sua responsabilidade e contribuição com o desenvolvimento 
integral e formação cidadã dos estudantes. 
Como Elaborar Uma Proposta Pedagógica Com Foco Em Educação Integral? 
Na perspectiva da educação integral, a proposta pedagógica é o grande alicerce para que a escola 
faça as conexões e articulações necessárias para compreender o sujeito em toda sua complexidade. 
Além de pactuado com a comunidade escolar – estudantes, professores, gestores e demais 
profissionais, além de familiares – o projeto político pedagógico (PPP) deve prever ações de médio, 
curto e longo prazo que deem conta de seus diversos desafios. 
Na prática, o projeto político pedagógico traduz a identidade escolar e se consolida no dia a dia a 
partir de ações práticas deste cotidiano. “Ter papel higiênico ou não, permitir que os alunos se sirvam 
da comida ou não, tudo isso é projeto político pedagógico”, afirmou a coordenadora executiva do 
Cedac, Roberta Panico, em entrevista cedida ao Centro de Referências em Educação Integral. 
 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Saiba + Projeto Político Pedagógico: reflexão constante e permanente 
Veja entrevista completa com Roberta Panico, onde ela comenta sobre o Projeto Político Pedagógico 
e a publicação temática feita pelo Cedac e direcionada a gestores: “Projeto Político Pedagógico: 
orientações para o gestor escolar entender, criar e revisar o PPP’“ 
Um desafio do PPP é dialogar com a realidade escolar, e isso aponta para a necessidade das 
instituições promoverem um diagnóstico prévio de seus atores para então traçar um perfil desta 
comunidade e elencar as expectativas que se tem com ela. 
O Papel Da Gestão 
A aplicação do PPP, ou seja, o seu desdobramento nas práticas pedagógicas, deve ser garantida 
pela gestão escolar – diretores e coordenadores – que deve buscar pautá-lo em meio a rotina como, 
por exemplo, na hora de trabalho pedagógico coletivo (HTPC). 
Também se espera que os gestores coloquem em prática uma gestão democrática, possibilitando a 
participação ativa dos demais atores escolares na formatação dessa política educacional. Nesse 
sentido, já no planejamento do PPP deve se garantir a entrada das instâncias participativas, bem 
como as devidas devolutivas das diversas representações envolvidas. 
Na Prática 
 
Centro de Ensino Fundamental 01 de Planaltina (CEF 01) – também conhecido como Centrinho – 
mostra como revisou o seu projeto político pedagógico em nome de um posicionamento da 
comunidade escolar a favor da diversidade. O “Diversidade na Escola” , que começou como um 
projeto na unidade, hoje integra as diretrizes pedagógicas da instituição. 
Ainda na visão de Roberta Panico, isso é uma questão do diretor se aproximar e discutir a gestão 
democrática a partir de sua operacionalização – como se faz uma gestão de outra forma? -, uma vez 
que os mecanismos legais nem sempre garantem processos mais democráticos e participativos. 
Outra questão fundamental é que o PPP não se configure como uma política local, de uma única 
escola e leve em consideração as orientações da rede, seja ela municipal ou estadual. E, da mesma 
maneira, busque refletir os pressupostos de outras diretrizes educacionais, como Plano Nacional de 
Educação, Base Nacional Comum Curricular, entre outros. O PPP deve levar em consideração, ao 
mesmo tempo, o micro e o macro, sempre em diálogo. 
Como Montar Um Projeto Político-Pedagógico Escolar? 
Documentar as ações e os projetos da escola em que você está inserido, contando com o apoio de 
professores, coordenadores, alunos e famílias: essa é uma das funções do projeto político-
pedagógico. 
No texto de hoje vamos apresentar essa ferramenta muito útil, tanto para a comunidade escolar 
quanto para os pais, na hora de escolher a melhor escola para os filhos. Acompanhe. 
O Que É O Projeto Político-Pedagógico? 
O projeto político-pedagógico escolar é a síntese de todos os objetivos que uma instituição de ensino 
deseja alcançar, incluindo princípios, diretrizes, metas estabelecidas pela comunidade acadêmica, 
visando a qualidade do ensino e a aprendizagem de seus alunos. 
O ideal é que, a princípio, este documento seja elaborado a partir da coleta de informações junto à 
comunidade externa (fornecedores, vizinhos, parceiros etc.) e interna à escola (alunos, pais e 
funcionários). 
Como se vê, o projeto político-pedagógico envolve várias etapas do processo escolar: planejamento 
de atividades, execução do que foi previsto, avaliação e reavaliação mediante as mudanças. 
Quais Informações Essenciais Para O Projeto? 
É fundamental que o projeto político-pedagógico escolar contenha os seguintes quesitos:PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
• missão da escola; 
• público-alvo; 
• informações sobre o andamento dos projetos de aprendizagem; 
• diretrizes pedagógicas; 
• o relacionamento com as famílias; 
• questões financeiro-administrativas etc. 
Além da escola e da comunidade, o projeto político-pedagógico também envolve órgãos do governo. 
O documento segue a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996. Em seu 12º artigo, ela prevê, 
entre outras coisas, o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas, o acesso a meios 
para a recuperação de alunos com rendimento inferior, a articulação com famílias e comunidade, bem 
como a notificação ao conselho tutelar, ao juiz e ao Ministério Público acerca dos alunos faltantes que 
excederem 50% do percentual permitido em lei. 
Práticas Imprescindíveis Para Um Projeto Político-Pedagógico Efetivo 
1. Envolver Toda A Comunidade 
Integrar os diversos personagens em torno de um objetivo comum. Este é um dos principais objetivos 
para a construção de um projeto efetivo. Com a participação de todos os envolvidos, é possível 
elaborar um projeto com identidade definida, e com toda a equipe participando das tomadas de 
decisão. 
Se cada uma das partes agir como multiplicador, ao final do processo serão vários colaboradores, 
que se somarão ao documento, com sugestões e opiniões. Críticas também devem ser bem-vindas, 
já que ajudam no processo de elaboração do projeto. 
2. Cumprir Os Combinados E Estar Aberto A Cobranças 
Os coordenadores do projeto devem oficializar os combinados, agendar as etapas e arcar com os 
compromissos. Com uma agenda clara e transparente, os participantes perceberão a intenção do 
documento e a seriedade com que está sendo conduzido. 
Cobranças sempre existirão. Porém, com um projeto político-pedagógico organizado, aos poucos, as 
pessoas confiarão mais nos organizadores ao longo do processo. 
3. Permitir Que O Documento Esteja Sempre Acessível A Todos 
Nada de engavetar o documento como se ele fosse propriedade de um pequeno grupo. O documento 
deve estar em um local onde as pessoas podem acessá-lo quando lhes convier. Assim, o processo 
torna-se mais democrático e fácil de lidar. 
O Projeto Político Pedagógico: Conceitos E Significados Na Democratizaçao Da Escola 
Introdução 
A gestão escolar, numa perspectiva democrática, tem características e exigências próprias. Para 
efetivá-las, é preciso observar procedimentos que promovam o envolvimento, o comprometimento e a 
participação das pessoas. É necessário exercer funções que fortalecem a presença e a atuação das 
pessoas envolvidas. O modo democrático de gestão abrange o exercício do poder, incluindo os 
processos de planejamento, a tomada de decisões e a avaliação dos resultados alcançados. 
Trata-se de fortalecer procedimentos de participação da comunidade escolar no governo da escola, 
descentralizando os processos de decisão e dividindo responsabilidades, com intuito de envolver 
todos os segmentos interessados na construção das propostas coletivas de educação para atingir um 
objetivo: promover uma educação de qualidade. 
 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
O Projeto Político Pedagógico: Conceitos E Significados Na Democratizaçao Da Esola 
Planejar a escola é ter uma visão ampla, achar detalhes, encontrar soluções, entendendo o contexto 
de onde se vive. A ideia de Projeto Político Pedagógico do ponto de vista mais amplo é no sentido de 
planejar o que a escola precisa fazer, a partir do que é possível construir, o que ela pretende realizar 
com seus alunos, tendo em vista as necessidades dos mesmos, da comunidade e da sociedade. Este 
projeto nasce da necessidade de mudança, de correção de rumos. 
O Projeto Político Pedagógico ajuda a identificar o que é a escola e definir os caminhos que devem 
ser seguidos, ele acompanha a sociedade, a escola e suas finalidades culturais e sociais de formação 
profissional e humanística, sendo fundamental revê-lo a todo o momento, à sua própria condição e 
mudá-lo sempre que necessário para que se possa rever os ângulos, descobrir e redescobrir 
situações. 
Veiga (2001, P. 110) Define O Projeto Político Pedagógico Da Seguinte Forma: 
É um instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito quando, de que maneira, por quem, para 
chegar a que resultados. Além disso, harmoniza as diretrizes da educação nacional com a realidade 
da escola, traduzindo sua autonomia e definindo seu compromisso com a clientela. É a valorização 
da identidade da escola e um chamamento a responsabilidade dos agentes com as racionalidades 
interna e externa. Essa idéia implica a necessidade de uma relação contratual, isto é, o projeto deve 
ser aceito por todos os envolvidos, dá a importância de que seja elaborado participativa e 
democraticamente. 
Nessa ótica, a equipe gestora tem que estar organizada com cronogramas para que os momentos de 
discussão e estudos aconteçam, devendo existir clareza e uma parceria, pois o projeto precisa 
chegar às mãos de cada profissional. Não pode ficar restrito à direção da escola. Cada membro da 
comunidade escolar tem que ter clareza de seus objetivos, metas, das ações. É fundamental que 
todos se sintam sujeitos da construção do espaço escolar como espaço público de libertação e 
criação. É importante que as pessoas se sintam participantes desse processo. Muitas vezes, se 
questiona porque este projeto é chamado de político- pedagógico. Analisando com cuidado, entende-
se que ele é político porque é uma concepção de público. A escola enquanto espaço que socializa 
saberes é pública, e essa afirmação da escola como espaço público foi decorrente de muitas lutas 
históricas. 
Primeiramente, porque os setores que estavam excluídos puderam estar na escola, não estar como 
sujeitos passivos, mas como sujeitos de direitos. Nessa estimativa é que é político, pois é uma 
afirmação da esfera dos direitos do que é devido a cada cidadão. 
E é pedagógico porque é uma concepção de educação de mundo que a escola deve elaborar, 
sistematizar e socializar. Assim, entende-se que, na verdade, o projeto político pedagógico é 
constitutivo, faz parte do “ser” da escola. 
Cada escola deve buscar a sua identidade, interagindo com todos os sujeitos envolvidos no processo 
democrático educacional. Quando todos se integram ao projeto político pedagógico tudo o que 
acontece na escola tem sentido, e quando todos os atores abraçam a ideia todas as ações da escola 
valem a pena. 
Nesse Sentido, Demo (1998, P. 248) Assim Se Refere: 
Existindo o projeto próprio torna-se bem mais fácil planejar o ano letivo, ou rever e aperfeiçoar a 
oferta curricular aprimorar, expedientes avaliativos, demonstrando a capacidade de evolução positiva 
crescente. É possível lançar desafios estratégicos como diminuir a repetência, introduzir índices 
crescentes de melhoria qualitativa, experimentar didáticas alternativas atingir posição de excelência. 
É importante entender e salientar que o Brasil foi colonizado a partir de uma visão eurocêntrica, que 
apagou diferenças, suprimiu identidades, e a escola deve buscar a alma do povo, deve buscar a 
identidade cultural, a língua, a forma de ver o mundo e reconhecer essa diversidade, integrando 
essas diferenças. A questão do Projeto Político Pedagógico, tal como vem sendo discutida 
atualmente, deve priorizar de forma intensa a busca das raízes e da identidade, justamente porque 
essa busca de identidade e da história (a dos povos indígenas, africanos...) faz parte da 
universalidade enquanto seres humanos. A escola tem o papel de resgatar tudo isto, através do 
 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
projeto políticopedagógico, visto que é um espaço de criação, de liberdade, de afirmação do ser 
humano. 
É importante entender que o Projeto Político Pedagógico passa por conceitos diversos, em épocas 
diferentes, possui uma elasticidade, porém a formalização e a teorização da junção das palavras 
político/pedagógico se deu no embate dos Projetos Políticos dos revolucionários franceses no século 
XVIII, e foi neste embate, na origem do discurso liberal, que formalizou-se a política burguesa em que 
houve esta junção para um sistema político pedagógico. Então este vai tomando diversas faces, mas 
guarda a semelhança em relação às diretrizes da educação democrática que se desenha naquele 
momento, uma delas é a luta pela escola laica, pública, gratuita para todos, sendo esse projeto 
liberal. Neste aspecto, causa insatisfação, pois é um projeto inconcluso, devido às políticas públicas 
não tê-lo realizado em sua real plenitude. 
Cabe frisar que nesses quinhentos anos de Brasil, se teve lampejos de democracia, se pensar numa 
visão tradicional em que as secretarias, órgãos acadêmicos e organismos determinam o currículo, o 
que se deve ser ensinado e os tempos escolares. A escola sempre se viu como uma mera executora 
de políticas, propriamente determinadas por estâncias que lhes são externas. A construção da 
democracia de fato pressupõe que a escola crie a sua identidade, que ela seja semente de 
transformação de sua realidade circundante e da realidade do país e do mundo. 
O Projeto Político Pedagógico leva a vários movimentos, principalmente ao do processo de 
democratização, onde haja a participação de todos e que estes compreendam que a escola é uma 
instituição de Estado, que deve discutir um projeto juntamente com o sistema público de ensino e, 
assim, todas as escolas poderão ter um unitário de qualidade (não como uma linha de produção), 
mas que cada ser humano deve se apropriar de um conhecimento de qualidade, de saber pensar 
cientificamente, reconhecendo a sua história e sua identidade. Nesse sentido, afirmam Gadotti e 
Romão (1997) que a gestão democrática pode melhorar e é específica da escola, isto é o seu ensino. 
A participação na gestão da escola proporcionará um melhor conhecimento do funcionamento da 
escola e de todos os seus atores, proporcionará um contato permanente entre professores e alunos, 
o que leva ao conhecimento mútuo, e em consequência aproximará também as necessidades dos 
alunos dos conteúdos ensinados pelos professores. 
O Projeto Político Pedagógico da escola precisa de médio e longo prazo, e ainda de respaldo dos 
políticos, pois estes também são sujeitos da escola, juntamente com os pais, professores, alunos. 
Neste sentido, o problema não é somente construir o projeto, e sim a temporalidade e consolidação 
deste projeto. 
É necessário um longo prazo e não deve ser concebido em linha de euforia x desilusão e esse projeto 
têm múltiplos tempos, memórias e sujeitos, pois a memória tem um tempo descontínuo, não sendo 
controlada dentro de um critério político utilitário; é viva e afetiva e que quando se traz para o 
momento de construção e reflexão do projeto político pedagógico é riquíssima. 
Nesta perspectiva, o projeto tem que ser a materialização do futuro no presente. É preciso trabalhar o 
horizonte histórico de uma universalização da escola, da produção do conhecimento, da crítica ao 
colonialismo, construir a sociedade do futuro a partir do presente. Referindo se a essa ideia, exprime 
Gadotti (1992, p. 34): 
Todo o projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar, significa tentar 
quebrar um estado confortável para arrisca-se atravessar um período de instabilidade em função da 
promessa que cada projeto contém de estado melhor que o presente. Um projeto educativo pode ser 
tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de 
ação do possível, comprometendo seus atores e autores. 
A escola pública deve ser publicizada, afirmada como espaço público desde o presente. A educação 
é um ato político, já dizia Freire (1975). Uma escola que não se politiza de fato não está cumprindo o 
papel, lembrando que quanto mais conflituosas forem as ideias políticas dentro da escola, mais 
democrática ela será. 
O protagonismo de todos os atores que compõem a escola deve ter uma expressão comunitária de 
auto-organização e não uma organização de secretarias, visto que estas deveriam assegurar 
condições de livre produção de conhecimento, pois, muitas vezes, acabam realizando ações de 
controle, fiscalização e avaliações rígidas, que acabam formatando a prática democrática que 
 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
prejudica a escola e esta acaba sendo não democrática. Muitas vezes, há resistência ao Projeto 
Político Pedagógico e isso tem a ver com a democracia, pois se o professor se sente protagonista, 
ator de fato daquela escola, os pontos de vista que são críticos ou que defendem a manutenção de 
certas práticas vão servir para enriquecer as ações. As resistências fazem parte de cada processo e 
permite a transformação. Isto faz com que a escola se torne um lugar onde se realizam e projetam 
utopias. 
As resistências, dessa maneira, não podem ser vistas como algo patológico dentro da escola, como 
algo doentio sendo que não desaparecem, são apenas substituídas por outros ideais, observando os 
caminhos a serem seguidos. 
Hoje, no Brasil, existe um projeto em busca da identidade das pessoas que se realiza basicamente 
dentro da escola, sendo este o lugar onde essa busca acontece de fato, através do projeto político 
pedagógico, que não pode ser visto como um mero documento, e sim como um canal democrático 
para a consolidação da cidadania. 
Veiga (2001, p. 33) afirma que: “É preciso entender o Projeto Político Pedagógico da escola como um 
reflexão do seu cotidiano”. Para tanto, ele precisa de um tempo razoável de reflexão-ação, pra ter um 
mínimo necessário à consolidação de sua proposta. 
A escola é uma instituição inseparável da sociedade, é distinta, porém ligada à sociedade brasileira 
como um todo. Enquanto instituição voltada à educação, tem um compromisso com o humano e com 
o mundo. Seu compromisso humano está contido na função social libertadora dos sujeitos: no 
reconhecimento do individual, da identidade da historicidade, desejos e outras marcas próprias de 
cada humano, mas transcendendo a capacidade de identificar marcas comuns entre ele e seu grupo, 
assumindo a idéia de pertencimento a uma rede de objetivos comuns. 
Este compromisso é complexo porque suas consequências estão no mundo, e a representação da 
escola enquanto espaço público possui em si uma ambivalência muito próxima: este espaço pode ser 
colocado a serviço de dominação ou da libertação, dependendo da postura do educador. 
Segundo Freire (2000, p. 58), assim a escola “[...] tanto pode estar a serviço da decisão, da 
transformação do mundo, da inserção crítica nele, quanto a serviço da imobilização, da permanência 
possível das estruturas injustas, da acomodação dos seres humanos à realidade tida como intocável.” 
Nesse sentido, portanto, destaca-se a importância da escola manifestar suas concepções políticas 
pedagógicas na prática para, assim, contribuir com o processo de libertação dos indivíduos. Não 
basta a escola ter um projeto político pedagógico se em sala de aula o professor não vivenciar com 
os alunos as concepções da escola, ou seja, a construção de um aluno crítico, reflexivo e capaz de 
atuar na sociedade, pois ele é o mediador de uma educação, que poderá ser para a manutenção ou 
para a transformação social, dependendo da prática pedagógica que adotar no exercício de sua 
profissão. 
Nessa perspectiva, é importante compreender que a escola não é uma ilha isolada, pois está inserida 
no interiorda sociedade. Interliga-se a muitas instituições diferentes, com propostas e objetivos os 
mais diversos, sofre todo o tipo de influências e impactos do mundo, atravessa as mais diversas 
relações de poder: democráticas, dominadoras, discriminatórias, hierárquicas e outras mais. 
Assim, uma teia de relações diversificadas liga a escola à comunidade, pois o mundo cotidiano da 
comunidade, da sociedade, penetra a escola de todos os lados, entra por todas as janelas e portas, 
entra pela experiência de vida dos alunos e dos professores. A televisão, os amores, a novela, o 
futebol, as mentes, os corações, o sexo, a violência, os corpos, o país, o universo tem assento na 
escola. 
Ainda, todos professores detêm algum conhecimento; os alunos também; a sociedade, a humanidade 
sabe muito mais e os lugares de aprendizagem são os mais diversos. O viver cotidiano é página do 
livro que se pensa e se escreve a todo o instante. 
Nesta ótica de pensamento, compreende-se que nenhuma escola está acabada, já que ela é 
constituída pela teia de relações que fazem o cotidiano da escola. Importa desafiar a todos para 
reflexão crítica na busca de uma qualidade cada vez maior do processo ensino/aprendizagem. 
 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
A construção/reconstrução da escola, visando a superar as formas de dominação, de discriminação, 
de insuficiência do processo aprendizagem, visa uma gestão a cada dia mais democrática, por isso a 
escola é uma realidade feita de grupos sociais diferentes com interesses, objetivos experiências 
culturais distintas. Sendo assim, na escola existem grupos sociais diferenciados e não homogêneos. 
Daí porque a interlocução democrática se faz ainda mais necessária. 
Com a promulgação da Lei nº 10.693, de 2003, espera-se que a escola realmente assuma o seu 
papel social de valorização e de difusão da cultura e da pluralidade de formação ética. 
Gadotti (1992), educador brasileiro comprometido com a educação popular e comunitária, propõe 
uma educação multicultural, como estratégia de educação para todos capazes de reduzir os elevados 
índices de evasão e de repetência dos segmentos menos favorecidos da sociedade brasileira, na sua 
maioria constituída por pobres, negros, índios e mestiços. Considera ele que uma das tendências de 
mundo contemporâneo é o multiculturalismo, que deve se traduzir no respeito e valorização das 
diferenças socioculturais. 
O desafio é expor as diferenças, conflitar, para romper com a ideia imposta pelo sistema econômico 
de massificação: do trabalho, das pessoas..., libertando-se da ideia de igualdade homogênea, pois a 
diferença sempre estará presente, porque é do humano identificar-se enquanto diferente. 
O que se pretende é resgatar a historicidade de cada educando e ir além, informando, refletindo 
sobre a prática, pesquisando, com consciência da condição humana de inacabamento, 
estabelecendo vínculos que proporcionam o refletir sobre uma ética do humano. Já Freire (1996), 
mesmo considerando as proposições de Gadotti, propõe uma educação problematizadora, que 
desafia o educando a pensar criticamente a realidade social, política e histórica, com vistas à 
construção da cidadania e, consequentemente, à superação da realidade vigente. 
Segundo o autor, a luta por uma sociedade melhor, ou seja, pela boniteza do mundo, exige 
competência que acontece pela via do conhecimento. Nesse sentido, cabe ao professor aguçar a 
curiosidade do aluno para que ele se transforme em sujeito de produção de conhecimento. É preciso 
estimular a busca do conhecimento, onde ambos (professor e aluno) vão aprendendo numa relação 
dialógica e de interação. Nessa ótica, o autor adverte que é possível propor outra forma de abordar o 
conhecimento, não apenas pela transmissão, pois ensinar “não é transferir conhecimento, mas criar 
as possibilidades para a sua produção ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 22, grifo do autor). 
Assim, a escola contribui para a formação de sujeitos capazes de intervir e mudar a realidade social 
vigente. 
Na escola democrática/cidadã, o estudante, sujeito/educando/educador ocupa o centro da mesma, ou 
seja, a dinâmica da escola, como um todo, resultante de sua proposta pedagógico/administrativa, tem 
como sujeito o educando em processo de aprendizagem. Não basta, pois, assegurar o acesso e a 
permanecia na escola, mas capacitar o aluno/sujeito e educando/educador a ser capaz de aprender e 
criar a capacidade de seguir aprendendo sempre com autonomia intelectual e ético/política. 
Na escola, a gestão democrática é uma ousadia que dura sempre e que precisa ser iniciada a cada 
dia, já que a democracia é modo de viver, em que se aceita o outro diferente, na convivência 
respeitosa, amorosa com liberdade, responsabilidade, consciência social, política e ecologia, 
respeitando a si e aos outros, pois é na escola que se constrói espaços efetivamente 
democráticos de convivência e desenvolvimento humano. 
Se os professores querem uma escola para todos, é urgente que seus planos se redefinam para uma 
educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos, que reconheça e valorize as 
diferença. 
Por mais que defendamos teoricamente a inclusão de todas as crianças na escola, na pratica ainda 
somos dominador por um modo de pensar, por um cotidiano e por uma organização escolar que 
ainda não “esqueceu”, que ainda tem “saudades” da cultura anterior. Nesta cultura as crianças que 
entram e permanecem na escola devem se submeter as tarefas e recursos de ensino comuns. 
Devem, pouco a pouco apresentar competências e habilidades escolares comparáveis; devem 
aprender em um contexto em que um mesmo professor ensina do mesmo modo em um mesmo 
espaço e tempo didático. (MACEDO, 2005, p. 11). 
É preciso considerar a escola na perspectiva de um “nós”, como um todo que funciona como 
 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
regulador da relação de aprendizagem. Uma escola para todos e democrática, que cumpra com a sua 
obrigação social, respeitando a educação como um direito de todos: pobres ou ricos, com 
dificuldades de aprendizagem ou não, de diferentes raças, cores, condições físicas ou sociais, como 
se todos fossem equivalentes, com potencial para aprender. A escola precisa ser um lugar capaz de 
interpretar carências e necessidades, anseios e perspectivas manifestados pela sociedade, 
desenvolvendo práticas educativas eficazes para o atendimento as demandas daqueles que direta ou 
indiretamente são atingidos pela prática cotidiana da ação escolar, tornando-se um centro de 
formação cultural, cientifico e técnico. 
Diante deste contexto, a escola passa a ser o lugar que abrange questões fundamentais relativas à 
vida humana em sociedade, tais como desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade social. 
Uma pedagogia crítica, libertadora e democrática cria condutas coordenadoras de ações 
consensuais, buscando a participação dinâmica e viva dos diferentes sujeitos que integram o espaço 
de sala de aula, articulando diferentes saberes. Mas a ousadia, a utopia, o desafio é a coragem de 
enfrentar com esperança de um instante sempre melhor, tudo isso em nosso viver cotidiano, na 
escola, na família e nos demais espaços de nossas atividades. 
A vida democrática é condição de desenvolvimento efetivamente humano e de educação e formação 
humana, razão de ser da escola, do conhecimento, da cultura e do próprio viver humano. Ela será 
tanto mais abrangente, profunda, vital, quanto mais o professor ousar assumir a responsabilidade de 
lutar pela qualidade do ensino. Assim, as relações pedagógicas tornam-se sempre mais relações 
humanas, fazendo fluir o humano nas palavras, nos gestos, nas atitudes, na coordenação deações 
consensuais, no âmbito escolar mudando o ambiente cultural da comunidade e da sociedade como 
um todo. 
Professores e escolas são peças importantes na realização das responsabilidades sociais e políticas. 
Ao implantar meios aos alunos para dominarem conhecimentos culturais e científicos, desenvolvendo 
competências cognitivas e operativas, para que estes coloquem em prática em suas vidas 
profissionais e em conduta social, rumo à cidadania. Eis o ponto importante no qual o trabalho em 
equipe da escola e professor adquire forma real para influenciar a democratização social e política. 
Para que a escola seja, de fato, um espaço de afirmação de uma identidade pluricultural é 
necessário, ainda percorrer um longo caminho, onde as diferenças culturais não se constituam em 
motivo de discriminação social, mas sim em um espaço possibilitador da construção de uma nova 
identidade nacional, assentada no pluralismo cultural. 
É preciso, pois, propiciar, por meio de ensino em todos os níveis, o conhecimento da diversidade 
cultural e pluralidade étnica, bem como a necessária informação sobre os bens culturais do rico 
patrimônio histórico. Só assim se estará contribuindo para a construção de uma escola plural e cidadã 
e formando cidadãos brasileiros cônsisos de seu papel como sujeitos históricos e como agentes de 
transformação social. 
Acredita-se que o papel da escola é decisivo na busca das transformações emancipatórias e na 
configuração do projeto de vida que se produz na comunidade, organizando os contextos e as ações 
que se desenvolvem na mesma, a partir de uma clara intencionalidade educativa. 
Para que esta tarefa seja realizada, é necessário que a escola crie uma organização e um ambiente 
que favoreçam o diálogo, o debate, a análise e a reflexão. 
A Construção Do Projeto Político Pedagógico Da Escola 
O planejamento é um processo permanente que implica escolhas, opções para construção de uma 
realidade, num futuro próximo. Embora o processo de planejamento ocorra a todo o momento na 
escola, é importante que as opções assumidas coletivamente estejam materializadas em um 
documento que, na prática, toma vários nomes: planejamento pedagógico, proposta pedagógica, 
projeto político-pedagógico, projeto pedagógico, projeto pedagógico-curricular ou plano da escola. 
É esse documento que deve orientar a escola na importante tarefa de formação plena do indivíduo. O 
objetivo é, portanto, conversar sobre o que concebe o processo de elaboração de um projeto político-
pedagógico, como ele pode ser construído de forma participativa, apresentar algumas sugestões para 
sua elaboração e refletir sobre as condições necessárias para sua implementação. 
 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
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Qual o significado e a importância do projeto político-pedagógico para a escola? 
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A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96), no artigo 15, concedeu à 
escola progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira. O que 
isso significa? 
Ter autonomia significa construir um espaço de liberdade e de responsabilidade para elaborar seu 
próprio plano de trabalho, definindo seus rumos e planejando suas atividades de modo a responder 
às demandas da sociedade, ou seja, atendendo ao que a sociedade espera dela. 
A autonomia permite à escola a construção de sua identidade e à equipe escolar uma atuação que a 
torna sujeito histórico de sua própria prática. Pensar no processo de construção de um projeto 
político-pedagógico requer uma reflexão inicial sobre seu significado e importância. 
Vamos verificar como a LDBEN ressalta a importância desse instrumento em vários de seus artigos: 
No artigo 12, inciso I, que vem sendo chamado o artigo da escola a Lei dá aos estabelecimentos de 
ensino a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica. O artigo 12, inciso VII define 
como incumbência da escola informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o rendimento dos 
alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica. 
No artigo 13, chamado o artigo dos professores , aparecem como incumbências desse segmento, 
entre outras, as de participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino 
(Inciso I) e elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento 
de ensino (Inciso II). 
No artigo 14, em que são definidos os princípios da gestão democrática, o primeiro deles é a 
participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola. É bom 
lembrar que, pela primeira vez no Brasil, há uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que 
detalha aspectos pedagógicos da organização escolar, o que mostra bem o valor atribuído a essa 
questão pela atual legislação educacional. 
Dessa forma, essa é uma exigência legal que precisa ser transformada em realidade por todas as 
escolas do país. Entretanto, não se trata apenas de assegurar o cumprimento da legislação vigente, 
mas, sobretudo, de garantir um momento privilegiado de construção, organização, decisão e 
autonomia da escola. Por isso, é importante evitar que essa exigência se reduza a mais uma 
atividade burocrática e formal a ser cumprida. 
Um projeto político-pedagógico voltado para construir e assegurar a gestão democrática se 
caracteriza por sua elaboração coletiva e não se constitui em um agrupamento de projetos 
individuais, ou em um plano apenas construído dentro de normas técnicas para ser apresentado às 
autoridades superiores. 
Mas o que é mesmo projeto político-pedagógico? Segundo Libâneo (2004), é o documento que 
detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser desenvolvido na escola, 
expressando a síntese das exigências sociais e legais do sistema de ensino e os propósitos e 
expectativas da comunidade escolar. Na verdade, o projeto político-pedagógico é a expressão da 
cultura da escola com sua (re) criação e desenvolvimento, pois expressa a cultura da escola, 
impregnada de crenças, valores, significados, modos de pensar e agir das pessoas que participaram 
da sua elaboração. Assim, o projeto orienta a prática de produzir uma realidade. 
Para isso, é preciso primeiro conhecer essa realidade. Em seguida reflete-se sobre ela, para só 
depois planejar as ações para a construção da realidade desejada. É imprescindível que, nessas 
ações, estejam contempladas as metodologias mais adequadas para atender às necessidades 
sociais e individuais dos educandos. 
Em síntese, suas finalidades são: Estabelecer diretrizes básicas de organização e funcionamento da 
escola, integradas às normas comuns do sistema nacional e do sistema ou rede ao qual ela pertence. 
Reconhecer e expressar a identidade da escola de acordo com sua realidade, características próprias 
e necessidades locais. Definir coletivamente objetivos e metas comuns à escola como um todo. 
 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
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Possibilitar ao coletivo escolar a tomada de consciência dos principais problemas da escola e das 
possibilidades de solução, definindo as responsabilidades coletivas e pessoais. Estimular o sentido 
de responsabilidade e de comprometimento da escola na direção do seu próprio crescimento. Definir 
oconteúdo do trabalho escolar, tendo em vista as Diretrizes Curriculares Nacionais para ensino, os 
Parâmetros Curriculares Nacionais, os princípios orientadores da Secretaria de Educação, a 
realidade da escola e as características do cidadão que se quer formar. Dar unidade ao processo de 
ensino, integrando as ações desenvolvidas seja na sala de aula ou na escola como um todo, seja em 
suas relações com a comunidade. 
Estabelecer princípios orientadores do trabalhodo coletivo da escola. Criar parâmetros de 
acompanhamento e de avaliação do trabalho escolar. Definir, de forma racional, os recursos 
necessários ao desenvolvimento da proposta. A partir dessas finalidades, é preciso destacar que o 
projeto políticopedagógico extrapola a dimensão pedagógica, englobando também a gestão 
financeira e administrativa, ou seja, os recursos necessários à sua implementação e as formas de 
gerenciamento. 
Em suma: construir o projeto político-pedagógico significa enfrentar o desafio da transformação global 
da escola, tanto na dimensão pedagógica, administrativa, como na sua dimensão política. Agora, 
reflita: em que medida essa concepção de projeto político-pedagógico está presente na prática de 
sua escola? 
Que processos envolvem a elaboração de um projeto político-pedagógico? Para que as finalidades 
do projeto político-pedagógico sejam alcançadas, alguns processos precisam ser desenvolvidos. Em 
vários momentos, esses processos se entrecruzam e são dependentes uns dos outros, como se verá 
a seguir. Antes, é necessário que fique claro que não há uma única forma de se construir um projeto, 
devido às singularidades de cada unidade escolar. 
O processo de participação A importância da participação vem sendo ressaltada por todos que 
defendem uma gestão democrática. No entanto, embora nenhum segmento tenha uma importância 
menor que a do outro nesse trabalho coletivo, é importante definir, com clareza, as responsabilidades 
que cada um deve assumir, considerando a existência de funções e níveis hierárquicos diferenciados 
dentro da escola. 
Ou seja, todos devem ter o seu espaço de participação, mas não se deve confundir o espaço das 
atribuições, ultrapassando os limites de competência de cada um: Direção, professores e 
profissionais de suporte pedagógico são os responsáveis diretos pela mobilização da escola e da 
comunidade para a construção da proposta. Além disso, cabe-lhes a tomada de decisões sobre 
conteúdos, métodos de ensino e carga horária das disciplinas do currículo. Os alunos são fontes de 
informação das suas necessidades de aprendizagem, que se vão constituir no núcleo das 
preocupações da escola. São eles, de fato, o alvo de todo esse esforço. 
O trabalho dos funcionários, por se realizar em uma escola, tem uma dimensão pedagógica que é 
muito pouco reconhecida, até por eles próprios. As relações que eles estabelecem com os alunos e 
com os pais poderiam ser exploradas na direção da formação da cidadania. Os pais e a comunidade 
devem participar efetivamente das decisões sobre o orçamento e a utilização dos recursos 
financeiros que a escola recebe. 
Além disso, os pais[3] devem participar das discussões sobre as características do cidadão que se 
quer formar, sobre o uso do espaço e do tempo escolar e sobre as formas de organização do ensino 
que a escola deve adotar. O processo de mobilização Para que o projeto político-pedagógico seja, de 
fato, um instrumento de melhoria de qualidade da escola, ele precisa ser construído coletivamente, 
com responsabilidade e compromisso, a partir de um processo contínuo de mobilização que envolve 
elaboração, execução, acompanhamento, avaliação e reelaboração. 
Uma das mais importantes tarefas da equipe gestora é encontrar pontos de partida para atingir um 
nível esperado de mobilização, pois, durante o processo, muitas lideranças vão emergir, provocando 
novas adesões. 
O papel do Conselho Escolar nesse trabalho de mobilização[4] é fundamental, já que ele congrega os 
representantes dos diversos segmentos da escola. No entanto, é sempre desejável que a 
participação da comunidade seja ampliada com a presença de outras pessoas, além daquelas que já 
fazem parte do Conselho. 
 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
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Essa mobilização é indispensável, sob pena de não se conseguir construir a proposta de uma forma 
democrática, legitimada por aqueles que fazem da escola um espaço vivo e atuante. O processo de 
negociação É preciso compreender que, nas sociedades humanas, nenhum processo se faz de forma 
linear e harmônica e, portanto, a negociação se torna um elemento central na realização de qualquer 
trabalho que envolva acoletividade. A participação democrática, condição essencial de formação do 
cidadão, supõe a presença de conflitos. O próprio exercício da participação abre espaço para a 
emergência desses conflitos. É impossível evitar tais situações, porque elas existem de fato e 
revelam a variedade de concepções que norteiam as ações pessoais. 
É necessário, pois, reconhecer a existência de tensões ou conflitos entre as necessidades individuais 
e os objetivos da instituição e compreender a sua natureza, de modo a capitalizar as divergências em 
favor de um objetivo maior. É aqui que entra o papel da negociação. Saber negociar significa dar 
lugar ao debate, à expressão das várias necessidades e das diferenças, produzindo um ambiente do 
qual resulte a assunção coletiva dos conflitos e dos problemas, a cooperação voluntária no trabalho 
em equipe, a repartição mais igualitária do poder e dos recursos. 
Assim, a autonomia da escola não é, isoladamente, a autonomia dos gestores ou a dos professores 
ou a dos alunos ou a dos pais. Ela é resultante da confluência de várias formas de pensamento e de 
interesses diversos que é preciso saber gerir, integrar e negociar. O projeto políticopedagógico, 
portanto, vai significar uma síntese desses diversos interesses e tem como propósito dar um sentido 
coletivo às autonomias individuais. Pense bem: como andam os processos de participação, 
mobilização e negociação na sua escola? 
Que cidadão se quer formar? Tanto a mobilização como a participação e a negociação não ocorrem 
no vazio. A proposta pedagógica tem um conteúdo que vai sendo construído por meio desses 
processos. Dentre esses conteúdos, está a definição do cidadão que se quer formar. Que 
características devem ter o cidadão[5] para viver no mundo contemporâneo? A escola tem espaço 
para definir essas características? 
Afinal, que espaço tem a escola nessa definição? A despeito de se considerar que competências, 
conhecimentos, habilidades e valores são básicos para a vida do cidadão em qualquer lugar do 
mundo, é também reconhecida, hoje, a necessidade da preservação e do desenvolvimento de 
aspectos que constituem a especificidade das diversas culturas. Isso significa dizer que o espaço da 
escola é o da formação de cidadãos capazes de enfrentar os novos desafios do mundo 
contemporâneo, mas que tenham consciência de suas raízes históricas, conhecimento da produção 
cultural de seu povo, de forma a afirmar a sua identidade. 
É o espaço do ensino competente que, sem negar as tradições e, até mesmo, tomando-as como 
base, prepare seus alunos para a plena participação na vida econômica, sociopolítica e cultural do 
país. Para que isso se torne possível, recomenda-se: Que o coletivo da escola tome essas questões 
como foco de discussão, passando a entender, com maior clareza, tanto a concepção de cidadão 
posta nos documentos oficiais que definem e orientam a educação brasileira, quanto à dimensão do 
papel que a escola tem na sua formação. 
Que a escola desenvolva mecanismos de conhecimento de quem são seus alunos, quais as suas 
condições de vida, as suas aspirações, as expectativas da família e da comunidade. Que sejam 
realizados levantamentos e estudos das manifestações culturais locais (religiosas, folclóricas, 
esportivas, artísticas) que, incorporadas ao currículo, estabeleçam elos significativos com o 
conhecimento escolar formal, fazendo emergir a identidade de cada grupo ou comunidade que 
participa da escola. 
Que, a partir das questões anteriores, sejam levantadas aquelas características e competências, 
além das propriamente escolares, necessárias ao exercício da cidadania,na área de atuação da 
escola. Imagine: como você vê o futuro dos alunos da sua escola daqui a dez, vinte anos? 
Como construir a identidade da escola no seu projeto político-pedagógico? Toda escola deve ter uma 
alma, uma identidade, uma qualidade que a faz ser única para todos que nela passam uma parte de 
suas vidas. Esse vínculo cognitivo e afetivo deve ser construído a partir das vivências propiciadas a 
toda a comunidade escolar. E essa preocupação deve estar presente na elaboração do projeto 
político pedagógico, o qual deve contribuir para criar ou fortalecer a identidade da escola. 
 
 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
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Quanto a esse aspecto, a comunidade escolar deve levantar as características atuais da escola, suas 
limitações e possibilidades, os seus elementos identificadores, a imagem que se quer construir 
quanto a seu papel na comunidade em que está inserida. Esse levantamento dos traços 
identificadores da escola constitui um diagnóstico que servirá de base para a definição dos objetivos 
a perseguir, dos conteúdos que devem ser trabalhados, das formas de organização do seu ensino. 
Algumas questões podem conduzir à realização desse diagnóstico: Onde está localizada a escola: na 
zona rural (fazenda, povoado, engenho, assentamento, agrovila, agro-indústria) ou na zona urbana 
(periferia, centro, condomínio)? 
Quais os principais problemas dessa comunidade? 
Que formas a escola tem de inserção na comunidade? 
Como o seu espaço é utilizado pela comunidade? 
Que limitações ou possibilidades a escola percebe nas suas relações com a comunidade? 
Quem é o aluno que freqüenta a escola? 
Há alunos em idade escolar fora da escola na comunidade? 
Existem alunos com jornada formal de trabalho? 
Como se vêm dando o desempenho escolar dos alunos nos últimos dois anos? 
Quais são os índices de aprovação, reprovação e evasão apresentados pela escola? 
Qual a relação entre a idade dos alunos e a série que freqüentam? 
Quem são os profissionais que atuam na escola? 
O número de professores é suficiente para atender os alunos? 
Qual a qualificação dos professores? 
A escola tem funcionários em número suficiente? 
Há agentes de apoio pedagógico? 
Quais são as condições físicas e materiais da escola? 
Quais as condições de uso das dependências escolares? 
Como vem sendo utilizado o tempo pedagógico? 
Quantas turmas ela atende? 
Como são organizadas as classes? 
Como está organizado o espaço da escola? 
Ele vem se constituindo em espaço de formação da cidadania? 
Essas e outras questões, a depender do momento e do contexto, poderão ser utilizadas tanto para 
identificar quanto para avaliar os avanços alcançados pela escola na construção de sua identidade e 
contemplar essa questão no seu projeto político-pedagógico. Aqui, vale ressaltar um dos grandes 
problemas que se vive, hoje, no Brasil: a dificuldade de dispor de dados confiáveis que retratem o 
mais fielmente possível a realidade da educação, sobretudo da educação básica, e que possam 
servir de apoio a um planejamento exeqüível. 
Assim, é necessário que as escolas sejam cuidadosas no levantamento de seus dados, de forma que 
eles possam de fato indicar como está o seu funcionamento não só para o Censo, como para seu 
próprio uso, no acompanhamento do seu próprio desempenho. Agora, um desafio: você conhece bem 
todas as características identitárias de sua escola? 
 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
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Como Se Constitui Um Currículo Escolar? 
Sabe-se que o currículo escolar é um dos pontos mais difíceis a serem enfrentados pela escola. Duas 
questões podem ser inicialmente levantadas em relação a esse aspecto: Quem define o que e como 
a escola deve ensinar? Tradicionalmente, as escolas públicas têm a sua prática pedagógica 
determinada ou por orientações oriundas das secretarias de educação ou pelos próprios livros 
didáticos. Isso resulta, na maioria das vezes, em uma prática curricular muito pobre, que não leva em 
conta nem a experiência trazida pelo próprio professor, nem a trazida pelo aluno, ou mesmo às 
características da comunidade em que a escola está inserida. 
Por outro lado, isso restringe a autonomia intelectual do professor e o exercício da sua criatividade. E 
pior: não permite que a escola construa sua identidade. Relacionada a isso, existe uma concepção 
restrita de currículo, próxima do conceito de programa ou, pior ainda, de uma simples grade 
curricular, ou de mera listagem dos conteúdos que devem ser tratados. 
Referências E Às Indicações Bibliográficas 
O planejamento é um processo permanente que implica escolhas, opções para construção de uma 
realidade, num futuro próximo. Embora o processo de planejamento ocorra a todo o momento na 
escola, é importante que as opções assumidas coletivamente estejam materializadas em um 
documento que, na prática, toma vários nomes: planejamento pedagógico, proposta pedagógica, 
projeto político-pedagógico, projeto pedagógico, projeto pedagógico-curricular ou plano da escola. É 
esse documento que deve orientar a escola na importante tarefa de formação plena do indivíduo. 
Qual o significado e a importância do projeto político-pedagógico para a escola? 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96), no artigo 15, concedeu à 
escola progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira. 
O Que Isso Significa? 
Ter autonomia significa construir um espaço de liberdade e de responsabilidade para elaborar seu 
próprio plano de trabalho, definindo seus rumos e planejando suas atividades de modo a responder 
às demandas da sociedade, ou seja, atendendo ao que a sociedade espera dela. 
A autonomia permite à escola a construção de sua identidade e à equipe escolar uma atuação que a 
torna sujeito histórico de sua própria prática. Pensar no processo de construção de um projeto 
político-pedagógico requer uma reflexão inicial sobre seu significado e importância. 
Vamos verificar como a LDBEN ressalta a importância desse instrumento em vários de seus artigos: 
No artigo 12, inciso I, que vem sendo chamado o artigo da escola a Lei dá aos estabelecimentos de 
ensino a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica. O artigo 12, inciso VII define 
como incumbência da escola informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o rendimento dos 
alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica. 
No artigo 13, chamado o artigo dos professores , aparecem como incumbências desse segmento, 
entre outras, as de participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino 
(Inciso I) e elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento 
de ensino (Inciso II). No artigo 14, em que são definidos os princípios da gestão democrática, o 
primeiro deles é a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico 
da escola. 
É bom lembrar que, pela primeira vez no Brasil, há uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional que detalha aspectos pedagógicos da organização escolar, o que mostra bem o valor 
atribuído a essa questão pela atual legislação educacional. Dessa forma, essa é uma exigência legal 
que precisa ser transformada em realidade por todas as escolas do país. Entretanto, não se trata 
apenas de assegurar o cumprimento da legislação vigente, mas, sobretudo, de garantir um momento 
privilegiado de construção, organização, decisão e autonomia da escola. 
Por isso, é importante evitar que essa exigência se reduza a mais uma atividade burocrática e formal 
a ser cumprida. Um projeto político-pedagógico voltado para construir e assegurar a gestão 
democrática se caracterizapor sua elaboração coletiva e não se constitui em um agrupamento de 
 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
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projetos individuais, ou em um plano apenas construído dentro de normas técnicas para ser 
apresentado às autoridades superiores. 
Mas O Que É Mesmo Projeto Político-Pedagógico? 
Segundo Libâneo (2004), é o documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do processo 
educativo a ser desenvolvido na escola, expressando a síntese das exigências sociais e legais do 
sistema de ensino e os propósitos e expectativas da comunidade escolar. 
Na verdade, o projeto político-pedagógico é a expressão da cultura da escola com sua (re) criação e 
desenvolvimento, pois expressa a cultura da escola, impregnada de crenças, valores, significados, 
modos de pensar e agir das pessoas que participaram da sua elaboração. 
Assim, o projeto orienta a prática de produzir uma realidade. Para isso, é preciso primeiro conhecer 
essa realidade. Em seguida reflete-se sobre ela, para só depois planejar as ações para a construção 
da realidade desejada. É imprescindível que, nessas ações, estejam contempladas as metodologias 
mais adequadas para atender às necessidades sociais e individuais dos educandos. 
Em síntese, suas finalidades são: Estabelecer diretrizes básicas de organização e funcionamento da 
escola, integradas às normas comuns do sistema nacional e do sistema ou rede ao qual ela pertence. 
Reconhecer e expressar a identidade da escola de acordo com sua realidade, características próprias 
e necessidades locais. 
Definir coletivamente objetivos e metas comuns à escola como um todo. Possibilitar ao coletivo 
escolar a tomada de consciência dos principais problemas da escola e das possibilidades de solução, 
definindo as responsabilidades coletivas e pessoais. 
Estimular o sentido de responsabilidade e de comprometimento da escola na direção do seu próprio 
crescimento. 
Definir o conteúdo do trabalho escolar, tendo em vista as Diretrizes Curriculares Nacionais para 
ensino, os Parâmetros Curriculares Nacionais, os princípios orientadores da Secretaria de Educação, 
a realidade da escola e as características do cidadão que se quer formar. 
Dar unidade ao processo de ensino, integrando as ações desenvolvidas seja na sala de aula ou na 
escola como um todo, seja em suas relações com a comunidade. 
Estabelecer princípios orientadores do trabalho do coletivo da escola. Criar parâmetros de 
acompanhamento e de avaliação do trabalho escolar. Definir, de forma racional, os recursos 
necessários ao desenvolvimento da proposta. 
A partir dessas finalidades, é preciso destacar que o projeto político-pedagógico extrapola a 
dimensão pedagógica, englobando também a gestão financeira e administrativa, ou seja, os recursos 
necessários à sua implementação e as formas de gerenciamento. Em suma: construir o projeto 
político-pedagógico significa enfrentar o desafio da transformação global da escola, tanto na 
dimensão pedagógica, administrativa, como na sua dimensão política. 
Que Processos Envolvem A Elaboração De Um Projeto Político-Pedagógico? 
Para que as finalidades do projeto político-pedagógico sejam alcançadas, alguns processos precisam 
ser desenvolvidos. Em vários momentos, esses processos se entrecruzam e são dependentes uns 
dos outros, como se verá a seguir. 
Antes, é necessário que fique claro que não há uma única forma de se construir um projeto, devido às 
singularidades de cada unidade escolar. O processo de participação A importância da participação 
vem sendo ressaltada por todos que defendem uma gestão democrática. 
No entanto, embora nenhum segmento tenha uma importância menor que a do outro nesse trabalho 
coletivo, é importante definir, com clareza, as responsabilidades que cada um deve assumir, 
considerando a existência de funções e níveis hierárquicos diferenciados dentro da escola. Ou seja, 
todos devem ter o seu espaço de participação, mas não se deve confundir o espaço das atribuições, 
ultrapassando os limites de competência de cada um: Direção, professores e profissionais de suporte 
 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
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pedagógico são os responsáveis diretos pela mobilização da escola e da comunidade para a 
construção da proposta. Além disso, cabe-lhes a tomada de decisões sobre conteúdos, métodos de 
ensino e carga horária das disciplinas do currículo. 
Os alunos são fontes de informação das suas necessidades de aprendizagem, que se vão constituir 
no núcleo das preocupações da escola. São eles, de fato, o alvo de todo esse esforço. O trabalho dos 
funcionários, por se realizar em uma escola, tem uma dimensão pedagógica que é muito pouco 
reconhecida, até por eles próprios. 
As relações que eles estabelecem com os alunos e com os pais poderiam ser exploradas na direção 
da formação da cidadania. Os pais e a comunidade devem participar efetivamente das decisões 
sobre o orçamento e a utilização dos recursos financeiros que a escola recebe. 
Além disso, os pais[1] devem participar das discussões sobre as características do cidadão que se 
quer formar, sobre o uso do espaço e do tempo escolar e sobre as formas de organização do ensino 
que a escola deve adotar. O processo de mobilização Para que o projeto político-pedagógico seja, de 
fato, um instrumento de melhoria de qualidade da escola, ele precisa ser construído coletivamente, 
com responsabilidade e compromisso, a partir de um processo contínuo de mobilização que envolve 
elaboração, execução, acompanhamento, avaliação e reelaboração. 
Uma das mais importantes tarefas da equipe gestora é encontrar pontos de partida para atingir um 
nível esperado de mobilização, pois, durante o processo, muitas lideranças vão emergir, provocando 
novas adesões. O papel do Conselho Escolar nesse trabalho de mobilização[2] é fundamental, já que 
ele congrega os representantes dos diversos segmentos da escola. No entanto, é sempre desejável 
que a participação da comunidade seja ampliada com a presença de outras pessoas, além daquelas 
que já fazem parte do Conselho. 
Essa mobilização é indispensável, sob pena de não se conseguir construir a proposta de uma forma 
democrática, legitimada por aqueles que fazem da escola um espaço vivo e atuante. O processo de 
negociação É preciso compreender que, nas sociedades humanas, nenhum processo se faz de forma 
linear e harmônica e, portanto, a negociação se torna um elemento central na realização de qualquer 
trabalho que envolva a coletividade. 
A participação democrática, condição essencial de formação do cidadão, supõe a presença de 
conflitos. O próprio exercício da participação abre espaço para a emergência desses conflitos. É 
impossível evitar tais situações, porque elas existem de fato e revelam a variedade de concepções 
que norteiam as ações pessoais. 
É necessário, pois, reconhecer a existência de tensões ou conflitos entre as necessidades individuais 
e os objetivos da instituição e compreender a sua natureza, de modo a capitalizar as divergências em 
favor de um objetivo maior. 
É aqui que entra o papel da negociação. Saber negociar significa dar lugar ao debate, à expressão 
das várias necessidades e das diferenças, produzindo um ambiente do qual resulte a assunção 
coletiva dos conflitos e dos problemas, a cooperação voluntária no trabalho em equipe, a repartição 
mais igualitária do poder e dos recursos. 
Assim, a autonomia da escola não é, isoladamente, a autonomia dos gestores ou a dos professores 
ou a dos alunos ou a dos pais. Ela é resultante da confluência de várias formas de pensamento e de 
interesses diversos que é preciso saber gerir, integrar e negociar. O projeto político-pedagógico, 
portanto, vai significar uma síntese desses diversosinteresses e tem como propósito dar um sentido 
coletivo às autonomias individuais. 
Que Cidadão Se Quer Formar? 
Tanto a mobilização como a participação e a negociação não ocorrem no vazio. A proposta 
pedagógica tem um conteúdo que vai sendo construído por meio desses processos. Dentre esses 
conteúdos, está a definição do cidadão que se quer formar. Que características devem ter o cidadão 
para viver no mundo contemporâneo? 
A Escola Tem Espaço Para Definir Essas Características? 
 
 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
 
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Afinal, que espaço tem a escola nessa definição? A despeito de se considerar que competências, 
conhecimentos, habilidades e valores são básicos para a vida do cidadão em qualquer lugar do 
mundo, é também reconhecida, hoje, a necessidade da preservação e do desenvolvimento de 
aspectos que constituem a especificidade das diversas culturas. 
Isso significa dizer que o espaço da escola é o da formação de cidadãos capazes de enfrentar os 
novos desafios do mundo contemporâneo, mas que tenham consciência de suas raízes históricas, 
conhecimento da produção cultural de seu povo, de forma a afirmar a sua identidade. 
É o espaço do ensino competente que, sem negar as tradições e, até mesmo, tomando-as como 
base, prepare seus alunos para a plena participação na vida econômica, sociopolítica e cultural do 
país. Para que isso se torne possível, recomenda-se: Que o coletivo da escola tome essas questões 
como foco de discussão, passando a entender, com maior clareza, tanto a concepção de cidadão 
posta nos documentos oficiais que definem e orientam a educação brasileira, quanto à dimensão do 
papel que a escola tem na sua formação. 
Que a escola desenvolva mecanismos de conhecimento de quem são seus alunos, quais as suas 
condições de vida, as suas aspirações, as expectativas da família e da comunidade. 
Que sejam realizados levantamentos e estudos das manifestações culturais locais (religiosas, 
folclóricas, esportivas, artísticas) que, incorporadas ao currículo, estabeleçam elos significativos com 
o conhecimento escolar formal, fazendo emergir a identidade de cada grupo ou comunidade que 
participa da escola. 
Que, a partir das questões anteriores, sejam levantadas aquelas características e competências, 
além das propriamente escolares, necessárias ao exercício da cidadania, na área de atuação da 
escola. Como construir a identidade da escola no seu projeto político-pedagógico? 
Toda escola deve ter uma alma, uma identidade, uma qualidade que a faz ser única para todos que 
nela passam uma parte de suas vidas. Esse vínculo cognitivo e afetivo deve ser construído a partir 
das vivências propiciadas a toda a comunidade escolar. 
E essa preocupação deve estar presente na elaboração do projeto político pedagógico, o qual deve 
contribuir para criar ou fortalecer a identidade da escola. Quanto a esse aspecto, a comunidade 
escolar deve levantar as características atuais da escola, suas limitações e possibilidades, os seus 
elementos identificadores, a imagem que se quer construir quanto a seu papel na comunidade em 
que está inserida. 
Esse levantamento dos traços identificadores da escola constitui um diagnóstico que servirá de base 
para a definição dos objetivos a perseguir, dos conteúdos que devem ser trabalhados, das formas de 
organização do seu ensino. 
Algumas questões podem conduzir à realização desse diagnóstico: Onde está localizada a escola: na 
zona rural (fazenda, povoado, engenho, assentamento, agrovila, agroindústria) ou na zona urbana 
(periferia, centro, condomínio)? 
Quais os principais problemas dessa comunidade? 
Que formas a escola tem de inserção na comunidade? Como o seu espaço é utilizado pela 
comunidade? 
Que limitações ou possibilidades a escola percebe nas suas relações com a comunidade? 
Quem é o aluno que freqüenta a escola? Há alunos em idade escolar fora da escola na comunidade? 
Existem alunos com jornada formal de trabalho? 
Como se vêm dando o desempenho escolar dos alunos nos últimos dois anos? 
Quais são os índices de aprovação, reprovação e evasão apresentados pela escola? 
Qual a relação entre a idade dos alunos e a série que freqüentam? 
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Quem são os profissionais que atuam na escola? 
O número de professores é suficiente para atender os alunos? 
Qual a qualificação dos professores? 
A escola tem funcionários em número suficiente? 
Há agentes de apoio pedagógico? 
Quais são as condições físicas e materiais da escola? 
Quais as condições de uso das dependências escolares? 
Como vem sendo utilizado o tempo pedagógico? 
Quantas turmas ela atende? 
Como são organizadas as classes? 
Como está organizado o espaço da escola? 
Ele vem se constituindo em espaço de formação da cidadania? 
Essas e outras questões, a depender do momento e do contexto, poderão ser utilizadas tanto para 
identificar quanto para avaliar os avanços alcançados pela escola na construção de sua identidade e 
contemplar essa questão no seu projeto político-pedagógico. 
Aqui, vale ressaltar um dos grandes problemas que se vive, hoje, no Brasil: a dificuldade de dispor de 
dados confiáveis que retratem o mais fielmente possível a realidade da educação, sobretudo da 
educação básica, e que possam servir de apoio a um planejamento exeqüível. Assim, é necessário 
que as escolas sejam cuidadosas no levantamento de seus dados, de forma que eles possam de fato 
indicar como está o seu funcionamento não só para o Censo, como para seu próprio uso, no 
acompanhamento do seu próprio desempenho. 
Como Se Constitui Um Currículo Escolar? 
Sabe-se que o currículo escolar é um dos pontos mais difíceis a serem enfrentados pela escola. Duas 
questões podem ser inicialmente levantadas em relação a esse aspecto: Quem define o que e como 
a escola deve ensinar? Tradicionalmente, as escolas públicas têm a sua prática pedagógica 
determinada ou por orientações oriundas das secretarias de educação ou pelos próprios livros 
didáticos. 
Isso resulta, na maioria das vezes, em uma prática curricular muito pobre, que não leva em conta 
nem a experiência trazida pelo próprio professor, nem a trazida pelo aluno, ou mesmo às 
características da comunidade em que a escola está inserida. Por outro lado, isso restringe a 
autonomia intelectual do professor e o exercício da sua criatividade. E pior: não permite que a escola 
construa sua identidade Relacionada a isso, existe uma concepção restrita de currículo, próxima do 
conceito de programa ou, pior ainda, de uma simples grade curricular, ou de mera listagem dos 
conteúdos que devem ser tratados. 
Daí porque muitos professores se orientam apenas pelos sumários ou índices dos livros didáticos. O 
currículo, entretanto, abrange tudo o que ocorre na escola, as atividades programadas e 
desenvolvidas sob a sua responsabilidade e que envolvem a aprendizagem dos conteúdos escolares 
pelos alunos, na própria escola ou fora dela, e isso precisa ser muito bem pensado na hora de 
elaborar um projeto político-pedagógico. 
Assim sendo, é indispensável que a escola se reúna para discutir a concepção atual de currículo 
expressa tanto na LDBEN quanto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para os diferentes níveis de 
ensino e também nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN s). 
 
A legislação educacional brasileira, quanto à composição curricular, contempla dois eixos: Uma Base 
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Nacional Comum, com a qual se garante uma unidade nacional, para que todos os alunos possam ter 
acesso aos conhecimentos mínimosnecessários ao exercício da vida cidadã. 
A Base Nacional Comum é, portanto, uma dimensão obrigatória dos currículos nacionais e é definida 
pela União. Uma Parte Diversificada do currículo, também obrigatória, que se compõe de conteúdos 
complementares, identificados na realidade regional e local, que devem ser escolhidos em cada 
sistema ou rede de ensino e em cada escola. Assim, a escola tem autonomia para incluir temas de 
seu interesse. 
É através da construção da proposta pedagógica da escola que a Base Nacional Comum e a Parte 
Diversificada se integram. A composição curricular deve buscar a articulação entre os vários aspectos 
da vida cidadã (a saúde, a sexualidade, a vida familiar e social, o meio ambiente, o trabalho, a ciência 
e a tecnologia, a cultura, as linguagens) com as áreas de conhecimento (Língua Portuguesa, 
Matemática, Ciências, Geografia, História, Língua Estrangeira, Educação Artística, Educação Física e 
Educação Religiosa). 
Há várias formas de composição curricular, mas os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam que 
os modelos dominantes na escola brasileira, multidisciplinar e pluridisciplinar, marcados por uma forte 
fragmentação, devem ser substituídos, na medida do possível, por uma perspectiva interdisciplinar e 
transdisciplinar. 
O Que Isso Significa? 
Interdisciplinaridade significa a interdependência, interação e comunicação entre campos do saber, 
ou disciplinas, o que possibilita a integração do conhecimento em áreas significativas. 
Transdisciplinaridade é a coordenação do conhecimento em um sistema lógico, que permite o livre 
trânsito de um campo de saber para outro, ultrapassando a concepção de disciplina e enfatizando o 
desenvolvimento de todas as nuances e aspectos do comportamento humano. 
Com base nessas formas de composição curricular, é que os Parâmetros Curriculares Nacionais 
introduzem os temas transversais que, tomando a cidadania como eixo básico, vão tratar de questões 
que ultrapassam as áreas convencionais, mas permeiam a concepção, os objetivos, os conteúdos e 
as orientações didáticas dessas áreas. Essa transversalidade supõe uma transdisciplinaridade, o que 
vai permitir tratar uma única questão a partir de uma perspectiva plural. Isso exige o 
comprometimento de toda a comunidade escolar com o trabalho em torno dos grandes temas[2] 
definidos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, como Ética, Saúde, Meio Ambiente, Pluralidade 
Cultural e Orientação Sexual, os quais podem ser particularizados ou especificados a partir do 
contexto da escola. 
Como essas determinações formais do currículo vão se manifestar na escola? A sua concretização, 
no espaço dinâmico que é o da escola, vai produzir, simultaneamente, diferentes formas de 
expressão do currículo. 
Ao lado do currículo formal[3], determinado legalmente e colocado nas diretrizes curriculares, nas 
propostas pedagógicas e nos planos de trabalho, há um currículo em ação, considerado o currículo 
real[4], que é aquilo que de fato acontece na escola, e o currículo oculto[5], que é aquilo que não está 
formalmente explicitado, mas que perpassa, o tempo todo, as atividades escolares. 
Essas expressões do currículo vão constituir o conjunto das aprendizagens realizadas pelos alunos, e 
o reconhecimento dessa trama, presente na vida escolar, vai dar à equipe da escola melhores 
condições para identificar as áreas problemáticas[6] da sua prática pedagógica. 
Assim, no processo de elaboração da proposta pedagógica ao definir o que ensinar, para que 
ensinar, como ensinar , a equipe gestora e a comunidade escolar devem estudar a legislação 
educacional, bem como a documentação oficial da Secretaria de Educação e do Conselho Estadual e 
ou Municipal de Educação, produzida com o objetivo de orientar a implantação desses dispositivos 
legais no que se refere ao currículo. 
A partir daí, torna-se necessário identificar que ações precisam ser planejadas e realizadas pela 
escola para colocar em prática um currículo que contemple os objetivos da educação básica. 
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A direção da escola, ou a equipe gestora como um todo, tem, nesse contexto, um papel fundamental. 
Além de liderar a construção permanente da proposta pedagógica, deve estar todo o tempo 
viabilizando as condições para sua execução, e uma delas é a formação contínua de seus 
professores para que eles possam desenvolver, com competência, o currículo expresso na proposta 
pedagógica.[1] 
Um exemplo de conteúdo da parte diversificada é o escolhido por uma escola do semi-árido baiano: 
estratégias para a convivência com a seca.[2] 
Esses temas, que têm um caráter universal, devem ser trazidos para o contexto local de forma que o 
aluno aprenda da realidade e na realidade. Para atingir aquilo a que se propõe, até como decorrência 
da própria lei, a escola precisa ensinar a criança a estabelecer relações entre a sua experiência 
cotidiana e os conteúdos escolares, em torno dos quais todos trabalharão, ampliando, assim, o seu 
universo de referência. 
A escola deve, acima de tudo, fornecer as condições para que seus alunos participem da formulação 
e reformulação de conceitos e valores, tendo em vista que o ato de conhecer implica incorporação, 
produção e transformação do conhecimento, para o exercício de uma cidadania responsável.[3] 
O currículo formal é entendido como o conjunto de prescrições oriundas das diretrizes curriculares, 
produzidas tanto no âmbito nacional quanto nas secretarias e na própria escola e indicado nos 
documentos oficiais, nas propostas pedagógicas e nos regimentos escolares.[4] 
O currículo real é a transposição pragmática do currículo formal, é a interpretação que professores e 
alunos constroem, conjuntamente, no exercício cotidiano de enfrentamento das dificuldades, sejam 
conceituais, materiais, de relação entre professor e alunos e entre os alunos. São as sínteses 
construídas por professores e alunos, a partir dos elementos do currículo formal e das experiências 
pessoais de cada um.[5] 
O currículo oculto é aquele que escapa das prescrições, sejam elas originárias do currículo formal ou 
do real. Diz respeito àquelas aprendizagens que fogem ao controle da própria escola e do professor e 
passam quase despercebidas, mas que têm uma força formadora muito intensa. São as relações de 
poder entre grupos diferenciados dentro da escola que produzem aceitação ou rejeição de certos 
comportamentos, em prejuízo de outros, são os comportamentos de discriminação dissimulada das 
diferenças e, até mesmo, a existência de uma profecia auto-realizadora dos professores que 
classifica, de antemão, certos alunos como bons e outros como maus. 
O currículo oculto também vai se manifestar,entre outras formas, na maneira como os funcionários 
tratam os alunos e seus pais, no modo de organização das salas de aula, no tipo de cartaz 
pendurado nas paredes, nas condições de higiene e conservação dos sanitários, no próprio espaço 
físico da escola.[6] 
Diante disso, há algumas questões básicas que toda a escola deveria analisar: Que mensagens não 
explícitas a escola vem passando para seus alunos? Que conteúdos vêm privilegiando? 
Que currículo está sendo construído o que enfatiza o sucesso escolar, ou o que, implicitamente, se 
conforma com o fracasso? PENSE Como definir a orientação didática no projeto político-pedagógico? 
A função primordial da escola é possibilitar a seus alunos o acesso ao conhecimento escolar. Para 
isso, o conhecimento disponível é esquematizado, reestruturado, segmentado, simplificado, 
reconstruído, como meio de promover a sua apreensão pelos alunos. 
O trabalho escolar, portanto, é uma transposição didática do conhecimento formal em conhecimento 
escolar.[1] Assim, o professor é, de fato, um mediador na interação dos alunos com

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