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Microbiologia e Imunologia UNIDADE 4 1 MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA UNIDADE IV Palavras do Professor Olá prezado (a) aluno (a), bem-vindo (a) a unidade IV! Acredito que você tenha conhecido muito do mundo dos micróbios e, como nós reagimos à presença deles em nosso organismo até aqui. Falta apenas mais uma etapa para concluirmos todo o conteúdo da disciplina de Microbiologia e Imunologia. Seguiremos conhecendo mais sobre nossas defesas, dessa vez, discutiremos sobre a imunidade específica, um conjunto de reações coordenadas que atuam sobre determinados microrganismos com mecanismos de defesas pré-programados. Você estudará nesta última etapa dos nossos estudos, que a Imunidade Específica conta com a participação fundamental das células chamadas linfócitos, que também participam da imunidade inespecífica, como já vimos. Convido você, a desvendar mais sobre essas células e sua ação imunológica! 2 INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA Imunidade Adquirida Vimos que quando falamos de imunologia, nós a subdividimos em imunidade inespecífica, àquela que nasce com o indivíduo e atua como primeira barreira de defesa contra todos os organismos que tentem invadir um hospedeiro e a imunidade específica, que irá entrar em ação sempre que a imunidade inata ou inespecífica falhar em seu trabalho de defesa. Caro (a) aluno (a), essa imunidade específica é diferente da imunidade inata em vários aspectos. Ao contrário da imunidade inata que já nasce com o indivíduo, à imunidade específica é adquirida durante a vida. Ela pode ser adquirida de forma natural, que é mais comum, ou de forma artificial. Imunidade Naturalmente Adquirida A imunidade que é adquirida naturalmente ocorre quando a pessoa contrai uma doença qualquer. Durante o período de doença, o sistema imune entra em contato com os antígenos e passa a produzir anticorpos que induzem o funcionamento de outras defesas específicas, que irão proteger o hospedeiro quando ele entrar em contato futuramente com o mesmo antígeno. Esse tipo de imunidade pode ser adquirida também, por meio da transferência dos anticorpos da mãe para o filho, pela placenta quando ainda feto ou pelo colostro, o primeiro líquido secretado pelas glândulas mamárias na amamentação. Imunidade Artificialmente Adquirida Nesse tipo de imunidade os anticorpos que protegem o hospedeiro são transferidos através de vacinas ou soro que produz imunidade. IMUNIDADE ATIVA E PASSIVA Imunidade Ativa A imunidade ativa é produzida quando o próprio sistema imunológico da pessoa estimula a síntese de anticorpos que pode durar por um período curto de tempo ou por toda a vida, a depender da presença dos anticorpos. ü Imunidade ativa naturalmente adquirida – Quando uma pessoa é exposta a um agente infeccioso. ü Imunidade ativa artificialmente adquirida – Quando a pessoa é exposta a uma vacina contendo organismos vivos, atenuados ou mortos, ou ainda por suas toxinas. Esses tipos de imunidade são ditas naturais, pois, o próprio sistema imunológica da pessoa produz os anticorpos necessários à defesa contra agentes infecciosos. Outra característica dessa imunidade é porque ela guarda informações sobre os antígenos que entrou em contato e, lembra-se dos mesmos sempre que entra em contato novamente. 3 Imunidade Passiva A imunidade passiva é a forma de imunidade onde os anticorpos são introduzidos no corpo da pessoa, ou seja, ela é dita passiva porque o sistema da pessoa não produz os anticorpos, eles têm outra origem. ü Imunidade passiva naturalmente adquirida – Acontece quando os anticorpos da mãe são transferidos para o filho durante a amamentação. ü Imunidade passiva artificialmente adquirida – Aqui as imunidades são transferidas para o hospedeiro por outro animal. Esses anticorpos e a imunidade que eles conferem duram pouco tempo, pois o organismo do hospedeiro receptor os destrói e não é capaz de produzir os mesmos anticorpos. CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO Células e Tecidos do Sistema Imunológico Você lembra que no começa desta unidade nós comentamos que o sistema imunológico é realizado por células linfóides? Os linfócitos são as células que realizam esse trabalho. Na unidade anterior, também comentamos sobre a origem destas células. O que você acha de relembrarmos este tópico? Nós falamos que as células que compõe o sistema imune têm origem em células indiferenciadas: as células-tronco pluripotentes. Estas células produzem na medula óssea células-tronco, linfóides que migram para o timo e se diferenciam em células linfóides ou linfócitos. Para que você visualize melhor está cadeia de eventos, iremos montar um organograma hierárquico apenas para a origem destas células do sistema imune específico. Visualize este esquema abaixo! Figura 1 – Células-Tronco Pluripotentes - Fonte: Elaborada pelo professor 4 Precisamos ressaltar que a diferenciação destas células-tronco é influenciada pelos tecidos linfóides. Como exemplo, podemos citar os linfócitos B que são processados e maturam-se em tecidos chamados Bursa-equivalente. As células T ou linfócitos T migram para outro órgão do sistema imune, o timo, ainda indiferenciadas. Estas células não terminam sua diferenciação apenas em células B e T, elas continuaram se diferenciando em etapas subsequentes e darão origem a outros tipos celulares: células citotóxicas, células T da hipersensibilidade tardia, células T auxiliares ou helper e células T supressoras. Propriedades Gerais da Resposta Imunológica Já mencionamos aqui, que os linfócitos responde a agregação dos antígenos de duas formas diferentes: eles podem produzir e secretar substâncias, normalmente anticorpos ou, a nível celular, os próprios linfócitos realizam a defesa do organismo. No primeiro caso, estamos falando da Imunidade humoral, palavra que no original significava os quatro fluídos do corpo – sangue, muco, bile amarela e bile escura. O termo humoral, resposta imunológica humoral é derivada da palavra humor (umor, do latim líquido). A segunda resposta imunológica – a mediado por células – ocorre pelos próprios linfócitos, especialmente, quando os antígenos são parte integrante das membranas celulares ou quando estão dentro das células do hospedeiro e consequentemente, inacessíveis aos anticorpos. Esses dois tipos de respostas imunológicas, apesar de reagirem a ameaças de diferentes formas, elas apresentam características comuns e essas características às possibilitam conferir imunidade. Características comuns das respostas imunológicas: ü O Reconhecimento do Próprio (Self) e Reconhecimento do não próprio: o nosso organismo ao organizar sua defesa para ameaças iminentes, precisa antes de tudo; reconhecer os tecidos do hospedeiro e diferenciá-los dos antígenos, que não fazem parte de sua estrutura comum. Em imunologia, as substâncias normas do hospedeiro são chamadas PRÓPRIAS, e as sustâncias estranhas NÃO PRÓPRIAS. ü Especificidade: a especificidade de um organismo qualquer, quando ferida à imunidade, diz respeito à capacidade que no nosso corpo tem de reconhecer um grande número de substâncias estranhas como danosas, ou seja, ele é capaz de reconhecer diversos tipos de antígenos e responder imunologicamente. Mas é só isso, nosso sistema imune, devido a sua maturidade, não apenas reconhecem essas diversas substâncias estranhas, mas também, responde especificamente a cada uma delas. Assim, cada anticorpo é específico para cada tipo de antígeno e um anticorpo não terá a mesma resposta para um antígeno diferente, embora possam ocorrer reações cruzadas. Isso quer dizer que um anticorpo pode apresentar a mesma resposta imunológica a antígenos parecidos. 5 ü Heterogeneidade: como os anticorpos são específicos para cada tipo de antígeno e como nosso corpo, durante a vida entra em contato com diversos tipos de antígenos, se faz necessárioque nosso sistema imune também produza diversos tipos de anticorpos. Essa característica do sistema imune demostra sua versatilidade ou flexibilidade em si adaptar a diferentes ameaças, produzindo para cada uma delas, uma resposta em forma de anticorpo diferente. ü Memória: além de todas essas propriedades já mencionadas, o sistema imune também é capaz de produzir células de memória, células que guardam informações sobre antígenos que podem durar por muito tempo na corrente sanguínea, quando submetidas à nova infecção pelo mesmo antígeno, a resposta será mais rápida e sua eficiência será aumentada em relação ao primeiro contato. Essa resposta de memória é chama de resposta anamnéstica ou resposta secundária. Propriedades dos Anticorpos Os anticorpos são na verdade moléculas de proteínas, elas são as IMUNOGLOBULINAS ou Ig. Essas proteínas possuem estrutura espacial em forma de Y e são organizadas em quatro cadeias polipeptídicas: duas cadeias leves (L - light) iguais e duas cadeias pesadas (H – heavy) também iguais. Essas cadeias são unidas por ligações de sulfeto e apresentam regiões constantes e regiões variáveis. As regiões constantes são de extrema importância para a estrutura química das moléculas de imunoglobulinas. Vamos verificar como essas estruturas se organizam na imagem abaixo! Figura 2 - Estrutura das imunoglobulinas - Fonte: http://www.moreirajr.com.br 6 As regiões variáveis das moléculas são responsáveis pela ligação com os antígenos, como mostrado na parte pintada de cinza na imagem. Essas moléculas irão sempre apresentar um par de sítios de ligação aos antígenos idênticos nas extremidades das cadeias Le He idênticos, também aos receptores existentes nas membranas dos linfócitos B que lhes deram origem. Isso determina que os receptores nas membranas dos linfócitos B são na verdade as primeiras imunoglobulinas que eles produziram e que ficaram presas à membrana plasmática constituindo seus receptores de membranas. Ao produzirem células plasmáticas (células que foram replicadas por estimulação ao se ligarem aos antígenos), elas continuam a produzir imunoglobulinas. Os fragmentos Fab (fragmento de ligação ao anticorpo) e os fragmentos Fc (fragmento cristalizável) são sintetizados após clivagem dos anticorpos por enzimas nos linfócitos. Os fragmentos Fab se ligam aos epítopos e os fragmentos Fc possuem um sítio que pode se ligar e ativar o sistema complemento. Existem cinco classes de imunoglobulinas que foram identificadas nos humanos e em outros vertebrados maiores. Cada classe possui uma estrutura especial como região constante que determina a ela suas propriedades características. As cinco classes são: IgG, IgA, IgM, IgE e IgD. ü IgG: está imunoglobulina é o principal anticorpo encontrado no sangue e é sintetizado em quantidades maiores para respostas secundárias em uma infecção. Eles mediam a destruição aos invasores se ligando a estes, por seus sítios de ligação à antígenos e a outra extremidade da molécula que representa seus sítios de ligação aos tecidos, se ligam aos receptores nos fagócitos. ü IgA: diferentemente da IgG e IgA ocorre em menor proporção no sangue e em maiores quantidades das secreções corpóreas, como; lágrimas, leite, saliva e muco se aderindo as células do sistema digestório, respiratório e genituário. Elas são secretas no sangue e depois transportadas por células epiteliais de revestimentos dos sistemas mencionados sendo liberadas nas secreções ou ainda podendo permanecer ligadas às células de revestimentos pelos sítios de ligação aos tecidos. A principal função da IgA é se ligar aos receptores dos microrganismos antes que estes invadam os tecidos e também ativa o complemento. ü IgM: é a principal imunoglobulina secretada no sangue durante a resposta primária de defesa, podendo ser produzidas pelas células B ou por suas células plasmáticas. Ela possui cinco subunidades ligadas e apresentando dez sítios de ligação e, portanto, podendo se ligar a dez antígenos. Essas imunoglobulinas se encontram aderidas às membranas plasmáticas das células B e quando ligadas aos antígenos, também pode ativar o sistema complemento. Um fato curioso é que este anticorpo é o primeiro a ser formado na vida, sintetizado pelo feto e é a imunoglobulina do sistema sanguíneo ABO. ü IgE: este anticorpo apresenta uma afinidade especial por receptores de membrana dos basófilos no sangue ou de mastócitos nos tecidos. A ligação de antígenos nos sítios próprios de ligação, para estes poderem gerar efeitos fisiológicos desagradáveis de alergias nos humano. A histamina e outras substâncias são secretadas por basófilos e/ou mastócitos quando estas células estão ligadas a IgE gerando esses sintomas de alergias. Este anticorpo é raro no sangue, sua contração a baixa no soro e, é principalmente encontra nos fluídos corpóreos e na pele. 7 ü IgD: este anticorpo será encontrado principalmente nas membranas dos linfócitos B e raramente será secretado. Sua função específica é desconhecida ainda que se ligue aos receptores em antígenos. Visite a Página Para maior conhecimento sobre as classes de imunoglobulinas, visite o documento no link: www.ibb.unesp.br Respostas Primárias e Secundárias Falamos muito aqui sobre as respostas imunes primárias e secundárias de forma bem subjetiva. Iremos ver agora, como cada uma delas ocorre e como são importantes. ü Resposta primária: a imunidade humoral, as respostas primárias são deflagradas quando um antígeno é reconhecido pelas células B do hospedeiro pela primeira vez. Estas células então passam a se replicar dando origem a células plasmáticas que por sua vez, secretam vários anticorpos. Em poucos dias os primeiros anticorpos começam a aparecer no plasma sanguíneo. OS primeiros são IgM que podem atacar diretamente as substâncias estranhas, à medida que sua concentração baixa a síntese de IgG aumenta e posterior também diminui, porém, as células de memória persistem, apesar de não participarem da resposta primária. ü Resposta secundária: os antígenos ao serem reconhecidos pelas células de memória no sangue dar-se início à resposta secundária. Como todos nós já sabemos a resposta imune secundária será mais eficiente, uma vez que, o reconhecimento dos antígenos é feito por células que guardaram informações destes antígenos em contatos anteriores. Algumas destas células se dividam e dão origem a células plasmáticas, que sintetizam e liberam grandes quantidades de anticorpos no sangue. IMUNIDADE MEDIADA POR CÉLULAS Já tratamos o suficiente sobre a produção e secreção das células B ou linfócitos B, agora iremos descrever mais atentamente sobre a participação das células T nos processos de imunidade mediada por células. Como vimos, na imunidade humoral as células B participam das reações imunológicas ou produzem e secretem proteínas que conhecemos por imunoglobulinas. Na imunidade mediada por células, veremos que as células T participam diretamente do bloqueio ou destruição dos patógenos. Não apenas bloquear a ação patogênica na imunidade mediada por células, mas também, participam das reações de rejeição de células tumorais, reações alérgicas e das respostas imunológicas a tecidos transplantados. Muito ainda não se sabe sobre o funcionamento das células T na imunidade mediada por células. Sua participação na imunidade mediada por células envolve uma série de fatores, como a diferenciação de 8 diferentes tipos de células T e a produção de substâncias químicas, produzidas e secretadas por elas, conhecidas como linfocinas. As células T são diferentes das células B (por não produzirem anticorpos), mas elas apresentam em sua membrana plasmática, receptores proteicos que reconhecem os anticorpos das células B e outras proteínas. Reações imunológicas Mediadas por Células Para melhor compreensãodo processamento celular dado pelas células T, em à defesa do organismo, iremos descrever todo o mecanismo usando como modelo a imagem abaixo, então, à medida que você estiver fazendo essa leitura, se dirija sempre a figura para acompanhar e desencadear as reações mediadas por células. Figura 3 - Processamento de antígenos e diferenciação dos linfócitos.- Fonte: http://4.bp.blogspot.com Guarde essa ideia! 1. A resposta imune mediada por células se inicia com o processamento dos antígenos pelos macrófagos. Ao entrarem em contato com o patógeno, os macrófagos o fagocitam e em seu interior celular os degradam. O passo seguinte é a inserção de fragmentos antigênicos (do antígeno fagocitando) em sua própria membrana celular. 9 2. Ao apresentarem esses fragmentos antigênicos, ancorados na membrana celular, aos linfócitos T, que apresentam receptores de membrana específica, irão se ligar aos macrófagos. Percebam que os fagócitos também irão apresentar em sua membrana outro produto, o MHC, ou complexo de histocompatibilidade. Para maiores informações, acesse o documento no link a seguir. Ao se ligarem aos macrófagos os linfócitos T sofrem diferenciação nos diversos tipos de células T. www.ufvjm.edu.br 3. Após ligação às células T os macrófagos secretam interleucina-1 (IL-1) que irá ativar os linfócitos diferenciados T helper (TH). 4. Os linfócitos TH ao serem ativados pela interleucina-1 produzem e secretam interleucina-2 (IL-2) e interferon gama. 5. A IL-1 e a IL-2 os linfócitos da hipersensibilidade tardia (TD) e os linfócitos T citotóxicos (TC). 6. Em associação a IL-1, a IL-2 e o interferon gama induzem maturação de células indiferenciadas em células natural Killer (NK). Se os agentes infecciosos se propagarem no interior celular, escapando da resposta imune humoral, então a resposta imune mediada por células deverá destruir essas células infectadas. Esse papel de destruição de células infectadas é realizado por linfócitos T e células NK na resposta imune mediada por células. Agora imagine um agente infeccioso que seleciona especificamente as células T como alvo de infecção? Justamente, as células responsáveis por destruir patógenos escondidos dentro das células do hospedeiro e que por isso, escaparam da resposta imune humoral! Pois é, querido (a) aluno (a), estamos falando do vírus da imunodeficiência humana ou HIV, a AIDS. Esse vírus não apenas impede o trabalho de destruição de células infectadas dos linfócitos T, mas também as destroem deixando o hospedeiro susceptível a vários tipos de doenças infecciosas e vários tipos de câncer. O HIV além de infectar linfócitos T, também invade linfócitos devastando todo o sistema de defesa imunológica, tanto humoral quanto mediada por células. Papel dos Macrófagos Ativos Os linfócitos TD desempenham um importante papel na resposta imune. Eles liberam uma substância: o fator de ativação dos macrófagos. Essa substância induz os macrófagos infectados a produzirem uma maior quantidade de hidrogênio tóxico e enzimas que atacam os organismos fagocitados. Esse mecanismo ocorre quando bactérias patogênicas, como; as da tuberculose ou hanseníase são fagocitados, mas não param de se reproduzir no interior do fagócito. 10 FATORES DE MODIFICAÇÃO DAS RESPOSTAS IMUNOLÓGICAS Em condições de saúde sem comprometimento e isento de um ambiente poluído, um jovem adulto pode prevenir praticamente todas as doenças infecciosas com suas defesas imunológicas. Entretanto, uma série de fatores como tratamentos médicos, distúrbios, lesões, fatores ambientais e obviamente a idade podem alterar a resistência contra as doenças. Nós, humanos, somos geneticamente imunes a algumas doenças. As diferentes raças possuem, por suas diferenças também genéticas, graus de resistência e susceptibilidade diferentes e já foi relatado em muitos trabalhos científicos que, os negros, em condições iguais aos brancos produzem, em maiores quantidades, linfócitos T e B. Você sabia? Você sabia que a idade afeta a resistências às doenças. Em geral, as crianças e idosos são mais susceptíveis aos agentes infecciosos em relação aos jovens adultos: as crianças muito pequenas, porque o sistema imunológico ainda não foi completamente desenvolvido até que alcance 2 ou 3 anos de idade; os velhos, porque as defesas imunológicas principalmente as células de defesa mediada por células, passam a diminuir sua função com o passar do tempo. Assim é recomendado que as crianças com poucos anos de idade e os idosos não sejam expostos irresponsavelmente aos agentes infecciosos, sendo as campanhas de imunizações essenciais logo após o nascimento, durante a infância e algumas pontuais para idosos, como as da gripe. É importante sabermos que alguns fatores que nos predispõe a ocorrência de doenças infecciosas e que não podem ser tratados (ainda) como fatores genéticos, existem outros sobre os quais devemos redobrar os nossos cuidados para que possam nos servir de meios de combate a essas doenças, e a alimentação é uma delas. A ingestão adequada de proteínas e vitaminas é essencial à manutenção saudável da pele intacta, das mucosas, da atividade fagocitária, da produção de linfócitos e para a síntese de anticorpos. Contrariamente, uma alimentação deficiente, o alcoolismo e o vício em drogas diminuem drasticamente a resistência contra infecções. Um comportamento interessante do sistema imunológico em relação às atividades físicas é o fato de que atividades físicas moderadas, como uma caminhada regular de 5 dias por semana durante 45 minutos, aumentam a produção de anticorpos em cerca de 20% e estimula uma maior reação das células NK, já uma atividade física intensa como uma maratona podem deprimir o sistema imune reduzindo em mais de 30% a atividade das células NK por cerca de 6 horas. Já vimos que as lesões traumáticas como um corte na pele, por exemplo, facilitam a entrada de microrganismos diminuindo assim a resistência do nosso corpo. O reparo desse tecido danificado pode reduzir nossa resistência, pois ele compete com os mecanismos imunológicos, porque requerem uma intensa síntese proteica. ??? 11 Os fatores que também poderão diminuir nossa resistência é o mau funcionamento dos processos que eliminam os micróbios, tais como, as lágrimas, urina e as secreções mucosas. Quando esse sistema não funciona bem os microrganismos patogênicos têm acesso facilitado aos tecidos. As drogas que utilizamos no combate contra infecções (antibióticos) destroem os microrganismos comensais que convivem conosco e que competem com os patogênicos. Outras drogas utilizadas na prevenção da rejeição de tecidos transplantados prejudicam as funções dos linfócitos e de alguns fagócitos. Imunização Ativa Uma vacina é uma substância contendo um antígeno ao qual o sistema imunológico responde. O antígeno pode ser proveniente de organismos mortos, atenuados ou partes deles. Como já mencionado anteriormente, o desenvolvimento da imunidade ativa pelo sistema imune deve ser induzida a reconhecer e destruir os agentes infecciosos. A imunização ativa cumpre justamente esse papel de indução da imunidade ativa que pode ser realizada pela administração de vacinas ou toxóides. Um toxóides é uma toxina inativa que não é mais prejudicial, mas que retém suas propriedades antigênicas reconhecidas pelo sistema imune, assim como, ocorre com as vacinas com seus organismos enfraquecidos ou mortos. No processo de imunização ativa, quando uma vacina ou toxóide é administrada, o sistema imune passa a produzir anticorpos ou células T citotóxicas e células de memória. Todo esse mecanismo é idêntico aos processos que ocorrem durante o curso de uma doença. Um fator importante a ser lembrado e que todos nós devemos reconhecer o que, na maioria dos casos, as vacinas preparadas com organismos vivos conferem imunidade mais duradoura doque as fabricadas com organismos mortos, ou partes deles ou com toxóides. Esse fato leva à necessidade de doses de reforço de vacinas para que seu potencial de imunização seja garantido. Imunização Passiva Na imunização passiva, contrariamente a imunização ativa, são usadas administrações de anticorpos previamente produzidos. Os anticorpos são introduzidos em indivíduos imunologicamente desprotegidos. Como os anticorpos são encontrados na porção sérica do sangue, então esse produto é frequentemente chamado antissoro. Apesar de a imunização passiva ser produzida rapidamente, ela é temporária, irá durar apenas enquanto houver títulos suficientemente altos de anticorpos. Nesse sentido, as antitoxinas são anticorpos que apresentam sua ação imune contra toxinas específicas como as que causam o botulismo, difteria ou tétano. Geralmente a imunização passiva é utilizada para neutralizar os efeitos de picadas de cobras e aranhas. Esses tratamentos são frequentemente usados em casos de emergência, para combater os danos de 12 picadas de certas cobras e das aranhas viúvas-negras. Na imunização passiva os riscos são conhecidos. Normalmente os mais comuns são por reações alérgicas. Na administração de substâncias em processos de imunização passiva são utilizadas, em algumas antitoxinas, proteínas de outros animais produzidos em ovos ou em cavalos. O relato de casos demostra que estas têm certamente sido as que mais produzem efeitos alérgicos, principalmente em pacientes que as receberam pela segunda vez. Assim as substâncias utilizadas nos processos de imunização passiva produzidas em humanos são mais seguras. Risco das Vacinas O fato das vacinas serem imprescindíveis no controle de algumas doenças infecciosas, ninguém discute, no entanto, o seu uso em populações inteiras deve sempre levar em conta os riscos que estes produtos podem levar às pessoas. Sinais como febre, mal-estar e dor no local da injeção são frequentemente notados na imunização ativa. É importante saber que o sistema imunológico do paciente, sobrecarregado com a infecção já em curso, pode ser incapaz de gerar uma resposta imune adequada ao antígeno da vacina administrada. Algumas reações estão associadas a certas imunizações, como por exemplo, a vacina contra a rubéola pode causar dores nas articulações; a vacina contra a coqueluche pode provocar convulsões. As reações alérgicas também podem ocorrer quando são utilizadas vacinas contra a gripe e de vacinas que contenham proteínas de ovo ou de algumas que contenham antibióticos, como preservativos. Apesar dos riscos as vacinas são consideradas como mecanismos de imunização seguro: as reações alérgicas causadas por elas possuem efeito severos muito menores que as doenças. Acesse o Ambiente Virtual Prezado (a) aluno (a), nós chegamos ao final da Disciplina de Microbiologia e Imunologia. Espero que você tenha conseguido melhorar seus conhecimentos à cerca dos temas aqui tratados, espero também que eu tenha conseguido contribuir um pouco para a sua formação. A microbiologia e imunologia são campos de conhecimento ricos e extensivamente renovados, então, acredito que o conhecimento apresentado nesta disciplina seja apenas uma ponta de luz de tudo aquilo que você pode descobrir a respeito dos microrganismos (e organismos em geral estudados) e dos processos do nosso sistema imunológico. Saiba que tudo o que já foi descoberto e todo o conhecimento desenvolvido sobre esses campos de estudo, não representa muito de tudo o que eles realmente são, existem muitas coisas ainda a serem descobertas, muitos mecanismos ainda a serem elucidados. Cabe a você, futuro profissional e eternamente estudante, desvendar todo o potencial que esse conhecimento pode proporcionar às sociedades. Desejo sucesso no andamento do curso e sorte na futura profissão que você escolheu! 13 Lembre-se, faça a leitura de todo o material (guia de estudo e livro texto). Você também pode fazer uso de materiais disponíveis na internet para incrementar a disciplina. Não se esqueça de fazer as atividades disponíveis no ambiente virtual, afinal, é muito importante fazer os exercícios para consolidar o aprendizado. Caso você tenha alguma dúvida, não deixe de entrar em contato com os tutores. Até uma próxima oportunidade!
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