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Guia de Estudos da Unidade 4 Microbiologia e Imunologia

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Microbiologia e Imunologia
UNIDADE 4
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MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA 
UNIDADE IV
 Palavras do Professor
Olá prezado (a) aluno (a), bem-vindo (a) a unidade IV! 
Acredito que você tenha conhecido muito do mundo dos micróbios e, como nós reagimos à presença 
deles em nosso organismo até aqui. Falta apenas mais uma etapa para concluirmos todo o conteúdo da 
disciplina de Microbiologia e Imunologia. Seguiremos conhecendo mais sobre nossas defesas, dessa 
vez, discutiremos sobre a imunidade específica, um conjunto de reações coordenadas que atuam sobre 
determinados microrganismos com mecanismos de defesas pré-programados.
Você estudará nesta última etapa dos nossos estudos, que a Imunidade Específica conta com a participação 
fundamental das células chamadas linfócitos, que também participam da imunidade inespecífica, como 
já vimos.
Convido você, a desvendar mais sobre essas células e sua ação imunológica! 
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INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA
Imunidade Adquirida 
Vimos que quando falamos de imunologia, nós a subdividimos em imunidade inespecífica, àquela que 
nasce com o indivíduo e atua como primeira barreira de defesa contra todos os organismos que tentem 
invadir um hospedeiro e a imunidade específica, que irá entrar em ação sempre que a imunidade inata ou 
inespecífica falhar em seu trabalho de defesa.
Caro (a) aluno (a), essa imunidade específica é diferente da imunidade inata em vários aspectos. Ao 
contrário da imunidade inata que já nasce com o indivíduo, à imunidade específica é adquirida durante a 
vida. Ela pode ser adquirida de forma natural, que é mais comum, ou de forma artificial.
Imunidade Naturalmente Adquirida 
A imunidade que é adquirida naturalmente ocorre quando a pessoa contrai uma doença qualquer. Durante 
o período de doença, o sistema imune entra em contato com os antígenos e passa a produzir anticorpos 
que induzem o funcionamento de outras defesas específicas, que irão proteger o hospedeiro quando 
ele entrar em contato futuramente com o mesmo antígeno. Esse tipo de imunidade pode ser adquirida 
também, por meio da transferência dos anticorpos da mãe para o filho, pela placenta quando ainda feto 
ou pelo colostro, o primeiro líquido secretado pelas glândulas mamárias na amamentação.
Imunidade Artificialmente Adquirida 
Nesse tipo de imunidade os anticorpos que protegem o hospedeiro são transferidos através de vacinas 
ou soro que produz imunidade.
IMUNIDADE ATIVA E PASSIVA 
Imunidade Ativa 
A imunidade ativa é produzida quando o próprio sistema imunológico da pessoa estimula a síntese de 
anticorpos que pode durar por um período curto de tempo ou por toda a vida, a depender da presença dos 
anticorpos.
ü	Imunidade ativa naturalmente adquirida – Quando uma pessoa é exposta a um agente infeccioso.
ü	Imunidade ativa artificialmente adquirida – Quando a pessoa é exposta a uma vacina contendo 
organismos vivos, atenuados ou mortos, ou ainda por suas toxinas.
Esses tipos de imunidade são ditas naturais, pois, o próprio sistema imunológica da pessoa produz os 
anticorpos necessários à defesa contra agentes infecciosos. Outra característica dessa imunidade é 
porque ela guarda informações sobre os antígenos que entrou em contato e, lembra-se dos mesmos 
sempre que entra em contato novamente.
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Imunidade Passiva 
A imunidade passiva é a forma de imunidade onde os anticorpos são introduzidos no corpo da pessoa, 
ou seja, ela é dita passiva porque o sistema da pessoa não produz os anticorpos, eles têm outra origem.
ü	Imunidade passiva naturalmente adquirida – Acontece quando os anticorpos da mãe são 
transferidos para o filho durante a amamentação.
ü	Imunidade passiva artificialmente adquirida – Aqui as imunidades são transferidas para o 
hospedeiro por outro animal. Esses anticorpos e a imunidade que eles conferem duram pouco 
tempo, pois o organismo do hospedeiro receptor os destrói e não é capaz de produzir os mesmos 
anticorpos. 
CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO 
Células e Tecidos do Sistema Imunológico 
Você lembra que no começa desta unidade nós comentamos que o sistema imunológico é realizado por 
células linfóides?
Os linfócitos são as células que realizam esse trabalho. Na unidade anterior, também comentamos sobre 
a origem destas células. O que você acha de relembrarmos este tópico?
Nós falamos que as células que compõe o sistema imune têm origem em células indiferenciadas: as 
células-tronco pluripotentes. Estas células produzem na medula óssea células-tronco, linfóides que 
migram para o timo e se diferenciam em células linfóides ou linfócitos.
Para que você visualize melhor está cadeia de eventos, iremos montar um organograma hierárquico 
apenas para a origem destas células do sistema imune específico. Visualize este esquema abaixo! 
Figura 1 – Células-Tronco Pluripotentes - Fonte: Elaborada pelo professor
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Precisamos ressaltar que a diferenciação destas células-tronco é influenciada pelos tecidos linfóides. 
Como exemplo, podemos citar os linfócitos B que são processados e maturam-se em tecidos chamados 
Bursa-equivalente. As células T ou linfócitos T migram para outro órgão do sistema imune, o timo, ainda 
indiferenciadas.
Estas células não terminam sua diferenciação apenas em células B e T, elas continuaram se diferenciando 
em etapas subsequentes e darão origem a outros tipos celulares: células citotóxicas, células T da 
hipersensibilidade tardia, células T auxiliares ou helper e células T supressoras. 
Propriedades Gerais da Resposta Imunológica 
Já mencionamos aqui, que os linfócitos responde a agregação dos antígenos de duas formas diferentes: 
eles podem produzir e secretar substâncias, normalmente anticorpos ou, a nível celular, os próprios 
linfócitos realizam a defesa do organismo. 
No primeiro caso, estamos falando da Imunidade humoral, palavra que no original significava os quatro 
fluídos do corpo – sangue, muco, bile amarela e bile escura.
O termo humoral, resposta imunológica humoral é derivada da palavra humor (umor, do latim líquido).
A segunda resposta imunológica – a mediado por células – ocorre pelos próprios linfócitos, especialmente, 
quando os antígenos são parte integrante das membranas celulares ou quando estão dentro das células 
do hospedeiro e consequentemente, inacessíveis aos anticorpos.
Esses dois tipos de respostas imunológicas, apesar de reagirem a ameaças de diferentes formas, elas 
apresentam características comuns e essas características às possibilitam conferir imunidade.
Características comuns das respostas imunológicas:
ü	O Reconhecimento do Próprio (Self) e Reconhecimento do não próprio: o nosso organismo ao 
organizar sua defesa para ameaças iminentes, precisa antes de tudo; reconhecer os tecidos do 
hospedeiro e diferenciá-los dos antígenos, que não fazem parte de sua estrutura comum. Em 
imunologia, as substâncias normas do hospedeiro são chamadas PRÓPRIAS, e as sustâncias 
estranhas NÃO PRÓPRIAS.
ü	Especificidade: a especificidade de um organismo qualquer, quando ferida à imunidade, 
diz respeito à capacidade que no nosso corpo tem de reconhecer um grande número de 
substâncias estranhas como danosas, ou seja, ele é capaz de reconhecer diversos tipos de 
antígenos e responder imunologicamente. Mas é só isso, nosso sistema imune, devido a sua 
maturidade, não apenas reconhecem essas diversas substâncias estranhas, mas também, 
responde especificamente a cada uma delas. Assim, cada anticorpo é específico para cada tipo 
de antígeno e um anticorpo não terá a mesma resposta para um antígeno diferente, embora 
possam ocorrer reações cruzadas. Isso quer dizer que um anticorpo pode apresentar a mesma 
resposta imunológica a antígenos parecidos.
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ü	Heterogeneidade: como os anticorpos são específicos para cada tipo de antígeno e como nosso 
corpo, durante a vida entra em contato com diversos tipos de antígenos, se faz necessárioque nosso sistema imune também produza diversos tipos de anticorpos. Essa característica do 
sistema imune demostra sua versatilidade ou flexibilidade em si adaptar a diferentes ameaças, 
produzindo para cada uma delas, uma resposta em forma de anticorpo diferente.
ü	Memória: além de todas essas propriedades já mencionadas, o sistema imune também é capaz 
de produzir células de memória, células que guardam informações sobre antígenos que podem 
durar por muito tempo na corrente sanguínea, quando submetidas à nova infecção pelo mesmo 
antígeno, a resposta será mais rápida e sua eficiência será aumentada em relação ao primeiro 
contato. Essa resposta de memória é chama de resposta anamnéstica ou resposta secundária.
Propriedades dos Anticorpos 
Os anticorpos são na verdade moléculas de proteínas, elas são as IMUNOGLOBULINAS ou Ig. Essas 
proteínas possuem estrutura espacial em forma de Y e são organizadas em quatro cadeias polipeptídicas: 
duas cadeias leves (L - light) iguais e duas cadeias pesadas (H – heavy) também iguais.
Essas cadeias são unidas por ligações de sulfeto e apresentam regiões constantes e regiões variáveis. As 
regiões constantes são de extrema importância para a estrutura química das moléculas de imunoglobulinas.
Vamos verificar como essas estruturas se organizam na imagem abaixo!
Figura 2 - Estrutura das imunoglobulinas - Fonte: http://www.moreirajr.com.br
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As regiões variáveis das moléculas são responsáveis pela ligação com os antígenos, como mostrado na 
parte pintada de cinza na imagem. Essas moléculas irão sempre apresentar um par de sítios de ligação 
aos antígenos idênticos nas extremidades das cadeias Le He idênticos, também aos receptores existentes 
nas membranas dos linfócitos B que lhes deram origem. Isso determina que os receptores nas membranas 
dos linfócitos B são na verdade as primeiras imunoglobulinas que eles produziram e que ficaram presas à 
membrana plasmática constituindo seus receptores de membranas. 
Ao produzirem células plasmáticas (células que foram replicadas por estimulação ao se ligarem aos 
antígenos), elas continuam a produzir imunoglobulinas. Os fragmentos Fab (fragmento de ligação ao 
anticorpo) e os fragmentos Fc (fragmento cristalizável) são sintetizados após clivagem dos anticorpos por 
enzimas nos linfócitos. Os fragmentos Fab se ligam aos epítopos e os fragmentos Fc possuem um sítio que 
pode se ligar e ativar o sistema complemento.
Existem cinco classes de imunoglobulinas que foram identificadas nos humanos e em outros vertebrados 
maiores. Cada classe possui uma estrutura especial como região constante que determina a ela suas 
propriedades características. As cinco classes são: IgG, IgA, IgM, IgE e IgD.
ü	IgG: está imunoglobulina é o principal anticorpo encontrado no sangue e é sintetizado em 
quantidades maiores para respostas secundárias em uma infecção. Eles mediam a destruição 
aos invasores se ligando a estes, por seus sítios de ligação à antígenos e a outra extremidade 
da molécula que representa seus sítios de ligação aos tecidos, se ligam aos receptores nos 
fagócitos.
ü	IgA: diferentemente da IgG e IgA ocorre em menor proporção no sangue e em maiores quantidades 
das secreções corpóreas, como; lágrimas, leite, saliva e muco se aderindo as células do sistema 
digestório, respiratório e genituário. Elas são secretas no sangue e depois transportadas por 
células epiteliais de revestimentos dos sistemas mencionados sendo liberadas nas secreções 
ou ainda podendo permanecer ligadas às células de revestimentos pelos sítios de ligação aos 
tecidos. A principal função da IgA é se ligar aos receptores dos microrganismos antes que estes 
invadam os tecidos e também ativa o complemento.
ü	IgM: é a principal imunoglobulina secretada no sangue durante a resposta primária de defesa, 
podendo ser produzidas pelas células B ou por suas células plasmáticas. Ela possui cinco 
subunidades ligadas e apresentando dez sítios de ligação e, portanto, podendo se ligar a dez 
antígenos. Essas imunoglobulinas se encontram aderidas às membranas plasmáticas das 
células B e quando ligadas aos antígenos, também pode ativar o sistema complemento. Um 
fato curioso é que este anticorpo é o primeiro a ser formado na vida, sintetizado pelo feto e é a 
imunoglobulina do sistema sanguíneo ABO.
ü	IgE: este anticorpo apresenta uma afinidade especial por receptores de membrana dos basófilos 
no sangue ou de mastócitos nos tecidos. A ligação de antígenos nos sítios próprios de ligação, 
para estes poderem gerar efeitos fisiológicos desagradáveis de alergias nos humano. A histamina 
e outras substâncias são secretadas por basófilos e/ou mastócitos quando estas células estão 
ligadas a IgE gerando esses sintomas de alergias. Este anticorpo é raro no sangue, sua contração 
a baixa no soro e, é principalmente encontra nos fluídos corpóreos e na pele.
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ü	IgD: este anticorpo será encontrado principalmente nas membranas dos linfócitos B e raramente 
será secretado. Sua função específica é desconhecida ainda que se ligue aos receptores em 
antígenos. 
 Visite a Página
Para maior conhecimento sobre as classes de imunoglobulinas, visite o documento no link: 
www.ibb.unesp.br 
Respostas Primárias e Secundárias 
Falamos muito aqui sobre as respostas imunes primárias e secundárias de forma bem subjetiva. Iremos 
ver agora, como cada uma delas ocorre e como são importantes.
ü	Resposta primária: a imunidade humoral, as respostas primárias são deflagradas quando um 
antígeno é reconhecido pelas células B do hospedeiro pela primeira vez. Estas células então 
passam a se replicar dando origem a células plasmáticas que por sua vez, secretam vários 
anticorpos. Em poucos dias os primeiros anticorpos começam a aparecer no plasma sanguíneo. 
OS primeiros são IgM que podem atacar diretamente as substâncias estranhas, à medida que 
sua concentração baixa a síntese de IgG aumenta e posterior também diminui, porém, as células 
de memória persistem, apesar de não participarem da resposta primária.
ü	Resposta secundária: os antígenos ao serem reconhecidos pelas células de memória no sangue 
dar-se início à resposta secundária. Como todos nós já sabemos a resposta imune secundária 
será mais eficiente, uma vez que, o reconhecimento dos antígenos é feito por células que 
guardaram informações destes antígenos em contatos anteriores. Algumas destas células se 
dividam e dão origem a células plasmáticas, que sintetizam e liberam grandes quantidades de 
anticorpos no sangue.
IMUNIDADE MEDIADA POR CÉLULAS 
Já tratamos o suficiente sobre a produção e secreção das células B ou linfócitos B, agora iremos descrever 
mais atentamente sobre a participação das células T nos processos de imunidade mediada por células. 
Como vimos, na imunidade humoral as células B participam das reações imunológicas ou produzem e 
secretem proteínas que conhecemos por imunoglobulinas. Na imunidade mediada por células, veremos 
que as células T participam diretamente do bloqueio ou destruição dos patógenos. Não apenas bloquear 
a ação patogênica na imunidade mediada por células, mas também, participam das reações de rejeição 
de células tumorais, reações alérgicas e das respostas imunológicas a tecidos transplantados.
Muito ainda não se sabe sobre o funcionamento das células T na imunidade mediada por células. Sua 
participação na imunidade mediada por células envolve uma série de fatores, como a diferenciação de 
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diferentes tipos de células T e a produção de substâncias químicas, produzidas e secretadas por elas, 
conhecidas como linfocinas. 
As células T são diferentes das células B (por não produzirem anticorpos), mas elas apresentam em 
sua membrana plasmática, receptores proteicos que reconhecem os anticorpos das células B e outras 
proteínas.
 
Reações imunológicas Mediadas por Células 
Para melhor compreensãodo processamento celular dado pelas células T, em à defesa do organismo, 
iremos descrever todo o mecanismo usando como modelo a imagem abaixo, então, à medida que você 
estiver fazendo essa leitura, se dirija sempre a figura para acompanhar e desencadear as reações 
mediadas por células.
Figura 3 - Processamento de antígenos e diferenciação dos linfócitos.- Fonte: http://4.bp.blogspot.com
 Guarde essa ideia!
1. A resposta imune mediada por células se inicia com o processamento dos antígenos pelos 
macrófagos. Ao entrarem em contato com o patógeno, os macrófagos o fagocitam e em seu 
interior celular os degradam. O passo seguinte é a inserção de fragmentos antigênicos (do 
antígeno fagocitando) em sua própria membrana celular.
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2. Ao apresentarem esses fragmentos antigênicos, ancorados na membrana celular, aos linfócitos 
T, que apresentam receptores de membrana específica, irão se ligar aos macrófagos. Percebam 
que os fagócitos também irão apresentar em sua membrana outro produto, o MHC, ou complexo 
de histocompatibilidade. Para maiores informações, acesse o documento no link a seguir. Ao 
se ligarem aos macrófagos os linfócitos T sofrem diferenciação nos diversos tipos de células T.
www.ufvjm.edu.br
3. Após ligação às células T os macrófagos secretam interleucina-1 (IL-1) que irá ativar os linfócitos 
diferenciados T helper (TH).
4. Os linfócitos TH ao serem ativados pela interleucina-1 produzem e secretam interleucina-2 (IL-2) 
e interferon gama.
5. A IL-1 e a IL-2 os linfócitos da hipersensibilidade tardia (TD) e os linfócitos T citotóxicos (TC).
6. Em associação a IL-1, a IL-2 e o interferon gama induzem maturação de células indiferenciadas 
em células natural Killer (NK).
Se os agentes infecciosos se propagarem no interior celular, escapando da resposta imune humoral, então 
a resposta imune mediada por células deverá destruir essas células infectadas. Esse papel de destruição 
de células infectadas é realizado por linfócitos T e células NK na resposta imune mediada por células.
Agora imagine um agente infeccioso que seleciona especificamente as células T como alvo de infecção? 
Justamente, as células responsáveis por destruir patógenos escondidos dentro das células do hospedeiro 
e que por isso, escaparam da resposta imune humoral!
Pois é, querido (a) aluno (a), estamos falando do vírus da imunodeficiência humana ou HIV, a AIDS. Esse 
vírus não apenas impede o trabalho de destruição de células infectadas dos linfócitos T, mas também 
as destroem deixando o hospedeiro susceptível a vários tipos de doenças infecciosas e vários tipos de 
câncer.
O HIV além de infectar linfócitos T, também invade linfócitos devastando todo o sistema de defesa 
imunológica, tanto humoral quanto mediada por células.
Papel dos Macrófagos Ativos 
Os linfócitos TD desempenham um importante papel na resposta imune. Eles liberam uma substância: o 
fator de ativação dos macrófagos. Essa substância induz os macrófagos infectados a produzirem uma 
maior quantidade de hidrogênio tóxico e enzimas que atacam os organismos fagocitados. Esse mecanismo 
ocorre quando bactérias patogênicas, como; as da tuberculose ou hanseníase são fagocitados, mas não 
param de se reproduzir no interior do fagócito. 
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FATORES DE MODIFICAÇÃO DAS RESPOSTAS IMUNOLÓGICAS 
Em condições de saúde sem comprometimento e isento de um ambiente poluído, um jovem adulto pode 
prevenir praticamente todas as doenças infecciosas com suas defesas imunológicas. Entretanto, uma 
série de fatores como tratamentos médicos, distúrbios, lesões, fatores ambientais e obviamente a idade 
podem alterar a resistência contra as doenças.
Nós, humanos, somos geneticamente imunes a algumas doenças. As diferentes raças possuem, por suas 
diferenças também genéticas, graus de resistência e susceptibilidade diferentes e já foi relatado em 
muitos trabalhos científicos que, os negros, em condições iguais aos brancos produzem, em maiores 
quantidades, linfócitos T e B.
 
 Você sabia?
Você sabia que a idade afeta a resistências às doenças. Em geral, as crianças e idosos são mais 
susceptíveis aos agentes infecciosos em relação aos jovens adultos: as crianças muito pequenas, porque 
o sistema imunológico ainda não foi completamente desenvolvido até que alcance 2 ou 3 anos de idade; 
os velhos, porque as defesas imunológicas principalmente as células de defesa mediada por células, 
passam a diminuir sua função com o passar do tempo. Assim é recomendado que as crianças com poucos 
anos de idade e os idosos não sejam expostos irresponsavelmente aos agentes infecciosos, sendo as 
campanhas de imunizações essenciais logo após o nascimento, durante a infância e algumas pontuais 
para idosos, como as da gripe.
É importante sabermos que alguns fatores que nos predispõe a ocorrência de doenças infecciosas e que 
não podem ser tratados (ainda) como fatores genéticos, existem outros sobre os quais devemos redobrar 
os nossos cuidados para que possam nos servir de meios de combate a essas doenças, e a alimentação 
é uma delas. A ingestão adequada de proteínas e vitaminas é essencial à manutenção saudável da pele 
intacta, das mucosas, da atividade fagocitária, da produção de linfócitos e para a síntese de anticorpos. 
Contrariamente, uma alimentação deficiente, o alcoolismo e o vício em drogas diminuem drasticamente 
a resistência contra infecções.
Um comportamento interessante do sistema imunológico em relação às atividades físicas é o fato de que 
atividades físicas moderadas, como uma caminhada regular de 5 dias por semana durante 45 minutos, 
aumentam a produção de anticorpos em cerca de 20% e estimula uma maior reação das células NK, já 
uma atividade física intensa como uma maratona podem deprimir o sistema imune reduzindo em mais de 
30% a atividade das células NK por cerca de 6 horas.
Já vimos que as lesões traumáticas como um corte na pele, por exemplo, facilitam a entrada de 
microrganismos diminuindo assim a resistência do nosso corpo. O reparo desse tecido danificado pode 
reduzir nossa resistência, pois ele compete com os mecanismos imunológicos, porque requerem uma 
intensa síntese proteica.
???
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Os fatores que também poderão diminuir nossa resistência é o mau funcionamento dos processos que 
eliminam os micróbios, tais como, as lágrimas, urina e as secreções mucosas. Quando esse sistema não 
funciona bem os microrganismos patogênicos têm acesso facilitado aos tecidos.
As drogas que utilizamos no combate contra infecções (antibióticos) destroem os microrganismos comensais 
que convivem conosco e que competem com os patogênicos. Outras drogas utilizadas na prevenção da 
rejeição de tecidos transplantados prejudicam as funções dos linfócitos e de alguns fagócitos.
Imunização Ativa 
Uma vacina é uma substância contendo um antígeno ao qual o sistema imunológico responde. O 
antígeno pode ser proveniente de organismos mortos, atenuados ou partes deles. Como já mencionado 
anteriormente, o desenvolvimento da imunidade ativa pelo sistema imune deve ser induzida a reconhecer 
e destruir os agentes infecciosos. 
A imunização ativa cumpre justamente esse papel de indução da imunidade ativa que pode ser realizada 
pela administração de vacinas ou toxóides. Um toxóides é uma toxina inativa que não é mais prejudicial, 
mas que retém suas propriedades antigênicas reconhecidas pelo sistema imune, assim como, ocorre com 
as vacinas com seus organismos enfraquecidos ou mortos.
No processo de imunização ativa, quando uma vacina ou toxóide é administrada, o sistema imune passa 
a produzir anticorpos ou células T citotóxicas e células de memória. Todo esse mecanismo é idêntico aos 
processos que ocorrem durante o curso de uma doença.
Um fator importante a ser lembrado e que todos nós devemos reconhecer o que, na maioria dos casos, as 
vacinas preparadas com organismos vivos conferem imunidade mais duradoura doque as fabricadas com 
organismos mortos, ou partes deles ou com toxóides.
Esse fato leva à necessidade de doses de reforço de vacinas para que seu potencial de imunização seja 
garantido.
Imunização Passiva 
Na imunização passiva, contrariamente a imunização ativa, são usadas administrações de anticorpos 
previamente produzidos. Os anticorpos são introduzidos em indivíduos imunologicamente desprotegidos. 
Como os anticorpos são encontrados na porção sérica do sangue, então esse produto é frequentemente 
chamado antissoro. Apesar de a imunização passiva ser produzida rapidamente, ela é temporária, irá 
durar apenas enquanto houver títulos suficientemente altos de anticorpos.
Nesse sentido, as antitoxinas são anticorpos que apresentam sua ação imune contra toxinas específicas 
como as que causam o botulismo, difteria ou tétano.
Geralmente a imunização passiva é utilizada para neutralizar os efeitos de picadas de cobras e aranhas. 
Esses tratamentos são frequentemente usados em casos de emergência, para combater os danos de 
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picadas de certas cobras e das aranhas viúvas-negras.
Na imunização passiva os riscos são conhecidos. Normalmente os mais comuns são por reações alérgicas. 
Na administração de substâncias em processos de imunização passiva são utilizadas, em algumas 
antitoxinas, proteínas de outros animais produzidos em ovos ou em cavalos. O relato de casos demostra 
que estas têm certamente sido as que mais produzem efeitos alérgicos, principalmente em pacientes que 
as receberam pela segunda vez. Assim as substâncias utilizadas nos processos de imunização passiva 
produzidas em humanos são mais seguras.
Risco das Vacinas 
O fato das vacinas serem imprescindíveis no controle de algumas doenças infecciosas, ninguém discute, 
no entanto, o seu uso em populações inteiras deve sempre levar em conta os riscos que estes produtos 
podem levar às pessoas.
Sinais como febre, mal-estar e dor no local da injeção são frequentemente notados na imunização ativa. 
É importante saber que o sistema imunológico do paciente, sobrecarregado com a infecção já em curso, 
pode ser incapaz de gerar uma resposta imune adequada ao antígeno da vacina administrada. 
Algumas reações estão associadas a certas imunizações, como por exemplo, a vacina contra a rubéola 
pode causar dores nas articulações; a vacina contra a coqueluche pode provocar convulsões. As reações 
alérgicas também podem ocorrer quando são utilizadas vacinas contra a gripe e de vacinas que contenham 
proteínas de ovo ou de algumas que contenham antibióticos, como preservativos. Apesar dos riscos as 
vacinas são consideradas como mecanismos de imunização seguro: as reações alérgicas causadas por 
elas possuem efeito severos muito menores que as doenças.
 
Acesse o Ambiente Virtual
Prezado (a) aluno (a), nós chegamos ao final da Disciplina de Microbiologia e Imunologia. Espero que você 
tenha conseguido melhorar seus conhecimentos à cerca dos temas aqui tratados, espero também que eu 
tenha conseguido contribuir um pouco para a sua formação.
A microbiologia e imunologia são campos de conhecimento ricos e extensivamente renovados, então, 
acredito que o conhecimento apresentado nesta disciplina seja apenas uma ponta de luz de tudo aquilo 
que você pode descobrir a respeito dos microrganismos (e organismos em geral estudados) e dos 
processos do nosso sistema imunológico. Saiba que tudo o que já foi descoberto e todo o conhecimento 
desenvolvido sobre esses campos de estudo, não representa muito de tudo o que eles realmente são, 
existem muitas coisas ainda a serem descobertas, muitos mecanismos ainda a serem elucidados. Cabe 
a você, futuro profissional e eternamente estudante, desvendar todo o potencial que esse conhecimento 
pode proporcionar às sociedades.
Desejo sucesso no andamento do curso e sorte na futura profissão que você escolheu! 
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Lembre-se, faça a leitura de todo o material (guia de estudo e livro texto). Você também pode fazer uso de 
materiais disponíveis na internet para incrementar a disciplina. 
Não se esqueça de fazer as atividades disponíveis no ambiente virtual, afinal, é muito importante fazer os 
exercícios para consolidar o aprendizado. Caso você tenha alguma dúvida, não deixe de entrar em contato 
com os tutores. 
Até uma próxima oportunidade!

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