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Dissolução do casamento

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Dissolução do casamento
No ordenamento jurídico brasileiro
Dissolução do casamento válido
Dissolução da sociedade conjugal: põe fim aos deveres matrimoniais e ao regime de bens.
Dissolução do vínculo do casamento: põe fim a sociedade conjugal e ao vínculo jurídico que ligava os cônjuges
Dissolução do casamento
Art. 226 (...)
§6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (CF/88)
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
II - pela nulidade ou anulação do casamento;
III - pela separação judicial;
IV - pelo divórcio.
§ 1o O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.
§ 2o Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.
Advento da EC 66/2010
O divórcio fundamenta-se nos princípios:
Dignidade da pessoa humana
Liberdade de autodeterminação afetiva
Facilitação da dissolução do casamento
Intervenção mínima do Estado
Advento da EC 66/2010
Superação dos prazos estabelecidos para o divórcio(sendo possível o divórcio mesmo que o casamento tenha sido celebrado a poquíssimo tempo);
Impossibilidade de discussão da causa da dissolução nupcial, inclusive a culpa que não pode mais ser debatida na ação de divórcio.
Sistema de dissolução do casamento é unificado ou dualista?
Com a promulgação da EC 66/10 a doutrina era unânime em afirmar que o sistema agora era unificado, porém, com a entrada em vigor do CPC/2015 a matéria passou a suscitar dúvida porque tal diploma trouxe em seu corpo normativo a disciplina da separação judicial e extrajudicial.
Promovendo a interpretação do sistema jurídico o STJ firmou entendimento de que a separação está mantida, não tendo sido abolida pela EC 66/10, que não teria esse objetivo, mas, tão só, facilitar o divórcio.
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. EMENDA CONSTITUCIONAL N° 66/10. DIVÓRCIO DIRETO. SEPARAÇÃO JUDICIAL. SUBSISTÊNCIA.
1. A separação é modalidade de extinção da sociedade conjugal, pondo fim aos deveres de coabitação e fidelidade, bem como ao regime de bens, podendo, todavia, ser revertida a qualquer momento pelos cônjuges (Código Civil, arts. 1571, III e 1.577). O divórcio, por outro lado, é forma de dissolução do vínculo conjugal e extingue o casamento, permitindo que os ex-cônjuges celebrem novo matrimônio (Código Civil, arts. 1571, IV e 1.580). São institutos diversos, com conseqüências e regramentos jurídicos distintos. 
2. A Emenda Constitucional n° 66/2010 não revogou os artigos do Código Civil que tratam da separação judicial.
3. Recurso especial provido. (STJ, Ac, 4ª T., Resp 1.247.098/MS, rel. Min. Maria Isabel Galloti, j. 14.3.17, Dje 16.5.17) 
Hipóteses de cabimento da Separação
Separação é um modo de extinção dos deveres do casamento e do regime de bens, sem extinguir o vínculo do casamento, razão pela qual não se pode casar novamente.
Está disciplinada nos art. 1.572 a 1.578, CC.
Ela pode ser consensual ou litigiosa.
Sendo consensual pode ser feita em Cartório extrajudicial, desde que não haja interesse de incapaz.( art. 733, CPC/15)
O requisito para a separação consensual é a comprovação de um prazo mínimo de 1(um) ano de casamento. ( art. 1.574, CC)
Hipóteses de cabimento da Separação
A separação litigiosa está prevista no rol do art. 1.572,CC.
Art. 1.572. Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum.
§ 1o A separação judicial pode também ser pedida se um dos cônjuges provar ruptura da vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade de sua reconstituição.
§ 2o O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de doença mental grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável.
§ 3o No caso do parágrafo 2o, reverterão ao cônjuge enfermo, que não houver pedido a separação judicial, os remanescentes dos bens que levou para o casamento, e se o regime dos bens adotado o permitir, a meação dos adquiridos na constância da sociedade conjugal.
Hipóteses de cabimento da Separação
O art. 1.573, CC também dispõe:
 Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes motivos:
I - adultério;
II - tentativa de morte;
III - sevícia ou injúria grave;
IV - abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo;
V - condenação por crime infamante;
VI - conduta desonrosa.
Parágrafo único. O juiz poderá considerar outros fatos que tornem evidente a impossibilidade da vida em comum.
Como não se discute mais a existência de culpa no fim do casamento, a utilização da separação com base no dispositivo acima só será possível se for formulado pelo autor da ação um pedido relativo a um dos efeitos decorrentes do reconhecimento da culpa previstos no Código Civil: a) Responsabilidade civil do culpado(art. 927); b) alteração da natureza da obrigação alimentícia em favor do culpado, fixando a pensão meramente para subsistência(art. 1.704, p. único)
Requisitos legais para o pedido de separação
Art. 731, CPC/15.
Art. 731.  A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos legais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão:
I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns;
II - as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges;
III - o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e
IV - o valor da contribuição para criar e educar os filhos.
Parágrafo único.  Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos bens, far-se-á esta depois de homologado o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658.
Separação judicial e extrajudicial
Põe fim aos deveres do casamento e ao regime de bens. Quanto ao regime de bens poderá ser feita a partilha destes na separação.
Ela não quebra o vínculo do casamento, logo, os separados judicialmente ou extrajudicialmente não podem convolar novas núpcias.
Para que haja a quebra do vínculo do casamento, é necessário a sua conversão em divórcio( art. 1.580, CC).
Havendo reconciliação do casal, é possível o restabelecimento do casamento através de ato judicial( art. 1.577, CC). 
Separação de corpos
O art. 1.562, CC, autoriza expressamente a concessão de uma separação de corpos, dela decorrendo todos os efeitos práticos de uma separação.
Trata-se de um afastamento temporário de um dos cônjuges, ou companheiro, do lar conjugal, obstando uma convivência que pode afrontar a integridade física, psíquica, intelectual, patrimonial ou sexual de um deles.
Independe de o casal já estar separado de fato.
O deferimento desta separação levará em conta tão somente o fim da afetividade, independentemente da prova efetiva de ocorrência de dano a integridade física ou psíquica de um dos côjuges, dos filhos ou terceiros agregados ao lar.
É possível a concessão de separação de corpos mesmo quando os cônjuges permaneçam sob o mesmo teto.
Se a separação de corpos for consensual, pode ser obtida através de escritura pública, servindo como documento para o casal demonstrar o fim da convivência conjugal. 
Separação de fato
Trata-se de um fato jurídico. Um reconhecimento da teoria da aparência,também denominada de teoria da primazia da realidade afetiva, acarretando consequências jurídicas de cunho pessoal e patrimonial para o casal separado de fato.
Tanto a doutrina, como a jurisprudência, inclusive o STJ, vem reconhecendo que a simples separação de fato, independente de qualquer prazo, faz cessar todos os efeitos jurídicos do casamento, como direito à herança, a obrigatoriedade dos deveres recíprocos,
os efeitos do regime de bens.
Divórcio
É a medida jurídica obtida pela iniciativa das partes, em conjunto ou isoladamente, que dissolve integralmente o casamento, atacando, a um só tempo, a sociedade conjugal e o vínculo do casamento.
Pode ser obtido judicial ou administrativamente, através de escritura pública, quando não houver interesse de incapaz.
Não se admite a reconciliação do casal, que só poderá retomar a conjugalidade através de um novo casamento.
Implica em modificação do estado civil dos cônjuges, passando ao novo estado civil de divorciados.
Pode ser promovido a qualquer tempo durante a constância do casamento, desde que atendido o requisito constitucional, que é, simplesmente, está casado, independentemente de qualquer prazo.
O vínculo do casamento se dissolve com o trânsito em julgado da sentença ou da averbação da escritura pública. Em caso de divórcio judicial a sentença deve ser levada a registro no Cartório de Registro Civil onde se assentou o casamento, para que tenha produza efeitos perante terceiros.
Divórcio litigioso e consensual
No divórcio litigioso, as partes podem controverter sobre matérias subjacentes à dissolução do casamento, como guarda de filhos, o regime de visitação, a partilha de bens, dentre outras.
No divórcio amigável,as partes podem deliberar livremente sobre tais questões e dissolver o casamento em juízo ou em cartório(neste quando não houver interesse de incapaz).
Divórcio consensual
Corresponde à dissolução do casamento por acordo recíproco entre os cônjuges, sem qualquer conflito de interesses.
Tem natureza de negócio jurídico bilateral.
Quando pleiteado em juízo dependerá de pedido expresso formulado por ambos os cônjuges através de procedimento especial de jurisdição voluntária.
A petição deve indicar as diretrizes do art. 731, CPC/2015.
As partes podem deixar a partilha de bens para momento superveniente, mantendo o patrimônio comum em condomínio.( art. 1.581, CC)
É possível que as partes estabeleçam outras cláusulas no acordo do divórcio consensual.
A sentença proferida pelo magistrado é desconstitutiva e os efeitos são ex nunc.
O divórcio consensual extrajudicial está disciplinado no art. 733, CPC/15.
Divórcio litigioso
O litígio não recai sobre a concessão, ou não, do divórcio – que se trata de direito potestativo extintivo - recai sobre os elementos subjacentes a dissolução do casamento como a partilha de bens, o pensionamento entre eles e para os filhos incapazes, o regime de visitação e guarda, etc.

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