Evolução da psicologia

A psicologia na Id ade Média Com o j á sabe, a I dade Média começou com a expansão e im plantação do cristianism o, que acabou com as ideias do mundo antigo. O cr istianismo, o judaísmo e o isl amismo careciam de um a filosofia em que ba sear a fé, mas a recusa do paganismo colocava o p roblema de com o abordar a filosofia clássica e recolher as suas importantes contrib uições. A questão foi resolv ida por Santo Amb rósio (cerca de 340- 397), que argum entou que os cristãos dev iam aceitar os elementos da filosofia que fossem com patíveis com a fé. Santo Ag ostinho (354- 430), recuperando a tradi ção platónica, assentou as base s da teologia cris tã, e a psique passou a ser considerada exclusivamente como alm a, isto é, como uma substância imaterial qu e perdurav a depois da morte do corpo. A psicologia na Id ade Moderna A obra do filósofo e m atemático René Descartes (1596- 1650) teve uma grande influên cia na abordagem da psicologia na Idade Moderna (fig . 2). O nov o dualismo alm a-corpo colocado por este fi lósofo já não se enc ontrava nas c renças religiosas, mas nos m ecanism os que regulavam ambas as substânc ias. Na perspetiv a cartesiana ou racional ista de Descartes, a psicologia con sistia em analisar a ref lexão ea consciência (a alm a), características da psiqu e, prescindindo do corpo e das suas sensaçõ es, cujas fun ções eram puram ente mecânicas. Para ele existiam dois mundos: o m ecânico e material, correspondente ao corpo, e o mundo im aterial, correspondente à alma, onde residem as ideias inatas. A linha de investigação s obre os processos p síquicos foi seguid a nos finais do século XV II e ao longo do sécul o XVIII pelos filósofos britânicos J ohn Locke , David Hume e George Berkeley , princi pais representantes do e mpirismo . Os seus estudos, muito im portantes, como com provará mais adiante, ce ntraram-se nos m ecanismos de associação de ideias e nas sensações. P ara os empiristas, as ideias nã o eram inatas; pro cediam da experiência. Tentaram analisar o processo de form ação das ideias complexas, isol ando os elementos m ais simples do conhecim ento. O filósof o alemão Immanuel Kant (1724- 1804) tentou s intetizar o pensam ento racionalista de Desc artes e o empirismo. N egou a existência das ideias inatas na mente, concordando assim com os empiristas em que o conhec imento provém de sensações prévias, m as propôs a existência de est ruturas inatas, os con ceitos, sem os quais as s ensações não teriam significado. A psicologia na Id ade Contemporânea O associacionismo ing lês , escola filosófi ca dominante em Inglaterra no século XV III e parte do XIX , teve nos f ilósofos empíricos os seus precur sores imediatos. Reco rde que dissem os imediatos, porque o asso ciacionism o como tal remonta às orig ens do pensamento filosófico. A razão dis to parece clara: no fundo , o associacionism o consiste sempre em explicar o todo pelos s eus elem entos, o complexo pelo sim ples. E este modo de ver as coisas atraiu sem pre o intelecto humano. Não são as unidades atóm icas a explicação últ ima dada pela física do Un iverso? Não sã o as células que dão a biologia do ser v iv o? Que tem, pois, de estra nho que já no ano 310 a. C. Aristóteles, em A tenas, e em 400 d. C. Santo Agostinho, em África, tenham tentado explicar a mem ória a partir de sim ples leis de associação dos v estígios da realidade na nossa m ente? Os principais representantes desta escola filosófi ca, todos ingleses, foram Dav id Hartley , James Mill , John Stuart Mill e Alexander Bain . Mas o que é que o associaci onism o tem de específico? Antes de m ais, é um associacio nismo mental , porque o que pr etende é analisar o m undo da m ente, as ideias, o conhecim ento e a consciência intelectual com a finalidade de descobrir os seus últimos elem entos e a form a como, a partir desses elem entos, surg e o nosso complexo mundo int electual e mental. Vejam os estes aspetos: \u2022 Os elementos básicos da n ossa mente são a s sensações e as per ceções sensoriais . Te nha em conta que par a os associacionistas isto signifi ca que «não há nada no entendimento que não tenha es tado antes nos sentidos» . Os associacionistas também falam de « ideias» para além das « sensações», mas atençã o: por exemplo, a « ideia» de um cão não é qualitativam ente diferente da sensação \u2013 v isão \u2013 «desse» cão que talvez tenh a à sua frente. Assim , James Mill afirma que as ideias não sã o m ais que as «cópias» das sensaçõe s, com a diferença de que na sen sação o ob jeto sentido está à nossa frente e n a ideia, não. \u2022 A partir das associa ções mecânicas destes elem entos simples, os associacion istas pretendem explicar todas as complexidades da v ida mental. Vejamos outro exemplo: « Quando as perceções A, B , C se associaram umas às outras várias vezes, obtiveram um a força tal sobre as su as ideias a, b, c que qu ando se tinha apenas um a dessas perce ções ou sensações, A, por exem plo, esta podia prov ocar na mente as id eias correspondent es às outras (b, c)» . Assim esc revia Hartley e o próprio Mill acrescentaria: «tijolo» é uma mistura com plexa; «mistura» (betão) é outra ideia com plexa; estas ideias, aliadas a ideias de quan tidade e posição, c ompõem a minha ideia de «pared e». A minha ideia de « tábua» é uma ideia com plexa, a minha ideia de «v iga» é outra; a m inha ideia de «prego», outra. Estas ideias aliadas às de q uantidade e posição, compõem a minha ideia de «andar» . A partir destas investigaç ões os associacionistas form ularam as leis dos pontos que se seguem : \u2022 Lei da contiguidade: dois processos psíquicos que ocorrem simultânea ou sucessivamente associam-se entre si. \u2022 Lei da frequência: as as sociações que se fazem mais frequentemente são as que resultam mais duradouras e estáveis. \u2022 Lei da recência: as associações feitas mais recentemente são também mais duradouras e estávei s.

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