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Urbanização e meio ambiente 2

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Prévia do material em texto

Urbanização e 
Meio Ambiente
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Vivian Fiori
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
Formas de Ocupação no Brasil e as Áreas de Risco
 
• Introdução
• O processo histórico da habitação social no Brasil
• A questão de moradia no Brasil
• Áreas de Riscos em Áreas Urbanas
 · Analisar situações de questões ambientais urbanas e sua relação com 
a áreas de risco.
 · Identificar características e tipos de áreas de risco em espaços urbanos.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta Unidade, você irá aprender um pouco mais sobre formas de ocupação 
e problemas das áreas de risco em cidades brasileiras. 
Leia, atentamente, o conteúdo disponibilizado e o material complementar e 
procure relacioná-los a sua futura prática de trabalho.
Para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo possível é 
fundamental assistir às videoaulas e realizar a atividade proposta de atividade 
de aprofundamento e de sistematização. Cada material disponibilizado é 
mais um elemento para seu aprendizado e para sua futura prática docente.
ORIENTAÇÕES
Formas de Ocupação no Brasil 
e as Áreas de Risco
UNIDADE Formas de Ocupação no Brasil e as Áreas de Risco
Contextualização
Leia, atentamente, o texto a seguir:
Os dados revelaram que cerca de 50% dos municípios brasileiros declararam ter sofrido 
algum tipo de alteração ambiental nos 24 meses anteriores à pesquisa e, dentre estes, 
cerca de 16% sofreram com deslizamento de encosta e 19% com inundações. Outro 
fenômeno enfocado é a alteração da paisagem causada pela erosão do solo, resultando 
em voçorocas, ravinas e deslizamentos. Os dados da pesquisa mostraram também que, 
dos municípios que sofrem com deslizamento de terra, 25% associam esse fenômeno 
à degradação de áreas protegidas e à ocupação irregular de áreas frágeis, outros 34% 
atribuíram como causa o desmatamento. No caso dos municípios com problemas de 
inundação, aproximadamente 25% atribuíram o fato à degradação de áreas protegidas 
e à ocupação irregular de áreas frágeis e 30% ao desmatamento. Em síntese, de acordo 
com as informações obtidas pela MUNIC, processos como deslizamento de encostas, 
inundações e erosão estão fortemente associados à degradação de áreas frágeis, 
potencializada pelo desmatamento e ocupação irregular. 
Esse tipo de informação conduz os pesquisadores a concluir que no Brasil há uma relação 
muito estreita entre o avanço da degradação ambiental, a intensidade do impacto dos 
desastres e o aumento da vulnerabilidade humana. Na verdade, arriscamos dizer que 
a degradação ambiental aumenta a possibilidade de ocorrência de perigos naturais 
e, frequentemente, ocorre a possibilidade do perigo se transformar em uma situação 
previsível, geradora de desastres, causando danos às pessoas [...]
Fonte: Trecho literal: MAFFRA, Cristina Q.T. Maffra; MAZZOLA, Marcelo. Razões dos desastres em território brasileiro. In: SANTOS, 
Rozely Ferreira dos (org.). Vulnerabilidade Ambiental: desastres naturais ou fenômenos induzidos. Brasília: MMA, 2007, p. 11
Pelas informações obtidas pelos pesquisadores, verificam-se diferentes tipos de 
degradação ambiental no Brasil, de áreas de risco à vida humana e que impactam 
as cidades brasileiras.
É essencial políticas públicas nos diferentes níveis de governo e também uma 
gestão e planejamentos integrados para monitorar áreas ambientalmente frágeis e 
que possam induzir a riscos humano e de perda de qualidade de vida urbana, bem 
como há necessidade de propostas para minimizá-las.
Leia o texto da disciplina a aprenderá mais sobre este tema.
6
7
Introdução
Nesta unidade, vamos tratar das formas ocupação e moradia urbana no Brasil, 
dando ênfase aos tipos de moradia mais precários, sobretudo aos que se encontram 
em situações de risco.
O Processo Histórico da Habitação 
Social no Brasil 
Em 1850, com o final do tráfico de escravos, com a promulgação da Lei 
de Terras no Brasil e com o posterior final da escravidão em 1888, os negros 
não tiveram direito à terra no Brasil, diferentemente do que ocorreram nos 
Estados Unidos. 
O processo de inclusão social e a possibilidade de acesso à terra aos negros e 
aos mais pobres não ocorreu, ficando tais grupos marginalizados em relação à 
apropriação de terras de modo regular. 
Ao longo do século XX, restou à grande parte da população brasileira viver de 
forma ilegal e/ou de modo precário em loteamentos irregulares, favelas, cortiços e 
até mesmo em situação de rua. 
Em 1964, o governo federal criou o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), 
segundo a concepção da época, para facilitar a aquisição da casa própria, para as 
famílias de baixa renda. Este sistema era financiado pelo extinto Banco Nacional 
de Habitação (BNH). 
Devido às crises mundiais do petróleo nos anos setenta, entre outras questões, 
o Brasil passou a ter vários problemas econômicos com os quais muitos mutuários 
não conseguiam pagar as suas casas devido ao desemprego e à alta inflação, ao 
longo dos anos 1980.
A partir da década de 1980, acirra-se o quadro de pobreza no Brasil, 
principalmente com o processo de globalização e o fraco desempenho econômico 
brasileiro, ampliando as desigualdades socioespaciais no Brasil, condição essa que 
se evidencia no aumento de favelas, cortiços e loteamentos irregulares nas cidades 
brasileiras a partir deste período. 
Conforme explica a urbanista Ermínia Maricato:
A partir dos anos de 1980, a globalização acirra o quadro de pobreza e 
aprofunda a desigualdade na cidade brasileira. A queda do crescimento 
econômico tem como consequência a queda nos investimentos públicos 
e privados e o aumento do desemprego. Essa estratégia é acompanhada 
de outra: a implementação de políticas neoliberais. Sob inspiração do 
Consenso de Washington, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e 
7
UNIDADE Formas de Ocupação no Brasil e as Áreas de Risco
do Banco Mundial (Bird), o estado brasileiro executa o ajuste fiscal, o 
corte de subsídios nas políticas públicas, a privatização do patrimônio 
público, a desregulamentação financeira e trabalhista, atingindo também 
os serviços públicos. As consequências dos recuos financeiros nos 
investimentos públicos não se fizeram esperar: o aumento da violência, 
aumento exponencial da população moradora em favelas, aumento 
da população moradora de rua, aumento da infância abandonada e o 
retorno de epidemias já erradicadas, entre outras mazelas (MARICATO, 
2012, p. 180).
Em 1988, com o fim do BNH, a Caixa Econômica Federal assume o Sistema 
Financeiro de Habitação (SFH) no Brasil. Desse modo, atualmente, esse sistema é 
o responsável pelo financiamento da casa própria; entretanto, há alguns problemas 
nesse acesso à casa própria, já que as classes populares têm dificuldade de pagar 
o financiamento porque os juros são elevados ou principalmente porque não têm 
como provar renda formal, nem endereço. 
Mais recentemente, no final do século XX e sobretudo no início do século XXI, 
especialmente nas grandes cidades brasileiras, houve uma grande valorização do 
espaço e os preços dos imóveis tornaram-se bastante elevados, o que dificulta o 
acesso até da classe média, devido aos valores exorbitantes. 
Em 2009, foi criado pelo Governo Federal o “Programa Minha Casa Minha 
Vida”, com o intuito de construir casas populares. Tal Programa busca criar para 
famílias de baixa renda ou de classe média baixa, moradias subsidiadas, em parte, 
pelo Governo Federal e com o apoio das prefeituras, já que depende de espaço 
para construção dessas moradias. 
Trata-se, portanto, de um Programa Federal, mas em parceria com as prefeituras 
brasileiras. Trata-se de um Programa de larga escala, que atende parcialmente aos 
problemas de moradia no Brasil. 
A seguir, vamos explicar um pouco mais sobre os tipos de moradias no Brasil.A Questão de Moradia no Brasil 
No Brasil, devido à grande desigualdade socioespacial existente e à dificuldade 
de acesso a uma habitação regularizada e em condições boas de habitabilidade, há 
vários tipos de moradias precárias que colocam a vida do morador em risco.
 Em geral, os mais pobres moram em favelas, cortiços, loteamentos irregulares 
e clandestinos ou em conjuntos habitacionais populares. 
Roberto Lobato Corrêa pesquisador de questões urbanas explica:
Para se entender a questão do como morar é preciso que se compreenda 
o problema da produção da habitação. Trata-se de uma mercadoria 
8
9
especial, possuindo valor de uso e valor de troca, o que faz dela uma 
mercadoria sujeita aos mecanismos de mercado. Seu caráter especial 
aparece na medida em que depende de outra mercadoria especial -a 
terra urbana -, cuja produção é lenta, artesanal e cara, excluindo parcela 
ponderável, senão a maior parte, da população de seu acesso, atendendo 
apenas a uma pequena demanda solvável (CORRÊA, 2000, p. 62-63). 
Desse modo, por conta da valorização do espaço e dos imóveis, algumas porções 
do espaço das cidades brasileiras ficam circunscritos aos usos dos que têm maior 
poder aquisitivo, ou seja, das classes sociais mais abastadas. 
Por outro lado, as cidades brasileiras possuem algumas regiões mais valorizadas, 
o que dificulta o acesso dos mais pobres e mesmo da classe média baixa e 
algumas regiões extremamente valorizadas que interessam à lógica dos mercados 
imobiliários, como aponta Ruben Katzman, a seguir:
[...] o aumento da densidade urbana potencializa o impacto da ampliação 
das disparidades de renda sobre a segregação residencial. À medida que 
a densidade urbana aumenta, os preços da propriedade em localidades 
diversas vão se diferenciando. As moradias, por sua vez, vão se localizando 
onde os preços condizem com o poder aquisitivo, devido à lógica própria 
dos mercados imobiliários. A ampliação consequente das distâncias 
físicas entre as classes aprofunda as lacunas territoriais das disparidades 
econômicas elevando a visibilidade das desigualdades sociais (KATZMAN, 
2007, p. 321).
O mercado imobiliário, nas metrópoles e grandes cidades brasileiras, busca 
auferir a maior renda possível. Tais agentes formados por grandes construtoras e 
incorporadoras (estas fazem o projeto da construção) atendem a uma parcela da 
população, cada vez mais segmentada e de alta renda. Dessa maneira, existem 
vários tipos de segregação espacial no Brasil.
Como parte do acesso legal fica sujeito geralmente à compra e venda, 
normalmente restam às famílias mais pobres formas de moradia que são irregulares 
do ponto de vista formal, ou seja, que não se encontram em conformidade com as 
normas legais. 
Esta ilegalidade pode ser de tipos variados, desde o terreno até a construção 
que não segue os parâmetros da norma legal, assim como, às vezes, há falta de 
segurança relativas a incêndio, entre outros problemas. 
Uma das formas irregulares é conhecida como loteamento urbano irregular, 
cujo lote (parcelamento do solo urbano) pode possuir algum documento registrado 
na Prefeitura, mas que não foi aprovado por alguma irregularidade ou falta algum 
aspecto que o torne legal- formalmente. 
Há também o loteamento clandestino, que é um loteamento que não teve 
nenhum processo na prefeitura, portanto, em princípio, não tem existência formal, 
sendo também irregular.
9
UNIDADE Formas de Ocupação no Brasil e as Áreas de Risco
O que é lote urbano?
Mas o lote não é apenas uma fração do território, ou seja, uma área de terra com finalidade 
urbana. É um terreno servido de infraestrutura, sendo todo o conjunto preparado para 
receber a futura edificação que vai ocupar o solo. A esse conjunto composto por uma 
área de terra urbana ou urbanizável, com determinada dimensão e ligada às redes de 
infraestrutura urbana (em funcionamento) é que tecnicamente dá-se o nome de lote. 
Por isso é um pleonasmo falar-se de “lote urbanizado”. Em princípio, todo lote há de ser 
urbanizado, senão dele não se trata. A possível dissociação entre lote e infraestrutura pode 
se dar em apenas dois casos: o primeiro, a figura delituosa do loteamento ilegal, sobretudo 
o clandestino, que constitui crime contra a Administração Pública (art. 50 da Lei 6.766/50); 
o segundo, a situação – transitória – do transcurso do tempo para a realização das obras 
exigidas, que é, no máximo, de quatro anos (art. 18/V da mesma lei, com a redação de 1999; 
a redação original determinava o prazo de dois anos). Portanto, tirando essas duas situações 
excepcionais (a primeira por ser criminosa e a segunda por ser efêmera, transitória), o 
terreno, para ser lote, deve estar servido da infraestrutura urbana, que garanta a dignidade 
de vida para as pessoas que ali irão residir, nele habitar.
Fonte: Trecho literal extraído de CASTILHO, José Roberto Fernandes. Para uma definição do conceito de lote. Revista da FTC 
Unesp, 2012, p. 114-115. Disponível em: https://goo.gl/qH3VFC.
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Outras formas de moradia popular no Brasil são as favelas e os cortiços. A 
definição de favelas, para alguns municípios, tem relação com uma forma espacial 
de moradia popular, cujos terrenos foram ocupados de forma irregular e os 
moradores construíram suas próprias moradias, geralmente, contados a partir de 
mais de 50 domicílios. Portanto, favela é diferente de loteamento irregular ou 
clandestino, porque não há um parcelamento do terreno em lotes urbanos. 
A cidade de São Paulo, por exemplo, segundo dados da Secretaria de Habitação 
(2014) tem aproximadamente 1.658 favelas. É fundamental ter um conceito para 
favela, por que senão como, neste caso, vou contar quantas são as favelas se não 
tenho uma definição sobre o que é?
Observe a imagem a seguir (figura 1). Trata-se de uma favela?
Figura 1. Vista de Comunidade da Rocinha – Rio de Janeiro – RJ
Fonte: Commons/Wikimedia
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A definição desta resposta precisa levar em conta o conceito de favela. 
Popularmente, no senso comum, geralmente, define-se favela como um conjunto de 
moradias precárias, sem arruamento formal, desprovidas de infraestrutura básica. 
Contudo, trata-se de uma definição popular e no nível técnico cabe conhecer as 
definições científicas e/ou técnicas para favela.
A cidade de São Paulo, por exemplo, conceitua favela por meio de sua Secretaria 
Municipal de Habitação da seguinte maneira: “Favelas são espaços habitados 
precários, com moradias autoconstruídas, formadas a partir da ocupação de 
terrenos públicos ou particulares”.
Desse modo, para definir se a imagem da Comunidade do Jardim Nova Conquista 
é uma favela ou não é necessário verificar se estes terrenos mostrados na imagem 
(figura 1) foram ocupados por moradores, sem a compra formal do terreno ou 
concessão, e se eles próprios construíram suas casas. Neste caso, se as respostas 
forem sim, podemos afirmar que se trata de uma favela para a Secretaria Municipal 
de Habitação de São Paulo.
Existem também casas ou moradias precárias que não são consideradas favelas, 
caso, por exemplo, dos cortiços ou loteamentos irregulares. Logo, é fundamental 
saber a distinção destes termos. 
O termo usado pelo IBGE para moradias precárias é aglomerado subnormal. 
Trata-se de uma expressão mais ampla, servindo para formas de moradias precárias 
e irregulares de vários tipos, podendo ser o que comumente denomina-se de favelas 
ou invasões, loteamentos irregulares ou clandestinos, todos juntos. Eles usam um 
só termo para tais moradias.
Aglomerado subnormal
É um conjunto constituído de, no mínimo, 51 unidades habitacionais (barracos, casas, etc.) 
carentes, em sua maioria de serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado, até 
período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular) e estando dispostas, 
em geral, de forma desordenada e/ou densa. A identificação dos aglomerados subnormais 
é feita com base nos seguintes critérios:
a) Ocupação ilegal da terra, ou seja, construção em terrenos de propriedade alheia (pública 
ou particular) no momento atual ou em período recente (obtenção do título de propriedade 
do terreno há dez anos ou menos); e
b) Possuir pelo menos uma das seguintes características:
• urbanização fora dos padrões vigentes - refl etido por vias de circulação estreitas e de 
alinhamento irregular, lotes de tamanhos e formas desiguais e construções não regularizadas 
por órgãos públicos; ou
• precariedade de serviços públicos essenciais, tais quais energia elétrica, coleta de lixo e 
redes de água e esgoto.
Os aglomerados subnormais podem se enquadrar, observados os critérios de padrões de 
urbanização e/ou de precariedade de serviços públicos essenciais, nas seguintes categorias: 
invasão, loteamento irregular ou clandestino, e áreas invadidas e loteamentos irregulares e 
clandestinos regularizados em período recente.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Demográfico 2010: Aglomerados subnormais: 
informações territoriais. Rio de Janeiro: 2013, p. 18.
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UNIDADE Formas de Ocupação no Brasil e as Áreas de Risco
Cabe ressaltar que os terrenos ocupados das favelas podem ser tanto públicos 
quanto privados. Pela nova legislação brasileira, tanto do Código Civil de 2002 
quanto pelo Estatuto das Cidades de 2001 (BRASIL, 2001), o morador que 
ocupar um terreno que não foi comprado e nem concedido, desde que o seu dono 
formalmente não o reclame, por um período de cinco anos, o ocupante poderá ter 
direito a duas formas de regularização. 
Existem duas formas de regularizar estas ocupações, tanto em favelas, quanto 
em cortiços, são elas:
 · Uma é denominada de Usucapião Especial Urbano e somente pode ser 
usada para os terrenos privados.
 · A outra é chamada de Concessão Especial para Fins de Moradia (Cuem) e 
pode ser usada para terrenos ou imóveis públicos, mas desde que ocupado 
antes de 2001. Cabe ressaltar que, em ambos os casos, o ocupante não 
poderá ter outra moradia e esta não poderá ter mais de 250 m². 
Pelo Estatuto da Cidade (2001), legislação que define vários parâmetros de uso 
e ocupação das cidades no Brasil, toda propriedade tem de ter função social, não 
podendo ficar abandonada e sem uso. Podendo, neste caso, ser cobrado IPTU 
progressivo do proprietário para que seja dado um fim social ou em casos de não 
cumprimento da lei poderá ser comprado pelo poder público e concedido como 
Habitação de Interesse Social (HIS). 
O Estatuto da Cidade (Lei no 10.257/2001), lei federal que trata do uso e 
ocupação do solo, define quem poderá se beneficiar da usucapião especial urbano: 
Art. 9º Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até 
duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente 
e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-
lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano 
ou rural (BRASIL, 2001, s/p.).
O proprietário que regulariza o imóvel por meio da usucapião especial urbano 
não pode ser chamado de proprietário privado, pois como o nome aponta, trata-se 
de uma concessão para uso daquela família. À medida que o proprietário morre, o 
imóvel só poderá ser usado pelos familiares que já estiverem morando juntos. Além 
disso, esta propriedade não pode ser comercializada. 
Do mesmo modo, não pode ser regularizada propriedade em áreas de risco 
ou em Áreas de Proteção Permanente (APP), sem que se façam estudos físico-
ambientais e estes sejam aprovados.
Importante!
Área de Preservação Permanente (APP), conforme define o Novo Código Florestal 
Brasileiro, Lei nº12.651/12, é “uma área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, 
com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade 
geológica, a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e 
assegurar o bem-estar das populações humanas”.
Você Sabia?
12
13
Outra situação de moradia popular são os cortiços, comuns nas grandes cidades 
do mundo e também nas brasileiras, geralmente localizados nos núcleos fundadores 
das cidades, os chamados centros antigos ou área de expansão deste centro. 
Os cortiços são moradias coletivas, multifamiliares, de ocupação de prédios 
antigos, antigos casarões ou que possuam mais edificações no mesmo lote ur-
bano. Tais formas de moradia podem ser alugadas, subalugadas, cedidas ou 
ocupadas ilegalmente. 
Logo, a ocupação do cortiço pode ser tanto regular, pagando-se um aluguel ou 
irregular. Dessa forma, não se pode confundir favela com cortiço.
Normalmente, as regiões onde se situam cortiços são as que passaram por um 
processo de desvalorização e isto impacta no valor dos imóveis. Desse modo, seu 
proprietário acaba alugando para várias famílias para poder auferir alguma renda. 
Há casos também de proprietários que acabam abandonando a manutenção do 
imóvel pelos altos custos ou por ficarem devendo impostos à prefeitura, por isso 
são prédios ou casarões abandonados.
Os maiores riscos destas moradias, em geral, dizem respeito à falta de manu-
tenção na rede elétrica, muitas vezes, com fiação descoberta, risco de incêndio e 
também falta de manutenção em elevadores em caso de prédios. 
É fato que a precariedade dessas moradias vai variar de lugar a lugar. 
Há casos de moradias, mesmo em favelas, que têm melhores condições. Já outras, 
estão sujeitas a enchentes, problemas de habitabilidade, deslizamentos, entre 
outras questões. 
A urbanista Ermínia Maricato explica estas condições:
O espaço urbano da moradia precária inclui as várias formas de provisão de 
moradia pobre: casas inacabadas, insalubres, congestionadas, localizadas 
em favelas, em áreas de risco geotécnico ou sujeitas a enchentes, enfim, 
não há aqui a necessidade de um rigor técnico quantificável. Há moradias 
de boa qualidade em favelas e há moradias insalubres em bairros nobres, 
mas o objeto se refere generalização da ilegalidade e da precariedade, 
estrutural e necessária para um processo de acumulação que tem 
especificidades. Parte-se do princípio marxista de que o espaço urbano, 
como qualquer mercadoria, é uma produção social e envolve relações. 
O universo da moradia precária é estratégico para denunciar o conjunto 
da produção da cidade no capitalismo periférico e por meio dele denunciar 
também as especificidades desse processo de acumulação. Um mercado 
formal restrito que ignora a grande maioria da população, uma taxa de 
lucro fortemente baseada na renda fundiária, uma força de trabalho barata 
que, excluída do mercado formal e das políticas públicas, produz boa parte 
da cidade com suas próprias mãos e suas próprias regras (intrínsecas às 
condições dessa produção) (MARICATO, 2012, p. 105).
Como explica o geógrafo Adriano Botelho, exemplificando com o caso de São 
Paulo que, no entanto, também é comum em outras cidades brasileiras, nessas 
13
UNIDADE Formas de Ocupação no Brasil e as Áreas de Risco
áreas de loteamentos irregulares, muitas vezes, são destituídos de infraestrutura 
básica, mais isso também varia, conforme nos explica o autor:
A imensa periferia pobre de São Paulo apresenta, de acordo com Celine 
Sachs (1999:71), uma grande heterogeneidade sob a forma de um 
arquipélago de loteamentos que se encontram em diferentes estágios 
de consolidação: existem loteamentos totalmente autoconstruídos, onde 
a urbanização produziu condições que permitem a seus moradores ter 
acesso a alguns serviços urbanos essenciais, a densidade é mais elevada, 
os transportes coletivos se encarregam, bem ou mal, das necessidades 
dos moradores, e a prefeitura, tendo reconhecido como fato consumado 
os loteamentos irregulares, instalou equipamentos urbanos e asfaltou as 
ruas; no extremooposto encontram-se os loteamentos mais recentes, 
distantes e sem nenhuma infraestrutura, onde o transporte é raro e muito 
deficiente, e a densidade de ocupação é baixa, sendo aí que se encontram 
os moradores mais pobres (BOTELHO, 2007, p. 146).
Cabe reiterar que loteamento pode ser regular, considerando-se a formalidade 
existente nas prefeituras - do tamanho do lote e da formalização legal (escritura no 
terreno etc.), bem como pode ser irregular, nesse caso, muitas vezes, o morador 
compra o lote, mas dentro de um processo informal e, portanto, é considerado 
irregular ou clandestino. 
Em seguida, vamos explicitar as questões relativas a moradias em áreas de risco. 
Áreas de Riscos em Áreas Urbanas
Entende-se por área de risco aqueles espaços que podem ocasionar riscos à 
saúde e à vida do ser humano, ou seja, aquela que ponha em risco as pessoas que 
a habitem, ficando sujeitas a danos à sua integridade física, bem como a perdas 
materiais e patrimoniais.
Geralmente, o que leva uma determinada população a viver em áreas de risco 
tem relação com sua condição socioeconômica, principalmente daquelas classes 
sociais que devido à valorização dos terrenos e imóveis nas cidades procuram 
formas de moradia inadequadas do ponto de vista socioambiental.
Existem áreas de risco, em áreas sujeitas às inundações, áreas de declividade 
(encostas e topos de morros) e deslizamento de terra, tornando o assentamento 
humano sujeito a sofrer riscos.
Algumas situações de risco ocorrem devido ao movimento de massa, pois são 
terrenos que sofrem mudanças, movendo-se vertente abaixo devido à ação da 
força da gravidade. Movimentos de massa são fenômenos que ocorrem mediante 
o transporte de material rochoso ou de solo no qual a ação da gravidade é 
potencializada pela ação da água, sobretudo em áreas de alto declive da vertente. 
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Movimentos de massas são rupturas de solo ou de bloco de rocha que incluem os 
escorregamentos, as ocorridas de detritos/lama e as quedas de blocos de rocha. Nas áreas 
urbanas, estes eventos também podem ser induzidos pela ação do homem, com construções 
de casas em lugares impróprios, tornando o local uma “área de risco”.
Inundações ou Enchentes são fenômenos naturais, pois a alta pluviosidade num pequeno 
período de tempo ou vários dias de chuva podem levar os rios a aumentarem seu volume de 
água e sua vazão. Além disso, o assoreamento dos corpos d’água por conta de materiais de 
solos ou lixo que são lançados em rios e lagos acaba ampliando a possibilidade de risco para 
famílias que moram próximas a tais corpos hídricos.
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 Para classificarmos o tipo de movimento de massa é necessário levar em conta 
o material dominante (tipo de solo e/ou rocha), conteúdo de fluido e velocidade de 
movimento. Assim, os principais fatores influentes para que ocorra um movimento 
de massa são: a natureza dos materiais, a declividade e estabilidade da encosta, 
assim como as caraterísticas e intensidade da água sobre a encosta. 
Há condicionantes naturais que podem influir na existência de uma área de 
risco, já que as encostas (vertentes) muito íngremes podem ocasionar movimentos 
de massa, com rupturas do solo ou de rocha mediante escorregamentos, corridas 
de detritos ou de lama, bem como as quedas de blocos de rocha. 
Tais eventos naturais podem ocorrer também pela construção de obras em 
lugares íngremes. Assim, um deslizamento pode ser um processo natural, mas 
também induzido pela ocupação humana, conforme se observa na figura 2, onde 
o corte do talude (muro -encosta) é muito inclinado, sendo assim, mais sujeito a 
ocorrer o movimento de massa. 
Figura 2. Taludes com Corte Muito Inclinado- Vila Bela -São Paulo
Fonte: Acervo do Conteudista
Para que ocorram deslizamentos, que é um tipo de movimento de massa, são 
necessárias algumas condições mais comuns e integradas, entre elas destacamos: 
vertentes íngremes, chuvas contínuas (por vários dias), construções inadequadas 
que dificultem o processo de drenagem natural da água etc. 
Mas o que é deslizamento? Podemos definir este movimento como:
Deslizamento, em síntese, pode ser definido como o fenômeno de 
movimentação de materiais sólidos de várias naturezas ao longo de 
terrenos inclinados. Dados os ambientes e condições mais propícios para a 
ocorrência de deslizamentos, tais como terrenos com relevos íngremes e/
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UNIDADE Formas de Ocupação no Brasil e as Áreas de Risco
ou encostas modificadas pela ação humana, e simples verificar que existem 
áreas com maior possibilidade de serem afetadas pela ocorrência desses 
processos. Assim, as localidades situadas em regiões serranas, bem como as 
áreas de intensa urbanização, constituem os ambientes mais propícios para 
a ocorrência de deslizamentos. Além disso, áreas onde foram instaladas 
obras de engenharia de grande porte, tais como rodovias, ferrovias, 
dutovias, linhas de transmissão e outros equipamentos de infraestrutura 
urbana, também constituem ambientes favoráveis a ocorrência desse tipo 
de fenômeno (VEDOVELLO; MACEDO, 2011, p. 76).
É possível observar algumas evidências no terreno de movimentos de massa, 
entre elas: paredes e pisos das casas trincados; trinca no solo; blocos ou partes de 
rochas soltos ou instáveis; árvores e postes e elementos da própria casa que estejam 
inclinados; água minando da encosta etc.
Figiura 3. Movimentos de Massa–Vila Bela -São Paulo
Fonte: Acervo do Conteudista 
Se observamos a figura 3, principalmente os movimentos de massa (neste caso 
de solo), verifica-se um movimento de terra na base das casas, o que aumenta a 
possibilidade de novos deslizamentos. 
Uma situação comum em bairros periféricos populares que se encontram em 
vertentes mais íngremes é a existência de bananeiras. As bananeiras, devido às 
raízes armazenarem muita água, ampliam os riscos de deslizamento, assim como 
as casas situadas exatamente por onde ocorre a drenagem, possibilitando maior 
acúmulo de água e de possibilidade de deslizamento.
Entretanto, é importante afirmar que as áreas de risco não são ocasionadas 
somente pela habitação popular em áreas de vertentes íngremes. Como afirmam 
alguns pesquisadores:
Ha que se pontuar, porém, que não e somente o quadro de desigualdade 
ao acesso a terra o único responsável pela degradação ambiental. 
O desrespeito à legislação, muitas vezes motivado pela especulação 
imobiliária, o mau uso do solo, o desmatamento tem gerado um quadro 
de degradação responsável pela potencializarão a processos de risco 
(MAFRA, MAZZOLA, 2011, p. 11).
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Além disso, há áreas de risco situadas próximas a corpos hídricos, podendo causar 
de enchentes ou inundações. Tais processos também podem ser naturais, contudo 
devido ao processo de urbanização, à impermeabilização do solo (construções de 
prédios, ruas e calçadas que dificultam a infiltração d’água no solo), à ocupação 
das áreas de várzeas, todas estas situações tornam-se possibilidade de risco para os 
moradores e de perdas materiais de diferentes tipos. 
Deslizamentos: 
Existem alguns fatores que propiciam os deslizamentos:
 · inclinação do terreno, quanto maior for o declive, amplia-se a possibilidade 
do deslizamento;
 · intensidade e duração de chuva, quanto mais dias houver de chuva, as chances 
são maiores;
 · quantidade de água que infiltra no solo;
 · tipo e textura do solo, já que os solos com textura mais argilosa são mais propensos 
a reter água;
 · cortes e aterros para construção de moradias;
 · lançamento de esgotos na encosta;
 · lixo e entulho lançados na encosta;
 · ruas sem calçamento e sistema de drenagem;
 · desmatamento do terreno.
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Outro problema ambiental que possibilita a criação de uma área de risco são os 
lixões, tanto em encostas quanto em áreas próximas às várzeas. Como o material 
do lixão ainda que aterrado não seja consolidado émais fácil de deslizar, além de 
poder ocasionar explosões devido ao gás metano (CH4).
 Nas áreas próximas a rios e lagos, o lixo pode ampliar o assoreamento destes 
corpos hídricos, ocasionando enchentes, aumentando a possibilidade de doenças a 
moradores que sejam atingidos por esta água poluída pelos resíduos.
Tais situações levam a perdas materiais e humanas, bem como podem ocasionar 
as doenças de veiculação hídrica, tais como: leptospirose, cólera, hepatite, febre 
tifoide, verminoses, entre outras.
Por isso, é fundamental um planejamento territorial das cidades brasileiras, 
levantando os problemas existentes e propondo ações para minimizá-los ou até 
eliminá-los. Sobre isso as pesquisadoras comentam:
Todos estes casos refletem as deficiências do planejamento territorial e 
a prevenção de desastres é um elemento fundamental para diminuir a 
fragilidade das comunidades em risco. A variabilidade climática atual está 
relacionada a um aumento de extremos climáticos. Nessa situação, os 
eventos de temporais, chuvas intensas, tornados ou estiagens severas, 
entre outros, podem tornar-se mais frequentes, aumentando a possibilidade 
de incidência de desastres naturais (AMARAL; GUTJAHR, 2011, p. 25). 
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UNIDADE Formas de Ocupação no Brasil e as Áreas de Risco
Após os grandes desastres ocorridos em cidades serranas do Estado do Rio de 
Janeiro, principalmente em Teresópolis e Petrópolis, o governo federal criou a Lei 
nº 12.608, de 10 de abril de 2012, que “Institui a Política Nacional de Proteção 
e Defesa Civil - PNPDEC; dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa 
Civil - SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC; 
autoriza a criação de sistema de informações e monitoramento de desastres” 
(BRASIL, 2012). 
Por meio desta Lei, os governos federal, estadual e municipal ficam comprome-
tidos em relação ao planejamento e gestão de áreas de riscos, conforme previstos 
na lei.
Trecho da Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012
Art. 22. A Lei nº 12.340, de 1o de dezembro de 2010, passa a vigorar acrescida dos seguintes 
arts. 3o-A, 3o-B e 5o-A:
Art. 3º-A. O Governo Federal instituirá cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis 
à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos 
geológicos ou hidrológicos correlatos, conforme regulamento.
 § 1o A inscrição no cadastro previsto no caput dar-se-á por iniciativa do Município ou 
mediante indicação dos demais entes federados, observados os critérios e procedimentos 
previstos em regulamento.
§ 2o Os Municípios incluídos no cadastro deverão:
I - elaborar mapeamento contendo as áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de 
grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos;
II - elaborar Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil e instituir órgãos municipais de 
defesa civil, de acordo com os procedimentos estabelecidos pelo órgão central do Sistema 
Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC;
III - elaborar plano de implantação de obras e serviços para a redução de riscos de desastre;
IV - criar mecanismos de controle e fiscalização para evitar a edificação em áreas suscetíveis 
à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos 
geológicos ou hidrológicos correlatos; e; 
V - elaborar carta geotécnica de aptidão à urbanização, estabelecendo diretrizes urbanísticas 
voltadas para a segurança dos novos parcelamentos do solo e para o aproveitamento de 
agregados para a construção civil.
Fonte: BRASIL. Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012. Brasília, Casa Civil- PR, 2012. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12608.htm. 
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Desse modo, é fundamental verificar se, em seu município, há problemas com 
áreas de risco e se estão sendo cumpridos os aspectos da referida lei, assim como 
é necessário que ao construir e ocupar um terreno algumas medidas preventivas, 
a saber:
 · É importante evitar cortar o terreno para a retirada de blocos de rocha ou 
solo sem prévia análise técnica. Evitar também cortes verticalizados para 
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construção de moradia muito perto da fundação da casa do seu vizinho, 
pois o corte pode provocar a ruptura da encosta e causar acidentes. 
 · Não se deve construir muito perto da borda do latude (encosta ou muro). 
Na parte superior, o ideal é construir no minino a 5 metros de distância 
da borda, na base do talude no minino 10 metros.
 · Não de se deve jogar lixo e/ou entulho sobre a encosta. Em períodos 
chuvosos, esses materiais podem escorregar e causar danos nas moradias 
abaixo e entupir as drenagens, além de facilitar o deslizamento e riscos 
de explosões. 
 · É importante procurar evitar ocupação sobre o leito de rios e córregos e 
nem muito próximo de rios e córregos, para não obstruir a passagem das 
águas, pois isso facilita a erosão das margens e destruição da moradia, 
além de em périodos de chuva intensas ou prolongadas, podem ocorrer 
inundações e/ou enchentes. 
 · Deve evitar-se plantar bananeiras nas encostas. As folhas, troncos e raízes 
favorecem a acumulação de água no solo e podem causar deslizamentos. 
Prefira a plantação de pequenas árvores frutíferas ou gramíneas, como: 
pitangueira, laranjeira, limoeiro, acerola e outras do mesmo porte.
 · Procure evitar construção de fossas na encosta, assim como a caída de 
águas servidas e esgotos, porque estas águas infiltram-se no solo e podem 
causar movimentos de massa. 
Finalizando esta unidade, é importante perceber que existem diferentes tipos de 
áreas de risco no Brasil, aliadas aos diversos tipos de moradia, principalmente, mas 
não exclusivamente, das classes mais populares.
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UNIDADE Formas de Ocupação no Brasil e as Áreas de Risco
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Cortiços: a experiência em São Paulo.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO (PMSP). Cortiços: a experiência em São 
Paulo. Secretaria de Habitação, 2010.
https://goo.gl/T1XeoE
 Leitura
Vulnerabilidade Ambiental: desastres naturais ou fenômenos induzidos.
SANTOS, Rozely Ferreira dos (org.). Vulnerabilidade Ambiental: desastres naturais 
ou fenômenos induzidos. Brasília: MMA, 2007.
https://goo.gl/QYK1gd
Desastres naturais: conhecer para prevenir.
TOMINAGA, Lídia Keiko; SANTORO, Jair; AMARAL, Rosangela do (Orgs.). Desastres 
naturais: conhecer para prevenir. São Paulo: Instituto Geológico,2009.
https://goo.gl/wWVwUn
 Vídeos
Panorama Ipea discute as favelas no Brasil
https://goo.gl/8VMpwA
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Referências
BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil. São Paulo: Estação 
Liberdade; FAPESP, 1998.
BOTELHO, Adriano. O urbano em fragmentos: a produção do espaço e da 
moradia pelas práticas do setor imobiliário. São Paulo: Annablume: FAPESP, 2007.
BRASIL. Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012. Brasília, Casa Civil- PR, 2012. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/
Lei/L12608.htm. Acesso em 10/01/2016. 
BRASIL. Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001. Brasília, Presidência da 
República, 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
leis_2001/l10257.htm. Acesso 22/10/2014. 
CASTILHO, José Roberto Fernandes. Para uma definição do conceito de lote. 
Revista da FTC Unesp, 2012, p. 114-115. Disponível em: http://revista.fct.
unesp.br/index.php/topos/article/view/2199/2012. 
CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço urbano. São Paulo: Ática, 2000. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo 
Demográfico 2010: Aglomerados subnormais: informações territoriais. Rio de 
Janeiro: 2013. 
KATZMAN, Ruben. A dimensão espacial nas políticas de superação da pobreza 
urbana. In: RIBEIRO, Luiz Cesar de Queirós e SANTOS JUNIOR, Orlando Alves 
dos (orgs). As metrópolese a questão social brasileira. Rio de Janeiro: Revan, 
Fase, 2007. 
MAFFRA, Cristina Q.T; MAZZOLA, Marcelo. Razões dos desastres em 
território brasileiro. In: SANTOS, Rozely Ferreira dos (org.). Vulnerabilidade 
Ambiental: desastres naturais ou fenômenos induzidos. Brasília: MMA, 2007, 
p. 9-12. Disponível em:http://fld.com.br.s125105.gridserver.com/arquivos/
Vulnerabilidade_Ambiental_Desastres_Naturais_ou_Fenomenos_Induzidos.pdf. 
Acesso em 20/01/2016. 
MARICATO, Ermínia. O impasse da política urbana no Brasil. Petrópolis: 
Vozes, 2012. 
VEDOVELLO, Ricardo; MACEDO, Eduardo Soares de. Deslizamentos de 
encostas. Cap. 6. In: SANTOS, Rozely Ferreira dos (org.). Vulnerabilidade 
Ambiental: desastres naturais ou fenômenos induzidos. Brasília: MMA, 2007, 
p. 75-93. Disponível em: http://fld.com.br.s125105.gridserver.com/arquivos/
Vulnerabilidade_Ambiental_Desastres_Naturais_ou_Fenomenos_Induzidos.pdf. 
Acesso em 20/01/2016.
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Outros materiais