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AFRICANOS NO BRASI1

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AFRICANOS NO BRASIL: DOMINAÇÃO E RESISTÊNCIA
Havia escravidão na África antes dos europeus no século XVI?
A GUERRA ENTRE DIFERENTES POVOS.
Os vencedores aprisionavam, vendiam e escravizavam os que perdiam
MOTIVOS DA ESCRAVIDÃO ENTRE AS TRIBOS  AFRICANAS:
A fome: trabalhavam em troca de comida
A punição judicial: um criminoso era condenado à escravidão
A penhora humana: a pessoa se oferecia como garantia de um empréstimo
CARACTERÍSTICAS DA ESCRAVIDÃO AFRICANA
Trabalhos exaustivos
Trabalhar no exército do governo
Trabalhar para seu dono por um tempo de 2 à 4 anos
GUERRA, ESCRAVIDÃO E TRÁFICO ATLÂNTICO
Havia guerras para conseguirem pessoas para serem vendidas
As guerras podem ter sido a consequência mais grave da chegada do europeu na África
ESCRAVIDÃO NO BRASIL - SÉC. XVI
Nordeste brasileiro - produção de açúcar
Mercadores portugueses + reis africanos = negociar pessoas 
O comércio de escravizados da África para o Brasil durou 350 anos
Trocavam os africanos por: tecido, pólvora, armas de fogo
Revendiam os africanos no Brasil - acumularam fortunas
QUANTOS ERAM E DE ONDE FORAM TRAZIDOS?
Segundo David Eltis, 12,5 milhões de escravizados deixaram a costa da África
Entre 1500 e 1867
Dos 12,5 milhões , 4,9 milhões vieram para o Brasil.
Os africanos contribuíram para a nossa cultura
DE QUE LUGARES DA ÁFRICA FORAM TRAZIDOS OS ESCRAVIZADOS?
A maioria - sul do Equador (portos de Benguela, Luanda e Cabinda)
Outros da Costa da Mina (portos de Lagos, Ajudá e São Jorge da Mina)
Uma minoria - do porto de Moçambique
COMO OS AFRICANOS ERAM CHAMADOS NO BRASIL?
Eram chamados pelo nome dos portos onde eram desembarcados
Ex: Um africano de etnia bacongo era chamado de Cabinda por conta do nome do porto onde ele embarcou.
Ex: Africanos desembarcados na Costa da Mina , eram chamados de mina. 
A TRAVESSIA PELO OCEANO ATLÂNTICO  E A VENDA DE ESCRAVOS
	
	Foto de um navio negreiro em 1882, feita por Marc Ferrez.
Navios negreiros traziam homens , mulheres e crianças
A viagem da África ao Brasil durava de 30 a 45 dias.
Condições péssimas de viagem: pouca comida e de má qualidade
Cada escravizado recebia um copo de água a cada dois dias
Alguns bebiam água do mar e adoeciam.
Chegavam ao litoral confusos e cansados sem saber onde estavam
Eram examinados, avaliados e comprados em : Rj, Salvador, Recife e São Luis
Um homem adulto valia o dobro de uma mulher e três vezes mais que um idoso e ou uma criança
Podiam ser vendidos, alugados e leiloados para pagar as dívidas do dono
Não tinham direito ao próprio nome
O TRABALHO
	
	Debret
Trabalhavam de 12 a 15 horas por dia
Começavam entre 4 e 5 horas da manhã e iam até o anoitecer
Domingos e feriados de manhã, eles consertavam cercas, estradas e outros serviços.
Homens: agricultores, carpinteiros, ferreiros, carregador, pescador...
Mulheres: cultivar a terra, cuidar d doentes, colher e moer cana, lavar, passar, fazer partos, vender doces e salgados...
Havia afrodescendentes libertos pois conseguiam a carta de alforria, obtida após longos anos de trabalho.
A cultura africana mudou nosso modo de viver
ALIMENTAÇÃO
Uma cuida de feijão, uma porção de farinha de mandioca ou milho
Rapadura e charque , de vez em quando
Alimentação pobre em proteína que gerava doenças e envelhecimento precoce
Muitos com 35 ou 40 anos eram descritos como pessoas de 60 anos. 
A VIOLÊNCIA
	
	O tronco é um dos mais famosos e cruéis castigos usado nos escravos considerados ‘rebeldes’. O indivíduo tinha a roupa arrancada e era preso por algemas e correntes em um tronco reto de pouco mais de 2 metros de altura.
Eram vigiados por feitores
Castigados por qualquer coisa. Ex: fazer pausa para descansar ou se distrair
Eram usados : palmatória (para golpear as mãos e causar inchaço e dor), gargalheiras (colocada no pescoço para dificultar os movimentos)e máscara de flandres (impedia a pessoa de se alimentar)
ANJINHO
	
	Anjinhos são anéis de ferro com parafusos presos a uma tábua, usado para apertar os polegares de torturados e fazê-los confessar. Foi também um instrumento de tortura utilizados em escravos a bordo dos navios comerciantes de escravos no Oceano Atlântico.
MÁSCARA DE FLANDRES
	
	Máscara de Flandres era uma espécie de máscara, fabricada com folha de flandres, usada no período da escravidão no Brasil, pra impedir que os escravos ingerissem alimentos, bebidas ou terra.
CORRENTES
	
	"Os fugitivos capturados são forçados a fazer o trabalho mais difícil e mais árduo. Eles normalmente são presos em correntes e são conduzidos em grupos através de bairros da cidade onde eles carregam cargas ou varrem lixo nas ruas. Este tipo de escravo tem tanto medo disso que apesar de ter perdido toda a esperança em fugir novamente, eles não pensam em nada mais que o suicídio. Eles envenenam-se bebendo de uma só gole uma grande quantidade de bebidas fortes, ou se sufocam engolindo terra.
FERIDAS
	
	Depois de levarem chicotadas, alguns escravos ainda sofriam mais essa punição: tinham as feridas esfregadas com sal, suco de limão ou qualquer outra substância que causasse extrema dor além de garantir que as cicatrizes fossem acentuadas.
CORRENTES NO PESCOÇO
	
	Como você já deve ter visto em registros, era comum usar grandes e pesadas correntes de ferro que prendiam os escravos pelo pescoço com o objetivo de evitar fugas. Esse método era usado principalmente durante o transporte entre regiões e causava dor, desconforto e sufocamento.
AÇOITE - CHICOTE
	
	açoite - chicote feito de cinco tiras de couro retorcido com nós; 
era utilizado para punir pequenas faltas ou acelerar o ritmo de trabalho
NEGRA ANASTÁCIA
	
	Cena da novela Liberdade Liberdade
Viveu no século XVII em Minas Gerais
Negra de olhos azuis, altiva e bonita
Por despertar ciúmes na mulher de seu senhor, foi obrigada a usar a máscara de flandres
Por conta dos maus tratos morreu ainda jovem
Em 1968, na Igreja do Rosário - RJ - Anastácia foi homenageada e descrita como santa por conta de milagres atribuídos a ela.
Não se sabe se ela existiu realmente, não há provas de sua existência
A RESISTÊNCIA
Causas: maus tratos, trabalho pesado, castigos, disciplina rigorosa, o não cumprimento da palavra do senhor quando juntavam dinheiro para comprar a alforria.
Resistiam praticando religiões de origem africana
	
	capoeira
Jogavam Capoeira
Faziam festas: congado, reisado, jongo e irmandades (culto aos santos, decorar a igreja, assistência de ordem material e espiritual.
Desobediência, fazendo corpo mole no trabalho
Quebrando ferramentas, incendiando plantações
Suicídio, agressão aos feitores e senhores
Fugas e quilombos
QUILOMBOS
Uma das principais formas de luta contra a escravidão
Existiu por toda a América escravista
Quilombo de Palmares foi o mais duradouro no Brasil
Iniciou em 1597 com 40 escravizados que fugiram de um engenho do litoral de Alagoas.
Por conta da quantidade de palmeiras, chamou-se PALMARES
Com a invasão dos holandeses no Nordeste, aumentaram as fugas e a população dos quilombos.
Palmares chegou a ter 15 mil habitantes.
Em Palmares não havia só africanos, havia também brancos pobres e indígenas expulsos de suas terras pelos colonos.
Os palmarinos viviam em liberdade e em mocambos (povoados)
Plantavam milho,feijão, mandioca, batata-doce
Criavam porcos e galinhas
Caçavam cotias, raposas, tatus
Confeccionavam objetos de cerâmica, palha trançada e madeira
Faziam vasos, enxadas, pás e pilões
A produção era dividida
As sobras eram guardadas para épocas de guerra, colheita ou festa ou trocadas nas vilas vizinhas ( Porto Calvo, Sirinhém e Alagoas
A GUERRA
O quilombo dos Palmares era detestado pelos senhores de engenho porque abrigava fugitivos e afrontava a ordem escravista.
Foram enviadas várias expedições para destruir o quilombo de Palmares
As primeiras expedições foram derrotas 
Zumbi se destacou entre oshabitantes de Palmares (nasceu no quilombo)
A guerra se prolongou por décadas
Em 1690, Domingos Jorge Velho foi enviado para destruir Palmares
Superioridade militar+abertura de novos caminhos+maior conhecimento da Serra da Barriga= fim de Palmares
Em 6 de fevereiro de 1694, a "capital" de Palmares foi incendiada
Mocambos foram destruídos
Zumbi escapou ferido e resistiu por vários meses
Zumbi foi traído por um de seus homens de confiança e foi morto em 20 de novembro de 1695
DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA - 20/11/1978
O dia da morte de Zumbi serviu para refletir com profundidade sobre o RACISMO no Brasil
Encontrar novas formas de superar o RACISMO
REMANESCENTES DE QUILOMBOS
Ainda hoje no Brasil existem povoados habitados por remanescentes de quilombos.
São mais de 80 mil pessoas vivendo de forma parecida com seus antepassados
Em algumas comunidades ainda conservam termos africanos.
 A Constituição de 1988, reconheceu a propriedade definitiva das terras ocupadas por comunidades quilombolas.
ARTIGO 68 DA CONSTITUIÇÃO DE 1988
"AOS REMANESCENTES DAS COMUNIDADES DOS QUILOMBOS QUE ESTÃO OCUPANDO SUAS TERRAS É RECONHECIDA A PROPRIEDADE DEFINITIVA, DEVENDO OS ESTADOS EMITIR-LHES OS TÍTULOS RESPECTIVOS"
Até agora foram concedidos poucos títulos de propriedade pois há dificuldade em documentar a posso de área de forma juridicamente aceita.
Muitas dessas terras são cobiçadas por fazendeiros e algumas estão localizadas em áreas de mananciais e reservas de extração vegetal e mineral.
Muitos habitantes dos quilombos travam uma luta árdua para provar que são descendentes de escravizados e que as terras em que vivem lhes pertence.

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