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N O V A V E R S Ã O I N T E R N A C I O N A L
A T R A V É S D A V I D A E D O S 
T E M P O S B Í B L I C O S
0 autor deste livro reivindica ter sido discípulo de Jesus e testemunha confiável das coisas que descreveu (21.24). A maioria dos leitores 
toma por certa sua identificação com o “discípulo a quem Jesus amava” (21.20), título aplicado a João, filho de Zebedeu, desde as tradições 
mais antigas da Igreja.
O evangelho de João é em geral datado tardiamente — para o final do século I — , mas há razões para acreditar que foi escrito 
muito mais cedo. O papiro John Rylands (p52) sugere que a obra já estava em ampla circulação no século II d.C. (ver “0 papiro John 
Rylands [p52]” , em Jo 18). Alguns até sugeriram uma data anterior à destruição do templo em 70 d.C. (ver a seção “ Fatos culturais e 
destaques” abaixo). Também é possível que João tenha sido escrito de Éfeso.
D E S T I N A T Á R I O
0 evangelho de João foi escrito para cristãos não judeus e céticos influenciados por filosofias gregas populares que reivindicavam que 
Jesus era divino, mas não verdadeiramente humano (ver “Os gnósticos e seus escritos sagrados” , em 1 Jo 4). João expressa em 20.31 seu 
propósito primário ao escrever o evangelho: “ para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus” .
F A T O S C U L T U R A I S E D E S T A Q U E S
Os que defendem uma data mais antiga para o evangelho de João não veem nenhuma implicação, em qualquer parte do livro, de que 
Jerusalém e o templo já haviam sido destruídos. Na realidade, a apresentação joanina da purificação do templo por Jesus, e o argumento 
de que o corpo de Jesus é o verdadeiro templo (cap. 2), seria surpreendente se o edifício já não existisse. Ao contrário, não haveria jus­
tificativa melhor para a condenação de Jesus à corrupção no templo e a alegação de tê-lo suplantado na sua pessoa. Mais que isso, em 
2.21, imediatamente depois de ter informado que Jesus falou da destruição “deste templo” , se João tivesse escrito depois de 70 d.C., teria 
ignorado uma oportunidade perfeita de registrar a desolação do templo de Jerusalém, quando, em vez disso, esclareceu que Jesus falava 
do próprio corpo.
L I N H A D O T E M P O
10 A.C. D.C.1 10
R e in a d o d e H e rodes , o G rande (ca . 3 7 - 4 a.C .) j 
N a s c im e n to d e J e s u s (ca . 6 /5 a .C .)
F u g a d e J e s u s p a ra o E g ito (ca . 5 /4 a .C .)
In íc io d o m in is té r io d e J o ã o B a t is ta (ca . 2 6 d.C .)
In íc io d o m in is té r io d e J e s u s (ca . 2 6 a .C .)
M o rte , re s s u r re iç ã o e a s c e n s ã o d e J e s u s (ca . 3 0 d .C .) 
C o n v e rs ã o d e P a u lo (ca . 3 5 d .C .)
R e d a ç ã o d o e va n g e lh o d e J o ã o (ca . 8 9 - 9 5 d.C .)
E x ílio d e J o ã o e m P a tm o s (ca . 8 9 - 9 5 d .C .)
I N T R O D U Ç Ã O A JOÃO 1 71 9
E N Q U A N T O V O C Ê LÊ
Procure "sinais” no evangelho de João que apontam Jesus como o Messias, o Filho de Deus. Observe os vários destinatários a quem Jesus 
se dirige neste evangelho. A quem ele falava em determinado ponto? Como interagiu com eles? Seu estilo mudava conforme o destinatário?
V O C Ê S A B I A ?
• Os mestres religiosos judaicos raramente falavam com mulheres em público (4.27).
• Muitos judeus acreditavam que a alma permanecia próxima do corpo durante três dias ãpós a morte, na esperança de retomar para 
ele (11.17).
• 0 costume judaico determinava três dias de luto muito pesado, depois quatro dias de luto pesado, seguidos por luto leve para o restante 
dos trinta dias (11.19).
• Pessoas “ tementes a Deus” eram atraídas ao judaísmo por seu monoteísmo e moralidade, mas repelidos por seu nacionalismo e 
exigências como a circuncisão. Elas adoravam nas sinagogas, mas não se tornavam prosélitos convertidos (12.20),
T E M A S
0 evangelho de João inclui os seguintes temas:
1. Jesus é Deus. João identifica Jesus como a Palavra que estava com Deus no princípio (1.1,2), Aquele “vindo do Pai” (1.14), e que o tornou 
conhecido (1.18). Jesus é “ igual a Deus” (5.18) e se identifica como Deus (8.58; 9.35-37; 10.36; 14.9).
2. Jesus é o Messias. Os milagres registrados em João são “sinais” que apontam para a identidade messiânica de Jesus — indicadores da 
presença de Deus nas obras e palavras de Jesus, cada qual chamando a um compromisso: quem de fato é este Jesus?
3. A escolha, fé ou incredulidade. Os milagres de Jesus estimulavam fé em alguns (2.11; 9.1-39; 11.1 -44), mas só fez reforçar a oposição 
de outros (11.46-57). Costumamos afirmar que “ver é crer” , mas em João crer é ver.
S U M Á R I O
I.
II.
III.
IV.
V.
VI.
VII.
Prólogo (1.1-18)
Início do ministério de Jesus (1.19-51)
Ministério de Jesus (2— 11)
A Semana da Paixão (12— 19)
A. A unção dos pés de Jesus por Maria (12.1-11)
B. A entrada triunfal (12.12-19)
C. Os gregos procuram Jesus (12.20-36)
D. A rejeição pelos Judeus (12.37-50)
E. Discursos de despedida (13— 17)
F. Traição, prisão e julgamento de Jesus (18.1— 19.15)
G. A crucificação e o sepultamento (19.16-42)
A Ressurreição (20.1-29)
Declaração de Propósito (20.30,31)
Epílogo (21)
1 7 2 0 I OÃO 1 . 1
Vozes antigas V A Palavra Tornou-se Carne
0 Logos (discurso, razão) é designado para 
distinguir o benéfico do prejudicial, e as­
sim também o certo e o errado. Por isso, 
diferentemente dos outros animais, é a 
propriedade distintiva do homem: que ele 
somente tem a capacidade de perceber o 
bem e o mal, o certo e o errado e as ou­
tras qualidades. E é a comunicação dessas 
coisas que faz uma família e uma cidade- 
-Estado.
— Aristóteles sobre o Logos
Política, 1253a (tradução por Duane Garrett)
Ver o artigo "0 logos nas literaturas grega e judaica", em 
João 1.
J 1 No princípio era aquele que é a Palavra0.3 Ele estava com 
Deusb e era Deus.c 2 Ele estava com Deus no princípio.d 
3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, 
nada do que existe teria sido feito.e 4 Nele estava a vida,f e esta 
era a luz9 dos homens. 5 A luz brilha nas trevas, e as trevas não a 
derrotaram.*711
6 Surgiu um homem enviado por Deus, chamado João.'7 Ele 
veio como testemunha, para testificar) acerca da luz, a fim de que 
por meio dele todos os homens cressem.k 8 Ele próprio não era a 
luz, mas veio como testemunha da luz.9 Estava chegando ao mun­
do a verdadeira luz,1 que ilumina todos os homens.cm
10 Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito 
por intermédio dele,n mas o mundo não o reconheceu.11 Veio para 
o que era seu, mas os seus não o receberam.12 Contudo, aos que o 
receberam, aos que creram0 em seu nome,P deu-lhes o direito de se 
tomarem filhos de Deus,^13 os quais não nasceram por descendência naturaK nem pela vontade da 
carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus.r
14 Aquele que é a Palavra tornou-se carne8 e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do 
Unigênitoe vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.1
15 João dá testemunhou dele. Ele exclama: “Este é aquele de quem eu falei: aquele que vem depois 
de mim é superior a mim, porque já existia antes de mim”.v 16 Todos recebemos da sua plenitude,w 
graça sobrei graça.17 Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés;x a graça e a verdade vieram por 
intermédio de Jesus Cristo.y18 Ninguém jamais viu a Deus,z mas o Deus? Unigênito,3 que está junto 
do Pai, o tornou conhecido.
João Batista Nega Ser Ele o Cristo
19 Este foi o testemunho de João, quando os judeusb de Jerusalém enviaram sacerdotes e levitas 
para lhe perguntarem quem ele era .20 Ele confessou e não negou; declarou abertamente: “Não sou o 
Cristo'1”.0
21 Perguntaram-lhe: “E então, quem é você? É Elias?”d
0 1 . 1 O u o Verbo. G r e g o : Logos.
b 1 . 5 O u trevas, mas as trevas não a compreenderam.
c 1 . 9 O u Esta era a luz verdadeira que ilumina todo homem que vem aomundo.
1 1 . 1 3 G r e g o : de sangues.
e 1 . 1 4 O u IJnico-, ta m b é m n o v e rs íc u lo 18. 
f 1 . 1 6 O u em lugar de.
9 1 .1 8 Vários manuscritos dizem o Filho.
h 1 . 2 0 O u Messias. T a n t o Cristo (g re g o ) c o m o Messias (h e b ra ic o ) s ig n ific a m Ungido; ta m b é m e m to d o o liv r o d e Jo ã o .
1.1 aA p 19 .13 ;
HJo 17 .5 ; 1Jo 1.2; 
cFp 2.6 
1.2dGn 1.1
1.3 «1 Co 8 .6;
Cl 1 .16 ; Hb 1 .2
1.4 U o 5.26; 
1 1 .2 5 ;1 4 .6 ;
9J0 8 .1 2 
1 . 5 hJo 3 .1 9 
1.6'M t 3.1
1 :7 Jv. 15 ,19 ,32 ; 
«v. 12
1 . 9 'U o 2.8; 
mls 49 .6
1.12°v. 7;
P 1 J0 3.23 ; QGI3.26
1.13 U o 3.6;
Tg 1.18; 1Pe 1.23; 
1 J o 3 .9
1.14 SGI 4.4;
Fp 2 .7 ,8 ;
1T m 3 .16 ;
Hb 2 .14 ; \ io 14.6
1.15 “ v. 7 ;vv . 30; 
Mt3.11
1.16 * E f 1.23 ;
Cl 1 .19
1.17 *Jo 7 .19 ; 
w . 14
1.18 zÊx 33 .20 ;
Jo 6 .46 ; Cl 1.15; 
1 T m 6 .1 6 ;
aJo 3 .16 ,18 ;
1 Jo 4 .9
1.19 »Jo 2.18 ; 
5 .1 0 ,1 6 ; 6 .41 ,52
1 .2 0 ‘ Jo 3.28;
Lc 3 .1 5 ,1 6
1.21 <<Mt 11.14; 
eDt 18 .15
1.1 A tradição sustenta que o apóstolo João foi o autor do evangelho que 
leva seu nome e aponta como data e lugar de autoria o fim do século I 
d.C., na Ásia Menor (ver a introdução). Essa tradição pode ser rastrea- 
da desde Eusébio, antigo historiador da Igreja, do início do século IV 
(ver At 1.1). As testemunhas mais importantes, depois de Eusébio, são 
Orígenes, Clemente de Alexandria, Tertuliano e Ireneu, que organizou o 
Cânon Muratoriano. Ireneu, uma das mais antigas dessas testemunhas, 
era discípulo de Policarpo, que, por sua vez, fora discípulo do apóstolo 
João. A conclusão de que essa tradição pode ser rastreada até o discípulo 
a quem Jesus amava, portanto, parece legítima. Além disso, por causa de 
suas longas viagens, o testemunho de Ireneu pode ser considerado re­
presentativo, a primeira certeza da igreja primitiva, que esse pai de igreja 
grega conheceu muito bem. Na realidade, os escritores antigos (men­
cionados acima) mostram que, no último quarto do século II, o quarto 
evangelho era conhecido e lido por toda a cristandade — na África, na 
Ásia Menor, na Itália, na Gália e na Síria — e atribuído ao bem conhe­
cido apóstolo João.
Até mesmo entre as testemunhas mais antigas, Justino Mártir (Apologia, 
1.61) fez uma citação de João 3.3-5. Ele usou várias expressões desse 
evangelho (cf. Diálogo com Trijzo, 105). A sua doutrina do Logos (ver 
“O logos nas literaturas grega e judaica”, em Jo 1, e “As escolas filosóficas 
gregas”, em Cl 2) pressupõe familiaridade com o quarto evangelho, que 
seu aluno Taciano incluiu no seu Diatessaron ou Harmonia. Inácio, mar- 
tirizado por volta do ano 110 d.C., aludiu ao evangelho de João repetida­
mente (v. suas epístolas; Pequena recensão). Muito significativo também
é o testemunho dos anciãos de Éfeso (21.24). A crença tradicional com 
respeito à autoria e data do quarto evangelho recebeu forte confirmação 
na descoberta de um fragmento de um códice de papiro muito antigo do 
evangelho de João, que parece ter se originado na comunidade cristã 
do médio Egito (ver “O papiro John Rylands [p52]”, em Jo 18). Com 
base em sólidas evidências, foi estabelecido que esse fragmento de papiro 
pertenceu a um códice que circulou naquela região, na primeira pane 
do século II.
1.15 Em tempos antigos, a pessoa mais velha era muito respeitada e 
considerada mais importante que os mais jovens. De forma geral, as 
pessoas teriam classificado Jesus, em termos de respeito, inferior a João, 
que era mais velho. João Batista explica que essa relação de idade era 
apenas aparente, visto que Jesus, como a Palavra, existia desde antes do 
nascimento da Terra.
1.19 Os “judeus” constituem uma delegação comissionada pelo Sinédrio 
(ver nota em Mc 14.55) para investigar as atividades de um mestre não 
autorizado.
Os “levitas” são os descendentes da tribo de Levi, nomeada para exe­
cutar determinadas tarefas no tabernáculo (Nm 3.17-37) e mais tarde 
no templo. Também tinham responsabilidades pedagógicas (2Cr 35.3; 
Ne 8.7-9), e provavelmente nesse papel é que foram enviados com os 
sacerdotes a João Batista.
1.21 Os judeus recordavam-se de que Elias não havia morrido (2Rs 
2.11) e acreditavam que ele voltaria à terra para anunciar o tempo do 
fim.
JOÃO 1 . 28 1 7 2 1
1.23 <Mt 3.1;
9|s 40.3
1 .2 8 U 0 3.26 ; 
1 0 .40
Ele disse: “Não sou”.
“É o Profeta?”e 
Ele respondeu: “Não”.
22 Finalmente perguntaram: “Quem é você? Dê-nos uma resposta, para que a levemos àqueles que 
nos enviaram. Que diz você acerca de si próprio?”
23 João respondeu com as palavras do profeta Isaías: “Eu sou a voz do que clama no deserto:01 
‘Façam um caminho reto para o Senhor’
24 Alguns fariseus que tinham sido enviados 25 interrogaram-no: “Então, por que você batiza, 
se não é o Cristo, nem Elias, nem o Profeta?”
26 Respondeu João: “Eu batizo com‘ água, mas entre vocês está alguém que vocês não conhecem.
27 Ele é aquele que vem depois de mim,h e não sou digno de desamarrar as correias de suas sandálias”.
28 Tudo isso aconteceu em Betânia, do outro lado do Jordão,' onde João estava batizando.
a 1 . 2 3 Ou que clama: No deserto façam.
» 1 . 2 3 Is 40.3.
f 1 . 2 6 Ou em; também nos versículos 31 e 33.
1.23 O Batista aplica a profecia de Isaías 40.3 ao próprio ministério, que 
consiste em chamar o povo ao arrependimento, como preparação para 
a vinda do Messias. Os homens de Qumran (ver “Qumran e o Novo 
Testamento”, em Lc 6) aplicavam essas palavras a si mesmos, porém se 
preparavam para a vinda do Senhor por meio do isolamento do mundo, 
numa tentativa de assegurar a própria salvação. João concentrou-se em 
ajudar as pessoas a chegar ao Messias.
1.24 Os fariseus (ver notas em Mt 3-7; Lc 5.17) formavam o partido 
religioso conservador.
1.25 “O Cristo” significa “o Ungido”. Nos tempos de AT, unção 
significava ser separado para o serviço, especialmente como rei (cf. ISm 
16.1,13) ou sacerdote (Ex 28.41; 29.7; 30.30; 40.13,15), mas o povo 
não estava olhando apenas para um ungido, e sim para “o Ungido”, o
1.26 Ver “Batismo no mundo antigo”, em Mt 3.
1.27 Os discípulos executavam todos os tipo de serviço para seus rabinos 
(os mestres), mas soltar as correias das sandálias era algo a que se negavam, 
porque era uma tarefa servil, compatível apenas com o trabalho escravo.
O logos nas literaturas grega e judaica
J0 Ã 0 1 A teologia joanina da Palavra (logos, 
no grego) está arraigada ao AT, mas também 
se refere a interesses filosóficos prementes 
do mundo grego. A frase: "No princípio era 
aquele que é a Palavra" (Jo 1.1) obviamente 
ecoa Gênesis 1, que registra o fato de Deus 
criar simplesmente falando (e.g., "Haja luz", 
v. 3). Ou seja, Deus criou por meio de sua pa­
lavra. Existe pouca dúvida quanto a ser essa a 
base para o uso de logos em João 1: a palavra 
de Deus fez o Universo existir de maneira or­
denada. Os Targuns1 ecoam essa compreen­
são da Palavra divina, empregando o termo 
memra (derivado da palavra aramaica para 
"falar") ao descrever a atividade criadora de 
Deus, e isso pode ter contribuído para o voca­
bulário que encontramos em João 1.
A palavra logos tinha também uma tra­
dição rica no pensamento grego. Ao mesmo 
tempo em que era um termo geral, signifi­
cando simplesmente "palavra", "descrição",
"explicação" ou "coisa", o filósofo Herádito 
(ca. 535-475 a.C.) usava-a no sentido de 
princípio de ordenação para o Universo. 
Assim, o logos é a lógica divina responsável 
pela ordem do Universo. Herádito parece ter 
associado o fato com o fogo e articulado o 
logos com a razão no interior do ser huma­
no. Esse sentido de logos foi desenvolvido de 
maneira mais completa pelos estoicos. Eles 
ensinavam que o Universo fora permeado 
com os logos, conferindo ordem e racionali­
dade a todas as coisas. No estoicismo tardio, 
o logos era comparável ao pneuma ("espíri­
to"), uma espéciede combinação de fogo 
e ar, permeado pela razão. Havia um logos 
dentro de cada pessoa (í.e., a razão humana) 
e um logos que permeava o Universo (i.e., a 
racionalidade que governa o mundo). Por 
extensão, o logos dentro do ser humano 
capacita-o a agir em harmonia com o logos 
do Universo. Entretanto, pensava-se, aqueles
que eram governados por paixões e emoções 
se haviam separado do logos universal e se 
tornado selvagens em seu comportamento. 
Esse conceito veio a constituir a base para o 
sistema ético estoico.2
0 que João quer dizer quando descreve 
Jesus como o logosl Como já foi dito, a liga­
ção com Gênesis 1 é fundamental: o logos 
é aquele pelo qual "todas as coisas foram 
feitas" (v. 3), ou seja, Cristo. Mas pode haver 
uma aplicação secundária do termo, que fa­
laria ao leitor grego mais instruído. Cristo, na 
sua pessoa, é o Logos. A verdade, o princípio 
orientador do Universo e da alma de todo 
ser humano, não uma simples abstração da 
"racionalidade" teórica, mas uma pessoa. Por 
essa pessoa, o Logos, o indivíduo pode che­
gar à harmonia com Deus e com sua criação.
'Ver o Glossário na p. 2080 para as definições das palavras em negrito. 2Ver "As escolas filosóficas gregas", em Cl 2.
1 7 2 2 JOÃO 1. 29
Jesus, o Cordeiro de Deus
29 No dia seguinte, João viu Jesus aproximando-se e disse: “Vejam! É o Cordeiro de Deusj que 
tira o pecado do mundo!30 Este é aquele a quem eu me referi, quando disse: Vem depois de mim um 
homem que é superior a mim, porque já existia antes de mim.k 31 Eu mesmo não o conhecia, mas por 
isso é que vim batizando com água: para que ele viesse a ser revelado a Israel”.
32 Então João deu o seguinte testemunho: “Eu vi o Espírito descer dos céus como pomba e perma­
necer sobre ele.133 Eu não o teria reconhecido se aquele que me enviou para batizar com águam não 
me tivesse dito: ‘Aquele sobre quem você vir o Espírito descer e permanecer, esse é o que batiza com 
o Espírito Santo’.n 34 Eu vi e testifico que este é o Filho de Deus”.0
Os Primeiros Discípulos de Jesus (Mt 4.18-22; Mc 1.16-20; Lc 5.1-11)
35 No dia seguinte, JoãoP estava ali novamente com dois dos seus discípulos.36 Quando viu Jesus 
passando, disse: “Vejam! É o Cordeiro de Deus!”1!
37 Ouvindo-o dizer isso, os dois discípulos seguiram Jesus.38 Voltando-se e vendo Jesus que os dois 
o seguiam, perguntou-lhes: “O que vocês querem?”
Eles disseram: “Rabi”r (que significa “Mestre”), “onde estás hospedado?”
39 Respondeu ele: “Venham e verão”.
Então foram, por volta das quatro horas da tarde0, viram onde ele estava hospedado e passaram 
com ele aquele dia.
40 André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido o que João dissera e que 
haviam seguido Jesus.410 primeiro que ele encontrou foi Simão, seu irmão, e lhe disse: “Achamos o 
Messias” (isto é, o Cristo).s 42 E o levou a Jesus.
Jesus olhou para ele e disse: “Você é Simão, filho de João. Será chamado1 Cefas” (que traduzido é 
“Pedro4”).11
1.29 iv. 3 6 ; Is 53.7; 
1Pe 1.19 ; A p 5 .6
1.30 ty. 1527
1 .3 2 *1 1 1 * :
MC1.10
1 .3 3 -M c l*
"M t3 .1 1 ; l á : ' i
1.35 PMt 3.1
1.36 «V. 2 9
1.38 Tf. 49; 
M Í2 3 .7
1.42 <Gn 1 7 .5 ,1 1 
“ M t 16 .18
Jesus Chama Filipe e Natanael
43 No dia seguinte, Jesus decidiu partir para a Galileia. Quando encontrou Filipe,v disse-lhe: “Siga-me”.w
44Filipe, como André e Pedro, era da cidade de Betsaida* 45 Filipe encontrou Natanael* e lhe 
disse: “Achamos aquele sobre quem Moisés escreveu na Leiz e a respeito de quem os profetas também 
escreveram:3 Jesus de Nazaré,b filho de José”.c
46 Perguntou Natanael: “Nazaré? Pode vir alguma coisa boa de lá?”d
Disse Filipe: “Venha e veja”.
47 Ao ver Natanael se aproximando, disse Jesus: “Aí está um verdadeiro israelita,e em quem não 
há falsidade”.f
48 Perguntou Natanael: “De onde me conheces?”
Jesus respondeu: “Eu o vi quando você ainda estava debaixo da figueira, antes de Filipe o chamar”.
49 Então Natanael declarou: “Mestre^ tu és o Filho de Deus,h tu és o Rei de Israel!”1
50 Jesus disse: “Você crê porque eu disse que o vi debaixo da figueira.1* Você verá coisas maiores 
do que essa!” 51E então acrescentou: “Digo a verdade: Vocês verão o céu aberto) e os anjos de Deus 
subindo e descendok sobre o Filho do homem”.1
1.43 >Mt 10.3;
J o 6 .5 -7 ; 1 2 2 1 2 2 ; 
14 .8 ,9 ; « M t 4 .19
1.44 >Mt 11.21:
Jo 12.21 
1.45>Jo21i 
t o 24 .27 ;
»Lc 24 .27 ;
W t 2 .23 ; M c 1 .24 : 
tL c 3 .2 3
1 .4 6 ^ 0 7 .4 1 ,4 2 .
52
1.47 «Rm 9.4,6;
*SI 32 .2
1.49 «V.38;
M t 2 3 .7 ; "v. 34 ; 
M t 4 . 3 ; M t 2 £ 
27 .4 2 ; J o 12 .13 
151 iM t 3.16; 
* G n 2 8 . 1 2 ;« t 8 2 0
0 1 . 3 9 Grego: hora décima.
b 1 . 4 2 Tanto Cefas (aramaico) como Pedro (grego) significam pedra. 
c 1 . 4 9 Isto é, Rabi; também em 3.2,26; 4.31; 6.25; 9.2 e 11.8.
1 1 . 5 0 O u Você crê... figueira?.
1.28 A Betânia mencionada em outro lugar nos Evangelhos distava cerca 
de 3 quilômetros de Jerusalém, apenas (ver nota em Mt 21.17). O local 
desta outra Betânia é incerto, exceto que ficava do lado oriental do Jor­
dão (ver “Betânia, do outro lado do Jordão”, em Jo 10).
1.35-37 João Batista incentivou dois de seus discípulos a seguir a Jesus. 
Um era André (v. 40), e o outro não é mencionado pelo nome. Em Ma­
teus, Marcos e Lucas, os primeiros convertidos a Jesus são identificados 
como André, Pedro, Tiago e João (ver Mc 1.16-20). O discípulo não 
mencionado pode ser uma referência velada do apóstolo João, o autor 
do evangelho, e provavelmente a personagem misteriosa por atrás do 
título “o discípulo a quem Jesus amava” (Jo 13.23; 21.7,20; ver também 
19.26; 20.2).
1.39 “Por volta das quatro horas da tarde”: a hora décima, no origüu. 
grego.
1.40 André, um dos 12 apóstolos (Mt 10.2), era de Betsaida, mas depc_; 
viveu com Pedro em Cafamaum (ver Mc 1.29 e nota; ver também noa 
em Mt 4.13), na qual eles pescavam para sobreviver (ver Mt 4.18).
1.44 Para mais informações sobre Betsaida, ver nota em Mc 8.22.
1.45 José era o pai legal de Jesus, embora não seu pai natural.
1.46 Para mais informações sobre Nazaré, ver notas em Mt 2.23; 4.12- 
16.
1.48 A sombra de uma figueira era o lugar favorito para estudo e oração 
em épocas mais quentes do ano.
J O Ã O 2 : 3 1 7 2 3
2.1 " Jo 4.46; 21.2;
"Mt 12.46 2No terceiro dia houve um casamento em Caná da Galileia.m A mãe de Jesus" estava ali;2 Jesus e seus discípulos também haviam sido convidados para o casamento.3 Tendo acabado o vinho, a 
mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”.
Jesus T ran sform a Á g u a em V inh o
2.1 Caná é mencionada apenas no evangelho de João. Situava-se a oeste 
do mar da Galileia, mas a localização exata é desconhecida. A maioria 
dos estudiosos acredita que Khirbet Qana, situada 14,5 quilômetros a 
norte de Nazaré e exatamente ao norte do vale Beit Netofa, é a candidata 
provável (ver “Caná da Galileia”, em Jo 2).
Ver “Casamentos no antigo Israel”, em Ct 3.
2 .3 Faltar vinho era mais que um pequeno embaraço social, visto que 
a família tinha a obrigação para providenciar um banquete ao nível do 
padrão socialmente exigido. Não havia grande variedade de bebidas, e as 
pessoas geralmente bebiam água ou vinho (ver “Vinho e bebida alcoólica 
no mundo antigo”, em lPe 4).
S Í T I O S A R Q U E O L Ó G I C O S
C A N Á DA GALILEIA
JOÃO 2 João é o único escritor do NT a men­
cionar Caná da Galileia, e só ele oferece pis­
tas de sua localização. 0 fato de a família de 
Jesus ter amigos e parentes e de ser possível 
estar presente a um casamento ali indica 
que Caná não ficava longe de Nazaré.' Além 
disso, fica subentendido em João 4.46-54 
que a viagem de Caná a Cafarnaum exigia 
pouco mais que uma jornada de meio dia.2
Os peregrinos cristãos, por muito tem­
po, associaram Caná com a aldeia de Kefr 
Kenna, situada 6,5 quilômetros a nordeste 
de Nazaré (ver mapa 9). Essa localização 
provavelmenteé incorreta, não obstante 
existam ali igrejas que aleguem preservar a 
tradição do milagre acontecido no casamento. 
Hoje a maioria dos estudiosos concorda em 
que Khirbet Qana, localizada 14,5 quilômetros
ao norte de Nazaré e exatamente ao norte 
do vale Beit Netofa, é a candidata mais pro­
vável (embora Kefr Kenna e Khirbet Qana 
atendam às indicações do evangelho de 
João). I
As escavações em Khirbet Qana come­
çaram em 1998. Foram achados resquícios f f 
desde o período neolítico até o período 
moderno, porém a maioria das evidências 
materiais (cerâmica, moedas e restos de ha­
bitações) data do período romano até o perío­
do bizantino. Ruínas do que pode ter sido I
uma sinagoga do século I (embora ainda 
sem comprovação definitiva) também fo­
ram encontradas, com um miqveh (tanque 
para o ritual judeu de purificação). A água 
que abastecia a aldeia era armazenada em 
cisternas, visto que ali parece não ter havido f 
nenhum aqueduto.3 João 2.6 menciona que 
a água era armazenada em grandes potes 
de pedra. Arqueologicamente, não é prová­
vel que se encontrem evidências definitivas 
de que Khirbet Qana seja Caná da Galileia, 
mesmo assim a possibilidade de se desco­
brirem ali artefatos da época em que Jesus 
realizou seu primeiro milagre é fascinante.
'Ver "Nazaré”, em Mc 1. 2Ver "Cafarnaum", em 
Mc 9. !Ver "Poços, cisternas e aquedutos no 
mundo antigo", em .Ir 38.
Recipientes de pedra para armazenamento
Preserving Bible Times; © dr. James C. Martin; usado com permissão do Museu de Israel
1 7 2 4 J O Ã O 2 . 4
4 Respondeu Jesus: “Que temos nós em comum, mulher?0’P A minha hora*í ainda não chegou”.
3 Sua mãe disse aos serviçais: “Façam tudo o que ele mandar”.r
6 Ali perto havia seis potes de pedra, do tipo usado pelos judeus para as purificações cerimoniais;s 
em cada pote cabiam entre oitenta e cento e vinte litros".
7 Disse Jesus aos serviçais: “Encham os potes com água”. E os encheram até a borda.
8 Então lhes disse: “Agora, levem um pouco ao encarregado da festa”.
Eles assim fizeram,9 e o encarregado da festa provou a água que fora transformada em vinho,' sem 
saber de onde este viera, embora o soubessem os serviçais que haviam tirado a água. Então chamou 
o noivo 10 e disse: “Todos servem primeiro o melhor vinho e, depois que os convidados já beberam 
bastante, o vinho inferior é servido; mas você guardou o melhor até agora”.
11 Este sinal milagroso,u em Caná da Galileia, foi o primeiro que Jesus realizou. Revelou assim a 
sua glória,v e os seus discípulos creram nele.w
Jesus Purifica o Templo
12 Depois disso ele desceu a Cafarnaum* com sua mãe, seus irmãosv e seus discípulos. Ali ficaram 
durante alguns dias.
13 Quando já estava chegando a Páscoa2 judaica, Jesus subiu a Jerusalém.3 14 No pátio do templo 
viu alguns vendendo bois, ovelhas e pombas, e outros assentados diante de mesas, trocando dinheiro.
13 Então ele fez um chicote de cordas e expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois; 
espalhou as moedas dos cambistas e virou as suas m esas.16 Aos que vendiam pombas disse: “Tirem 
estas coisas daqui! Parem de fazer da casa de meu Paib um mercado!”
17 Seus discípulos lembraram-se que está escrito: “O zelo pela tua casa me consumirá”6.0
18 Então os judeus lhe perguntaram: “Que sinal milagroso o senhor pode mostrar-nos como prova 
da sua autoridade para fazer tudo isso?”d
19 Jesus lhes respondeu: “Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias”.e
20 Os judeus responderam: “Este templo levou quarenta e seis anos para ser edificado, e o senhor 
vai levantá-lo em três dias?” 21 Mas o templo do qual ele falava era o seu corpo.f 22 Depois que ressus­
citou dos mortos, os seus discípulos lembraram-se do que ele tinha dito.9 Então creram na Escritura 
e na palavra que Jesus dissera.
23 Enquanto estava em Jerusalém, na festa da Páscoa,h muitos viram os sinais milagrosos que ele 
estava realizando e creram em seu nome^.24 Mas Jesus não se confiava a eles, pois conhecia a todos.
23 Não precisava que ninguém lhe desse testemunho a respeito do homem, pois ele bem sabia o que 
havia no homem.'
2^‘JO’Ç*
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J o l Z
2.11 * 22. Ml.
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J o 1 Z 1 6 ; 1 í - 2
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Jo 6.61,64 13."
O Encontro de Jesus com Nicodemos
3 Havia um fariseu chamado Nicodemos,! uma autoridade entre os judeus.k 2 Ele veio a Jesus, à noite, e disse: “Mestre, sabemos que ensinas da parte de Deus, pois ninguém pode realizar os 
sinais milagrosos1 que estás fazendo, se Deus não estiver com ele”.m
3 Em resposta, Jesus declarou: “Digo a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer 
de novoá”.n
4 Perguntou Nicodemos: “Como alguém pode nascer, sendo velho? É claro que não pode entrar 
pela segunda vez no ventre de sua mãe e renascer!”
3 Respondeu Jesus: “Digo a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer 
da água e do Espírito.0 6 O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito.P
7 Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário que vocês nasçam de novo.8 O vento6 sopra
« 2 .6 Grego: 2 ou 3 metretas. A metreta era uma medida de capacidade de cerca de 40 litros.
‘ 2.17 SI 69.9. 
f 2 .2 3 Ou creram nele.
d 3 .3 Ou nascer de cima; também no versículo 7. 
e 3 .8 Traduz o mesmo termo grego para designar espírito.
3.1 Uo 7.50: 
19.39; *Lc22.-: 
32 Uo 9.1632 
mAt 2.22:1 0 J I
13 "Jo 1.13 
lP e l2 3
3.6 pJ o 1.13 
1Co 15.50
2.6 Os judeus tomavam-se cerimonialmente impuros durante as cir­
cunstâncias normais de vida diária e se purificavam derramando água 
sobre as máos. Para um banquete prolongado, com muitos convidados, 
era necessário reunir grande quantidade de água para esse propósito.
2.8,9 O “encarregado da festa” era aparentemente um dos convidados 
que servia como mestre de cerimônia (ver “Casamentos no antigo 
Israel”, em Ct 3).
2.10 De forma geral, depois que o paladar dos convidados estava entor­
pecido, o “vinho inferior” era servido.
2.12 Situada à margem do lago, Cafarnaum estava num nível mais bai­
xo que Caná, por isso ele “desceu” para Cafarnaum (para informações
sobre Cafarnaum, ver nota em Mt 4.13; sobre “irmáos”, ver noca a z 
Lc8.19).
2.13 Ver nota em Lc 2.41.
2.14 Ver nota em Lc 19.45.
2.20 O novo templo de Herodes só foi finalizado em 63/64 c_C 
O significado aqui é que a obra no edifício já se estendia por quarern 
e seis anos. Visto que a construçáo começara por volta de 19/20 a.C 
(ver “O templo de Herodes”, em Mc 11), o ano do acontecimento ac _ 
registrado é cerca de 27 d.C.
3.1 Para mais informações sobre os fariseus, ver nota em Mt 3-7 e 
Lc5.17.
J O Ã O 4 . 6 1 7 2 5
3 . 1 0 l c 2 .46 
3 .1 1 sJo 1.18; 
7 .1 6 ,1 7 ; ty. 32
3.9 qJo 6.52,60
3 . 1 3 uP v 30.4; 
A t 2 .34 ; Ef 4 .8 -1 0 ;
vJo 6 .3 8 ,4 2 
3 . 1 4 "N m 21.8 ,9 ; 
«Jo 8 .28 ; 12 .32
3 .1 5 w . 16 ,36
3 . 1 6 zRm 5 .8; 
Ef 2 .4 ; 1 Jo 4 .9 ,10 ; 
av. 3 6 ; J o 6 .2 9 ,4 0 ;
11 .25 ,26 
3 .1 7 bJ o 6 .29 ,57 ; 
1 0 .3 6 ;1 1 .4 2 ; 
1 7 .8 ,2 1 ;2 0 .2 1 ; 
cJo 12 .47 ; 
1 J o 4 .1 4 
3 . 1 8 dJ o 5.24 ; 
e1 J o 4 .9 
3 . 1 9 U o 1.4; 8 .12 
3 . 2 0 9Ef 5 .1 1 ,1 3
3 . 2 4 M 4 .1 2 ; 14 .3 
3 . 2 5 U o 2 .6
3 . 2 6 *M t 23 .7 ; 
U o 1 .7
3 . 2 8 -"Jo 1 .20 ,23
3 . 2 9 nM t 9 .15 ; 
oJo 16 .2 4 ; 17 .13 ; 
Fp 2 .2 ; 1 Jo 1.4; 
2 J o 12
3 .3 1 pv. 13 ; 
<Uo 8 .23 ; 1Jo 4 .5 
3 . 3 2 rJ o 8 .26 ; 
15 .15 ; sv.11
3 . 3 4 V 17; 
uM t 12.18; 
Lc 4 .1 8 ; A t 10 .38 
3 .3 5 vM t 28 .18 ; 
J o 5 .2 0 ,2 2 ; 17.2 
3 . 3 6 «v. 15; 
Jo 5 .2 4 ; 6 .4 7
4 .1 xJo 3 .2 2 ,2 6
4 . 5 ^Gn 33 .19 ; 
48 .2 2 ; J s 24 .32onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com 
todos os nascidos do Espírito”.
9 Perguntou Nicodemos: “Como pode ser isso?”<i
10 Disse Jesus: “Você é mestre em Israelr e não entende essas coisas?11 Asseguro que nós falamos 
do que conhecemoss e testemunhamos do que vimos, mas mesmo assim vocês não aceitam o nosso 
testemunho.*12 Eu falei de coisas terrenas e vocês não creram; como crerão se falar de coisas celestiais?
13 Ninguém jamais subiu ao céu,u a não ser aquele que veio do céu:v o Filho do homem.*14 Da mesma 
forma como Moisés levantou a serpente no deserto,w assim também é necessário que o Filho do 
homem seja levantado/15 para que todo o que nele crerv tenha a vida eterna.
16 “Porque Deus tanto amouz o mundo que deu o seu Filho Unigênito6, para que todo o que nele 
crer não pereça, mas tenha a vida eterna.3 17 Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo,b não para con­
denar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele.c 18 Quem nele crê não é condenado,d 
mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus.e 19 Este é o 
julgamento: a luzf veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras 
eram más.20 Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam 
manifestas.s21 Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas 
obras são realizadas por intermédio de Deus”.c
O Testemunho de João Batista acerca de Jesus
22 Depois disso Jesus foi com os seus discípulos para a terra da Judeia, onde passou algum tempo 
com eles e batizava.h 23 João também estava batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali 
muitas águas, e o povo vinha para ser batizado.24 (Isto se deu antes de João ser preso.)'25 Surgiu uma 
discussão entre alguns discípulos de João e um certo judeu** a respeito da purificação cerimonialj
26 Eles se dirigiram a João e lhe disseram: “Mestre,k aquele homem que estava contigo no outro lado 
do Jordão, do qual testemunhaste,1 está batizando, e todos estão se dirigindo a ele”.
27 A isso João respondeu: “Uma pessoa só pode receber o que lhe é dado dos céus.28 Vocês mesmos 
são testemunhas de que eu disse: Eu não sou o Cristo, mas sou aquele que foi enviado adiante dele.m
29 A noiva pertence ao noivo.n O amigo que presta serviço ao noivo e que o atende e o ouve enche-se 
de alegria quando ouve a voz do noivo. Esta é a minha alegria, que agora se completa.0 30 É necessário 
que ele cresça e que eu diminua.
31 “Aquele que vem do altoP está acima de todos; aquele que é da terra pertence à terra e fala 
como quem é da terra.Q Aquele que vem dos céus está acima de todos.32 Ele testifica o que tem visto e 
ouvido,r mas ninguém aceita o seu testemunho.s 33 Aquele que o aceita confirma que Deus é verdadei­
ro. 34 Pois aquele que Deus enviou* fala as palavras de Deus, porque ele dá o Espíritou sem limitações. 
35 O Pai ama o Filho e entregou tudo em suas mãos.v 36 Quem crê no Filho tem a vida eterna;w já quem 
rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele”.e
Jesus Conversa com um a Samaritana
4 Os fariseus ouviram falar que Jesus/ estava fazendo e batizando mais discípulos do que João,x2 embora não fosse Jesus quem batizasse, mas os seus discípulos. 3 Quando o Senhor ficou 
sabendo disso, saiu da Judeiav e voltou uma vez mais à Galileia.
4 Era-lhe necessário passar por Samaria.5 Assim, chegou a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, 
perto das terras que Jacó dera a seu filho José.2 6 Havia ali o poço de Jacó. Jesus, cansado da viagem, 
sentou-se à beira do poço. Isto se deu por volta do meio-dia^.
a 3 .1 3 Alguns manuscritos acrescentam que está no céu. 
b 3 .1 6 Ou Único-, também no versículo 18. 
c 3 .21 Alguns intérpretes encerram a citação no fim do versículo 15. 
d 3 .2 5 Alguns manuscritos dizem e certos judeus. 
e 3 .3 6 Alguns intérpretes encerram a citação no fim do versículo 30. 
f 4 .1 Muitos manuscritos dizem o Senhor.
9 4 .6 Grego: da hora sexta.
3.22 Esse é o único registro de que Jesus ministrava batismos, embora 
em 4.2 esteja claro que eram seus discípulos, e não o próprio Jesus, que 
batizavam as pessoas (ver “Batismo no mundo antigo”, em Mt 3).
3.23 O local de Enom é incerto; pode ter sido aproximadamente a quase 
13 quilômetros ao sul de Citópolis (Beth Sharí), a oeste do rio Jordão.
3.25 Os Manuscritos do mar Morto (Qumran) mostram que alguns ju­
deus estavam profundamente interessados na maneira certa de alcançar a 
purificação cerimonial. (Ver “Interpretação bíblica em Qumran e entre os 
antigos rabinos”, em Mt 23; e “Qumran e o Novo Testamento”, em Lc 6). 
3.29 Ver “Casamentos no antigo Israel”, em Ct 3.
4.1 Para mais informações sobre os fariseus, ver nota em Mt 3.7 e 
Lc 5.17.
4.4 Samaria aqui é uma referência à região inteira, não apenas à cidade. 
Os judeus costumavam evitar Samaria, cruzando o Jordão e viajando 
pelo lado oriental do rio (ver notas em Mt 10.5; Lc 9.52). Talvez a ne­
cessidade de passar por Samaria estivesse relacionada com a missão de 
Jesus, não com a geografia.
4.5 Sicar era uma aldeia pequena perto de Siquém (ver “Siquém”, em 
Js24).
4.6 Em seu sentido mais básico, o poço é uma cova ou buraco cavado 
na terra até o lençol de água (o nível no qual o solo é permanentemente
1 7 2 6 J O Ã O 4 . 7
7 Nisso veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: “Dê-me um pouco de água”.
8 (Os seus discípulos tinham ido à cidade3 comprar comida.)
9 A mulher samaritana lhe perguntou: “Como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana,b 
água para beber?” (Pois os judeus não se dão bem com os samaritanos.3)
10 Jesus lhe respondeu: “Se você conhecesse o dom de Deus e quem está pedindo água, você lhe 
teria pedido e dele receberia água viva”.c
11 Disse a mulher: “O senhor não tem com que tirar água, e o poço é fundo. Onde pode conseguir 
essa água viva?12 Acaso o senhor é maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço,d do qual ele 
mesmo bebeu, bem como seus filhos e seu gado?”
13 Jesus respondeu: “Quem beber desta água terá sede outra vez,14 mas quem beber da água que 
eu lhe der nunca mais terá sede.e Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de 
águaf a jorrar para a vida eterna”.9
15 A mulher lhe disse: “Senhor, dê-me dessa água, para que eu não tenha mais sede,h nem precise 
voltar aqui para tirar água”.
16 Ele lhe disse: “Vá, chame o seu marido e volte”.
17 “Não tenho marido”, respondeu ela.
Disse-lhe Jesus: “Você falou corretamente, dizendo que não tem m arido.18 O fato é que você já 
teve cinco; e o homem com quem agora vive não é seu marido. O que você acabou de dizer é verdade”.
19 Disse a mulher: “Senhor, vejo que é profeta.'20 Nossos antepassados adoraram neste monte) mas 
vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar”.k
21 Jesus declarou: “Creia em mim, mulher: está próxima a hora1 em que vocês não adorarão o Pai 
nem neste monte, nem em Jerusalém.m 22 Vocês, samaritanos, adoram o que não conhecem;11 
nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus.0 23 No entanto, está chegando a 
hora, e de fato já chegou,p em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito ^e em verdade. 
São estes os adoradores que o Pai procura.24 Deus é espírito/ e é necessário que os seus adoradores o 
adorem em espírito e em verdade”.
25 Disse a mulher: “Eu sei que o Messias (chamado Cristo)s está para vir. Quando ele vier, explicará 
tudo para nós”.
26 Então Jesus declarou: “Eu sou o Messias! Eu, que estou falando com você”.1
Os Discípulos Voltam da Cidade
27 Naquele momento, os seus discípulos voltaram11 e ficaram surpresos ao encontrá-lo conversando 
com uma mulher. Mas ninguém perguntou: “Que queres saber?” ou: “Por que estás conversando com ela?”
4.9 »Mt 10.5;
Lc 9.52,53
4 . 1 0 cls 44.3;
J r 2.13; Zc 14.8;JO 7.37,38;
Ap 21.6; 22.1,17
4 . 1 2 “v. 6
4 . 1 4 eJo 6.35;
'Jo 7.38; iM t 25.46
4 . 1 5 "JO 6.34
4 . 1 9 M t 21.11
4 . 2 0 ID t l 1.29;
JS 8.33; » U 9.53 
4 . 2 1 'Jo 5.28; 
16.2; mM11.11; 
1Tm 2.8
4 . 2 2 "2RS17.28- 
41; °ls 2.3;
Rm 3.1,2; 9.4,5
4 . 2 3 íJo 5.25; 
16.32; »Fp 3.3
4 . 2 4 f p 3.3
4 .2 5 « M t 1 .1 6
4 . 2 6 Uo 8.24; 
9.35-37
a 4.9 Ou não usam pratos que os samaritanos usaram.
saturado com água). Para segurança e permanência, nos tempos bíblicos, 
os poços eram geralmente cercados por paredes de pedra. No caso de 
alguns poços famosos, como o poço de Jacó, em Sicar (cap. 4), as paredes 
eram construídas com pedras adornadas. Deve-se distinguir o poço da 
cisterna (que servia para armazenar água, Jr 2.13), da nascente (que é 
encontrada na superfície) e da fonte (da qual a água jorra ativamente, 
Js 15.9). Para comentários adicionais sobre poços, ver nota em J1 1.20; 
ver também “Poços, cisternas e aquedutos no mundo antigo”, em Jr 38. 
A moderna Bir Ya‘kub é sem dúvida o “poço de Jacó” citado nesse ver­
sículo. Por mais de vinte e três séculos, os samaritanos e os judeus deram 
testemunho disso. O território mencionado por João fora comprado por 
Jacó (Gn 33.19), depois retomado à força dos amorreus (Gn 48.22). O 
poço fica perto da base de monte Gerizim, e Jesus pode ter aludido aos 
seus penhascos com a expressão “neste monte” (Jo 4.21). Uma abertura 
estreita de 1,3 metro de comprimento foi cavada através da pedra calcá­
ria. Um explorador, em 670 a.C., alegou que sua profundidade era de 75 
metros, enquanto outro informou em 1697 que era de 33 metros. Em 
1861, o major Anderson declarou que não passava de 23 metros. 
Quando o poço foi finalmente limpo, em 1935, constatou-se que sua 
profundidade era de 42 metros. Durante séculos, os turistas lançaram 
seixos dentro do poço, até que os católicos gregos compraram o local e o 
puseram sob sua guarda.
Por volta do meio-dia”: a hora sexta, no original grego.
4.7 As pessoas costumavam tirar água no final da tarefe, não no calor do 
meio-dia (ver Gn 24.11). Mas a prática é atestada por Josefo: ele declara 
que as mulheres jovens a quem Moisés ajudou (Ex 2.15-17) vieram tirar 
água ao meio-dia.
4.9 Os judeus estariam cerimonialmente impuros se usassem um utensí­
lio usaao para beber manejado por um samaritano, pois acreditavam que 
todos os samaritanos eram “impuros” (ver “Os samaritanos”, em Jo 8).
4.11 Ver nota no versículo 6.
4.18 Os judeus acreditavam que a mulher podia ser divorciada duas ou, 
no máximo, três vezes. Se os samaritanos seguiam o mesmo padrão, a 
vida dessa mulher fora excessivamente imoral. Aparentemente, ela não se 
casara com o parceiro com quem vivia agora.
4.20 O próprio lugar de adoração fora por muito tempo motivo de 
debate entre os judeus e os samaritanos. Os samaritanos defendiam 
que o monte Gerizim era especialmente sagrado. Haviam construído 
um templo ali, por volta de 400 a.C., que os judeus destruíram em 
128 a.C. (Ver “Ò templo samaritano no monte Gerizim”, em Jo 4; e 
“Os samaritanos”, em Jo 8).
4.22 A Bíblia dos samaritanos continha apenas o Pentateuco. Os samari­
tanos adoravam o verdadeiro Deus, mas o fato de rejeitarem grande parte 
da Revelação significava que pouco sabiam a respeito dele.
4.25 Os samaritanos esperavam um Messias, mas sua rejeição a todos 
os escritos inspirados que não faziam parte do Pentateuco significa que 
pouca coisa sabiam a respeito dele. Pensavam nele principalmente como 
um mestre.
4.26 Essa é a única ocasião em que Jesus, antes de seu julgamento, de­
clara ser o Messias (ver, porém, Mc 9.41). O termo “messias” não tinha 
em Samaria as implicações políticas que se verificavam na Judeia, o que 
pode ter motivado Jesus a usar essa designação aqui.
4.27 Os mestres religiosos judaicos raramente falavam com mulheres 
em público.
] OÃO 4 . 3 6 1 7 2 7
4.29 vv. 17,18;
m 12.23;
Jo 7.26,31
4 .3 2 vJó 23.12; 
Mt 4.4; Jo 6.27
4 .3 4 zM t 26.39; 
Jo 6.38; 17.4; 
19.30; aJo 19.30
4 .3 5 bM t 9.37;
Lc 10.2
4.36 cRm 1.13; 
dMt 25.46
28 Então, deixando o seu cântaro, a mulher voltou à cidade e disse ao povo:29 “Venham ver um 
homem que me disse tudo o que tenho feito.v Será que ele não é o Cristo?”w 30 Então saíram da cidade 
e foram para onde ele estava.
31 Enquanto isso, os discípulos insistiam com ele: “Mestre,x come alguma coisa”.
32 Mas ele lhes disse: “Tenho algo para comerv que vocês não conhecem”.
33 Então os seus discípulos disseram uns aos outros: “Será que alguém lhe trouxe comida?”
34 Disse Jesus: “Á minha comida é fazer a vontade2 daquele que me enviou e concluir a sua obra.3
35 Vocês não dizem: ‘Daqui a quatro meses haverá a colheita ? Eu digo a vocês: Abram os olhos e vejam 
os campos! Eles estão maduros para a colheita.b 36 Aquele que colhe já recebe o seu salário e colhec
S Í T I O S A R Q U E O L Ó G I C O S
O T E M P L O S A M A R I T A N O 
N O M O N T E G E R I Z I M
JOÃO 4 A rivalidade entre samaritanos e 
judeus datava de muitos séculos.1 De acordo 
com 2Reis 17, os samaritanos descendiam 
de povos da Mesopotâmia estabelecidos à 
força na região norte de Israel, pelo rei da 
Assíria, por ocasião do exílio de 722 a.C.2 
Eles combinaram a adoração de Yahweh 
com práticas idólatras. A construção de um 
templo samaritano dedicado a Yahweh 
no monte Gerizim e o estabelecimento de 
um sacerdócio hereditário rival datam do 
século IV a.C. Josefo informa que o sumo 
sacerdote Manassés esteve a ponto de ser 
expulso de Jerusalém por causa de sua espo­
sa estrangeira, Nicasis, filha do samaritano 
Sambalate. Sambalate, por sua vez, pro­
meteu preservar o sacerdócio de Manassés, 
indicá-lo como governador de seu território 
e construir no monte Gerizim um templo 
semelhante ao de Jerusalém, com a condi­
ção de que Manassés permanecesse casado 
com sua filha (Josefo, Antiguidades judaicas, 
11.8 .2).
Os samaritanos, entretanto, considera- 
vam-se descendentes fiéis de Israel e viam 
os judeus como apóstatas. Eles aceitavam 
apenas o Pentateuco como Escritura, 
numa versão em que o monte Gerizim é o lu­
gar escolhido para o santuário (Dt 11.29,30; 
cf. Jo 4.20).
A história em torno do local do templo 
no monte Gerizim é bastante confusa:
•?* Desde o tempo da construção do templo 
samaritano (geralmente datado de 388 a.C.), 
Samaria funcionou como templo-Estado 
sob a liderança de uma aristocracia sacerdo­
tal própria.
•f* No período da dominação grega, o tem­
plo samaritano dedicado ao Júpiter (Zeus) 
Hospitaleiro (2Mc 6.2).3
❖ Depois do êxito dos macabeus na guer­
ra, o templo samaritano foi atacado e des­
truído pelo sacerdote-rei hasmoneu João 
Hircano, em 128 a.C. (Antiguidades judaicas, 
13). Esse ato selou uma discórdia permanen­
te entre as duas comunidades e fundamenta 
em grande parte a hostilidade entre judeus e 
samaritanos refletida no NT (v. 9).
❖ 0 imperador Adriano construiu ali outro 
templo dedicado a Zeus (século II d.C.).
❖ 0 imperador cristão Justiniano construiu 
uma igreja no mesmo lugar (séc. VI), mais 
tarde destruída pelos árabes (séc. VII).
Os arqueólogos descobriram as ruínas 
da igreja de Justiniano, do templo de Adria­
no e do templo que João Hircano destruiu. 
As palavras da mulher no poço refletiam a 
devoção dos samaritanos para com esse 
local.
Os samaritanos, como os judeus, espe­
ravam a vinda do Messias. Reverenciavam 
Moisés como seu verdadeiro profeta e, basea­
dos em Deuteronômio 18, alimentavam a
esperança de que um profeta semelhante 
a ele surgiria para restaurar seu santuário. 
Essa personagem messiânica era denomi­
nada o Restaurador. Um documento sama­
ritano, o MemarMarqah, embora escrito no 
século IV d.C., contém tradições samaritanas 
mais antigas e declara: "Deixe o Restaurador 
vir com segurança e oferecer um verdadeiro 
sacrifício. 0 Restaurador virá em paz e re­velará a verdade, purificará o mundo e es­
tabelecerá os líderes do povo como eram em 
outro tempo" (MemarMarqah, 2.33,70,180). 
A mulher samaritana expressa essa expecta­
tiva ao declarar: "eu sei que o Messias [...] 
está para vir. Quando ele vier, explicará tudo 
para nós" (v. 25). A resposta de Jesus é suave, 
como de praxe: "Eu sou o Messias! Eu, que 
estou falando com você" (v. 26).
'Ver "Os samaritanos", em Jo 8. 2Ver "Oseias, rei de Israel, e Salmaneser V, rei da Assíria", em 2Rs 17. JLivro apócrifo.
1 7 2 8 ] O A O 4. 3 7
4.37 ®Jó 31 .8 ; 
M q 6 .1 5
4.42 hLc 2.11 ; 
1Jo 4 .1 4
4.43 *v. 4 0 
4.44 iM t 13 .57 ; 
Lc 4 .24 
4.45 U o 2 .23
4.46'Jo 2 .1 -11 
4.47 mv. 3 ,5 4
4.48 nDn 4 .2 ,3 ; 
Jo 2 .11 ; A t 2 .43 ; 
14 .3 ; Rm 15.19 ; 
2C o 12 .12 ; Hb 2 .4
4.54 pv. 48; 
J o 2 .1 1
5 .2 oNm 3 .1; 
12 .39 ; 
fJo 1 9 .13 ,17 ,20 ; 
2 0 .1 6 ; A t 21 .40 ; 
22 .2 ; 2 6 .1 4
5 .8 sM t 9 .5 ,6 ; 
M c 2 .11 ; Lc 5 .2 4
5 .9 U o 9 .1 4
5.10 “v. 16; 
vNm 13 .1 5 -2 2 ;
J r 17 .21 ; M t 12 .2
firuto para a vida eterna,'J de forma que se alegram juntos o que semeia e o que colhe.37 Assim é verda­
deiro o ditado: ‘Um semeia, e outro colhe’.e 38 Eu os enviei para colherem o que vocês não cultivaram. 
Outros realizaram o trabalho árduo, e vocês vieram a usufruir do trabalho deles”.
Muitos Samaritanos Creem
39 Muitos samaritanos daquela cidadef creram nele por causa do seguinte testemunho dado pela mu­
lher: “Ele me disse tudo o que tenho feito”.040 Assim, quando se aproximaram dele, os samaritanos insis­
tiram em que ficasse com eles, e ele ficou dois dias.41E, por causa da sua palavra, muitos outros creram.
42 E disseram à mulher: “Agora cremos não somente por causa do que você disse, pois nós mesmos 
o ouvimos e sabemos que este é realmente o Salvador do mundo”.h
Jesus Cura o Filho de um Oficial
43 Depois daqueles dois dias,' ele partiu para a Galileia. 44 (O próprio Jesus tinha afirmado que 
nenhum profeta tem honra em sua própria terra.))45 Quando chegou à Galileia, os galileus deram-lhe 
boas-vindas. Eles tinham visto tudo o que ele fizera em Jerusalém, por ocasião da festa da Páscoa,k 
pois também haviam estado lá.
46 Mais uma vez ele visitou Caná da Galileia, onde tinha transformado água em vinho.1 E havia ali um 
oficial do rei, cujo filho estava doente em Cafarnaum.47 Quando ele ouviu Mar que Jesus tinha che­
gado à Galileia, vindo da Judeia,m procurou-o e suplicou-lhe que fosse curar seu filho, que estava à 
beira da morte.
48 Disse-lhe Jesus: “Se vocês não virem sinais e maravilhas," nunca crerão”.
49 O oficial do rei disse: “Senhor, vem, antes que o meu filho morra!”
50 Jesus respondeu: “Pode ir. O seu filho continuará vivo”. O homem confiou na palavra de Jesus 
e partiu. 51 Estando ele ainda a caminho, seus servos vieram ao seu encontro com notícias de que o 
menino estava vivo.52 Quando perguntou a que horas o seu filho tinha melhorado, eles lhe disseram: 
“A febre o deixou ontem, à uma hora da tarde0”.
53 Então o pai constatou que aquela fora exatamente a hora em que Jesus lhe dissera: “O seu filho 
continuará vivo”. Assim, creram ele e todos os de sua casa.0
54 Esse foi o segundo sinal milagrosoP que Jesus realizou depois que veio da Judeia para a Galileia.
A Cura Junto ao Tanque de Betesda
5 Algum tempo depois, Jesus subiu a Jerusalém para uma festa dos judeus. 2 Há em Jerusalém, perto da porta das Ovelhas,15 um tanque que, em aramaicoV é chamado BetesdaS tendo cinco 
entradas em volta. 3 Ali costumava ficar grande número de pessoas doentes e inválidas: cegos, 
mancos e paralíticos. Eles esperavam um movimento nas águas.'*4 De vez em quando descia um 
anjo do Senhor e agitava as águas. O primeiro que entrasse no tanque, depois de agitadas as águas, 
era curado de qualquer doença que tivesse. 5 Um dos que estavam ali era paralítico fazia trinta e 
oito anos.6 Quando o viu deitado e soube que ele vivia naquele estado durante tanto tempo, Jesus 
lhe perguntou: “Você quer ser curado?”
7 Disse o paralítico: “Senhor, não tenho ninguém que me ajude a entrar no tanque quando a água 
é agitada. Enquanto estou tentando entrar, outro chega antes de mim”.
8 Então Jesus lhe disse: “Levante-se! Pegue a sua maca e ande”.s 9 Imediatamente o homem ficou 
curado, pegou a maca e começou a andar.
Isso aconteceu num sábado,*10 e, por essa razão, os judeus11 disseram ao homem que havia sido 
curado: “Hoje é sábado, não é permitido a você carregar a maca”.v
11 Mas ele respondeu: “O homem que me curou me disse: ‘Pegue a sua maca e ande’ ”.
12 Então lhe perguntaram: “Quem é esse homem que mandou você pegar a maca e andar?” 
fl 4 .5 2 Grego: à hora sétima.
b 5 .2 Grego: em hebraico; também em 19.13,17,20 e 20.16.
c 5 .2 Alguns manuscritos dizem Betzata; outros trazem Betsaida.
d 5 .3 A maioria dos manuscritos mais antigos não trazem essa frase e todo o versículo 4.
4.39 “Aquela cidade” é Sicar (v. 5).
4.42 Para mais informações sobre Jesus como Salvador, ver nota em 
Lc 2.11.
4.46 Evidentemente, “um oficial do rei” era alguém a serviço de Herodes.
4.52 “Uma hora da tarde”: a hora sétima, no original grego.
5.1 A “festa dos judeus” provavelmente é a Páscoa ou o Pentecostes 
(a festa das cabanas; ver “Festas de Israel”, em Lv 23).
5.2 O uso do tempo presente (“há”) pode significar que o tanque ainda 
existia quando Joáo escreveu seu evangelho, o que levou alguns a sugerir
que o livro foi escrito antes da destruição de Jerusalém. Outros, porém, 
observam que João usa às vezes o tempo presente para falar do passado. 
Betesda geralmente é identificada pelos tanques gêmeos situados perto 
da atual Igreja de Santa Ana. Parece que havia uma colunata em cada um 
dos quatro lados e outra entre os dois tanques (ver “O tanque de Betesda, 
em Jerusalém”, em Jo 5).
5.10 Não era a própria Lei, mas sua interpretação tradicional que proibia 
levar cargas de qualquer natureza no sábado (ver nota em Mt 15.2).
J OÃO 5 . 13 1 7 2 9
O T A N Q U E DE BE T E S DA 
EM J E R U S A L É M
S Í T I O S A R Q U E O L Ó G I C O S
Betesda (acima) e as escavações dos 
tanques (à direita)
Foto: © Todd Bolen/Bible Plaíes.com
JOÃO 5 0 tanque de Betesda era um local 
bem conhecido dos judeus de Jerusalém. 
É mencionado, por exemplo, no Rolo de 
cobre de Qumran, ali denominado "lugar 
da água derramada".1 Estava situado próxi­
mo das ruínas da Basílica de Santa Ana, ao 
norte do monte do Templo. 0 "tanque", na 
verdade, eram dois e estavam cercados por 
quatro pórticos, havendo um quinto pórti­
co situado entre eles. A visão conjunta dos 
pórticos elegantes e dos tanques devia ser
impressionante. 0 dispendioso complexo 
dos dias de João provavelmente datava do rei­
nado de Herodes, o Grande,2 mas os tanques 
sem dúvida já estavam em uso antes disso 
e talvez estivessem no local de uma fonte 
intermitente. A conexão entre o tanque e o 
processo de cura é atestada náo apenas no 
quarto evangelho, mas também nos res­
quícios arqueológicos, que indicam que até 
os romanos começaram a buscar a cura ali, 
depois de terem conquistado Jerusalém, por 
volta de 135 d.C.
Existe certa controvérsia sobre a tradu­
ção "porta das Ovelhas”, em João 5.2. A tra­
dição cristã primitiva entendia que o correto 
deveria ser "tanque das Ovelhas". Ambas as 
traduções são possíveis, mas a evidência his­
tórica para a última não é tão forte. Eusébio 
observa que as águas do tanque eram de cor 
avermelhada, e alguns supõem que isso se 
devia ao costume de se lavarem ali 
nhas dos animais oferecidos em sacrifício. 
O mais provável, porém, é que a coloração 
vermelha fosse um simples fator geológico 
e que os tanques foram construídos para 
facilitar a purificação ritual dos visitantes 
do templo.3
’Ver "Qumran e o Novo Testamento", em Lc 6. 
2Ver "Herodes, o Grande", em Mc 3. 3Ver 
"Batismo no mundo antigo",em Mt 3.
1 7 3 0 } OÃO 5 . 13
13 0 homem que fora curado não tinha ideia de quem era ele, pois Jesus havia desaparecido no 
meio da multidão.
14 Mais tarde Jesus o encontrou no templo e lhe disse: “Olhe, você está curado. Não volte a pecar,w 
para que algo pior não aconteça a você”. 15 O homem foi contar aos judeusx que fora Jesus quem o 
tinha curado.
5.14 «Mc 2.5:
Jo8.11
S .1 S - J0 1.19
Vida po r meio do Filho
16 Então os judeus passaram a perseguir Jesus, porque ele estava fazendo essas coisas no sábado.
17 Disse-lhes Jesus: “Meu Pai continua trabalhando* até hoje, e eu também estou trabalhando”.
18 Por essa razão, os judeus mais ainda queriam matá-lo,z pois não somente estava violando o sábado, 
mas também estava dizendo que Deus era seu próprio Pai, igualando-se a Deus.a
19 Jesus lhes deu esta resposta: “Eu digo verdadeiramente que o Filho não pode fazer nada de si 
mesmo;b só pode fazer o que vê o Pai fazer, porque o que o Pai faz o Filho também faz. 20 Pois o Pai 
ama ao Filhoc e lhe mostra tudo o que faz. Sim, para admiração de vocês, ele lhe mostrará obras ainda 
maiores do que estas.d 21 Pois, da mesma forma que o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida,e o Filho 
também dá vidaf a quem ele quer.22 Além disso, o Pai a ninguém julga, mas confiou todo julgamento 
ao Filho,8 23 para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, tam­
bém não honra o Pai que o enviou.h
24 “Eu asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e 
não será condenado,' mas já passou da morte para a vida j 25 Eu afirmo que está chegando a hora, e já 
chegou,k em que os mortos ouvirão1 a voz do Filho de Deus, e aqueles que a ouvirem viverão.26 Pois, 
da mesma forma como o Pai tem vida em si mesmo, ele concedeu ao Filho ter vida em si mesmo.
27 E deu-lhe autoridade para julgar,m porque é o Filho do homem.
28 “Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora" em que todos os que estiverem 
nos túmulos ouvirão a sua voz 29 e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que 
fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados.0 30 Por mim mesmo, nada posso fazer;P eu julgo 
apenas conforme ouço, e o meu julgamento é justo,1! pois não procuro agradar a mim mesmo, mas 
àquele que me enviou/
Testemunhos acerca de Jesus
31 “Se testifico acerca de mim mesmo, o meu testemunho não é válido.113 32 Há outro que testemu­
nha em meu favor,* e sei que o seu testemunho a meu respeito é válido.
33 “Vocês enviaram representantes a João, e ele testemunhou11 da verdade. 34 Não que eu busque 
testemunhov humano, mas menciono isso para que vocês sejam salvos.35 João era uma candeia que 
queimava e irradiava luz,w e durante certo tempo vocês quiseram alegrar-se com a sua luz.
36 “Eu tenho um testemunho maior que o de João;x a própria obra que o Pai me deu para concluir, 
e que estou realizando,> testemunha que o Pai me enviou.2 37 E o Pai que me enviou, ele mesmo tes­
temunhou a meu respeito.3 Vocês nunca ouviram a sua voz, nem viram a sua forma,b 38 nem a sua 
palavra habita em vocês,c pois não creem naquele que ele enviou.d 39 Vocês estudam cuidadosamente4 
as Escrituras,e porque pensam que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham 
a meu respeito;f 40 contudo, vocês não querem vir a mim para terem vida.
41 “Eu não aceito glória dos homens,9 42 mas conheço vocês. Sei que vocês não têm o amor de Deus. 
43 Eu vim em nome de meu Pai, e vocês não me aceitaram; mas, se outro vier em seu próprio nome, 
vocês o aceitarão.44 Como vocês podem crer, se aceitam glória uns dos outros, mas não procuram a 
glória que vem do Deusc único?h
45 “Contudo, não pensem que eu os acusarei perante o Pai. Quem os acusa é Moisés,' em quem 
estão as suas esperanças.)46 Se vocês cressem em Moisés, creriam em mim, pois ele escreveu a meu 
respeito.k 47 Visto, porém, que não creem no que ele escreveu, como crerão no que eu digo?”1
0 5.31 Os judeus exigiam mais de um testemunho para condenar ou justificar uma declaração. 
b 5.39 Ou Estudem cuidadosamente. 
c 5.44 Alguns manuscritos antigos não trazem Deus.
5 .1 7 yJo 9 .4 ; 14 - :
5 .1 8 zJo 7.1; 
^ 0 1 0 .3 0 ,3 3 ; 15.7
5 .1 9 ty . 30 ; 
J o 8 .2 8
5 .2 0 cJ o 3.35 ;
«Uo 14 .12
5.21 eRm 4.17; 
8 .11 ; U o 11 .25
5 .2 2 W . 27 ;
J o 9 .39 ; A t 10 .42 : 
17.31
5 .2 3 hLc 10 .16 ; 
1J0 2 .23
5 .2 4 Uo 3.18 ; 
i1 J o 3.14
5 .2 5 'U o 4.23;
Uo 8 .43 ,47
5 2 7 "V . 22;
A t 10 .42 ; 17.31 
5 .2 8 nJo 4.21
5 2 9 °Dn 12.2;
M t 25.46 
5 .3 0 pv. 19; 
<Uo8.16;
M 26.39 ; Jo 4.34: 
6 .3 8
5.31 sJ o 8 .1 4
5 .3 2 ty. 37 ; Jo 8 .18
5 .3 3 “J o 1 .7
5 .3 4 v1Jo 5 .9
5 .3 5 «2Pe 1 .19
5 .3 6 X1 Jo 5.9; 
yJo 14 .11 ; 15.24; 
U o 3 .17 ; 10 .25 
5 .3 7 a J o 8 .1 8 ; 
bD t 4 .12 ; 1Tm 
1 .17 ; Jo 1 .18
5 .3 8 c1 Jo 2.14 ; 
dJ o 3 .1 7
5 .3 9 eRm 2 .17 ,18 ; 
l c 24 .27 ,44 ;
A t 13 .27 
5 . 4 1 9V. 4 4
5 .4 5 Uo 9.28; 
iR m 2 .1 7
5 .4 6 3.15 ;
LC 24 .27 ,44 ;
A t 26 .22
5 . 4 7 'Lc 16.29,31
5.17 Os judeus não se referiam a Deus como “meu Pai”, por considera­
rem o termo íntimo demais — embora talvez usassem a expressão “nosso 
Pai” ou, na oração, “meu Pai no céu”.
5.18 Os judeus não contestaram a ideia de que Deus é o Pai de todos, 
mas protestaram fortemente contra a relação especial que Jesus alegava 
ter com o Pai — uma relação tão íntima como fazer-se igual a Deus.
5.21 Os judeus (à exceção dos saduceus) acreditavam firmemente que 
Deus ressuscitaria os mortos. Mas também tinham a convicção de
que Deus não deu esse privilégio a ninguém mais. Jesus reivindicava uma 
prerrogativa que, de acordo com seus oponentes, era exclusiva de Deus.
5.22 Os judeus acreditavam que o Pai é o Juiz do mundo, portanto esse 
ensino de Jesus parecia herético para eles.
5.46 Os autores do NT às vezes ressaltam e em toda parte presumem 
que o AT, lido corretamente, de maneira profunda, aponta para Cristo 
(ver Lc 24.25-27,44).
J O Ã O 6 . 3 1 1 7 3 1
6.3”v.15
6.4°Jo2.13;
11.55 
6.5 pJo 1.43
6.2 ">Jo 2.11
6.8 «Jo 1 .40
6.9 Í R s 4 .4 3
6.11 sv. 23 ; 
M t 14 .19
6.14U0 2.11 ; 
“ D t 1 8 .1 5 ,1 8 ; 
M t 11 .3 ; 21.11 
6.15<Jo 18.36 ; 
" M t 14 .23 ; 
M c 6 .46
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1 5-21
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6.26 ®v. 2 4 ; *v. 30; 
J o 2 .1 1 
6.27* 55 .2 ; "v.
54 ; M t 25 .46 ; 
Jo 4 .14 ; 'M t 8.20; 
jR m 4 .11 ;1 C o 9.2; 
2Co 1.22 ; Ef 1.13; 
4 .30 ; 2 T m 2.19 ; 
A p 7 .3
6.29 «1Jo 3.23 ;
■Jo 3 .1 7
6.30 mJ o 2.11 ; 
"M t 12 .38
6.31 "N m 1 1 .7 -9 ;
PÊX 1 6 .4 ,1 5 ; 
N m 9 .1 5 ; SI 7 8 .2 4 ; 
1 0 5 .4 0
6 Algum tempo depois, Jesus partiu para a outra margem do mar da Galileia (ou seja, do mar de Tiberíades), 2 e grande multidão continuava a segui-lo, porque vira os sinais milagrosos"1 que 
ele tinha realizado nos doentes.3 Então Jesus subiu ao monte" e sentou-se com os seus discípulos.
4 Estava próxima a festa judaica da Páscoa.0
5 Levantando os olhos e vendo uma grande multidão que se aproximava, Jesus disse a FilipeiP 
“Onde compraremos pão para esse povo comer?” 6 Fez essa pergunta apenas para pô-lo à prova, pois 
já tinha em mente o que ia fazer.
7 Filipe lhe respondeu: “Duzentos denários0 não comprariam pão suficiente para que cada um 
recebesse um pedaço!”
8 Outro discípulo, André, irmão de Simão Pedro,1! tomou a palavra:9 “Aqui está um rapaz com 
cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas o que é isto para tanta gente?”r
10 Disse Jesus: “Mandem o povo assentar-se”. Havia muita grama naquele lugar, e todos se assen­
taram. Eram cerca de cinco mil homens.11 Então Jesus tomou os pães, deu graçass e os repartiu entre 
os que estavam assentados, tanto quanto queriam; e fez o mesmo com os peixes.
12 Depois que todos receberam o suficiente para comer, disse aos seus discípulos:“Ajuntem os 
pedaços que sobraram. Que nada seja desperdiçado”. 13 Então eles os ajuntaram e encheram doze 
cestos com os pedaços dos cinco pães de cevada deixados por aqueles que tinham comido.
14 Depois de ver o sinal milagroso1 que Jesus tinha realizado, o povo começou a dizer: “Sem dúvida 
este é o Profeta que devia vir ao mundo”. " 15 Sabendo Jesus que pretendiam proclamá-lo reiv à força, 
retirou-se novamente sozinho para o monte.w
Jesus Anda sobre as Águas (Mt 14.22-36; Mc 6.45-56)
16 Ao anoitecer seus discípulos desceram para o m ar,17 entraram num barco e começaram a tra­
vessia para Cafarnaum. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha ido até onde eles estavam.18 Soprava 
um vento forte, e as águas estavam agitadas.19 Depois de terem remado cerca de cinco ou seis quilô­
metros*’, viram Jesus aproximando-se do barco, andando sobre o mar,x e ficaram aterrorizados.20 Mas 
ele lhes disse: “Sou eu! Não tenham medo!”v21 Então resolveram recebê-lo no barco, e logo chegaram 
à praia para a qual se dirigiam.
22 No dia seguinte, a multidão que tinha ficado no outro lado do marz percebeu que apenas um 
barco estivera ali, e que Jesus não havia entrado nele com os seus discípulos, mas que eles tinham 
partido sozinhos.3 23 Então alguns barcos de Tiberíadesb aproximaram-se do lugar onde o povo tinha 
comido o pão após o Senhor ter dado graças.0 24 Quando a multidão percebeu que nem Jesus nem os 
discípulos estavam ali, entrou nos barcos e foi para Cafarnaum em busca de Jesus.
Jesus, o Pão da Vida
25 Quando o encontraram do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Mestre,d quando chegaste aqui?”
26 Jesus respondeu: “A verdade é que vocês estão me procurando,e não porque viram os sinais 
milagrosos/ mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos.27 Não trabalhem pela comida que se 
estraga, mas pela comida que permaneces para a vida eterna,h a qual o Filho do homem' dará a vocês. 
Deus, o Pai, nele colocou o seu seloi de aprovação”.
28 Então perguntaram-lhe: “O que precisamos fazer para realizar as obras que Deus requer?”
29 Jesus respondeu: “A obra de Deus é esta: crerk naquele que ele enviou”.1
30 Então perguntaram-lhe: “Que sinal milagroso"1 mostrarás para que o vejamos e creiamos em 
ti?" Que farás?31 Os nossos antepassados comeram o maná0 no deserto; como está escrito: ‘Ele lhes 
deu a comer pão dos céusv ’.P
a 6 .7 O denário era uma moeda de prata equivalente à diária de um trabalhador braçal. 
b 6 .1 9 Grego: 25 ou 30 estádios. Um estádio eqüivalia a 185 metros.
! 6 .31 Êx 16.4; Ne 9.15; SI 78.24,25.
A P rim eira M ultiplicação dos Pães (Mt 14.13-21; Mc 6.30-44; Lc 9.10-17)
6.1 A “outra margem” é a costa nordeste, provavelmente perto de Betsai- 
da (ver Lc 9.10; ver também nota em Mc 8.22).
O mar de Tiberíades provavelmente era o nome romano oficial do mar 
da Galileia (ver nota em Mc 1.16). A designação provém da cidade de 
Tiberíades (que recebeu esse nome por causa do imperador Tibério 
César), fundada em cerca de 20 d.C. (ver “Tiberíades”, em Jo 6).
6.5 Filipe era proveniente das cercanias de Betsaida (ver nota em Mc 8.22), 
por isso era natural que lhe perguntassem onde se poderia comprar pão.
6.9 Para mais informações sobre os “pães de cevada”, ver nota em 
Mc 6.38.
6.10 Ver nota em Mt 14.21.
6.12 Sobre a frase: “Ajuntem os pedaços”, ver nota em Mc 6.43.
6.13 Para mais informações sobre os “cestos”, ver nota em Mt 14.20.
6.15 O povo queria obrigar Jesus a definir politicamente sua missão e 
seu trabalho — tornar-se rei a fim de rivalizar com os herodianos e com 
os romanos. Jesus, porém, não queria tomar parte nesse tipo de realeza.
1 7 3 2 IOÃO 6 . 32
32 Declarou-lhes Jesus: “Digo a verdade: Não foi Moisés quem deu a vocês pão do céu, mas é meu 
Pai quem dá a vocês o verdadeiro pão do céu.33 Pois o pão de Deus é aquele que desceu do céu<i e dá 
vida ao mundo”.
34 Disseram eles: “Senhor, dá-nos sempre desse pão!”r
35Então Jesus declarou: “Eu sou o pão da vida® Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele 
que crê em mim nunca terá sede.*36 Mas, como eu disse, vocês me viram, mas ainda não creem. 
37 Todo aquele que o Pai me der11 virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei.38 Pois desci dos 
céus, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou.v 39 E esta é a 
vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu,w mas os ressuscite no 
último d ia*40 Porque a vontade de meu Pai é que todo aquele que olhar para o Filho e nele crer tenha 
a vida eterna,y e eu o ressuscitarei no último dia”.
41 Com isso os judeus começaram a criticar Jesus, porque dissera: “Eu sou o pão que desceu do 
céu”. 42 E diziam: “Este não é Jesus, o filho de José?z Não conhecemos seu pai e sua mãe?a Como ele 
pode dizer: ‘Desci do céu’?”b
43 Respondeu Jesus: “Parem de me criticar.44 Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, 
não o atrair;c e eu o ressuscitarei no último dia.45 Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão ensinados 
por Deus’0.1* Todos os que ouvem o Pai e dele aprendem vêm a mim. '“ Ninguém viu o Pai, a não ser 
aquele que vem de Deus;e somente ele viu o Pai.47 Asseguro a vocês que aquele que crê tem a vida 
eterna.48 Eu sou o pão da vida.f 49 Os seus antepassados comeram o maná no deserto, mas morreram.s 
50 Todavia, aqui está o pão que desce do céu,h para que não morra quem dele com er.51 Eu sou o pão 
vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá para sempre. Este pão é a minha carne, 
que eu darei pela vida do mundo”.1
52 Então os judeus começaram a discutir exaltadamente entre si:i “Como pode este homem nos 
oferecer a sua carne para comermos?”
6.35 ®V. 48,51;
Uo 4.14
6 . 3 7 "V. 39 ;
Jo 1 7 .2 ,6 ,9 ,24
6 .3 8 "Jo 4 .34 ; 5 .30
6 . 3 9 »Jo 10 .28 ; 
17 .12 ; 18.9; *v.
40 44 1^4
6 . 4 0 yjo 3.15,16
6 . 4 2 zLc 4.22 ; 
aJo 7 .27 ,28 ; «v. 
3 8 ,62
6 . 4 4 cv . 65;
J r 31 .3 ; Jo 12 .32
6 . 4 5 dls 54 .13 ;
J r 31 .33 ,34 ;
Hb 8 .1 0 ,1 1 ; 10 .16
6 . 4 6 <Uo 1.18; 
5 .37 ; 7 .29
6 . 4 8 <V. 35,51
6 . 4 9 9V. 3 1 ,58
6 . 5 0 ty . 33
6 .5 1 iHb 10 .10
6 . 5 2 U o 7.43; 
9 .1 6 ; 1 0 .1 9
6 . 4 5 Is 54.13.
6.45 “Profetas” é o nome da seção do AT da qual essa citação foi tirada. 
Essa seção inclui não apenas os Profetas Posteriores — Isaías, Jeremias 
e Ezequiel, que chamamos Profetas Maiores, e os 12 Profetas Menores
(agrupados pelos judeus como o Livro dos Doze) —-, mas também c 
Profetas Anteriores (Josué, Juizes, Samuel e Reis).
S Í T I O S A R Q J J E O L O G I C O S
TI B ERÍ ADES
J0Ã0 6 Herodes Antipas, filho de Herodes, 
o Grande, e tetrarca da Galileia (Mt 14.1; 
Lc 3.19),1 fundou a cidade de Tiberiades 
(ver mapa 9) por volta de 20 d.C. A cidade 
recebeu esse nome em honra do imperador 
romano Tibério, que governou de 14 a 
37 d.C.2 A Tiberiades antiga ficava situada 
na costa ocidental do mar da Galileia 3,2 
quilômetros ao sul de Magdala e 1,6 quilô­
metro ao norte das águas termais de Hama- 
te. 0 local é identificado geralmente como 
Khirbet Qunaytirah, ao norte da Tiberiades 
moderna.
Vários sepulcros, descobertos ali duran­
te os estágios iniciais de sua construção,3 
foram removidos dali, e novos edifícios se 
ergueram sobre eles. Por esse motivo, a 
cidade tornou-se impura para os judeus pie­
dosos (cf. Nm 19.16). Como resultado, Hero­
des foi obrigado a povoar a cidade com uma 
mistura de galileus, estrangeiros e escravos 
libertos. De acordo com Josefo, a povoação 
contínua da cidade foi assegurada pela con­
cessão de terras e casas e pela emancipação 
de um grande número de escravos, que 
foram libertos sob a condição de viverem 
ali (Josefo, Antiguidades judaicas, 18.2.3).4
Antipas construiu a cidade de acordo com 
os padrões greco-romanos da época, que 
incluía um estádio, o fórum, banhos públi­
cos e um luxuoso palácio real adornado com 
estátuas de animais, o que constituíaninaofensa para os judeus. Tiberiades, portanto, 
era uma cidade gentia por definição, mas 
Antipas também construiu uma grande 
sinagoga para os judeus que moravam ali.= 
Tiberiades cresceu em importância como 
centro urbano e administrativo, por isso o 
mar da Galileia veio a ser conhecido como mar 
de Tiberiades (Jo 6.1; 21.1).6
1Ver também "Herodes, o Grande", em Mc 3. 2Ver
Jz 17. 4Ver "Escravidão no mundo greco-romano",
Herodes Antipas, ver "Séforis", em Mc 6.
Tibério César, o imperador durante o ministério de Jesus", em Lc 20. 3Ver "Túmulos no antigo Israel", em 
em Fm. 5Ver "Sinagogas antigas", em At 9. 6Para mais informações sobre outras edificações atribuídas a
JOÃO 7 . 17
6.53 «Mt 8.20
6.54 V. 39
5 .5 6 ” J o 1 5 .4 -7 ; 
1Jo 3 .24 ; 4 .15 
6 . 5 7 "Jo 3 .17
6 . 5 8 "V. 49 -5 1 ;
J o 3 .3 6
6 .6 0 pv. 66 
6 .61 « 1 1 . 6
6 . 6 2 'M c 16 .19 ; 
Jo 3 .13 ; 17.5
6 .6 3 s2Co 3 .6
6 .6 4 iJo 2 .25
6 .6 5 «v. 37 ,44
6 .6 6 > 6 0
6 .6 7 « M t 10 .2
6 .6 8 « 1 6 . 1 6
6 .6 9 iM c 8.29; 
U 9 . 2 0 
6 .7 0 M o 15 .16 ,19 ; 
M o 1 3 .2 7
53 Jesus lhes disse: “Eu digo a verdade: Se vocês não comerem a carne do Filho do homemk e não 
beberem o seu sangue, não terão vida em si mesmos.54 Todo aquele que come a minha carne e bebe 
o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.155 Pois a minha carne é verdadeira 
comida e o meu sangue é verdadeira bebida. 56 Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu 
sangue permanece em mim e eu nele.m 57 Da mesma forma como o Pai que vive me enviou" e eu vivo 
por causa do Pai, assim aquele que se alimenta de mim viverá por minha causa. 58 Este é o pão que 
desceu dos céus. Os antepassados de vocês comeram o maná e morreram, mas aquele que se alimenta 
deste pão viverá para sempre”.0 59 Ele disse isso quando ensinava na sinagoga de Cafarnaum.
Muitos Discípulos Abandonam Jesus
60 Ao ouvirem isso, muitos dos seus discípulosP disseram: “Dura é essa palavra. Quem pode suportá-la?”
61 Sabendo em seu íntimo que os seus discípulos estavam se queixando do que ouviram, Jesus 
lhes disse: “Isso os escandaliza?'! «2 Que acontecerá se vocês virem o Filho do homem subir para onde 
estava antes?r 63 O Espírito dá vida;s a carne não produz nada que se aproveite. As palavras que eu disse 
são espírito e vida.64 Contudo, há alguns de vocês que não creem”. Pois Jesus sabia* desde o princípio 
quais deles não criam e quem o iria trair.65 E prosseguiu: “É por isso que eu disse a vocês que ninguém 
pode vir a mim, a não ser que isto lhe seja dado pelo Pai”.u
66 Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulosv voltaram atrás e deixaram de segui-lo.
67 Jesus perguntou aos Doze:w “Vocês também não querem ir?”
68 Simão Pedro lhe respondeu:* “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. 
69 Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus”.v
70 Então Jesus respondeu: “Não fui eu que os escolhi,2 os Doze? Todavia, um de vocês é um diabo!”8 
71 (Ele se referia a Judas, filho de Simão Iscariotes, que, embora fosse um dos Doze, mais tarde haveria 
de traí-lo.)
7.1 "J o 1.19;
°Jo 5 .1 8 
7 .2 "Lv 23 .34 ;
D t 16 .16 
7 . 3 'M t 12 .46
7 .7 "Jo 15 .18 ,19 ; 
Uo 3 .19 ,20 
7 .8 lv. 6
7 .1 1 M o 11.56 
7 . 1 2 'V. 4 0 ,4 3
7 .1 3 "\Jo 9 .22 ; 
12 .42 ; 1 9 .38
Jesus Vai à Festa das Cabanas
7Depois disso Jesus percorreu a Galileia, mantendo-se deliberadamente longe da Judeia, porque ali os judeusb procuravam tirar-lhe a vida.c 2 Mas, ao se aproximar a festa judaica das cabanas0,d
3 os irmãos de Jesuse lhe disseram: “Você deve sair daqui e ir para a Judeia, para que os seus discí­
pulos possam ver as obras que você faz. 4 Ninguém que deseja ser reconhecido publicamente age 
em segredo. Visto que você está fazendo estas coisas, mostre-se ao mundo”. 5 Pois nem os seus 
irmãos criam nele.*
6 Então Jesus lhes disse: “Para mim ainda não chegou o tempo certo;9 para vocês qualquer tempo 
é certo.7 O mundo não pode odiá-los,h mas a mim odeia porque dou testemunho de que o que ele faz 
é mau.' 8 Vão vocês à festa; eu ainda6 não subirei a esta festa, porque para mim ainda não chegou o 
tempo apropriado”.!9 Tendo dito isso, permaneceu na Galileia.
10 Contudo, depois que os seus irmãos subiram para a festa, ele também subiu, não abertamente, mas 
em segredo.11 Na festa os judeus o estavam esperandok e perguntavam: “Onde está aquele homem?”
12 Entre a multidão havia muitos boatos a respeito dele. Alguns diziam: “É um bom homem”.
Outros respondiam: “Não, ele está enganando o povo”.113 Mas ninguém falava dele em público, 
por medo dos judeus.m
7 .1 4 "V. 28;
M t 2 6 .5 5
7 .1 5 °Jo 1.19; 
PAt 26 .24 ; 
« 1 3 . 5 4
7 .1 6 rJo 3.11;
1 4 .24 
7 .1 7 *S I 25 .14 ; 
Jo 8 .43
Jesus Ensina na Festa
14 Quando a festa estava na metade, Jesus subiu ao templo e começou a ensinar.n 15 Os judeus0 ficaram
admirados e perguntaram: “Como foi que este homem adquiriu tanta instrução,p sem ter estudado?”1!
16 Jesus respondeu: “O meu ensino não é de mim mesmo. Vem daquele que me enviou/
17 Se alguém decidir fazer a vontade de Deus, descobrirás se o meu ensino vem de Deus ou se falo por
‘ 7 .2 Ou dos tabemáculos. 
b 7 .8 Vários manuscritos não trazem ainda.
6.59 Ver “A sinagoga de Cafarnaum”, em Mt 17.
6.60 A ideia de comer a carne do Filho do Homem e beber seu sangue 
sem dúvida chocou a maioria dos ouvintes judeus de Jesus.
6.69 Sobre a expressão “Santo de Deus”, ver nota em Mc 1.24.
6.71 Para mais informações sobre o nome Iscariotes, ver nota em Mc 
3.19.
7.1 Visto que 6.4 se refere à festa da Páscoa e 7.2 à festa das cabanas, o 
intervalo subentendido aqui é de aproximadamente seis meses.
7.2 A festa das cabanas celebrava o término da colheita e comemorava 
a bondade de Deus para com o povo durante a peregrinação no deserto 
(ver “Festas de Israel”, em Lv 23).
7.3 Para mais informações sobre os irmãos de Jesus, ver nota em Lc 8.19.
7.14 Na metade da festa, o número de participantes teria chegado ao 
máximo. Ensinar nos pátios do templo num momento como esse era 
garantia de muitos ouvintes (ver “Os degraus em que os rabinos ensina­
vam, nas escavações do muro Sul”, em Jo 10).
7.15 Os judeus queriam saber em que escola Jesus havia estudado. 
Os padrões educacionais para os rabinos eram bem estabelecidos nos 
dias de Jesus. Estudos avançados numa escola rabínica eram comuns (cf. 
Paulo com Gamaliel, em At 22.3). Jesus não possuía uma credencial 
desse tipo.
1 7 3 4 JOÃO 7. 18
mim m esm o.18 Aquele que fala por si mesmo busca a sua própria glória,* mas aquele que busca a 
glória de quem o enviou, este é verdadeiro; não há nada de falso a seu respeito.19 Moisés não deu a Lei 
a vocês?u No entanto, nenhum de vocês lhe obedece. Por que vocês procuram matar-me?”v
20 “Você está endemoninhado”,w respondeu a multidão. “Quem está procurando matá-lo?”
21 Jesus lhes disse: “Fiz um milagre1, e vocês todos estão admirados.22 No entanto, porque Moisés 
deu a vocês a circuncisão* (embora, na verdade, ela não tenha vindo de Moisés, mas dos patriarcas),* 
vocês circuncidam no sábado.23 Ora, se um menino pode ser circuncidado no sábado para que a Lei 
de Moisés não seja quebrada, por que vocês ficam cheios de ira contra mim por ter curado completa­
mente um homem no sábado? 24Não julguem apenas pela aparência, mas façam julgamentos justos”.2
É Jesus o Cristo?
25 Então alguns habitantes de Jerusalém começaram a perguntar: “Não é este o homem que estão 
procurando matar?26 Aqui está ele, falando publicamente, e não lhe dizem uma palavra. Será que as 
autoridades3 chegaram à conclusão de que ele é realmente o Cristo?27 Mas nós sabemos de onde é este 
homem;b quando o Cristo vier, ninguém saberá de onde ele é”.
28 Enquanto ensinava no pátio do templo,0 Jesus exclamou: “Sim, vocês me conhecem e sabem de 
onde sou.d Eu nãoestou aqui por mim mesmo, mas aquele que me enviou é verdadeiro.e Vocês não o 
conhecem,29 mas eu o conheço* porque venho da parte dele, e ele me enviou”.
30 Então tentaram prendê-lo, mas ninguém lhe pôs as mãos,a porque a sua hora ainda não havia 
chegado.31 Assim mesmo, muitos no meio da multidão creram neleh e diziam: “Quando o Cristo vier, 
fará mais sinais milagrosos' do que este homem fez?”
32 Os fariseus ouviram a multidão falando essas coisas a respeito dele. Então os chefes dos sacer­
dotes e os fariseus enviaram guardas do templo para o prenderem.
33 Disse-lhes Jesus: “Estou com vocês apenas por pouco tempoi e logo irei para aquele que me 
enviou.k 34 Vocês procurarão por mim, mas não me encontrarão; vocês não podem ir ao lugar onde 
eu estarei”.1
35 Os judeus disseram uns aos outros: “Aonde pretende ir este homem, que não o possamos en­
contrar? Para onde vive o nosso povo, espalhado"1 entre os gregos,n a fim de ensiná-lo?36 O que ele 
quis dizer quando falou: ‘Vocês procurarão por mim, mas não me encontrarão’ e ‘vocês não podem 
ir ao lugar onde eu estarei’?”
37 No último e mais importante dia da festa,0 Jesus levantou-se e disse em alta voz: “Se alguém tem 
sede, venha a mim e beba.P38 Quem crer em mim, como diz a Escritura,1! do seu interiorr fluirão rios 
de água viva”.s 39 Ele estava se referindo ao Espirito,* que mais tarde receberiam os que nele cressem.u 
Até então o Espírito ainda não tinha sido dado, pois Jesus ainda não fora glorificado.*'
40 Ouvindo as suas palavras, alguns no meio do povo disseram: “Certamente este homem é o 
Profeta”.w
41 Outros disseram: “Ele é o Cristo”.
Ainda outros perguntaram: “Como pode o Cristo vir da Galileia?x 42 A Escritura não diz que o 
Cristo virá da descendência6 de Davi.v da cidade de Belém,2 onde viveu Davi?” 43 Assim o povo ficou 
dividido3 por causa de Jesus.44 Alguns queriam prendê-lo, mas ninguém lhe pôs as mãos.b
A Incredulidade dos Líderes Judeus
45 Finalmente, os guardas do templo voltaram aos chefes dos sacerdotes e aos fariseus, os quais 
lhes perguntaram: “Por que vocês não o trouxeram?”
46 “Ninguém jamais falou da maneira como esse homem fala”,c declararam os guardas.
a 7.21 Grego: uma obra. 
b 7.42 Grego: semente.
7 . 1 8 U o 5.41; 
8 .5 0 ,5 4
7 . 1 9 “Jo 1 .17 ; vv. 
1; M t 12 .14
7 . 2 0 wJ o 8.48 ;
10.20
7 . 2 2 xLv 12.3; 
vGn 1 7 .1 0 -1 4
7 . 2 4 *ls 11 .3 ,4 ; 
Jo 8 .1 5
7 .2 7 »M t 13.55; 
Lc 4 .22
7 .2 8 cv. 14;
dJ o 8.14; 
eJo 8 .2 6 ,4 2
7 .2 9 m 11 .27
7 .3 0 9v. 32 ,44 ; 
Jo 1 0 .39
7 .3 1 hJo 8 .30 ; 
Uo 2.11
7 .3 3 U o 13 .33 ; 
16.16;
kJo 1 6 .5 ,10 ,17 ,28
7 . 3 4 Uo 8 .21 ; 
13 .33
7 .3 5 mTg 1.1;
"Jo 12 .20 ; 1Pe 1.1
7 . 3 7 °Lv 23 .36 ;
Pis 55.1 ; A p 22 .17
7 . 3 8 Pis 58 .11 ; 
rJo 4 .10 ; sJo 4 .1 4
7 .3 9 U l 2 .28 ;
A t 2.17 ,33 ;
“ Jo 20 .22 ; 
vJo 12 .23 ; 
1 3 .31 ,32
7 . 4 0 «M t 21 .11 ; 
Jo 1.21
7 .4 1 *v. 52 ;
Jo 1 .46
7 . 4 2 vM t 1.1; 
zM q 5 .2 ; M t 2.5 ,6 ; 
L c 2 .4
7 . 4 3 aJo 9.16; 
10 .19
7 . 4 4 ty . 30
7.22 Ver “Circuncisão no mundo antigo”, em Rm 3.
7.32 Para mais informações sobre os fariseus, ver nota em Mt 3.7 e Lc 5.17. 
Sobre “os chefes dos sacerdotes”, ver nota em Mt 2.4.
7.35 Desde os tempos do exílio, muitos judeus viviam fora da Terra 
Santa e eram achados na maioria das cidades do Império Romano (ver 
“A diáspora judaica no século I d.C.”, em At 2).
7.37,38 A festa das cabanas durava sete dias (Lv 23.34; Dt 16.13,15), 
porém incluía uma “assembleia de encerramento” no oitavo dia (Lv 23.36). 
A celebração incluía uma procissão diária desde o templo até o tanque 
de Siloé (ver “O tanque de Siloé”, em Jo 9), do qual um sacerdote tirava
água, que era então levada de volta e derramada como oferta no altar, 
acompanhada por uma recitação de Is 12.3. No último dia da celebração 
(o sétimo ou oitavo dia), Jesus anunciou que ele mesmo era a fonte de 
“água viva”.
Os mestres normalmente se sentavam para ensinar, por isso Jesus cha­
mou a atenção para sua mensagem estando de pé.
7.42 Existiam diferentes ideias sobre o lugar de origem do Messias 
(cf. v. 27).
7.46 Os guardas sabiam que teriam problemas por não efetuar a prisão, 
mas não mencionaram a hostilidade do povo, que poderiam apresentar
JOÃO 8 . 1 6 1 7 3 5
7.47 ty. 12
7.48 «Jo 12.42
47 “Será que vocês também foram enganados?”,d perguntaram os fariseus.48 “Por acaso alguém 
das autoridades ou dos fariseus creu nele?e 49 Não! Mas essa ralé que nada entende da lei é maldita.”
50 Nicodemos,1 um deles, que antes tinha procurado Jesus, perguntou-lhes:51 “A nossa lei condena 
alguém, sem primeiro ouvi-lo para saber o que ele está fazendo?”
52 Eles responderam: “Você também é da Galileia? Verifique, e descobrirá que da Galileia não 
surge profeta“”.s
8.1 «Mt 21.1 
8.2 V. 20; 
M t 26.55
8 .5 iLv 20.10; 
Dt 22.22 
8.6 « 2 2 .1 5 ,1 8 ; 
'M t 12.10 
8 .7 "iDt 17.7; 
"Rm 2.1,22
8.11 «Jo 3.17; 
PJ0 5.14
53 Então cada um foi para a sua casa.
8 Jesus, porém, foi para o monte das 01iveiras.h 2 Ao amanhecer ele apareceu novamente no tem­plo, onde todo o povo se reuniu ao seu redor, e ele se assentou para ensiná-lo.13 Os mestres da 
lei e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher surpreendida em adultério. Fizeram-na ficar em pé 
diante de todos 4 e disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher foi surpreendida em ato de adultério.
5 Na Lei, Moisés nos ordena apedrejar tais mulheres j E o senhor, que diz?” 6 Eles estavam usando 
essa pergunta como armadilha,k a fim de terem uma base para acusá-lo.1
Mas Jesus inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo. 7 Visto que continuavam a 
interrogá-lo, ele se levantou e lhes disse: “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar 
pedram nela”.n 8 Inclinou-se novamente e continuou escrevendo no chão.
9 Os que o ouviram foram saindo, um de cada vez, começando pelos mais velhos. Jesus ficou só, 
com a mulher em pé diante dele.10 Então Jesus pôs-se em pé e perguntou-lhe: “Mulher, onde estão 
eles? Ninguém a condenou?”
11 “Ninguém, Senhor”, disse ela.
Declarou Jesus: “Eu também não a condeno.0 Agora vá e abandone sua vida de pecado”.P
A Validade do Testemunho de Jesus
8.12 «Jo 6.35; i2 Falando novamente ao povo, Jesus disse: “Eu sou? a luz do mundo/ Quem me segue, nunca
'Jo 1.4; 12.35; . , , , . . , „ „
*pv 4.18; Mt 5.14 andara em trevas, mas tera a luz da vida .s
8.13 u o 5.31 13 Os fariseus lhe disseram: “Você está testemunhando a respeito de si próprio. O seu testemunho 
não é válido!”t
14 Respondeu Jesus: “Ainda que eu mesmo testemunhe em meu favor, o meu testemunho é vá­
lido, pois sei de onde vim e para onde vou.u Mas vocês não sabem de onde vimv nem para onde vou.
15 Vocês julgam por padrões humanos;" eu não julgo ninguém /16 Mesmo que eu julgue, as minhas
a 7 .5 2 Dois manuscritos dizem o Profeta.
8 .1 4 u Jo 13.3; 
16.28; vJo 7.28; 
9.29
8.15 "J o 7.24;
'‘Jo 3.17
8.16 vJo 5.30
como desculpa aos fariseus. Eles ficaram impressionados de modo favo­
rável com os ensinos de Jesus e resolveram não lhe causar dificuldades.
7.47 Os fariseus devem ter ficado muito irritados. Era natural que os 
chefes dos sacerdotes repreendessem os guardas do templo.
7.49 Os fariseus exageravam a ignorância do povo a respeito das 
Escrituras (cf. v. 42), embora o judeu normal prestasse pouca atenção 
às minúcias que interessavam tanto aos fariseus. A “lei” (as tradições dos 
líderes religiosos; ver nota em Mt 15.2) era um fardo grande demais para 
quem ganhava a vida trabalhando duro, por isso esses regulamentos eram 
amplamente ignorados.
7.52 Para mais informações sobre a Galileia, ver nota em Mt 4.12-16. 
Os chefes dos sacerdotes e os fariseus estavam furiosos — e errados. Jonas 
era natural da Galileia, e talvez outros profetas.
7.53—8.11 As evidências indicam que essa história não fàzia parte do 
evangelhooriginal de João. Nenhum texto antigo do NT, seja do Orien­
te, seja do Ocidente, ou dos pais da igreja primitiva contêm esses versí­
culos. Alguns acreditam que existiam como um registro independente 
que circulou durante algum tempo e que só mais tarde foi inserido no 
evangelho de João.
8.1 Ver “O monte das Oliveiras”, em Zc 14.
8.3 Para mais informações sobre os “mestres da lei”, ver nota em Mt 2.4 
e Lc 5.17.
Esse pecado náo pode ser cometido por alguém sozinho, e assim surge 
a pergunta: por que só um ofensor foi trazido? O incidente foi armado 
para apanhar Jesus em contradição (ver Jo 8.6 e nota), e providências 
foram tomadas para que o homem escapasse. Os acusadores da mulher
deviam estar ansiosos para humilhá-la, e talvez a tivessem mantido em 
prisão domiciliar até falarem com Jesus.
8.4 Circunstâncias comprometedoras eram evidência insuficiente de 
adultério; a lei judaica exigia testemunhas que tivessem presenciado o ato.
8.5 Os acusadores alteraram ligeiramente a Lei. O apedrejamento 
não era prescrito, a menos que a mulher fosse uma noiva virgem 
(Dt 22.23,24). E a Lei exigia a execução de ambos os infratores 
(Lv 20.10; Dt 22.22), não apenas da mulher.
8.6 Os romanos não permitiam que os judeus executassem a pena de 
morte (ver 18.31 e nota). Desse modo, se Jesus sentenciasse a mulher 
ao apedrejamento, poderia ser acusado de desrespeitar os romanos. 
Se declarasse o oposto, porém, poderia ser acusado de não respeitar a Lei.
8.7 Jesus menciona o ato de atirar pedras, por isso não há como acusá- 
-lo de desrespeitar a Lei, mas as qualificações exigidas impediram os 
acusadores de agir. (A expressão “sem pecado” é bastante genérica, signi­
ficando “sem qualquer pecado”, náo “sem esse pecado”).
8.12 A festa das cabanas incluía cerimônias espetaculares que simboli­
zavam temas múltiplos: colheita, seca, a escuridão iminente do inverno, 
a peregrinação no deserto depois do Êxodo. Quatro suportes, cada um 
contendo quatro tigelas douradas, eram colocados no pátio das Mulhe­
res, que era bastante freqüentado. As tigelas, grandes e cheias óleo, ilumi­
navam o local durante a festa. No último dia da festa das cabanas, Jesus 
estava ensinando na tesouraria, localizada no pátio das mulheres. Foi 
nesse cenário, entre as 16 tigelas de óleo acesas, que Jesus se identificou 
como a verdadeira luz do mundo.
1 7 3 6 JOÃO 8 . 17
decisões são verdadeiras, porque não estou sozinho. Eu estou com o Pai, que me enviou.»17 Na Lei 
de vocês está escrito que o testemunho de dois homens é válido.12 18 Eu testemunho acerca de mim 
mesmo; a minha outra testemunha é o Pai, que me enviou”.3
19 Então perguntaram-lhe: “Onde está o seu pai?”
Respondeu Jesus: “Vocês não conhecem nem a mim nem a meu Pai.b Se me conhecessem, também 
conheceriam a meu Pai”.c 20 Ele proferiu essas palavras enquanto ensinavad no templo, perto do lugar onde 
se colocavam as ofertas6.6 No entanto, ninguém o prendeu, porque a sua hora ainda não havia chegado.f
21 Mais uma vez, Jesus lhes disse: “Eu vou embora, e vocês procurarão por mim, e morrerãoS em 
seus pecados. Para onde vou, vocês não podem ir”.*1
22 Isso levou os judeus a perguntarem: “Será que ele irá matar-se? Será por isso que ele diz: 'Para 
onde vou, vocês não podem ir’?”
23 Mas ele continuou: “Vocês são daqui de baixo; eu sou lá de cima. Vocês são deste mundo; 
eu não sou deste mundo.'24 Eu disse que vocês morrerão em seus pecados. Se vocês não crerem que 
Eu Souc,i de fato morrerão em seus pecados”.
25 “Quem é você?”, perguntaram eles.
“Exatamente o que tenho dito o tempo todo”, respondeu Jesus.26 “Tenho muitas coisas para dizer 
e julgar a respeito de vocês. Pois aquele que me enviou merece confiança,k e digo ao mundo aquilo 
que dele ouvi.”1
27 Eles não entenderam que lhes estava falando a respeito do Pai. 28 Então Jesus disse: “Quando 
vocês levantarem o Filho do homem,m saberão que Eu Sou, e que nada faço de mim mesmo, mas falo 
exatamente o que o Pai me ensinou.29 Aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou sozinho," 
pois sempre faço o que lhe agrada”.0 30 Tendo dito essas coisas, muitos creram nele.P
Os Filhos de Abraão e os Filhos do Diabo
31 Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: “Se vocês permanecerem firmes na minha 
palavra,verdadeiramente serão meus discípulos.32 E conhecerão a verdade, e a verdade os libertara \r
33 Eles lhe responderam: “Somos descendentes* de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. 
Como você pode dizer que seremos livres?”
34 Jesus respondeu: “Digo a vocês a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado.*
35 O escravo não tem lugar permanente na família, mas o filho pertence a ela para sêmpre.u 36 Portanto, 
se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres. 37 Eu sei que vocês são descendentes de Abraão. 
Contudo, estão procurando matar-me,v porque em vocês não há lugar para a minha palavra. 38 Eu 
estou dizendo o que vi na presença do Pai,w e vocês fazem o que ouviram do pai de vocêse”.
39 “Abraão é o nosso pai”, responderam eles.
Disse Jesus: “Se vocês fossem filhos de Abraão,* fariam/' as obras que Abraão fez.40 Mas vocês estão 
procurando matar-me, sendo que eu falei a vocês a verdade que ouvi de Deus;* Abraão não agiu assim.
41 Vocês estão fazendo as obras do pai de vocês”.z
Protestaram eles: “Nós não somos filhos ilegítimos?. 0 único Pai que temos é Deus”.3
42 Disse-lhes Jesus: “Se Deus fosse o Pai de vocês, vocês me amariam,1» pois eu vim de Deusc e agora 
estou aqui. Eu não vim por mim mesmo,d mas ele me enviou.6 43 Por que a minha linguagem não é 
clara para vocês? Porque são incapazes de ouvir o que eu digo.
44 “Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo,* e querem realizar o desejo dele.s Ele foi homicida 
desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua 
própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira.*145 No entanto, vocês não creem em mim, porque 
digo a verdade!' 46 Qual de vocês pode me acusar de algum pecado? Se estou falando a verdade, 
porque vocês não creem em mim?47 Aquele que pertence a Deus ouve o que Deus dizJ Vocês não o 
ouvem porque não pertencem a Deus”.
“ 8.17 Dt 17.6; 19.15. 
b 8.20 Grego: gazofilácio.
c 8.24 Uma referência ao nome de Deus; também nos versículos 2 8 e 5 8 . 
d 8.33 Grego: semente; também no versículo 37. 
e 8.38 Ou Pai. Portanto, façam o que vocês ouviram do Pai. 
f 8.39 Alguns manuscritos dizem Se vocês são filhos de Abraão, então façam.
9 8.41 Grego: não nascemos de pomeia, termo genérico que se refere a práticas sexuais ilícitas. 
h 10.9 Ou ficará em segurança.
8 .1 7 *D t 17.6; 
M t 18 .16
8 .1 8 aJo 5 .37
8 .1 9 bJ o 16.3; 
cJ o 14 .7 ; 1 Jo 2 .23
8 .2 0 dM t 26 .55 ; 
•M c 12 .41 ;
fM t 26 .18 ; J o 7 .3 0
8.21 oEz 3.18; 
hJo 7 .34 ; 13 .33
8 .2 3 'Jo 3.31 ; 
17 .14
8 .2 4 iJo 4.26 ; 
13 .19
8 .2 6 KJo 7.28; 
'Jo 3 .32 ; 15 .15
8 . 2 8 mJ o 3 .1 4 ; 
5 .19 ; 1 2 .32
8 .2 9 "v. 16;
J o 16 .32 ; »Jo 4.34 ; 
5 .30 ; 6 .38
8 .3 0 pJo 7.31
8.31 o Jo 15 .7 ; 
2 J o 9
8 .3 2 A m 8 .2; 
T g 2 .1 2
8 .3 3 8v. 37 ,39 ; 
M t3 .9
8 .3 4 <Rm 6.16 ; 
2 P e 2 .1 9
8 .3 5 UGI 4 .3 0
8 .3 7 v 39 ,40
8 .3 8 «Jo 5 .19 ,30 ; 
1 4 .10 ,24
8 .3 9 *v. 37; 
Rm 9 .7 ; Gl 3 .7
8 .4 0 w . 26
8.41 *v. 3 8 ,4 4 ; 
als 63 .1 6 ; 64 .8
8 .4 2 b1Jo 5.1; 
cJo 16 .27 ; 17.8; 
dJ o 7 .28 ; eJ o 3 .1 7
8 .4 4 f1 Jo 3 .8 ; ov. 
38 ,41 ; hGn 3 .4
8 .4 5 Uo 18 .37
8 .4 7 U o 18 .37 ; 
1J0 4 .6
8.13 Para mais informações sobre os fariseus, ver nota em Mt 3.7 e Lc 5.17. nos — e também de seus opressores egípcios, assírios, babilônios, persas
8.33 A declaração dos judeus de que “nunca tinham sido escravos de e sírios. Talvez estejam dizendo que jamais aceitaram o status de povo
ninguém” constitui uma surpreendente omissão dos dominadores roma- dominado, uma vez que eram descendentes deAbraão.
JOÃO 8 . 59
8.48 Wlt 10.5; V.
52; Jo 7.20
8 . 5 0 ” V. 54;
Jo 5.41 
8 .5 1 ”J o 1 1.26
8 . 5 4 p*. 50; 
U 0 16 .14 ; 17 .1 ,5
8 . 5 5 >v. 19 ; 
sJo 7 .2 8 ,2 9 ;
U o 1 5 .10 
8 5 6 “V . 37 ,39 ; 
•M t 13 .17 ; 
Hb 1 1 .13 
8 . 5 8 » Jo 1 .2; 
17 .5 ,2 4 ; »ÊX 3 .1 4 
8 . 5 9 >Lv 24 .16 ; 
J o 10 .3 1 ; 11 .8 ; 
■Jo 1 2 .36
As Declarações de Jesus acerca de si mesmo
48 Os judeus lhe responderam: “Não estamos certos em dizer que você é samaritanok e está 
endemoninhado?”1
49 Disse Jesus: “Não estou endemoninhado! Ao contrário, honro o meu Pai, e vocês me desonram.
50 Não estou buscando glória para mim mesmo;m mas há quem a busque e julgue.51 Asseguro que, se 
alguém obedecer à minha palavra, jamais verá a morte”.n
52 Diante disso, os judeus exclamaram: “Agora sabemos que você está endemoninhado! Abraão 
morreu, bem como os profetas, mas você diz que, se alguém obedecer à sua palavra, nunca experi­
mentará a morte. 53 Você é maior do que o nosso pai Abraão?0 Ele morreu, bem como os profetas. 
Quem você pensa que é?”
54 Respondeu Jesus: “Se glorifico a mim mesmo,p a minha glória nada significa. Meu Pai, que 
vocês dizem ser o seu Deus, é quem me glorifica.'! 55 Vocês não o conhecem/ mas eu o conheço® 
Se eu dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vocês, mas eu de fato o conheço e obedeço 
à sua palavra.4 56 Abraão,0 pai de vocês, regozijou-se porque veria o meu dia; ele o viuv e alegrou-se”.
57 Disseram-lhe os judeus: “Você ainda não tem cinqüenta anos, e viu Abraão?”
58 Respondeu Jesus: “Eu afirmo que antes de Abraão nascer,w Eu Sou!”x 59 Então eles apanharam 
pedras para apedrejá-lo,v mas Jesus escondeu-se2 e saiu do templo.
8.44 As palavras de Jesus aqui náo se aplicam ao povo judeu como um 
todo, mas apenas aos seus oponentes judeus.
8.48 Os judeus podem ter chamado Jesus de “samaritano” como forma 
de acusá-lo de ser negligente nas observâncias judaicas ou que ele era 
samaritano de nascença (para mais informações sobre os samaritanos, ver 
nota em Lc 10.33; ver também “Os samaritanos”, em Jo 8).
8.57 Jesus tinha aproximadamente 30 anos de idade quando começou 
seu ministério (ver Lc 3.23 e nota).
8.59 Os ouvintes de Jesus só podiam interpretar sua reivindicação como 
blasfêmia, pecado para a qual o apedrejamento era a penalidade prescrita
(Lv 24.16).
J0Ã0 8 Os samaritanos acreditavam que 
eram descendentes das tribos do norte exi­
ladas em 722 a.C. pela Assíria.1 Em 2Reis 17, 
porém, está registrado que os samaritanos 
eram um grupo composto, pelo menos em 
parte, de pagãos que o rei da Assíria mandara 
trazer de outras nações para ocupar o terri­
tório de Israel. Em Esdras 4, os samaritanos 
aparecem como estorvo para os judeus, que 
buscavam restabelecer a si mesmos e ao seu 
templo na terra após o retorno do exílio.
Esse grupo não se identificava tanto com 
Samaria quanto com o monte Gerizim, per­
to de Siquém, apontado por seus moradores 
como o lugar que Deus havia escolhido para 
erguer seu santuário (ver Dt 12.5,11,21,26; 
14.24,25; 16.6; 17.8; 18.6; 262)? Eles acre­
ditavam que Israel se tornara apóstata de­
pois que o santuário foi removido de Siquém 
(mapa 4), na época de Eli, o sacerdote.3
Os samaritanos
0s samaritanos rejeitavam a ideia de que Je­
rusalém fosse um lugar especial nos planos 
de Deus, e a tensão crescente com respeito 
ao local do santuário é evidente em João 
4.20. Os samaritanos acreditavam no Deus 
de Israel, reconheciam Moisés como seu 
profeta, o Pentateuco como sua revelação 
e aguardavam o dia em que ele enviaria o 
"profeta como [Moisés]", conforme havia 
prometido (Dt 18.18). Não aceitavam nem 
reconheciam como canônico outro escrito 
do AT além do Pentateuco.
0 sumo sacerdote e governante judaico 
João Hircano destruiu o santuário de Samaria 
no monte Gerizim em 128 a.C., e as tensões 
entre judeus e samaritanos chegaram 
ao limite no século I d.C. Os samaritanos 
espalharam ossos no templo de Jerusa­
lém durante a Páscoa de 6/7 d.C., e em 52 
d.C. massacraram um grupo de peregrinos
galileus que estava a caminho de Jerusa­
lém (Josefo, Antiguidades judaicas, 20.6.1; 
Guerras dos judeus, 2.12.3). Os judeus evi­
tavam passar por Samaria quando viajavam 
entre a Judeia e a Galileia. A acusação dos 
judeus contra Jesus, segundo a qual ele era 
samaritano e, portanto, possesso de demô­
nios, é consistente com o forte sentimento 
antissamaritano que motivara a destruição 
do santuário. Alguns escritos judaicos da 
época (e.g., Eclesiástico, 50.25,26; Jubiieus, 
30.5-6; Testamento de Levi, 7.2)4 confirmam 
essa hostilidade (ver também Jo 4.7-9). 
Os samaritanos eram considerados apóstatas 
e idólatras (em parte, com base em Gn 35.4) e 
vistos como mais propensos que os judeus a 
estarem endemoniados. Jesus, entretanto, 
aparentemente considerava os samaritanos 
um subgrupo genuíno do povo da aliança, a 
despeito de alguma mistura.
1 Ver "Oseias, rei de Israel, e Salmaneser V, rei da Assíria", em 2Rs 17. 2Ver "0 templo samaritano no monte Gerizim", em Jo 4. 3Ver "Siquém", em Js 24.
4Edesiástico é um livro apócrifo, enquanto Jubileus e o Testamento de Levi são pseudepigráfícos.
1 7 3 8 JOÃO 9.1
9 Ao passar, Jesus viu um cego de nascença. 2 Seus discípulos lhe perguntaram: “Mestre,3 quem pecou:b este homem0 ou seus pais,11 para que ele nascesse cego?”
3 Disse Jesus: “Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus se ma­
nifestasse na vida dele.e 4 Enquanto é dia,f precisamos realizar a obra daquele que me enviou. A noite 
se aproxima, quando ninguém pode trabalhar.5 Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”.9
6 Tendo dito isso, cuspiuh no chão, misturou terra com saliva e aplicou-a aos olhos do homem.
7 Então disse-lhe: “Vá lavar-se no tanque de Siloé”1 (que significa “enviado”). O homem foi, lavou-se 
e voltou vendo j
8 Seus vizinhos e os que anteriormente o tinham visto mendigando perguntaram: “Não é este o 
mesmo homem que costumava ficar sentado, mendigando?”k 9 Alguns afirmavam que era ele.
Outros diziam: “Não, apenas se parece com ele”.
Mas ele próprio insistia: “Sou eu mesmo”.
10 “Então, como foram abertos os seus olhos?”, interrogaram-no eles.
11 Ele respondeu: “O homem chamado Jesus misturou terra com saliva, colocou-a nos meus olhos 
e me disse que fosse lavar-me em Siloé. Fui, lavei-me, e agora vejo”J
12 Eles lhe perguntaram: “Onde está esse homem?”
“Não sei”, disse ele.
Os Fariseus Investigam a Cura
13 Levaram aos fariseus o homem que fora cego.14 Era sábadom o dia em que Jesus havia misturado 9 . 1 4 ™ jo 5 .9 
terra com saliva e aberto os olhos daquele homem.15 Então os fariseus também lhe perguntaram como 9 .1 5 «v. 10 
ele recuperara a vista." O homem respondeu: “Ele colocou uma mistura de terra e saliva em meus
olhos, eu me lavei e agora vejo”.
J e s u s C u r a u m C e g o d e N a s c e n ç a
9 .2 *M t 23 .7 ;
"v. 34; Lc 13.2;
A t 28 .4 ; f z 18 .20 ; 
“ Êx 20 .5 ; Jó 2 1 .19
9 .3 eJo 11 .4
9 .4 tJo 11 .9 ; 12 .35
9 .5 U o 1 .4; 8 .12 ; 
12 .46
9 .6 "M c 7 .33 ; 8 .23
9 .7 V. 11; 
2R S 5.10 ; Lc 13.4; 
lis 35 .5 ; J o 1 1.37
9.8 «At 3.2 ,10
9.2 Os rabinos ensinavam, baseados em Êx 34.7, que, se alguém sofria 
de uma doença física congênita, era porque os pais ou os avós haviam 
cometido algum pecado ou porque o próprio doente pecara antes do 
nascimento.
9.6 Ver “Doenças e medicamentos no mundo antigo”, em Lc 4, e “Mila- 
greiros profissionais e mágicos no século I d.C.”, em Lc 19.
9.7 O tanque de Siloé, escavado na rocha, na extremidade sul do monte 
principal sobre o qual Jerusalém foi construída, fazia parte do sistema
principal de água desenvolvido pelo rei Ezequias (ver nota em Jl 1.20; 
ver também “O tanque de Siloé”, em Jo 9; e “O túnel de Ezequias”, em 
2Rs 20). Esse tanque ainda existe hoje.
9.13 Para maisinformações sobre os fariseus, ver nota em Mt 3.7 e Lc 5.17.
9.14 Ver nota em Mc 3.2; ver também “Sábado, ano sabático e Jubileu”, 
em Lv 25.
S Í T I O S A R Q U E O L Ó G I C O S
O T A N Q U E DE SILOÉ
JOÃO 9 A água do tanque de Siloé, em Jeru­
salém, era considerada sagrada. De acordo 
com a tradição rabínica, durante a celebra­
ção da festa das cabanas, retirava-se água 
do tanque com um recipiente dourado, que 
depois era levada em procissão até o templo 
(cf. Jo 7).1 Jesus instruiu o homem que havia 
nascido cego a lavar-se nesse tanque (9.1- 
7), embora a cura fosse realizada por Jesus 
— a fonte da "água viva" (7.38).
A questão sobre a localização do tanque 
de Siloé tem sido examinada com base nos 
relatos da Bíblia, de Josefo, dos antigos 
peregrinos e dos achados arqueológicos. 
Havia, na verdade, dois tanques. 0 primei­
ro, o "inferior" ("açude velho", na A/W), era 
o mais antigo (cf. Is 8.6; 22.9-11) e recebia 
água da fonte de Giom, a leste da cidade, 
através de um curto canal. 0 segundo, ou 
"superior", também recebia água da fonte 
de Giom, mas que chegava através de um 
túnel subterrâneo escavado na rocha pelo rei 
Ezequias por volta do ano 701 a.C.2 Ezequias 
situou estrategicamente o tanque superior 
dentro dos muros da cidade para garantir 
o suprimento de água. 0 tanque inferior 
estava situado fora da cidade no tempo 
dos reis.
Por muito tempo, o tanque superior foi 
considerado o melhor candidato a ser iden­
tificado como o tanque de Siloé dos dias de 
Jesus. Entretanto, em 2004, os restos de um 
tanque até então desconhecido foram acha­
dos a sudeste do tanque superior, próximo 
do tanque inferior, numa área conhecida 
como jardim do Rei. As evidências numis- 
máticas — moedas do período tardio dos 
hasmoneus (ca. 90 a.C.) e do período da 
revolta judaica (ca. 63 d.C.) — comprovam 
que esse tanque estava em uso nos dias de 
Jesus. Foi achada também uma escadaria de 
três lances que conduzem até esse tanque, 
o qual media 68,5 metros de comprimento 
num dos lados. Esse é, sem nenhuma dúvi­
da, o "tanque de Siloé" de João 9.
'Ver "Festas de Israel", em Lv 23. 2Ver "0 túnel de Ezequias", em 2Rs 20.
JOÃO 10. 2 17 3 9
9.16°M t12.2;
=J0 6.52; 7.43;
10.19
9 .1 8 rJ o 1 .1 9
9 .2 2 sJ o 7 .1 3 ; 
V . 34 ; L c 6.22 ; 
«Jo 12 .42 ; 16 .2
9 .2 3 K . 21
9 .2 4 " J s 7.19 ;
>v. 16
9 .2 7 w . 15
9 .2 8 "Jo 5 .45
9.31 »Gn 18 .2 3 - 
3 2 ; SI 3 4 .15 ,16 ; 
6 6 .1 8 ; 145 .19 ,20 ; 
Pv 15 .29 ; Is 1.15; 
5 9 .1 ,2 ; J o 15.7;
Tg 5 .1 6 -1 8 ;
1Jo 5 .1 4 ,1 5 
9 .3 3 = v .1 6 ;J o 3 .2 
9 .3 4 “V. 2 ; '» . 
22 ,3 5 ; Is 66.5
9 .3 6 >Rm 10.14
9 .3 7 «Jo 4 .26
9 .3 8 "M t 28 .9
9 .3 9 Uo 5 .22 ;
U o 3 .19 ; l c 4.18 ; 
'M t 1 3 .13
9.41 "J o 1 5 .22 ,24
16 Alguns dos fariseus disseram: “Esse homem não é de Deus, pois não guarda o sábado”.0
Mas outros perguntavam: “Como pode um pecador fazer tais sinais milagrosos?” E houve divisão 
entre eles.P
17 Tornaram, pois, a perguntar ao cego: “Que diz você a respeito dele? Foram os seus olhos que 
ele abriu”.
O homem respondeu: “Ele é um profeta”.'!
18 Os judeusr não acreditaram que ele fora cego e havia sido curado enquanto não mandaram 
buscar os seus pais.19 Então perguntaram: “É este o seu filho, o qual vocês dizem que nasceu cego? 
Como ele pode ver agora?”
20 Responderam os pais: “Sabemos que ele é nosso filho e que nasceu cego. 21 Mas não sabemos 
como ele pode ver agora ou quem lhe abriu os olhos. Perguntem a ele. Idade ele tem; falará por si 
mesmo”. 22 Seus pais disseram isso porque tinham medo dos judeus,s pois estes já haviam decidido 
que, se alguém confessasse que Jesus era o Cristo, seria expulso' da sinagoga.u 23 Foi por isso que seus 
pais disseram: “Idade ele tem; perguntem a ele”.v
24 Pela segunda vez, chamaram o homem que fora cego e lhe disseram: “Para a glória de Deus,w 
diga a verdade. Sabemos que esse homem é pecador”.1*
25 Ele respondeu: “Não sei se ele é pecador ou não. Uma coisa sei: eu era cego e agora vejo!”
26 Então lhe perguntaram: “O que fez ele a você? Como abriu os seus olhos?”
27 Ele respondeu: “Eu já disse,y e vocês não me deram ouvidos. Por que querem ouvir outra vez? 
Acaso vocês também querem ser discípulos dele?”
28 Então, eles o insultaram e disseram: “Discípulo dele é você! Nós somos discípulos de Moisés!2
29 Sabemos que Deus falou a Moisés, mas, quanto a esse, nem sabemos de onde ele vem”.a
30 O homem respondeu: “Ora, isso é extraordinário! Vocês não sabem de onde ele vem, contudo 
ele me abriu os olhos. 31 Sabemos que Deus não ouve pecadores, mas ouve o homem que o teme e 
pratica a sua vontade.b
32 “Ninguém jamais ouviu que os olhos de um cego de nascença tivessem sido abertos.33 Se esse 
homem não fosse de Deus,c não poderia fazer coisa alguma”.
34 Diante disso, eles responderam: “Você nasceu cheio de pecado;d como tem a ousadia de nos 
ensinar?” E o expulsaram®
A Cegueira Espiritual
35 Jesus ouviu que o haviam expulsado e, ao encontrá-lo, disse: “Você crê no Filho do homem?”
36 Perguntou o homem: “Quem é ele, Senhor, para que eu nele creia?”f
37 Disse Jesus: “Você já o tem visto. É aquele qüe está falando com você”.s
38 Então o homem disse: “Senhor, eu creio”. E o adorou.h
39 Disse Jesus: “Eu vim a este mundo' para julgamento,) a fim de que os cegos vejamk e os que veem 
se tornem cegos”.1
40 Alguns fariseus que estavam com ele ouviram-no dizer isso e perguntaram: “Acaso nós também 
somos cegos?”m
41 Disse Jesus: “Se vocês fossem cegos, não seriam culpados de pecado; mas agora que dizem que 
podem ver, a culpa de vocês permanece.11
10.2 "V. 11,14
O Pastor e o seu Rebanho
10 Eu asseguro a vocês que aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. 2 Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas.0
9.22 A excomunhão é relatada já no tempo de Esdras (Ed 10.8), mas 
não há praticamente nenhuma informação sobre como era praticada 
nos tempos do NT. A sinagoga era o centro da vida comunitária judai­
ca (ver notas em Mc 1.21; Lc 21.12; ver também “Sinagogas antigas”, 
em At 9), assim a excomunhão cortava a pessoa de muitas relações 
sociais (embora, de certa forma, não da adoração, pelo menos em tem­
pos posteriores).
9.34 “O expulsaram” pode significar “o excomungaram” (ver nota no 
v. 22).
9.40 Para os fariseus, era inacreditável que alguém os considerasse espiri­
tualmente cegos (ver notas em Mt 3.7; Lc 5.17).
10.1-30 Esses versículos deveriam ser entendidos à luz do conceito vete- 
rotestamentário de pastor como “cuidador” do povo de Deus. O concei­
to de governante como “pastor” de uma nação e de seu povo era comum 
no antigo Oriente Médio (ver nota em Is 44.28; ver também “Pastoreio 
de ovelhas no mundo antigo”, em Ez 34).
10.1 O aprisco das ovelhas era uma área cercada com uma entrada ape­
nas. Os muros impediam que as ovelhas se desgarrassem.
1 7 4 0 JOÃO 10. 3
3 O porteiro abre-lhe a porta, e as ovelhas ouvem a sua voz.P Ele chama as suas ovelhas pelo nome 
e as leva para fora.4 Depois de conduzir para fora todas as suas ovelhas, vai adiante delas, e estas o 
seguem, porque conhecem a sua voz.5 Mas nunca seguirão um estranho; na verdade, fugirão dele, 
porque não reconhecem a voz de estranhos”. 6 Jesus usou essa comparação,1! mas eles não compre­
enderam o que lhes estava falando.
7 Então Jesus afirmou de novo: “Digo a verdade: Eu sou a porta das ovelhas. 8 Todos os que vieram 
antes de mimr eram ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os ouviram.9 Eu sou a porta; quem entra 
por mim será salvo. Entrará e sairá, e encontrará pastagem".10 O ladrão vem apenas para roubar, 
matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham plenamente.
11 “Eu sou o bom pastor.s O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.112 O assalariado não é o pastor 
a quem as ovelhas pertencem. Assim,quando vê que o lobo vem, abandona as ovelhas e foge.u Então
o lobo ataca o rebanho e o dispersa.13 Ele foge porque é assalariado e não se importa com as ovelhas.
14 “Eu sou o bom pastor;v conheço as minhas ovelhas,w e elas me conhecem,15 assim como o Pai 
me conhece e eu conheço o Pai;x e dou a minha vida pelas ovelhas.16 Tenho outras ovelhasv que não 
são deste aprisco. É necessário que eu as conduza também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um
a 10.9 Ou ficará em segurança.
10.3 pv.
4,5,14,16,27
10.11 «v. 14;
Is 40 .1 1 ; E z 3 4 .1 1 - 
16 ,23 ; Hb 13 .20 ; 
1Pe 5 .4 ; Ap 7.17; 
U o 15 .13 ; 1 Jo 3 .16
10.12 uZc 1 1 .16 ,17
10.14 vv. 11;
" v . 2 7
10.15 *M t 11 .27
10.16 vis 56.8;
*Jo 11 .52 ;
Ef 2 .1 1 -1 9
10.16 € z 37 .24 ; 
1 P e 2 .2 5
10.17^. 1 1 ,1 5 ,1 8
10.3,4 O porteiro aparentemente tomava conta de um grande aprisco de as que lhes pertenciam. As ovelhas respondiam à voz de seu pastor e
ovelhas, no qual eram mantidos vários rebanhos. seguiam só a elè.
Os pastores na Terra Santa guiavam as ovelhas caminhando à frente 
delas (em vez de forçá-las) e náo chamavam as ovelhas ao acaso, apenas
S Í T I O S A R Q J J E O L Ó G I C O S
BETÂNI A, DO O U T R O 
LADO DO J O R D Ã O
J0Ã0 10 Depois de um debate particular­
mente difícil com os judeus, Jesus retirou-se 
para uma região que ficava no lado oriental 
do rio Jordão, "o lugar onde João batizava"1 
(Jo 10.40). Esse local é identificado como 
"Betãnia, do outro lado do Jordão" (1.28,
A/W). Os antigos peregrinos afirmavam que 
um lugar chamado Sapsafas, ao norte do 
mar Morto e a leste do rio Jordão, era o local 
em que Jesus foi batizado, e uma igreja foi 
dedicada ali a João Batista. É interessante 
que os peregrinos também identificassem 
um monte nas vizinhanças como o lugar de 
no qual Elias teria sido elevado ao céu numa 
carruagem de fogo (2Rs 2.1-14), talvez as­
sociando erroneamente o primeiro Elias com 
João Batista, que era chamado "segundo 
Elias" (cf.M t 11.14; 17.11-13; Lc 1.17). Um 
lugar chamado Beth-abara (possível variante
'Ver “Batismo no mundo antigo", em Mt 3; ver também o Glossário na p. 2080 para as definições das palavras em negrito, 
em Rm 6.
do nome Betânia) é mostrado no mosaica 
de Madaba, do século VI d.C., designado 
como "Ainon (fonte) que agora é Sapsafas".
A antiga Sapsafas foi identificada como 
o uádi el-Kharrar, pequeno leito de rio com 
pouco mais de 1,6 quilômetro de compri­
mento, 8 quilômetros ao norte do mar Mor­
to. Investigações localizaram ali "o monte de 
Elias" no início do uádi, a 1,6 quilômetro do 
rio Jordão. Escavações no monte revelaram 
três igrejas, três cavernas e três tanques ba­
tismais do período romano e do período 
bizantino. A uns 300 metros do rio Jordão 
existe de fato uma igreja, identificada pelos 
escavadores como a Igreja de São João Ba­
tista, mencionada pelos antigos peregrinos 
— o local tradicional do batismo de Jesus 
(Jo 1.29-34).
Outros estudiosos acreditam que o 
termo "Betânia" é para ser, de preferência, 
identificado com a região de Bataneia, na 
Transjordânia do norte. Isso indica que a 
Betânia "do outro lado do Jordão" (mapa 
9) era uma região, não uma cidade. Alguns 
escritos judaicos confirmam possíveis liga­
ções lingüísticas entre os nomes Betânia e 
Bataneia. Nas gerações que precedem ime­
diatamente o nascimento de Jesus, algumas 
seitas judaicas piedosas mudaram-se para 
essa região, muitas das quais aguardavam a 
vinda do Ungido de Deus, vindo do norte.2 
Não é sem sentido a ideia de que João Batista 
começou seu ministério entre um ou mais 
desses grupos ou associado a eles.
f
2Ver "Escatologia judaica no século I d.C.";
JOÃO 10. 21 1 741
10.18 cMt 26.53;
dJo 15.10; Fp 2.8;
Hb 5.8
1 0 .1 9 eJo 7.43; 
9.16
1 0 . 2 0 'Jo 7 .20 ;
9M c 3.21 
1 0 .2 1 hM t 4 .24 ; 
'Êx 4 .11 ; 
Jo 9 .3 2 ,3 3
só rebanho2 e um só pastor.3 17 Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vidab para 
retomá-la.18 Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade.0 Tenho autoridade 
para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai”d.
19 Diante dessas palavras, os judeus ficaram outra vez divididos®20 Muitos deles diziam: “Ele está 
endemoninhadof e enlouqueceu.9 Por que ouvi-lo?”
21 Mas outros diziam: “Essas palavras não são de um endemoninhado.h Pode um demônio abrir 
os olhos dos cegos?”'
S Í T I O S A R Q U E O L Ó G I C O S
OS DE G R A US EM Q U E OS R A B I N O S 
E N S I NA V A M , NAS ESCAVAÇÕES DO 
M U R O SUL
JOÃO 10 As pessoas que vinham adorar 
no templo de Herodes aproximavam- 
-se pelo lado sul de Jerusalém.1 Vários 
caminhos convergiam para uma, praça 
grande, pavimentada de pedra, à sombra 
de um imponente muro de retenção, 
coroado com a parte mais alta do pórtico 
Real (lc 4.9; Josefo, Antiguidades judaicas,
15.11.5). A praça continha vários banhos ri­
tuais e constituía um significativo centro da 
vida pública. Era também o lugar de reunião 
das crescentes multidões que faziam seu 
caminho até Jerusalém durante as festas de 
peregrinação.2 Grandes escadarias subiam 
a partir da praça na direção de dois portões 
arqueados, construídos no muro Sul.
A maior dessas escadarias monumentais 
foi descoberta em 1968, e grande parte de 
seu esplendor original foi restaurado. Mede 
157 metros de largura e se eleva a pouco 
menos de 7 metros, com 30 degraus feitos 
de pedras cortadas e polidas. A largura e o 
espaçamento dos degraus levam alguns a 
conjecturar que as escadarias foram construí­
das para corresponder aos padrões rítmicos 
que caracterizam os Cânticos de Peregrina­
ção (i.e., S1120— 134). Desses degraus, os 
mestres poderiam falar ao povo reunido na 
praça. Jesus provavelmente usou esse ponto 
estratégico para ensinar, embora os Evange­
lhos mencionem explicitamente apenas os 
discursos proferidos nos pórticos situados no 
próprio monte do Templo (Jo 10.23).
Wer "0 templo de Herodes", em Mc 11. 
2Ver "Festas de Israel", em Lv 23.
Escavações ao lado do monte do Templo e os degraus do lado sul
Foto: © Todd Bolen/Bible Places.com
1 7 4 2 J OÃO 10 . 22
A Incredulidade dos Judeus
22 Celebrava-se a festa da Dedicação, em Jerusalém. Era inverno,23 e Jesus estava no templo, cami­
nhando pelo Pórtico de Salomão j 24 Os judeusk reuniram-se ao redor dele e perguntaram: “Até quando 
nos deixará em suspense? Se é você o Cristo, diga-nos abertamente”.1
25 Jesus respondeu: “Eu já disse,m mas vocês não creem. As obras que eu realizo em nome de meu 
Pai falam por mim,"26 mas vocês não creem, porque não são minhas ovelhas.0 27 As minhas ovelhas 
ouvem a minha voz; eu as conheço,p e elas me seguem.fl 28 Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais 
perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão.r 29 Meu Pai, que as deu para mim,s é maior do 
que todos;at ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai.30 Eu e o Pai somos um”.u
31 Novamente os judeus pegaram pedras para apedrejá-lo,v 32 mas Jesus lhes disse: “Eu mostrei 
muitas boas obras da parte do Pai. Por qual delas vocês querem me apedrejar?”
33 Responderam os judeus: “Não vamos apedrejá-lo por nenhuma boa obra, mas pela blasfêmia, 
porque você é um simples homem e se apresenta como Deus”.w
34 Jesus lhes respondeu: “Não está escrito na Lei de vocês:x ‘Eu disse: Vocês são deuses’1’?''35 Se ele 
chamou ‘deuses’ àqueles a quem veio a palavra de Deus (e a Escritura não pode ser anulada),36 que 
dizer a respeito daquele a quem o Pai santificou2.3 e enviou ao mundo?b Então, por que vocês me 
acusam de blasfêmia porque eu disse: Sou Filho de Deus?c 37 Se eu não realizo as obras do meu Pai,d 
não creiam em mim. 38 Mas, se as realizo, mesmo que não creiam em mim, creiam nas obras, para 
que possam saber e entender que o Pai está em mim, e eu no Pai”.e 39 Outra vez tentaram prendê-lo,* 
mas ele se livrou das mãos deles.9
40 Então Jesusatravessou novamente o Jordãoh e foi para o lugar onde João batizava nos primeiros 
dias do seu ministério. Ali ficou,41 e muita gente foi até onde ele estava, dizendo: “Embora João nunca 
tenha realizado um sinal milagroso,' tudo o que ele disse a respeito deste homem era verdade”!
42 E ali muitos creram em Jesus.k
10 .2 3 IAt 3.11 ;
5 .12
1 0 .2 4 M o 1.19;
Uo 16 .25 ,29
10 .2 5 " J o 8.58 ; 
nJo 5 .36
10 .2 6 M o 8 .47 
10.27PV. 14 ; IV. 4
10 .2 8 UO 6 .3 9 
10 .29=Jo 
17 .2 ,6 ,24 ; U o
14.28 
1 0 .3 0 “Jo 
1 7 .2 1 -2 3 
10.31 vJo 8 .59
1 0 .3 3 »Lv 24 .16 ; 
Jo 5 .18
1 0 .3 4 «Jo 8.17 ; Rm 
3 .19 ; vSI 82.6 
1 0 .3 6 > J r1 .5 ;" J o 
6 .69 ; "JO 3 .17 ; =Jo 
5 .17 ,18
1 0 .3 7 «V. 25; Jo 
15 .24
1 0 .3 8 -Jo 14 .10 , 
11 ,20 ; 17.21 
1 0 .3 9 'J o 7.30;
■Lc 4 .30 ; J o 8 .59
1 0 .4 0 M o 1 .28
1 0 4 1 Uo 2 .11 ; 
3 .30 ; U o 1 .26 ,27 ,
3 0 .34
1 0 .4 2 M o 7.31
A M orte de Lázaro
n Havia um homem chamado Lázaro. Ele era de Betânia,1 do povoado de Maria e de sua irmã Marta.m E aconteceu que Lázaro ficou doente.2 Maria, sua irmã, era a mesma que derramara 
perfume sobre o Senhor e lhe enxugara os pés com os cabelos."3 Então as irmãs de Lázaro manda­
ram dizer a Jesus: “Senhor, aquele a quem amas0 está doente”.
4 Ao ouvir isso, Jesus disse: “Essa doença não acabará em morte; é para a glória de Deus.P para 
que o Filho de Deus seja glorificado por meio dela”. 5 Jesus amava Marta, a irmã dela e Lázaro.
6 No entanto, quando ouviu falar que Lázaro estava doente, ficou mais dois dias onde estava.
7 Depois disse aos seus discípulos: “Vamos voltar para a Judeia”.1!
8 Estes disseram: “Mestre,r há pouco os judeus tentaram apedrejar-te,s e assim mesmo vais voltar 
para lá?”
9 Jesus respondeu: “O dia não tem doze horas? Quem anda de dia não tropeça, pois vê a luz deste 
mundo.*10 Quando anda de noite, tropeça, pois nele não há luz”.
11 Depois de dizer isso, prosseguiu dizendo-lhes: “Nosso amigo0 Lázaro adormeceu,v mas vou até 
lá para acordá-lo”.
12 Seus discípulos responderam: “Senhor, se ele dorme, vai melhorar”. 13 Jesus tinha falado de sua 
morte, mas os seus discípulos pensaram que ele estava falando simplesmente do sono.w
14 Então lhes disse claramente: “Lázaro morreu,15 e para o bem de vocês estou contente por não 
ter estado lá, para que vocês creiam. Mas vamos até ele”.
16 Então Tomé,x chamado Dídimoc, disse aos outros discípulos: “Vamos também para morrermos 
com ele”.
0 10.29 Muitos manuscritos antigos dizem O que meu Pai me deu é maior do que tudo.
» 10.34 SI 82.6.
< 11.16 Tanto Tomé (aramaico) como Dídimo (grego) significam gêmeo.
11.1 'M t 21 .17 ; 
mLc 10 .38
11 .2 "M c 14.3; 
Lc 7 .38 ; J 0 1 2 .3
11 .3 «v. 5 ,3 6
1 1 .4 pv. 40; Jo 9 .3
11 .8 M t 23 .7 ; 
s jo 8 .59 ; 10.31
11 .9 U o 9 .4 ; 12 .35
11.11 “v. 3 ; vA t 
7 .6 0
1 1 .16 xM t 10.3;
Jo 14 .5 ; 20 .2 4 -2 8 ; 
2 1 .2 ; A t 1 .13
10.22 A festa da dedicação celebrava a dedicação do templo por Judas 
Macabeu, em dezembro de 164 a.C., depois que a casa de Deus foi pro­
fanada por Antíoco Epifânio (ver “Antíoco IV Epifânio”, em Dn 11; e 
“O período intertestamental”, em Ml 3). Essa foi a última grande liber­
tação que os judeus experimentaram.
10.23 O pórtico de Salomão era uma varanda que acompanhava o lado 
interno do muro que cercava o pátio exterior. Havia fileiras de colunas 
de mais de 8 metros de altura e uma cobertura de madeira de cedro.
Semelhante a uma colunata grega (ver “A cidade antiga”, em At 12), é 
geralmente, porém de forma equivocada, datada do tempo de Salomão.
10.30,31 A reivindicação de ser “um” com o Pai, feita por Jesus, não 
poderia ser mais clara. Na mente do povo, essa “blasfêmia” exigia a morte 
por apedrejamento.
10.34 A Lei, em seu sentido mais estrito, significava o Pentateuco, mas o 
termo também era usado, como aqui, para designar o AT inteiro (ver “O 
Antigo Testamento da igreja primitiva”, em 2Tm 3).
11.2 Sobre o ato de “derramar perfume”, ver nota em 12.3.
J OÃO 1 1 . 33 1 7 4 3
1 1 .1 7 W. 6 ,3 9 
1 1 . 1 8 * . 1 
1 1 . 1 9 * . 31 ;
Jó 2.11 
1 1 .2 0 bLc 1 0 .3 8 - 
42
11.21 * . 3 2 ,37 
1 1 . 2 2 * . 41 ,4 2 ; 
J o 9.31
1 1 .2 4 ®Dn 12.2 ; 
Jo 5 .28 ,29 ; 
A t 24 .15 
1 1 .2 5 'J o 1 .4
1 1 .2 7 9 L c 2 .1 1 ; 
"M t 16 .1 6 ; U o 6 .1 4
1 1 .2 8 JMt 26 .18 ; 
Jo 13 .13 
1 1 . 3 0 * . 20
11.31 «v.19
1 1 .3 2 " * 21
1 1 .3 3 * . 3 8 ; 
°Jo 1 2 .27
17 Ao chegar, Jesus verificou que Lázaro já estava no sepulcro havia quatro dias.v18 Betânia2 distava 
cerca de três quilômetros0 de Jerusalém,19 e muitos judeus tinham ido visitar Marta e Maria para 
confortá-las pela perda do irmão.3 20 Quando Marta ouviu que Jesus estava chegando, foi encontrá-lo, 
mas Maria ficou em casa.b
21 Disse Marta a Jesus: “Senhor, se estivesses aqui meu irmão não teria morrido.0 22 Mas sei que, 
mesmo agora, Deus te dará tudo o que pedires”.d
23 Disse-lhe Jesus: “O seu irmão vai ressuscitar”.
24 Marta respondeu: “Eu sei que ele vai ressuscitar na ressurreição,e no último dia”.
25 Disse-lhe Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida.f Aquele que crê em mim, ainda que morra, 
viverá;26 e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Você crê nisso?”
27 Ela lhe respondeu: “Sim, Senhor, eu tenho crido que tu és o Cristo,9 o Filho de Deush que devia 
vir ao mundo”.'
28 E depois de dizer isso, foi para casa e, chamando à parte Maria, disse-lhe: “O Mestrei está aqui 
e está chamando você”. 29 Ao ouvir isso, Maria levantou-se depressa e foi ao encontro dele.30 Jesus 
ainda não tinha entrado no povoado, mas estava no lugar onde Marta o encontrara.k 31 Quando nota­
ram que ela se levantou depressa e saiu, os judeus, que a estavam confortando1 em casa, seguiram-na, 
supondo que ela ia ao sepulcro, para ali chorar.32 Chegando ao lugar onde Jesus estava e vendo-o, 
Maria prostrou-se aos seus pés e disse: “Senhor, se estivesses aqui meu irmão não teria morrido”.m
33 Ao ver chorando Maria e os judeus que a acompanhavam, Jesus agitou-sen no espírito e 
perturbou-se.0
0 1 1 .1 8 Grego: 1 5 estádios. Um estádio eqüivalia a 185 metros.
J e s u s C o n f o r t a a s I r m ã s d e L á z a r o
1 1 .1 7 Muitos judeus acreditavam que a alma permanecia próxima do 
corpo durante três dias após a morte, na esperança de retornar para ele. 
Se essa crença estivesse na mente das pessoas ali, obviamente pensariam 
que já não havia esperança, pois Lázaro estava morto de maneira irre­
versível.
11.18 Para mais informações sobre Betânia, ver nota em Mt 21.17.
1 1 .1 9 O costume judaico determinava três dias de luto muito pesado, 
depois quatro dias de luto pesado, seguidos por luto leve para o restante
dos trinta dias. Era então habitual, como hoje, que os amigos visitassem 
a família para confortá-los.
1 1 .2 8 É significativo que Marta chame Jesus de “Mestre”: os rabinos nor­
malmente não ensinavam mulheres, porém Jesus fazia isso com frequência.
11 .3 1 Prantear junto ao sepulcro era comum, e os judeus presumiram 
imediatamente que isso estava na mente de Maria (ver “Pano de saco e 
cinzas: rituais de lamentação”, em SI 30; e “Práticas judaicas relativas ao 
sepultamento”, em Lc 9).
S Í T I O S A R Q U E O L Ó G I C O S
B E T Â N I A E O T Ú M U L O 
DE LÁZARO
JOflO 11 A casa de Lázaro e de suas irmãs, 
Maria e Marta, ficava em Betânia (ver mapa 
9), distante de Jerusalém cerca de 3 quilô­
metros, no declive oriental do monte das 
Oliveiras (Jo 11.1,18; de acordo com 1.19- 
28, havia outra Betânia "do outro lado do 
Jordão", na qual João Batista exercia seu 
ministério).1 A Betânia de Lázaro é chamada 
hoje el-Azariyeh, nome que preserva sua 
associação com Lázaro. Por causa de seu 
estreito relacionamento com a família de
'Ver "Betânia, do outro lado do Jordão", em Jo 10.
Lázaro, Jesus fez de Betâniaa base de seu 
ministério em Jerusalém durante a Semana 
da Paixão (Mc 11.11).
Escavações realizadas pelos francisca- 
nos em Betânia descobriram as ruínas de 
igrejas cristãs datadas do século IV d.C. De 
interesse particular é o túmulo de Lázaro, 
que, segundo Eusébio, tornou-se um local 
de peregrinação, que não foi alterado até 
hoje. 0 túmulo foi modificado: sua entra­
da original ficava no lado leste, mas agora
fica do lado norte. Embora seja impossível 
comprovar que se trata do túmulo original 
de Lázaro, a tradição é muito antiga, não há 
motivos para que seja considerada suspeita.
I
1 7 4 4 J OÃO 11 . 3 4
34 “Onde o colocaram?”, perguntou ele.
“Vem e vê, Senhor”, responderam eles.
35 Jesus chorou.P
36 Então os judeus disseram: “Vejam como ele o amava!”'!
37 Mas alguns deles disseram: “Ele, que abriu os olhos do cego,r não poderia ter impedido que este 
homem morresse?”s
1 1 .3 5 PLc 19.41
1 1 .3 6 ov. 3
1 1 .37 rJ o 9 .6 ,7 ; ®v. 
2 1 ,32
Jesus Ressuscita Lázaro
38 Jesus, outra vez profundamente comovido,1 foi até o sepulcro. Era uma gruta com uma pedra 
colocada à entrada.u
39 “Tirem a pedra”, disse ele.
Disse Marta, irmã do morto: “Senhor, ele já cheira mal, pois já faz quatro dias”.v
40 Disse-lhe Jesus: “Não falei que, se você cresse,™ veria a glória de Deus?”*
41 Então tiraram a pedra. Jesus olhou para cimav e disse: “Pai,z eu te agradeço porque me ouviste.
42 Eu sei que sempre me ouves, mas disse isso por causa do povo que está aqui,3 para que creia que 
tu me enviaste”.b
43 Depois de dizer isso, Jesus bradou em alta voz: “Lázaro, venha para fora!”c 44 O morto saiu, com 
as mãos e os pés envolvidos em faixas de linhod e o rosto envolto num pano.e
Disse-lhes Jesus: “Tirem as faixas dele e deixem-no ir”.
1 1 .3 8 lv . 33; 
uM t2 7 .6 0 ; Lc 24 .2 ; 
JO 20.1
1 1 .4 0 »v. 23 -2 5 ; 
XV. 4
1 1 .4 1 yJo 17.1; 
zM t 11 .25
1 1 .4 2 a jo 12 .30 ; 
bJ o 3 .1 7
1 1 .4 3 < tc 7 .14
1 1 .4 4 <Uo 19.40; 
eJ o 20 .7
A Conspiração para M atar Jesus
45 Muitos dos judeus que tinham vindo visitar Maria,f vendo o que Jesus fizera,9 creram nele.h
46 Mas alguns deles foram contar aos fariseus o que Jesus tinha feito.47 Então os chefes dos sacerdotes 
e os fariseus' convocaram uma reunião) do Sinádrio0.1*
“O que estamos fazendo?”, perguntaram eles. “Aí está esse homem realizando muitos sinais 
milagrosos.148 Se o deixarmos, todos crerão nele, e então os romanos virão e tirarão tanto o nosso 
lugar6 como a nossa nação.”
49 Então um deles, chamado Caifás,m que naquele ano era o sumo sacerdote," tomou a palavra e 
disse: “Nada sabeis! 50 Não percebeis que vos é melhor que morra um homem pelo povo, e que não 
pereça toda a nação”.0
51 Ele não disse isso de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus 
morreria pela nação judaica,52 e não somente por aquela nação, mas também pelos filhos de Deus que 
estão espalhados, para reuni-los num povo.P53 E daquele dia em diante, resolveram tirar-lhe a vida.1)
54 Por essa razão, Jesus não andava mais publicamente entre os judeus.r Em vez disso, retirou-se 
para uma região próxima do deserto, para um povoado chamado Efraim, onde ficou com os seus 
discípulos.
55 Ao se aproximar a Páscoa judaica,s muitos foram daquela região para Jerusalém a fim de partici­
parem das purificações cerimoniais* antes da Páscoa.56 Continuavam procurando Jesusu e, no templo, 
perguntavam uns aos outros: “O que vocês acham? Será que ele virá à festa?” 57 Mas os chefes dos 
sacerdotes e os fariseus tinham ordenado que, se alguém soubesse onde Jesus estava, o denunciasse, 
para que o pudessem prender.
0 1 1 .4 7 Conselho dos principais líderes do povo judeu. 
b 1 1 .4 8 Ou templo.
1 1 .4 5 V . 19;
9J0 2.23;
hÊx 14 .31 ; Jo 7.31 
1 1 .4 7 V. 57;
iM t 26 .3 ; kM t 5.22; 
U o2.11
1 1 .4 9 mM t 2 6 .3 ; "v. 
51 ; Jo 18 .13 ,14
1 1 .5 0 °Jo 18 .14
1 1 .5 2 Pis 49.6 ; 
Jo 10 .16
1 1 .5 3 qM t 1 2 .14
1 1 .5 5 sÊx 12 .13 , 
23 ,2 7 ; M t 26 .1 ,2 ; 
M c 14 .1 ; J o 13.1; 
t2C r 30 .17 ,18
1 1 .5 6 «Jo 7.11
11.33 A palavra grega para “chorar”, usada duas vezes neste versículo, 
denota forte expressão de pesar, ou seja, “lamentação”.
11.35 A palavra grega para “chorou”, nesse versículo, náo é a mesma que 
indica lamentação de forma audível (como no v. 33). Refere-se, em vez 
disso, ao lamento silencioso (“derramar lágrimas”).
11.38 Uma “gruta com uma pedra colocada à entrada” era o tipo co­
mum de lugar de sepultamento na Terra Santa, na época, especialmente 
dos ricos (ver “Betânia e o túmulo de Lázaro”, em Jo 11).
11.39 Sobre os “quatro dias”, ver notas no versículo 17 e em Mt 26.12; 
ver também “Práticas judaicas relativas ao sepultamento”, em Lc 9; 
e “Perfumes e óleos de unção”, em Jo 12.
11.44 As “faixas de linho” eram ataduras estreitas. Às vezes, usava-se 
uma mortalha, como um grande lençol. O “pano” que envolvia o rosto 
era um artigo separado.
11.47 Nos quatro Evangelhos, os fariseus aparecem como os principais 
oponentes de Jesus, durante todo o seu ministério público (ver notas em
Mt 3.7; Lc 5.17). Eram desprovidos de poder político, mas chefiavam os 
sacerdotes (ver nota em Mt 2.4) e foram proeminentes nos acontecimen­
tos que conduziram à crucificação de Jesus.
11.49 Para mais informações sobre Caifás, ver nota em Mt 26.3; ver 
também “Os sumos sacerdotes Anás e Caifás”, em At 4; e “Sacerdócio 
judaico e vida religiosa no século I d.C.”, em Lc 18.
Caifás era saduceu (ver nota em Mt 3.7). Josefo registra que os saduceus 
“nos seus relacionamentos com os amigos [eram] tão rudes quanto com 
os estranhos” {Guerras dos judeus, 2.8.14).
11.54 Depois da ressurreição de Lázaro, Jesus retirou-se para Efraim, 
pequena cidade provavelmente situada 19 quilômetros ao norte de Jeru­
salém. Mas, como se aproximava a Páscoa, ele retornou a Betânia 12.1 .
11.55 Estar cerimonialmente limpo era especialmente importante numa 
época como a Páscoa (ver “Pureza ritual em Israel e no antigo Oriente 
Médio”, em Lv 10; e “A páscoa”, em 2Cr 30). Caso contrário, náo teria 
sido possível manter a festa (ver notas em 2.6; 18.28).
JOÃO 12 . 2 2 1 7 4 5
12.1 «Jo 11 .55 ; 
" M t 21 .17 
1 2 .2 «Lc 1 0 .3 8 -4 2 
12 .3 >Mc 14.3; 
■ J011.2
1 2 .4 > N lt1 0 .4 
12 .6 »Jo 13 .29
1 2 .7 "Jo 19 .40
12 .8 dD t 15.11
1 2 .9 * J o 1 1 .43 ,44
12.11 fv. 17 ,18 ; 
J o 11 .4 5 ; 9Jo 7.31
1 2 .1 3 "S1118.25 , 
26 ; 'Jo 1 .49
12 .1 6 *M c 9.32; 
Uo 2 .22 ; 7 .39 ;
1 4 .26
1 2 .1 7 mJ o 1 1 .4 2
1 2 .1 8 "v. 11
12 .1 9 «Jo 11 .47 , 
48
1 ^ Seis dias antes da Páscoav Jesus chegou a Betânia," onde vivia Lázaro, a quem ressuscitara dos 
_L ^im ortos. 2 Ali prepararam um jantar para Jesus. Marta servia,* enquanto Lázaro estava à mesa 
com ele.3 Então Maria pegou um frasco" de nardo puro, que era um perfume caro,v derramou-o sobre 
os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos.2 E a casa encheu-se com a fragrância do perfume.
4 Mas um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, que mais tarde iria traí-lo,3 fez uma objeção:
5 “Por que este perfume não foi vendido, e o dinheiro dado aos pobres? Seriam trezentos denários4”.
6 Ele não falou isso por se interessar pelos pobres, mas porque era ladrão; sendo responsável pela bolsa 
de dinheiro,b costumava tirar o que nela era colocado.
7 Respondeu Jesus: “Deixe-a em paz; que o guarde para o dia do meu sepultamento.0 8 Pois os 
pobres vocês sempre terão consigo,d mas a mim vocês nem sempre terão”.
9 Enquanto isso, uma grande multidão de judeus, ao descobrir que Jesus estava ah, veio, não ape­
nas por causa de Jesus, mas também para ver Lázaro, a quem ele ressuscitara dos mortos.e 10 Assim, 
os chefes dos sacerdotes fizeram planos para matar também Lázaro,11 pois por causa delef muitos 
estavam se afastando dos judeus e crendo em Jesus.9
A Entrada Triunfal(Mt 21.1-11; Mc 11.1-11; Lc 19.28-40)
12 No dia seguinte, a grande multidão que tinha vindo para a festa ouviu falar que Jesus estava 
chegando a Jerusalém.13 Pegaram ramos de palmeiras e saíram ao seu encontro, gritando:
“Hosana!1”
“Bendito é o que vem em nome do Senhor!”*
“Bendito é o Rei de Israel!”'
14 Jesus conseguiu um jumentinho e montou nele, como está escrito:
15 “Não tenha medo, ó cidadec de Sião; 
eis que o seu rei vem, 
montado num jumentinho”/j
16 A princípio seus discípulos não entenderam isso.k Só depois que Jesus foi glorificado,1 eles se 
lembraram de que essas coisas estavam escritas a respeito dele e lhe foram feitas.
17 A multidão que estava com ele,m quando mandara Lázaro sair do sepulcro e o ressuscitara dos 
mortos, continuou a espalhar o fato.18 Muitas pessoas, por terem ouvido falar que ele realizara tal sinal 
milagroso,n foram ao seu encontro.19 E assim os fariseus disseram uns aos outros: “Não conseguimos 
nada. Olhem como o mundo todo vai atrás dele!”0
Jesus é U ngido em B etânia (Mt 26.6-13; Mc 14.3-9)
1 2 .2 0 «Jo 7 .35 ; 
A í 1 1 .20 
1251 aMt 11.21; 
J 0 1 .4 4
Jesus Prediz sua M orte
20 Entre os que tinham ido adorar a Deus na festa da Páscoa, estavam alguns gregos.P21 Eles se 
aproximaram de Filipe, que era de Betsaida<í da Galileia, com um pedido: “Senhor, queremos ver 
Jesus”. 22 Filipe foi dizê-lo a André, e os dois juntos 0 disseram a Jesus.
a 12.3 Grego: 1 litra. A litra era uma medida de capacidade de cerca de um terço de litro. 
b 12.5 O denário era uma moeda de prata equivalente à diária de um trabalhador braçal. 
c 12.13 Expressão hebraica que significa “Salve!”, e que se tomou exclamação de louvor. 
d 12.13 SI 118.25,26. 
e 12.15 Grego: filha, 
f 12.15 Zc 9.9.
12.1 Para mais informações sobre Betânia, ver nota em Mt 21.17.
12.3 “Nardo” é tanto o nome de uma planta quanto o óleo perfumado 
que ela produz. Por ser exorbitantemente caro, o ato de devoção de 
Maria foi dispendioso — uma medida (473 ml) de nardo teria custado 
cerca de um ano do salário de um trabalhador diarista. Sua ação também 
foi incomum, porque ela derramou o óleo nos pés de Jesus (normalmen­
te era derramado sobre a cabeça) e usou os próprios cabelos para secá-los 
(uma mulher respeitável não desataria o cabelo em público).
12.4 Para mais informações sobre o nome Iscariotes, ver nota em Mc 3.19.
12.5 Era costume dos judeus presentear os pobres na noite de Páscoa.
12.7 O perfume estava normalmente associado com festividades, mas 
também era usado em sepultamentos. Para práticas de sepultamento no 
NT, ver nota em Mt 26.12; ver também “Práticas judaicas relativas ao 
sepultamento”, em Lc 9; e “Perfumes e óleos de unção”, em Jo 12.
12.12 Durante a Páscoa e a festa dos pães sem fermento, que durava 
uma semana, a população de Jerusalém aumentava de cerca de 50 mil 
para centènas de milhares.
12.13 Os ramos de palmeiras eram usados em celebrações de vitória (ver 
“Ramos de palmeira em Israel”, em Ap 7; sobre a expressão “Hosana!”, 
ver nota em Mt 21.9.
12.14 Ver “Um rei cavalgando em um jumento: significado político- 
-cultural no antigo Oriente Médio”, em Mt 21.
12.19 Para mais informações sobre os fariseus, ver nota em Mt 3.7 e 
Lc 5.17.
12.20 Os “gregos” provavelmente são homens “tementes a Deus”, atraí­
dos ao judaísmo por seu monoteísmo e moralidade, mas repelidos por 
seu nacionalismo e exigências como a circuncisão. Adoravam nas sinago­
gas, mas não se tomavam prosélitos convertidos (cf. nota em At 16.14).
12.21 Para mais informações sobre Betsaida, ver nota em Mc 8.22.
1 7 4 6 } OÃO 12. 23
23 Jesus respondeu: “Chegou a hora de ser glorificado o Filho do homem/ 24 Digo verdadeiramente 
que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer,s continuará ele só. Mas, se morrer, dará muito fruto.
25 Aquele que ama a sua vida a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo a con­
s e r v a i para a vida eterna.26 Quem me serve precisa seguir-me; e, onde estou, o meu servo também 
estará.u Aquele que me serve, meu Pai o honrará.
27 “Agora meu coração está perturbado,v e o que direi? Pai,w salva-me desta hora?x Não; eu vim 
exatamente para isto, para esta hora.28 Pai, glorifica o teu nome!”
12 .25 m 10 .39 ; 
M c 8 .35 ; Lc 14 .26
1 2 .2 6 uJo 14.3; 
17 .24 ; 2Co 5.8; 
1TS 4 .17
1 2 .2 7 vM t 26 .38 , 
39; J o 11 .33 ,38 ; 
13 .21 ; « M t 11 .25 ; 
xv. 2 3
1 2 .2 8 vM t 3.17
12.23 Uo 13.32;
17.1
1 2 .24 *1 0 )1 5 .3 6
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imfíÊÊÊsSi
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m m m
N O T A S H I S T Ó R I C A S E C U L T U R A I S
Prensa giratória de azeitonas
Preserving Bible Times; © dr. James C. Martin; usado com permissão do Museu Eretz Israel
JOÃO 12 Por diversas razões, os povos do 
mundo antigo estavam habituados a usar 
fragrâncias, perfumes e óleos de unção:
•J* Eies valorizavam os poderes presentes e 
sugestivos dos aromas. Os perfumes tinham 
função cosmética e funcionavam como afro- 
disíacos (e.g., Ct 1.12,13), mas havia também 
uma fórmula de perfume sagrado, de uso ex­
clusivo dos sacerdotes de Israel e para unção 
dos objetos do santuário (Éx 30.22-33).
❖ Os óleos serviam a um propósito higiêni­
co, antes da invenção do sabão e do xampu 
(e.g., ungia-se o couro cabeludo com óleos 
para combater os piolhos).
•5* Os óleos eram usados como remédio. 
Os médicos gregos faziam massagens nos
pacientes e nos atletas com óleo; Tiago 5.14 
recomenda ungir o doente com óleo.1
Os perfumes e espe­
ciarias eram usados com 
propósitos especiais, como 
para embalsamar os mortos 
(Jo 19.39,40)2
A maioria dos perfumes 
originava-se das plantas 
(e.g., olíbano — um tipo 
de incenso — , mirra, nar- 
do, açafrão, aloé e cálamo). 
Considerando que nenhu­
ma dessas especiarias e 
fragrâncias era natural da 
Terra Santa, tinham de ser
1V e r "D o e n ça s e m e d ic a m e n to s n o m u n d o a n t ig o " , 
e m Lc 4 . 2V e r "P rá tica s ju d a ic a s re la t iv a s ao se p u l- 
ta m e n to " , e m Lc 9. 3V e r "B a n h o " , e m 2S m 11.
Cesta de azeitonas
Preserving Bible Times; © dr. James C. Martin; usado com permissão do Museu Eretz Israel
Perfumes e óleos de unção
importadas da Arábia, do Irã, da índia e de 
outros lugares. Esses perfumes, portanto, 
eram muito caros, como sugere João 12.3-5.
A fonte primária de óleo era a oliveira, 
cultivada amplamente no mundo mediter- 
No período greco-romano, acrescen- 
tavam-se aos óleos as fragrâncias de narciso, 
canela, açafrão e outras plantas, e as pessoas se 
ungiam após o banho.3 As fragrâncias eram 
obtidas de várias formas, dependendo 
da natureza da planta (raiz, flores, secreção da 
casca de uma árvore etc.), mas quase sempre 
a matéria-prima era destilada ou de algum 
modo espremida ou prensada. A menção do 
NT a essas essências reflete algo dos valores 
da cultura da época.
JOÃO 13. 5 1747
1 2 .3 0 zJo 11 .42
1 2 .3 1 aJo 16 .11 ; 
b jo 14 .30 ; 16.11;
2C o 4.4 ; Ef 2.2; 
1Jo 4 .4 
1 2 .3 2 °v . 34; 
J o 3 .14 ; 8.28 ; 
<Uo 6 .4 4
1 2 .3 3 «Jo 18 .32
1 2 .3 4 fS1110 .4 ; 
Is 9 .7 ; Ez 37 .25 ;
Dn 7 .14 ; aM t 8.20; 
M o 3 .1 4 
1 2 .3 5 v . 46 ; 
iE f 5 .8 ; M J o 2.11 
1 2 . 3 6 'Lc 16 .8 ; 
"\Jo 8 .5 9
1 2 .3 7 "Jo 2.11
1 2 .3 8 °ls 53 .1 ; 
R m 1 0 .16
1 2 .4 0 Pis 6 .10 ; 
M t 1 3 .13 ,15
1 2 .4 1 Pis 6 .1 -4 ; 
rLc 2 4 .27 
1 2 .4 2 «v. 11; 
J o 7 .48 ; U o 7 .13 ; 
uJ o 9 .2 2 
1 2 .4 3 vJo 5 .4 4
1 2 .4 4 wM t 10 .40 ; 
J 0 5 .2 4
1 2 .4 5 *Jo 14 .9
1 2 .4 6 yJo 1 .4; 
3 .1 9 ;8 .1 2 ; 9 .5
1 2 .4 7 *Jo 3 .1 7
1 2 .4 8 aJo 5 .4 5
Então veio uma voz dos céus:V “Eu já o glorifiquei e o glorificarei novamente”. 29 A multidão que 
ali estava e a ouviu disse que tinha trovejado; outros disseram que um anjo lhe tinha falado.
30 Jesus disse: “Esta voz veio por causa de vocês2 e não por minhacausa.31 Chegou a hora de ser 
julgado este mundo;3 agora será expulso o príncipe deste mundo.b 32 Mas eu, quando for levantado 
da terra,c atrairei todos a mim”.d 33 Ele disse isso para indicar o tipo de morte que haveria de sofrer.e
34 A multidão falou: “A Lei nos ensina que o Cristo permanecerá para sempre;1 como podes dizer: 
‘O Filho do homems precisa ser levantado’?11 Quem é esse ‘Filho do homem’?”
35 Disse-lhes então Jesus: “Por mais um pouco de tempo a luz* estará entre vocês. Andem enquanto 
vocês têm a luzj para que as trevas não os surpreendam,k pois aquele que anda nas trevas não sabe 
para onde está indo.36 Creiam na luz enquanto vocês a têm, para que se tornem filhos da luz”.1 
Terminando de falar, Jesus saiu e ocultou-se deles.m
A Incredulidade dos Judeus
37 Mesmo depois que Jesus fez todos aqueles sinais milagrosos,0 não creram nele.38 Isso aconteceu 
para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que disse:
“Senhor, quem creu em nossa mensagem, 
e a quem foi revelado o braço do Senhor?”*0
39 Por esta razão eles não podiam crer, porque, como disse Isaías noutro lugar:
40 “Cegou os seus olhos
e endureceu-lhes o coração, 
para que não vejam com os olhos 
nem entendam com o coração, 
nem se convertam, e eu os cure”&.P
41 Isaías disse isso porque viu a glória de Jesus ^e falou sobre ele.r
42 Ainda assim, muitos líderes dos judeus creram nele.s Mas, por causa dos fariseus,1 não confessa­
vam a sua fé, com medo de serem expulsos da sinagoga;u 43 pois preferiam a aprovaçãoc dos homens 
do que a aprovação de Deus.v
44 Então Jesus disse em alta voz: “Quem crê em mim, não crê apenas em mim, mas naquele que 
me enviou.w 45 Quem me vê, vê aquele que me enviou.x 46 Eu vim ao mundo como luz,y para que todo 
aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.
47 “Se alguém ouve as minhas palavras e não lhes obedece, eu não o julgo. Pois não vim para julgar
o mundo, mas para salvá-lo.z 48 Há um juiz para quem me rejeita e não aceita as minhas palavras; a 
própria palavra que proferi o condenará3 no último dia.49 Pois não falei por mim mesmo, mas o Pai 
que me enviou me ordenoub o que dizer e o que falar. 50 Sei que o seu mandamento é a vida eterna. 
Portanto, o que eu digo é exatamente o que o Pai me mandou dizer”.
1 3 .1 cJo 11 .55 ; 
iJ o 12 .23 ; 
eJo 16 .28
1 3 .3 » M t2 8 .1 8 ; 
sJo 8 .42 ; 
16 .2 7 ,2 8 ,3 0
Jesus Lava os Pés dos Discípulos
1 O U m pouco antes da festa da Páscoa,c sabendo Jesus que havia chegado o tempod em que 
X J deixaria este mundo e iria para o Pai,e tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os 
até o fim.d
2 Estava sendo servido o jantar, e o Diabo já havia induzido Judas Iscariotes, filho de Simão, a 
trair Jesus.3 Jesus sabia que o Pai havia colocado todas as coisas debaixo do seu poder,f e que viera de 
DeusQ e estava voltando para Deus;4 assim, levantou-se da mesa, tirou sua capa e colocou uma toalha 
em volta da cintura. 5 Depois disso, derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos seus 
discípulos,h enxugando-os com a toalha que estava em sua cintura.
0 12.38 Is 53.1. 
b 12.40 Is 6.10. 
c 12.43 Grego: glória.
d 13.1 Ou mostrou-lhes então que os amava perfeitamente.
12.34 A “Lei” aqui parece significar as Escrituras do AT em geral (ver “O 
Antigo Testamento da igreja primitiva”, em 2Tm 3).
12.42 Muitos líderes judaicos criam em Jesus, entretanto permaneciam 
como seguidores secretos, por medo da excomunhão (ver nota em 9-22). 
Dois desses casos no evangelho são Nicodemos e José de Arimateia (ver 
3.12; 19.38,39).
13.1 Ver “A Páscoa”, em 2Cr 30.
13.5 As pessoas do tempo de Jesus caminhavam nas estradas empoeira- 
das calçadas apenas com sandálias, e os pés ficavam cobertos de sujeira. 
As regras de etiqueta exigiam que, quando um viajante entrasse numa 
casa como convidado, o anfitrião tomasse as providências para lhe lavar 
os pés. Essa tarefe desagradável era geralmente delegada ao criado mais 
humilde da casa (ver nota em 1.27).
J OÃO 13. 6
6 Chegou-se a Simão Pedro, que lhe disse: “Senhor, vais lavar os meus pés?”
7 Respondeu Jesus: “Você não compreende agora o que estou fazendo a você; mais tarde, porém, 
entenderá”.'
8 Disse Pedro: “Não; nunca lavarás os meus pés!”.
Jesus respondeu: “Se eu não os lavar, você não terá parte comigo”.
9 Respondeu Simão Pedro: “Então, Senhor, não apenas os meus pés, mas também as minhas mãos 
e a minha cabeça!”
10 Respondeu Jesus: “Quem já se banhou precisa apenas lavar os pés; todo o seu corpo está limpo. 
Vocês estão limpos,! mas nem todos”. 11 Pois ele sabia quem iria traí-lo e, por isso, disse que nem 
todos estavam limpos.
12 Quando terminou de lavar-lhes os pés, Jesus tomou a vestir sua capa e voltou ao seu lugar. Então 
lhes perguntou: “Vocês entendem o que fiz a vocês?13 Vocês me chamam ‘Mestre’k e ‘Senhor’,1 e com 
razão, pois eu o sou.14 Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei os seus pés, vocês também 
devem lavar os pés uns dos outros.m 15 Eu dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz."16 Digo ver­
dadeiramente que nenhum escravo é maior do que o seu senhor,0 como também nenhum mensageiro" é 
maior do que aquele que o enviou.17 Agora que vocês sabem estas coisas, felizes serão se as praticarem.P
Jesus Prediz que Será Traído (Mt26:17-30; Mc 14.12-26; Lc 22.7*23)
18 “Não estou me referindo a todos vocês;'! conheço os que escolhi/ Mas isto acontece para que se 
cumpra a Escritura: Aquele que partilhava do meu pãos voltou-se* contra mim6’.11
a 1 3 .1 6 Grego: apóstolo.
b 1 3 .1 8 Grego: levantou o calcanhar contra mim. SI 41.9.
1 3 .1 3 K Jo 1 1 .2 8 ; 
'L c 6 .46 ; 1C0.12.3; 
Fp 2.11
1 3 .1 4 n>1Pe 5 .5
1 3 .1 5 "M t 11 .29
1 3 .1 6 °M t 10 .24 ; 
Lc 6 .40 ; J o 15 .20
13 .1 7 PMt 7 .24 ,25 ; 
Lc 11 .28 ; Tg 1 .25
13 .1 8 ov. 10;
rJo 15 .16 ,19 ; 
sM t 26 .23 ; 
U O 6 .7 0 ; “SI 41 .9
13.10 O homem banhava-se antes de ir a uma festa (ver “Banho”, em 
2Sm 11). Quando chegasse, precisava apenas lavar os pés para ser consi­
derado limpo outra vez.
13.18 Comer páo com alguém era sinal de íntimo relacionamento.
. T E X T O S E A R T E F A T O S A N T I G O S
O T R I C L Í N I O
JOÃO 13 0 tridínio era a sala de jantar de 
uma casa romana. Alguns dos mais admirá­
veis exemplos de tridínio foram escavados 
em Pompeia, nas casas de Menandro, Pansa, 
Castor e Pólux e dos Cupidos Dourados.1 Nas 
habitações mais ricas, as paredes do tridínio 
eram adornadas com afrescos de cenas mi­
tológicas ou pastoris. A sala era localizada 
de tal forma que proporcionava uma visão 
do Jardim, criando um fundo cênico para a 
experiência gastronômica. Tinha a forma 
retangular e continha divãs compridos, dis­
postos ao longo de três de suas paredes, daí 
0 nome. A armação dos divãs normalmente 
era de madeira com adornos de bronze. Cor­
reias de couro cruzavam o fundo aberto da 
armação e serviam de apoio para as almofa­
das. Os comensais reclinavam-se sobre seu 
lado esquerdo, deixando a mão direita livre 
para pegar a comida da mesa baixa colocada 
no centro da sala.
0 jantar romano tradicional (convivium) 
envolvia nove convidados, com três pessoas 
em cada um dos três divãs organizados em 
três lados de um quadrado. 0 entreteni­
mento tomava lugar no espaço aberto. 
Considerando-se que cada divã servia a mais 
de um convidado, cada pessoa colocava a 
cabeça perto da mesa e direcionava o resto 
do corpo para trás. Os corpos então se sobre­
punham, e a cabeça de um participante fica­
va perto do peito do convidado ao lado (os 
pás eram direcionados para trás e para longe 
da mesa). Por essa razão, de acordo com o 
historiador Plínio, dizia-se que um comensal 
mentia "no peito" do outro. 0 historiador 
Lívio registra que um tipo de hierarquia 
caracterizava esse sistema de redinamento. 
A cabeça da pessoa inferior ficava perto do 
tronco da pessoa superior.
Nos tempos do NT,muitos judeus 
haviam adotado o estilo romano de jantar.2
0 registro da Última Ceia, em João 13, indi­
ca que Jesus e os discípulos seguiam uma 
versão modificada desse costume. A Última 
Ceia não foi uma refeição de convivium, mas 
a ceia da Páscoa, e a sala tinha de conter os
12 discípulos que faziam parte do círculo 
íntimo de Jesus.3 É óbvio que não havia 
nenhum entretenimento, assim é provável 
que quatro divãs tenham sido organizados 
ao redor de uma mesa central. Os 13 parti­
cipantes estavam reclinados enquanto co­
miam, e João estava reclinado contra o peito 
de Jesus, o qual ocupava naturalmente a 
posição de um superior. A posição de João, 
próximo de Jesus, indica que o discípulo era 
seu amigo mais íntimo, o que realmente 
está implícito na narrativa (v. 23).
'Ver "Pompeia”, em Rm 13. 2Ver "Refeições judaicas e hábitos alimentares", em Mt 9. 3Ver "A Última Ceia e a Páscoa", em M t 26.
JOÃO 14 . 1 4 1 7 4 9
13.19«Jo 14.29 ; 
16 .4 »Jo 8.24;
13.20 «Mt 10 .40 ;
Lc 10 .16
13.21 »Jo 12 .27 ; 
*M t 26.21
13.23 «Jo 19 .26 ; 
2 0 .2 ; 2 1 .7 ,2 0
13.25 M o 21 .20
13.27'L c 22 .3
1 3 .2 9 "Jo 12.6
13.30 "Lc 22 .53
13.31 fJo 7.39 ; 
U o 14 .13 ; 17.4;
1 Pe 4.11
13.32 M o 17.1 
13.33 Uo 7 .3 3 ,3 4
13.3411 Jo 2 .7 -11 ;
3 . 1 1 ; t v 1 9 .1 8 ; 
1T S 4 .9 ; 1Pe 1.22; 
Uo 15 .12 ; Ef 5 .2 ;
1 Jo 4.10,11 
13.35 m1 Jo 3.14; 
4 .20 
13.36 " * .3 3 ; 
Jo 1 4 .2 ; «Jo 21 .18 , 
19 ; 2Pe 1 .14 
13.38 PJo 1 8 .27
14.1 iv . 27 
14.2 Uo 13 .33 ,36
14.3 M o 1 2 .26
1 4 .5 U o 1 1 .1 6
1 4 .6 "J o 10.9;
vJo 1 1 .25 
1 4 .7 » J o 8 .1 9
14.9 " J 0 12.45 ; 
Cl 1 .15 ; H b 1 .3 
14.10 »Jo 10 .38 ; 
M o 5 .19
14.11 M o 5.36; 
10.38
14.12 »M t 21 .21 ; 
"Lc 10 .17
14.13 "M t 7 ,7
19 “Estou dizendo antes que aconteça, a fim de que, quando acontecer, vocês creiamv que Eu Sou“.w
20 Eu garanto: Quem receber aquele que eu enviar estará me recebendo; e quem me recebe recebe 
aquele que me enviou”.*
21 Depois de dizer isso, Jesus perturbou-se em espírito'' e declarou: “Digo que certamente um de 
vocês me trairá”.2
22 Seus discípulos olharam uns para os outros, sem saber a quem ele se referia.23 Um deles, o discí­
pulo a quem Jesus amava,a estava reclinado ao lado dele.24 Simão Pedro fez sinais para esse discípulo, 
como a dizer: “Pergunte-lhe a quem ele está se referindo”.
25 Inclinando-se esse discípulo para Jesus, perguntou-lhe: “Senhor, quem é?”b
26 Respondeu Jesus: “Aquele a quem eu der este pedaço de pão molhado no prato”. Então, mo­
lhando o pedaço de pão, deu-o a Judas Iscariotes, filho de Simão. 27 Tão logo Judas comeu o pão, 
Satanás entrou nele.c “O que você está para fazer, faça depressa”, disse-lhe Jesus. 28 Mas ninguém à 
mesa entendeu por que Jesus lhe disse isso.29 Visto que Judas era o encarregado do dinheiro,d alguns 
pensaram que Jesus estava lhe dizendo que comprasse o necessário para a festa, ou que desse algo aos 
pobres.30 Assim que comeu o pão, Judas saiu. E era noite.e
Jesus Prediz que Pedro o Negará (Mt 26.31-35; Mc 14.27-31; Lc 22.31-34)
31 Depois que Judas saiu, Jesus disse: “Agora o Filho do homem é glorificado,f e Deus é glorificado 
nele.s32 Se Deus é glorificado nele,11 Deus também glorificará o Filho nele mesmo,h e o glorificará em breve.
33 “Meus filhinhos, vou estar com vocês apenas mais um pouco. Vocês procurarão por mim e, 
como eu disse aos judeus, agora digó à vocês: Para onde eu vou, vocês não podem ir.1
34 “Um novo mandamentoi dou a vocês: Amem-se uns aos outros.k Como eu os amei, vocês 
devem amar-se uns aos outros.135 Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se 
amarem uns aos outros”.m
36 Simão Pedro lhe perguntou: “Senhor, para onde vais?”
Jesus respondeu: “Para onde vou, vocês não podem seguir-me agora," mas me seguirão mais tarde”.0
37 Pedro perguntou: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Darei a minha vida por ti!”
38 Então Jesus respondeu: “Você dará a vida por mim? Asseguro que, antes que o galo cante, você 
me negará três vezeslP
Jesus Fortalece os seus Discipulos
M“Não se perturbe o coração de vocês.Q Creiam em Deus;c creiam também em mim. 2 Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu teria dito a vocês. Vour preparar lu­
gar para vocês.1* 3 E, quando eu for e preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês 
estejam onde eu estiver.8 4 Vocês conhecem o caminho para onde vou”.
Jesus, o Caminho para o Pai
5 Disse-lhe Tomé:4 “Senhor, não sabemos para onde vais; como então podemos saber o caminho?”
6 Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho,u a verdade e a vida.v Ninguém vem ao Pai, a não ser por 
mim. 7 Se vocês realmente me conhecessem, conheceriam1' também o meu Pai.w Já agora vocês o 
conhecem e o têm visto”.
8 Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”.
9 Jesus respondeu: “Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês duran­
te tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai.x Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’? 10 Você não crê que 
eu estou no Pai e que o Pai está em mim?v As palavras que eu digo não são apenas minhas.2 Ao contrá­
rio, o Pai, que vive em mim, está realizando a sua obra.11 Creiam em mim quando digo que estou no 
Pai e que o Pai está em mim; ou pelo menos creiam por causa das mesmas obras.3 12 Digo a verdade: 
Aquele que crêb em mim fará também as obras que tenho realizado.0 Fará coisas ainda maiores do 
que estas, porque eu estou indo para o Pai.13 E eu farei o que vocês pediremd em meu nome, para que
o Pai seja glorificado no Filho.14 O que vocês pedirem em meu nome, eu farei.
0 13.19 Uma referência ao nome de Deus. 
b 13.32 Vários manuscritos não trazem Se Deus églorificado nele. 
c 14.1 Ou Vocês creem em Deus.
d 14.2 Ou não teria eu dito a vocês que vou preparar lugar para vocês?. 
e 14.7 Alguns manuscritos dizem me têm conhecido, conhecerão.
13.23 Para um jantar, os convidados reclinavâm-se em divãs, apoiando- 13.26 Ver nota em Mt 26.23. 
-se no cotovelo esquerdo, com a cabeça em direção à mesa (ver “Refei­
ções judaicas e hábitos alimentares”, em Mt 9; e “O triclínio”, em Jo 13).
1 7 5 0 J OÃO 14 . 15
Jesus Promete o Espírito Santo
15“Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos®16E eu pedirei ao Pai, e ele dará a 
vocês outro Conselheirof para estar com vocês para sempre,17 o Espírito da verdade.s O mundo não 
pode recebê-lo,h porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e 
estará0 em vocês,18 Não os deixarei órfãos; voltarei para vocês.119 Dentro de pouco tempo o mundo 
não me verá mais; vocês, porém, me verãoJ Porque eu vivo, vocês também viverão.k 20 Naquele dia, 
compreenderão que estou em meu Pai,1 vocês em mim, e eu em vocês. 21 Quem tem os meus man­
damentos e lhes obedece, esse é o que me ama.m Aquele que me ama será amado por meu Pai,n e eu 
também o amarei e me revelarei a ele”.
22 Disse então Judas0 (não o Iscariotes); “Senhor, mas por que te revelarás a nós e não ao mundo?”P
23 Respondeu Jesus: “Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra.'! Meu Pai o amará, nós vire­
mos a ele e faremos morada nele.r 24 Aquele que não me ama não obedece às minhas palavras. Estas 
palavras que vocês estão ouvindo não são minhas; são de meu Pai que me enviou.®
23 “Tudo isso tenho dito enquanto ainda estou com vocês.26 Mas o Conselheiro,4 o Espírito Santo, 
que o Pai enviará em meu nome,u ensinará a vocês todas as coisasv e fará vocês lembrarem tudo o que 
eu disse.w 27 Deixo a paz a vocês; a minha paz dou a vocês.x Não a dou como o mundo a dá. Não se 
perturbe o seu coração, nem tenham medo.
28 “Vocês me ouviram dizer: Vou, mas volto para vocês.» Se vocês me amassem, ficariam contentes 
porque vou para o Pai,z pois o Pai é maior do que eu.a 29 Isso eu digo agora, antes que aconteça, para 
que, quando acontecer, vocês creiam.b 30 Já não falareimuito, pois o príncipe deste mundoc está vindo. 
Ele não tem nenhum direito sobre m im .31 Todavia é preciso que o mundo saiba que eu amo o Pai e 
que faço o que meu Pai me ordenou.d Levantem-se, vamo-nos daqui!
A Videira e os Ramos
1 H “Eu sou a videira verdadeira,e e meu Pai é o agricultor. 2 Todo ramo que, estando em mim, 
X 3 não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda*1, para que dê mais fruto ainda.3 Vocês já 
estão limpos, pela palavra que tenho falado.14 Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês.e 
Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira. Vocês também não 
podem dar fruto se não permanecerem em mim.
5 “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito 
fruto;*1 pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma. 6 Se alguém não permanecer em mim, 
será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados.1
7 Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que 
quiserem, e será concedido.) 8 Meu Pai é glorifkadok pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim 
serão meus discípulos.1
9 “Como o Pai me amou,m assim eu os amei; permaneçam no meu am or.10 Se vocês obedecerem 
aos meus mandamentos," permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamen­
tos de meu Pai e em seu amor permaneço.11 Tenho dito estas palavras para que a minha alegria esteja 
em vocês e a alegria de vocês seja completa.0 12 0 meu mandamento é este: Amem-se uns aos outros 
como eu os amei.P13 Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.i
14 Vocês serão meus amigos/ se fizerem o que eu ordeno.8 15 Já não os chamo servos, porque o servo 
não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi 
de meu Pai eu tornei conhecido a vocês.*16 Vocês não me escolheram, mas eu os escolhiu para irem e 
darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai conceda a vocês o que pedirem em meu nome.
17 Este é o meu mandamento: Amem-se uns aos outros.v
14.15 <v. 21 ,23 ;
Jo 15 .1 0 ; 1Jo 5 .3
1 4 .1 6 'J 0 15.26; 
16.7
14.17QJ015.26; 
16 .13 ; 1Jo 4 .6;
»1 Co 2 .1 4 
14.18 V. 3 ,28 
14.19'Jo 7 .33 ,34 ; 
16 .16 ; M o 6 .57
14.20 Uo 10 .38
14.21 » 1 J o 5 .3; 
«1Ü 02.5
14.22 »LC 6 .16 ;
A t 1.13 ; PAt 10.41
14.23 V . 15; 
r1 J o 2 .2 4 ;A p 3 .2 Q
14.24 sJ o 7 .1 6
14.26 U o 15 .26 ; 
16 .7 ; «At 2.33; 
«J016.13;
1 Jo 2 .20 ,27 ;
« Jo 2 .22
14 .2 7 xJo 16 .33 ; 
Fp 4 .7 ; Cl 3 .15
1 4 .2 8 w . 2 -4 ,1 8 ; 
zJo 5 .18 ;
U o 1 0 .29 ; Fp 2 .6
1 4 .2 9 U o 13 .19 ; 
16.4
14 . 3 0 U o 12.31
1 4 .3 1 dJo 10 .18 ; 
12 .49
15.1 «Is 5 .1 -7
15 .3 U o 13 .10 ; 
17 .17 ; Ef 5.26
15.4 sJo 6 .56 ; 
1 Jo 2 .6
1 5 .5 ty . 16
1 5 .6 *v. 2
1 5 .8 m 5.16; 
•Jo 8.31
1 5 .9 <Uo 17 .23 , 
2 4 ,26
1 5 .1 0 "Jo 14 .15
1 5 .1 1 °Jo 17 .13
1 5 .1 2 PJo 13 .34
1 5 .1 3 U o 10.11: 
Rm 5 .7 ,8 
1 5 . 1 4 1 c 12.4; 
sM t 12 .50
1 5 .1 5 «Jo 8 .26
1 5 .1 6 U o 6.70 ; 
13 .18
O M undo Odeia os Discípulos
18 “Se o mundo os odeia,w tenham em mente que antes me odiou.19 Se vocês pertencessem ao 
mundo, ele os amaria como se fossem dele. Todavia, vocês não são do mundo, mas eu os escolhi,x
a 14.17 Alguns manuscritos dizem está.
b 15.2 0 termo grego traduzido como poda também significa limpa.
1 5 .1 8 w1 Jo 3 .13
1 5 .1 9 *v. 16; 
yJo 17 .14
1 4 .1 6 “Conselheiro” significa “auxiliador” ou “advogado”. É um ter­
mo legal, cujo significado é mais amplo que “conselho para defesa”, 
referindo-se, em vez disso, a qualquer pessoa que ajudasse alguém em 
dificuldade com a lei.
1 4 .2 6 Sobre o Conselheiro, ver nota no versículo 16.
1 5 .1 5 Um servo era apenas um agente, fazendo algo ordenado por seu 
mestre, em geral sem entender o propósito, mas Jesus tratava seus amigos 
numa base de confiança mútua.
1 5 .1 6 Os discípulos geralmente escolhiam o rabino particular a quem 
desejavam estar ligados, mas náo era o caso dos discípulos de Jesus: ele 
os escolheu.
F O N T E S 
E X T R A B Í B L I C A S A C E R C A 
DO J ES US H I S T Ó R I C O
JOÃ015 Os leitores cristãos sempre desejaram saber se há referên­
cias a Jesus fora do NT. Embora alguns inimigos do cristianismo re­
jeitem o NT, afirmando que existe pouca ou nenhuma evidência real 
de que Jesus tenha vivido em alguma época, existem, na realidade, 
confirmações em fontes judaicas e romanas. Alguns textos rabínicos 
sobreviveram, e também uma passagem importante do antigo his­
toriador judaico Flávio Josefo.
Um texto rabínico do Talmude babilônio é especialmente 
significativo. Essa passagem, denominada Sinédrio 43a, afirma que 
Jesus foi "pendurado" na véspera da Páscoa por ser feiticeiro e in­
citar o povo à apostasia, mas que, antes de sua execução, os líderes 
judaicos aguardaram quarenta dias para que alguém apresentasse 
evidências em sua defesa. Isso contradiz o registro do NT, mas afirma 
a existência de Jesus, sua condenação pelos líderes judaicos e a exe­
cução no período da Páscoa.
Um texto de Josefo, conhecido como o Testimonium Flavianum, 
é encontrado na obra Antiguidades judaicas (18.63-64; essa obra foi 
concluída em 93 d.C., cerca de sessenta anos após a crucificação de 
Jesus). Descrevendo os dias de Pôncio Pilatos, declara:
Nesse momento Jesus, um homem sábio (se for apropriado 
chamá-lo de um homem), apareceu. Pois ele era autor de feitos 
incríveis, mestre de homens que com alegria recebiam a verdade 
e atraiu para si muitos judeus — e muitos gregos, também. 
Esse homem era o Cristo. E, quando Pilatos o executou pela 
incitação dos principais líderes entre nós, aqueles que o tinham 
amado primeiro não se renderam. Porque ele apareceu nova­
mente a eles, vivo, no terceiro dia (os profetas divinos haviam 
falado a respeito dele, dessa e de outras incontáveis maravilhas).
E, até este dia, a tribo dos "cristãos" (nomeada depois dele) não 
desapareceu.
A controvérsia cerca o Testimonium por causa de seu tom con­
fessional, o que leva alguns estudiosos a argumentar que se trata da 
interpolação de um escritor cristão posterior. No entanto, na mesma 
obra (20.200), Josefo descreve o martírio de Tiago, a quem ele sim­
plesmente identifica como "o irmão de Jesus, chamado Cristo". Uma 
referência como essa a respeito de Jesus indica que ele percebia que 
Jesus dispensava apresentações ou que o próprio Josefo já o havia 
apresentado ao leitor.
Há várias referências a cristãos e indiretamente a Jesus na litera­
tura romana. Duas são particularmente importantes:
•J* Suetônio, em Cláudio (25.4), na obra A vida dos doze césares 
(ca. 120 d.C.), descreve perturbações de ordem pública entre os ju­
deus em Roma, durante o reinado de Cláudio, em 49 d.C. Declara
Uma videira com seus ramos
© d r. James C. Martin
que essas perturbações foram instigadas por "Chrestus" (Cresto), que 
muitos estudiosos entendem ser uma versão adulterada de "Cristo". 
As autoridades romanas, em 49 d.C., poderiam facilmente ter enten­
dido mal a causa das revoltas judaicas em sua cidade. Se os judeus 
tivessem se revoltado por causa da presença de cristãos entre eles, os 
romanos, que procuravam entender a confusão, podem ter chegado 
à conclusão de que alguém chamado Chrestus estava no centro do 
conflito. As autoridades locais de Roma, nessa fase antiga da história 
cristã, teriam pouco conhecimento da nova religião ou do grau de dis­
córdia que ela havia criado entre os judeus. É importante perceber
o fato de que essa expulsão dos judeus de Roma também é mencio­
nada em Atos 18.2.
O historiador romano Tácito, escrevendo em por volta de 115 
d.C., menciona os cristãos nos Anais (15.44). Embora considerasse o 
cristianismo uma superstição, deixa claro que Nero havia incrimina­
do os cristãos injustamente, fazendo deles bodes expiatóriospara os 
incêndios de Roma, em 64 d.C.' Sobre o termo "cristão", ele declara: 
"0 autor deste nome, Cristo, sofreu a punição final pelas mãos do pro­
curador Pôncio Pilatos, durante o governo de Tibério". 0 NT também 
indica que Jesus foi crucificado durante o reinado de Tibério (14 a 37
d.C.).2
Pondo a questão em perspectiva, é importante perceber que é 
escassa a evidência de qualquer espécie no mundo antigo em geral. 
Muitas pessoas e muitos episódios da história antiga seriam desco­
nhecidos de nós, não fosse alguma menção num único documento 
ou inscrição, e existem lacunas significativas em nosso conhecimen­
to. Considerados todos os aspectos, pode-se dizer que a evidência do 
Jesus histórico em fontes antigas, além do NT e da Igreja, é ampla.
’Ver "Nero, o perseguidor dos cristãos", em Fp 4. 2Ver "Tibério César, o imperador durante o ministério de Jesus", em Lc 20.
1 7 5 2 J OÃO 15 . 20
tirando-os do mundo; por isso o mundo os odeia.y20 Lembrem-se das palavras que eu disse: Nenhum 
escravo é maior do que o seu senhor.*2 Se me perseguiram, também perseguirão vocês.3 Se obede­
ceram à minha palavra, também obedecerão à de vocês. 21 Tratarão assim vocês por causa do meu 
nome,b pois não conhecem aquele que me enviou.0 22 Se eu não tivesse vindo e falado a vocês, não 
seriam culpados de pecado. Agora, contudo, eles não têm desculpa para o seu pecado.d 23 Aquele que 
me odeia, também odeia o meu Pai.24 Se eu não tivesse realizado no meio deles obras que ninguém 
mais fez,e eles não seriam culpados de pecado. Mas agora eles as viram e odiaram a mim e a meu 
Pai.25 Mas isto aconteceu para se cumprir o que está escrito na Lei deles: ‘Odiaram-me sem razão’è.f
26 “Quando vier o Conselheiro,9 que eu enviarei a vocês da parte do Pai,h o Espírito da verdade' 
que provém do Pai, ele testemunhará a meu respeito j 27 E vocês também testemunharão,k pois estão 
comigo desde o princípio.1
1 “Eu tenho dito tudo issom para que vocês não venham a tropeçar.n 2 Vocês serão expulsos das 
-L U sinagogas;0 de fato, virá o tempo quando quem os matar pensará que está prestando culto a 
Deus.P3 Farão essas coisas porque não conheceram nem o Pai, nem a mim.q4 Estou dizendo isto 
para que, quando chegar a hora, lembrem-ser de que eu os avisei. Não disse isso a vocês no princí­
pio, porque eu estava com vocês.
15.20 zJo 13.16;
a2Tm 3.12
1 5 .2 1 bM t 10 .22 ; 
cJo 16 .3
1 5 .2 2 “ Jo 9.41 ; 
Rm 1 .20
1 5 .2 5 * 8 1 35.19 ; 
6 9 .4
1 5 .2 6 9 jo 14 .16 ; 
hJo 14 .26 ; 'Jo 
14 .17 ; i1 Jo 5 .7
1 5 .2 7 t c 24 .48 ; 
1Jo 1.2; 4 .14 ;
'Lc 1 .2
1 6 .1 mJ o 15 .1 8 - 
27 ; nM t 11 .6
1 6 .2 °Jo 9.22; 
pIs 6 6 .5 ;
A t 26 .9 ,1 0 ; A p 6 .9
1 6 .3 qJo 15.21; 
17 .25 ; U o 3.1
1 6 .4 rJo 13 .19
A Obra do Espírito Santo
5 “Agora que vou para aquele que me enviou,s nenhum de vocês me pergunta: ‘Para onde vais?*1
6 Porque falei estas coisas, o coração de vocês encheu-se de tristeza.7 Mas eu afirmo que é para o bem 
de vocês que eu vou. Se eu não for, o Conselheirou não virá para vocês; mas, se eu for, eu o enviarei.v
8 Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. 9 Do pecado,w porque os 
homens não creem em m im ;10 da justiça,x porque vou para o Pai, e vocês não me verão m ais;11 e do 
juízo, porque o príncipe deste mundov já está condenado.
12 “Tenho ainda muito que dizer, mas vocês não o podem suportar agora.213 Mas, quando o Espírito 
da verdade3 vier, ele os guiará a toda a verdade.b Não falará de si mesmo; falará apenas o que ouvir, e 
anunciará a vocês o que está por v ir .14 Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e o tornará 
conhecido a vocês.15 Tudo o que pertence ao Pai é meu.° Por isso eu disse que o Espírito receberá do 
que é meu e o tornará conhecido a vocês.
16 “Mais um poucod e já não me verão; um pouco mais, e me verão de novo”.e
A Tristeza dos Discípulos Será Transformada em Alegria
17 Alguns dos seus discípulos disseram uns aos outros: “O que ele quer dizer com isso: ‘Mais 
um pouco e não me verão’; e ‘um pouco mais e me verão de novo’,f e ‘porque vou para o Pai’?”9
18 E perguntavam: “Que quer dizer ‘um pouco mais’? Não entendemos o que ele está dizendo”.
19 Jesus percebeu que desejavam interrogá-lo a respeito disso, pelo que lhes disse: “Vocês estão per­
guntando uns aos outros o que eu quis dizer quando falei: Mais um pouco e não me verão; um pouco 
mais e me verão de novo?20 Digo que certamente vocês chorarão e se lamentarão,h mas o mundo se 
alegrará. Vocês se entristecerão, mas a tristeza de vocês se transformará em alegria.'21A mulher que está 
dando à luz sente dores,i porque chegou a sua hora; mas, quando o bebê nasce, ela esquece a angústia, 
por causa da alegria de ter vindo ao mundo.22 Assim acontece com vocês: agora é hora de tristeza para 
vocês,k mas eu os verei outra vez,1 e vocês se alegrarão, e ninguém tirará essa alegria de vocês.23 Naquele 
dia, vocês não me perguntarão mais nada. Eu asseguro que meu Pai dará a vocês tudo o que pedirem 
em meu nome.m 24 Até agora vocês não pediram nada em meu nome. Peçam e receberão, para que a 
alegria de vocês seja completa.0
25 “Embora eu tenha falado por meio de figuras,0 vem a horaP em que não usarei mais esse tipo 
de linguagem, mas falarei abertamente a respeito de meu Pai. 26 Nesse dia, vocês pedirão em meu 
nome.^ Não digo que pedirei ao Pai em favor de vocês,27 pois o próprio Pai os ama, porquanto vocês
° 15.20 Jo 13.16. 
b 15.25 SI 35.19; 69.4.
1 6 .5 sJ o 7.33;
U o 13 .36 ; 14.5 
1 6 .7 “Jo 14 .16 ,26 ; 
15 .26 ; vJo 7 .3 9
1 6 .1 0 *A t 3.14; 
7.52 ; 1Pe 3 .18
1 6 .1 1 yJo 12.31
1 6 .1 2 *M c 4 .33
1 6 .1 3 aJo 14 .17 ; 
bJo 14 .26
1 6 .1 6 «Jo 7.33 ; 
eJo 1 4 .1 8 -2 4
1 6 .1 7 V . 1 6 ; s v .5
1 6 .2 0 hLc 23 .27 ; 
Uo 20 .20
1 6 .2 1 ils 26 .17 ; 
1Ts 5 .3
1 6 .2 2 ty . 6; V. 16
1 6 .2 3 mM t 7 .7; 
Jo 15 .16
1 6 .2 4 "J o 3.29 ; 
15.11
1 6 .2 5 °M t 13 .34 ; 
Jo 10.6; p v .2
1 6 .2 6 <iv. 2 3 ,24
1 6 .2 7 rJ o 1 4 .21 ,23
15.21 Para mais informações sobre o “nome”, ver nota em Jr 16.21.
15.25 Sobre a “Lei”, ver nota em 12.34.
15.26 Sobre o Conselheiro, ver nota em 14.16.
16.2 Sobre a frase: “Vocês serão expulsos da sinagoga”, ver nota em 9.22.
16.20 “Chorar” é aqui o verbo que indica lamentação em voz alta, como 
em 11.33 (ver nota ali), que denota tristeza profunda e sua expressão 
externa.
16.23,26 Para mais informações sobre o “nome”, ver nota em Jr 16.21.
JOÃO 1 7 . 26 1 7 5 3
16.28 Mo 13.3
1 6 2 9 «V. 2 5
1 6 .3 2 uv. 2 ,25 ; 
*M l 26 .31 ; 
«Jo 8 .1 6 ,2 9
1 6 .3 3 xJo 14 .27 ;
yJo 15 .1 8 -2 1 ; 
f l m 8 .37 ; 1 Jo 4 .4
1 7 .1 M o 11 .41 ; 
M o 12 .23 ; 
1 3 .31 ,32 
1 7 2 cv. 6 ,9 ,24 ; 
Dn 7 .14 ; 
Jo 6 .3 7 ,3 9 
1 7 .3 <V. 8 ,18 ,21 , 
23 ,2 5 ; Jo 3 .1 7 
1 7 .4 M o 13 .31 ; 
fJo 4 .3 4 
1 7 .5 9Fp 2 .6; 
M o 1 .2
1 7 .6 v . 2 6 ; iv . 2; 
Jo 6 .37 ,39
1 7 .8 14 ,26 ; 
'Jo 16 .27 ; " v .
3 ,1 8 ,2 1 ,2 3 ,2 5 ;
J o 3 .1 7
1 7 .9 "L c 2 2 .3 2
1 7 .1 0 M o 1 6 .15
1 7 .1 1 pJ o 13.1; 
M o 7 .3 3 ; «V. 2 1 -
23 ; M o 1 0 .30
1 7 .1 2 U o 6 .39 ; 
M o 6 .7 0
1 7 .1 3 M o 3 .2 9
1 7 .1 4 " J o 15 .19 ; 
M o 8 .23 
1 7 .1 5 yM t 5 .37
1 7 .1 6 *v. 14
1 7 .1 7 M o 1 5 .3 
1 7 .1 8 ty . 3 ,8 ,21 , 
2 3 ,2 5 ; M o 20.21
1 7 .2 1 M o 10 .38 ; 
•v. 3 ,8 ,1 8 ,2 3 ,2 5 ;
J0 3 .1 7
1 7 .2 2 «Jo 1 4 .2 0
1 7 .2 3 M o 3 .17 ; 
M o 1 6 .2 7
1 7 2 4 'J o 12 .26 ; 
U o 1 .14 ; *v . 5 ; 
M t 25 .3 4 
1 7 .2 5 U o 15 .21 ; 
1 6 .3 ; " v . 
3 ,8 ,1 8 ,2 1 ,2 3 ; 
Jo 3 .17 ; 7.29 ; 
16 .27 
1 7 .2 6 "v . 6; 
M o 15 .9
me amaramr e creram que eu vim de Deus.28 Eu vim do Pai e entrei no mundo; agora deixo o mundo 
e volto para o Pai”.s
29 Então os discípulos de Jesus disseram: “Agora estásfalando claramente, e não por figuras.1
30 Agora podemos perceber que sabes todas as coisas e nem precisas que te façam perguntas. Por isso 
cremos que vieste de Deus”.
31 Respondeu Jesus: “Agora vocês creem?32 Aproxima-se a hora,u e já chegou, quando vocês serão 
espalhadosv cada um para a sua casa. Vocês me deixarão sozinho. Mas eu não estou sozinho, pois 
meu Pai está comigo.w
33 “Eu disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz.x Neste mundo vocês terão aflições;V 
contudo, tenham ânimo! Eu venci2 o mundo”.
Jesus Ora p o r si mesmo
^ ^ D ep ois de dizer isso, Jesus olhou para o céua e orou:
“Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique.b 2 Pois lhe deste auto­
ridade sobre toda a humanidade0, para que conceda a vida eterna a todos os que lhe deste.c 3 Esta 
é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.d
4 Eu te glorifiqueie na terra, completando a obra que me deste para fazer.f 5 E agora, Pai, glorifica- 
-me junto a ti, com a glória que eu tinha contigo9 antes que o mundo existisse.h
Jesus Ora p o r seus Discípulos
6 “Eu revelei teu nome' àqueles que do mundo me deste.i Eles eram teus; tu os deste a mim, 
e eles têm obedecido à tua palavra.7 Agora eles sabem que tudo o que me deste vem de ti .8 Pois 
eu lhes transmiti as palavras que me deste,k e eles as aceitaram. Eles reconheceram de fato que 
vim de ti1 e creram que me enviaste."1 9 Eu rogo por eles.n Não estou rogando pelo mundo, mas por 
aqueles que me deste, pois são teus.10 Tudo o que tenho é teu, e tudo o que tens é meu.0 E eu tenho 
sido glorificado por meio deles.11 Não ficarei mais no mundo, mas eles ainda estão no mundo,P 
e eu vou para ti.q Pai santo, protege-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um/ 
assim como somos um.s 12 Enquanto estava com eles, eu os protegi e os guardei no nome que me 
deste. Nenhum deles se perdeu/ a não ser aquele que estava destinado à perdiçãofc,u para que se 
cumprisse a Escritura.
13 “Agora vou para ti, mas digo estas coisas enquanto ainda estou no mundo, para que eles 
tenham a plenitude da minha alegria.v 14 Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou,w pois eles 
não são do mundo, como eu também não sou.x 15 Não rogo que os tires do mundo, mas que os 
protejas do Maligno.v16 Eles não são do mundo, como eu também não sou.z 17 Santifica-os 
na verdade; a tua palavra é a verdade.3 18 Assim como me enviaste ao mundo,b eu os enviei ao 
mundo.c 19 Em favor deles eu me santifico, para que também eles sejam santificados pela verdade.
Jesus Ora por Todos os Crentes
20 “Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por 
meio da mensagem deles,21 para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti.d 
Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.e 22 Dei-lhes a glória 
que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um:f 23 eu neles e tu em mim. Que eles 
sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste,9 e os amasteh como 
igualmente me amaste.
24 “Pai, quero que os que me deste estejam comigo onde eu estou' e vejam a minha glória,! a 
glória que me deste porque me amaste antes da criação do mundo.k
25 “Pai justo, embora o mundo não te conheça,1 eu te conheço, e estes sabem que me enviaste.m
26 Eu os fiz conhecer o teu nomen e continuarei a fazê-lo, a fim de que o amor que tens por mim 
esteja neles,0 e eu neles esteja”.
a 17.2 Grego: carne.
b 1 7 .1 2 Grego: a não ser o filho da perdição.
17.1 A postura habitual na oração era olhar para cima, para o céu, em­
bora às vezes Jesus se prostrasse (ver Mt 26.39).
1 7 5 4 JOÃO 18.1
1 Q Tendo terminado de orar, Jesus saiu com os seus discípulos e atravessou o vale do Cedrom.P 
-L O D o outro lado havia um olival,11 onde entrou com eles.r
2 Ora, Judas, o traidor, conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se reunira ali com os seus 
discípulos®3 Então Judas foi para o olival, levando* consigo um destacamento de soldados e alguns 
guardas enviados pelos chefes dos sacerdotes e fariseus,u levando tochas, lanternas e armas.
4 Jesus, sabendo tudo o que lhe ia acontecer,v saiu e lhes perguntou: “A quem vocês estão 
procurando?”w
5 “A Jesus de Nazaré”, responderam eles.
“Sou eu”, disse Jesus.
(E Judas, o traidor, estava com eles.)6 Quando Jesus disse: “Sou eu”, eles recuaram e caíram por terra.
7 Novamente lhes perguntou: “A quem procuram?”1*
E eles disseram: “A Jesus de Nazaré”.
8 Respondeu Jesus: “Já disse a vocês que sou eu. Se vocês estão me procurando, deixem ir embora 
estes homens”. 9 Isso aconteceu para que se cumprissem as palavras que ele dissera: “Não perdi 
nenhum dos que me deste”'I.v
10 Simão Pedro, que trazia uma espada, tirou-a e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe 
a orelha direita. (O nome daquele servo era Malco.)
11 Jesus, porém, ordenou a Pedro: “Guarde a espada! Acaso não haverei de beber o cálice2 que o 
Pai me deu?”
J e s u s é P r e s o (Mt 26.47-56; Mc 14.43-50; Lc 22.47-53)
1 8 .2 sL c 2 1 .3 7 ;
2 2 .3 9
1 8 .3 W 1.16;
"V.12
1 8 .4 >Jo 6.64 ; 
13 .1 ,11 ; »v. 7
18.1 P2Sm 15.23;
«v. 26; * 2 6 . 3 6
Jesus é Levado a Anás
12 Assim, o destacamento de soldados com o seu comandante e os guardas dos judeus3 prenderam 
Jesus. Amarraram-no13 e o levaram primeiramente a Anás, que era sogro de Caifás,b o sumo sacerdote 
naquele ano.14 Caifás era quem tinha dito aos judeus que seria bom que um homem morresse pelo povo.0
Pedro Nega Jesus (Mt 26.69,70; Mc 14.66-68; Lc 22.54-57)
15 Simão Pedro e outro discípulo estavam seguindo Jesus. Por ser conhecido do sumo sacerdote,d 
este discípulo entrou com Jesus no pátio da casa do sumo sacerdote,e 16 mas Pedro teve que ficar 
esperando do lado de fora da porta. O outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, voltou, 
falou com a moça encarregada da porta e fez Pedro entrar.
17 Ela então perguntou a Pedro: “Você não é um dos discípulos desse homem?”
Ele respondeu: “Não sou”.f
18 Fazia frio; os servos e os guardas estavam ao redor de uma fogueiras que haviam feito para se 
aquecerem. Pedro também estava em pé com eles, aquecendo-se.h
1 8 .1 2 «V. 3
1 8 .1 3 «V. 24; 
M Í2 6 .3
1 8 .1 4 “J o 11 .4 9 - 
51
1 8 .1 5 dM t 26.3 ; 
*M t 26 .58 ;
M c 14 .54 ;
Lc 22 .54
1 8 .1 7 lv . 25
1 8 .1 8 «Jo 21.9; 
hM c 1 4 .54 ,67
O Sumo Sacerdote Interroga Jesus
19 Enquanto isso, o sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e dos seus ensi­
namentos.
20 Respondeu-lhe Jesus: “Eu falei abertamente ao mundo; sempre ensinei nas sinagogas1 e no 
templo,i onde todos os judeus se reúnem. Nada disse em segredo.k 21 Por que me interrogas? Pergunta 
aos que me ouviram. Certamente eles sabem o que eu disse”.
« 18.9 Jo 6.39.
1 8 .2 0 iM t 4.23 ; 
J M t2 6 .5 5 ; l J o 7 .2 6
18.1 O vale do Cedrom está situado a leste de Jerusalém e permanece 
seco, exceto durante a estação chuvosa.
Para mais informações sobre o “olival”, ver nota em Mt 26.36-56.
18.3 Os “guardas” eram o equivalente à guarda do templo, enviados 
pelos chefes dos sacerdotes e fariseus (ver notas em Mt 2.4; 3.7; Mc 14.55). 
As “tochas” eram varas longas com trapos encharcados de óleo na pon­
ta, e as “lanternas” eram recipientes de terracota em que se podiam 
inserir lâmpadas domésticas.
18.12 A razão de terem amarrado Jesus não está clara. Talvez fosse o 
procedimento padrão, à semelhança do uso das modernas algemas.
18.13 Anás fora deposto do sumo sacerdócio pelos romanos em 15 d.C., 
mas ainda era considerado por muitos o verdadeiro sumo sacerdote (ver 
nota em Lc 3.2; ver também “Os sumos sacerdotes Anás e Caifás”, em 
At 4; e “Sacerdócio judaico e vida religiosa no século I d.C.”, em Lc 18). 
Na lei judaica, ninguém podia ser condenado no mesmo dia de seu jul­
gamento. As duas inquirições — aquie diante de Caifás — podem ter 
sido realizadas para dar legitimidade aos procedimentos.
18.14 Ver 11.49,50.
18.15 O termo “conhecido” implica mais que um conhecimento 
casual: o discípulo (talvez João) tinha o direito de entrada na casa do 
sumo sacerdote.
18.17 A criada era provavelmente a pessoa menos importante imagi­
nável do grupo (ver “Escravidão no mundo greco-romano”, em Fm).
18.18 Sobre as “brasas”, ver nota em SI 120.4.
18.19-21 Num julgamento judaico formal, o juiz não fazia perguntas di­
retas ao acusado. Em vez disso, ele chamava testemunhas, cujas palavras 
determinavam o resultado. Se duas ou mais testemunhas concordassem 
acerca de uma acusação, o veredito era selado. Do acusado, não era exigi­
do que provasse sua inocência, porém a cena aqui se assemelha mais a um 
interrogatório policial que a um julgamento. Talvez Anás considerasse a 
ocasião uma investigação preliminar, não um julgamento. Deduzindo 
que Anás havia interrogado algumas testemunhas, Jesus desmascarou o 
plano do sacerdote, que era fazê-lo incriminar-se. Em essência, Jesus es­
tava exigindo um julgamento.
JOÃO 18 . 30
1 8 .2 2 '» . 3;
mM t 16 .21 ; 
Jo 19.3 
1 8 .2 3 "M t 5.39 ; 
A t 2 3 .2 -5 
1 8 .2 4 «V. 13; 
M t2 6 .3
1 8 .2 5 pv. 18 ; 
w . 1 7
1 8 . 2 6 ^ 10; >v.1 
1 8 .2 7 U 0 1 3 .3 8
1 8 .2 8 "M t 27 .2 ; 
M c 1 5 .1 ;L C 23.1 ; 
"v . 33 ; J 0 1 9 .9 ; 
" J o 11 .55
22 Quando Jesus disse isso, um dos guardas1 que estava perto bateu-lhe no rosto.m “Isso é jeito de 
responder ao sumo sacerdote?”, perguntou ele.
23 Respondeu Jesus: “Se eu disse algo de mal, denuncie o mal. Mas, se falei a verdade, por que me 
bateu?”n 24 Então, Anás enviou" Jesus, de mãos amarradas, a Caifás,0 o sumo sacerdote.
Pedro Nega fesus Mais Duas Vezes (Mt26.71-75;Mc 14.69-72;Lc22.58-62)
25 Enquanto Simão Pedro estava se aquecendo,p perguntaram-lhe: “Você não é um dos discípulos 
dele?”
Ele negou, dizendo: “Não sou”.0
26 Um dos servos do sumo sacerdote, parente do homem cuja orelha Pedro cortara/ insistiu: 
“Eu não o vi com ele no olival?”s 27 Mais uma vez Pedro negou, e no mesmo instante um galo cantou.1
Jesus diante de Pilatos
28 Em seguida, os judeus levaram Jesus da casa de Caifás para o PretórioM Já estava amanhecendo
e, para evitar contaminação cerimonial, os judeus não entraram no Pretório;v pois queriam participar 
da Páscoa.w 29 Então Pilatos saiu para falar com eles e perguntou: “Que acusação vocês têm contra 
este homem?”
30 Responderam eles: “Se ele não fosse criminoso, não o teríamos entregado a ti”.
a 1 8 .2 4 Ou Ora, Anás havia enviado.
b 1 8 .2 8 Residência oficial do governador romano; também no versículo 33.
18.22 O verbo “bateu” significa um golpe ou uma bofetada com a máo 
aberta — outra ação ilegal.
18.26 O jardim por certo estava escuro, assim como o pátio (havia ape­
nas o brilho de brasas acesas, mas que não tinham chamas).
18.27 Ver nota em Mt 26.34.
18.28 O governador romano na época era Pôncio Pilatos (ver nota em
Lc3.1).
Os chefes dos sacerdotes evidentemente organizaram uma segunda 
sessão do Sinédrio (ver “O Sinédrio”, em At 23) depois do amanhecer 
para dar aparência de legalidade às suas ações, realizada imediatamente 
após a primeira, talvez entre seis e sete horas da manhã.
O judeu tornava-se cerimonialmente impuro ao entrar numa residên­
cia gentia, daí a precaução.
A “Páscoa” aqui pode se referir a uma combinação com a festa dos pães 
sem fermento, que juntas duravam sete dias e incluíam várias refeições.
T E X T O S E A R T E F A T O S A N T I G O S
O papiro Joh n Rylands (P52)
JOÃO 18 0 papiro John Rylands (p52) é a 
cópia mais antiga já descoberta de qualquer 
porção do NT, datando da primeira metade 
do século II d.C. Um fragmento muito pe­
queno de um códice (texto em forma de 
folhas, como um livro moderno, em con­
traste com o rolo) do evangelho de João, 
que contém partes de João 18.31-33 de um 
lado, e os versículos 37 e 38 do outro lado.1 
0 fragmento foi adquirido no Egito, em 
1920, e agora se encontra na Biblioteca John 
Rylands, em Manchester, na Inglaterra.
Apesar de seu tamanho minúsculo (me­
nos de 9 centímetros de alto a baixo), esse 
fragmento de papiro é bastante significa­
tivo. Ele testifica que, na primeira metade 
do século II, o evangelho de João já era lido 
no Egito, longe de Éfeso, na Ásia Menor, o 
local mais provável de sua composição.2 
Parece improvável que o evangelho de João 
tenha sido composto depois do final do 
século I, visto que teria levado tempo para 
ser aceito e disseminado tão longe de seu 
lugar de origem. 0 manuscrito do qual p52
é fragmento provavelmente foi copiado de
25 a 30 anos após a composição do próprio 
evangelho. Se levarmos em conta que em 
alguns fragmentos da literatura grega ou 
latina, o manuscrito mais antigo disponível 
é datado em mais de mil anos após a com­
posição do texto original, esse intervalo de 
tempo é extremamente curto. Existe uma 
quantidade enorme de textos gregos do NT, 
e eles nos dão boas razões para confiar que
o NT que lemos hoje reflete com precisão o 
que constava dos manuscritos originais.3
'Ver “Materiais de escrita no mundo antigo", em 3Jo. -Ver "História primitiva de Éfeso", em 2Tm 1; e "Éfeso nos tempos de Paulo", em 2Tm 4. 3Ver 'Textos do Novo 
Testamento", em Rm15.
1 7 5 6 JOÃO 18 . 31
31 Pilatos disse: “Levem-no e julguem-no conforme a lei de vocês”.
“Mas nós não temos o direito de executar ninguém”, protestaram os judeus.32 Isso aconteceu para 
que se cumprissem as palavras que Jesus tinha dito, indicando a espécie de mortex que ele estava para 
sofrer.
33 Pilatos então voltou para o Pretório,'' chamou Jesus e lhe perguntou: “Você é o rei dos judeus?”2
34 Perguntou-lhe Jesus: “Essa pergunta é tua, ou outros te falaram a meu respeito?”
35 Respondeu Pilatos: “Acaso sou judeu? Foram o seu povo e os chefes dos sacerdotes que o entre­
garam a mim. Que foi que você fez?”
36 Disse Jesus: “O meu Reino3 não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir 
que os judeus me prendessem.b Mas agora o meu Reino não é daqui” .c
37 “Então, você é rei!”, disse Pilatos.
Jesus respondeu: “Tu dizes que sou rei. De fato, por esta razão nasci e para isto vim ao mundo: para 
testemunhar da verdade.d Todos os que são da verdade me ouvem”.e
38 “Que é a verdade?”, perguntou Pilatos. Ele disse isso e saiu novamente para onde estavam os 
judeus, e disse: “Não acho nele motivo algum de acusação.*39 Contudo, segundo o costume de vocês, 
devo libertar um prisioneiro por ocasião da Páscoa. Querem que eu solte ‘o rei dos judeus’?”
40 Eles, em resposta, gritaram: “Não, ele não! Queremos Barrabás!” Ora, Barrabás era um bandido.s
1&32»Mt 20.19;
26.2; Jo 3.14;
8.28; 12.32,33
18.33 W. 28 ,29 ; 
Jo 19 .9 ; " l c 23.3; 
Mt2.2
18.36 aM t 3.2;
“Ml 26.53 ;
°Lc 17 .21 ; Jo 6 .15
18.37 <Uo 3.32; 
'J o 8 .47 ; 1Jo 4 .6
18.381c 23.4; 
Jo 19 .4 ,6
Jesus é Condenado à Crucificação
1 Q E n tão Pilatos mandou açoitar Jesus.h 2 Os soldados teceram uma coroa de espinhos e a puse- 
_L y ram na cabeça dele. Vestiram-no com uma capa de púrpura, 3 e, chegando-se a ele, diziam: 
“Salve, rei dos judeus!”' E batiam-lhe no rosto j
4 Mais uma vez, Pilatos saiu e disse aos judeus: “Vejam, eu o estou trazendo a vocês,k para que 
saibam que não acho nele motivo algum de acusação”.15 Quando Jesus veio para fora, usando a coroa 
de espinhos e a capa de púrpura,m disse-lhes Pilatos: “Eis o homem!”
6 Ao vê-lo, os chefes dos sacerdotes e os guardas gritaram: “Crucifica-o! Crucifica-o!”
Mas Pilatos respondeu: “Levem-no vocês e crucifiquem-no.n Quanto a mim, não encontro base 
para acusá-lo”.0
7 Os judeus insistiram: “Temos uma lei e, de acordo com essa lei, ele deve morrer,P porque se 
declarou Filho de Deus”.(t
8 Ao ouvir isso, Pilatos ficou ainda mais amedrontado 9 e voltou paradentro do palácio/ Então 
perguntou a Jesus: “De onde você vem?”, mas Jesus não lhe deu resposta.s 10 “Você se nega a falar 
comigo?”, disse Pilatos. “Não sabe que eu tenho autoridade para libertá-lo e para crucificá-lo?”
11 Jesus respondeu: “Não terias nenhuma autoridade sobre mim se esta não te fosse dada de cima.* 
Por isso, aquele que me entregou a tiu é culpado de um pecado maior”.
12 Daí em diante Pilatos procurou libertar Jesus, mas os judeus gritavam: “Se deixares esse homem 
livre, não és amigo de César. Quem se diz reiv opõe-se a César”.
13 Ao ouvir isso, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se na cadeira de juiz,w num lugar conhecido 
como Pavimento de Pedra (que em aramaicox é Gábata).14 Era o Dia da Preparação^ na semana da 
Páscoa, por volta das seis horas da manhã.2
“Eis o rei de vocês”,3 disse Pilatos aos judeus.
19.1 « 2 5 . 3 ;
Is 50 .6 ; 53 .5 ;
Mt 2 7 ,26 
1 9 .3 'Mt 27.29 ;
U o 18 .22
1 9 4 ^ 0 1 8 . 3 8 ; ^ . 
6; Lc 23 .4 
19.5mv. 2
1 9 .6 "At 3.13 ; «V. 
4 ; Lc 23 .4
19.7 PLv 24 .16 ; 
"Mt 26 .6 3 -6 6 ; 
Jo 5 .18 ; 10 .33
19.9 rJo 18.33; 
=Mc 14.61
19.11 tRm 13.1; 
"Jo 1 8 .28 -30 ; 
At 3 .1 3
19.13 " M t 27 .19 ; 
*Jo 5.2
19.14 »M t 27 .62 ; 
*M c 1 5 .2 5 ;*v . 
19,21
18.31-33 Ver “O papiro John Rylands (p52)”, em Jo 18.
18.31 Os judeus queriam uma execução, não um julgamento justo. 
Ao Sinédrio (ver “O Sinédrio”, em At 23) havia sido negado, pelo governo 
romano, o direito de executar a pena de morte, exceto no caso do estran­
geiro que invadisse as áreas sagradas do templo. Assim, Jesus tinha de ser 
entregue a Pilatos para ser executado. Essa restrição era importante, porque 
de outra forma os aliados de Roma poderiam ser eliminados em silêncio, por 
meio de execuções legais nos territórios dominados. Ao que parece, os romanos 
às vezes toleravam execuções locais (e.g., a morte de Estêvão, em At 7), mas 
no geral arrogavam a si o direito único de infligir a pena de morte.
18.32 A execução judaica era por apedrejamento, porém a morte de 
Jesus tinha de ser pela crucificação, pois só assim ele sofreria a maldi­
ção associada a essa forma particular de execução (ver Dt 21.22,23). 
Os romanos, não os judeus, mataram Jesus.
18.39 Na época, era também costume em outros lugares libertar prisio­
neiros em ocasiões especiais.
18.40 Barrabás era um rebelde e assassino (ver notas em Mt 27.16; 
Mc 15.7).
19.1 Para informações sobre o açoitamento romano, ver nota em Mt 27.26.
19.2 Ver nota em Mt 27.28-31.
19.3 “Salve” é uma interjeição encontrada apenas nos Evangelhos (ver 
também Mt 27.29) como a tradução da palavra grega chaire, usada como 
saudação ou cumprimento. Uma saudação semelhante ainda pode ser 
ouvida na Grécia moderna.
19.12 Algumas pessoas detinham o status oficial de “amigos de César”, 
mas o termo parece ser usado aqui em sentido geral.
19.13 Sobre a frase “sentou-se na cadeira de juiz”, ver “O Sinédrio”, 
em At 23.
19.14 Para mais informações sobre o Dia da Preparação, ver nota no 
versículo 31.
O texto grego diz “hora sexta”, que corresponde ao meio-dia. É possível 
que o evangelho de Marcos contenha o erro de um copista (ver “Crítica 
textual”, em Is 51; e “Primitivas correções escribais”, em 2Sm 4), pois 
os numerais gregos para três e seis podiam ser confundidos. Pode ser 
também que João esteja usando a marcação de tempo dos romanos -— 
nesse caso, o comparecimento diante de Pilatos teria sido às seis horas da 
manhã, e a crucificação, às nove horas (a “hora terceira” de acordo com 
o cômputo judaico).
J OÃO 1 9 . 1 6 1 7 5 7
15 Mas eles gritaram: “Mata! Mata! Crucifica-o!”
“Devo crucificar o rei de vocês?”, perguntou Pilatos.
“Não temos rei, senão César”, responderam os chefes dos sacerdotes.
16 Finalmente Pilatos o entregou a eles para ser crucificado.b
19.15 A declaração enfática dos chefes dos sacerdotes de que eles não 
tinham outro rei senão César é uma contradição direta à declaração do 
AT de que Deus é o único o Rei de Israel (lSm 8.7; 10.19).
19.16 m 27.26;
Mc 15.15;
Lc 23.25
v.
N O T A S H I S T Ó R I C A S E C U L T U R A I S
JOÃO 19 No mundo antigo, a crucificação 
era vista como uma forma particularmente 
infame e dolorosa de execução. Relevos de 
batalhas assírias descrevem um precursor 
para a crucificação — vítimas empaladas 
(espetadas) em postes fora dos muros das 
cidades conquistadas. Os persas fizeram 
amplo uso da crucificação, embora às vezes 
ela só acontecesse depois de a vítima ter 
sido executada por outro meio (Heródoto, 
Histórias, 3.125.2-3). Também há relatos de 
que a crucificação era usada por vários povos 
— assírios, citas, celtas, germanos, bretões, 
habitantes da índia — , embora a confiabili­
dade de alguns desses registros seja questio­
nável. Comum à maioria dessas culturas era 
a perspectiva de que a crucificação era uma 
forma de execução reservada aos piores cri­
minosos e aos escravos.
A prática da crucificação foi difundida nos 
tempos de Alexandre, o Grande (356-323 
a.C.).' Tornou-se a forma comum de execu­
ção para os traidores, os exércitos derrotados 
e os escravos rebeldes. Mais tarde, sob o Im­
pério Romano, apenas quem não era cidadão 
romano, os romanos das classes mais baixas 
e os criminosos violentos podiam ser crucifi­
cados.2 As únicas exceções eram os casos de 
alta traição ou de deserção em tempos 
de guerra. Os escravos eram especialmente 
vulneráveis à crucificação. A literatura la­
tina reflete o temor sentido pelos escravos 
diante da perspectiva desse fim.3 Era aceita 
oficialmente como a mais dolorosa e infame
A crucificação
forma de execução, mais que ser decapitado, 
ser lançado aos animais selvagens ou mes­
mo ser queimado vivo, razão por que essa 
penalidade horrível era geralmente imposta 
aos estrangeiros vistos como ameaças ao go­
verno romano.
Também há registros da prática da cruci­
ficação entre os judeus. Flávio Josefo escreve 
que o sumo sacerdote saduceu Alexandre 
Janeu (no cargo de 103 a 76 a.C.) cometeu a 
seguinte atrocidade contra os seus inimigos, 
os fariseus: "Enquanto jantava num lugar 
visível com suas concubinas, ele ordenou 
que aproximadamente 800 deles fossem 
crucificados, e, enquanto eles ainda estavam 
vivos, diante de seus olhos, seus filhos e suas 
esposas tiveram a garganta cortada" (Anti­
guidadesjudaicas, 13.14.2).4
As vítimas ainda eram açoitadas ou tor­
turadas de alguma forma antes da crucifica­
ção. As crucificações eram realizadas numa 
estaca vertical, às vezes com uma trave ho­
rizontal próxima do topo ou no próprio topo. 
Podiam ser fixados blocos à estaca, como um 
assento, como apoio para os pés ou ambos. 
Dependendo da presença desses blocos, a ví­
tima poderia continuar viva por até três dias. 
Os blocos permitiam à vítima descansar um 
pouco o próprio peso, aumentando a chance 
de respirar e facilitando a circulação. Sem os 
blocos, o peso do corpo descansaria total­
mente nos braços presos à trave por cordas, 
por pregos ou por ambos, isso impedia a res­
piração e a circulação e induzia a uma parada
cerebral e cardíaca. Para terminar a tortura, 
as pernas da vítima podiam ser quebradas, 
então a morte seguiria rapidamente. Às ve­
zes, a acusação era escrita e pregada à cruz, 
acima da cabeça do condenado. Como forma 
de dissuadir o povo da rebelião e do crime, 
as crucificações eram realizadas normalmen­
te em locais visíveis.
Nos tempos de Jesus, a crucificação era 
usada pelos romanos para exercitar e exi­
bir de forma horrível sua autoridade sobre 
os outros povos. Esse tipo de execução e a 
tortura eram vistos pelos judeus como uma 
forma amaldiçoada de morte. Deuteronô- 
mio 21.23 afirma que "qualquer que for 
pendurado num madeiro está debaixo da 
maldição de Deus". Documentos descober­
tos em Qumran revelam que muitos judeus 
dos tempos de Jesus aplicavam esse texto 
à crucificação romana.Essa perspectiva da 
crucificação demonstra por que o apóstolo 
Paulo escreveu que a cruz de Cristo "é es­
cândalo para os judeus e loucura para os 
gentios" (ICo 1.23). Quem teria imaginado 
que o Santo de Deus levaria voluntariamente 
sobre si a maldição que deveria ser nossa? 
Esse emblema de vergonha tornou-se assim 
o símbolo de nossa salvação.
'Ver “Grécia: das cidades-Estado independentes até Alexandre, o Grande”, em At 20. JVer "0 Império Romano", em Rm 4. 3Ver "Escravidão no mundo greco- 
-romano”, em Fm. 4Ver também "Os saduceus", em Mt 22; e "Os fariseus", em Mt 5.
1 75 8 JOÃO 19 . 1 7
Então os soldados encarregaram-se de Jesus. 17 Levando a sua própria cruz,c ele saiu para o lu­
gar chamado Caveirad (que em aramaicoe é chamado Gólgota).18 Ali o crucificaram, e com ele dois 
outros,* um de cada lado de Jesus.
A C r u c i f i c a ç ã o (Mt 27.32-44; Mc 15.21-32; Lc 23.26-43)
19.17 A cruz podia ter a forma de T, X, Y ou I, além da tradicional. O 19.18 Sobre o verbo “crucificaram”, ver “A crucificação”, em Jo 19. 
condenado normalmente carregava uma viga da própria cruz até o lugar 
da execução (ver nota em Mc 15.21).
19.17 cGn 22.6;
Lc 14 .27 ; 23 .26 ; 
«Lc 23 .3 3 ; eJo 5 .2 
19.18'L c 23 .32
Constantino e o papel da rainha Helena na preservação dos locais sagrados
JOÃO 19 0 caminho de peregrinação cristã 
e seus locais designados tomaram forma 
distintiva no século IV d.C. (o antigo período 
bizantino),1 por influência e envolvimento 
direto da rainha Helena e de seu filho Cons­
tantino, o Grande. Flávia Júlia Helena nasceu 
em 248 d.C., na Bitínia. Casou-se com Cons- 
tâncio Goro e deu à luz o futuro imperador 
Constantino, em 273 d.C.
Depois de sua conversão ao cristianismo, 
Constantino embarcou num ambicioso pro­
grama de melhorias dos locais sagrados. Sua 
realização mais significativa foi a descoberta 
e a escavação do local (provável) do sepul- 
tamento de Jesus.2 De acordo com Eusébio, 
a área inteira havia estado coberta com 
escombros e fora convertida em santuário 
pagão. Constantino ordenou que a área fosse 
limpa e purificada. Ele, então, patrocinou a 
construção da Igreja do Santo Sepulcro, em 
326 d.C., para marcar o lugar do sofrimento 
de Jesus. De acordo com Eusébio, o obje­
tivo de Constantino era a construção da es­
trutura mais bela de todo o império (Vida de 
Constantino, 3.31).
Nesse mesmo ano, Helena viajou para as 
províncias orientais e passou um bom tempo 
visitando a Terra Santa. Sob o patrocínio do 
império, ela consagrou duas igrejas impor­
tantes: a Igreja da Natividade, em Belém, 
para marcar a gruta na qual, segundo se 
pensava, Cristo havia nascido,3 e a Igreja
0 Arco de Constantino
Preserving Bible Times; © dr. James C. Martin; usado com permissão do Ministério de Propriedades 
e Atividades Culturais — Superintendência Arqueológica de Roma
da Ascensão, no monte das Oliveiras, para 
indicar o lugar de sua ascensão (Vida de 
Constantino, 3.42).4 Se esses locais são, de 
fato, aqueles em que Jesus nasceu e foi se­
pultado, ainda é motivo de debates. Os regis­
tros lendários posteriores também atribuem
a Helena a descoberta da cruz real, sobre a 
qual Jesus foi crucificado, e do tituius, a placa 
que anunciava a acusação contra ele: "Jesus 
Nazareno, o rei dos judeus" (Jo 19.19).
'Ver o Glossário na p. 2080 para as definições das palavras em negrito. 2Ver “Localização do túmulo de Jesus", em Mt 27. 3Ver "0 lugar do nascimento de Jesus", em 
Lc 2. 4Ver "0 monte das Oliveiras", em Zc 14.
J OÃO 1 9 . 3 8 1 7 5 9
1B.19sM c1.24;
«v. 14,21
19.20 iHb 13.12
1 9 .2 4 «v.
28 ,3 6 ,3 7 ; M t 1 .22 ; 
'SI 2 2 .1 8
19 .2 5 " M t 27 .55 , 
56 ; M c 15 .40 ,41 ;
Lc 23 .49 ; 
"M t 12 .46 ; 
«Lc 2 4 .18
1 9 .2 6 >Mt 12 .46 ; 
oJo 13 .23
19 .2 8 'V. 30 ; 
Jo 13 .1 ; sv. 
2 4 ,3 6 ,3 7 
1 9 .2 9 «16 9 .2 1
1 9 .3 0 «Lc 12 .50 ;
Jo 17.4
19.31 <v. 14 ,42 ; 
" D t 21 .2 3 ; J s 8.29;
10 .26 ,27
19 .3 4 » Z c 12 .10 ;
>1J0 5 .6 ,8 
1 9 .3 5 «LC 24.48 ; 
«Jo 15 .27 ; 21 .24 
1 9 .3 6 «V. 
2 4 ,2 8 .3 7 ; M t 1.22; 
«Ex 12 .46 ; Nm 
9 .12 ; SI 34 .20 
1 9 .3 7 »Zc 12 .10 ; 
A p 1 .7
19 Pilatos mandou preparar uma placa e pregá-la na cruz, com a seguinte inscrição: J E S U S 
N A Z A R E N O , B O R E I DOS J U D E U S . h 20 Muitos dos judeus leram a placa, pois o lugar 
em que Jesus foi crucificado ficava próximo da cidade,' e a placa estava escrita em aramaico, latim e 
grego. 21 Os chefes dos sacerdotes dos judeus protestaram junto a Pilatos: “Não escrevas ‘O Rei dos 
Judeus’, mas sim que esse homem se dizia rei dos judeus”.)
22 Pilatos respondeu: “O que escrevi, escrevi”.
23 Tendo crucificado Jesus, os soldados tomaram as roupas dele e as dividiram em quatro partes, 
uma para cada um deles, restando a túnica. Esta, porém, era sem costura, tecida numa única peça, 
de alto a baixo.
24 “Não a rasguemos”, disseram uns aos outros. “Vamos decidir por sorteio quem ficará com ela.” 
Isso aconteceu para que se cumprissek a Escritura que diz:
“Dividiram as minhas roupas entre si, 
e tiraram sortes pelas minhas vestes”0.1
Foi o que os soldados fizeram.
25 Perto da cruzm de Jesus estavam sua mãe,n a irmã dela, Maria, mulher de Clopas, e Maria 
Madalena.0 26 Quando Jesus viu sua mãeP ali, e, perto dela, o discípulo a quem ele amava,19 disse à sua 
mãe: “Aí está o seu filho”, 27 e ao discípulo: “Aí está a sua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo 
a recebeu em sua família.
A M orte de Jesus (Mt 27.45-56; Mc 15.33-41; Lc 23.44-49)
28 Mais tarde, sabendo então que tudo estava concluído/ para que a Escritura se cumprisse,s Jesus 
disse: “Tenho sede”. 29 Estava ali uma vasilha cheia de vinagre.4 Então embeberam uma esponja nela, 
colocaram a esponja na ponta de um caniço de hissopo e a ergueram até os lábios de Jesus.30 Tendo-o 
provado, Jesus disse: “Está consumado!”u Com isso, curvou a cabeça e entregou o espírito.
31 Era o Dia da Preparaçãov e o dia seguinte seria um sábado especialmente sagrado. Como não 
queriam que os corpos permanecessem na cruzw durante o sábado, os judeus pediram a Pilatos que 
mandasse quebrar as pernas dos crucificados e retirar os corpos.32 Vieram, então, os soldados e 
quebraram as pernas do primeiro homem que fora crucificado com Jesus e, em seguida, as do outro.x
33 Mas, quando chegaram a Jesus, constatando que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.
34 Em vez disso, um dos soldados perfurou^ o lado de Jesus com uma lança, e logo saiu sangue e água.z
35 Aquele que o viu,a disso deu testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro.15 Ele sabe que está 
dizendo a verdade, e dela testemunha para que vocês também creiam.36 Estas coisas aconteceram para 
que se cumprisse a Escritura:0 “Nenhum dos seus ossos será quebrado”6,d 37 e, como diz a Escritura 
noutro lugar: “Olharão para aquele que traspassaram”c.e
O Sepultamento de Jesus (Mt 27.57-61; Mc 15.42-47; Lc 23.50-56)
38 Depois disso José de Arimateia pediu a Pilatos o corpo de Jesus. José era discípulo de Jesus, mas o era 
secretamente, porque tinha medo dos judeus. Com a permissão de Pilatos, veio e levou embora o corpo. 
■ 19.24 SI 22.18.
‘ 19.36 Êx 12.46; Nm 9.12; SI 34.20.
< 19.37 Zc 12.10.
19.19 Sobre a “inscrição”, ver nota em Mc 15.26; ver também “Cons- 
tantino e o papel da rainha Helena na preservação dos locais sagrados”, 
em jo 19.
19.20 O aramaico era um dos idiomas do povo judeu na época (com o 
hebraico), o latim era o idioma oficial de Roma e o grego era o idioma 
comum de comunicação por todo o império. A inscrição em três idio­
mas pode solucionar as leves diferenças na formulação das palavras nos 
quatro Evangelhos.
19.23 As roupas de Jesus provavelmente consistiam de uma vestimenta 
de baixo e de uma veste exterior, um cinto, sandálias e possivelmente 
uma cobertura para a cabeça. Como a vestimenta de baixoera sem cos­
tura, era valiosa demais para ser cortada em pedaços.
19.27 Ao receber Maria em sua casa, o discípulo tomou a responsabi­
lidade de cuidar dela. Talvez os irmãos de Jesus ainda não acreditassem 
nele (ver nota em Lc 8.19).
19.29 Sobre o “vinagre”, ver nota em Mt 27.48.
Hissopo é o nome aado a várias plantas (ver “O hissopo e os rituais 
de purificação”, em SI 51; ver também nota em Mc 15.36, sobre o 
procedimento de oferecer esse líquido numa esponja erguida até seus 
lábios num talo dessa planta).
19.31 O Dia de Preparação normalmente era a sexta-feira, o dia em que as 
pessoas se preparavam para o sábado. Aqui indica a sexta-feira da semana 
da Páscoa. O ‘sábado especialmente sagrado” era o que caía no tempo de 
Páscoa Na ocasião a refeição de Páscoa era comida na quinta-feira à noite,
o Dia da Preparação era a sexta-feira e o “sábado especialmente sagrado” 
iniciava no sábado (ver “A Ultima Ceia e a Páscoa”, em Mt 26).
As pernas das vítimas eram quebradas para acelerar a morte, impedindo 
que usassem a força delas para se erguer e facilitar a respiração.
19.34 O lado de Jesus foi provavelmente perfurado para se ter dupla cer­
teza de que ele estava morto, apesar de que talvez não passasse de um ato 
de brutalidade. O fluxo súbito de sangue e água significa que a lança per­
furou o pericárdio (membrana que cerca o coração) e o próprio coração.
19.35 Ver “Seria fidedigno o evangelho de João?”, em Jo 20.
19.36,37 E extraordinário que Jesus tenha sido o único dos três a não 
ter as pernas quebradas (ver nota no v. 31) e que tenha sofrido um golpe 
de lança incomum (ver nota no v. 34), que não quebrou nenhum osso.
19.38 José, membro rico (Mt 27.57) do Sinéario (Mc 15.43), havia 
discordado do processo de execução de Jesus (Lc 23.50,51). Nicodemos 
também era membro do Sinédrio (3.1; 7.50,51).
A localização de Arimateia é duvidosa. Acredita-se que seja Ramataim- 
-Zofim, a Ramá que era residência de Samuel, na região montanhosa de 
Efraim, situada 33 quilômetros a noroeste de Jerusalém.
Era preciso ter permissão para retirar o corpo de uma vítima de crucificação, 
porque, de outra forma, alguém podia levar a vítima embora antes que 
ela morresse e reanimá-la. O pedido de José, entretanto, era incomum 
(ver nota em Mc 15.45). E possível que José e Nicodemos tenham sido 
excomungados da sinagoga (ver nota em 9.22) e expulsos do Sinédrio 
por causa de suas açóes.
1 7 6 0 JOÃO 19 . 39
39 Ele estava acompanhado de Nicodemos,f aquele que antes tinha visitado Jesus à noite. Nicodemos 
levou cerca de trinta e quatro quilos” de uma mistura de mirra e aloés.40 Tomando o corpo de Jesus, 
os dois o envolveram em faixas de linho,9 com as especiarias, de acordo com os costumes judaicos de 
sepultamento/ 41 No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim; e no jardim, um sepulcro novo, 
onde ninguém jamais fora colocado.42 Por ser o Dia da Preparação' dos judeus, e visto que o sepulcro 
ficava perto,i colocaram Jesus ali.
1 9 .4 0 iL c 24 .12 ; 
Jo 11 .44 ; 20 .5 ,7 ; 
"M t2 6 .1 2
19.39 'Jo 3.1; 7.50
1 9 .4 2 V . 14,31 ; lv . 
20,41
A Ressurreição (Mt 28.1-10; Mc 16.1-8; Lc 24.1-12)
O primeiro dia da semana, bem cedo, estando ainda escuro, Maria Madalenak chegou ao 
Z j \ J sepulcro e viu que a pedra da entrada tinha sido removida.1 2 Então correu ao encontro de 
Simão Pedro e do outro discípulo, aquele a quem Jesus amava,m e disse: “Tiraram o Senhor do 
sepulcro, e não sabemos onde o colocaram!”11
3 Pedro e o outro discípulo saíram e foram para o sepulcro.0 4 Os dois corriam, mas o outro discípu­
lo foi mais rápido que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro.5 Ele se curvou e olhou para dentro,P viu as 
faixas de linho? ali, mas não entrou.6 A seguir, Simão Pedro, que vinha atrás dele, chegou, entrou no 
sepulcro e viu as faixas de linho,7 bem como o lenço que estivera sobre a cabeça de Jesus/ Ele estava 
dobrado à parte, separado das faixas de linho. 8 Depois o outro discípulo, que chegara primeiro ao 
sepulcro,s também entrou. Ele viu e creu.9 (Eles ainda não haviam compreendido que, conforme a 
Escritura/era necessário que Jesus ressuscitasse dos mortos.)u
20.1 *v. 18;
Jo 19.25;
'M t 27.60,66
2 0 .2 mJo 13.23; 
"V. 13
2 0 .5 pv. 11; 
o jo 19 .40
2 0 .7 'J o 1 1 .44
2 0 .8 sv. 4
2 0 .9 <Mt 22 .29 ; 
J o 2.22;
“ Lc 24 .26 ,46
Jesus Aparece a M aria Madalena
10 Os discípulos voltaram para casa .11 Maria, porém, ficou à entrada do sepulcro, chorando. 
Enquanto chorava, curvou-se para olhar dentro do sepulcrov 12 e viu dois anjos vestidos de branco,w 
sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e o outro aos pés.
13 Eles lhe perguntaram: “Mulher, por que você está chorando?”*
“Levaram embora o meu Senhor”, respondeu ela, “e não sei onde o puseram”.v14 Nisso ela se 
voltou e viu Jesus ali, em pé,z mas não o reconheceu.3
15 Disse ele: “Mulher, por que está chorando?b Quem você está procurando?”
Pensando que fosse o jardineiro, ela disse: “Se o senhor o levou embora, diga-me onde o colocou, 
e eu o levarei”.
16 Jesus lhe disse: “Maria!”
Então, voltando-se para ele, Maria exclamou em aramaico/ “Rabôni!”d (que significa “Mestre!”).
17 Jesus disse: “Não me segure, pois ainda não voltei para o Pai. Vá, porém, a meus irmãos6 e diga- 
-lhes: Estou voltando para meu Paif e Pai de vocês, para meu Deus e Deus de vocês”.
18 Maria Madalenas foi e anunciou aos discípulos:11 “Eu vi o Senhor!” E contou o que ele lhe dissera.
Jesus Aparece aos Discípulos (Lc 24.36-49)
19 Ao cair da tarde daquele primeiro dia da semana, estando os discípulos reunidos a portas trancadas,
a 19.39 Grego: 100 litras. A litra era uma medida de capacidade de cerca de um terço de litro.
2 0 .1 2 « M t 28 .2 ,3 ; 
M c 16 .5 ; Lc 24 .4 ; 
A t 5.19
2 0 .1 3 *v. 15 ; w . 2
2 0 .1 4 m 28 .9 ; 
M c 16.9;
aLc 24 .16 ; Jo 21 .4
2 0 .1 6 U o 5.2; 
dM t 23 .7
2 0 .1 7 eMt 28.10; 
fJ o 7 .3 3
2 0 .1 8 9v. 1;
hLc 24 .1 0 ,2 2 ,2 3
2 0 .1 9 Uo 7 .13 ;
Uo 14 .27 ; kv.
21 ,26 ; Lc 2 4 .3 6 -3 9
19.39,40 Trinta e quatro quilos era uma quantia muito grande de mirra 
e aloés, equivalente ao que era usado em sepultamentos reais (ver nota 
em Mt 26.12; ver também “Perfumes e óleos de unção”, em Jo 12).
As “faixas de linho” (v. 40) eram tiras estreitas como ataduras. Havia 
também uma mortalha, um grande lençol (Mt 27.59; Mc 15.46; Lc 
23.53; ver “A controvérsia em torno do sudário de Turim”, em Mc 15; 
e “Práticas judaicas relativas ao sepultamento”, em Lc 9; ver também 
nota em Mt 26.12).
19.41 Ver “Localização do túmulo de Jesus”, em Mt 27.
20.1 Sobre a frase “estando ainda escuro”, ver nota em Lc 24.1.
Os sepulcros dos tempos do NT eram cavernas ou buracos escava­
dos em penhascos. Visto que somente as roupas do sepultamento são 
mencionadas com relação aos sepulcros, parece correto afirmar que os 
judeus não utilizavam nem caixões nem sarcófagos. Os sepulcros não 
levavam nenhuma inscrição ou pintura. O embalsamamento, iniciado 
no Egito havia muito tempo (Gn 50.2), tornara-se logo uma arte perdida 
(Jo 11.39). A abertura geral de um sepulcro dava acesso às catacumbas, 
que se abriam sobre bases que davam apoio às portas de pedra. A porta de
uma sepultura como essa pesava de 1 a 3 toneladas. Consequentemente, 
o milagre foi uma pedra desse tamanho ter sido removida do sepulcro de 
Jesus (ver também Lc 24.2).
20.6,7 Se alguém tivesse roubado o corpo de Jesus, as faixas de linho e 
o lenço provavelmente teriam se perdido ou estariam espalhados pelo 
chão. No entanto, o lenço estava dobrado à parte, separado das faixas 
de linho.
20.9 Ver “A ressurreição de Jesus”, em Mt 28.
20.11 Como em 11.33 (ver nota ali), “chorando” significa “lamentar de 
forma audível”, uma expressão de profundo sofrimento.
20.12 Ver “Anjos e espíritos guardiões na Bíblia e no antigo Oriente 
Médio”, em Zc 1.
20.17 “Meus irmãos” provavelmentesão os discípulos e também aos 
membros da família de Jesus, que provavelmente não acreditavam nele 
até esse momento (ver nota em Lc 8.19), embora eles evidentemente se 
tornaram discípulos não muito depois (ver At 1.14 e nota; ver também 
nota em Jd 1).
20.19 “Paz seja com vocês!” era uma saudação hebraica comum.
A C R E D I B I L I D A D E DA
S E R I A F I D E D I G N O ________ 
O E V A N G E L H O DE J O Ã O ?
Sepulcro de k o c h im do século I d.C. (a ressurreição de Jesus é o milagre mais significativo já registrado)
© d r. James C Martin
JOÃO 20 Existem diferenças óbvias e evidentes entre o evangelho 
de João e os Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas). Entre 
essas diferenças, podemos mencionar:
• f João não contém nenhuma parábola narrativa, nenhum registro 
da transfiguração, da ceia do Senhor e da tentação de Jesus e nenhum 
relato de exorcismo realizado por Jesus.
• f João contém uma grande quantia de material não encontrado na 
tradição dos Sinóticos, como o registro dos diálogos com Nicodemos, 
com a mulher samaritana e com os discípulos, e também de milagres 
significativos (e.g., a transformação de água em vinho e a ressurreição 
de Lázaro).
❖ João relata um extenso ministério de Jesus para os judeus, incluindo 
várias visitas a Jerusalém, enquanto os Evangelhos Sinóticos focalizam 
no seu ministério na Galileia.
• f Certas características da narrativa de João apresentam dificulda­
des cronológicas para entender a ação de Jesus no templo (Jo 2) e a 
seqüência precisa dos acontecimentos durante a Semana da Paixão. 
•I* Talvez as diferenças estilísticas mais significativas e notáveis 
estejam entre o Jesus de João, que discursa poeticamente sobre os 
temas da luz, da vida, do testemunho e da verdade, e o Jesus dos 
Sinóticos, que discute com vigor e de modo consistente o tema do 
Reino de Deus.
4* Em qualquer tentativa 
de avaliar a confiabilidade de 
João, deve-se dar um lugar 
de honra ao testemunho do 
próprio João sobre a natureza 
de seu esforço literário. Só João, 
nos Evangelhos, apresenta uma 
declaração explícita de propósi­
to (cf. v. 30,31). Essa declaração 
reflete a intenção do escritor de 
apresentar registros seletivos 
do ministério de Jesus, tendo 
como objetivo persuadir o leitor 
de que Jesus de Nazaré de fato 
é o Messias prometido. 0 após­
tolo está ciente de que Jesus 
realizou muitas outras coisas, 
comentando ao final do registro 
de seu evangelho: "Se cada uma 
delas fosse escrita, penso que 
nem mesmo no mundo inteiro 
haveria espaço suficiente para 
os livros que seriam escritos" (21.25). Muitas das omissões verificadas 
em João são, portanto, reconhecidas por ele e não podem ser conside­
radas evidências contra a historicidade de seu evangelho.
❖ Nenhum outro evangelho trata do tema da verdade com tanta 
frequência quanto João. Ele registra diversos sinais e apresenta um 
verdadeiro desfile de testemunhas para reforçar a tese principal de 
seu trabalho. A confiabilidade dessas testemunhas oculares, inclusive 
a reivindicação explícita do próprio João de ter sido uma delas (19.35), 
é essencial ao seu propósito e deve lembrar o leitor de que a precisão 
era muito importante para esse apóstolo e escritor.
•J* Essa preocupação por relatos precisos é refletida no registro exa­
to dos números (2.20; 21.11), na tradução de termos estrangeiros 
(1.38,41; 20.16) e nas descrições precisas de pessoas, lugares e cos­
tumes (2.6; 4.20; 5.2; 19.40).
•b Uma leitura cuidadosa de João revela numerosas concordâncias 
com os Evangelhos Sinóticos, tanto nos temas amplos quanto em 
detalhes específicos.
Os leitores modernos de João devem evitar o exagero nas con­
tradições aparentes e o esforço excessivo para harmonizar João com 
os Evangelhos Sinóticos. João cumpriu com sucesso seu objetivo 
declarado: apresentar um testemunho eloqüente, preciso e convin­
cente de que Jesus de fato é o Messias, o Filho de Deus (20.31).
Todas essas diferenças têm gerado especulações com respeito 
à confiabilidade histórica desse documento como um testemunho 
concernente a Jesus (20.31). No entanto, há razões significativas 
para acreditar que João é historicamente preciso:
1 7 62 JOÀO 2 0 . 2 0
por medo dos judeus,' Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “Pazi seja com vocês!”k 20 Tendo dito 
isso, mostrou-lhes as mãos e o lado.1 Os discípulos alegraram-sem quando viram o Senhor.
21 Novamente Jesus disse: “Paz seja com vocês!" Assim como o Pai me enviou,0 eu os envio”.P
22 E com isso, soprou sobre eles e disse: “Recebam o Espírito Santo.1! 23 ge perdoarem os pecados de 
alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão perdoados”/
Jesus Aparece a Tom é
24 Tomé,s chamado Dídimo, um dos Doze, não estava com os discípulos quando Jesus apareceu.
25 Os outros discípulos lhe disseram: “Vimos o Senhor!” Mas ele lhes disse: “Se eu não vir as marcas 
dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão 
no seu lado,1 não crerei”.u
26 Uma semana mais tarde, os seus discípulos estavam outra vez ali, e Tomé com eles. Apesar de 
estarem trancadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “Pazv seja com vocês!”w
27 E Jesus disse a Tomé: “Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a 
no meu lado. Pare de duvidar e creia”.x
28 Disse-lhe Tomé: “Senhor meu e Deus meu!”
29 Então Jesus lhe disse: “Porque me viu, você creu?y Felizes os que não viram e creram”.2
30 Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinais milagrosos,3 que não estão 
registrados neste livro.b 31 Mas estes foram escritos para que vocês creiam"0 que Jesus é o Cristo, o 
Filho de Deusd e, crendo, tenham vida em seu nome.e
Jesus e a Pesca Maravilhosa
^ 1 Depois disso Jesus apareceu novamente aos seus discípulos,' à margem do mar de 
A i 1_ TiberíadesM Foi assim:2 Estavam juntos Simão Pedro; Tomé,h chamado Dídimo; Natanael,' 
de Caná da Galileia;i os filhos de Zebedeu;k e dois outros discípulos.3 “Vou pescar”, disse-lhes Simão 
Pedro. E eles disseram: “Nós vamos com você”. Eles foram e entraram no barco, mas naquela noite 
não pegaram nada.1
4 Ao amanhecer, Jesus estava na praia, mas os discípulos não o reconheceram.m
5 Ele lhes perguntou: “Filhos, vocês têm algo para comer?”
Eles responderam que não.
6 Ele disse: “Lancem a rede do lado direito do barco e vocês encontrarão”. Eles a lançaram e não 
conseguiam recolher a rede, tal era a quantidade de peixes.n
7 O discípulo a quem Jesus amava0 disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo-o dizer 
isso, vestiu a capa, pois a havia tirado, e lançou-se ao mar. 8 Os outros discípulos vieram no barco, 
arrastando a rede cheia de peixes, pois estavam apenas a cerca de noventa metros^ da praia.9 Quando 
desembarcaram, viram ali uma fogueira,P peixe sobre brasas^ e um pouco de pão.
10 Disse-lhes Jesus: “Tragam alguns dos peixes que acabaram de pescar”.
11 Simão Pedro entrou no barco e arrastou a rede para a praia. Ela estava cheia: tinha cento e cin­
qüenta e três grandes peixes. Embora houvesse tantos peixes, a rede não se rompeu.12 Jesus lhes disse: 
“Venham com erV Nenhum dos discípulos tinha coragem de lhe perguntar: “Quem és tu?” Sabiam 
que era o Senhor.13 Jesus aproximou-se, tomou o pão e o deu a eles, fazendo o mesmo com o peixe.r
14 Esta foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos,s depois que ressuscitou dos mortos.
Jesus Restaura Pedro
15 Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, você me ama mais 
do que estes?”
a 2 0 .3 1 Alguns manuscritos dizem continuem a crer. 
b 2 1 .1 Isto é, o mar da Galileia.
c 2 1 .8 Grego: 200 côvados. O côvado era uma medida linear de cerca de 45 centímetros.
6 2 1 .1 2 Grego: “Tomem o desjejum”.
20.21 "v. 19;
°Jo 3 .17 ; 
pM t 28 .19 ;
Jo 17 .18
2 0 .2 2 <Uo 7.39;
A t 2 .38; 8 .1 5 -1 7 ; 
19 .2 ; Gl 3 .2 
2 0 .2 3 1V!t 16 .19 ; 
18 .18
2 0 .2 4 sJo 11 .16
2 0 .2 5 W. 20 ;
“ M c 16.11
20 .2 0 'Lc 24.39,40;
Jo 19.34;
" Jo 16.20,22
2 0 .2 6 vJ o 14.27; 
«V. 21
2 0 .2 7 *v. 25; 
Lc 2 4 .40
2 0 .2 9 yJo 3.15 ; 
z1Pe 1 .8
2 0 .3 0 M o 2.11; 
bJ o 21 .2 5
20.31 cJo 3.15; 
19 .35 ; dM t 4.3; 
eM t 2 5 .46
21.1 *Jo 20 .19 ,26 ;
9jo6.1
21.2 M o 11.16 ;
U o 1.45 ; U o 2.1; 
kM t 4.21
2 1 .3 'LC 5 .5
2 1 . 4 mL c 2 4 .1 6 ; 
J o 20 .14
2 1 .9 pJ o 18.18 ; ov. 
10 ,13
21 .1 3 'V. 9
2 1 .1 4 sJ o 2 0 .1 9 ,2 6
2 1 .1 5 M t 26 .33 , 
35; Jo 13 .37 ;
“Lc 12 .32
20.30.31 Ver “Seria fidedigno o evangelho de João?”, em Jo 20.
20.31 O nome de Jesus simboliza tudo que ele é e representa (ver nota 
em Jr 16.21).
21.1 Para mais informações sobre o mar de Tiberíades, ver nota em 6.1.
21.3 O período da noite era favorável aos pescadores nos tempos antigos 
(ver “A pesca nos tempos do Novo Testamento”, em Lc 5).
21.7 É curioso que Pedro tenha vestido sua capa (a palavra aparece 
apenas aqui no NT) antes de pular para dentro da água. Entretanto, 
os judeus consideravam a saudaçáo um ato religioso, que só podia ser 
executada quando a pessoa estivesse vestida. Pedro pode ter se preparado 
para saudar seu Senhor.
21.9 As “brasas” são literalmente “carvões em chamas” (ver nota em 
18.26; ver também nota em SI 120.4).
JOÃO 2 1 . 2 5
21.16 vMt 2,6;
At 20.28;
1 Pe 5.2,3
2 1 .1 7 » J o 13 .38 ; 
"Jo 16 .3 0 ; w . 16
2 1 .1 9 í J o 12 .33 ; 
18 .32 ; "2Pe 1 .14
2 1 .2 0 "v. 7;
Jo 13 .23 ; 
'J o 1 3 .25
2 1 .2 2 dM t 16 .27 ; 
1Co 4 .5 ; Ap 2 .25 ; 
«V.19 
2 1 .2 3 'A t 1 .16
2 1 .2 4 U o 15 .27 ; 
"Jo 19 .35
2 1 .2 5 Uo 2 0 .3 0
Disse ele: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”.4
Disse Jesus: “Cuide dos meus cordeiros”.u
16Novamente Jesus disse: “Simão, filho de João, você me ama?”
Ele respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”.
Disse Jesus: “Pastoreie as minhas ovelhas”.v
17 Pela terceira vez, ele lhe disse: “Simão, filho de João, você me ama?”
Pedro ficou magoado por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez “Você me ama?”w e lhe disse: 
“Senhor, tu sabes todas as coisasx e sabes que te amo”.
Disse-lhe Jesus: “Cuide das minhas ovelhas.*18 Digo a verdade: Quando você era mais jovem, 
vestia-se e ia para onde queria; mas, quando for velho, estenderá as mãos e outra pessoa o vestirá e o 
levará para onde você não deseja ir”. 19 Jesus disse isso para indicar o tipo de morte2 com a qual Pedro 
iria glorificar a Deus.a E então lhe disse: “Siga-me!”
20 Pedro voltou-se e viu que o discípulo a quem Jesus amavab os seguia. (Este era o que estivera 
ao lado de Jesus durante a ceia e perguntara: “Senhor, quem te irá trair?”)0 21 Quando Pedro o viu, 
perguntou: “Senhor, e quanto a ele?”
22 Respondeu Jesus: “Se eu quiser que ele permaneça vivo até que eu volte,d o que importa? Quanto 
a você, siga-me!”.8 23 Foi por isso que se espalhou entre os irmãos* o rumor de que aquele discípulo não 
iria morrer. Mas Jesus não disse que ele não iria morrer; apenas disse: “Se eu quiser que ele permaneça 
vivo até que eu volte, o que importa?”
24 Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas0 e que as registrou. Sabemos que o seu 
testemunho é verdadeiro.11
25 Jesus fez também muitas outras coisas.' Se cada uma delas fosse escrita, penso que nem mesmo 
no mundo inteiro haveria espaço suficiente para os livros que seriam escritos.
21.18,19 A igreja primitiva entendia a frase “estenderá as mãos” (v. 18) 
como uma profecia acerca da crucificação. Pedro seria um mártir. A tra­
dição diz que ele foi crucificado de cabeça para baixo.

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