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Tradições Religiosas 
Aula 10: Ecumenismo e diálogo inter-
religioso 
Apresentação 
Nas primeiras aulas, discutimos conceitos ligados às tradições religiosas como: a 
experiência religiosa, religiosidade e religião, se existe uma ciência ou ciências da 
religião. 
Depois desse momento teórico, dedicamo-nos ao estudo das religiões e suas tradições. 
Analisamos religiões que existiram no passado e que ajudaram a moldar a sociedade de 
sua época e, também, estudamos religiões que nasceram na Antiguidade Clássica – ou 
antes dela – e ainda hoje em dia são praticadas. 
Nas últimas aulas, passamos a estudar de forma mais pontual a religião cristã. 
Abordamos seu nascimento e como seu credo se espalhou pelo Ocidente. Estudamos 
seus princípios éticos e morais – pois são eles que orientam, ainda hoje , o ordenamento 
social do Ocidente – e também estudamos seus Cismas. 
Durante a análise do Cristianismo, discutimos como ele se firmou no Ocidente como 
religião hegemônica – evangelizando ou perseguindo pessoas – e como ele se 
subdividiu. Agora, nós discutiremos como ele começou um movimento de integração, a 
partir do ecumenismo e do diálogo inter-religioso. 
Objetivos 
• Identificar o surgimento do movimento ecumênico no seio das igrejas 
protestantes e sua evolução histórica; 
• Definir o diálogo inter-religioso e seu caráter plural. 
• Analisar o discurso de respeito à diferença e à pluralidade de credos no século 
XXI. 
Primeiras palavras 
Durante as aulas, vimos que a proposta evangelizadora cristã nasceu de um discurso 
pautado na inclusão de pessoas, sem discriminação, e organizado a partir da afirmação 
que a Salvação está ligada à capacidade do crente de amar seu semelhante. 
A pregação dessa ideologia é fácil, difícil para a cristandade é colocá-la em prática. 
Por séculos, a Igreja Cristã perseguiu e matou em nome de Deus. A homília do amor ao 
próximo passou a ser uma homília de ódio e de segregação em vários períodos 
históricos. 
O conflito faz parte da religião, pois existem vários credos e interpretações do Sagrado, 
entretanto, a maioria das religiões tem, na sua origem, princípios que remontam a 
palavras e conceitos como harmonia, amor, paz e diálogo entre os povos. Até o início 
do século XX, esses princípios pareciam distantes da cristandade. O estranhamento e a 
desconfiança eram uma verdade dentro das igrejas cristãs, mas, durante o século XX, 
abriu-se um diálogo entre elas, e várias diferenças ligadas à ortodoxia e a alguns 
dogmas foram dirimidas ou pacificadas. 
O diálogo teve início no final do século XIX, com as igrejas protestantes europeias, e 
depois se disseminou entre as outras igrejas cristãs. O objetivo maior dessa iniciativa, 
que já dura mais de um século, foi unir as igrejas cristãs que existem no mundo, para 
dar outra vez unidade ao credo cristão, por isso ele é chamado de diálogo ecumênico, 
diálogo entre igrejas. 
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Como acompanhamos nas aulas, tolerância e respeito à cultura dos outros povos não são 
termos que se usa normalmente quando se estuda as religiões, entretanto, é isso que 
algumas religiões estão tentando fazer, respeitar o credo do outro, aceitar que existe 
pluralidade de credos e que todos devem ser respeitados. 
Esse é o diálogo mais difícil, pois implica aceitar um pensamento dogmático diferente, 
reconhecer que outras pessoas possuem um credo que diverge do seu e, mesmo assim, 
respeitá-lo. Se um dia isso acontecer, de verdade, a humanidade com certeza estará mais 
perto de Deus, pois todas as religiões possuem no seu cerne a busca pela harmonia entre 
o Sagrado e o Profano. 
O Protentatismo e a discussão 
ecumênica: o início de tudo 
Você sabe o significado da palavra ecumênico? 
Ecumenismo quer dizer por todo o mundo, por toda terra habitada. 
 
Mas, quando o termo passou a ser usado no século XIX, pelas igrejas protestantes, 
possuía um significado mais restrito. 
 
Ecumenismo queria dizer a união de todas as igrejas cristãs. 
No final do século XIX, as igrejas protestantes europeias começaram a se unir. As 
diversas agremiações surgidas após a Reforma Protestante começaram a conversar entre 
si, com o objetivo de unir as igrejas cristãs protestantes. 
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O primeiro passo foi dado na Inglaterra, em 1867, quando as igrejas anglicanas se 
reuniram e chegaram a um acordo sobre os comportamentos doutrinários que as 
separavam. 
O segundo passo foi dado em 1875, quando as igrejas cristãs de origem calvinistas se 
uniram e criaram uma organização político-religiosa com um nome bem grande: 
Alianças das igrejas reformadas em todo o mundo que adotam o sistema presbiteriano. 
Desconsiderando o nome e só analisando o objetivo proposto, as igrejas cristãs 
calvinistas, chamadas de igrejas reformadas, buscaram criar uma entidade que reunisse 
todas as igrejas cristãs surgidas a partir das pregações do reformador João Calvino. 
Desses dois passos surgiram outros, de formação das confederações das igrejas cristãs 
protestantes: 
 
1 
Século XIX 
Igrejas metodistas 
 
2 
1905 
Igrejas Batistas 
 
3 
1923 
Igrejas Luteranas 
O surgimento dessas confederações e federações foi crucial para fazer nascer o 
movimento ecumênico moderno. As igrejas protestantes buscaram aparar as arestas que 
as separavam e, ao fazer isso, criaram o ambiente propício para o nascimento do diálogo 
ecumênico. 
Comentário 
Se você pesquisar sobre quando surgiu o movimento ecumênico, encontrará como 
referência a Conferência de Edimburgo, realizada em 1910. Nesta cidade, na Escócia, 
pela primeira vez, um grupo de religiosos, das mais diversas igrejas cristãs protestantes, 
reuniram-se com o objetivo de travar um diálogo ecumênico capaz de uni-las em prol da 
evangelização globalmente. 
Após esses passos político-religiosos aconteceram as duas grandes guerras. Com a 
percepção global da dimensão e proporção que a Segunda Guerra Mundial tomou, foi 
criado o Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Até hoje em dia, é a principal organização 
ecumênica mundial. Fazem parte dele quase todas as igrejas cristãs protestantes e, 
também, a Igreja Ortodoxa. 
 
A grande exceção é a Igreja Católica Romana. Sua estrutura hierarquizada, centrada na 
figura papal, torna difícil um planejamento global e universal, mas ela faz parte de 
grupos de discursão, de trabalho e de departamentos ligados à fé e à missão missionária, 
inerentes aos cristãos. 
O Conselho Mundial de Igrejas é a principal, mas não a única organização ecumênica 
de origem protestante. 
• Nas Américas, o Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI) foi fundado em 
1978. Fazem parte do Conselho várias igrejas protestantes, mas o CLAI não tem 
controle sobre as igrejas afiliadas. Ele nasceu com o objetivo de criar um grupo 
ecumênico de igrejas cristãs capaz de criar um diálogo inter-religioso sem mexer 
nas suas tradições e expressões de religiosidade. O objetivo declarado do CLAI 
é a evangelização missionária, com ênfase nas minorias sociais. 
• No Brasil, em 1982, foi criado o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil 
(CONIC). Dele faziam parte da Igreja Romana, Anglicana, Luterana e 
Metodista, que não faz mais parte do CONIC. Desde o seu nascimento, o 
CONIC tem um discurso ecumênico inclusivo e inter-religioso, que se manteve 
mesmo com a saída da Igreja Metodista. 
• A Igreja Cristã Romana se renovou durante o último século para fazer frente ao 
secularismo ocidental, e o ecumenismo tem sido uma fonte de discussão na 
Cúria Romana. 
• Na década de 1980, a Igreja criou o Pontifício Conselho para a Promoção da 
Unidade dos Cristãos, com o objetivo de ampliar e mapear movimentos de 
cunho ecumênico derivados ou que sofrem influência da Igreja Romana, além de 
cultivar e buscar expandir as relações que a Igreja Católica já possuía com outras 
religiões abraâmicas. 
Saiba mais 
Conheça essas estruturas ecumênicas: 
• Conselho Mundial de Igrejas;• Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos; 
• Conselho Latino Americano de Igrejas; 
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• Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil. 
O diálogo inter-religioso 
Quando Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, ele os dividiu em credos ou 
ele criou simplesmente o homem? 
Ele criou o homem, ou criou o homem separado por religião, mulçumano, o cristão, o 
hindu, o judeu? 
Se as suas respostas para essas duas perguntas foi não, você concorda, mesmo sem 
perceber, que todas as pessoas, independentemente de sua fé, são um reflexo de Deus. 
Seguindo essa linha de raciocínio, quando alguém despreza outra pessoa por ter uma 
religião diferente da sua também está desprezando Deus. Concorda? 
Essas reflexões demonstram que não há como um cristão seguir na sua fé sem fazer um 
diálogo inter-religioso. Concorda também? 
Se concorda, mais uma pergunta: Como é possível o cristão apoiar a criação de uma 
unidade entre os povos sem desrespeitar as palavras de Jesus? Os evangelhos são bem 
claros quanto às suas palavras: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho 
a toda criatura” (MARCOS 16:15). 
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 Ecumenismo 
 
As perguntas da reflexão são dogmáticas, mas, podem ser respondidas de forma simples 
por um cristão, se ele decompuser as diversas interpretações dos evangelhos, e ficar só 
na essência da vinda de Jesus Cristo à Terra: o amor ao outro. 
Talvez essa seja a maior dificuldade dos cristãos que seguem uma religião 
institucionalizada – amar o outro, que não interpreta o evangelho do mesmo modo. A 
interpretação é dada pela congregação da qual faz parte. 
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A comunicação divina 
Quanto mais se discute o ecumenismo e a pluralidade de credos, mais se discute a figura 
e a dimensão de Deus, o criador de tudo, não o que representa nos diversos credos de 
forma individual. 
Um dos principais discursos quando se analisa o ecumenismo e o diálogo inter-religioso 
está ligado ao fato do homem se achar tão importante, que se propôs a adivinhar quais 
as intenções de Deus. O homem tenta tirar de Deus uma parte da sua onipotência, 
onisciência e onipresença. Tudo é em nome de Deus, mas, de acordo com o interesse ou 
a interpretação de determinada religião. 
Deus pode tudo e isso independe da religião. Mulçumanos, hinduístas, cristãos, 
umbandistas, pajés e xamãs, todos afirmam a mesma coisa: Deus está em tudo e pode 
tudo. Por isso, perguntamos para você: Se Deus pode tudo e está em tudo segundo 
todas as religiões, porque elas não acreditam que Ele criou todos os povos e lhes 
ensinou uma forma específica de adorá-lo e prestar homenagens? 
Fazer essa pergunta foi, e ainda é, uma heresia para boa parte das religiões, 
principalmente para as religiões abraâmicas, mas a verdade é que Deus, que criou tudo, 
não precisa de religião para existir ou para se fazer presente no mundo. Sendo racional – 
é até estranho falar essa palavra para respaldar algo sobrenatural – para quem tem fé, 
Deus criou tudo e sua essência está em tudo. 
Seguindo esse raciocínio – e fazendo a análise de algumas partes do evangelho cristão – 
não é errado afirmar que os cristãos acreditam que só conhecem uma parte de Deus e 
que Ele só mostrou aquilo que é necessário, pois o homem não suportaria vê-lo na sua 
plenitude. Também é fato que, mesmo sabendo disso, os cristãos acreditaram no Cristo 
Vivo. A fé lhes fez acreditar que, no momento certo, “conhecereis a verdade, e a 
verdade vos libertará” (JOÃO 8:32) 
Ainda seguindo essa linha de raciocínio é possível afirmar que o diálogo ecumênico e 
inter-religioso só acontecerá se as pessoas que professam um credo – principalmente as 
que professam uma das religiões abraâmicas – aceitarem o que lhes é dito nos seus 
livros e ensinamentos sagrados. 
• É necessário confiar em Deus; 
• Aceitar que Deus faz parte de tudo, que sua essência é a base sob a qual se erigiu 
o mundo (as religiões abraâmicas até acreditam que possuem um ancestral 
comum); 
• Aceitar que o homem é imperfeito, que ele erra, e que, por isso, é necessário 
sempre ouvir os outros credos buscando a centelha divina no diferente. 
Sem esquecer as diferenças dogmáticas entre as religiões, é importante analisá-las 
porque só existirá diálogo ecumênico e inter-religioso se houver críticas. Sem críticas e 
sem aceitá-las, não tem como haver ecumenismo e inter-religiosidade. 
Aceitar a diferença não significa 
abandonar a fé no credo que professa, 
mas, sim, analisar o comportamento do 
outro a partir do credo dele. 
Entre o singular e o plural 
No Brasil, há um dito popular: futebol, política e religião não se discute! 
Desconsiderando o futebol e a política, não discutir religião é um dos motivos da 
rejeição ou resistência à aceitação de outros credos religiosos. 
• É uma tendência natural das pessoas que possuem algum credo religioso, 
institucionalizado ou não, negar a experiência religiosa e a religiosidade do 
outro. 
• Para muitas pessoas que seguem alguma religião, a verdade sobre o mundo 
natural e sobrenatural e sobre o Sagrado está no seu credo e nos seus rituais. As 
respostas para todas as perguntas são exclusivas da religião professada pelo 
crente. 
• Aceitar o diálogo ecumênico e inter-religioso significa aceitar críticas e fazer 
autocríticas, não ser intransigente quanto a mudanças de paradigmas e abrir-se à 
renovação. 
• Mas, isso não acontece sem renúncia. Qual? Talvez aceitar que os livros 
sagrados são falíveis, ou que a interpretação está sendo feita de forma errada 
pelos líderes religiosos. 
• Responder a esse questionamento é o maior empecilho para a materialização do 
diálogo ecumênico e inter-religioso porque, quando se escolhe seguir uma 
religião de forma implícita, ou explícita, está se afirmando que ela é a melhor. 
De modo geral, é uma escolha dogmática e pode levar ao exclusivismo. O 
diálogo ecumênico e inter-religioso só acontece se o caminho do exclusivismo 
não for tomado. Ele só ocorre se o crente conseguir perceber no diferente uma 
possibilidade de aprendizado e complementação, não uma ameaça a sua fé. 
 
Mas as posições dogmáticas tornam difícil a integração e a aceitação de outros credos. 
Geram conflitos e exclusão, pois, a maioria das pessoas que segue algum credo religioso 
percebe o credo do outro como errado ou inferior ao seu. 
Esse impasse só é resolvido pelo diálogo ecumênico e inter-religioso, não há outro 
caminho. As igrejas protestantes começaram a fazer isso no século XIX, mas ele se 
ampliou no século XX e deve continuar a se ampliar se realmente a cristandade tiver 
como objetivo unificar outra vez a Igreja Cristã e abrir espaço para o diálogo com outras 
religiões. 
É necessário que o diálogo entre as religiões se amplie. Islâmicos, cristãos, indus, 
budistas judeus, umbandistas e todas as outras matizes religiosas devem optar pelo 
diálogo, pela tolerância religiosa. Nós sabemos que os credos são diferentes, os deuses 
também, mas há de existir respeito. 
O diálogo ecumênico e inter-religioso que vem sendo discutido há mais de um século 
não quer dizer que todas as igrejas cristãs e outras religiões irão se unir em uma só. Até 
porque é impossível unir um credo politeísta com um monoteísta, por exemplo. 
Quando se fala em diálogo ecumênico e inter-religioso, está se falando na existência de 
diversas matizes religiosas, que possuem uma visão de mundo e do Sagrado que lhes 
são próprias e que, de uma maneira geral, não abriram mão de seus dogmas. O diálogo 
ecumênico e inter-religioso tem como objetivo básico garantir o respeito ao diferente. 
Mas sabe o que é mais interessante nisto tudo, o ecumenismo e o diálogo inter-religioso 
é um dos pilares de sustentação do Cristianismo. Em João, 17:22-23, está escrito “²²E eu 
dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um; ²³Eu 
neles, e tuem mim, para que sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo 
reconheça que tu me enviaste a mim, e que os amaste a eles como tu me amaste a mim”. 
Como você pode ler nas palavras do evangelista, não só a cristandade, mas a 
humanidade deve ser uma, pois Jesus Cristo desceu dos Céus e veio à Terra para ensinar 
isso aos homens. Nas palavras de João, a Igreja Cristã tem, na sua essência, a inclusão. 
Agora pare e pense: se os cristãos, que leem a Bíblia há milênios, não conseguem 
trabalhar em equipe para cumprir um pedido de Cristo, como unir todas as religiões sob 
um discurso de tolerância? 
A resposta ainda é o diálogo ecumênico e inter-religioso. Nesse sentido, a fé em uma 
religião é só mais um componente de um debate maior: a comunhão dos povos. 
Talvez não seja possível unir as igrejas e religiões sob uma só espiritualidade, 
desconsiderando o credo e buscando a paz e a justiça social, mas essa deve ser uma 
busca constante, que não pode ser perdido de vista pela humanidade. 
Durante as aulas, você viu que a religião e as instituições religiosas foram, e ainda são 
responsáveis por manter a estrutura das sociedades de pé. Da fé em uma entidade 
sobrenatural que emana boa parte dos dogmas e comportamentos sociais que existem no 
mundo. A ética e a moral que ordena os comportamentos individuais vêm de matizes 
religiosas. 
Desde que começamos a analisar e discutir as tradições religiosas, frisamos que a 
religião sempre influenciou a criação de normas e regras sociais. A continuidade, uma 
das principais características das religiões, cria uma memória coletiva entre os membros 
que professam o mesmo credo. A religião cria e mantém a tradição, por isso, acreditar 
em um Deus ou deuses normalmente significa fazer parte de uma comunidade que 
possui a mesma tradição. 
 
Faz parte do diálogo inter-religioso a busca pela tolerância, pela harmonia e pela paz. 
Isso é construído com o tempo, não surge de uma hora para outra. 
A aceitação da pluralidade religiosa e, consequentemente, a aceitação da tolerância 
religiosa pode significar o fim de diversas perseguições políticas e culturais e pôr fim a 
dezenas de guerras. Pense nisso depois que terminar de responder os exercícios do final 
desta aula. 
Atividade 
1) Faça uma análise sobre a diferença entre os diálogos ecumênico e inter-religioso. 
 
O diálogo ecumênico nasceu da tentativa feita pelas igrejas protestantes de unir o credo 
cristão. Apesar de terem chegado a avanços significativos, ainda há diversos entraves 
ligados a dogmas, como o papel desempenhado pelo Papa dentro da Igreja, e 
interpretações de passagens bíblicas, entretanto, já existe uma certeza entre a 
cristandade: é preciso ampliar o papel missionário e evangelizador. Já o diálogo inter-
religioso é mais complexo, pois passa pela aceitação do diferente. Para que haja esse 
tipo de diálogo é necessário aceitar que existem pessoas que não acreditam nos mesmos 
deuses. É preciso aceitar que o diferente não pode ser hostilizado, mas, sim incluído, 
pois, em última instância, todas as religiões buscam a harmonia entre o profano e 
sagrado. 
2) Escreva um texto explicando por que as igrejas cristãs protestantes começaram o 
diálogo ecumênico no século XIX e por que ele se expandiu entre as outras igrejas 
cristãs. 
 
O ecumenismo cristão nasceu de um movimento orquestrado pelas igrejas cristãs 
protestantes. No século XIX, diversas igrejas cristãs de origem protestante ou 
reformadas começaram um diálogo cujo objetivo era unir outra vez o credo cristão. 
Depois de começado, o movimento se ampliou porque seu discurso tinha como mote a 
necessidade de espalhar as missões evangelizadoras pelo mundo. Começado entre as 
igrejas protestantes, o diálogo ecumênico hoje inclui a Igreja Católica Romana e a Igreja 
Ortodoxa. A expansão das missões cristãs pelo mundo foi a ideia aglutinadora. O 
Cristianismo nasceu e se expandiu a partir da pregação e conversão de pessoas e grupos 
sociais. O ecumenismo de hoje em dia tem o mesmo objetivo, apesar das diferenças 
institucionais. 
3) Explique o que quer dizer a frase: O pluralismo religioso é a democratização do 
campo religioso. 
 
Pluralismo religioso significa a inexistência de uma religião hegemônica. Significa que 
a tolerância está presente no meio social e que há diversidade e liberdade religiosas. 
Principalmente, quer dizer que existe na sociedade um diálogo inter-religioso que 
permite a aceitação do diferente em prol da harmonia e da paz social. A democratização 
do campo religioso passa por esses significados também, pois o crente pode expressar 
sua religiosidade sem preconceitos institucionais e, mais importante, caso alguma 
pessoa se oponha à realização de alguma expressão religiosa, será punida pelo estado. 
 
Referências 
 
Créditos 
Redator: Monica Veiga 
Designer Instrucional: Daniele Pires 
Web Designer: Rafael d'Orsi 
Administrador do LMS: Rostan Luiz 
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