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Do adimplemento e extinção das obrigações

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Do adimplemento e extinção das obrigações
Como já foi estudado, obrigação dentro do Direito Obrigacional, é quando há um vínculo de cunho patrimonial entre duas ou mais pessoas em que há um dever jurídico de prestação, tendo de um lado devedor e de outro credor, tendo o primeiro a obrigação de cumprir determinada prestação e o segundo direito de exigir tal cumprimento.
Quando falamos em adimplemento e extinção das obrigações, logo temos a necessidade de cumprimento da prestação, pois só assim o devedor estará livre da obrigação, sendo esta finalizada, ou seja, extinta.
Para que se possa falar em extinção, o adimplemento deve ocorrer da maneira como é devida, ou seja, dentro das exigências convencionadas entre credor e devedor.
O Código Civil de 2002 traz sobre tal matéria em seu Título III, do art. 304 ao 388.
Do Pagamento
De Quem Deve Pagar
Art. 304 ...
Qualquer sujeito que esteja dentro vínculo obrigacional e deseje que a obrigação seja eliminada poderá efetuar o pagamento. Caso o credor se oponha, poderá aquele que deseja efetuar o pagamento, utilizar-se dos meios disponíveis para liberação do devedor. O parágrafo único traz que terceiro que não esteja dentro do vínculo obrigacional também poderá efetuar o pagamento, desde que o devedor tenha cientificação do fato.
Ex: Carlos Eduardo deve uma quantia de R$ 1900, 00 a João Ricardo, na data prevista para o pagamento, Carlos Eduardo teve de fazer uma viagem a trabalho e deixou sob responsabilidade de sua secretária Jéssica a efetuação do pagamento a João Ricardo.
Art. 305 ...
O terceiro que não está dentro do vínculo jurídico e faz o pagamento da dívida em seu próprio nome, tendo este constado no recibo de pagamento, pode pedir reembolso ao devedor, mas não se apodera dos direitos que tem o credor. Caso este terceiro pague a dívida antes do vencimento, ele só poderá exigir o reembolso na data de vencimento.
Ex: Jéssica efetuou o pagamento de R$ 1900,00 a João Ricardo, em seu próprio nome, João Ricardo a deu um recibo em que constava seu nome, assim Jéssica passou a ter o direito de exigir que Carlos Eduardo a reembolse pelo valor gasto na quitação da dívida.
Art. 306 ...
Qualquer terceiro, dentro do vínculo jurídico ou não, que efetue o pagamento sem que o devedor tenha ciência do fato ou este não tenha concordado, não terá o direito de exigir reembolso do devedor.
Ex: Jéssica, por gostar muito de seu chefe, resolveu assumir a dívida feita por ele e decidiu efetuar o pagamento de R$ 1900,00 a João Ricardo. Carlos Roberto não tinha ciência da atitude de Jéssica. Esta, algum tempo depois, por passar por problemas financeiros optou por exigir de Carlos Roberto o reembolso do valor gasto, porém ele se negou visto que na época da efetuação do pagamento por Jéssica, ele não tinha ciência do fato.
Art. 307 ...
Quando se fala em transmissão de propriedade no artigo acima, o código civil trata de bem móvel ou imóvel, ou seja, refere-se ao pagamento feito pela entrega de bem móvel ou imóvel. Nesse caso, o pagamento da obrigação só se torna válido quando é feito pelo titular do direito real, ou seja, pelo titular do bem. 
O parágrafo único traz sobre o pagamento feito através de fazer fungível, isto é, cumprimento de ato que pode ser realizado por terceiro, que tenha sido recebido pelo credor de boa-fé e que tenha o consumido, assim o devedor não poderá reclamar ao credor, sendo este desobrigado de restituir o pagamento.
Ex: Pedro deve efetuar o pagamento de um carro a Lucas, no momento em que Pedro entregar o carro a Lucas o vínculo jurídico será extinto. Caso Pedro mande seu pai entregar o carro, não será válido a pagamento.
Daqueles a Quem se Deve Pagar
Art. 308 ...
O pagamento só poderá ocorrer ao credor ou aquele que o represente, seja por forma legal, convencional ou judicial. Quando houver representante, no caso de representação legal ou judicial, tal pagamento deverá ser feito somente ao representante, enquanto na forma convencional, poderá ser efetuado pagamento ao próprio credor ou ao seu representante. Nesta última, qualquer que receber o pagamento tornará o devedor livre da obrigação. Caso ocorra o pagamento a um terceiro que não seja representante, somente estará o devedor livre da obrigação se houver ratificação do pagamento pelo credor ou o pagamento tenha se revertido integralmente em proveito do credor.
Ex: Júlia deve R$ 5.000, 00 à Laura, porém no dia do pagamento, Amanda que não tinha nenhum tipo de interesse na obrigação, procurou Júlia para receber o pagamento devido a Laura, Júlia assim o efetuou. Caso Laura alegue que não recebeu o pagamento, Júlia continuará devedora de R$ 5.000.00, mas se Laura confirmar o recebimento dos R$ 5.000,00 por meio de Amanda, extingue-se a obrigação, ficando Júlia livre da dívida.
Art. 309 ...
Quando se fala em credor putativo, o código civil se refere a uma pessoa que se passa por credor de uma obrigação, sendo ele assim um falso credor. Nesse caso, caso o devedor faça o pagamento mediante boa-fé, ou seja, se comprovado que não tinha conhecimento do fato, ao credor putativo, ficará o devedor livre da obrigação, mesmo que fique comprovado após o cumprimento que aquele a quem fez o pagamento não era o legitimo credor.
Ex: Paulo alugou um imóvel de Pedro Henrique, agindo Paulo de má-fé passou-se por proprietário do imóvel e alugou Rogério. Rogério não tinha conhecimento de que Paulo não era o verdadeiro dono do imóvel e assim se mudou, efetuando corretamente o pagamento dos aluguéis. Visto que Rogério agiu de boa-fé, os pagamentos feito a Paulo são válidos, tendo Pedro Henrique o direito de voltar-se contra Paulo.
Art. 310 ...
Exigi-se para extinção da obrigação que o credor a qual ocorra o pagamento seja capaz, caso o devedor pague sua dívida a um credor incapaz sem ter consciência de tal incapacidade, é válido o pagamento. Porém, se o devedor tenha consciência dessa incapacidade e mesmo assim efetua o pagamento, este será considerado inválido, a não ser que o devedor tenha provas de que o pagamento tenha se revertido de forma proveitosa ao incapaz. Carlos Roberto Gonçalves diz que ‘’ considera-se revertido em proveito do incapaz o pagamento quando, por exemplo, chega, no todo ou em parte, ao poder do seu representante; ou tal não sucede mas a prestação enriquece o patrimônio do incapaz, que a conserva ou tirou dela proveito econômico”, diz ainda que ‘’ também se mostra proveito o pagamento, verbie gratia, quando aplicado na compra de imóveis, no resgate de dívidas vencidas e em outros negócios que acarretem consolidação ou aumento do patrimônio do incapaz”.
Ex: Bernardo é absolutamente incapaz devido uma doença mental, ele entrou em um vínculo jurídico com Matheus quando este alugou o apartamento daquele. Matheus tinha ciência da incapacidade de Bernardo e mesmo assim efetuou o pagamento dos aluguéis diretamente a ele e não a Lucas, curador de Bernardo, tornando-se assim inválido tais pagamentos. Somente será considerado válido os pagamentos se Matheus conseguir provar que o valor dos aluguéis foi revertido em benefício de Bernardo.
Art. 311 ...
Portador da quitação refere-se aquele que por mandato tácito ou presumido pela lei é autorizado a receber o pagamento, assim, o pagamento feito pelo devedor ao portador da quitação é válido, extinguindo assim a obrigação. As circunstâncias a que se refere o código civil, trata-se de circunstâncias que são observadas pelo juiz em cada especificidade, caso estas se mostrem antagônicas ao que se presumiu, tornara-se invalido o pagamento efetuado.
Ex: Márcia é devedora da loja Bellos, Jéssica é vendedora dessa loja e foi autorizada através de um mandato pela sua patroa a receber o pagamento feito por Márcia, dessa forma, ao efetuar o pagamento, Márcia ficará livre da obrigação. Caso Jéssica não seja vendedora da loja nem mesmo tenha interesse naquela dívida e Márcia, sem observar a veracidade do mandato, efetue o pagamento, continuará sendo devedora da loja. 
Art. 312 ...
Caso determinada dívida que um devedor tenha com um credor,seja objeto de penhora de dívida daquele credor com um terceiro, deverá o devedor depositar o valor devido em juízo e não efetuar o pagamento diretamente ao credor. Caso o devedor efetue o pagamento ao credor, poderá o terceiro exequente ou embargante da penhora, exigir que aquele devedor deposite novamente o valor, agora em juízo. Tendo este devedor o direito de exigir regresso do credor.
Ex: Guilherme deve R$ 10.000,00 a Christian, este possui uma dívida com o Banco X que penhorou os R$ 10.000,00 da dívida entre Guilherme e Christian. O Banco X notificou Guilherme de que ele deveria depositar o valor em juízo, já que era objeto de penhora. Guilherme descumpriu a notificação e pagou o valor diretamente a Christian, dessa forma o Banco X exigiu novamente que Guilherme deposite os R$ 10.000,00 em juízo, devendo este assim o fazer, podendo Guilherme exigir que Christian o ressarça.
Do Objeto do Pagamento e sua Prova
Art. 313 ...
O pagamento deve ocorrer exclusivamente com o objeto que foi pactuado, caso o contrário não tenha sido estipulado. Dessa forma, mesmo que o devedor ofereça um objeto de maior valor do que aquele devido, ao credor, este não tem a obrigação de receber, permanecendo assim o devedor no vínculo jurídico.
Ex: Aline deve R$ 5.000,00 a Luciano, no dia do pagamento Aline não possuía o dinheiro e resolveu assim entregar a Luciano uma jóia que equivale a R$ 6.000,00. Luciano optou por não receber, pois no momento em que negociaram, foi pactuado entre eles que o pagamento ocorreria exclusivamente na entrega dos R$ 5.000,00 em dinheiro. Aline permanece devedora de Luciano, não sendo eximida da obrigação.
Art. 314 ...
Se não houver sido estipulado o contrário, mesmo que o objeto seja passível de divisão, a obrigação não poderá ser paga em mais de um ato.
Ex: Aline deve R$ 5.000,00 a Luciano, foi pactuado entre eles que no dia 10/05/16 Aline entregaria todo o valor em dinheiro a Luciano. No momento do pagamento, Aline entregou R$ 2.500,00 a Luciano, este a questionou sobre o restante do pagamento e ela alegou que não tinha a quantia total no momento e que pagaria posteriormente o restante do valor devido. Luciano se negou a receber pois havia sido estipulado entre eles que Aline pagaria toda a dívida em apenas um ato, permanecendo ela ainda, devedora de total valor devido.
Art. 315 ...
O aludido artigo traz que pagamento feito em dinheiro, deverá ocorrer na data do vencimento e em moeda nacional, ou seja, moeda circulante no país em onde ocorreu a negociação.
Ex: Arthur se comprometeu a pagar em dinheiro R$ 500,00 a Marcus no dia 15/05/16. Assim, na presente data deverá ocorrer o pagamento, devendo Arthur o faze-lo em moeda nacional, REAL, não podendo efetua-lo por exemplo em DÓLAR. 
Art. 316 ...
No pagamento feito em prestações sucessivas é permitido a adição de encargos como juros moratórios, taxa de correção monetária oficial, nas parcelas do objeto principal.
Ex: Elisângela comprou uma Lava Louças na loja Magazine Luiza no valor de R$ 2.599,00, no dia 10/02/2016, parcelando a compra em 5x de R$ 519,80 no boleto, cada parcela respectivamente para março, abril, maio, junho e julho. Por motivos pessoais, Elisângela atrasou o pagamento do mês de abril vindo a efetua-lo 4 dias após o pagamento. No boleto já dizia que para cada dia de atraso se paga 0,5% do valor da prestação referente a juro moratório, ou seja, juros que se cobram por atraso de pagamento. Dessa forma, ao efetuar o pagamento no dia 14/04/16 da parcela em atraso, Elisângela pagou o valor de R$ 530,16. Sendo perfeitamente lícita a cobrança desses juros.
Art. 317 ...
Quando há variação do valor do objeto, que seja desproporcional ao valor verdadeiro do bem, gerando um desequilíbrio e ainda não tenha ocorrido a tradição do negócio jurídico, poderá ser recorrido judicialmente, exigindo assim o juiz que o valor seja corrigido.
Ex: Thiago e Ruan pactuaram em contrato a venda de uma casa no valor de R$ 150.000,00, sendo Ruan o devedor de casa e Thiago o devedor de dinheiro. Antes da entrega do imóvel a Thiago, este descobriu que seria construído próximo ao imóvel uma penitenciaria, o que iria desvalorizar bastante a região, consequentemente o imóvel. Thiago então tentou fazer uma negociação com Ruan pedindo para que o valor do imóvel fosse diminuído, Ruan por sua vez se negou a aceitar a negociação. Dessa forma, Thiago recorreu ao juiz alegando ser prejudicado pela construção da penitenciaria próxima ao imóvel que adquirira e que o valor cobrado pelo mesmo não era justo. Assim o juiz exigiu que Ruan diminuísse o valor da casa, cobrando por esta o valor de R$ 120.000,00.
Art 318 ...
É proibido o pagamento feito em moeda estrangeira ou em ouro, contudo é permitido que negociações por estes meios ocorram, são as chamadas negociações de riscos. Tais negociações são aquelas em que é possível haver prejuízo ao credor ou a devedor, mas mesmo assim estes assumem a responsabilidade.
Ex: Existem diversos programas televisivos em que ocorrem ‘’quizzes’’ que prometem as pessoas que assistem e participam, que quem acertar determinada pergunta levará o valor x em barras de ouro para casa. Mas o que realmente acontece é que as barras de ouro entregues são apenas de fachada, o que ocorre na verdade é que o pagamento verdadeiro ao ganhador irá ocorrer por meio de dinheiro ou cheque, pois a lei proíbe o uso de barras de ouro para pagamento.
Art. 319 ...
O devedor tem direito a receber recibo de pagamento da sua dívida como prova de tal após este ter se cumprido ao credor, podendo segurar o pagamento até que o credor lhe dê o recibo.
Ex: Karlos deve R$ 230,00 a Heitor, no dia pactuado para vencimento, Heitor deverá dar um recibo de quitação a Karlos, o que prova que este fez o pagamento, se livrando assim daquela obrigação.
Art. 320 ...
O presente artigo traz em seu texto os requisitos do recibo de quitação, pelo qual será comprovado o pagamento da dívida, exigi-se para uma perfeita quitação quando vem por escrito em documento particular ou mesmo público, sendo o primeiro o que não exige fé pública, o valor da dívida e sua espécie, o nome daquele que a pagou, a data em que foi recebido o pagamento e o local, devendo ainda conter a assinatura do credor ou daquele que o represente. Porém, o parágrafo único traz que mesmo que o recibo não preencha todos os requisitos exigidos no caput do artigo, havendo possibilidade de presunção de pagamento, considerará quitada a dívida. 
Ex: Karlos deve R$ 230, 00 a Heitor, no momento do pagamento, ao entregar o dinheiro a Heitor, este deu a Karlos um recibo de que havia recebido de Karlos, a importância de duzentos e trinta reais referente ao pagamento de uma câmera fotográfica, pago em moeda corrente, em Uberlândia, no dia 12/05/16 e constando ainda sua assinatura.
Art. 321 ...
O que ocorre neste artigo é que no caso de dívida estabelecida por meio de nota promissória que deverá ser entregue ao credor, e este a perde, o devedor pode deixar de efetuar o pagamento no prazo estabelecido e exigir que o credor declare o desaparecimento do título, suspendendo seus efeitos, para que posteriormente não aja de má-fé.
Ex: Thallys emprestou R$ 2.000,00 a Larissa, que se comprometeu em pagar a dívida em 30 dias. Assim sendo, emite uma nota promissória no valor de R$ 2.000,00 onde o beneficiário é Thallys. Este por sua vez alegou ter perdido o título que recebeu, Larissa pode dessa forma exigir de Thallys uma declaração que inutilize a nota promissória.
Art. 322 ...
Quando é dado um recibo de quitação plena da relação obrigacional prestacional, mesmo que haja inadimplemento em uma das prestações, considerará quitada a obrigação, dessa forma, estando livre o devedor daquela obrigação.
Ex: Elisângela comprou uma Lava Louças na loja Magazine Luiza no valor de R$ 2.599,00, no dia 10/02/2016, parcelando a compra em 5x de R$ 519,80 no boleto, cada parcela respectivamente para março, abril, maio, junho e julho. Nos mês de julho, ao pagar a última parcela, recebeu um recibo de quitação plena de suadívida, o que a liberou da relação obrigacional com a loja. Porém, depois foi observado que a parcela do mês de maio não havia sido paga, a loja Magazine Luiza não poderá cobrar de Elisângela aquela prestação, pois já havia sido dado o recibo de quitação pleno, devendo assim a loja arcar com o prejuízo resultante de seu erro. 
Art. 323 ...
No caso de dívida com existência de juros, se o devedor efetua o pagamento do valor devido sem o acréscimo dos juros e assim o credor o aceita, não poderá este depois cobrar separadamente os juros, pois estes já se presumem pagos também.
Ex: Karlos deve R$ 230,00 a Heitor, ficando pactuado entre ele que a cada dia de atraso teria acréscimo de 0,01% no valor da dívida, Karlos efetuou o pagamento 10 dias depois da data convencionando, devedo assim pagar o valor de sua dívida mais o valor de juros moratórios, porém entregou a Heitor somente os R$ 230,00, que assim o aceitou, desta forma, presume-se que os juros foram pagos juntamente com a dívida principal, não podendo Heitor cobra-los de Karlos posteriormente. 
Art. 324 ...
A dívida estabelecida por meio de nota promissória, é considerada quitada no momento da entrega de tal título. O parágrafo único aduz que, o devedor não pagando a dívida em sessenta dias, sendo o credor possível provar o inadimplemento, suspenderá os efeitos da quitação.
Ex: Thallys emprestou R$ 2.000,00 a Larissa, que se comprometeu em pagar a dívida em 30 dias. Assim sendo, emite uma nota promissória no valor de R$ 2.000,00 onde o beneficiário é Thallys, com vencimento para 30 dias, ao entregar o título para Thallys, considerará quitada a dívida. Não efetuando o pagamento em 30 dias, e passado 60 dias ao todo, e Thallys tenha prova de que o valor não foi pago, o pagamento por nota promissória ficará sem efeito.
Art. 325 ...
As despesas com a cobrança da dívida como deslocamento do credor ao local do pagamento, a emissão de recibo e demais custas são do devedor, devendo ele com estas arcar. Caso sobrevenha aumento por vontade do credor, este é que deverá arcar com o aumento de sua despesa. 
Ex: Carlos André deve R$ 5.000,00 a Rogério, estes moram em cidades diferentes, sendo o primeiro domiciliado em Uberlândia e o segundo em Uberaba. Rogério deverá se deslocar de Uberaba até Uberlândia para receber a dívida, mas os custos que obtiver com a viagem será despesa de Carlos André.
Art. 326 ...
Quando se tratar de objeto em que o pagamento dependa de pesagem ou medição, considerará o local da execução como local de pagamento pois em alguns locais as medidas podem divergirem-se, caso o contrário não tenha sido pactuado. 
Ex: Se Andrea compra da Cláudia a fazenda que ela tem no Rio de Janeiro, que mede 150 hectares, o pagamento que Cláudia fará à Andrea é de 150 hectares cariocas, pois é lá que o pagamento é feito, e lá se localiza a fazenda. Se for em São Paulo, será hectares paulistas. Levando em consideração que há divergências entre essas medidas em determinados lugares do país. 
Do Lugar do Pagamento
Art. 327 ...
O pagamento deverá ocorrer sempre no lugar onde é domicilio do devedor se o contrário não tiver sido estipulado. O parágrafo único aduz que se tiver sido estipulado dois ou mais locais para o pagamento, cabe ao credor a escolha, podendo o devedor recusar-se caso o local escolhido pelo credor gere gastos acima do valor devido para ele.
Ex: Carlos André deve R$ 5.000,00 a Rogério, estes moram em cidades diferentes, sendo o primeiro domiciliado em Uberlândia e o segundo em Uberaba. Rogério deverá se deslocar de Uberaba até Uberlândia para receber a dívida, visto que é o local de domicilio de Carlos André.
Art. 328 ...
Tratando-se de imóvel, o pagamento obrigatoriamente deverá ocorrer no lugar em que está situado.
Ex: Geraldo aluga uma casa de William localizada em Uberaba, o pagamento dos aluguéis deverá ocorrer em Uberaba, visto que é onde se localiza o bem.
Art 329 ...
Não havendo culpa do devedor e o pagamento seja inviável de se realizar no lugar determinado, poderá ele realizar em outro local, desde que não gere prejuízos ao credor.
Ex: Carlos André deve R$ 5.000,00 a Rogério, estes pactuaram que o pagamento deveria ser efetuado no escritório de Rogério, porém no dia do vencimento, as vias de acesso ao escritório foram interditadas, impossibilitando que Carlos André chegasse ao local. Assim optou por ir até a casa de Rogério, onde efetuou o pagamento, visto que essa mudança de local não geraria prejuízo a Rogério.
Art. 330 ...
O pagamento sequencial de parte de prestações, acima de um terço do cumprimento, feito em local diferente do pactuado faz presumir que o credor renunciou-se a clausula contratual de estipulação do local de início para pagamento.
Ex: Rebeca deve à Carol R$ 15.000,00, o valor foi parcelado em 12x de R$ 1.250,00, foi pactuado entre elas que o pagamento ocorreria no domicilio de Carol. Após Rebeca fazer o pagamento de 5 parcelas no domicilio de Carol, ao chegar na 6ª prestação, esta optou por buscar o pagamento na casa de Rebeca, dessa forma poderá considerar que Carol renunciou a cláusula de que estipulava que o pagamento deveria ocorrer no seu domicilio.
Do Tempo do Pagamento 
Art. 331 ...
Se não houver sido pactuada data para pagamento, o credor pode exigir que o devedor o pague no atual momento da cobrança. Carlos Roberto Gonçalves diz que ‘’ faltando o termo, vigora o princípio da satisfação imediata ‘’, que em suas palavras, este ‘’ pode ser abrandado pelo bom senso, se este exige um tempo razoável que permita ao devedor satisfazer sua prestação‘’. Ou seja, o credor deve agir de forma sensata, levando em consideração que o devedor possa precisar de um tempo para adimplir sua obrigação.
Ex: Diego vendeu um carro para Jhonatan no valor de R$ 35.000,00, não foi pactuado entre eles a data em que Jhonatan deveria efetuar o pagamento pelo carro, dessa forma, no dia que Diego entregar o carro para Jhonatan, poderá cobrar os R$ 35.000,00 devido.
Art. 332 ...
As obrigações que dependem de um acontecimento futuro e incerto para a ocorrência, deverá se cumprir na data da concretização do acontecimento, devendo o devedor provar ao credor que teve ciência do fato ocorrido naquele dia.
Ex: Diego vendeu um carro para Jhonatan no valor de R$ 35.000,00, foi pactuado entre eles que Jhonatan pagaria o valor devido quando tivesse o empréstimo que pediu ao Banco liberado, desta forma, no dia em que o Banco liberar para ele o empréstimo, deverá provar de alguma forma a Diego, que só teve ciência da liberação naquele dia.
Art. 333 ...
O direito de exigir o pagamento antes da data estipulada só poderá ocorrer caso o devedor morra ou exista mais de um credor; caso um bem hipotecado pertencente ao devedor seja penhorado por outro credor; caso as garantias de débito tornem-se impossíveis e o devedor não as substitua. Logo, o pagamento antecipado só poderá ocorrer quando houver risco do pagamento não se efetuar caso o credor tenha que esperar até a data de vencimento.
O parágrafo único traz ainda que na existência de solidariedade passiva, o adiantamento do pagamento caberá somente ao devedor insolvente.
Ex: Thiago vendeu a Ruan uma casa no valor de R$ 150.000,00. Ruan colocou Victor como seu avalista. Porém, dias antes da data pactuada para o pagamento, Victor decidiu que não seria mais avalista de Ruan. Thiago sabendo do ocorrido logo contatou Ruan e exigiu que fizesse o pagamento antecipado, pois presumiu que poderia correr o risco de não receber o valor devido.
Do Pagamento em Consignação
Art. 334...
Quando a obrigação consistir em uma obrigação de dar e o credor por sua vez, recusar a receber o pagamento, deverá o devedor fazer um deposito judicial que consiste em ajuizar uma ação de consignação em pagamento, ou fazer depósito em estabelecimento bancário, quando se tratar de dinheiro e assim ficará livre daquela obrigação, extinguindo-a.
Ex: Lincoln é marceneiro e ficou responsável por fabricar os móveis da casa de Carla, no dia da entrega da Carla se recusou a receber a mobília, alegandonão está preparada para realizar o pagamento. Dessa forma, Lincoln poderá consignar a mobília em uma ação de consignação em pagamento através de uma petição inicial em que dirá que os móveis estão situados em sua marcenaria no endereço x, e está dessa forma livre da obrigação que tinha com Carla.
Art. 335...
Aqui devemos fazer uma distinção entre obrigação querable e obrigação portable. A primeira refere-se aquela obrigação em que o credor deve ir até o domicilio do devedor para que este efetue o pagamento, já a segunda, refere-se a obrigação em que o devedor tem de ir ao domicilio do credor para efetuar o pagamento. 
No inciso I do presente artigo temos a obrigação do tipo portable, aqui, caso o credor se impossibilite de receber o pagamento devido a ocorrência de algum fato que a isso ensejou, ou se, sem justificativa o credor se negar a receber o pagamento ou quita a dívida com os requisitos exigidos, poderá haver o pagamento em consignação.
O inciso II trata de obrigação querable, caso esta não cumpra, o devedor não é obrigado ir ao domicilio do credor para efetuar o pagamento, podendo haver aqui também a consignação.
Nos casos do inciso III em que o credor tenha se tornado incapaz depois de imposto o vínculo jurídico; ou venha a morrer e o devedor não conheça os herdeiros; o credor se divorcie e seu cônjuge fique responsável pela dívida e o devedor não tenha conhecimento disso; o credor se declare ausente ou more em local onde é difícil de se chegar ou coloque em risco o devedor, a consignação também é permitida.
Permite-se a consignação ainda quando não há certeza sobre quem é o verdadeiro credor daquela obrigação (inciso IV), ou ainda quando há divergência sobre o objeto que será usado no pagamento (inciso V).
Ex: Luiz Claudio deve R$ 500,00 a Murilo, pactuado entre eles que Luiz Claudia deveria ir até a casa de Murilo para efetuar o pagamento, porém no dia convencionado, todas as vias de acesso a casa de Murilo estavam interditadas para obra, dessa forma tornou-se impossível a chegada de Luiz Claudio até lá, assim este poderá depositar o valor devido em uma conta bancária fornecida por Murilo.
Art. 336 ...
A consignação só será aceita como forma de pagamento se preencher todos os requisitos necessários para a validade do pagamento, tais como: só poderá ser feito o depósito pelo devedor, pelo terceiro interessado e também pelo terceiro não interessado, tendo este último que fazer em nome e benefício do devedor; só poderá ser feito ao credor que seja capaz ou a seu representante; o objeto só poderá ser depositado por inteiro e não em partes; o modo de execução deve respeitar o que foi convencionado entre as partes e o tempo também deverá obedecer aquele pactuado.
Art. 337 ...
Só será a extinta a obrigação se o depósito for efetuado no lugar em que as partes convencionaram, tendo o devedor de depositar junto ao pagamento principal os juros que forem acrescidos por atraso no pagamento até a data em que ocorre o depósito. 
Art. 338 ...
Até o momento de aceitação ou contestação da ação de consignação pelo credor, o devedor poderá retirar o objeto do depósito, sendo ele responsável pelas despesas provenientes disso, voltando assim a obrigação que fará com que a dívida subsista com todos seus efeitos.
Ex: Lincoln entrou com uma ação de consignação para consignar a mobília que fabricou para Carla, ficando assim livre da obrigação. Porém antes de Carla declarar se aceitou ou não a consignação, Lincoln optou por retirar a mobília do deposito. Dessa forma voltará a ser devedor de móveis para Carla.
Art. 339 ...
Depois que o depósito for aceito, o devedor ainda terá direito a retirar o objeto depositado, porém, caso aja solidariedade passiva, todos os devedores devem estar de acordo com a retirada, caso contrário é proibido o levantamento.
Art. 340 ... 
No caso de existência de solidariedade passiva, depois de contestada ou aceita a ação de consignação pelo credor, a retirada do objeto só poderá ocorrer se a o credor concordar. Se um dos devedores desejar retirar o objeto depositado, concordando o credor com este devedor, os outros não terão direito de recusar.
Art. 341 ...
Tratando-se de objeto imóvel, este deverá ser entregue no lugar onde se encontra, tendo o credor de ir até o local receber. Se isso não ocorrer, o devedor poderá depositar o objeto.
Ex: Bruna vendeu uma casa para Ananery, as chaves deverão ser entregues a esta no local onde se encontra a casa, para tal, Ananery deverá até ir até lá para recebe-las. Caso Ananery não vá receber as chaves, Bruna poderá consignar a casa.
Art. 342 ...
Caso o objeto seja incerto, caberá ao credor escolhê-lo, se não o fizer, não poderá reclamar posteriormente o direito de escolha, e o devedor assumirá tal direito, podendo depois depositar o objeto.
Art. 343 ...
Se a ação de consignação for aceita pelo juiz, as custas obtidas com o depósito serão do credor, se não for aceita, será do devedor tais custas.
Art. 344 ...
Se em uma obrigação há alguma divergência entre possíveis credores, o devedor só se libera da obrigação se a fizer mediante consignação. Se fizer o pagamento a um credor e este não seja o credor legitimo, o devedor deverá pagar novamente ao real credor.
Ex: Habson deve um cavalo Verônica. Marisa, ex-sócia de Verônica, disputa com ela esse cavalo, dizendo que é dela. Habson tem conhecimento de tal divergência, então ele optou por consignar, pois, se escolhesse uma das duas para fazer o pagamento e a credora escolhida não fosse a verdadeira, Habson teria de pagar novamente um cavalo a Verônica.
Art. 345 ...
Na existência de divergência entre credores e a dívida venha a vencer, qualquer um dos credores poderá solicitar que o objeto seja consignado.
Ex: Se o prazo para Habson entregar o cavalo acabar e este não o tiver feito, tanto Verônica como Marisa poderá solicitar que o cavalo seja consignado.
Do Pagamento com Sub-Rogação
Art. 346 ...
O presente artigo traz em seu texto, o pagamento com sub-rogação, ou seja, quando há substituição de um sujeito da obrigação por outro sujeito.
Este artigo preceitua os casos em que ocorrerá sub-rogação conforme a vontade da lei. 
A primeira hipótese é quando um devedor possui mais de uma dívida com mais de um credor, e um destes credores resolve assumir a dívida que o devedor tem com o outro credor, dessa forma, o credor que assumiu a obrigação torna-se sub-rogado, fazendo papel de devedor.
A segunda hipótese é quando o objeto da obrigação é imóvel hipotecado, ocorre a sub-rogação quando a pessoa que contrai para si aquele imóvel que é hipoteca de dívida do dono da casa com outro credor, assume a dívida da hipoteca para que não corra o risco de perder o imóvel. Dessa forma, a pessoa que contrai o imóvel hipotecado e assume a dívida, passa a ser sub-rogado do devedor inicial.
O terceiro caso é quando um terceiro que está dentro do vínculo jurídico assume uma dívida total ou parcialmente, pela qual poderia ser responsabilizado. É o que acontece com contratos de seguradoras, na possibilidade de algo acontecer com o carro de um segurado, quem assume o prejuízo é a seguradora, sendo sub-rogado aos direitos do dono do carro.
Art. 347 ...
Aqui temos duas possibilidades em que ocorrerá sub-rogação conforme a vontade das partes. A primeira, ocorrerá quando um terceiro que está dentro do vínculo jurídico ou não, paga a dívida de um devedor com o credor, e este lhe transfere, por escrito, direitos que lhe pertenciam. A segunda ocorrerá quando alguém empresta determinado valor a uma pessoa para que ela salde uma dívida seu credor, mas para isso o credor tem de lhe transferir, por escrito, seus direitos de credor em relação ao devedor.
Ex: William empresta R$ 10.000,00 para Elizabeth, com a intenção de que essa quite sua dívida com Rose, mas para que o empréstimo se suceda, William pede para que Rose lhe transfira seus direitos de credora, dessa forma, William poderá exigir posteriormente que Elizabeth o reembolse, dentre outros direitos.
Art. 348 ...
Quando um terceiro que estádentro do vínculo jurídico ou não, paga a dívida de um devedor com o credor, e este lhe transfere, por escrito, direitos que lhe pertenciam, a situação se assemelhará o que ocorre na cessão de crédito, tendo o terceiro direito de exigir regresso contra o devedor, não extinguindo a obrigação, mas apenas o vínculo do devedor com aquele credor inicial. 
Ex: Elizabeth deve R$10.000,00 para Rose, seu amigo William decide assumir a dívida, efetuando o pagamento a Rose, esta transfere seus direitos de credora para William, que poderá exigir posteriormente que Elizabeth o reembolse. Desta forma, o vínculo jurídico que Elizabeth possuía com Rose se extingue, mas ela ainda é devedora de R$10.000,00 a William e caso não efetue, ele poderá entrar com ação de regresso.
Art. 349 ...
No caso de sub-rogação, todos os direitos pertencentes ao credor inicial passarão a ser direitos do credor sub-rogado, dessa forma, este terá o direito de exigir do devedor as dívidas tanto fidejussórias como as reais, os encargos, e tudo mais que o credor inicial poderia exigir.
Art. 350 ...
No caso de sub-rogação estabelecida pela lei, o credor sub-rogado só poderá gozar dos direitos que foram transferidos do credor inicial a ele, até o montante gasto para extinguir a obrigação.
Ex: Úrsula deve a Sofia R$ 2.000,00 de aluguel, Carol resolveu assumir a dívida, pagou a Sofia R$ 2.500,00, tornando-se credora sub-rogada, porém ela não poderá exigir os R$ 500,00 extras que pagou a Sofia pois o valor devido era de apenas R$ 2 mil.
Art. 351 ...
Caso o credor inicial ainda tenha parte do crédito em uma dívida, o restante do pagamento feito pelo devedor terá de ser efetuado preferencialmente ao credor inicial e posteriormente ao credor sub-rogado.
Ex: Vanessa empresta R$ 1500,00 à sua amiga Marcela, desde que esta chame sua irmã Larissa para ser sua fiadora. Chega o dia do vencimento, e Vanessa cobra de Marcela. Esta não dispõe do dinheiro naquele momento, então Larissa, sua fiadora, paga R$ 1000,00 à Vanessa. Ficou faltando R$ 500,00. Assim, Larissa se sub-rogou no direito de Vanessa em receber de Marcela esses R$ 1000,00 que adiantou à credora. Marcela, deverá pagar R$ 500,00 à Vanessa e mais R$ 1000,00 a Larissa. Vanessa, que é a credora inicial, tem preferência à sub-rogada, então primeiramente ela deverá receber seus R$ 500,00 e só depois Marcela poderá pagar os R$ 1000,00 que deve a Larissa.
Da Imputação do Pagamento
Art. 352 ...
A existência de mais de uma dívida ao mesmo credor e não existindo possibilidade de liquidar todas as dívidas, poderá o devedor escolher quais ele irá liquidar.
Ex: Fernando tem 4 dívidas com Flávio, uma no valor de R$ 3000,00, outra de R$ 15.000,00, outra R$ 5000,00 e por fim, uma de R$ 8000,00, todas vencidas. Fernando tem apenas R$ 17.000,00, ele poderá escolher quais serão as dívidas que serão quitadas com esse valor.
Art. 353 ...
Caso não tenha o credor agido de má-fé, poderá escolher quais dívidas serão quitadas pelo devedor, se este não tiver declarado sua escolha anteriormente.
Ex: Fernando tem 4 dívidas com Flávio, uma no valor de R$ 3000,00, outra de R$ 15.000,00, outra R$ 5000,00 e por fim, uma de R$ 8000,00, todas vencidas. Fernando tem apenas R$ 17.000,00 e não declarou quais das dívidas deseja liquidar, dessa forma, poderá Flávio fazer a escolha.
Art. 354 ...
O pagamento do principal não poderá ser feito sem o pagamento dos acessórios. Dessa forma, se o devedor escolher duas de suas dívidas, mas o valor que ele possui não consiga quitar as duas dívidas escolhidas mais os encargos de cada uma, o credor poderá dar a quitação de apenas uma das dívidas principais mais seus encargos.
Ex: Suponhamos que Fernando disponha apenas de R$ 8000,00 para quitar suas dívidas, optou por pagar a de R$ 5000,00 e a de R$ 3000,00, porém há um acréscimo de R$ 2500,00 de juros moratórios na dívida de R$ 5000,00. Flávio poderá dar a quitação da dívida de R$ 5000,00 + R$ 2500,00, deixando com que a dívida de R$ 3000,00 escolhida por Fernando subsista.
Art. 355 ...
No caso deste artigo, não há declaração de escolha nem do devedor, nem do credor. Trata-se da hipótese de o devedor nem o credor indicar quais as dívidas desejam que sejam quitadas, assim, dará preferência aos débitos já vencidos, caso todos já estejam vencidos, será feito o pagamento daqueles que possui maior valor.
Da Dação em Pagamento
Art. 356 ...	
O objeto da obrigação poderá ser substituído por outro, dependendo exclusivamente do consentimento do credor, podendo ele aceitar ou não. No caso de aceitação do credor, estará configurada a dação em pagamento. Segundo Carlos Roberto Gonçalves, a dação em pagamento ‘’ se configura quando, por ocasião do cumprimento da obrigação, dá-se a substituição de seu objeto original’’. 
Ex: Arlisson devia R$ 50.000,00 a Adriano, porém no dia do pagamento não possuía o valor em dinheiro, ofereceu então a Adriano um terreno que possuía valor equivalente ao da dívida, este por sua vez concordou com a troca do objeto, configurando assim uma dação em pagamento.
Art. 357 ...
Após a análise do valor do objeto de substituição, o vínculo jurídico existente entre credor e devedor passará a ser regulado com as regras do contrato de compra e venda.
Ex: Mesmo não se tratando de venda do terreno dado por Arlisson, mas sim de uma substituição, todo o acordo entre ele e Adriano será regulado de acordo com normas de compra e venda de imóvel.
Art. 358 ...
Quando há substituição de dinheiro por cheque ou nota promissória, configura-se como dação em pagamento. Caso o título se torne impossível, o débito permanece, assim como acontece na cessão.
Art. 359 ...
Na troca de um objeto por outro e que o último se perde, a obrigação volta ao estado anterior.
Ex: O terreno dado por Arlisson a Adriano, foi hipotecado devido a uma dívida que ele possuía com o banco, dessa forma, tornou-se impossível a substituição do valor devido por ele ( R$ 50.000,00) pelo terreno. Assim Arlisson voltará a ser devedor de Adriano, devendo pagar a este o valor devido para que assim seja eximido da obrigação.
Da Novação
Art. 360 ...
Dá se a novação quando há extinção de uma dívida válida e logo em seguida a criação de outra. São três as hipóteses trazidas nos incisos do presente artigo. O inciso I faz referência a Novação Objetiva que ocorre quando há troca do objeto com a intenção de extinção ou substituição da primeira dívida. O inciso II refere-se a Novação Subjetiva Passiva, ocorre quando há substituição do devedor por outro, criando o credor nova dívida com este último devedor, eximindo o primeiro da obrigação. No inciso III, tem-se a Novação Subjetiva Ativa que ocorre quando há troca do credor em razão de nova obrigação.
Art. 361 ...
Para que ocorra a novação o credor deve expressar sua intenção de novar. No caso de não haver sido manifestada expressamente tal intenção, a novação só poderá ocorrer se não houver dúvidas quanto as situações que cerca a fixação da novação.
Art. 362 ...
Este artigo trata da novação subjetiva passiva por expromissão, que é quando o devedor está inadimplente na obrigação e o credor abre a possibilidade para que aquele seja substituído por outro devedor, essa novação ocorrerá mesmo que o primeiro devedor não tenha consentido. Nessa espécie de novação, o primeiro devedor jamais será chamado novamente naquela obrigação.
Ex: Ana Laura possui um imóvel que é objeto de hipoteca de uma dívida que possui com o Banco Bradesco, devido sua inadimplência seu imóvel foi hipotecado, vindo a leilão. Carol arrematou o imóvel e irá substituir Ana Laura na sua dívida com o banco. Dessa forma, Ana Laura não será mais devedora, o vínculo jurídico dela com o banco será extinto, criando o banco uma nova obrigação com Carol.
Art. 363 ...
Este artigo trata da novação subjetiva passiva por delegação, que é quando o devedor da obrigação delega sua dívida a um terceiro, caso o segundo devedor torne-se insolvente e o credor tenha aceitado, este não terá o direito de exigir que o primeiro assuma a dívida novamente. O credorsó poderá chamar o segundo devedor, se for comprovado que este agiu de má-fé.
Art. 364 ...
Quando ocorre a novação, a extinção da primeira dívida se dará de forma absoluta, ou seja, tudo o que acompanhar a dívida será extinto juntamente com a mesma, como por exemplo os encargos, fiador, penhor.
Art. 365 ...
Na existência de solidariedade passiva, o devedor solidário que optar pela novação ficará obrigado condicionalmente àquela obrigação anterior. A nova obrigação será responsabilidade somente do devedor que optou pela novação, os outros devedores portanto, continuam solidários a obrigação anterior. Dessa forma, somente quando se extinguir a obrigação anterior, o devedor da nova obrigação cumprirá com o valor devido.
Art. 366 ...
Havendo fiador na obrigação anterior e este não tiver de acordo com a novação, ele será extinto da nova obrigação que for criada.
Art. 367 ...
As obrigações que não são válidas como as obrigações nulas ou já extintas, não poderão ser objeto de novação, aquelas que são passíveis de anulação ainda poderão ser substituídas por outra obrigação.
Da Compensação
Art. 368 ...
Quando credor e devedor são simultaneamente devedores um do outro, as duas obrigações poderão ser extintas através de compensação, até onde couber. 
Ex: Uilza deve R$ 1000,00 à Mariades, e esta deve simultaneamente R$ 1000,00 a Uilza. A dívida de uma pode compensar a dívida da outra, extinguindo assim a obrigação.
Art. 369 ...
Só poderá ocorrer compensação quando o valor da dívida for certo e determinado, houver inadimplência devido o termo convencionado já tiver se encerrado, o objeto das duas obrigações for do mesmo gênero.
Ex: Uilza deve R$ 1000,00 à Mariades, e esta deve simultaneamente R$ 1000,00 à Uilza. As duas dívidas possuem valor certo e determinado (R$1000,00), estão vencidas e possuem o mesmo gênero, dinheiro.
Art. 370 ...
A qualidade dos objetos também deverão ser a mesma para que ocorra a compensação.
Ex: Valteci deve um cavalo a Valter, que também deve um cavalo a Valteci, porém este ultimo cavalo devido, é um cavalo campeão de competições. Nesse caso, não poderá haver compensação, pois a qualidade do cavalo devido a Valteci é superior a qualidade do cavalo que este deve pagar.
Art. 371 ...
Em regra só é possível a compensação entre credor e devedor que devam simultaneamente um ao outro. Porém, se houver fiador que tenha dívida com um afiançado, e este por sua vez, tenha dívida com outro que o deva simultaneamente, poderá ocorrer a sub-rogação do fiador, no lugar do afiançado.
Ex: Uilza deve R$ 1000,00 à Mariades, e esta deve simultaneamente R$ 1000,00 à Uilza. Porém esta possui uma dívida também de R$ 1000,00 com seu fiador, Alex. Alex poderá ser sub-rogado a compensar a dívida que possui com Uliza, com Mariades.
Art. 372 ...
Na existência dos prazos de favor, ou seja, quando há extensão do termo convencionado, estes não impedem que haja a compensação logo após o vencimento do prazo convencionado.
Ex: Uilza deve R$ 1000,00 à Mariades, e esta deve simultaneamente R$ 1000,00 à Uilza, o dia de vencimento das dívidas seria dia 23/05, mas convencionaram um prazo de favor de 5 dias, dessa forma, mesmo havendo um prazo de favor, dia 24/05 se quisererem compensar, poderão.
Art. 373 ...
Por via de regra, diferenças entre as razões pelas quais foram fundadas as dívidas não impedem que ocorra a compensação, desde que as dívidas possuam o mesmo gênero e a mesma qualidade. Porém, o Código Civil traz três hipóteses em que tal impedimento ocorrerá: A primeira hipótese é no caso de dívida proveniente de ato ilícito, ou seja, o autor que tiver cometido ato ilícito e doloso afim de compensar uma dívida existente com aquele contra quem cometeu o ato, deverá sofrer a condenação social e a ‘’compensação’’ não será válida; A segunda hipótese remete-se ao caso de comodato, depósito e alimentos. Nos dois primeiros casos só se admite o pagamento por meio da restituição da própria coisa emprestada ou depositada, dessa forma, não poderá utilizar-se de objetos de empréstimo e deposito para compensação da dívida, Carlos Roberto Gonçalves diz que ‘’ a não fungibilidade afasta a compensação, porque a prestação é determinada individualmente, tratando-se de corpo certo. Além disso, as dívidas não seriam homogêneas, mas de natureza diversa’’, no caso de dívidas alimentares também não se admite compensação, visto que a satisfação de tal dívida é essencial para a subsistência daquele a qual se deve o alimento; E por último, tem-se a hipótese de o objeto da dívida não ser suscetível de penhora, ou seja, não se admitirá compensação quando o objeto se tratar de bens ou patrimônios que não podem ser alienados.
Art. 374 – Revogado
Art. 375 ...
Quando credor e devedor, simultâneos, convencionarem que não haverá compensação, esta não poderá ocorrer. Caso convencionem e antes da ocorrência na compensação, uma das partes renuncie previamente, tal compensação convencionada também não ocorrerá.
Art. 376 ...
Tal regra é aplicada principalmente aos contratos com estipulação em favor de terceiro. Dessa forma, aquele que obriga em favor de terceiro não lhe paga o que foi prometido, mas sim o que prometeu ao estipulante, pois é em virtude de obrigação contraída com este que se realiza o pagamento ao terceiro. Não há aqui reciprocidade entre quem se obrigou em favor de terceiro e o terceiro.
Ex: A seguradora paga ao terceiro beneficiado, o que foi prometido àquele quem contratou os serviços da seguradora.
Art. 377 ...
Quando há cessão de crédito ao terceiro que estava na obrigação no polo de credor, deverá ocorrer a cientificação ao devedor, este por sua vez, só poderá se opor a esta cessão se tiver direito a compensação. Caso a cessão de crédito ao terceiro ocorra sem o devedor tiver sido notificado, este poderá exigir que o terceiro compense o crédito devido.
Art. 378 ...
Sendo as duas dívidas passiveis de compensação pagáveis no mesmo lugar, haverá desconto em relação as despesas ocorridas, como despesas com transporte, expedição, etc. Se estas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, uma das partes deverá arcar com as despesas geradas.
Art. 379 ...
Havendo pluralidade de débitos passíveis de compensação, vigorará o disposto nos artigos referentes à imputação de pagamento.
Art. 380 ...
Não é possível que exista a compensação quando esta puder prejudicar um terceiro, ocorre quando existe um devedor que deve a um credor e este deve a outra pessoa. A compensação não pode ocorrer aqui porque coloca em risco de o crédito que aquele terceiro tem com o credor-devedor, não ser pago.
Ex: Leno deve R$ 1.000,00 para Ivan. Porém Leno vende um relógio para Ivan por R$ 2.000,00. Leno era devedor (devia R$ 1.000,00), virou credor (de R$ 2.000,00). Mas Ivan devia R$ 1.000,00 para João Pedro. E este, para garantir essa dívida, conseguiu penhorar o crédito que Ivan tinha com Leno. Nesse caso, não cabe a compensação, porque João Pedro ficaria sem sua garantia. Senão Leno pagaria a dívida com o relógio, pegaria R$ 1.000,00 de troco e João Pedro fica prejudicado.
Da Confusão
Art. 381 ...
A confusão se dá quando no polo passivo e povo ativo, devido a alguma circunstância, encontram-se a mesma pessoa. Manoel Ignácio Carvalho de Mendonça diz que essa relação ‘’ deixa necessariamente de ser possível; estabelece-se um conflito, uma contradição jurídica entre o poder e o dever, por se acharem reunidos em um só indivíduo, pois que ninguém pode ser obrigado a si próprio. ‘’
O presente artigo diz que quando ocorrer a confusão, a obrigação será extinta.
Art. 382 ...
A confusão pode ser total ou parcial. Tem-se a confusão parcial quando há pluralidade de credor, tendo o credor de si mesmo e outro credor, ou pluralidade de devedores, o devedor de si mesmo e outro devedor.
Art. 383 ...
Sendo a obrigação solidária passiva e em um dos devedores esteja o credor e o devedor da obrigação, a confusão só terá efeitos até a quantia que concorre a sua quota parte. No caso de solidariedade ativa, sendo um dos credores, credor e devedorao mesmo tempo, a confusão só terá efeitos quanto a este credor, permanecendo para os demais, a solidariedade.
Art. 384 ...
A cessão da confusão pode ocorrer em casos, por exemplo, de abertura da sucessão provisória em razão da declaração de ausência e posterior aparecimento do presumidamente morto. Em casos desse tipo, não se tem que a confusão realmente gerou a extinção da obrigação, sendo a obrigação apenas paralisada por um lapso de tempo. Pontes de Miranda diz que ‘’não se trata de uma ressurreição do crédito que foi extinto, e sim, mais propriamente, de uma pós-ineficacização da confusão. ’’
Assim, após cessada a confusão, a obrigação voltará em seu estado anterior com todos seus acessórios.
Da Remissão das Dívidas
Art. 385 ...
Trata-se aqui de perdão da dívida feita pelo credor. Ocorrendo a remissão, a obrigação estará extinta.
Art. 386 ...
Para que a remissão tenha efeitos, o devedor deverá aceita-la, se este se mostrar contra a remissão, não poderá ser impedido de efetuar o pagamento ao credor. Ou seja, para que ocorra a remissão, o credor tem que querer perdoar a dívida do devedor e este tem que aceitar, ser capaz de obter a remissão.
Art. 387 ...
Este artigo refere-se a objeto empenhado, ou seja, um objeto que é garantia real e que consiste em coisa móvel. Quando o credor restitui ao devedor o objeto dado em penhor, ele renuncia nada mais que à garantia, subsistindo o crédito.
Art. 388 ...
Tem-se aqui remissão em caso de solidariedade passiva, a remissão feita pelo credor a um dos devedores, fará com que exista quota parte na obrigação, dessa forma, os demais devedores que não foram perdoados, ainda ficam obrigados ao restante da dívida.

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