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PROCESSO ADMINISTRATIVO

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL
 
L9784/99 – Editada para regulamentar o processo administrativo em âmbito federal. Estabelece normas básicas sobre processo administrativo federal que se aplicam ao âmbito da União federal, além dos poderes executivo, legislativo e judiciário, e do MP e do TCU, no exercício de suas funções administrativas.
CF /88 – Relaciona-se com o direito fundamental ao devido processo legal e o direito ao contraditório
Âmbito de aplicação:
Qualquer conflito ou divergência em âmbito adm (direta e indireta) e federal, no poder executivo, legislativo e judiciário. Não se aplica aos processos administrativos nas outras unidades da federação, somente é parâmetro para os Estados, Distrito Federal e municípios.
Distrito Federal:
L2834 -> Faz praticamente uma cópia da lei do processo administrativo federal para o DF.
A L9784 é subsidiária, utilizada sempre que não houver lei específica para regulamentar determinado processo. Se houver lei específica, ela só é aplicada subsidiariamente (aplicação básica e principiológica). Se não houver lei específica, é aplicada integralmente. 
A L9784 traz a definição de órgão (unidade de atuação sem PJ própria) e de entidade (unidade de atuação dotada de PJ, como as autarquias, soc economia mista, consórcios públicos etc, que são sujeitos de direitos e obrigações) e a definição de autoridade (agente ou servidor dotado de poder de decisão, que a lei conferiu poderes para praticar algum ato relacionado à função administrativa do Estado).
Princípios expressos:
Segurança jurídica: estabilidade das relações jurídicas. A adm, ainda que dentro da lei, deve sempre buscar uma ação que estabilize sua relação com os particulares. (para garantir essa segurança jurídica, existem dois institutos importantes: instituto da decadência, que permite à adm anular seus próprios atos em 5 anos, e o instituto da proteção da confiança, pois a adm, a partir dos seus atos, gera uma certa confiança e expectativa em relação aos particulares).
Interesse público: realização da finalidade específica do Estado em satisfazer os anseios da coletividade. É o dever de buscar sempre o coletivo e o interesse público em seus atos e procedimentos, através também da impessolidade.
Razoabilidade: as decisões da administração precisa ser ponderada; a adm precisa buscar uma compatibilização entre meios e fins. Deve levar em conta a necessidade e utilidade (se a atuação naquele caso é necessária e útil uma intervenção do Estado), além da adequadação (quais são as medidas adequadas e cabíveis para o caso concreto) e da proporcionalidade em sentido estrito (entre as medidas cabíveis, se deve escolher aquela que menos onera o particular e mais serve ao interesse público).
Princípio da ampla defesa: Diversos exemplos na lei 9784. Ex: direito de vista dos autos pelo interessado e direito à ciência das decisões proferidas. Garantia de que as alegações e pedidos formulados pelo interessado precisa ser levado em consideração antes da decisão, o que é verificado através da motivação da decisão, que irá explicitar as razões e os argumentos, que dirão se as alegações foram acatadas ou não.
OBS: O artigo 30 da lei veda a produção de provas ilícitas.
Princípio do contraditório
Princípio da finalidade pública: direciona qualquer ato ou conduta da adm e seus agentes para o interesse público.
Motivação: as decisões e atos da administração, como regra, precisam ser sempre motivados. O art 50 traz um rol de atos que tem que necessariamente precisam ser motivados, principalmente aqueles que tendem a limitar ou extinguir direitos dos particulares. Há uma discussão na doutrina se esse rol seria taxativo ou exemplificativo.
OBS:
Entende-se que em 3 casos a motivação poderia ser dispensada:
- Quando a lei expressamente dispensar.
- Quando numa decisão de processo ou recurso, a adm pública faz mera referência a um parecer de uma consultoria jurídica, sem maiores esclarecimentos.
- Quando se trata de atos administrativos de mero expediente, sem conteúdo decisório (Ex: arquivamento).
Princípio da gratuidade: salvo lei específica em contrário, o processo administrativo é gratuito. Não há a cobrança de custas e emolumentos. Os custos são arcados pela própria administração.
Princípio do impulso oficial ou oficialidade: depois de iniciado o processo, os atos subsequentes, em tese, ocorrem de ofício, ainda que o início se dê por provocação de particular. O processo administrativo pode se iniciar mediante provocação ou por iniciativa do próprio Estado.
Moralidade, legalidade e eficiência (expressos também no caput do Art 37 da CF) Também se aplicam no âmbito da Lei 9784. A adm pública deve não só cumprir a letra fria da lei, mas também respeitar a moralidade administrativa (que engloba a lealdade, a boa-fé e a probidade administrativa).
OBS: A probidade é um conceito mais restrito da moralidade, que é mais amplo.
Princípio do formalismo necessário: em regra, o processo é informal para o particular e formal para a administração. No processo administrativo deve se respeitar um formalismo necessário para respeitar os interesses do cidadão (Ex: as páginas devem ser sequencialmente numeradas e rubricadas, os atos precisam ser assinados pela autoridade subsequente). No entanto, para o cidadão o processo é informal. Ele não precisa autenticar cópias, por exemplo (a autoridade pode fazê-los). Serão indispensáveis apenas as formas necessárias ao interesse do cidadão. A forma no processo administrativo é meramente um instrumento.
Princípio da publicidade: os atos em regra são públicos. O sigilo é admitido excepcionalmente.
Critérios de atuação da adm pública e na relação com os particulares:
- Atuar conforme a lei e o direito. Princípio da legalidade ESTRITA. Deve atuar conforme o que está autorizado na lei, mas o administrador também pode se utilizar dos princípios, jurisprudência e outros meios do direito.
- Ponderação entre meios e fins: não se pode impor obrigações e sanções ao particular que sejam desnecessárias e inadequadas. Precisa observar o meio mais adequado e menos gravoso ao buscar o interesse público.
- A administração deve sempre buscar o interesse da coletividade. Impossibilidade de se renunciar poderes e competências que lhe são conferidas pela lei.
- A adm deve garantir o direito à produção de provas e interposição de recursos pelos particulares nos processos e conflitos de seu interesse.
 
Deveres dos administrados (particulares) dentro do processo adm:
- Atuar e expor os fatos conforme a verdade. O particular não pode simular fatos ou introduzir provas forjadas.
- Atuar com lealdade, urbanidade e boa-fé. Não se pode distorcer a verdade dos fatos, visando exclusivamente o seu próprio interesse e prejudicando a solução mais adequada ao interesse público.
- Não agir de modo temerário (produzir provas de maneira que possa gerar risco para seu interesse, interesse de terceiros ou da coletividade), sem se preocupar com a justa solução. O processo não pode ser conduzido de maneira que se distorça a realidade dos fatos, vindo a causar prejuízos a terceiros
- Esclarecer fatos e prestar solicitações quando solicitado.
Princípio da verdade material / real: impulsiona a adm a tocar o processo, para produzir provas, solicitar esclarecimentos ao particular e chegar a uma solução justa. O particular também tem que colaborar para essa solução, prestando esclarecimentos e informações quando solicitado.
Direitos dos interessados no processo (art 3º):
- Ser tratado com respeito pelos servidores e autoridades, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
- Direito de ter ciência da tramitação do processo em que seja interessado e ter vista dos autos, poder consultar os atos do processo.
- Obtenção de cópias dos documentos: por meio digital ou na unidade administrativa. 
- Direito de ter ciência das decisões proferidas, para garantir a ampla defesa, o contraditório e os recursos a eventuais decisões contráriasao interesse do administrado. A própria lei determina alguns meios, como os correios ou pela vista dos autos.
- Direito de formular pedidos e alegações (como provas e perícias) que serão levadas em conta no momento de decidir. Garantia expressa que faz valer o princípio do contraditório e da ampla defesa.
- Fazer-se representar facultativamente por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
OBS: Essa lei só se aplica a outros processos específicos, como o PAD (processo administrativo disciplinar para o servidor público, previsto na L8112), de forma subsidiária ou supletiva, em caso de lacunas, pois estes processos específicos são regidos por normas específicas.
Aula 2: Fases do processo administrativo
Instauração do processo:
Fase em que se dá inicio aos atos desse procedimento que comporá o processo administrativo. De um lado o interessado e do outro a adm pública. 
A instauração se dá por meio de uma portaria, que designa uma comissão para dar início ao processo.
A instauração se faz por 2 formas:
- De ofício: quandoa própria adm pratica um ato determinando o inicio do processo. Normalmente ocorre por meio de uma autuação, a partir de um auto de infração (Ex: auto de infração de uma multa). 
- A pedido do interessado naquela controvérsia. 
Esse pedido deve observar alguns requisitos formais de validades: indicação do órgão ou autoridade a que se destina o pedido, a identificação do interessado e de seu representantes (se quiser se representar po advogado), a indicação do pedido a ser formulado e discutido. Deve também indicar seu domicílio, para receber a comunicação dos atos do processo, ou outro local que não seja o seu domicílio, caso prefira. 
O pedido deve também ser datado e conter a assinatura.
É possível fazer um pedido oralmente, desde que o servidor que o receba oralmente o reduza a termo, colocando-o por escrito.
Autoridade competente perante a qual esse processo será instaurado (Art 17): 
Salvo disposição em contrário, o processo deve iniciar-se diante da autoridade com menor hierarquia com poderes para decidir (para que haja possibilidade de recurso e garantir a acessibilidade do interessado).
Quem são os legitimados (interessados) para instaurar o processo? (Art 9 e 10): 
Salvo disposição em contrário, é preciso de idade mínima de 18 anos (art 10). 
- Pessoa física ou jurídica, desde que sejam titulares do direito a serem discutidos no processo; 
- Aqueles que, ainda que não sejam titulares do processo, podem sofrer conseqüências da decisão a ser proferida (terceiro interessado); 
- Associações ou organizações representativas na defesa de direitos ou interesses coletivos (ex: sindicatos, associações de classe e cooperativas); 
- Associações e pessoa legitimamente constituída na defesa de direitos e interesses difusos (Ex: questões do direito de consumidor).
OBS: MP não pode ser considerado interessado no processo, a não ser nos casos de sua própria administração interna. O MP só pode interferir requisitando informações ou como custus legis, mas sem atuar como parte, como interessado (a não ser, como já visto, nos casos do exercício de sua função administrativa interna).
Impedimentos para atuar no processo (Art 18): 
- Não pode atuar um servidor ou autoridade que tenha interesse direto ou indireto na matéria; - Quando o servidor ou a autoridade, ou cônjuge ou companheiro atuou ou irá atuar no processo na condição de testemunha, perito ou representante, ele não poderá atuar e praticar atos no processo;
- Quando o servidor ou autoridade que deveria atuar no processo estiver litigando uma outra questão na via judicial ou administrativa com o interessado ou com o conjugue também não pode não atuar e praticar atos no PA.
O servidor que estiver numa dessas circunstâncias de impedimento, precisa abster-se de praticar atos no processo e também notificar o seu impedimento ao poder público, sob pena de praticar falta grave. O interessado, constatando o impedimento, também pode alegar.
Suspensão (art 20): 
“Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.”
Servidor ou autoridade que mantenha amizade íntima ou inimizade notória com os interessados considera-se nessa situação de suspeição, que pode comprometer sua imparcialidade; elas precisam ser arguidas pelo interessado e decidida pela autoridade competente (diferente do impedimento, presunção de que não pode participar do processo). Contra a decisão que indeferiu a suspensão, cabe recurso, e sem efeito suspensivo do processo (não interrompe os atos do processo). Se eventualmente for julgado procedente, os atos praticados pelo servidor suspeito serão refeitos ou desfeitos para não comprometer a imparcialidade. A suspensão precisa ser argüida antes do fim do processo, se não ocorre a preclusão (não pode mais arguir na fase de recurso). O impedimento, mesmo que comprovado posteriormente, pode gerar a nulidade do processo.
No impedimento, o legislador estabeleceu que naquelas circunstâncias, há uma presunção absoluta de parcialidade. As hipóteses de suspensão são apenas um indício de parcialidade. Esta última deve ser arguida pelo interessado.
OBS: A não informação ou não declaração do impedimento ou suspeição pela autoridade configura infração de natureza grave na esfera administrativa.
Instrução do processo:
Momento em que serão produzidas as provas, formuladas as alegações e manifestados os interesses para se compor a convicção e se chegar a um resultado final.
A instrução é pautada pelo princípio da verdade material: a própria adm deve buscar meios de produção de provas, para garantir uma maior probabilidade de veracidade, do que de fato aconteceu. Estas provas e alegações serão realizadas tanto por requerimento do interessado quanto pelo impulso da própria administração. Ocorre de oficio ou mediante requerimento.
O administrado pode requerer a oitiva de testemunhas, apresentar parecer, entre outras provas admitidas no direito.
Todas as espécies de provas admitidas em direito são admitidas no processo administrativo, inclusive provas emprestadas de algum outro processo judicial. No entanto, a lei expressamente veda provas por meios ilícitos.
OBS: A prova emprestada pode ser uma interceptação telefônica em um processo judicial. A prova emprestada tem natureza documental e pode ser livremente produzida na esfera administrativa. O único requisito é que ela tenha sido licitamente produzida na origem.
A adm pode ter a participação de outras pessoas em matérias de interesse geral (ex: consulta pública, quando a questão discutida é de interesse geral, como temas como meio ambiente e consumidor), e os argumentos deverão ser levados em consideração antes de se decidir. Colaboram para o convencimento da autoridade a decidir.
Audiência pública, nas questões de relevância; relevância da matéria. Convocada pela autoridade competente, ocorre um debate sobre a matéria, enquanto na consulta pública há livre exposição de idéias.
A adm pode também se utilizar de argumentos produzidos em monografias.
OBS: Na consulta pub, não há possibilidade de debate. Na audiência sim, um debate entre pessoas determinadas.
O interessado deve ser intimidado e comunicado dos atos do processo. Se não se manifesta, há revelia? Não, art 27: mesmo que o interessado não se manifeste, a adm não deve tomar como verdadeiros os fatos interessados, ela deve correr atrás das provas.
Formas em que serão praticadas esses atos (art 22): Não precisam respeitar solenidades, além da forma básica. Precisa apenas ser escrito, mas não exigem forma determinada, como registros e autentificações (só serão necessárias quando houver dúvida sobre a validade desses documentos).
O próprio servidor ou autoridade competente tem poder para autenticar as cópias de documentos extraídas do processo.
Os documentos que comporemos autos do processo deverão ser rubricados e numerados sequencialmente.
Os atos do processo devem ser praticados em dias úteis e durante o expediente. Os atos já iniciados são admitidos conclusão após o expediente (ex: depoimento de testemunha)
Os atos do processo devem ser praticados na sede do órgão ou entidade que conduz o processo, mas é possível que algum ato que seja praticado em outro local (ex: ouvir testemunha em outro local), mas desde que o interessado seja notificado.
Não é obrigatória a presença técnica de advogado em processo federal.
Súmula Vinculante numero 5: é dispensável o advogado no processo disciplinar.
Pode ser solicitado um parecer de órgão consultivo, sobre o aspecto jurídico, técnico etc. Ato enunciativo, meramente consultivo, não haverá decisão. Serve de subsídio para uma posterior decisão. 15 dias para fazer o parecer, podendo ser prolongado, de acordo com a complexidade do caso discutido.
Prática exigida de ato da adm no processo: (Ex: juntada de uma cópia, a adm deverá fazer isso). Prazo genérico do art 24: 5 dias, prorrogável pelo dobro.
No final da fase de instrução probatória, a adm poderá abrir um prazo para que o interessado apresente seus argumentos e considerações finais. Prazo de 10 dias, improrrogável. Se não apresentar, não pode tomar como verdadeiras as provas e a revelia.
A adm deverá fazer comunicação dos atos do processo ao interessado, mediante intimação (para que o interessado tome ciência da decisão proferida ou para que o interessado providencie alguma diligência no processo, como ouvir uma testemunha, art 26 e 41: intimação deve ocorrer no mínimo 3 dias úteis antes da diligência).
Intimação por ciência dos autos, via postal ou telegrama ou por algum outro meio que assegure a certeza de ciência. Em regra não se faz intimação digital.
Requisitos formais da intimação:
- Deve indicar o nome do interessado e do órgão que a determinou.
- Deve constar no documento de intimação o que será intimado.
- Deve ser indicado que o não comparecimento não impede o prosseguimento dos demais atos do processo.
- Data, horário e local em que o interessado deve comparecer.
- Deve indicar se o interessado deve comparecer diretamente ou se pode fazer representado por advogado.
- Fatos e circunstâncias relacionados à intimação.
- Fatos e fundamentos pertinentes da intimação
- Data e a assinatura de quem determinou a intimação.
Durante a produção de provas, o interessado pode colaborar ativamente, participando definitivamente.
Dever da adm de impulso oficial: a adm deve impulsionar o processo, mesmo que o particular não colabore.
Art 11: Competência para tranmitação do processo: é irrenunciável, mas pode ser objeto de delegação. Esta será feita de um órgão ou autoridade para outro de mesma hierarquia ou para um sobordinado (abandonar a idéia de que é sempre pra subord).
Não se admite a delegação total, só de parte da competência.
Ao se promover a delegação, pode se motivar com base em 5 critérios: territorial, jurídica, social, técnica ou econômica.
Órgão administrativo colegiado: decisões mediante votação de um grupo de agentes. Nesse caso, por questões de índole econômica, o órgão pode delegar algumas de suas competências somente ao presidente, sempre com ad referendum do órgão.
É o delegado que se considera praticado um ato no exercício dessa competência, e não o delegante. O delegado é quem responde por esse ato, salvo exceção: quando a delegação for ilegal ou se o delegante homologa o ato praticado pelo delegado. Nesses casos, ambos respondem.
A lei expressamente proíbe delegação em:
- Delegação de competência normativa
- Delegação de competência para apreciar e julgar recursos adm
- Delegação de competência para matéria exclusiva, que a lei não admite delegação.
Avocação: quando um órgão ou autoridade superior chama para si parte da competência de um subordinado.
O ato de delegação e sua revogação precisam ser publicados em meio oficial.
OBS: A suspeição e o impedimento são hipóteses de afastamento da competência originária para julgar.
Ex: está impedida de proferir decisão a autoridade que atuou no processo em qualquer de suas fases, como perito, testemunha ou interessado, bem como a autoridade que tenha interesse direto ou indireto na solução da controvérsia. Também é impedida a autoridade que esteja litigando administrativa ou judicialmente com o interessado.
O momento final da fase de instrução é quando o órgão ou autoridade competente apresentam um relatório final. É um ato de caráter enunciativo, descreve todos os atos, fatos e provas do processo. A autoridade competente também opina sobre o resultado da questão, sugere uma conclusão.
O relatório tem natureza jurídica de parecer e, embora seja conclusivo, a autoridade não está vinculada a julgar conforme o mesmo.
A partir do relatório, a autoridade competente para julgar terá 30 dias para decidir em primeira instância. Prazo prorrogável por igual período.
Se não conseguir concluir no prazo, ainda precisa-se aplicar o princípio da celeridade processual, não pode ficar parado o processo.
Art 48 e 49: A decisão precisa ser motivada, fundamentada com os fatos e fundamentos jurídicos que a motivaram. Precisa ser clara e coerente com as provas e argumentos no processo.
A regra é que todo o ato tem que ser motivado. O rol de atos que devem ser motivados, no artigo 50, é meramente exemplificativo. A dispensa de motivação tem que estar expressa.
O interessado, em uma decisão desfavorável, pode fazer um recurso em via administrativa. Pelo princípio da inafastabilidade da jurisdição, mesmo que esteja tramitando o processo adm, a questão pode ser levada ao judiciário.
O administrado também pode tentar impugnar a decisão por meio de revisão. Ela pode ser pedida a qualquer tempo, sem prazo, desde que tenha a alegação de fatos novos. Ela pode ser feita mesmo depois da coisa julgada administrativa. È feito tudo de novo, abre-se um novo processo para a revisão. A decisão da revisão não pode agravar a situação de quem a pleiteou.
Art 56: Recurso administrativo
Prazo de 10 dias contados da ciência da decisão, salvo lei específica dispondo em contrário (Ex: 30 dias na 8112)
Par 1: Será dirigido à mesma autoridade que proferiu a decisão recorrida. Prazo de 5 dias para essa autoridade faça um juízo de reconsideração. Possibilidade de outros interessados fazerem contra-razões ao recurso (prazo de 5 dias úteis, art 62).
Quem irá analisar e julgar o recurso é a autoridade hierarquicamente superior, que receberá da autoridade que julgou em 1ª instância o recurso e as contrarazões.
Prazo de 30 dias para esse órgão ou autoridade superior decidir o recurso, prorrogável uma vez por igual período.
É possível piorar a situação do recorrente no recurso? Sim, diferente dos demais processos (civil, penal etc) princípio da verdade material
No entanto, não é possível piorar na revisão.
Quantos recursos são cabíveis sucessivamente no mesmo processo? Art 57: no máximo 3 instâncias administrativas => somente 2 recursos.
Depois das 3 instâncias ocorre a chamada “coisa julgada administrativa”; a matéria não tem mais como ser analisada na esfera administrativa.
Os efeitos do recurso suspendem o processo? Como regra, não tem efeito suspensivo. No entanto, se o interesse no processo estiver exposto a grave dano, puder gerar efeitos de difícil reparação, pode ter efeito suspensivo.
O recurso não será conhecido se for interposto perante autoridade incompetente. No entanto, esta deverá indicar qual a entidade competente e devolver o recurso ao interessado. Também não será reconhecido recurso fora do prazo (preclusão administrativa) ou quando o recurso é interposto por quem não seja legitimado (art 58: pessoa física ou jurídica que tenha iniciado o processo como titular do direito ou aquele que não é titular do direito, mas sofre conseqüências da decisão, ou associações e organizações representativas na defesa de interesses coletivos, ou legitimados para a defesa de interessesdifusos) ou quando não for cabível mais nenhum recurso, exaurida as instâncias adm.
OBS: o MP também não é considerado legitimado para recorrer
OBS: Paralelismo entre os legitimados para recorrer e os legitimados para iniciar.
Art 53: a adm deve anular seus atos quando ilegais e pode renová-los por motivo de conveniência ou oportunidade => mesmo que a adm não tenha reconhecido o recurso que ataca uma decisão ilegal, isso não impede que ela invalide esse ato ilegal
Art 54: a adm decai do direito de anular seus próprios atos ilegais que gerem efeito favorável ao interessado, ultrapassado o prazo de 5 anos, exceto quando este ato decorre de uma má fé do interessado (ex: candidatos que fraudaram o concurso). 
Art 55: sempre que um ato for praticado e ele alcançar a finalidade a que se destina e tiver um vício, a adm deve corrigir esse vício, sem anulá-lo.
A decisão do recurso também deve ser motivada, de forma clara e coerente.
O interessado pode desistir do recurso a qualquer momento.
OBS: Recurso é dentro de um mesmo processo / Revisão: já se encerrou um processo, e um novo processo será instaurado.
Súmula 373 do STJ:
È ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo.
Terão preferência no julgamento de recursos e processos os deficientes e os idosos maiores de 60 anos.
Trânsito em julgado administrativo: não são cabíveis mais recursos.
Art 65: Preve a possibilidade de revisão do processo. Não é recurso; instaura-se um novo processo, mas somente caso surjam novas provas ou fatos e haja circunstâncias supervenientes suscetíveis de justificar a injustiça da decisão.
Para a revisão não existe um prazo. Não prescreve e não decai, pode instaurar-se a qualquer tempo.
Os mesmos interessados do art 9º também poderiam ser legitimados para requerer a revisão.
Causas de extinção do processo:
- Anulação: se o processo contiver alguma nulidade.
- Trânsito em julgado administrativo.
- Art 51: possibilidade de um interessado, por escrito, requerer a desistência parcial ou total do processo. Geralmente gera a extinção do processo, a não ser a adm tenha interesse em seguir com o processo.
- Quando o interessado renuncia a um direito disponível que está sendo discutido no processo. Ex: multa de trânsito
- Perda de objeto do processo (decisão se tornaria inútil)
Sempre haverá a possibilidade de impugnação judicial pro procedimento.
Art 53: revoga-se um ato válido, mas incoveniente no momento
OBS: A revogação de um ato anterior pela adm precisa respeitar o direito adquirido. 
Na anulação não, há efeito ex tunc.
A não ser quando o desfazimento de um efeito for ainda mais prejudicial ou que prejudique terceiro de boa-fé ou gere enriquecimento ilícito da adm.

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