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DocGo.Net Anibal Bruno Direito penal Tomo 1º.pdf

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TOMO 1.°TOMO 1.° FORENSE
 
ÍNDICE DA MATÉRIA ÍNDICE DA MATÉRIA 
TomoTomo 1 .°.°
NOÇÕES PRELIMINARESNOÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO II
Conceito e características do Direito Penal
páR.páR.
1 1 — Conceito e fins — Conceito e fins do Direito do Direito PePenana ll ..........................................................................
2 2 — Co — Co supsupostosto Direito o Direito PePe nana l l subjetisubjeti vovo .................................. :':I.................................. :':I
3 3 — — O Direito PO Direito P enenal al como Dircomo Dir eito eito públicopúblico ........................................................ :,!l :,!l
4 4 — — CiCiênência do cia do DiDirereito Peito Pe nnaal l ..................................................................................................... ... 4400
5 — O problema do método5 — O problema do método .............................................................................................................. 4422
6 — O— O utras utras ciêciêncincias que têm as que têm o crime por o crime por objetoobjeto ................................ 4444
7 7 — — HHisistótóriria do a do DiDirereitito o PPeennaal l .................................................................................................. ...... ““11••»»
8 — — FFiloilososofia fia do do DiDirereito ito PPeennaal l ....................................................................................................... . 4488
9 9 — Políti— Políti ca ca CriminalCriminal ................................................................................................................... ................. 4477
110 0 — — CCririmmininoolologigia a .................................................................................................................................................. 111
111 1 — Ciên— Ciênciacias s auauxixilialiareres s do do DDireireito ito PPeennaal l ................................................................... . 0011»»
112 2 — — Relações com Relações com outros ramooutros ramo s s do Direitodo Direito ............................................................ **>>00
IIII
INTRODUÇÃO HISTÓRICO-FILOSÕFICAHISTÓRICO-FILOSÕFICA 
CAPÍTULO IIII
Origens e desenvolvimento histórico do Direito Penal
1 1 — — OOririggeenns s ....................................................................................................................................................................... . 0077
2 2 — — Antigo OrienteAntigo Oriente .................................................................................................... ....................... 7....................... 744
 
10 DI HH IT O 1'W NAI.
3 C l d i l d C H « r O R A S ...................................................................................................... 7 II
4 4 — — DDirireeiito to rroommaanno ....o .............................................................................................................................................. ...... VVii))
5 5 — — DDirireieito geto ge rmrm âânnicico o .......................................................................................................................................... .. 8822
6 6 — — DirDir eiteit o o cancan ônicônic o. o. DDireire ito ito PPeennaal l ccccmmum um ......................................................... . 8855
c ap í t ul o II II II
AAss escolas penais 
I — Escola cl áss ica
1 1 — — AAs ess escocolalas pes pennaiais s ........................................................................................................................................... . 9911
2 2 — O— Oririggeem dm da esca escola clásola clás sisica ca ............................................................................................................. . 9944
3 3 - - BB eccareccar iiaa (1(1738738-17-179494) ) ............................................................................................................. ......................... 9595
4 4 — — Os Os representantes representantes do do clasclas sicsic ismo ismo italiitali anoano .. FF ii ll angiangi erer ii(17(1752-52-1781788) 8) .......................................................................................................................... .......................................... 9977
5 5 — — RR oossssi i (1768-(1768-1847) 1847) .......................................................................................................................................... ...... 9988
6 6 — — CCarar mmiigg nannan ii (176(1768-18-1847847) ) ................................................................................................................. ..... 9999
7 7 — — RR omagnosiomagnosi (1(1761761-18-1835) ................................35) ............................................................... ............................... 110000
8 8 — — CCarraraarrara (18(180505-1-188888) ............................................................8) ................................................................... ....... 110022
9 9 — — Princípios Princípios fundamfundam entais entais e e função função histórihistóri ca ca dada escolaescola
clássicaclássica ....................................................................................................................................................................... 110044
10 10 — Es— Esccoola cla c lálá ssss icica aa a lelemmã ã ............................................................................................................................ .. 110055
111 1 —— F euerbach e os clássicos alemãese os clássicos alemães ........................................ ........................................ 110066
c ap í t ul o IIVV 
AsAs escolas penais 
XI — Escola po sitiva
1 1 — — OOrigrig em em do do popositivsitiv ismism o o crcr imimininolóoló gicgic o o ...................................................................... .. 111111
2 2 — — Os Os fundadores.fundadores. L L omom brbr osooso (1(183836-6-19190909) ................................. ) ................................. 111133
3 3 —— F erri (18(1856-56-1921929) 9) .............................................................................................................. .................................. 111155
4 4 — — GG arofaloarofalo (18(185151-1-193934) ............................................................4) ................................................................. ..... 111177
5 5 — E— Evovo luluçãção do d a a esescoco la pola po ssititiviva a ..................................................................................................... . 111199
6 6 — — PrincíPrincí pios fundampios fundam entais dentais d o o pospos ititivivismo ismo crcr imim inin olóoló gg icoico ----- 112200
c ap í t ul o VV
AsAs escolas penais 
I I I — No vas correntes — Esc olas ecl éti cas
1 1 — M— Movimovim entos entos ecléecléticoticoss 112233
 
I N I >1(1111 1 >A M A T f l l I t l A 1 1
a A tflrUI Simolll 1 ( I I Mi l 1 1 I I ( ' ll í l P W K jIll M (»(ll0 lô« U 'll fm t lC iv iu 1 3 4
a — A fi oo l a 11«' v o n i . i n / T .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . i s m
4 N o v uu mm ( •o i Ti Mi t r i i O tm m loli m io Jurldl m * I S O
s OO ii ii UU ii ii hh c i i r i T i i t f N .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ............................. . 1 1 4
(1 T c n d A n c l n * u n l t A r l i i * . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .............. . . 1 ' 1 ' 1 1 1 i l i i i i . i ' M 
OAPt TULO V t
O p trtU o i ' i ' i i ( i l m oilvnio M ovltncn lo I f i l / U l a t t o o
l. it rraturn iiu tiiin > v«nal 
1 o I M i f l l u I'<<I'<< iiiiiiii II lio MI • Ill ll M , H II .. ii >>kk II mm II ii ii (.'»((.'»( ii f i im rnm i 1 4 1
 Jl C lI ll lU II N ■1 11 A ll<M 1 II1 1 1 1 I I N . l
H 1 H l l 1 II M ll « i M l l l l . d l 11 | >1 <11 |l 1M 11II W l l I I l| III 1 4 4
4 I i i i m l i i || mm | | 11ii •• ii i i |i i i ii In i l i i o m m li'MlMltli,'Oi>M 1411
n M m l i <i m mm ii 11ii• v 111i i'1 111> /1 ili ii II ii íí ii m u . 147
n A i o fn im u m iK' M , 1 1 1 ■ . . . . . . . . . . . . ............... i . 141)
7 A irf n i m u ulrni í i ii ** t t i u l r t m i t t .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. . lf tl
i i A reform a pri m i t i a K nm çu , i t i UI u o D i n a m ar ca .. .. . 104
1) . Ili(l
110 0 O O DlDlrcrclto lto PePenanal l titiu u IInngglalateterrrra ..a ........................................................................................ iwiw ii
111 1 LeLegisgislaçlação ão pepenanal l nnoortrtee-a-ammerericicaanna a .................................................................... .... uumm
112 2 — No— Nos s paíspaíses es lalatitinno-o-amamerericicananos os ........................................................................................... ... HHllll
113 3 — Li— Liteteraratutura ra jujurídríd lclcoo-p-penenal mal mais ais recente recente ............................................................. . KKHH
c ap í t ul o VVIIII 
História do Direito Penal brasileiro
1 1 — A— As ors origigenens s .................................................................................................................................................................. 1((11))
2 — — As As OrOrdedenanaçõeções s poporturtuguguesesas as ........................................................................................ .. 117700
3 3 — — PePeríoríodo do de de dedenonommininaçação ão da da HHoolalanndda ..a ............................................................ .. 1177((11
4 4 — — O O CCódódigigo o de de 1188330 0 ..................................................................................................................... ..... 117777
5 5 — O — O CóCódidigo go de de 1188990 0 e e os os mmovovimimenentotos s de rede refoformrma a ................. ..... 11))1100
6 — — O O CCódódigigo o vivigegentnte e ...................................................................................................................................... .. IIIIOO
’’7 7 — — LLititeeraratutura jura juríríddicicoo-p-peennaal l .......................................................................................................... .. IIIIMM
 
II IIII
PARTE GERAL PARTE GERAL 
CAPÍTULO VIIIVIII
 A n or ma pen a l
pág.pág.
1 1 — — ConConceiceito e contto e cont eúdeúdo da o da nonormrma pena pen alal .................................................................... 119955
2 2 — — Fontes do Direito PFontes do Direito P enenalal .............................................................................................................. 220000
3 3 — N— Noormrmas peas penanais em is em brbrananco co ....................................................................................................... . 220044
4 4 — F— Fununçção dão da a lei lei ppeennaal l .......................................................................................................................... .... 220055
5 5 — — 0 0 priprincípincípi oo nullum crimen, nulla poena s i ne l e g e .............................. 2200666 — De— Deststininatatárárioios da s da nnorormma a ppeennaal ....l .................................................................................... .. 221100
7 7 — Interpretação — Interpretação da da normnorm a pa p enaena ll ........................................... ........................................... 221122
8 — Ele— Elemenmentos da tos da ininterterprepretaçtação ão ................................................................................................ .... 221166
9 9 — — DDa a interpretinterpret ação ação segundo o órgão segundo o órgão dondedonde procedeprocede ...................... 221188
110 0 — D— D a a interpretação interpretação segundsegund o o os seusos seus resultadosresultados .................................... 221199
111 1 —— AA ininteterprpreretataçãção no Diro no Dir eieito to PP ee nn aa ll ......................................................................... 222200
12 ——--A A aannaalologgia ia .......................................................................................................................................................... 221
113 3 — — InInteterprpreretataçãção o popor r ananaalologgia ia ....................................................................................................... . 2222TT
c ap í t ul o IIXX
Limites da validade da norma penal
I — Quanto a o espa ço e quanto a pes soas que exerc em
determinadas funções públicas
11 — — Importância do probImportância do prob lemalema ...................................................................................................... 229'229'22 — — PrPrinincípcípioios s de delimde delim itaçitação ão .............................................................................................................. 232300
33 — — CriCrimes praticados no terrimes praticados no terri tóritório doo do paíspaís ........................................................ 232344
44 — — DDefefininiçiçãão do de territe territórório io .................................................................................................................... 232355
55 — — LLuuggaar do crr do crimime e .......................................................................................................................................... 232366
6 — — CrCrimeimes s pratprat icaicados dos no no eestst rara nngege iroiro ................................................................................ 2244^^
7 7 — — PriPrivilvilégios égios funcfunc ionaiona is is quantquant o à aplo à apl icaicação da ção da ieiei i pp ee nn aa ll ---- 24"624"6
88 — — ImImununididadades des dipiplomlomátáticaicas s .............................................................................................................. 224646
99 — — ImuniImuni dades dades parlparl amentaresamentares .................................................................................................... 225050
1100 — — ExExtrtra'a'didiçãoção. Con. Conceiceito e to e natunatu reza jurídreza juríd icaica .................................................... 2525111111 — — Fontes das normas de extradiFontes das normas de extradi çãoção .................................................................. 252533
1122 — — ConCondiçdições dões da a exextrtradadiçição ão .............................................................................................................. 254-254-
 
pAf.
118 8 QuQuananto to ao ao EstaEstado do que que a a requrequerer ............................................................................ .... 2M2M
M M QQuuaannto to à à pepessossoa a ......................................................................................................................... ................. 22BBttll
IIffi i QQuauantnto o íi íi nanatuturezreza a da da iinn ffrraaççããoo ..................................................................................... ... 225577
c ap í t ul o X X 
Limites da validade da norma penal 
H — Em relação ao tempo
11 ...... PosiPosição ção do do problemproblem aa .......................................................................................................................... 220011
2 2 - - DivDiversaersa s s hipóteses hipóteses de de concon flitoflito ...................................................................................... 20 20--11
3 3 — — A lA lei mais benei mais ben ignign aa .......................................................................................................................... 220000
4 4 — — Lei Lei intermediáriaintermediária .................................................................................................................................. 227700
5 5 - - LLeei i tetemmppororárária ia ou ou exexcecepcpcioionanal l ..................................................................................... . 227711
0 0 Crimes Crimes permperm anenanen tes tes e e continuadoscontinuados ........................................................................ 27 27::*,*,
7 7 MMeeddididaas s de de sseegguurarannçça a ................................................................................................................. ... 2277::íí
8 TemTem po po do do crimecrime ................................................................................................................... ..................... 2277::<<
9 9 — — CoConcuncurso rso apapararenente de te de nonormrmas as .................................................................................... .... 227733
IIVV
PARTE GERAL PARTE GERAL 
I I — Do f ato punív el
CAPÍTULO X X II 
Conceito do fato punível
1 1 — — ConceConceito ito foformrm aal e l e conceito conceito mmatatereriaial .....l ............................................................ . 228811
2 2 — — ConConceitceito anao analílítictico o ............................................................................................................................. ..... 228877
3 3 — — CrCrimime e e e ilíilícicito to civcivil il .......................................................................................................................... .. 229922
c ap í t ul o X X IIII 
 A ação
1 1 — Co— Concenceito e ito e eleelemementontos s ......................................................................................................................... . 229900
IN I( II 'I II R A M AT lWU A |
2 2 — — TTeoeoriria a fifinnalalisista dta da açãa ação o ...................................................................................... -- .................... 3300113 3 — — AAçãção o e e omomisissãsão ..................................................................... o ..................................................................... 330077
4 4 — — ExExcluclusãsão do de e crimcrime e ppor ausor ausênência de cia de ação ação ................................................. ... 331177
 
H IHIlIMTn rnlNAI,
OAI'lTULO XIII
 A r elação dc causali dadr 
1 1 — — PosPosição do ição do prproboblelemma a ..................................................... .............................. 311)................ 311)
2 2 — — TeoTeo ria ria da totalidade das da totalidade das condicondiçõesções ........................................................................ 3322223 3 — — TeoTeo ria da ria da equivalência das equivalência das condcondiçõiçõeses ............................. 332233
4 4 — — Teoria Teoria da causada causa lilidade adeqdade adeq uadauada ........................................ ........................................ 332244
5 5 — — TTeoeoria ria dda a prprededomomininânâncicia .....a ................................................................................................. .. 332277
6 — — Teoria Teoria da reda re levlevânciânci a a jurídicajurídica ...................................................................................... 332288
7 7 — — ConclusãConclusã oo ................................................................................................................................... ....................... 333300
8 — — A A cacaususalalididadade e nna a omisomissão ........são ............................................................................................. . 333344
9 9 — — O O nexo de nexo de caucausalidasalida de no de no CódCódigo igo PPeennaal l .................................................. .. 333355
CAPÍTULO X XIIVV 
 A t i pi ci dade
1 1 ■■— — TTipipo e o e titipipicicidadade de ................................................................................................................... ............... 333399
2 2 — — EsEstrututrutu ra e ra e elementos elementos do do tipotipo ...................................................................................... 334422
3 3 — — ImImpporortâtâncncia da ia da noçnoção ão do do tipo tipo ....................................................................................... . 334477
4 4 — — TiTipipicicidadade e de e anantitijujuridrid icicididadade e ...................................................................................... 334488
5 5 — — TiTippicicididadade e e e fafatto o ............................................................................................................................ ...... 335500
6 — — AAususênêncicia a de de tiptipiciicidadade de ............................................................................................................... ..... 335511
7 7 — — TiTipopos s de de fafato to e e tipotipos s de de aauutotor r ...................................................................................... .. 335533
c ap í t ul o XXVV 
 A ant i ju r i d i c i dade
1 1 — — Conceito do Conceito do ilícilícito ito pepenana ll .......................................................................................................... .. 353566
2 2 — — CaráCará ter objetter objet ivo ivo da antijuridicidadda antijuridicidad ee .................................................................. 335588
3 3 — — EleElemmenentotos s susubjbjetetivivos os do do ininjujussto to ........................................................................... ..... 336600<<
c ap í tu l o XX VV II 
Causas de exclusão da antijuridicidade
I — Legítima defesa •
1 1 — — DDas as caucausas sas de de excluexclu são são da anda an tijutiju ridrid iciicidadade de ..................................... . 336655
2 2 — — Definição do insDefinição do ins titituttuto da legítima o da legítima defesadefesa ............................................ 3377003 3 — — Natureza e fNatureza e f undamento undamento da legítida legíti mama defesadefesa ..................... 372..................... 372
4 4 — — RequiRequisitsitos da legítima os da legítima defesadefesa ...................................................................................... 376- 376-
 
iNiiNi mimi lili : : I I >>A A MAIMAI ll ii ii ll UA UA II.
ttl l LoLoKlilmKlilmti ti dodofcfcsa sa ppututnntltlva ..va ..........................................................................................................
((ll Excesso nna a leglegítiítimma a dd ee ffee ssaa ......................................................................................................... ... :iih:iih
c ap í t ul o XVIIXVII
Causas de exclusão da antijuridicidade
H — Estado de ne cessi dade
1 1 ConceConce ito ito e e evoevolução lução do do institutoinstituto ...................................................................................... ;;iiHH7
2 2 NaNa tureture za za e e fundafunda mmento ento jurídico jurídico dodo estadoestado de de necnecessessidaidade de 338899
3 3 Condições Condições ppaara ra o o reconhereconhe cimecime nto dnto dooestaestado do necenecessário ssário 330044
4 4 ExcExc lusão lusão do do estado estado de de necessidadenecessidade ........................................................................ 440000
 
CAPÍ TULO I
CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAI.CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAI. 
Conceito e fins do Direito PenalConceito e fins do Direito Penal
11. . SabeSabemos mos como como as as sociedades sociedades hhumumananas as sse e encoencontrantramm 
ligadligadas ao Direitoas ao Direito , fazendo-o , fazendo-o nascer das suas nenascer das suas ne cescessidasidades des fufunndamentais, e, em seguida, deixando-se disciplinar por ele, deledamentais, e, em seguida, deixando-se disciplinar por ele, dele 
recebendo a estabilidade e a própria possibilidade de sobrevlrecebendo a estabilidade e a própria possibilidadede sobrevl 
vência. Nele é que se encontra a garantia das condiçõesvência. Nele é que se encontra a garantia das condições 
 ju julglgaaddaas s necessárias necessárias à à coexistêncoexistência cia socialsocial, , defdefiniinidadas s e e asassese 
guradas pelas suas normas, que criam, por fim, a ordem juguradas pelas suas normas, que criam, por fim, a ordem ju 
rídica, dentro da qual, no Estado organizado, sociedade erídica, dentro da qual, no Estado organizado, sociedade e 
indivíduo compõem o seu destino.indivíduo compõem o seu destino.
O fato que se apresenta como contrário à norma de DireiO fato que se apresenta como contrário à norma de Direi 
to, porque ofende ou põe em perigo o objeto da sua proteção,to, porque ofende ou põe em perigo o objeto da sua proteção, 
forma o ilícito jurídico, cuja espécie mais grave é o ilícito piforma o ilícito jurídico, cuja espécie mais grave é o ilícito pi
nai, que viola as mais fundamentais entre as leis da convinai, que viola as mais fundamentais entre as leis da convi
vência. É este ilícito quevência. É este ilícito que se concretiza nos chamados fatos concretiza nos chamados fatos 
puníveis — puníveis — crimecrimes e s e contravenções.contravenções.
Compreende-se, então, que o Estado se arme contra esse ;Compreende-se, então, que o Estado se arme contra esse ; 
fatos com a mais severa das sanções, que é a pena, e procure,fatos com a mais severa das sanções, que é a pena, e procure, 
por meio dessa e de outras medidas, combatê-los, prevenindopor meio dessa e de outras medidas, combatê-los, prevenindo 
-os ou reprimindo-os, por necessidade de defesa social. Defes:i-os ou reprimindo-os, por necessidade de defesa social. Defes:i 
que se resolve, em suma, na proteção de bens jurídicos essenque se resolve, em suma, na proteção de bens jurídicos essen
ciais, de condições que a vida coletiva reclama que sejamciais, de condições que a vida coletiva reclama que sejam 
respeitadas e por isso recebem a tutela do Direito.respeitadas e por isso recebem a tutela do Direito.
O conjunto das normas jurídicas que regulam a atuaçãoO conjunto das normas jurídicas que regulam a atuação 
estatal nesse combate contra o crime, através de medidas apliestatal nesse combate contra o crime, através de medidas apli
 
iiiiiiii imim rn irn i 1'niNAh'niNAh
cávcls ui),scávcls ui),scriminosos, éé o DireitoDireito Penal. 1Nele1Nele so definem ooss 
fatos punívfatos puníveis e eis e sse e comcomlnalnam as m as respectivas sanções respectivas sanções — — oos dos doisis 
grupos dos seus componentes essenciais, tipos penais e sangrupos dos seus componentes essenciais, tipos penais e san
ções. É um Direito que se distingue entre os outros pela grações. É um Direito que se distingue entre os outros pela gra
vidade das sanções que impõe e a severidade da sua estrutura,vidade das sanções que impõe e a severidade da sua estrutura, bem definida e rigorosamente delimitada.bem definida e rigorosamente delimitada.
1 1 Diz-se Diz-se DireitDireit o o PePe nana l l ou ou Direito Direito CrimCrim inal. inal. Direito Direito CrimCrim inin
é expressão mais compreensiva. Alonga-se, abrangendo o crime eé expressão mais compreensiva. Alonga-se, abrangendo o crime e 
os seus efeitos jurídicos, um dos quais é a pena. Direito Penal sugereos seus efeitos jurídicos, um dos quais é a pena. Direito Penal sugere 
propriamente a punição, que é uma das conseqüências jurídicas dopropriamente a punição, que é uma das conseqüências jurídicas do 
fato punível, limitação que corresponde, entretanto, cada vez menosfato punível, limitação que corresponde, entretanto, cada vez menos 
ao conteúdo do Direito da luta contra o crime. É provavelmenteao conteúdo do Direito da luta contra o crime. É provavelmente 
a lei do menor esforço, tão poderosa em lingüística, que vem ina lei do menor esforço, tão poderosa em lingüística, que vem in
fluindo para que se firme a predominância moderna da expressãofluindo para que se firme a predominância moderna da expressão 
“Direito Penal”. Código Penal chama-se o nosso Código punitivo“Direito Penal”. Código Penal chama-se o nosso Código punitivo 
vigente, assim como o revogado, apesar de os Projetos SÁ Pereiravigente, assim como o revogado, apesar de os Projetos SÁ Pereira 
e Alcântara Machado terem pretendida um regresso ao modelo dae Alcântara Machado terem pretendida um regresso ao modelo da 
nossa primeira legislação penal independente, o Código de 1830,nossa primeira legislação penal independente, o Código de 1830, 
com a denominação Código Criminal. O retorno a essa denominaçãocom a denominação Código Criminal. O retorno a essa denominação 
de Direito Criminal, que é a mais antiga nas várias literaturas, e,de Direito Criminal, que é a mais antiga nas várias literaturas, e, em geral, predomina ainda na francesa, e na inglesa, onde Direitoem geral, predomina ainda na francesa, e na inglesa, onde Direito 
Penal se dizPenal se diz Criminal Law, vem sendo proposto por alguns autoresvem sendo proposto por alguns autores 
modernos, em razão daqueles alargamento dos meios de ação jurídicamodernos, em razão daqueles alargamento dos meios de ação jurídica 
anticriminal, que o termo penal não basta para traduzir. V. Mezger,anticriminal, que o termo penal não basta para traduzir. V. Mezger, 
 S t r a f r ech t . E i n L eh r bu ch , 3.a ed., Berlim-Munique, 1949, pág. 4;3.a ed., Berlim-Munique, 1949, pág. 4; 
Exner,Exner, Die Theorie der Sicherungsmittel, Berlim, 1914, pág. 3;Berlim, 1914, pág. 3; v o n 
L iszt -S chmidt , Lehrbuch des deutschen Strafrechts, 25.a ed., Berlim,25.a ed., Berlim, 
1927, pág. 1, nota 3; Maurach,1927, pág. 1, nota 3; Maurach, Q.rundriss des Strafrechts. Allg. Teil, 
Wolfenbüttel, 1948, pág. 9; R. Maurach,Wolfenbüttel, 1948, pág. 9; R. Maurach, Deutsches Strafrecht. Allg. Teil, Karlsruche, 1954, pág. 3; Sauer,Karlsruche, 1954, pág. 3; Sauer, A l lg em ei n e S tr a f r ech ts leh r e, 
2.a ed., Berlim, 1949, pág. 1. De opinião contrária,2.a ed., Berlim, 1949, pág. 1. De opinião contrária, P etrocelli , Prin- 
cipi di diritto penale, I, Nápoles, 1947, págs. 5-6, e alguns dos maisI, Nápoles, 1947, págs. 5-6, e alguns dos mais 
extremados representantes da corrente que acentua hoje o caráterextremados representantes da corrente que acentua hoje o caráter 
retributivo da pena. Alguns empregam Direito Criminal como exretributivo da pena. Alguns empregam Direito Criminal como ex
pressão genérica e distinguem dentro dela o Direito Criminal penalpressão genérica e distinguem dentro dela o Direito Criminal penal 
(crimes e penas), o Direito Criminal administrativo (perigosidade(crimes e penas), o Direito Criminal administrativo (perigosidade 
crimcrim inal inal e e mmedidas dedidas d e e segseg uraura nçnç a) a) e e o o Direito Direito CrimCrim inal ciinal ci vil (svil (s aann 
ções civis). V. Cavallo,ções civis). V. Cavallo, I limiti dei diritto penale, eemm Rivista italiana ái diritto penale, 1943, págs. 3 e segs. Do mesmo modo Exner, para1943, págs. 3 e segs. Do mesmo modo Exner, para 
quem o Direito Penal é apenas uma parcela do Direito Criminal.quem o Direito Penal é apenas uma parcela do Direito Criminal.
 
(JO NOBIT O |i; (JAKA OT IUItlttTK IArt 1)11 DIIU IIITO CKNA I. y/
O melo do ação específico do Direito Penal, predominanteO melo do ação específico do Direito Penal, predominante 
,,sempre sempre nos nos CódiCódigos, 6 gos, 6 a pena pena, em que a a, em que a dodoututririna na trudleloiuiltrudleloiuil 
viu a satisfação de uma exigência de justiça, impondo aoviu a satisfação de uma exigência de justiça, impondo ao 
agente do fato punível um mal em correspondência com o malagente do fato punível um mal em correspondência com o mal 
popor er ele le praticado —praticado — m alum passionis ob malu m actío nis. Muh, Muh, na evolução do Direito, a pena vem atenuando cada ve/, mal;;,na evolução doDireito, a pena vem atenuando cada ve/, mal;;, 
sobretudsobretudo o no no momento momento da sua execuda sua execução, ção, esesse se carácaráterter d e reti i
buição e de castigo, e agora perde o seu posto de sanção únicabuição e de castigo, e agora perde o seu posto de sanção única 
do fato punível. As idéias modernas sobre a natureza do crimedo fato punível. As idéias modernas sobre a natureza do crime 
(' as suas causas e a exigência prática de uma luta(' as suas causas e a exigência prática de uma luta elleav,
contra a criminalidade foram desenvolvendo, ao lado dacontra a criminalidade foram desenvolvendo, ao lado da velha
reação punitiva, uma série de medidas que se dirigem,reação punitiva, uma série de medidas que se dirigem, nau .1
punir o criminoso, mas a promover a sua recuperaçaopunir o criminoso, mas a promover a sua recuperaçao :;<>eial
ou a segregá-lo do meio nos casos de desajustamentoou a segregá-lo do meio nos casos de desajustamento inedu
tível. São as chamadas medidas de segurança. Medidas quetível. São as chamadas medidas de segurança. Medidas que 
pertencem pertencem tambétambém ao Direito Pm ao Direito P eennaal.l.2 2 Com iCom isssoso, , alalarargaga esse
2 Como veremos no lugar oportuno, a posição dessas mComo veremos no lugar oportuno, a posição dessas m
didas no sistema juridico-penal ainda é, às vezes, motivo de condidas no sistema juridico-penal ainda é, às vezes, motivo de con 
trovérsia. Mas a doutrina dominante é no sentido do texto. E níuitrovérsia. Mas a doutrina dominante é no sentido do texto. E níui 
só dentro da órbita do naturalismo criminológico, mas entre dogmíisó dentro da órbita do naturalismo criminológico, mas entre dogmíi 
ticos rigorosos, como Mezger, que explicitamente lhes assinala o hoiiticos rigorosos, como Mezger, que explicitamente lhes assinala o hoii 
lugar nesse ramo do Direito. Mezger termina mesmo por incluir nolugar nesse ramo do Direito. Mezger termina mesmo por incluir no 
conceito de pena, em amplo sentido, essas medidas de segurança e deconceito de pena, em amplo sentido, essas medidas de segurança e de 
reforma (reforma ( S t r a f r ech t . E i n S tud i en bu ch , 4.a ed., Munique-Berlim, 1!)!>:'. 4.a ed., Munique-Berlim, 1!)!>:'. 
pág.pág. 238).238). V. aindaV. ainda M aurach , Deutsches Strafrecht. Allg. Teil, ell., ell., 
pág.pág. 33.. Uma corrente, vigorante sobretudo na Itália, exclui os.su;;Uma corrente, vigorante sobretudo na Itália, exclui os.su;; 
medidas do domínio do Direito Penal e a procura acentuar essa pomedidas do domínio do Direito Penal e a procura acentuar essa po 
sição chamando-as medidas administrativas de segurança. í; ;isição chamando-as medidas administrativas de segurança. í; ;i 
corrente para a qual Direito Penal é “o complexo de normas quecorrente para a qual Direito Penal é “o complexo de normas que 
gravitam em torno dos conceitos de culpa e retribuição”, como dl/.gravitam em torno dos conceitos de culpa e retribuição”, como dl/. 
B et ti o l , conceito que restringe excessivamente o âmbito do Direitoconceito que restringe excessivamente o âmbito do Direito 
Penal e já não corresponde à sua estrutura e aos fins.Penal e já não corresponde à sua estrutura e aos fins.
(E xner , ob. cit., pág. 44). Mas a expressão “Direito Penal” é hojeob. cit., pág. 44). Mas a expressão “Direito Penal” é hoje 
a dominante e dificilmente será substituída. Não há inconvenientea dominante e dificilmente será substituída. Não há inconveniente em empregá-la, desde que a entendamos no sentido ampla do Direitoem empregá-la, desde que a entendamos no sentido ampla do Direito 
Penal moderno.Penal moderno.
 
I l l l l i u rm ipiINAI.ipiINAI.
rumo do Direitorumo do Direito a suu capacidade como Instrumentosuu capacidade como Instrumento da luta
da ordem jurídica contra a criminalidade no sentido de tornarda ordem jurídica contra a criminalidade no sentido de tornar 
mais eletiva a prevenção geral e especial dos fatos puníveis.mais eletiva a prevenção geral e especial dos fatos puníveis.
Assim, o Direito Penal se apresenta como o conjunto dasAssim, o Direito Penal se apresenta como o conjunto das 
normas jurídicas, pelas quais se exerce a função do Estado denormas jurídicas, pelas quais se exerce a função do Estado de prevenir e reprimir os crimes, por meio de sanções cominadasprevenir e reprimir os crimes, por meio de sanções cominadas 
aos aos seseus us auautotoreres.s.33 Ou, eOu, em m sentisentido do mais estritomais estrito, com, como o o o concon
 ju juntnto o das ndas norormamas s jurjurídídicicas as que que cocominminam am sanções sanções em em rarazão zão dede 
determinados fatos chamados crimes, por elas tipicamentedeterminados fatos chamados crimes, por elas tipicamente 
definidos.definidos.
Fim do Direito Penal é, portanto, a defesta da sociedade,Fim do Direito Penal é, portanto, a defesta da sociedade, 
pela proteção de bens jurídicos fundamentais, como a vidapela proteção de bens jurídicos fundamentais, como a vida 
humana, a integridade corporal do homem, a honra, o patrihumana, a integridade corporal do homem, a honra, o patri
mônmônio, a seguranio, a seguran ça dça da faa famíliamília , a p, a paz pública, az pública, eettcc.., entendendo-, entendendo- 
-se por bem jurídico, conforme o conceito de-se por bem jurídico, conforme o conceito de vo n L iszt, tudo otudo o 
que pode satisfazer uma necessidade humana e, nesse sentido,que pode satisfazer uma necessidade humana e, nesse sentido,
3 3 AqAqui ui usamos usamos a a ppalaala vrvraa crime em sentido amplo, abrangendo em sentido amplo, abrangendo 
toda forma de fato punível. Os autores alemães, seguindo leis retoda forma de fato punível. Os autores alemães, seguindo leis recentes do seu país, estão preferindo, a expressãocentes do seu país, estão preferindo, a expressão f a to pun í vel à pa à pa
lavralavra crime, quando empregada nesse sentido geral (v. quando empregada nesse sentido geral (v. M ezger , S t r a - 
 f r ech t . S tuã i en buch , cit., cit., M aurach , D. Strajrecht, cit.). cit.).
4 4 NNão são se e dedeve ve concon fundir o fundir o Direito Direito PePe nana l col com oum outros rtros regimes egimes juju 
rídicos punitivos, em particular com o chamado Direito disciplinarrídicos punitivos, em particular com o chamado Direito disciplinar 
público ou privado. O Direito disciplinar público faz parte do Direitopúblico ou privado. O Direito disciplinar público faz parte do Direito 
administrativo e compreende as sanções que a Administração públicaadministrativo e compreende as sanções que a Administração pública 
impõe aos seus subordinados, para a ordem e a execução regular dosimpõe aos seus subordinados, para a ordem e a execução regular dos 
serviços, de acordo com os respectivos regulamentos. O que se chamaserviços, de acordo com os respectivos regulamentos. O que se chama Direito disciplinar privado diz respeito às sanções cominadas em estaDireito disciplinar privado diz respeito às sanções cominadas em esta
tutos e regulamentos de corporações, associações e sociedades comertutos e regulamentos de corporações, associações e sociedades comer
ciais, culturais, esportivas, beneficentes, etc., para a disciplina naciais, culturais, esportivas, beneficentes, etc., para a disciplina na 
vida do grupo e a consecução dos seus fins. Ambos se distinguem dovida do grupo e a consecução dos seus fins. Ambos se distinguem do 
verdadeiro magistério punitivo, que o Estado exerce, em defesa dosverdadeiro magistério punitivo, que o Estado exerce, em defesa dos 
bens jurídicos fundamentais para a conveniência social, sobre todos osbens jurídicos fundamentais para a conveniência social, sobre todos os 
que estão subordinados ao seu império.que estão subordinados ao seu império. Só este deve receber o nomeeste deve receber o nome 
de Direito Penal. Sobre o assunto,de Direito Penal. Sobre o assunto, v o n L iszt -S chmidt, Lehrbuch, cit., cit., 
págs. 354-355; M. E. Mayer,págs. 354-355; M. E. Mayer, Der allgemeine Teil ães ãeutschen Stra- f r ech ts , 2.a ed., Heidelberg, 1923, págs. 5 e segs.; 2.a ed., Heidelberg, 1923, págs. 5 e segs.; v o n H i pp e l , Deutsches 
 S t r a f r ech t , I , Berlim, 1925, págs. 34 e segs.;Berlim, 1925, págs. 34 e segs.; M a gg ior e , Principi ãi 
 
6 tutelado pelo Direito." São Interesses fundamentais do In6 tutelado pelo Direito." São Interesses fundamentais do In 
dlvídiio ou da sociedade, que, pelo seu valor social, a conselflndlvídiio ou da sociedade, que, pelo seu valor social, a conselfln 
cia comum do grupo ou das camadas sociais nele dominantescia comum do grupo ou das camadas sociais nele dominantes 
elevam à categoria de bens jurídicos, julgando-os mereceelevam à categoria de bens jurídicos, julgando-os merece 
dores da tutela do Direito, ou, em particular, da tutela maisdores da tutela do Direito, ou, em particular, da tutela mais
OONOHtTO 10 ÜAll AC'Tl l l l t lM Tl OA M D O D lK llT O I 'I I INA 1. JU
rr>> A mA m aioria dos aioria dos representantes representantes das diversdas divers as correas corre ntes cntes cololncncll 
dem hoje em conceber a defesa social como fim do Direito punitivo.dem hoje em conceber a defesa social como fim do Direito punitivo. 
A idéia, que se pode fazer deriva deA idéia, que se pode fazer deriva de B eccaria , foi acentuada por (foi acentuada por ( l
R omagnosi e veio encontrar sua sistematização nos representante» doe veio encontrar sua sistematização nos representante» do 
positivismo criminológico (v.positivismo criminológico (v. C arlo H umberto d e l P ozzo , Vidra, no- 
cia le nel de li to, emem S cuola Pos i t i va , 1937,1, págs. 73-92; 1937,1, págs. 73-92; F l o iuan , Trai 
diritto penale, I, Bolonha, 1937, págs. 36-37; S. I, Bolonha, 1937, págs. 36-37; S. R omano , Uordinamcnto 
 g i u r i di co, Pisa, 1917, págs. 190 e segs.; Pisa, 1917, págs. 190 e segs.; T esauro , I I po te r e discip lina r r , 
Nápoles, 1925. O contrário acontece com o que alguns autores rimNápoles, 1925. O contrário acontece com o que alguns autores rim 
mam Direito Penal administrativo, que seria o Direito Penal das noiimam Direito Penal administrativo, que seria o Direito Penal das noii 
travenções. Neste sentido, a obra clásica detravenções. Neste sentido, a obra clásica de G o l dschm idt , Der Vcr- 
waltungsstrafrecht in Verhültnis zur modernen Staats-und Rechlr, 
lehre, Berlim, 1903. Esse chamado ilícito de polícia não faz parte do Berlim, 1903. Esse chamado ilícito de polícia não faz parte do 
Direito Direito admadm inistrativoinistrativo , ma, mas do Direito Pes do Direito Pe nana l prl propopriamriam entente ditoe dito. r. r<<:: 
a opinião dominante,a opinião dominante, M ezger , S t r a f r ech t . E i n L eh r bu ch , cit., págs. !> cit., págs. !>
e segs.;e segs.; v o n L iszt - S chmidt , Lehrbuch, cit., § 26, III; cit., § 26, III; v o n H ippki .. 
Deutsches Strafrecht, II, Berlim, 1939, págs. 103 e segs.; II, Berlim, 1939, págs. 103 e segs.; H . W elzhi ,, 
Das ãeutsche Strafiecht. Eine üystematsche Darstellung, 5.a ed., Ber 5.a ed., Ber
lim, 1956, pág. 15. Deve-se reconhecer, entretanto, que a tendêncialim, 1956, pág. 15. Deve-se reconhecer, entretanto, que a tendência 
parece ser para a constituição de um Direito Penal das contraveoparece ser para a constituição de um Direito Penal das contraveo 
ções, distinto do Direito Penal dos crimes. Concorrente para i.sso nções, distinto do Direito Penal dos crimes. Concorrente para i.sso n 
fraca ou nula perigosidade do agente nas contravençõesfraca ou nula perigosidade do agente nas contravenções ( F erri ) e e oo 
fato de que as normas que lhes dizem respeito não apresentam ofato de que as normas que lhes dizem respeito não apresentam o 
mesmo interesse social-cultural e jurídico-pclítico que as do Direitomesmo interesse social-cultural e jurídico-pclítico que as do Direito 
Penal dos crimes (v. M. E.Penal dos crimes (v. M. E. M ayer , Der allgemeine Teil, cit cit., p., páágg. . rr>>íí>>
e nota 27). O difícil, e sobre isso a doutrina tem, em vão, lon^ne nota 27). O difícil, e sobre isso a doutrina tem, em vão, lon^n 
mente debatido, é fixar-se um critério de distinção entre essas dua:imente debatido, é fixar-se um critério de distinção entre essas dua:i 
espécies de ilícito. Interessante a investigação queespécies de ilícito. Interessante a investigação que E r i k W o l f concon 
duziu através, como ele mesmo diz, dos fundamentos filosófico-ju-duziu através, como ele mesmo diz, dos fundamentos filosófico-ju- 
rídicos, da análise dogmática-jurídica e da apreciação político-junrídicos, da análise dogmática-jurídica e da apreciação político-jun 
dica do Direito de administração, emdica do Direito de administração, em D i e S tellun g der V er w al tu n g ■: delik te i m Str afre chts& yst em, emem Festgabe für R. von Frank, II,II, 
Tübingen, 1930, págs. 516 e segs.Tübingen, 1930, págs. 516 e segs.
 
:i i i DIIllOITO llt íNAI,
severa do Direito Penal. Interesses de valor permanente, comosevera do Direito Penal. Interesses de valor permanente, como 
a vida, a liberdade, a honra; ou variável, segundo a estruturaa vida, a liberdade, a honra; ou variável, segundo a estrutura 
da sociedade ou as concepções de vida em determinado moda sociedade ou as concepções de vida em determinado mo
mento.mento.
O bem jO bem juríurídico dico é é o eleo elemenmento to cencentral do preceito contido natral do preceito contido na 
norma jurídico-penal e da descrição do fato punível que aí senorma jurídico-penal e da descrição do fato punível que aí se
tato di ãiritto penale, II f f MMilãilão, o, 11993344, , pápágsgs. 7. 79 9 e see se ggss.).) . . HoHojeje, mesm, mesmoo 
os representantes principais da corrente retribucionista adotam essaos representantes principais da corrente retribucionista adotam essa 
posição. O tema confina com um dos problemas nuclares da filoposição. O tema confina com um dos problemas nuclares da filo
sofia jurídica, que é determinar o fim do Direito. Sobre o assunto,sofia jurídica, que é determinar o fim do Direito. Sobre o assunto, 
além das obras clássicas, de diversas correntes, como a de Stammler,além das obras clássicas, de diversas correntes, como a de Stammler, 
Lehrbuch des Rechtsphüosophie, 3.a ed., 1928, §§ 25 e segs., ou, em 3.a ed., 1928, §§ 25 e segs., ou, em 
posição diversa e para nós mais exata, I. Vanni,posição diversa e para nós mais exata, I. Vanni, Filosofia dei derecho, 
trad., Madri, 1941, págs. 89 e segs., a discussão em torno detrad., Madri, 1941, págs. 89 e segs., a discussão em torno de Le but du 
ároit: bien commun, justice, securité, emem A nn ua i r e de V I n s t i tu t I n 
ternational de Philosophie du Droit et de Sodologie Juridique, III, III, 
Paris, 1938. Muito justa a observação de Cuche:Paris, 1938. Muito justa a observação de Cuche: “Combien les in- 
quiétudes de ces juristes seraient calmêes s’ils consetaient à ne iden- 
tifier le Droit avec la Morale ou avec la Justice, mais à ty voir seu- 
lement Vensemble des règles qui assurent ou sont capables d’assurer 
Vordre social” (Paul Cuche, em (Paul Cuche, em Recueil Geny, III, Paris, 1934, pá III, Paris, 1934, pá
gina 273). É que, na realidade, a Justiça não é o fim do Direito, masgina 273). É que, na realidade, a Justiça não é o fim do Direito, mas 
apenas o seu critério regulador. Observemos que o fim do Direito,apenas o seu critério regulador. Observemos que o fim do Direito, 
que é a ordem e a segurança social, a segurança do todo e de cadaque é a ordem e a segurança social, a segurança do todo e de cada 
um dos seus membros, dos seus bens e dos seus legítimos interesses,um dos seus membros, dos seus bens e dos seus legítimos interesses, 
esse fim, bem definido em outros ramos da ciência jurídica, mantém-essefim, bem definido em outros ramos da ciência jurídica, mantém- 
-se ainda obscurecido no Direito Penal, pela mescla impura do intra-se ainda obscurecido no Direito Penal, pela mescla impura do intra 
com o extrajurídico, que exigências estranhas ao Direito vêm imcom o extrajurídico, que exigências estranhas ao Direito vêm im
pondo à nossa disciplina. A fonte e srcem principal dessas influênpondo à nossa disciplina. A fonte e srcem principal dessas influên
cias perturbadoras está na idéia da retribuição, baseada em concepcias perturbadoras está na idéia da retribuição, baseada em concep
ções metafísicas do fenômeno do crime, que tem tolhido o Direitoções metafísicas do fenômeno do crime, que tem tolhido o Direito 
Penal na sua função de instrumento de luta contra a criminalidade.Penal na sua função de instrumento de luta contra a criminalidade. 
Posição que nos últimos tempos vem recebendo novo apoio de idéiasPosição que nos últimos tempos vem recebendo novo apoio de idéias 
resultantes da moderna crise metafísica e de concepções políticas,resultantes da moderna crise metafísica e de concepções políticas, 
que, para comprimir a expressão do pensamento, recorrem à forçaque, para comprimir a expressão do pensamento, recorrem à força 
da repressão, que a idéia retributiva favorece. Sobre a exacerbaçãoda repressão, que a idéia retributiva favorece. Sobre a exacerbação 
atual da idéia retributiva na pena, v.atual da idéia retributiva na pena, v. D el i tal a , Prevenzione e re- 
 pr es s i on e nella r i f or ma penale, emem Rivista italiana di dintto penale, 
1950, pág. 701. Insistindo sobre o caráter retributivo da pena na1950, pág. 701. Insistindo sobre o caráter retributivo da pena na Alemanha, por exemplo,Alemanha, por exemplo, M aurach , Deut sch. es S tr afr echt, Allg. Te i l cit., cit., 
págs. 53 e segs. Mas esse recrudescimento, provavelmente episódico,págs. 53 e segs. Mas esse recrudescimento, provavelmente episódico,
 
O ONO M TO III OA ttA O'1 IKKIM TK1AM l ld UIIMIIITO A f. |l |
encontra c na qual está implícito o preceito. E na parte euencontra c na qual está implícito o preceito. E na parte eu 
peclal do Código é segundo o bem jurídico ameaçado ou agrepeclal do Código é segundo o bem jurídico ameaçado ou agre 
dido que os fatos puníveis se classificam. Através da proteçãodido que os fatos puníveis se classificam. Através da proteção 
de bens jurídicos, o fim do Direito Penal transcende da delesude bens jurídicos, o fim do Direito Penal transcende da delesu 
de condições puramente materiais à proteção de valores, pol.sde condições puramente materiais à proteção de valores, pol.s o que chamamos, em linguagem técnica, bens jurídicos, sãoo que chamamos, em linguagem técnica, bens jurídicos, são 
valores, valores da vida individual ou coletiva, valores duvalores, valores da vida individual ou coletiva, valores du 
cultura que, na maioria dos casos, fazem objeto de preceito ;cultura que, na maioria dos casos, fazem objeto de preceito ; 
tanto jurídicos quanto morais.6tanto jurídicos quanto morais.6
6 6 São São estestes es benben s s valores valores que que a a própró prpr ia ia natunatu reza reza do do homhom emem
as condições da vida social têm criado e queas condições da vida social têm criado e que o Direito, reconheceu Direito, reconheceu 
do-os e protegendo-os, elevou à categoria de bens jurídicos. Não pundo-os e protegendo-os, elevou à categoria de bens jurídicos. Não pun 
samos, portanto, aqui em nenhum asamos, portanto, aqui em nenhum a pr i or i puro de valor, mas em puro de valor, mas em 
condições e exigências que a consciência coletiva de determinada nacondições e exigências que a consciência coletiva de determinada na 
ciedade, em certo momento da sua evolução, julga necessárias ao seuciedade, em certo momento da sua evolução, julga necessárias ao seu 
equilíbrio, à sua persistência e à plena e legítima realização do lioequilíbrio, à sua persistência e à plena e legítima realização do lio 
mem. Como faz notarmem. Como faz notar E xner , acompanhando, aliás,acompanhando, aliás, v o n L iszt cc M 
E. M ayer , não é a lei que determina o que seja um bem, mas aprenão é a lei que determina o que seja um bem, mas apre 
ciações humanas éticas, estéticas e sociais. Apenasciações humanas éticas, estéticas e sociais. Apenas o Direito reco Direito reco nhece os objetos desses julgamentos e, concedendo-lhes a sua pronhece os objetos desses julgamentos e, concedendo-lhes a sua pro 
teção específica, forma com eles a sua hieraquia dos bens jurídicosteção específica, forma com eles a sua hieraquia dos bens jurídicos 
V.V. E xner , Die Theorie der Sicherungsmittel, cit., pág. 1; cit., pág. 1; v o n L ibzt - 
-S chmidt , Lehrbuch, págs. págs. 4 ee 5; M . E . M ayer , Der allegemeine Tcil, 
pág. 21; sobre a noção de bem jurídico, v. A. Rocco,pág. 21; sobre a noção de bem jurídico, v. A. Rocco, Voggetto dc.l 
reato, Roma, 1932, págs. 260 e segs. V. ainda Roma, 1932, págs. 260 e segs. V. ainda K l e e , Das Verbrechvn 
ais Rechtsgut unã ais Pflichtverletzung, emem Deutsches Strafrecht, 
1936. Tem divergido o conceito de bem entre os autores. Rocco, na1936. Tem divergido o conceito de bem entre os autores. Rocco, na 
obra citada, faz uma revisão crítica das várias concepções,obra citada, faz uma revisão crítica das várias concepções, v o n L iszt 
define o bem jurídico como um interesse juridicamente protegidodefine o bem jurídico como um interesse juridicamente protegido 
“Todos os bens jurídicos são interesses da vida, interesses da indiví“Todos os bens jurídicos são interesses da vida, interesses da indiví 
duo ou da coletividade”duo ou da coletividade” ( v o n L iszt -S chmidt , Lehrbuch, pág. pág. 4 ) . Noçíui. Noçíui
das idéias retribucionistas, não consegue encobrir a tendência maladas idéias retribucionistas, não consegue encobrir a tendência mala 
substancial e permanente no sentido de encaminhar a pena na disubstancial e permanente no sentido de encaminhar a pena na di
reção da medida de segurança, afrouxando-lhe o conteúdo punitivoreção da medida de segurança, afrouxando-lhe o conteúdo punitivo 
em benefício da finalidade de recuperação social do criminoso, oem benefício da finalidade de recuperação social do criminoso, o que conduzirá, por fim, à unificação das duas espécies de sançõesque conduzirá, por fim, à unificação das duas espécies de sanções 
anticriminais.anticriminais.
 
MIII IC ITo MliiN Al i
ImpondoImpondo às váriasvárias figuras dodo crime a gravo sanção daa gravo sanção da 
pena, o Direito Penal fortalece na consclôncia comum o juízopena, o Direito Penal fortalece na consclôncia comum o juízo 
de de valor sobvalor sobre re oos bes bens jurídicos ns jurídicos assim tuteladassim tutelad os e as noos e as normarmas s dede 
cultura em que se apóia essa tutela. Essa é a função educacultura em que se apóia essa tutela. Essa é a função educa
tiva, social-cultural do Direito punitivo, com que este ramo dotiva, social-cultural do Direito punitivo, com que este ramo do 
Direito dá segurança e força àquelas normas em que se baseiaDireito dá segurança e força àquelas normas em que se baseia 
a sociedade, e exerce uma ação preventiva do crime.a sociedade, e exerce uma ação preventiva do crime.
Observe-se ainda que essa defesa social, a que o DireitoObserve-se ainda que essa defesa social, a que o Direito 
Penal reduz o seu objetivo, não é uma defesa brutal, a todoPenal reduz o seu objetivo, não é uma defesa brutal, a todo 
cucuststo e o e por tpor tododos oos os meis meiosos.7.7 O Direito PO Direito P enenal é al é um um sistsistemaema
7 M ezger disse plasticamente: “Há os lados escuros da vida hdisse plasticamente: “Há os lados escuros da vida hmana, que traduzem nas palavrasmana, que traduzem nas palavras crime e pena; mas também nesses mas também nesses 
domínios sombrios da existência do homem brilhaa luz do Direito”domínios sombrios da existência do homem brilha a luz do Direito” 
(M ezger , Moã er n e S t r a j r ech ts pr oblem e, Marburgo, 1927, pág. 33). O Marburgo, 1927, pág. 33). O 
Direito Penal está aí para proteger a sociedade contra a agressãoDireito Penal está aí para proteger a sociedade contra a agressão 
criminosa, mas também para proteger a personalidade do própriocriminosa, mas também para proteger a personalidade do próprio 
criminoso, os atributos humanos que persistem, respeitáveis para ocriminoso, os atributos humanos que persistem, respeitáveis para o 
Direito, mesmo nos delinqüentes mais ferozes, e nisso está a limitaDireito, mesmo nos delinqüentes mais ferozes, e nisso está a limita
ção necessária do moveimento de defesa social:ção necessária do moveimento de defesa social: “Noi faremo opera 
 pr og r es s i va”, dizia, dizia F erri , “ma consolidando le conquiste irrevocabili delia civilità moderna per le garanzie giuridiche ai tre protagonisti 
delia giustizia penale, che sono il delinqüente, la società e la parte 
lesa dei delitto” ( F erri , Projeto preliminare di Codice Penale italiano. 
Relazione, Milão, 1921, pág. 2). Milão, 1921, pág. 2).
que lhe vinha do seu mestreque lhe vinha do seu mestre v o n I he r ing , que, aliás, identificava bemque, aliás, identificava bem 
 ju juríríddicico o cocom m inteinteresresse se e e dirdireiteito o susubjbjetetivivo. o. MMasas, , cocommo o oobsbsererva va RoRocccco,o, 
não se pode confundir bem com interesse. Como diznão se pode confundir bem com interesse. Como diz J el l i nek , inin 
teresse é o bem considerado subjetivamente. É o juízo que se fazteresse é o bem considerado subjetivamente. É o juízo que se faz 
de que alguma coisa um bem, ou, como se exprime Rocco, o juízode que alguma coisa um bem, ou, como se exprime Rocco, o juízo 
entre a própria necessidade do indivíduo e o meio capaz de satisfa-entre a própria necessidade do indivíduo e o meio capaz de satisfa- 
zê-la (Rocco, ob. cit., pág. 265). Mas, como o próprio Rocco recozê-la (Rocco, ob. cit., pág. 265). Mas, como o próprio Rocco reco
nheço, é indiferente dizer-se que o Direito Penal tutela bens jurínheço, é indiferente dizer-se que o Direito Penal tutela bens jurí
dicos, em vez de dizer-se interesses jurídicos, porque, protegendo-sedicos, em vez de dizer-se interesses jurídicos, porque, protegendo-se 
o bem, protege-se, do mesmo passo, o interesse que lhe corresponde.o bem, protege-se, do mesmo passo, o interesse que lhe corresponde. 
A essa concepção subjetiva do interesse opõe-se modernamente umaA essa concepção subjetiva do interesse opõe-se modernamente uma 
concepção objetiva, que tem o concepção objetiva, que tem o interinteresse esse como a relaçãcomo a relaçã o o entre oentre o 
sujeito e o bem apto a satisfazer uma necessidade sua (v.sujeito e o bem apto a satisfazer uma necessidade sua (v. C arne - 
ltjtti , II danno e il reato, Pádua, 1930, pág. 17; Pádua, 1930, pág. 17; P etrocelli , Principi 
di diritto penale, I, 2.a ed., Nápoles, 1949, pág. 213). I, 2.a ed., Nápoles, 1949, pág. 213).
 
(uiNi'i m i i i n: <iai »a<11iíiiii 11<'am no m im am munai,
1111rf(Uco de dupla face, que protego a sociedade conl.ru urf(Uco de dupla face, que protego a sociedade conl.ru u 
ngresnfto do indivíduo e protege o Indivíduo contra os possíveisngresnfto do indivíduo e protege o Indivíduo contra os possíveis 
excessos de poder da sociedade na prevenção e repressão dosexcessos de poder da sociedade na prevenção e repressão dos 
1111 totos puníveiss puníveis. T. Tododa a a a sua sua atuatuaçãação o se faz se faz sob o sob o critério regucritério regu 
lador da justiça.lador da justiça.
Do Buposlo Direito Penal subjetivoDo Buposlo Direito Penal subjetivo
2. AlAlguguns ns autorautores es viram viram nesnessa sa funçfunção ão estatal estatal da luda lutata 
contra o crime um Direito Penal subjetivo, cujo titular seriucontra o crime um Direito Penal subjetivo, cujo titular seriu 
o ICo ICststaaddoo. . HHavavereriaia, ao la, ao lado do desse desse DiDirereitito Po Peennaal objetl objetivoivo, j, j ////•••• 
 penale, que acabamos de definir, um Direito Penal subjetivo, que acabamos de definir, um Direito Penal subjetivo, 
 jus puniendi, que seria essa faculdade que cabe ao Estado de que seria essa faculdade que cabe ao Estado de atuar sobre os criminosos na defesa social contra o crime. 1atuar sobre os criminosos na defesa social contra o crime. 1
« « Binding, Binding, vendvend o o no no chamcham adoado ju s -puni endi um direito subjol.lum direito subjol.l 
vo do Estado, construiu-o como umvo do Estado, construiu-o como um direito à obediência (( Gehorsavi - 
recht) , que seria o realmente violado no fato punível e não a lei pe que seria o realmente violado no fato punível e não a lei pe 
nal ou o preceito (Binding,nal ou o preceito (Binding, Hanábuch des deutschen StrafrechLu, 1,, 
Leipzig, 1885, págs. 167 e segs., e 183 e segs., eLeipzig, 1885, págs. 167 e segs., e 183 e segs., e Die Normen und ihrr 
Ubertretung, II, §§ 43 e 44). Rocco, acompanhando Binding, fala deII, §§ 43 e 44). Rocco, acompanhando Binding, fala de 
um direium direi to de suto de su premprem acia acia espeespe ciacia l, um l, um papa rticurticu lar lar dirdir eiteit o o à à obediobedi ência ência ,, 
um direito subjetivo do Estado à obediência aos preceitos penal:íum direito subjetivo do Estado à obediência aos preceitos penal:í 
(Rocco,(Rocco, L’oggetto dei reato e delia tutela giuridica penale, vol.vol. I du,sI du,s 
Opere Giuridiche, Roma, 1932, págs. 99 e 514 e segs. eRoma, 1932, págs. 99 e 514 e segs. e S u l con cei to 
dei diritto subiettivo di punire, no vol.no vol. IIIIII dasdas Opere )) . Conforme. Conforme 
com a idéia de um direito subjeivo de punir, von Liszt-Schmidt,com a idéia de um direito subjeivo de punir, von Liszt-Schmidt, 
Lehrbuch, cit., § I, nota 1; Finger,cit., § I, nota 1; Finger, Lehrbuch des deutschen Stra- 
 f r ech ts , I, BeI, Be rlirli mm, 1, 1990044, , pápá gsgs . 1 . 1 e e 9797; v; v on Hon H ipip pepe l,l, Deutsches Strafrecht,
I, Berlim, 1925, pág. 4;I, Berlim, 1925, pág. 4; MM assass arar ii,, La norma penale, S. MS. M aarria ia C. V., 1C. V., 19911;;!!.. 
págs. 97 e segs.;págs. 97 e segs.; BB etet tt iiolol ,, Diritto penale. Parte generale, Palermo,Palermo, 
1950, págs. 121 e segs.;1950, págs. 121 e segs.; SScarcar anan oo ,, I rapporti di diritto penale, Milão,Milão, 
1942. A idéia traz o selo das correntes dogmáticas, mas foi acolhida1942. A idéia traz o selo das correntes dogmáticas, mas foi acolhida 
por um seguidor do positivismo criminológico,por um seguidor do positivismo criminológico, FF ll oror iianan ,, em seu em seu Trai- 
tato di diritto penale, I, Milão, 1934, § 1, n.° 5.I, Milão, 1934, § 1, n.° 5. GG rr ii spispi gg nini ,, também do também do 
positivismo, defende a idéia de um direito subjetivo de punir como umpositivismo, defende a idéia de um direito subjetivo de punir como um 
direito do Estado à própria existência e conservaçãodireito do Estado à própria existência e conservação ((GG rr ii spsp iigg nini ,, D i 
r i tto p enale i taliano , I, Milão, 1947, págs. 275 e segs.). ParaI, Milão, 1947, págs. 275 e segs.). Para GG rr ii spispi gg nini ,, 
em conseqüência, o crimeem conseqüência, o crime “si presenta come la condotta umana chc off end e i l di r i tto dello S tato al Vesi stenza e alia pr ópr i a co ns er vazi onc" 
(loc. cit., pág. 159). Contra essas idéias, em vigorosa contestação,(loc. cit., pág. 159). Contra essas idéias, em vigorosa contestação,
 
D m ni TO l UN AI i
Essa concepção relaciona-se, de um lado, com a doutrinaEssa concepção relaciona-se, de um lado, com a doutrina 
dos direitos públicos subjetivos, tendo o Estado por titular,9dos direitos públicos subjetivos, tendo o Estado por titular,9
e do outro, com a tendência nosdogmáticos excessivos a conse do outro, com a tendência nos dogmáticos excessivos a cons
truir o Direito Penal sobre o modelo da estrutura do Direitotruir o Direito Penal sobre o modelo da estrutura do Direito 
privado. Daí pretender-se aplicar àquele ramo do Direito aprivado. Daí pretender-se aplicar àquele ramo do Direito a 
fórmula exata quanto a este de que “toda norma de Direitofórmula exata quanto a este de que “toda norma de Direito 
objetiobjetivo vo ddá vida a uá vida a um m direidireito subto subjetivojetivo””.. 110 0 NeNessa ssa tendtendênciênciaa 
se esquece a distinção que separa os dois grupos de normasse esquece a distinção que separa os dois grupos de normas 
 jur jurídídicaicas s — — no no Direito Direito privadprivado, o, em em gegeral, ral, a a disdiscipciplinlina a de de rerelala
ççõõees s jurídicas jurídicas ententre re partes partes juridjurid icameicamente inte iguais; guais; no Direitono Direito 
Penal, o Estado, com o seu poder soberano, submetendo oPenal, o Estado, com o seu poder soberano, submetendo o 
culpado à sanção, segundo regras por ele mesmo prescritas,culpado à sanção, segundo regras por ele mesmo prescritas, 
para que se mantenham invioláveis os valores elementarespara que se mantenham invioláveis os valores elementares 
da vida em comunidade.da vida em comunidade.
O O que que se se manifemanife sta sta no no exeexercrcíciício o da da Justiça Justiça pepenanal l é é ee
poder soberano do Estado, um poder jurídico que se faz efepoder soberano do Estado, um poder jurídico que se faz efe
titivo vo pela lei pela lei penal, papenal, pa ra que o ra que o Estado cuEstado cu mpmpra a sra a sua fua fununção ção oriori
ginária, que é assegurar as condições de existência e continuiginária, que é assegurar as condições de existência e continui
dade da organização social. Reduzi-lo a um direito subjetivodade da organização social. Reduzi-lo a um direito subjetivo
9 J el l i nek , S ystem, der s u bj ek t i ven of f en t l i ch en , R ec h te, Tübin- Tübin- 
gen, 1905. Segundo essa orientação é quegen, 1905. Segundo essa orientação é que P resutti afirma:afirma: “da cias- 
cuna norma giuridica deve nascer un diritto subiettivo; altrimenU 
la norma di diverso genere; anche nel diritto pubblico, diritto subiet
tivo e norma giuridica sono termini necessariamenti uniti” (Istitu- 
 z i on i di d i r i t to ammi n i s t r a t i vo i tali ano, I, Nápoles, 1904, § 21, citado I, Nápoles, 1904, § 21, citado 
emem M assari , La norma penale, cit., pág. 201). cit., pág. 201).
10 Cammeo , Comentário, I, § 18, citada em I, § 18, citada em M as sa r i , La norma penale, cit.. pág. 201. cit.. pág. 201.
F erri , emem Princípios de direito criminal, trad., São Paulo, 1931, pá trad., São Paulo, 1931, pá
ginas 115 e segs. Contrários, também,ginas 115 e segs. Contrários, também, M anzini , Trattato di diritto 
•penale, I , Turim, 1933, págs. 75 e segs.;Turim, 1933, págs. 75 e segs.; M a gg ior e , Principii di diritto 
 pen ale, I , Bolonha, 1937, págs. 13 e segs.;Bolonha, 1937, págs. 13 e segs.; C arnelutti , Teoria geral 
do direito, trad., Madri, 1941, pág. 78; trad., Madri, 1941, pág. 78; A nto l i sei , Manua le di di r i t to
 penale, Milão, 1947, págs. 26 e segs.; Milão, 1947, págs. 26 e segs.; V assali , La potestà punitiva, Turim, 1942,Turim, 1942, pass i m. Entre nós, expressivamente, Entre nós, expressivamente, O scar S tevenson , 
Da exclusão de crime, São Paulo, 1941, págs. 28 e segs. São Paulo, 1941, págs. 28 e segs.
 
UO NlJM ITO lii (lAIlA OT MH IHT IO AN IX > I ilKHil t i ) 1'HINAI. ;)fj
Ini:.ifltíix ii natureza roal dessa fuuçfto e diminui a sua íorça rIni:.ifltíix ii natureza roal dessa fuuçfto e diminui a sua íorça r 
• • ricricúcúcla, porla, porquque resolve o e resolve o episódio do crime episódio do crime apapenenas as em em umum 
conillto entre direitos do indivíduo e direitos do Estado. "conillto entre direitos do indivíduo e direitos do Estado. "
A doutrina chegou mesmo a distinguir na atuação estatu iA doutrina chegou mesmo a distinguir na atuação estatu i 
coutrii o crime a sucessão de dois direitos subjetivos pertenceucoutrii o crime a sucessão de dois direitos subjetivos pertenceu Itvi uo listado, correspondendo aos dois momentos sucessivosItvi uo listado, correspondendo aos dois momentos sucessivos 
daquela atuação, o momento da norma em posição estática,daquela atuação, o momento da norma em posição estática, 
antes da violação, e o da sanção desencadeada pela transgres-antes da violação, e o da sanção desencadeada pela transgres- 
(iiio da norma. Um direito subjetivo do Estado à obediência à(iiio da norma. Um direito subjetivo do Estado à obediência à 
de comportamento por ele ditada, e, violada esta, umde comportamento por ele ditada, e, violada esta, um 
direito subjetivo, derivado daquele, o de aplicar ao transgressordireito subjetivo, derivado daquele, o de aplicar ao transgressor 
.1 medida medida pepenanal que l que a la lei ei cocommininaa.1.12 2 Deste Deste último, reúltimo, ressuultltaamm 
uma relação jurídica, de Direito público, entre o indivíduo c ouma relação jurídica, de Direito público, entre o indivíduo c o
I I ::..;;ll..aa..ddoo, , a ca chhamamaada rda relaelaçãção po pununititiviva, a, em cuem cuja ja conconstrstruçãução se o se rree 
vela mais anída a influência de idéias próprias do Direito pnvela mais anída a influência de idéias próprias do Direito pn 
vavadodo, , — — um um direito subjetivo estatal, o direito subjetivo estatal, o de pude punir, nir, de um de um lado,lado, 
r, do outro, a obrigação do culpado de sujeitar-se à punição.r, do outro, a obrigação do culpado de sujeitar-se à punição. 
Construção difícil de acomodar-se à realidade da atuação daConstrução difícil de acomodar-se à realidade da atuação da 
Justiça penal. Se o poder do Estado de assegurar as condiçõesJustiça penal. Se o poder do Estado de assegurar as condições 
de vida social não pode ser equiparado a um direito subjetivo,de vida social não pode ser equiparado a um direito subjetivo, 
memenonos ains ainda a da a submisssubmissão do réu ão do réu à pà pena ena podpode ser tomae ser toma da da cocommoo 
cumprimento de uma obrigação jurídica. Na chamada relacumprimento de uma obrigação jurídica. Na chamada rela
ção punitiva o que se manifesta é aqueleção punitiva o que se manifesta é aquele imperium a que se a que se
1111 Com a Com a conscons eqüêeqüê ncincia a ainda, cainda, c omo omo obserobser vava M anzini , de que,de que, 
no processa penal, o Estado figuraria, então, não só como parte, masno processa penal, o Estado figuraria, então, não só como parte, mas 
como parte e juiz ao mesmo tempo, recorrendo-se a uma ficção tãocomo parte e juiz ao mesmo tempo, recorrendo-se a uma ficção tão lantástica quanto absurdalantástica quanto absurda (M anzini , Trattato di diritto penale, 11,, 
cit., pág. 78). Argumentando no mesmo sentido,cit., pág. 78). Argumentando no mesmo sentido, F erri , Princípios. 
cit., págs. 115-116.cit., págs. 115-116.
112 2 V. V. RRooccccoo,, Uoggetto dei reato e delia tutela giuridica penale. 
cit., págs. 517 e segs. e 526.cit., págs. 517 e segs. e 526.“XJgualmente, è certo’’, diz Rocco, diz Rocco, “chc 
il diritto di punire sorge delia violazione dei diritto alVobbedienzu. 
 pe. r chè esso nasce i n s eg u i to e a causa ãel r ea to, ci oè del i a ã i sobbe 
dienza e inosservanza dei precetto penale, e spetta alio Stato vcnm
II reo, cioè proprio verso colui chè ha disobbedito al precetto penale (pág. 517). E adiante:(pág. 517). E adiante: “II diritto di obbedienza, mia volta violato, si 
Ir as for ma o si conve r te ne l di r i tto di puni r e” (pág. 526). (pág. 526).
 
: « i i )i i i ,ii:i t o iMtNAi,
referem oreferem os s pupublicblic ististasas1133 “o pod“o poder de dominação er de dominação do Esdo Estadtado”o” , , aa 
que está sujeito o réu,não por uma obrigação jurídica, masque está sujeito o réu, não por uma obrigação jurídica, mas 
pela submissão absoluta, irresistível, que, nos limites definidospela submissão absoluta, irresistível, que, nos limites definidos 
pelo Direito, esse poder impõe, e sem a qual a convivênciapelo Direito, esse poder impõe, e sem a qual a convivência 
social seria irrealizável.social seria irrealizável.
Com essa idéia de reduzir a função punitiva do Estado aCom essa idéia de reduzir a função punitiva do Estado a 
um direito subjetivo desfigura-se o realismo do fenômeno, tãoum direito subjetivo desfigura-se o realismo do fenômeno, tão 
rico de vida e de humanidade, na sua rudeza, que é o crime, erico de vida e de humanidade, na sua rudeza, que é o crime, e
13 j e l l i n e k , A l lg em ei ne S taats leh r e, 4.a ed., 1922, págs. 429 4.a ed., 1922, págs. 429
segs., esegs., e S y s tem der s ubj ek t i ven õf f en t l i ch en R ec h te, cit.. pág. 87. No cit.. pág. 87. No
te-se, porém, quete-se, porém, que J el l i nek é um dos fautores da teoria das direitosé um dos fautores da teoria das direitos 
públicos subjetivos. O Direito impõe limitação a essepúblicos subjetivos. O Direito impõe limitação a esse imperium ee 
assegura a garantia dos direitos individuais contra a possível atuaassegura a garantia dos direitos individuais contra a possível atua
ção arbitrária dos agentes do Estado. O poder de dominação estatalção arbitrária dos agentes do Estado. O poder de dominação estatal 
é um poder que se exerce, como diz o próprioé um poder que se exerce, como diz o próprio J el l i nek , “sobre aquilo“sobre aquilo 
que não tem sido reservado à liberdade”que não tem sido reservado à liberdade” (J el l i nek , S y s tem der s ubj . 
Rechte, cit., pág. 87). Mas para isso não precisamos recorrer à noção cit., pág. 87). Mas para isso não precisamos recorrer à noção 
do direito subjetivo de punir. Parado direito subjetivo de punir. Para B et ti o l , a aplicação dessa noçãoa aplicação dessa noção 
ao Direito Penal é um problema de autolimitação do Estado. Mas enao Direito Penal é um problema de autolimitação do Estado. Mas en
tão se reduz, por fim, a uma ficção, ficção imprecisa e desnecessária,tão se reduz, por fim, a uma ficção, ficção imprecisa e desnecessária, 
porque o próprio Direito Penal traça com absoluto rigor os limitesporque o próprio Direito Penal traça com absoluto rigor os limites 
até onde pode ir o Estado na sua função de prevenir a reprimir osaté onde pode ir o Estado na sua função de prevenir a reprimir os 
crimes e isso independentemente da natureza que se atribua a essacrimes e isso independentemente da natureza que se atribua a essa 
função (v.função (v. B et ti o l , D i r i tto p enale , cit., pág. 131). Também não é exato cit., pág. 131). Também não é exato 
que a noção de umque a noção de um j u s pun i en d i como direito subjetivo do Estado se como direito subjetivo do Estado se 
relacione com idéias liberais em contrário a concepções absolutistasrelacione com idéias liberais em contrário a concepções absolutistas 
do Estado. Veja-sedo Estado. Veja-se S chõnke , Einfuhrung in ãie Rechtswissenschaft, 
5.'a ed., Karlsruhe, 1949, pág. 30. O poder punitivo, seja um direito sub5.'a ed., Karlsruhe, 1949, pág. 30. O poder punitivo, seja um direito sub
 je jetitivo vo ou ou nãnão, o, é é limlimitaitado do em em ppririncncípípio io ppelela a nenececessssidaidade de dda a ddefefeesasa 
social e na prática, como acabamos de ver, pelo Direito Penal posisocial e na prática, como acabamos de ver, pelo Direito Penal posi
tivo. Contra a idéia de uma obrigação jurídica do réu em relação aotivo. Contra a idéia de uma obrigação jurídica do réu em relação ao 
Estado, veja-se aindaEstado, veja-se ainda R o m an o , que diz:que diz: “In sostanza, di fronte aã 
un diritto verso una persona si ha un obbligo di questa; di fronte aã 
una potestà ci sono soggetti passivi, che ne risentono le conseguenze vantaggiose o meno, ma non sono obbligati verso il suo titolare” 
( R omano , Corso di diritto amministrativo, Pádua, 1930, pág. 143). Pádua, 1930, pág. 143).
 
DD llll NN OO IMIM TT O O IIIII I titi AA UU ,, AA t)'t)' riri ii !! lili .. ll MM 'r'r ii << ))AAM M DD O O OO IIII MM MM TO TO I'H1I'H1 NANA II . . ;i7;i7
 jicrdc- jicrdc-si' si' dc dc vista vista u u nanatuturereza za o o o o llm llm du du reaçãreação o do do kk..ssll..iiuulloo 
concontra etra ellee..1111
Também não se pode admitir o ponto de vista dc Mauuio-Também não se pode admitir o ponto de vista dc Mauuio- 
hk, que vê no chamadohk, que vê no chamado jus puniendi “um dever ético dc punir, “um dever ético dc punir, 
do Estado”, posição que resulta de que para ele o Direito cdo Estado”, posição que resulta de que para ele o Direito c 
apenas “um momento da vida moral”, “é a moral tornada c.sapenas “um momento da vida moral”, “é a moral tornada c.s 
tática em uma norma”, o que confere à moral uma situaçãotática em uma norma”, o que confere à moral uma situação 
ubsorvente na estrutura do Direito punitivo e no fundamentoubsorvente na estrutura do Direito punitivo e no fundamento 
dodos pods poderes juríderes jurídicos icos do Esdo Estataddoo.1.155
114 4 A teA tentntatativa da doiva da do gmgmáticática, da, de e esteestendender r o o conceito dconceito de e direitodireito 
.subje.subjetivo tivo ao dao domomíniínio do do Diro Direiteito Peo Pennaal e l e nele nele trtradaduzuzir ir a naa natuturcrc/.i/.ii i <<ll<<>> 
poder punitivo estatal, poder punitivo estatal, prprococurura estabelecer unidada estabelecer unidad e sie sistemátstemátlen len iiuuii 
noção dos poderes jurídicos, mas o que resulta é uma turbn<,-ii<> dnnoção dos poderes jurídicos, mas o que resulta é uma turbn<,-ii<> dn 
pureza daquele conceito, tão nitidamente definido no Direito prlviulopureza daquele conceito, tão nitidamente definido no Direito prlviulo 
Daí a elasticidade que se lhe tem imposto para que ele possa coiit.nDaí a elasticidade que se lhe tem imposto para que ele possa coiit.n 
a realidade penal.a realidade penal. MM anzinianzini fala de um direito subjetivo de punirfala de um direito subjetivo de punir NimNim
o admite, porém, como um direito subjetivo em sentido próprio, iiiii.no admite, porém, como um direito subjetivo em sentido próprio, iiiii.n 
comocomo “quella potestà d’imputare e di reprimere, che è attributo r 
 f un z i on e deli a sovr an i tà , e n on s empl i ce d i r i tto” ((MM anzinianzini ,, Trattato.
I, pág. 176). Veja-se a observação do próprioI, pág. 176). Veja-se a observação do próprio BB ettiolettiol ,, seguidor duseguidor du 
corrente do direito subjetivo de punir, de quecorrente do direito subjetivo de punir, de que “con ciò, invero, non ni viene ad equiparaire sostanzialmente il diritto soggettivo di punlrc 
dello Stato ad ogni altro diritto soggettivo privato perchè, malgrado 
la figura accettata per spiegare la subiettivazione delia norma pena- 
le, non se deve dimenticare che il rapporto tra Stato e indivíduo ín 
matéria penale non è un rapporto creditore e debitore posti su dí 
un piede di uguaglianza ma è pur sempre un rapporto nel quale ac 
manifesta da un lato la supremazie statale e dalValtro la sobordi- 
nazione delVindivvduo” (G. (G. BB ettiolettiol ,, Diritto penale, pág. pág. 132)132) . Poder. Poder 
-se-á, então, falar de um direito subjetivo de punir, mas certo de que.-se-á, então, falar de um direito subjetivo de punir, mas certo de que. 
com isso, se deforma o conceito até aqui elaborado no Direito privadocom isso, se deforma o conceito até aqui elaborado no Direito privado 
ou na teoria geral do Direito, ou se deturpa a natureza própria do Diou na teoria geral do Direito, ou se deturpa a natureza própria do Di
reito Penal. Introduz-se na matéria um elemento de confusão, nocivoreito Penal. Introduz-se na matéria um elemento de confusão, nocivo 
à precisão de

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