Buscar

A9 Retal e vaginal

Prévia do material em texto

*
FORMAS CAVITÁRIAS
Óvulos e Supositórios
*
*
Anatomofisiologia da vagina
Estruturalmente é constituída por uma túnica fibrosa, de natureza conjuntiva com fibras elásticas e musculares lisas.
Internamente é revestida por uma túnica mucosa, com epitélio pavimentoso, estratificado, sem glândulas, que só aparecem no vestíbulo vaginal.
Possui um conduto (canal) com comprimento médio de 8 cm, do colo do útero até a vulva.
*
*
Anatomofisiologia da vagina
A mucosa vaginal possui pregas e saliências bem desenvolvidas.
É um órgão muito vascularizado, possui artérias e veias que se comunicam com a circulação sistêmica, sem haver passagem pelo fígado.
A mucosa é utilizada para aplicação de medicamentos tópicos.
M.O. (flora de Dördelein) asseguram pH ligeiramente ácido, devido ao ácido lático (mecanismo de defesa) 
*
*
*
*
Óvulos 
São preparações farmacêuticas de forma ovóide, raramente cônicos, por vezes olivares, de consistência sólida, em regra mole,destinados a serem introduzidos na vagina.
Obtidos por incorporação de fármacos hidrodispersíveis (gelatina-glicerina) ou excipientes gordos.
Antissépticos, adstringentes, anti-hemorrágicos, cicatrizantes, queratoplásticos, antibióticos e antifúngicos.
*
*
Óvulos 
Seu peso pode variar de 2 a 16g de acordo com diferentes farmacopéias.
*
*
Óvulos 
Em regra, o teor dos princípios ativos é expresso em percentagem (em torno de 10%).
DESVANTAGENS:
Forma pouco apreciada devido ao seu tamanho
Ao se fundirem originam grande quantidade de líquido
Incompatibilidades com alguns fármacos (tanino, alúmem e outros sais metálicos)
Podem apresentar desvio de 5% (+ ou -)
*
*
Excipientes – características 
Inertes, ausência de toxicidade ou irritabilidade
Consistência adequada (manuseio e aplicação)
Facilidade de fusão (T fusão próxima à T corporal), dissolução e emulsificação no meio vaginal
Compatibilidade com os fármacos
Liberação do p.a. de forma apropriada e no tempo desejável
*
*
Excipientes hidrodispersíveis 
Gelatina-glicerina: mais utilizados. Ex: Gelatina pó ......................20g
 Água destilada................10g
 Glicerina ..........................70g
PEGs: polímeros do óxido de etileno, com PM diferentes, em proporções que apresentem PF em torno de 37˚C
Possuem a desvantagem de apresentar mais incompatibilidades, comparados a outros excipientes
*
*
Excipientes hidrodispersíveis 
Ex: Fórmula 1: PEG 4000 .....................33g
 PEG 6000 .....................47g
 Água destilada .............20g
Fórmula 2: PEG 1000 ......................96%
 PEG 4000 ....................4%
 (refrigeração)
Fórmula 3: PEG 1000........................75%
 PEG 4000......................25%
*
*
Excipientes gordos 
Novata: é um produto da Henkel, constituído por misturas de mono/di e triglicerídeos de ácidos graxos saturados de origem animal.
Novata BBC, BC, BD, B 75, 299 que apresentam pequenas diferenças nas propriedades físico-químicas, podendo qualquer uma ser utilizada
Vantagens: rapidez na produção e boa apresentação do produto final
*
*
Comprimidos vaginais 
Mais utilizados hoje em dia
introdução direta na vagina
Condições a serem obedecidas:
Desintegração numa pequena qtdd de líquido
Não devem modificar pH vaginal e sim restabelecê-lo em alguns casos
Os ativos devem penetrar ou se estender por todas as pregas e dobras da vagina
*
*
Comprimidos vaginais 
Formas:
Redondos ou alongados: facilitar a administração
Pouco espessos: facilitar a desintegração
Peso: 0,5 a 3g
Excipentes:
Diluente: lactose é a mais utilizada (se transforma em ácido lático pela flora vaginal)
Aglutinantes e lubrificantes: favorecer a desintegração num mínimo de líquido
Molhantes: facilitar a penetração dos ativos em todas as dobras
*
*
Anatomofisiologia do reto 
O reto compreende a última porção do intestino grosso, com 12 – 15 cm de comprimento
Boa via de absorção
Reto pélvico: verdadeira terminação do intestino grosso (ampola retal), que é a porção mais volumosa e extensa.
O pH fica entre 6,8 – 7,2 sem sistema tampão (os fármacos dissolvidos modificam seu pH, ácidos e bases fracos são mais bem absorvidos que compostos altamente ionizáveis)
*
*
Anatomofisiologia do reto 
Reto perineal: é a seção para o exterior (canal anal) com 2 a 3 cm de comprimento 
A mucosa é irrigada pelo plexo hemorroidal que se divide em veias hemorroidais superiores (se ligam à veia porta hepática), médias (confluem na veia cava inferior) e inferiores (se comunicam com a veia cava e se distribuem na região anal)
Estima-se que 50% dos fármacos não sofrem efeito de primeira passagem
*
*
Anatomofisiologia do reto 
*
*
Supositórios 
São formas farmacêuticas sólidas, de forma e peso adequados, para introdução no reto. Devem fundir à temperatura corporal ou dispersar em meio aquoso para exercer efeitos sistêmicos e/ou localizados.
Podem apresentar forma cônica (ação tópica), ovóide ou de torpedo (melhor retenção no reto)
Podem ter desvio de 10% (+ ou -)
*
*
Supositórios 
Seu peso oscila entre 2 – 3g (adultos), 1,5 – 2g (crianças) e 1g (lactentes).
*
*
Supositórios – Razões de uso 
Razões patológicas da mucosa gástrica ou por irritação
Inativação total ou parcial dos medicamentos devido ao suco gástrico
Pacientes em coma total ou parcial
Problemas de ingestão do paciente ou cirurgia no trato bucal
Medicamentos que provocam náusea ou têm sabor ruim
*
*
Supositórios – Razões de uso 
Em pediatria e geriatria (fácil administração)
Pacientes com episódios de vômitos
Podem desempenhar ação tópica ou sistêmica
Alguns fármacos são mais facilmente absorvidos via retal. Ex: sais de cálcio, vitamina D, estreptomicina, etc.
Podem substituir medicações injetáveis
Há supositórios contendo quase todas as espécies de fármacos
*
*
Supositórios – Absorção 
A absorção por via retal é mais rápida e completa do que por via oral.
A absorção se dá por transporte passivo.
É influenciada pela velocidade de difusão e pela lipossolubilidade do fármaco.
Passagem para a via sistêmica se dá pelas veias hemorroidais e em menor proporção pela via linfática
*
*
Supositórios – Absorção 
A absorção pode ser influenciada por : 
Fatores fisiológicos: poder de absorção é bom, porém a superfície absorvente é limitada, falta de capacidade de tampão pelos líquidos retais.
Fatores físico-químicos do fármaco e da base dos supositórios: tamanho da partícula, lipo ou hidrossolubilidade, natureza da base. 
*
*
Mecanismos de ação 
Mecânica – despertar o reflexo da defecação provocado pela presença de um corpo estranho no reto. Ex: glicerina atrai água (hidrofilia) para a ampola retal provocando peristaltismo.
Local – ação anti-hemorroidal ou antiparasitária (oxiúros).
Sistêmica – o fármaco passa para a circulação geral. Ex: antiinflamatórios.
*
*
Excipientes – características 
Inertes, ausência de toxicidade ou irritabilidade
Consistência adequada (manuseio e aplicação)
Facilidade de fusão (T fusão próxima à T corporal), dissolução e emulsificação no líquido retal
Compatibilidade com os fármacos
Liberação do p.a. de forma apropriada e no tempo desejável
*
*
Excipientes – classificação 
Lipossolúveis 
Manteiga de cacau: um dos melhores até o momento. 
Bem tolerado pela mucosa retal. É sólido à T ambiente, funde-se a 29-34˚C e fluido à T corporal. 
O tempo para solidificação é de 6 min.
O superaquecimento altera profundamente as suas características.
Não é possível incorporar soluções aquosas 
*
*
Excipientes – classificação 
Lipossolúveis 
Óleos hidrogenados: mistura de óleos naturais regulando-se o grau de hidrogenação para obtenção de massas de consistência semelhante à manteiga de cacau.
Não incorpora soluções aquosasBase novata
*
*
Excipientes – classificação 
Hidrossolúveis 
Ideal para liberação de fármacos lipossolúveis.
Gelatina-glicerina
PEGs
*
*
Adjuvantes 
Corretivos de PF e de consistência:
Misturas que dão consistência: ceras, ácido esteárico, parafina, álcool cetílico
Misturas que diminuem o PF: óleos, glicerina, água, sorbitol, PEG líquido
Substâncias que aumentam a dureza e o PF: dióxido de titânio, óxido de zinco (incorporação de líquidos)
Substâncias que diminuem o PF: cânfora, hidrato de cloral e essências
*
*
Adjuvantes 
Corretivos de viscosidade: sedimentação (Monoestearato de alumínio, 1-3%)
Diluentes: lactose, sacarose, água, álcool
Conservantes: nipagin, nipazol
Anti-oxidantes: BHT, BHA
Agentes emulsionantes: lecitina, polissorbatos
*
*
Métodos de preparação
Fator de deslocamento: n˚ de gramas de excipiente deslocado por 1g de p.a.
Cálculo da qtdd de excipiente:
 M = F – (f x S)
M – qtdd total de excipiente a utilizar (g)
F – capacidade do molde para o n˚de supositórios a serem fabricados (g)
f – fator de deslocamento do p.a. num determinado excipiente
S – qtdd de fármaco para o n˚ de supositórios a serem fabricados (g) 
*
*
Métodos de preparação
Ex: 10 supositórios a 0,10g de Fenobarbital em moldes contendo 3g de manteiga de cacau
Fator de deslocamento do ativo = 0,62
M = 30 – (0,62 x 1)
M = 29,38g de manteiga de cacau
Preparação por compressão: mistura dos excipientes raspados com os fármacos e, em seguida, compressão da massa nos alvéolos de uma máquina apropriada
*
*
Métodos de preparação
Preparação por fusão:
Fundir o excipiente em banho-maria
Colocar o p.a. pulverizado num gral com igual qtdd de excipiente fundido. Homogeneizar.
Transferir a mistura para o excipiente em banho-maria, justo acima do ponto de solidificação
Homogeneizar com bastão de vidro
Verter para o molde previamente lubrificado (vaselina líquida, óleos, silicone)
*
*
Controle de qualidade
Ensaios organolépticos: superfície lisa, brilhante e homogênea, sem fissuras, sem cristalização de p.a. ou excipientes, base plana
Ensaios físicos: Dureza (resistência de um corpo à deformação por uma carga, exercida a uma determinada temperatura)
Peso – utilizar 20 unidades (variação de +/- 5)
Desagregação -30 min. para excipientes oleosos
 60 min. para excipientes hidrofílicos
Ensaios químicos – teor, identificação
Ensaios fisiológicos – biodisponibilidade, toxicidade 
*
*
Outras formas retais
Reto-tampões (limitados às veias hemorroidais inferiores) – confeccionados com algodão hidrofílico embebidos com a solução do fármaco. Montados em torno de uma haste de polietileno (3 a 4cm) com um disco que impede o deslize para o reto. Uso de alginatos e CMC para facilitar a introdução do tampão no reto. Soluções hipertônicas são melhor absorvidas. Indicados para hemorróidas e prurido anal (ação local)
*
*
Outras formas retais
Enemas (ou injeções retais ou clisteres) – são formas líquidas medicamentosas que são injetadas no reto. Possuem ação laxativa ou para exame radiológico (raio X, cirurgia). Podem conter desde alguns mililitros até 1 a 3 litros.
Pomadas retais – preparações semi-sólidas para aplicação sobre a mucosa retal (ação local)
Capsula gelatinosa mole – os fármacos são dissolvidos ou dispersos em veículos líquidos (oleosos ou PEGs) com adição de emulsionante para facilitar a difusão na ampola retal 
*

Continue navegando