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As Analises de Massaud Moises e Jose Mendes acerca de Eca de Queiroz

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ 
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS 
 
 
 
EDNA KARLA SILVA MELLO 
MICHAEL DOUGLAS SOUZA DA SILVA 
 
 
 
 
 
As análises de Massoud Moisés e José Mendes acerca de Eça de Queiroz 
 
 
 
 
 
 
 
MACAPÁ/AP 
2018 
EDNA KARLA SILVA MELLO 
MICHAEL DOUGLAS SOUZA DA SILVA 
 
 
 
 
 
As análises de Massoud Moisés e José Mendes acerca de Eça de Queiroz 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina “Literatura Portuguesa 2”, do 
curso de Licenciatura em Letras da Universidade Estadual do 
Amapá – UEAP, como requisito de avaliação. 
Prof. Me. Francesco Marino 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACAPÁ/AP 
2018 
Eça de Queiroz segundo Massoud e Mendes 
Massoud resume de maneira concisa a biografia do autor e explana com 
responsabilidade as características de Eça de Queiroz relatando que, a priori, Eça se pôs 
contra os costumes Portugueses e também contra a igreja, escrevendo obras que, de maneira 
irônica relatavam episódios de abuso por parte da igreja, chamando a atenção daquele povo 
para a problemática, haja vista o grande poder que o clero exercia sobre aquele povo. 
Moisés Massoud descreve uma pequena biografia do autor português Eça de Queiroz, 
contando que ele nasceu em 1845 na Póvoa de Varzim e estudou Direito em Coimbra. 
Enquanto estudante, sendo entusiasta das idéias de Augusto Comte e Pierre-Joseph Proudhon, 
começou a escrever. Iniciou produzindo folhetins (reunidos e publicados sob o título de 
“Prosas Bárbaras” em 1905) e, ao contrário do que poderia se esperar, não participou da 
“Questão Coimbrã”, sendo mero espectador. Porém, depois de um tempo fez parte do grupo 
“Cenáculo” e das Conferências do Cassino Lisbonense. 
Suas obras literárias passaram por diversos gêneros, tais como o romance, conto, 
jornalismo, hagiografia e literatura de viagem. Eça também escreveu obras que abordavam 
temas polêmicos como incesto e adultério, deixando clara sua contraposição ao modelo 
familiar daquela época, bem como com a sociedade Portuguesa de modo geral. O autor 
separa a produção de Eça em 3 (três fases), de acordo com sua “maturidade literária”: a 1ª, na 
sua juventude, um período onde predominava a indecisão, também de indecisão e de busca. A 
2ª, com o autor engajado no Realismo, onde ele começa a escrever obras com cunho social, de 
combate às instituições sociais e religiosas, com um toque de pessimismo e onde ele 
consolidou seu estilo natural, fluente, irônico, vigoroso. Posteriormente, já em sua 3ª e 
derradeira fase, Massoud descreve a mudança total de Eça, narrando a tomada de esperança 
que ele sofreu, acreditando em um modo de vida mais humanitário. Apesar de que ao longo 
de seu texto, por várias vezes, chamar Eça de romancista, no final do texto Massoud faz a 
diferença entre um romancista e um escritor, e afirma que Eça de Queiroz tem mais 
características de escritor do que romancista, pelo fato de fazer confusão entre o drama e o 
sentimentalismo. Massoud considera Eça um dos maiores prosadores da Língua Portuguesa, e 
diz que seu trabalho foi uma divisão de águas entre tradição e modernidade. Entretanto, vê 
como um exagero o discurso de alguns autores de que Eça seria “o maior romancista da 
Literatura Portuguesa, chegando alguns a considera-lo como tal para toda a Língua 
Portuguesa” (MASSOUD, p. 244), dizendo que, apesar de conseguir observar bem a 
sociedade, faltava ao escritor a habilidade de analisar melhor o aspecto psicológico de seus 
personagens, e também uma “imaginação transfiguradora”, comparando-o com Camilo 
Castelo Branco (que, segundo Massoud, era um grande ficcionista). Porém, o autor reconhece 
que Eça de Queiroz – enquanto escritor, ele ressalta novamente – tinha o poder de, através da 
palavra, transmitir os sentimentos e dores da pessoa comum, fazendo assim que seus leitores 
se sentissem representados lendo suas obras. Adicionalmente, por não ter seguido a linha 
tradicional de estruturação de romances, e assim criado um modo próprio de escrevê-los, 
manteve a atração por suas obras. Por estes motivos, finaliza Massoud, Eça de Queiroz 
continuaria se mantendo como um dos autores mais lidos da Língua Portuguesa. 
Mendes não oferece nenhum tipo de biografia de Eça, entretanto - de maneira bem 
mais íntima - partiu logo para a análise, onde narrou as principais obras de Eça de Queiroz, 
inclusive os clássicos citados por Massoud, e de maneira ferrenha criticou-as, 
descaracterizando todo o enaltecimento apresentado por Massoud Moisés. Ele primeiro faz 
uma “Leitura esquemática” (MENDES, pag. 27) da obra do escritor, pontuando a questão dos 
“tipos e conflitos”, do “estilo” e da “ moralidade”; Ele trata cada aspecto analisado como um 
parágrafo diferente, mas com o recurso de vincular o que está terminando de dizer ao 
parágrafo seguinte, demonstrando assim a relação daquilo que ele critica com o ponto a ser 
exposto em seguida; na segunda parte de sua análise, ele aprofunda as questões vistas antes, 
mostrando onde - nos livros de Eça – estes pontos aparecem, exemplificando assim como Eça 
escrevia. 
Partindo de quesitos como estilo e moralidade, Mendes analisa tópico por tópico obras 
como “O Crime de Padre Amaro”, “O Primo Basílio”, entre outras. Ao criticar “O Crime de 
Padre Amaro”, por exemplo, Mendes afirma que a obra relata um episódio mais adivinhado 
do que observado, pois, o que se narra no romance já era esperado, considerando o contexto 
em que o sacerdócio chegou na vida de Pe. Amaro e a sensualidade presente naquela jovem. 
Prova deste sentimento de Mendes é o trecho que diz que: “Que se poderá esperar do encontro 
destes dois temperamentos, um deles ingenuamente passivo, e outro sem os escrúpulos de 
consciência que uma vocação persuadida lhe poderia dar?” (p. 37). 
O autor finaliza o capítulo sobre Eça de Queiroz com uma breve análise 
exclusivamente da obra “A ilustre casa de Ramirez”, que considera um romance rico, em 
aspecto e significados. 
A análise de Mendes é mais aprofundada e aparentemente mais cuidadosa. Abrange 
todos os aspectos não só do estilo, mas da obra de Eça de Queiroz, tentando nos demonstrar o 
que o escritor poderia estar pensando/sentindo ao escrever os livros. Ele também cita Eça 
como um romancista incompleto. Porém concorda com Massoud ao dizer que Eça descreve 
bem os sentimentos do leitor não-escritor, levando-os a apreciar mais suas estórias: 
“Dizem os críticos da pintura que uma das excelências de 
Velazquez consiste em captar, nas suas telas, a pureza do ar 
atmosférico. Pois, dir-se-ia que Eça de Queiroz possui o mesmo dom. 
AS suas descrições e narrações são de uma tal nitidez e diafaneidade 
que parecem colocar-nos imediatamente diante da vida[...]” 
(MENDES, p.51) 
 Observando as duas análises de Eça de Queiroz, a primeira diferença entre elas é no 
conteúdo: Moises Massoud escreve desde a biografia do escritor, passando rapidamente por 
seu nascimento e instrução e alguns comentários sobre alguns do acontecimentos em sua vida 
(sobre não ter participado da Questão Coimbrã, por exemplo), e passa a relatar quase 
cronologicamente sobre as obras, comentando sobre como as experiências e o período que o 
escritor vivia influenciaram no amadurecimento do que ele escrevia, e desenvolvendo também 
seu estilo. Já Mendes não faz questão de nos “apresentar” Eça de Queiroz – provavelmente 
por saber que outros autores o fizeram e achar suficiente – e já entra em uma análise de seu 
trabalho, criando um esquema sobre o mesmo, tratando dos tipos de personagens que giravam 
em suas obras, os conflitos que constantemente apareciam nelas, o estilo de escrever do autor, 
e – por último – dissertando sobrea moralidade (ou seria, da falta dela?) de Eça de Queiroz 
em suas obras. A análise de Mendes é bem mais detalhada, chegando a pontuar as palavras 
mais utilizadas pelo autor em suas obras. 
 A semelhança está no fato de que ambos os críticos percebem e narram as temáticas 
abordadas por Eça de Queiroz, a divergência está na percepção do enredo das obras, bem 
como na avaliação de Eça enquanto escritor/romancista. Aliás, desde a denominação do autor 
os críticos se contrapõem, pois Moisés Massoud aposta em Eça de Queiroz escritor, já João 
Mendes, em toda sua crítica, o tempo todo se refere è ele como romancista. Ambos, Massoud 
e Mendes, transparecem que Eça de Queiroz não possuía de todo o que seria necessário para 
ser um bom romancista, sem conseguir se aprofundar na psicologia dos personagens, ou criar 
enredos mais intrínsecos, engenhosos. Mas reconhecem que ele conseguia aguçar seus 
leitores, fosse pelo escândalo causado pelas obras (como em “O crime do Padre Amaro, 
provocando a Igreja) ou pelo linguajar mais fluido, irônico, se aproximando da linguagem 
falada pelo público que consumia seu trabalho. 
 Finalmente, consideramos as duas leituras interessantes, mas a análise de Mendes, 
talvez pelo nível de detalhamento ou o estilo do autor, foi um pouco mais difícil de entender. 
Porém, sem dúvida, provê um arcabouço maior de informações sobre Eça de Queiroz, nos 
contribuindo bastante na refletir e conhecimento mais amplo sobre o escritor/romancista. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
MENDES, João S.J. Literatura Portuguesa IV. Lisboa: Verbo, 1979. 
MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa. 20ª ed., São Paulo: Cultrix, 1984.

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