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0 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Lápis de desenho ......................................................................................... 7 Figura 2: Borracha ....................................................................................................... 7 Figura 3: Escalímetro .................................................................................................. 8 Figura 4: Compasso .................................................................................................... 8 Figura 5: Régua T ....................................................................................................... 9 Figura 6: Modelo de par de esquadros ........................................................................ 9 Figura 7: Seqüência de fixação do papel na prancheta ............................................ 10 Figura 8: Obtenção dos formatos da série A ............................................................. 11 Figura 9: Formato, dimensões e margens dos papéis da série A ............................. 11 Figura 10: Medidas para caligrafia técnica ................................................................ 12 Figura 11: Medidas para caligrafia técnica ................................................................ 13 Figura 12: Dobradura do formato A0 ......................................................................... 13 Figura 13: Dobradura do formato A1 ......................................................................... 13 Figura 14: Dobradura do formato A2 ......................................................................... 13 Figura 15: Dobradura do formato A3 ......................................................................... 14 Figura 16: Determinação da localização da legenda e desenho na folha ................. 15 Figura 17: Exemplo de legenda ................................................................................. 15 Figura 18: Tipos de traços ......................................................................................... 16 Figura 19: Tipos de linhas ......................................................................................... 18 Figura 20: Exemplo de utilização das linhas em planta baixa ................................... 18 Figura 21: Composição de uma escala gráfica ......................................................... 21 Figura 22: Linhas de cotagem ................................................................................... 23 Figura 23: Elementos da cotagem ............................................................................. 24 Figura 24: Regras de cotagem .................................................................................. 24 Figura 25: Traçados geométricos de estradas rodoviárias ........................................ 25 Figura 26: Representação de um ponto .................................................................... 26 Figura 27: Representação de uma reta “r” ................................................................ 26 Figura 28: Representação de uma semi-reta ............................................................ 27 Figura 29: Representação de um segmento de reta CD ........................................... 27 Figura 30: classificação dos segmentos de reta ........................................................ 28 Figura 31: Posições Absolutas da Reta .................................................................... 28 1 Figura 32: Posições relativas da Reta ....................................................................... 29 Figura 33: Representação de planos ........................................................................ 29 Figura 34: Principais figuras planas .......................................................................... 30 Figura 35: A ............................................................................................................... 30 Figura 36: B ............................................................................................................... 30 Figura 37: C ............................................................................................................... 30 Figura 38: Desenho em vistas projetadas ................................................................. 31 Figura 39: Diagrama unifilar de instalações elétricas ................................................ 32 Figura 40: Diferentes tipos de perspectiva ................................................................ 33 Figura 41: Ângulos .................................................................................................... 34 Figura 42: Eixos isométricos .................................................................................... 34 Figura 43: Orientação dos eixos da perspectiva isométrica ...................................... 35 Figura 44: Retas isométricas e não isométrica .......................................................... 35 Figura 45: perspectiva isométrica .............................................................................. 36 Figura 46: Desenho Isométrico ................................................................................. 36 Figura 47: Perspectiva Isométrica ............................................................................. 36 Figura 48: Observador vendo o modelo de frente, de cima e de lado: ...................... 37 Figura 49: Divisão do espaço em diedros ................................................................. 38 Figura 50: Rebatimento do plano vertical sobre o plano horizontal ........................... 38 Figura 51: Representação das três dimensões do objeto ......................................... 38 Figura 52: Planos ortogonais no 1º diedro ................................................................ 39 Figura 53: Rebatimento das faces do cubo no 1º. Diedro ......................................... 40 Figura 54: Vistas ortográficas frontal, superior e lateral esquerda ............................ 40 Figura 55: Representação de Planta Baixa ............................................................... 42 Figura 56: Planta Baixa ............................................................................................. 43 Figura 57: Representação de paredes ...................................................................... 46 Figura 58: Representação de parede cheia .............................................................. 46 Figura 59: Diferentes tipos de porta .......................................................................... 47 Figura 60: Representação gráfica de porta de abrir .................................................. 47 Figura 61: Representação de portas internas ........................................................... 48 Figura 62: Representação de portas externas .......................................................... 48 Figura 63: Planta baixa de uma janela com peitoril menor que 1,50 m. .................... 49 Figura 64: Representação gráfica em planta baixa de uma janela com peitoril. ....... 49 Figura 65: Representação de janela com peitoril menor que 1,50 m ........................ 49 2 Figura 66: Representação de janela com peitoril maior que 1,50m .......................... 50 Figura 67: Representação de piso em planta baixa .................................................. 50 Figura 68: Representação gráfica em planta de alguns equipamentos fixos ............ 51 Figura 69: Representação de níveis em planta baixa ............................................... 52 Figura 70: Exemplo de cotagem em planta baixa .....................................................53 Figura 71: Modelo de tipos de piso ........................................................................... 54 Figura 72: Modelo de elementos não visíveis ........................................................... 55 Figura 73: Modelo de Quadro de áreas ..................................................................... 56 Figura 74: Indicação esquemática dos cortes transversal e longitudinal ................... 57 Figura 75: Simbologia do corte .................................................................................. 58 Figura 76: Indicação esquemática de observação dos cortes verticais ..................... 58 Figura 77: Corte AB e Corte CD indicados em planta ............................................... 59 Figura 78: Representação de porta e janela nos cortes verticais .............................. 60 Figura 79: Representação gráfica em corte de vaso sanitário e pia do banheiro ...... 60 Figura 80: Representação de cortes verticais ........................................................... 61 Figura 81: Representação de Parede em cortes verticais ......................................... 62 Figura 82: Representação de níveis em corte ........................................................... 62 Figura 83: Exemplo de cotagem nos cortes verticais ................................................ 63 Figura 84: Exemplo de corte Transversal .................................................................. 64 Figura 85: Exemplo de fachadas de uma edificação. ................................................ 65 Figura 86: Exemplo de rachuras ............................................................................... 66 Figura 87: Fachada Frontal ....................................................................................... 67 Figura 88: Exemplo de uma planta de cobertura ....................................................... 68 Figura 89: Cobertura meia-água .............................................................................. 68 Figura 90: Cobertura duas-água ............................................................................... 68 Figura 91: Exemplos de Beirais ................................................................................. 69 Figura 92: Cobertura ................................................................................................. 70 Figura 93: Planta de Cobertura ................................................................................. 72 Figura 94: Planta de Localização e Cobertura .......................................................... 73 Figura 95: Exemplo de planta de implantação ou locação ........................................ 75 Figura 96: Exemplo de planta de situação ................................................................ 77 Figura 97: Símbolos e convenções nos Projetos Arquitetônicos ............................... 77 Figura 98: Exemplo de uma planta de instalações para casa residencial ................. 78 Figura 99: Exemplo de Projeto Hidro-Sanitário ......................................................... 78 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 6 2. INSTRUMENTOS DE DESENHO TÉCNICO .................................................... 6 2.1 MATERIAIS ....................................................................................................... 6 2.2 LÁPIS PARA DESENHO ................................................................................... 7 2.3 BORRACHA ...................................................................................................... 7 2.4 RÉGUAS-ESCALAS .......................................................................................... 7 2.5 COMPASSO ...................................................................................................... 8 2.6 RÉGUA T .......................................................................................................... 9 2.7 ESQUADROS .................................................................................................... 9 2.8 PAPÉIS PARA DESENHO .............................................................................. 10 2.9 FORMATOS E DIMENSÕES DO PAPEL ....................................................... 10 2.10 MARGENS ...................................................................................................... 11 3. NORMAS TÉCNICAS ..................................................................................... 11 3.1 CALIGRAFIA TÉCNICA .................................................................................. 12 3.1.1 Tipos de letras e números ............................................................................. 12 3.2 DOBRAMENTO DO PAPEL ............................................................................ 13 3.3 LEGENDA OU RÓTULO ................................................................................. 14 3.4 TIPOS DE LINHAS .......................................................................................... 15 3.4.1 Tipos de Linhas .............................................................................................. 17 3.5 ESCALAS ........................................................................................................ 18 3.5.1 Escala numérica ............................................................................................ 19 3.5.2 Escala Gráfica ................................................................................................ 21 3.6 COTAGEM ...................................................................................................... 22 3.6.1 Elementos de Cotagem ................................................................................. 23 4. DESENHO GEOMÉTRICO ............................................................................. 25 4.1 PONTO ............................................................................................................ 26 4.2 LINHA RETA OU RETA .................................................................................. 26 4.2.1 Semi-Reta ....................................................................................................... 27 4.2.2 Segmento de Reta ......................................................................................... 27 4.2.3 Posições Absolutas da Reta ......................................................................... 28 4.2.4 Posições Relativas das Retas ...................................................................... 28 4 4.3 PLANO ............................................................................................................ 29 4.4 APLICAÇÕES DE DESENHO GEOMÉTRICO................................................ 30 5. DESENHO PROJETIVO ................................................................................. 30 5.1 DESENHO NÃO PROJETIVO ......................................................................... 32 6. PERSPECTIVA ISOMÉTRICA ........................................................................ 32 6.1 ÂNGULO ......................................................................................................... 33 6.2 EIXOS ISOMÉTRICOS ................................................................................... 34 6.3 LINHA ISOMÉTRICOS .................................................................................... 35 6.4 CONSTRUÇÃO DA PERSPECTIVA ............................................................... 35 7. VISTAS ORTOGRÁFICAS.............................................................................. 36 7.1 DIEDROS ........................................................................................................37 7.2 ÉPURA ............................................................................................................ 38 8. DESENHO ARQUITETÔNICO ........................................................................ 41 8.1 PLANTA BAIXA ............................................................................................... 42 8.1.1 Denominação e Quantidade ......................................................................... 44 8.1.2 Escala ............................................................................................................. 44 8.1.3 Composição do Desenho.............................................................................. 45 8.1.4 Representação dos Elementos Construtivos ............................................. 45 8.2 CORTES ......................................................................................................... 56 8.2.1 Posicionamento dos cortes .......................................................................... 57 8.2.2 Elementos representados em corte ............................................................. 59 8.3 FACHADA OU ELEVAÇÃO ............................................................................. 64 8.3.1 Uso de hachuras ............................................................................................ 66 8.3.2 Uso de elementos de humanização ............................................................. 66 8.3.3 Nomenclatura ................................................................................................. 67 8.4 PLANTA DE COBERTURA ............................................................................. 67 8.4.1 Águas ............................................................................................................. 68 8.4.2 Beirais ............................................................................................................ 68 8.4.3 Rede Pluvial ................................................................................................... 69 8.4.4 Linhas do Telhado ......................................................................................... 70 8.4.5 Informações ................................................................................................... 71 8.4.6 Escalas ........................................................................................................... 71 8.4.7 Identificação das linhas do telhado ............................................................. 71 8.4.8 Localização e Cobertura ............................................................................... 72 8.5 PLANTA DE IMPLANTAÇÃO OU LOCAÇÃO ................................................. 73 5 8.5.1 Elementos Gráficos ....................................................................................... 74 8.5.2 Informações ................................................................................................... 74 8.5.3 Escalas de representação ............................................................................ 75 8.6 PLANTA DE SITUAÇÃO ................................................................................. 75 8.6.1 Elementos Gráficos ....................................................................................... 76 8.6.2 Informações ................................................................................................... 76 8.6.3 Escalas ........................................................................................................... 76 9. DESENHO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ................................................. 77 10. DESENHO DE INSTALAÇÕES HIDRO – SANITÁRIO .................................. 78 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 79 6 1. INTRODUÇÃO O desenho técnico é classificado como a arte de desenhar com precisão, representando profissionalmente a idéia de um produto através de projetos de fácil leitura, simples linguagem gráfica e criatividade, abrangendo um maior número possível de detalhes. O desenho técnico é uma das ferramentas mais importantes em um projeto, pois é o meio de comunicação entre o projetista e quem produz. Utilizando-se de vários tipos e espessuras de linhas, simbologias específicas e indicações textuais e numéricas normatizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como a linguagem gráfica universal das engenharias e da arquitetura. E da mesma forma que a linguagem escrita, a linguagem gráfica requer alfabetização para a execução e a interpretação do desenho, o que exige um treinamento específico. Isso porque, no desenho técnico são utilizadas figuras planas (bidimensionais) para representar formas tridimensionais. Conhecendo-se a metodologia para a elaboração do desenho bidimensional é possível entender e conceber mentalmente a forma tridimensional da figura plana. É preciso enxergar o que está à frente do objeto como elemento visível e o que está atrás como não visível, ou seja, possuir o que se chama de visão espacial. A visão espacial permite a percepção e o entendimento de formas tridimensionais sem estar vendo fisicamente os objetos. E a habilidade de percepção dessas formas a partir de figuras planas é uma capacidade que pode ser desenvolvida através de exercícios progressivos. 2. INSTRUMENTOS DE DESENHO TÉCNICO 2.1. MATERIAIS Para a execução de um desenho técnico é necessário utilizar materiais adequados. Bons equipamentos geram desenhos com boa qualidade gráfica. Para executar um desenho técnico à mão, é necessário dispor de alguns instrumentos que vão auxiliar a representar o objeto corretamente. 7 2.2. LÁPIS PARA DESENHO Os grafites dos lápis para desenho são identificados pelas séries H (mais duro) Um grafite mais duro permite traços finos e claros, mas pode marcar o papel se pressionado em demasia e B (mais mole) Um grafite mais macio cria traços mais escuros e, normalmente mais espessos. No desenho técnico, as linhas finas são executadas com grafite 2H, as linhas intermediárias com grafite HB e as linhas grossas com grafite 2B. A ponta do lápis deve estar sempre bem afiada com uma lixa fina, para se obter um traço uniforme. Figura 1: Lápis de desenho Fonte: Adriano Pinto Gomes,2012 2.3. BORRACHA A borracha deve ser do tipo prismática para facilitar a aplicação de seus vértices em áreas pequenas do desenho. . Figura 2: Borracha Fonte: Adriano Pinto Gomes,2012 2.4. RÉGUAS-ESCALAS O escalímetro é uma régua-escala de seção triangular com 6 escalas gráficas em suas faces. Esse instrumento evita os cálculos na conversão de 8 medidas para uma determinada escala, agilizando o processo de desenho. Existem diferentes escalímetros com escalas adequadas a cada tipo de representação gráfica. A régua-escala que será utilizada no decorrer do curso é o Escalímetro n° 1 com as escalas: 1/125; 1/100; 1/75; 1/50; 1/25 e 1/20. O escalímetro não deve ser utilizado no traçado de linhas. Emprega-se apenas para medições, evitando-se o desgaste das marcações das escalas. As linhas devem ser traçadas com o auxílio dos esquadros ou da régua T. Figura 3: Escalímetro Fonte: Adriano Pinto Gomes,2012 2.5. COMPASSO O compasso é o instrumento mais sensível e custoso a ser adquirido serve para traçar circunferências ou arcos de circunferências e transportar medidas. O compasso indicado para desenho técnico não deve possuir folga nas articulações, mas possuiro porta-grafite e a ponta seca (É aquela que possui a agulha de metal ou dardo) com articulações. A ponta do grafite deve estar sempre afiada com uma lixa. Usa-se o compasso fixando-se a ponta seca no centro da circunferência a traçar e segura-se o compasso pela parte superior. Figura 4: Compasso Fonte: Adriano Pinto Gomes,2012 9 2.6. RÉGUA T A régua T é composta pelo cabeçote (apoio) e pela haste (régua). Essa régua é utilizada para traçar linhas horizontais paralelas no sentido do comprimento da prancheta e como apoio aos esquadros para traçar paralelas verticais ou inclinadas. Para utilizar a régua T, segura-se com a mão esquerda o cruzamento do cabeçote com a haste e imprime-se o movimento para cima ou para baixo. Recomenda-se adquirir a Régua T de 60 cm com cabeçote fixo; pode ser de madeira ou de material sintético. Figura 5: Régua T Fonte: Adriano Pinto Gomes,2012 2.7. ESQUADROS Os esquadros são instrumentos acrílicos que auxiliam na construção de segmentos de reta paralelos, concorrentes, ou a um ângulo determinado entre si. O jogo é composto por dois esquadros, um contendo os ângulo 45º-90º-45º e o outro contendo os ângulos 30º-90º-60º. Com o uso individual desses esquadros pode-se obter facilmente qualquer um desses ângulos. No entanto, com o uso combinado, podem-se obter ângulos de 15º, 75º, 105º, etc. Embora possam ser utilizados apenas apoiados um no outro, comumente utiliza-se o par de esquadros apoiado sobre a régua “T”, ou régua paralela disponível. Em um par de esquadros, a hipotenusa do esquadro de 45º é correspondente ao maior cateto do esquadro com ângulos de 30° e 60º. Figura 6: Modelo de par de esquadros Fonte: Adriano Pinto Gomes,2012 10 2.8. PAPÉIS PARA DESENHO Os papéis mais utilizados no desenho técnico são: papel canson, papel- manteiga e papel vegetal. O papel canson é opaco e encorpado, podendo receber tinta. O canson mais utilizado é o de cor branca. O papel-manteiga é fino, semitransparente e fosco. Esse papel é utilizado para estudos e esboços, aceitando bem o desenho a lápis. O papel vegetal é mais espesso que o papel-manteiga, mas também é semitransparente. Aceita bem o nanquim e lápis com grafite duro. Permite raspagens e correções no desenho a nanquim e não deve ser dobrado para evitar danos ao desenho. Para fixar o papel na prancheta, primeiramente, deve-se apoiar a régua T sobre a folha, fazendo com que o limite superior do papel fique paralelo à borda superior da régua. Em seguida, fixa-se o papel no canto superior esquerdo e nos demais cantos, conforme a ordem de fixação na Figura 7. Figura 7: Seqüência de fixação do papel na prancheta Fonte: Adriano Pinto Gomes,2012 2.9. FORMATOS E DIMENSÕES DO PAPEL Segundo a norma brasileira NBR 10068:1987, que trata do layout e dimensões da folha de desenho, as folhas em branco utilizadas para desenho técnico devem possuir características dimensionais padronizadas. A série “A” de padronização do papel é derivada da bipartição ou duplicação sucessiva do formato A0 (lê-se: A zero), que é um retângulo com área igual a 1 m² com os lados medindo 841 mm x 1189 mm (retângulo harmônico). 11 Figura 8: Obtenção dos formatos da série A Fonte: Adriano Pinto Gomes,2012 2.10. MARGENS As margens são utilizadas para limitar a área do desenho (quadro) e como acabamento da prancha. As medidas recomendadas para as margens esquerda e direita, bem como as larguras das linhas encontram-se na Figura 9. Formatos da serie "A" Formato Dimensões Margem Esquerda Demais Margens A0 841x1189 mm 25 10 A1 594x841 mm 25 10 A2 420x594 mm 25 7 A3 297x420 mm 25 7 A4 210x297 mm 25 7 Figura 9: Formato, dimensões e margens dos papéis da série A Fonte: NBR 10068 - Folha de desenho - Leiaute e dimensões 3. NORMAS TÉCNICAS Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário padronizar seus procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita por meio de normas técnicas seguidas e respeitadas internacionalmente. No Brasil as normas técnicas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas técnicas – ABNT, fundada em 1940. As normas técnicas que regulam o desenho são normas editadas pela ABNT, registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) como normas 12 brasileiras – NBR e estão de acordo com as normas internacionais ISO (International Organization for Standardization). A execução de desenho técnico é inteiramente normalizada ABNT. Os procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem em normas gerais que abordam desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de representação gráfica. 3.1. CALIGRAFIA TÉCNICA NBR 8402 – Execução de caracteres para escrita em desenhos técnicos Esta norma determina as características de escrita usada em desenhos técnicos. Os principais requisitos na escrita de desenho técnico são: Legibilidade: os caracteres devem ser bem legíveis, de forma a não causar nenhuma dúvida na sua leitura; Uniformidade: os caracteres devem ser padronizados, ou seja, os caracteres maiúsculos e minúsculos devem ter, em todo o desenho, o mesmo tamanho; Adequação à microfilmagem e outros processos de reprodução. 3.1.1. Tipos de letras e números Letras As características mais importantes para grafar as letras são legibilidade e consistência, tanto em estilo quanto em espaçamento. Números A dimensão das entrelinhas não deve ser inferior que 2 mm. As letras e cifras das coordenadas devem ter alturas de 3 mm. Figura 10: Medidas para caligrafia técnica Fonte: Adriano Pinto Gomes,2012 13 Figura 11: Medidas para caligrafia técnica Fonte: Adriano Pinto Gomes,2012 3.2. DOBRAMENTO DO PAPEL NBR 13142 – Desenho técnico: dobramento de cópias Essa norma fixa as condições exigíveis para a maneira que o papel deve ser dobrado para arquivamento de cópias de desenho técnico. O formato final do dobramento das cópias dos desenhos nos formatos A0 , A1, A2 e A3 deve ser no formato A4. No formato final dobrado, a legenda deve ficar visível na folha de frente; Para que não seja perfurada a parte superior dos formatos A2, A1, A0, faz- se uma dobra triangular, para dentro, a partir da marcação; Deve-se dobrar o papel primeiramente na largura e depois na altura. Figura 12: Dobradura do formato A0 Fonte: NBR 10068 - Folha de desenho - Leiaute e dimensões Figura 13: Dobradura do formato A1 Fonte: NBR 10068 - Folha de desenho - Leiaute e dimensões 14 Figura 14: Dobradura do formato A2 Figura 15: Dobradura do formato A3 Fonte: NBR 10068 - Folha de desenho Fonte: NBR 10068 - Folha de desenho 3.3. LEGENDA OU RÓTULO A NBR 10582 determina que a legenda ou rótulo de um desenho técnico deve conter as seguintes informações: Nome da repartição, firma, empresa ou proprietário; Endereço; Título do desenho; Nome e localização do projeto Escala(s) usada(s), se em uma prancha houver desenhos em escalas diferentes elas devem ser indicadas logo abaixo do nome da peça gráfica; Número da prancha; Data; Identificação, assinatura e registro profissional do(s) responsável (is) pelo projeto; e nome do desenhista. A legenda ou rótulo deve identificar todosos elementos existentes em uma prancha de desenho com a finalidade de fornecer todas as informações para uma consulta rápida de identificação e interpretação do desenho. A legenda ou rótulo deve se situar no canto inferior direito da folha nos formato A0, A1, A2, A3, ou ao longo da largura da folha no formato A4. A direção de leitura da legenda ou rótulo deve corresponder à direção de leitura do desenho. A seguir são apresentadas as diversas regiões da folha de desenho e a posição de cada um dos elementos nas mesmas. Usualmente a região acima da legenda é reservada para marcas de revisão para observações, convenções e carimbos de aprovação de órgãos públicos. 15 Figura 16: Determinação da localização da legenda e desenho na folha Fonte: NBR 10582:1988 – Folha para desenho técnico ARQUITETURA PROJETO RESIDENCIAL ENDEREÇO: Rua Rio Acurupá – Lote 21 – Quadra: B – Tarumã – Manaus AM PROPRIETÁRIO: AUTOR DO PROJETO: RESPONSÁVEL TÉCNICO: CAU: CONTEÚDO: PAVIMENTO TÉRREO E LOCAÇÃO PAVIMENTO SUPERIOR E SITUAÇÃO QUADRO DE ÁREAS E ABERTURAS FOLHA 1/6 TOTAL ÁREA DO TERRENO ESCALA INDICADA DATA DESENHO Figura 17: Exemplo de legenda Fonte: Autora 3.4. TIPOS DE LINHAS NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas – Largura de linhas A padronização dos tipos de linhas empregadas no desenho técnico tem por objetivo evitar as convenções próprias que dificultam a interpretação universal do desenho. As linhas são os principais elementos do desenho arquitetônico. Além de definirem o formato, dimensão e posicionamento das paredes, portas, janelas, pilares, vigas e etc, determinam as dimensões e informam as características de cada elemento projetado. Sendo assim, estas deverão estar perfeitamente representadas dentro do desenho. 16 As linhas de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem possuir contraste umas com as outras. Nas plantas, cortes e fachadas, para sugerir profundidade, as linhas sofrem uma gradação no traçado em função do plano onde se encontram. As em primeiro plano serão sempre mais grossas e escuras, enquanto as do segundo e demais planos visualizados serão menos intensas. Figura 18: Tipos de traços Fonte:NBR NBR 8403 - Aplicação de linhas em desenhos. Traço forte - As linhas grossas e escuras são utilizadas para representar, nas plantas baixas e cortes, as paredes e todos os demais elementos interceptados pelo plano de corte. No desenho a lápis podemos desenhá-la com o grafite 0.9, traçando com a lapiseira bem vertical, podendo retraçá-la diversas vezes caso necessário. Com o uso de tinta nanquim a pena pode ser 0.6; Traço médio - As finas e escuras representam elementos em vista ou tudo que esteja abaixo do plano de corte, como peitoris, soleiras, mobiliário, ressaltos no piso, etc. É indicado o uso do grafite 0.5, num traço firme, com a lapiseira um pouco inclinada, procurando gira-la em torno de seu eixo, para que o grafite desgaste homogeneamente mantendo a espessura do traço único. Para o desenho a tinta pode-se usar as penas 0.2 e 0.3. Textos e outros elementos informativos podem ser representados com traços médios. Títulos ou informações que precisem de destaque poderão aparecer com traço forte. Traço fino - Nas paginações de piso ou parede (azulejos, cerâmicas, pedras, etc), as juntas são representadas por linhas finas. Também para linhas de cota, auxiliares e de projeção. Utiliza-se normalmente o grafite 0.3, ou o grafite 0.5 exercendo pequena pressão na lapiseira. Para tinta, usa-se as penas 0.2 ou 0.1. 17 3.4.1. Tipos de Linhas 1. Linhas de Contorno – contínuas A espessura varia com a escala e a natureza do desenho, exemplo: 2. Linhas Internas – Contínuas Firmes, porém de menor valor que as linhas de contorno, exemplo: 3. Linhas situadas além do plano do desenho – Tracejadas. Mesmo valor que as linhas de eixo. 4. Linhas de projeção – traço e dois pontos Quando se tratar de projeções importantes, devem ter o mesmo valor que as linhas de contorno. São indicadas para representar projeções de pavimentos superiores, marquises, balanços, etc. 5. Linhas de eixo ou coordenadas – traço e ponto Firmes, definidas, com espessura inferior às linhas internas e com traços longos. 6. Linhas de cotas – contínuas Firmes, definidas, com espessura igual ou inferior à linha de eixo ou coordenadas 7. Linhas auxiliares – contínuas Para construção de desenho, guia de letras e números, com traço; o mais leve possível. 8. Linhas de indicação e chamadas – contínuas. Mesmo valor que as linhas de eixo. 18 Resumo tipos mais usuais: Figura 19: Tipos de linhas Fonte: NBR NBR 8403 - Aplicação de linhas em desenhos Figura 20: Exemplo de utilização das linhas em planta baixa Fonte: REGINA BRABO, 2009 3.5. ESCALAS NBR 8196 - Emprego de escala Definição: A escala de um desenho é a relação constante existente entre as dimensões do objeto desenhado no papel (D) e as suas dimensões verdadeiras ou reais (R). As escalas podem ser indicadas de duas formas diferentes: através da representação numérica – Escala Numérica, ou da representação gráfica – Escala Gráfica. 19 3.5.1. Escala numérica É a relação que existe entre o tamanho do desenho de um objeto e o seu tamanho real. É estabelecida através de uma relação matemática representada por uma fração onde o numerador (D) representa as dimensões do desenho e o denominador (R) representa as dimensões reais do objeto. Desta forma, Escala = D/R. As escalas numéricas podem ser: 1) Escala Natural: o objeto é desenhado em tamanho real (original). Escala = D/R = 1/1 Ex: Desenho de uma caneta. 2) Escala de Ampliação: o objeto é desenhado em tamanho maior que o real (original). Muito utilizada para desenhar peças mecânicas, objeto de pequenas dimensões e detalhes. Escala = D/R = X/1 Ex: Engrenagens de relógio. Esc = 10/1, significa que o objeto está desenhado 10 vezes maior que o real (original). 3) Escala de Redução: o objeto é desenhado em tamanho menor que o real (original). Escala = D/R = 1/X Ex: Desenho de uma cadeira. Esc = 1/100, significa que o objeto está desenhado 100 vezes menor que o real (original). Obs: As escalas numéricas também podem aparecer representadas da seguinte forma: Esc = 1:100. A necessidade de usarmos a escala surgiu com a impossibilidade de apresentarmos os objetos em verdadeira grandeza, cujas dimensões eram muito grandes ou pequenas, existindo a necessidade de guardar as proporções entre medidas apresentadas no papel com as medidas que apresentam as dimensões reais. Imagine você representar graficamente uma casa com suas dimensões reais em um papel de tamanho A4, por exemplo!!!! 20 Cálculo de uma escala Para o cálculo da razão de proporção entre as medidas reais e as representadas no desenho, utiliza-se uma fórmula simples: Escala: dimensão do desenho dimensão do objeto Para dimensionar ou calcular uma escala, é necessário estar atento para as unidades de trabalho que serão aplicadas na fórmula, pois elas devem ser as mesmas para todas as dimensões. Exemplo: 1. Qual a escala que se encontra uma medida representada na distância gráfica por 6cm e tem uma distância real de 3m? Med.des. = medida do objeto , 6cm = 3 m 0,06m = 3 m x = 3 = 50 - Esc:1:50fator de redução x x 0,06 2. Para uma escala de 1:50, que tamanho teria uma casa de 15,00 por 25,00? Med.des. = medida do objeto = 15 = 0,30m fator de redução 50 Med.des. = medida do objeto = 25 = 0,50m fator de redução 50 3. Qual a medida real de uma porta que tem uma distância gráfica de 3,2cm e está representada na escala 1:25? Med.des. = medida do objeto , então: 3,2cm = x = 80cm fator de redução 25 Conclusão: A interpretação de uma escala em relação à razão numérica é feita da seguinte forma: Logo a construção desenhada na escala 1:50, teria 0,3 x 0,5m ou 30 x 50 cm Este número se refere ao tamanho do desenho Este número se refere ao tamanho real do objeto 1 / 50 Esta escala indica que o objeto é 50 vezes menor que o real (original) 21 Escalas recomendadas Escala 1:1, 1:2, 1:5 e 1:10 - Detalhamentos em geral; Escala 1:20 e 1:25 - Ampliações de banheiros, cozinhas detalhes; Escala 1:50 - É a escala mais indicada e usada para desenhos de plantas, cortes e fachadas de projetos arquitetônicos; Escala 1:75 - Juntamente com a de 1:25, é utilizada apenas em desenhos de apresentação que não necessitem ir para a obra. Escala 1:100 - Opção para plantas, cortes e fachadas quando é inviável o uso de 1:50. Plantas de situação e paisagismo. Também para desenhos de estudos que não necessitem de muitos detalhes; Escala 1:175 - Para estudos ou desenhos que não vão para a obra; Escala 1:200 e 1:250 - Para plantas, cortes e fachadas de grandes projetos, plantas de situação, localização, topografia, paisagismo e desenho urbano; Escala 1:500 e 1:1000 - Planta de localização, paisagismo, urbanismo e topografia; 3.5.2 Escala Gráfica É representada por um segmento de reta graduado sobre o qual está estabelecida a relação entre as distâncias desenhadas no papel e a distância real do objeto. Ela expressa diretamente os valores da realidade mapeada. Para se obter a dimensão real do objeto é só copiar a escala gráfica numa tira de papel e aplicá-la sobre a figura. A escala gráfica é dividida em duas partes, a partir da origem: o corpo, que é a escala propriamente dita, e o talão (parte menor da escala), que é subdividido em intervalos menores para permitir uma medição mais precisa. O corpo da escala se inicia do zero para a direita. O talão, do zero para a esquerda. Figura 21: Composição de uma escala gráfica Fonte: CTISM, adaptado por Adriano Pinto Gomes 22 Para construir uma escala gráfica devem-se seguir os seguintes passos: Conhecer a escala numérica do desenho Conhecer a unidade e o intervalo de representação dessa escala Traçar uma linha reta de comprimento igual a um intervalo estipulado (corpo da escala) Dividir essa linha em no mínimo 3 partes iguais Traçar à esquerda de 0 um segmento de reta de comprimento igual a 1 (um) intervalo (talão da escala) Dividir esse segmento em 2, 4, 5 ou 10 partes iguais Determinar a precisão gráfica da escala 3.6. COTAGEM NBR 10.126 - Cotagem em desenho técnico Cotas: são os números que correspondem às medidas reais no desenho. Cotar um desenho significa inserir nele informações relativas às suas dimensões. Isso é feito por meio da inserção de cotas. A NBR 10.126 estabelece os princípios (regras) gerais de cotagem em Desenho Técnico. As cotas indicadas nos desenhos determinam a distância entre dois pontos, que pode ser a distância entre duas paredes, a largura de um vão de porta ou janela, a altura de um degrau de escada, o pé direito de um pavimento, etc.. A Lembretes: A escala diz respeito apenas ao tamanho do desenho, é na cotagem que colocaremos suas medidas reais. Não existe escala nas medidas angulares, apenas nas lineares. A escala pode mudar, mas as medidas reais NUNCA MUDAM. Cada folha de desenho ou prancha deve ter indicada em seu título as escalas utilizadas nos desenhos ficando em destaque a escala principal. Além disto, cada desenho terá sua respectiva escala indicada junto dele. 23 ausência das dimensões provocará dúvida para quem executa, e na dificuldade de saná-las, normalmente o responsável pela obra, extrai do desenho, a informação, medindo com o metro, a distância desejada. Os desenhos de arquitetura, bem como todo desenho técnico, devem ter as suas medidas indicadas corretamente e de forma clara as medidas necessárias para o entendimento do objeto, evitando qualquer omissão. A cotagem segue uma padronização definida pela norma técnica, que visa facilitar seu entendimento. 3.6.1. Elementos de Cotagem Na cotagem, constam as setas, os traços, os pontos e um determinado valor que é utilizado como medida, normalmente dadas em centímetro, em milímetros, no desenho mecânico e em metros, para a realização de projeto civil arquitetônico. Figura 22: Linhas de cotagem Fonte: NBR 10126 – Cotagem em desenho técnico Para localizar exatamente uma cota e indicar qual a parte ou elemento do objeto a que ela se refere é necessário recorrer aos tipos de linhas que são: Linha de chamada ou auxiliar: Deve ser utilizada linha estreita contínua. As linhas de chamada devem, em princípio, ser perpendiculares ao elemento a cotar, mas em casos excepcionais, pode haver conveniência em que sejam desenhadas obliquamente, preferindo-se nesses casos inclinações de 60° ou 75º; Linha de cota: Deve ser utilizada linha estreita contínua. As linhas de cota não devem ser escritas muito próximas das linhas de contorno, dependendo à distância a que se colocam as dimensões do desenho e do tamanho do algarismo das cotas. Os ângulos serão medidos em graus, exceto em coberturas e rampas que se indicam em porcentagem (%). As linhas de cota paralelas devem ser espaçadas igualmente. Limite da linha de cota: A indicação do limite da linha de cota deve ser feito por meio de seta, ponto ou traço oblíquo. Os limites das linhas de cota são posicionados na interseção das linhas de chamadas com as linhas de cota. Cota: A cota propriamente dita é a valor numérico que é posicionado sobre a linha de cota, devendo ser escrita em caracteres legíveis. 24 Figura 23: Elementos da cotagem Fonte: Patricia Monnerat Figura 24: Regras de cotagem Fonte: Denise Schuler Regras Gerais: A linha de chamada ou auxiliar deverá ultrapassar a linha de cota em ± 3 mm e não deve tocar o desenho. Deixar uma distância de ± 2 mm; Quando a linha de cota estiver na horizontal, a cota deve se situar acima da mesma. Caso ela esteja na vertical, a cota deve se situar à sua esquerda; As cotas totais devem ser colocadas por fora das parciais, de forma a se evitar que elas se cruzem; Deve-se evitar, sempre que possível, colocar cotas internas ao desenho; Cada detalhe deve ser cotado uma única vez, na vista que melhor representar a sua forma; Deve-se evitar cotar as linhas que representam arestas invisíveis; Deve-se sempre evitar o cruzamento das linhas de cota; 25 A quantidade de cotas de um desenho deve informar todas as dimensões do objeto, não deixando dúvidas nem margem para a necessidade de futuros cálculos; As cotas são sempre representativas das dimensões reais do objeto, independente da escala utilizada; Uma dimensão cotada mais de uma vez no mesmo desenho é consideradaum erro técnico. 4. DESENHO GEOMÉTRICO Muitas das figuras usadas em desenho técnico são baseadas exclusivamente na geometria plana. O engenheiro utiliza as construções geométricas não só no desenho técnico final, mas também na fase de projeto, quando estuda e concebe a forma de um objeto, uma peça ou um componente (LANDI et al., 1984). Figura 25: Traçados geométricos de estradas rodoviárias Fonte: CORBIS, 2007 Analisando-se a figura, pode-se verificar que devido à amplitude da solução de cruzamentos de uma rodovia municipal, seja no nível horizontal (cruzamentos, quantidade de pistas etc.) ou também no nível vertical (elevados e viadutos), é fundamental entender que o traçado da rodovia se compõe de figuras básicas como retas e curvas. Dessa forma, os engenheiros, projetistas e desenhistas devem estar familiarizados com a solução gráfica de certos problemas geométricos e conhecer as formas básicas da geometria. Fica, assim, mais fácil antever o processo de construção das figuras e objetos a serem produzidos. Na construção dos desenhos podem ser usadas ferramentas como o compasso, régua, esquadros, e mais atualmente, programas computacionais. Desenho é definido como a “expressão gráfica da forma”. Todas as coisas que conhecemos e que estamos habituados a ver, se apresenta aos nossos olhos 26 como formas geométricas. Umas mais, outras menos definidas, mas, são todas formas que podem ser associadas a formas geométricas. Todo desenhista deve conhecer muito bem as principais construções geométricas, base de todo desenho técnico. Mas, o que é a Geometria? Geometria é a ciência que estuda as propriedades relativas à forma e à extensão dos corpos. É o estudo das propriedades referentes a pontos, linhas, planos e superfícies. Sendo então, Desenho Geométrico é a expressão gráfica da forma, considerando-se as propriedades relativas à sua extensão, ou seja, suas dimensões (comprimento, largura e altura ou espessura). O ponto, a reta e o plano são noções primitivas na Geometria. Estes três elementos são seres abstratos aos quais nossa intuição atribui um significado de acordo com as impressões que recebemos do mundo exterior. 4.1. PONTO O ponto é a figura geométrica mais simples. Não tem dimensão, isto é, não tem comprimento, nem largura, nem altura. No desenho, o ponto é determinado pelo cruzamento de duas linhas. Para identificá-lo, usamos letras maiúsculas do alfabeto latino, como mostram os exemplos na figura 26. Figura 26: Representação de um ponto Fonte: CORBIS, 2007 Lê-se: Ponto A, ponto B, ponto C. 4.2. LINHA RETA OU RETA Você pode imaginar a Linha Reta como um conjunto infinito de pontos dispostos sucessivamente e são ilimitados, isto é, não tem início nem fim e são identificadas por letras minúsculas do alfabeto latino, conforme representação na figura 27. A Reta tem uma única dimensão: o comprimento. Figura 27: Representação de uma reta “r” Fonte: Sheyla Mara Baptista Serra, 2008 27 4.2.1. Semi-Reta Tomando um ponto qualquer de uma reta, dividimos a reta em duas partes, chamadas semi-retas. A semi-reta sempre tem um ponto de origem, mas não tem fim. Figura 28: Representação de uma semi-reta Fonte: Sheyla Mara Baptista Serra, 2008 4.2.2. Segmento de Reta Tomando dois pontos distintos sobre uma reta, obtemos um pedaço limitado de reta. A esse pedaço de reta, limitado por dois pontos chamamos segmento de reta. Os pontos que limitam o segmento de reta são chamados de extremidades. Na figura 29 temos o segmento de reta CD, que é representado da seguinte maneira: Figura 29: Representação de um segmento de reta CD Fonte: Sheyla Mara Baptista Serra, 2008 Os pontos C e D (extremidades) determinam o segmento de reta CD. Os segmentos de reta ainda podem ser classificados segundo o seu posicionamento sobre a(s) reta(s) suporte. Segundo ESTEPHANIO (1994), podem ser: a) Colineares: São segmentos que pertencem a uma mesma reta suporte; b) Consecutivos: São aqueles que possuem um ponto, início ou fim, em comum; c) Colineares e consecutivos: São aqueles que satisfazem simultaneamente as condições relativas a cada um desses segmentos, isto é, quando pertencendo a uma mesma reta suporte a origem de um coincide com o final do outro. 28 Figura 30: classificação dos segmentos de reta Fonte: Sheyla Mara Baptista Serra, 2008 4.2.3. Posições Absolutas da Reta As retas podem assumir posições diferentes no espaço em função do observador. Figura 31: Posições Absolutas da Reta Fonte: Sheyla Mara Baptista Serra, 2008 4.2.4. Posições Relativas das Retas As retas podem assumir posições relativas no espaço em função da posição de outras retas ou pontos. As retas são denominadas convergentes quando se direcionam para um mesmo ponto (PC = ponto de convergência); ou são consideradas divergentes quando se originam de um mesmo ponto (PD = ponto de divergência) (ESTEPHANIO, 1994). 29 Figura 32: Posições relativas da Reta Fonte: Sheyla Mara Baptista Serra, 2008 4.3. PLANO Podemos ter uma idéia do que é o plano observando uma parede ou o tampo de uma mesa. Você pode imaginar o plano como sendo formado por um conjunto de retas dispostas sucessivamente numa mesma direção ou como o resultado do deslocamento de uma reta numa mesma direção. O plano é ilimitado, isto é, não tem começo nem fim. Apesar disso, no desenho, costuma-se representá-lo delimitado por linhas fechadas. Figura 33: Representação de planos Fonte: Sheyla Mara Baptista Serra, 2008 Para identificar o plano usamos letras gregas. É o caso das letras: α (alfa), β (beta) e γ (gama), que você pode ver nos planos representados. O plano tem duas dimensões, normalmente chamadas comprimento e largura. Se tomarmos uma reta qualquer de um plano, dividimos o plano em duas partes, chamado semiplanos. Figuras geométricas planas uma figura qualquer é plana quando todos os seus pontos situam-se no mesmo plano. 30 Principais figuras planas: Figura 34: Principais figuras planas Fonte: Sheyla Mara Baptista Serra, 2008 4.4. APLICAÇÕES DE DESENHO GEOMÉTRICO Veja nas fotos seguintes, exemplos de situações onde o desenho geométrico e suas combinações foram utilizados de forma a conceber e construir o produto. Figura 35: A Figura 36: B Figura 37: C Fonte: Sheyla Mara Baptista Serra, 2008 Nas Figuras, observamos que uma construção simples como uma piscina precisa de conceitos básicos de desenho geométrico. A combinação e diversificação das formas não são só responsabilidade do projetista, mas também do usuário da piscina. 5. DESENHO PROJETIVO São os desenhos resultantes de projeções do objeto em um ou mais planos de projeção e correspondem às vistas ortográficas (projeções cilíndricas ortogonais do objeto, sobre planos convenientemente escolhidos, de modo a representar, com exatidão, a forma do mesmo com seus detalhes), e às perspectivas (Projeções 31 cilíndricas ou cônica), sobre um único plano, com a finalidade de permitir uma percepção mais fácil da forma do objeto). Figura 38: Desenho em vistas projetadas Fonte: CARLOS J. ENGEL Os desenhos projetivos compreendem a maior parte dos desenhos feitos nas indústrias e alguns exemplos de utilização são: • Projeto e fabricação de máquinas, equipamentos e de estruturas nas indústrias de processo e de manufatura(indústrias mecânicas, aeroespaciais, químicas, farmacêuticas, petroquímicas, alimentícias etc.). • Projeto e construção de edificações com todos os seus detalhamentos elétricos, hidráulicos, elevadores etc.. • Projeto e construção de rodovias e ferrovias mostrando detalhes de corte, aterro, drenagem, pontes, viadutos etc.. • Projeto e montagem de unidades de processos, tubulações industriais, sistemas de tratamento e distribuição de água, sistema de coleta e tratamento de resíduos. • Representação de relevos topográficos e cartas náuticas. • Desenvolvimento de produtos industriais. • Projeto e construção de móveis e utilitários domésticos. • Promoção de vendas com apresentação de ilustrações sobre o produto. Pelos exemplos apresentados pode-se concluir que o desenho projetivo é utilizado em todas as modalidades da engenharia e pela arquitetura. Como resultado das especificidades das diferentes modalidades de engenharia, o desenho projetivo aparece com vários nomes que correspondem a alguma utilização específica: • Desenho Mecânico 32 • Desenho de Máquinas • Desenho de Estruturas • Desenho Arquitetônico • Desenho Elétrico/Eletrônico • Desenho de Tubulações Mesmo com nomes diferentes, as diversas formas de apresentação do desenho projetivo têm uma mesma base, e todas seguem normas de execução que permitem suas interpretações sem dificuldades e sem mal-entendidos. 5.1. DESENHO NÃO PROJETIVO Desenho não subordinado a correspondência, por meio de projeção, entre as figuras que constituem e o que é por ele representado, compreendendo larga variedade de representações gráficas, tais como: diagrama, esquemas, ábacos ou nomogramas, fluxogramas, organogramas e gráficos. Na maioria dos casos corresponde a desenhos resultantes dos cálculos algébricos. Figura 39: Diagrama unifilar de instalações elétricas Fonte: Rafael Diogo Scheuer 6. PERSPECTIVA ISOMÉTRICA Quando olhamos para um objeto, temos a sensação de profundidade e relevo. As partes que estão mais próximas de nós parecem maiores e as partes mais distantes aparentam ser menores. 33 A fotografia mostra um objeto do mesmo modo como ele é visto pelo olho humano, pois transmite a idéia de três dimensões: comprimento, largura e altura. O desenho, para transmitir essa mesma idéia, precisa recorrer a um modo especial de representação gráfica: a perspectiva. Ela representa graficamente as três dimensões de um objeto em um único plano, de maneira a transmitir a idéia de profundidade e relevo. Existem diferentes tipos de perspectiva. Veja como fica a representação de um cubo em três tipos diferentes de perspectiva. Figura 40: Diferentes tipos de perspectiva Fonte: Cristiano Correa Ferreira Cada tipo de perspectiva mostra o objeto de um jeito. Comparando as três formas de representação, você pode notar que a perspectiva isométrica é a que dá a idéia menos deformada do objeto. ISO quer dizer mesma; MÉTRICA quer dizer medida. A perspectiva isométrica mantém as mesmas proporções do comprimento, da largura e da altura do objeto representado. Além disso, o traçado da perspectiva isométrica é relativamente simples. Conhecimentos dos elementos necessários para efetuar uma perspectiva isométrica: 6.1. ÂNGULO Para estudar a perspectiva isométrica, precisamos saber o que é um ângulo e a maneira como ele é representado. Ângulo é a figura geométrica formada por duas semi-retas de mesma origem. A medida do ângulo é dada pela abertura entre seus lados. Uma das formas para se medir o ângulo consiste em dividir a circunferência em 360 partes iguais. Cada uma dessas partes corresponde a 1 grau (1º). 34 Figura 41: Ângulos Fonte: Carlos Eduardo Troccoli, 2006 A medida em graus é indicada pelo numeral seguido do símbolo de grau. No exemplo da figura 40: 40º (lê-se: quarenta graus). 6.2. EIXOS ISOMÉTRICOS O desenho da perspectiva isométrica é baseado num sistema de três semi- retas que têm o mesmo ponto de origem e formam entre si três ângulos de 120°, conforme figura 42. O traçado de qualquer perspectiva isométrica parte sempre dos eixos isométricos. Figura 42: Eixos isométricos Fonte: Carlos Eduardo Troccoli, 2006 A posição no papel do eixo OZ e vertical (eixo das alturas) e os eixos OX (eixo dos comprimentos) e OY (eixo das larguras) formam ângulo de 30° com a reta horizontal. 35 Figura 43: Orientação dos eixos da perspectiva isométrica Fonte: Fonte: www.kalipedia.com 6.3. LINHA ISOMÉTRICA Agora você vai conhecer outro elemento muito importante para o traçado da perspectiva isométrica: as linhas isométricas. Qualquer reta paralela a um eixo isométrico é chamada linha isométrica. Figura 44: Retas isométricas e não isométrica Fonte: Carlos Eduardo Troccoli, 2006 As retas r, s, t e u são linhas isométricas. A reta v não é linha isométrica: r e s são linhas isométricas porque são paralelas ao eixo y; t é isométrica porque é paralela ao eixo z; u é isométrica porque é paralela ao eixo x. v não é linha isométrica porque não é paralela aos eixos x, y, z. 6.4. CONSTRUÇÃO DA PERSPECTIVA A construção da perspectiva isométrica de um objeto é feita a partir de um sólido envolvente, cujas dimensões totais (altura, comprimento e largura) são medidas sobre os três eixos. Sobre este sólido, são marcados os detalhes do objeto, traçando-se retas paralelas aos três eixos. 36 Figura 45: perspectiva isométrica Fonte: Carlos Eduardo Troccoli, 2006 A representação em perspectiva isométrica provoca uma pequena deformação visual. Nas medidas dos objetos é aplicado um coeficiente de redução que corresponde a 0,816 do comprimento real. Para facilitar a execução do desenho, abandona-se o coeficiente de redução, aplicando-se as medidas em verdadeira grandeza sobre os três eixos. Este procedimento tem o nome de desenho isométrico e é aproximadamente 20% maior do que a perspectiva isométrica. Figura 46: Desenho Isométrico Figura 47: Perspectiva Isométrica Fonte: Carlos Eduardo Troccoli, 2006 Fonte: Carlos Eduardo Troccoli, 2006 Observação: Apesar da denominação de desenho isométrico, muitas vezes, na prática, utiliza-se o termo perspectiva isométrica mesmo sem a aplicação do fator de redução. 7. VISTAS ORTOGRÁFICAS Nos desenhos projetivos, a representação de qualquer objeto ou figura será feita por sua projeção sobre um plano. Este tipo de projeção é denominado Projeção Ortogonal (do grego ortho = reto + gonal = ângulo), pois os raios projetantes são perpendiculares ao plano de projeção. A representação gráfica é a forma pela qual se representam os projetos, em qualquer ramo de engenharia. 37 Muitas vezes estas representações não representam o modelo ou partes dele em verdadeira grandeza. Mas, para produzir um objeto, é necessário conhecer todos os seus elementos em verdadeira grandeza. Por essa razão, em desenho técnico, quando tomamos sólidos geométricos ou objetos tridimensionais como modelos, costumamos representar sua projeção ortográfica em mais de um plano de projeção. Para entender bem como é feita a projeção ortográfica você precisa conhecer três elementos: o modelo, o observador e o plano de projeção. O modelo: É o objeto a ser representado em projeção ortográfica O observador: É a pessoa que vê, analisa, imagina ou desenha o modelo em projeção ortográfica, devendo analisá-lo cuidadosamenteem várias posições. Figura 48: Observador vendo o modelo de frente, de cima e de lado: Fonte: Fonte: Carlos Eduardo Troccoli, 2006 O plano de projeção: É a superfície onde se projeta o modelo. A tela de cinema é um bom exemplo de plano de projeção. 7.1. DIEDROS Cada diedro é a região limitada por dois semiplanos perpendiculares entre si. Os diedros são numerados no sentido anti-horário, isto é, no sentido contrário ao do movimento dos ponteiros do relógio. Esses dois planos, perpendiculares entre si, dividem o espaço em quatro regiões chamadas diedros. 38 SPVS - semiplano vertical superior SPVI - semiplano vertical inferior SPHA - semiplano horizontal anterior SPVP - semiplano horizontal posterior Figura 49: Divisão do espaço em diedros Fonte: Carlos Eduardo Troccoli, 2006 7.2. ÉPURA É a representação no plano após o rebatimento do plano vertical, no sentido anti-horário, sobre o plano horizontal. O método de representação de objetos em dois semiplanos perpendiculares entre si foi criado pelo matemático francês Gaspar Monge. Esse método é conhecido como método mongeano. Figura 50: Representação do rebatimento do plano vertical sobre o plano horizontal Fonte: Carlos Eduardo Troccoli, 2006 Os desenhos resultantes das projeções nos planos vertical e horizontal resultam na representação do objeto visto por lados diferentes e as projeções resultantes, desenhadas em um único plano, representam as três dimensões do objeto. Figura 51: Representação das três dimensões do objeto Fonte: M.Sc Alessander Sá do Carmo 39 No Brasil, onde se adota a representação no 1º diedro, além do plano vertical e do plano horizontal, utiliza-se um terceiro plano de projeção: o plano lateral. Este plano é, ao mesmo tempo, perpendicular ao plano vertical e ao plano horizontal. F = Vista Frontal (Elevação); S = Vista Superior (Planta); E = Vista Lateral Esquerda; D = Vista Lateral Direita; P = Vista Posterior; I = Vista Inferior. Figura 52: Planos ortogonais no 1º diedro Fonte: Carlos Eduardo Troccoli, 2006 A projeção do modelo no plano vertical dá origem à Vista Frontal ou Elevação (F); A projeção do modelo no plano horizontal dá origem à Vista Superior ou Planta (S); A projeção do modelo no plano lateral dá origem à Vista Lateral Esquerda (E) ou Vista Lateral Direita (D); A projeção do modelo no plano vertical anterior dá origem à Vista Posterior (P); A projeção do modelo no plano horizontal superior dá origem à Vista Inferior (I); Geralmente (na prática) as 3 projeções: F, S, E são suficientes (não necessariamente) para solução da maioria dos problemas. O cubo é desenvolvido, mantendo-se fixo o plano Frontal e os demais rebatidos no seu prolongamento. 40 Figura 53: Rebatimento das faces do cubo no 1º. Diedro Fonte: Carlos Eduardo Troccoli, 2006 A associação Brasileira de Normas técnicas ( ABNT) recomenda que seja utilizado o 1º diedro para projeção ortográfica: Sistemas de Projeções Ortogonais pelo 1º diedro (Norma Brasileira). Sistemas de Projeções Ortogonais pelo 3º diedro (Norma Americana). As representações gráficas das projeções do objeto no 1° diedro, no desenho técnico, correspondem às três vistas ortográficas principais: vista frontal, vista superior e vista lateral esquerda. Vista frontal – é a projeção vertical do objeto, representando sua face anterior. Vista superior – é a projeção horizontal do objeto, representando sua face superior. Vista lateral esquerda – é a projeção do objeto no plano de perfil (lateral), representando sua face lateral, sendo o sentido de observação da esquerda para direita. Figura 54: Vistas ortográficas frontal, superior e lateral esquerda Fonte: Dennis Coelho Cruz 41 8. DESENHO ARQUITETÔNICO Os projetos arquitetônicos devem conter todas as informações necessárias para que possam ser completamente entendidos, compreendidos e executados. O projeto de arquitetura é composto por informações gráficas, representadas pelos desenhos técnicos através de plantas, cortes, elevações e perspectivas – e por informações escritas – memorial descritivo e especificações técnicas de materiais e sistemas construtivos. O desenho arquitetônico é uma especialização do desenho técnico normatizado voltada para a representação dos projetos de arquitetura. O desenho de arquitetura, portanto, manifesta-se como um conjunto de símbolos que expressam uma linguagem, estabelecida entre o emissor (o desenhista ou projetista) e o receptor (o leitor do projeto). É através dele que o arquiteto transmite as suas intenções arquitetônicas e construtivas. Assim, o projeto arquitetônico é composto por diversos documentos, entre eles as plantas, os cortes e as elevações ou fachadas. Neles encontram-se as informações sob forma de desenhos, que são fundamentais para a perfeita compreensão de um volume criado com suas compartimentações. Nas plantas, visualiza-se o que acontece nos planos horizontais, enquanto nos cortes e elevações o que acontece nos planos verticais. Assim, a partir do cruzamento das informações contidas nesses documentos, o volume poderá ser construído. Para isso, devem ser indicadas todas as dimensões, designações, áreas, pés direitos, níveis etc. As linhas devem estar bem diferenciadas, em função de suas propriedades (linhas em corte ou vista) e os textos claros e corretos. Os elementos do desenho arquitetônico são vistas ortográficas formadas a partir de projeções ortogonais, ou seja, sistemas em que as linhas projetantes são paralelas entre si e perpendiculares ao plano projetante. Se forem consideradas as linhas projetantes como raios visuais do observador, seria como se o observador estivesse no infinito, assim os raios visuais seriam paralelos entre si. Os desenhos básicos que compõem um projeto de arquitetura, a partir de projeções ortogonais, são: as plantas baixas, os cortes, as elevações ou fachadas, a planta de cobertura, a planta de localização e a planta de situação. 42 8.1. PLANTA BAIXA Desenho onde são indicadas as dimensões horizontais. Este desenho é o resultado da interseção de um plano horizontal com o volume arquitetônico. Consideramos para efeito de desenho, que este plano encontra-se entre 1,20 a 1,60 m de altura do piso do pavimento que está sendo desenhado, e o sentido de observação é sempre em direção ao piso (de cima para baixo) acrescido de informações técnicas.. Então, tudo que é cortado por este plano deve ser desenhado com linhas fortes (grossas e escuras) e o que está abaixo deve ser desenhado em vista, com linhas médias (finas e escuras). Sempre considerando a diferença de níveis existentes, o que provoca uma diferenciação entre as linhas médias que representam os desníveis. Figura 55: Representação de Planta Baixa Fonte: Denise Schuler A porção da edificação acima do plano de corte é eliminada e representa‐se o que um observador imaginário posicionado a uma distância infinita veria ao olhar do alto a edificação cortada. Esta representação é acompanhada de todas as informações necessárias a correta construção da edificação. Veja a seguir exemplo de representação da planta baixa na escala 1/50 da edificação apresentada anteriormente. 43 Figura 56: Planta Baixa Fonte: Denise Schuler 44 8.1.1. Denominação e Quantidade Qualquer construção de um único pisoterá a necessidade óbvia de uma única planta baixa, que será denominada simplesmente de “PLANTA BAIXA”. Em construções com vários pavimentos, será necessária uma planta baixa para cada pavimento arquitetonicamente distinto. Vários pavimentos iguais terão como representação uma única planta baixa, que neste caos será denominada de “PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TIPO”. Quanto aos demais pavimentos, o título da planta inclui a denominação do piso. Por exemplo, planta baixa do 1º pavimento (ou pavimento térreo), planta baixa do segundo subsolo, planta baixa da cobertura, planta baixa da sobre loja, e assim por diante. Para adequação a norma NB‐140, são utilizadas as denominações “PISO” e “PAVIMENTO”. Não podendo ser empregada a terminologia “ANDAR”. A denominação do número é dada: Nos subsolos 1, 2, 3, etc no sentido de quem desce; Nos pavimentos 1 (ou térreo), 2, 3, etc no sentido de quem sobe. 8.1.2. Escala A escala usual para impressão (representação) das plantas baixas é a de 1:50. Ocorre que para determinadas edificações, em função de suas dimensões, essa escala pode ser muito grande e de difícil impressão. Nesses casos, costuma‐se utilizar as escalas de 1:75 e 1:100. Escalas menores do que estas, em projetos executivos, não devem ser utilizadas, sendo preferível a representação (impressão) da planta baixa por partes, através de pranchas articuladas. Escalas maiores do que 1:50, como por exemplo 1:20 e 1:25, são utilizadas para representação de plantas baixas de compartimentos e/ou áreas da edificação que por suas características necessitem de um maior detalhamento construtivo, o que geralmente é feito em desenho(s) a parte (que compõem as pranchas de detalhes). 45 8.1.3. Composição do Desenho Como em todos os desenhos técnicos, a representação gráfica não se constituirá apenas na reprodução do objeto, mas também na complementação através de um determinado número de informações, ou indicadores. Do ponto de vista didático, convém então dividir os elementos graficados em dois grupamentos: desenho dos elementos construtivos e representação das informações. Em planta baixa, os componentes mais comuns e normalmente freqüentes, em cada um dos casos, são os seguintes: Desenho dos elementos construtivos: paredes e elementos estruturais; aberturas (portas, janelas, portões); pisos e seus componentes (degraus, rampas, escadas); equipamentos de construção (aparelhos sanitários, roupeiros, lareiras); aparelhos elétricos de porte (fogões, geladeiras, máquinas de lavar) e elementos de importância não visíveis. Representação das informações: nome das dependências; áreas úteis das peças; tipos de pisos dos ambientes; níveis; posições dos planos de corte verticais; cotas das aberturas ou simbologia de representação com quadro de esquadrias; cotas gerais; informações sobre elementos não visíveis; outras informações. 8.1.4. Representação dos Elementos Construtivos PAREDES As paredes, geralmente em alvenaria, seccionadas pelo plano de corte que gera a planta baixa, são representadas através de linhas paralelas de espessura grossa e são representadas de acordo com suas espessuras e com simbologia relacionada ao material que as constitui. Normalmente desenha-se a parede de 15cm, ela pode variar conforme a intenção e necessidade arquitetônica. Podem aparecer preenchidas ou não por textura sólida (cor), e/ou com ou sem representação do revestimento das alvenarias (reboco ou outros) a) parede de tijolos: b) parede de concreto: 46 Figura 57: Representação de paredes Fonte: Denise Schuler Ao utilizar a escala 1/200 ou outras similares que originem desenhos muito pequenos, torna-se impraticável desenhar as paredes utilizando dois traços, deve-se portanto desenhar as paredes “cheias”. Figura 58: Representação de parede cheia Fonte: Denise Schuler PORTAS E PORTÕES São desenhados representando-se sempre a(s) folha(s) da esquadria, com linhas auxiliares, se necessário, procurando especificar o movimento da(s) folha(s) e o espaço ocupado. Códigos para demarcar em plantas: Utilizar para portas: P1, P2, P3, Pn... 47 Figura 59: Diferentes tipos de porta Fonte: Patricia Monnerat Figura 60: Representação gráfica de porta de abrir Fonte: Patricia Monnerat A indicação das dimensões das portas devem ser da seguinte forma: P = L x H Em que L é a medida da largura da porta e H é a medida da altura da porta. Portas internas: a comunicação através da porta de um cômodo para o outro geralmente não tem diferença de nível, salvo banheiros, cozinhas e áreas de serviço onde o inconveniente da água passar para outro cômodo é evitado com a diferenciação de nível ou diferença de cota. Essa diferença de cota nos pisos pode ser de 1 ou 2 cm. 48 Figura 61: Representação de portas internas Fonte: Patricia Monnerat Portas externas: a comunicação através da porta entre um ambiente externo e o ambiente interno deve possuir diferença de nível (cotas diferentes), ou seja, o ambiente externo deve ser mais baixo que o interno. Figura 62: Representação de portas externas Fonte: Patricia Monnerat JANELAS São representadas através de uma convenção genérica, sem dar margem a uma maior interpretação quanto ao número de caixilhos ou funcionamento da esquadria. O plano horizontal da planta corta as janelas com altura do peitoril até 1.50m, sendo estas representadas conforme a figura abaixo, sempre tendo como a primeira dimensão a largura da janela pela sua altura e peitoril correspondente. Para 49 janelas em que o plano horizontal não o corta, a representação é feita com linhas invisíveis. A indicação das dimensões das janelas devem ser da seguinte forma: J = L x H / P Em que L é a medida da largura da janela, H é a medida da altura da janela e P e a altura do peitoril ou parapeito (distância do piso interno até a parte mais baixa da janela). O plano de corte corta as janelas que possuem peitoril menores que 1,50 m. Elas devem ser representadas como se segue: Figura 65: Representação de janela com peitoril menor que 1,50 m Fonte: Patricia Monnerat Figura 64: Representação gráfica em planta baixa de uma janela com peitoril. Fonte: Patrícia Monnerat Figura 63: Representação gráfica em planta baixa de uma janela com peitoril menor que 1,50 m. Fonte: Patrícia Monnerat 50 As janelas que possuírem peitoral maior que 1,50 m, ou seja, o plano de corte não corta a janela, devem ser representadas com linhas invisíveis. Elas devem ser representadas como se segue: Figura 66: Representação de janela com peitoril maior que 1,50m Fonte: Patricia Monnerat PISOS Em nível de representação gráfica em Planta Baixa, os pisos são diferenciados em apenas 2 tipos: os pisos comuns e os pisos impermeáveis (banheiro, cozinha, área de serviço, varandas, etc.) representados apenas em áreas dotadas de equipamentos hidráulicos. O tamanho do quadriculado do piso é apenas uma simbologia, não correspondendo à medida real dos pisos cerâmicos. Quando se deseja especificar a medida real dos pisos, é feito um desenho de detalhe. a) Pisos comuns: b) Pisos impermeáveis: Figura 67: Representação de piso em planta baixa Fonte: Patricia Monnerat 51 EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS DE CONSTRUÇÃO A representação do mobiliário da edificação em planta
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