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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - passeando pela história

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O contexto histórico da formação da Sociologia: 
Iluminismo, Revolução Francesa e Revolução Industrial. 
Fundamentos das ciências sociais
Adry Anna Rodrigues
1º Art. da Declaração dos direitos do homem e do cidadão: 
“Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ter como fundamento a utilidade comum.” 
França revolucionária de fins do século XVIII e início do século XIX 
O ILUMINISMO- Século XVIII 
Movimento cultural e intelectual “luzes da razão” rompe com a herança medieval. Buscava na razão as explicações possíveis para os fenômenos naturais .
O racionalismo, critica a forma dos Estados europeus (antigo Regime francês), altamente centralizado e com forte intervenção do mercantilismo e da Igreja Católica. 
Defende a ideia de um Estado com liberdade e igualdade (principalmente a jurídica) para atender aos interesses da burguesia.
Obra que contava com a colaboração de mais de 160 autores iluministas
IMMANUEL Kant
“O iluminismo é a saída do homem do estado de tutela, pelo qual ele é o próprio responsável (...). tenha coragem de usar seu próprio entendimento. Essa é a divisa do Iluminismo (...). Para o Iluminismo, a única condição é a liberdade; e a mais inofensiva entre tudo o que se chama de liberdade, ou seja, a de exercer publicamente a razão sob todos os aspectos.” 
(O que é iluminismo, 1784).
Pressupostos do ILUMINISMO
Razão como instrumento para alcançar qualquer tipo de conhecimento;
Crença nas leis naturais, como instrumento que regulam as transformações que ocorrem no comportamento humano, nas sociedades e na natureza;
Defende que existem direitos naturais. 
Que todos os indivíduos possuem em relação 
a vida, a liberdade, a posse de bens materiais;
Defesa da liberdade política, econômica e de 
expressão;
Defesa da igualdade jurídica;
Críticas a Igreja Católica. 
Principais autores iluministas
As descobertas da relação entre o homem e a natureza e as implicações na sociedade, permitiu aos pensadores iluministas construir novos modelos sociais, políticos e econômicos.
René Descartes (1596-1650)
John Locke (1632-1704)
Isaac Newton (1643- 1727) 
Montesquieu (1689 - 1755)
Voltaire (1694 - 1778)
Rousseau (1712 - 1778) 
O ILUMINISMO- Século XVIII 
Com o surgimento do Iluminismo, no século XVIII, estabelece-se importante discussão para a compreensão da vida em sociedade: a passagem do “estado de natureza” para o “contrato social”. 
ROUSSEAU
HOBBES
LOCKE
Os contratualistas 
Para Hobbes no estado de natureza, os indivíduos vivem em luta permanente, vigorando a guerra de todos contra todos ou "o homem lobo do homem". Reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta. Para se protegerem uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. A vida não tem garantias, a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei é a força do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e conservar. 
John Locke, foi o pioneiro do pensamento político liberal, para quem o Estado existe a partir do contrato social cuja principal finalidade é garantir o direito natural da propriedade. A burguesia se vê legitimada perante a realeza e a nobreza e, se enxerga como superior a elas. O burguês acredita que é proprietário graças ao seu próprio trabalho, enquanto reis e nobres são parasitas da sociedade. O burguês não se reconhece apenas como superior social e moralmente aos nobres, mas também como superior aos pobres. Os trabalhadores que não conseguem se tornar proprietários privados são culpados por sua condição inferior e são obrigados a trabalhar para outros seja porque são perdulários,, seja porque são preguiçosos e não trabalham o suficiente para conseguir uma propriedade. 
Na concepção de Rousseau no estado de natureza, os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a Natureza lhes dá, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto, pelo grito e pelo canto, numa língua generosa e benevolente. Esse estado de felicidade original, no qual os humanos existem sob a forma do bom selvagem inocente, termina quando alguém cerca um terreno e diz: "É meu". A divisão entre o meu e o teu, isto é, a propriedade privada, dá origem ao estado de sociedade, que corresponde, agora, ao estado de natureza hobbesiano da guerra de todos contra todos. 
Escolas econômicas liberais
LIBERALISMO CLASSICO INGLÊS 
Em razão da industrialização inglesa, defendia que a Economia deveria se organizar de forma natural, sendo regulamentada pela lei de oferta e da procura, tendo no trabalho a origem e fonte de toda riqueza. 
Principal teórico foi o escocês Adam Smith (“A riqueza das nações”)
ESCOLA FISIOCRATA (FRANÇA)
Defendia a tese de que a produção econômica era regulamentada por leis naturais e não pelo Estado.
Entretanto, divergia da escola clássica inglesa porque acreditava que a natureza era a origem e fonte de toda riqueza. 
As revoluções
 burguesas 
Revoluções Francesa e Industrial. 
Importantes mudanças no cenário político, econômico e social
Formaram, assim, a base do Estado moderno. 
O sistema capitalista passou a dominar a vida humanidade
Burguesia é a classe social surgida no mundo feudal da Idade Média europeia. 
Originalmente são os artesãos de diversos ofícios e os comerciantes. A palavra burguês significa homem do burgo, isto é, da cidade medieval. 
Era, pois, uma classe citadina que se formava e que trazia um modo de produção diferente, baseado na exploração do trabalho como fonte de riqueza. 
A REVOLUÇÃO FRANCESA
Sociedade francesa - modelo medieval
1º Estado: Clero
2º Estado: Nobreza
3º Estado: Povo (burguesia, artesãos, camponeses e sans-culottes)
a burguesia vinha enriquecendo, mas esbarrava no modelo econômico e social, que a colocava dentro do terceiro estado. 
as ideias iluministas tiveram grande repercussão na França e vão levar principalmente a burguesia e os mais pobres a iniciar um movimento pelo fim do absolutismo monárquico francês.
A REVOLUÇÃO FRANCESA
Grave crise econômica na França marcada
 pela falência do modelo econômico 
agrícola;
Fome , desemprego, miséria = França em decadência = 
crise social = insatisfação;
O Estado Absolutista francês gastava mais do que arrecadava;
A burguesia francesa não aceitava mais pagar pesados tributos a uma nobreza parasitária e a um Estado perdulário;
A ERA DAS INSTITUIÇÕES 1789-1792
A Constituição francesa de 1791 foi a 1ª lei 
maior de França, resultante da Revolução de
1789 e incorpora a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, dentro do princípio 
constitucionalista de impor limites ao poder real.
Monarquia Constitucional – de súdito a cidadão.
Entretanto a burguesia que influenciava no poder discordava das expectativas mais radicais das camadas populares que apoiaram a Revolução Francesa de 1789.
Descontentamento popular, ameaça externa, uma monarquia que conspirava contra a Revolução provocou uma nova fase da revolução apoiada por republicanos radicais.
A ERA DAS ANTECIPAÇÕES 1792-1794
Disputavam o poder dois grandes grupos: Os Girondinos e os Jacobinos.
Com o grupo vencedor da convenção, os Jacobinos, inaugura-se o período de Grande terror. Suas bandeiras eram as reformas econômicas populares (reforma agrária, tabelamento de preços etc.) entretanto perseguiram a todos que fossem contrários condenando-os a morte por guilhotina.
A radicalização política acabou enfraquecendo o grupo dos Jacobinos =retomada pela Alta Burguesia em 1794.
A nação era controlada por convenção, eleita por sufrágio,
que elaborou a Constituição do Ano I (1793), abolindo a 
Monarquia e estabelecendo a República.
ERA DAS CONSOLIDAÇÕES 1794-1815
Nova constituição de 1814, fim ao sufrágio universal = voto censitário.
 O Diretório, órgão controlado pela alta burguesia,
 exercia o poder executivo.
 Golpe do 18 do Brumário - o período Napoleônico: 
 1. O consulado(república burguesa o poder executivo 
 exercido por três cônsules) o próprio Napoleão, nomeado 
 primeiro cônsul;
.
2. O império. Em 1804, Napoleão proclamou-se imperador, iniciando 
 um processo de centralização politica , através de medidas financeiras,
 politicas e religiosas. 
Expansão territorial, incorporação ou criação de Estados 
familiares aliados, onde o poder local era exercido por parentes
de Napoleão. 
Código Civil / Banco da França / Criou o Franco / Incentivou a industrialização da França /Investiu em obras publicas de infra estrutura.
Revolução Industrial
Início da sociedade capitalista;
A burguesia (proprietária do capital) e o proletariado (força de trabalho) são as novas classes sociais básicas;
A utilização de máquinas, que garantiam o aumento da produção de bens materiais. 
Revolução Industrial
A sociedade industrial capitalista, da qual fazemos parte, nasce no século XVIII, na Inglaterra, com a Revolução Industrial.
O século XIX foi marcado pela Revolução Industrial e pelo Neocolonialismo, cujas consequências se projetaram para os séculos XX e XXI.
O desenvolvimento industrial foi acompanhado pelo desenvolvimento científico, que impulsionou ainda mais a indústria em função de descobertas e invenções.
A indústria cresceu e com esse crescimento vieram as crises de produção porque a superprodução não era acompanhada pelo consumo. 
Revolução Industrial
A sociedade passou a ser mais urbana,
as cidades cresceram e a população no 
campo diminuiu, uma vez que ate 
mesmo a agricultura foi mecanizada; 
Com o aumento da produção, a busca de mercados fora das fronteiras nacionais, cresceu progressivamente;
As péssimas condições de trabalho e de vida da classe trabalhadora fizeram surgir ideologias que defendiam o trabalhador e que foram fundamentais na organização do movimento operário.
Revolução
Industrial
A classe trabalhadora tinha jornadas de trabalho que superavam as 12 horas diárias sem nenhum tipo de direito.
Revolução Industrial
Classe operária se organiza para enfrentar o capitalismo:
- O Ludismo: primeira forma de manifestação
da classe trabalhadora na Inglaterra. 
Movimento de quebra das maquinas, tidas
inicialmente como causa do empobrecimento e
das péssimas condições de trabalho.
- O Cartismo: Sua ação se pautava na ideia de enviar um documento ao Parlamento inglês, a fim de que este propusesse uma legislação que protegesse e regulamentasse o trabalho industrial.
- Os Sindicatos: este processo vai culminar com o aparecimento dos sindicatos, organizações que até hoje representam os interesses da classe trabalhadora.
Algumas ideologias:
SOCIALISMO UTÓPICO:
SOCIALISMO CIENTÍFICO
ANARQUISMO
O Neocolonialismo
A solução para a crise de consumo 
foi encontrada no neocolonialismo, ou imperialismo do século XIX.
Diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, o neocolonialismo representou nova etapa do capitalismo, do momento em que as nações europeias saíram em busca de matérias-primas para sustentar as indústrias, de mercados consumidores para os produtos europeus e de mão-de-obra barata. 
CHARLES 
DARWIN
Darwin foi um naturalista britânico que alcançou destaque no meio acadêmico ao desenvolver a teoria da evolução da vida na Terra. Em seu livro publicado em 1859, A Origem das Espécies ele introduziu a ideia de evolução a partir de um processo aleatório de seleção natural. 
CHARLES DARWIN
Darwin defendeu o núcleo da sua concepção evolutiva: a seleção natural, ou a persistência do mais capaz; com o passar dos séculos, a seleção natural eliminaria as espécies antigas e produziria novas espécies.
As teses de Darwin estavam sendo discutidas em todo o meio científico e o próprio liberalismo econômico adotou o pressuposto da competição. 
Ao defender a propriedade privada, o liberalismo postula que todo homem compete em igualdade no acesso à propriedade privada. Aquele que não a conquista, não o faz porque é vicioso ou preguiçoso. É claro que essa tese, presente em nossas mentes até hoje, interessava e interessa à manutenção do domínio da classe burguesa.  
O DARWINISMO SOCIAL
É de Herbert Spencer a expressão 
"sobrevivência do mais apto", muitas vezes
atribuída a Darwin. 
Segundo o Darwinismo Social, as sociedades se modificam e se desenvolvem como os seres vivos. As transformações nas sociedades representam a passagem de um estágio inferior para outro superior, onde o organismo social se mostra mais evoluído, adaptado e complexo. 
O DARWINISMO SOCIAL
As sociedades foram divididas em raças superiores e inferiores, cabendo aos mais fortes dominar os mais fracos e, consequentemente, aos mais desenvolvidos levar o desenvolvimento aos não desenvolvidos.
 A civilização deveria ser levada a todos os homens. 
O Darwinismo Social serviu para justificar a ação imperialista das nações europeias.
As transformações econômicas, sociais e políticas por que passou a Europa entre os séculos XVIII e XIX, marcados pela Revolução Francesa, Revolução Industrial e Darwinismo Social trouxeram consigo a destruição da antiga ordem feudal e a consolidação do capitalismo, que colocou e evidência os mais diversos problemas da nova estrutura social, levando vários pensadores a refletir e buscar soluções para a resolução desses problemas.
Foi nesse cenário de constantes conflitos sociais, políticos, econômicos e religiosos, cenário marcado pela industrialização e pelo cientificismo, que nasceu a Sociologia
Questão discursiva:
"Considerei a existência de Deus e decidi que há uma boa chance de que ele exista. Se ele realmente existir, deve estar trabalhando em um plano. Portanto, se devo servir a Deus, preciso descobrir o plano e fazer o melhor possível para ajudá-lo em sua execução. Como descobrir o plano? Primeiramente, procurar a raça que Deus escolheu para ser o instrumento divino da futura evolução. Inquestionavelmente, é a raça branca? Devotarei o restante de minha vida ao propósito de Deus e a ajudá-lo a tornar o mundo inglês." (Cecil Rhodes, colonizador britânico).
O texto acima evidencia uma forma de pensamento e uma visão de mundo dos europeus típica do século XIX. Indaga-se: 
(i) Como eram vistas as sociedades não europeias com as quais os europeus entraram em contato a partir do neocolonialismo no século XIX? Justifique sua resposta.
(ii) Qual a forma de pensamento embasava essa visão,  e que papel esse tipo de pensamento exerceu no contexto em que foi utilizado?
Padrão de resposta:
(I) Eram vistas como "inferiores", "selvagens", desprovidas de desenvolvimento e civilidade e marcadas pelo atraso e pela barbárie.
(II) Darwinismo social, que defendia a ideia de uma superioridade "natural" dos povos europeus sobre os outros, justificando, assim, a intervenção europeia nesses países, com vistas a levar a "missão civilizadora", eufemismo utilizado para mascarar a conquista e a dominação.
Questão de múltipla escolha: (Adaptada de Unicentro 2012)
Considerando-se as grandes mudanças que ocorreram na história da humanidade, aquelas que aconteceram no século XVIII  e que se estenderam no século XIX  só foram superadas pelas grandes transformações do final do século XX. As mudanças provocadas pela revolução científico-tecnológica, que denominamos Revolução Industrial, marcaram profundamente a organização social, alterando-a por completo, criando novas formas de organização e causando modificações culturais duradouras, que perduram até os dias atuais. ( DIAS, Reinaldo. Introdução à sociologia. São Paulo: Persons Prentice Hall, 2004). Sobre o surgimento da Sociologia e as mudanças ocorridas na modernidade, é correto afirmar:
A) A intensificação da economia agrária em larga escala nas metrópoles gerou o êxodo para o campo.
B) O aparecimento das fábricas e o seu desenvolvimento levaram ao crescimento das cidades rurais.
C) O aumento do trabalho humano nas fábricas ocasionou a diminuição da divisão do trabalho.
D) A agricultura familiar desse período foi o objeto de estudoque fez surgir as ciências sociais.
E)  A antiga forma de ver o mundo não podia mais solucionar os novos problemas sociais.

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