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Módulo 2 Estado, Seguridade Social e Sistema de Proteção Social Brasileiro. PROF. DR. ADEMIR ALVES DA SILVA Março/2008 SEGURIDADE SOCIAL 1. Proteção social ao cidadão em face do risco, da desvantagem, da dificuldade, da vulnerabilidade, da limitação temporária ou permanente e de determinados acontecimentos previsíveis ou fortuitos nas várias fases da vida. Uma responsabilidade do conjunto da sociedade, na esfera do interesse público. (Silva, A.A. A gestão da seguridade social brasileira: entre a política pública e o mercado. São Paulo: Cortez Editora, 2007, 2ª ed.) SEGURIDADE SOCIAL 2. “O conceito de seguridade social surgiu em 1919 no preâmbulo da Constituição da OIT e firmou-se internacionalmente em 1944 na Declaração de Filadélfia (...) A OIT define a Seguridade Social como a proteção que a sociedade deve dar aos cidadãos, mediante uma série de medidas públicas, contra as contingências econômicas e sociais que podem reduzir ou mesmo eliminar as possibilidades de trabalho do cidadão – como doença, maternidade, acidentes de trabalho ou doença profissional, desemprego, invalidez, velhice e morte -, e também a proteção na forma de assistência médica e de ajuda às famílias. Considera-se a Seguridade Social como um direito humano fundamental, que necessita de políticas ativas para a sua efetividade e da responsabilidade essencial do Estado”. (IN: Reforma da Previdência: a verdade nua e crua. UNAFISCO Sindical, 2003, p. 8). (grifos meus). SEGURIDADE SOCIAL 3. “A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social” (Constituição da República Federativa do Brasil, Art. 194, 1988) SEGURIDADE SOCIAL Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: z I – universalidade da cobertura e do atendimento z II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; z III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; z IV – irredutibilidade do valor dos benefícios; z V – equidade na forma de participação no custeio; z VI – diversidade da base de financiamento; z VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados” (Constituição da República Federativa do Brasil, Art. 194, 1988). SEGURIDADE SOCIAL z “A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I..... II..... III...” (Constituição da República Federativa do Brasil, Art. 194, 1988). MODELOS DE ESTADO DO BEM-ESTAR SOCIAL ESPING- ANDERSEN (1987) SOUZA (1994) ABRAHAMSON (1992) TITMUS, ÁSCOLI, DRAIBE, VIANNA (1991) FLEURY (1994) ALVAREZ (1994) LIBERAL LIBERAL LIBERAL WELFARE RESIDUAL ASSISTÊNCIA SOCIAL RESIDUAL OU DE MERCADO CONSERVADOR CONSERVADOR CORPORATIVO MERITOCRÁTICO- PARTICULARISTA SEGURO SOCIAL INSTITUCIONAL MISTO MERCADO-ESTADO SOCIAL- DEMOCRATA DEMOCRÁTICO- SOCIAL ESCANDINAVO INSTITUCIONAL REDISTRIBUTIVO SEGURIDADE SOCIAL TOTAL OU DE WELFARE RADICAL LATINO SOLIDÁRIO COOPERATIVO Fonte: Silva, A.A. A gestão da seguridade social brasileira: entre a política pública e o mercado. São Paulo: Cortez Editora, 2007, 2ª ed. - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL - A classificação básica dos modelos de Estado do Bem- Estar Social que vem sendo utilizada nas análises da área é a seguinte, segundo a proposição de Esping-Andersen: liberal, conservador e social-democrático. Entretanto, às vezes utilizam-se termos diferentes para designar os mesmos modelos, conforme a opção dos autores. As características do modelo liberal permitem denominá-lo de residual. O modelo conservador é, apropriadamente, denominado também de corporativo, contratual e meritocrático. Enquanto o social- democrático é concebido como total-redistributivo. (Silva, A.A. op cit) - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL - 1. MODELO LIBERAL A ação estatal justifica-se para suprir insuficiências do mercado, junto a certos segmentos sociais. A política social é seletiva Há duas formas de estímulo ao mercado Passivo, pela contenção dos serviços sociais, forçando o retorno ao trabalho. Ativo, pelas medidas em favor do seguro privado.. A assistência social é prestada aos comprovadamente pobres, com caráter tópico e residual. - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL - 2. MODELO CONSERVADOR – Os benefícios dependem de trabalho, renda e contribuição prévia compulsória. – O Estado é provedor de benefícios sociais e a previdência privada desempenha papel secundário. – O impacto redistributivo é baixo. – É também chamado de corporativo e meritocrático porque os benefícios, vinculados às categorias de trabalhadores, variam conforme a inserção na estrutura ocupacional, capacidade de organização e pressão - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL - 3. MODELO SOCIAL-DEMOCRÁTICO z São assegurados benefícios básicos e iguais para todos, independentemente de contribuições prévias. z Baseia-se nos princípios da universalidade, da solidariedade e da igualdade com os melhores padrões de qualidade. z Amplo leque de medidas de proteção social, com caráter universal e redistributivo. z Há um sistema universal de seguros, embora os benefícios sejam graduados conforme os ganhos habituais. z O direito ao trabalho tem a mesma importância que o direito à garantia de renda. - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL - 4. MODELO “RADICAL” z Radicalidade em favor do mercado de seguros. Refere-se à privatização da previdência chilena, em 1983, pelo ditador Augusto Pinochet. - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL - 5. MODELO “LATINO” z Destaca as alternativas da sociedade civil − igreja, família, filantropia, caridade − combinadas com as ações do poder público. - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL - CORRENTES DE PENSAMENTO 1. CONSERVADORA z Intromissão no bem-estar e nas liberdades individuais z Antieconômico porque desestimula o capital a investir e o trabalhador a trabalhar. z Antiprodutivo porque multiplica a burocracia pública z Retira recursos e capital do setor produtivo z Ineficiente porque elimina a competitividade, favorecendo os interesses dos produtores e não os dos consumidores. z Ineficaz porque não suprime a pobreza e promove o ciclo de dependência. - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL - CORRENTES DE PENSAMENTO 2. LIBERAL-PROGRESSISTA z Produto das necessidades geradas pelo desenvolvimento dos países industrializados. z Necessidade funcional do sistema contra as disfunções do mercado z Estado deve responder a certas necessidades ou serviços sociais que não são rentáveis para o mercado. z Limitado aos coletivos organizados e à força de trabalho qualificada e sindicalizada. z Não se pretende universal. z Intervenções compensatórias do Estado em face da demanda por direitos, proteção e liberdade. z Políticas sociais são complementares à política econômica na manutenção e equilíbrio do sistema. - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL - CORRENTES DE PENSAMENTO 3. SOCIAL-DEMOCRÁTICA REFORMISTA z Fruto da mobilização política para alcançar a plena cidadania na sociedade capitalista. z Reforma do capitalismo pela intervenção do Estado. z Conseqüência da reforma no século XX: crescimento das classes médias favorecidas pela expansão do setor público. - ESTADO DOBEM ESTAR SOCIAL - CORRENTES DE PENSAMENTO 4. SOCIAL-DEMOCRÁTICA RADICAL z Produto da mobilização social e política, dentro de amplo projeto de transformação gradual do capitalismo. z Produto das lutas que se travam entre a lógica do mercado e as reivindicações políticas, refletindo-se no desenvolvimento da cidadania. z Expressão das ações de governos, classes médias, classe trabalhadora e partidos democrata-cristãos. - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL - CORRENTES DE PENSAMENTO 5. MARXISTA z Instrumento de controle social da classe trabalhadora que, em longo prazo, só atua no interesse da acumulação de capital. z Medidas orientam-se segundo exigências do capital e não segundo as necessidades sociais. z Medidas foram introduzidas por governos conservadores e liberais com fins reguladores e disciplinadores e como antídoto ao socialismo que demandava reformas radicais. z Reflete mudanças nas necessidades de acumulação de capital. z Maiores incrementos no gasto público corresponderam a aumento de impostos, especialmente entre os assalariados. FONTE DAS INFORMAÇÕES Síntese elaborada por: Silva, A.A. op cit. com base em: z 1) Picó, Josep (1996). Modelos sobre el Estado Del Bienestar. De la ideologia a la práctica. IN: Béjar, R. et alli. Pros y Contras Del Estado Del Bienestar. Madri, Tecnos. z 2) Pierson, Christopher (1997). Beyond the Welfare State? Reino Unido, Polity Press. SEGURIDADE SOCIAL SEGURIDADE SOCIAL SEGURIDADE SOCIAL SEGURIDADE SOCIAL SEGURIDADE SOCIAL MODELOS DE ESTADO DO BEM-ESTAR SOCIAL - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL -� - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL -� - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL -� - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL -� - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL -� - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL -� - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL -�CORRENTES DE PENSAMENTO - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL -�CORRENTES DE PENSAMENTO - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL -�CORRENTES DE PENSAMENTO - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL -�CORRENTES DE PENSAMENTO - ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL -�CORRENTES DE PENSAMENTO FONTE DAS INFORMAÇÕES